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Cultura de Bancada, 19º Número

Cultura de Bancada, 19º número, lançado a 12 de outubro de 2023

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À CONVERSA COM

NUNO ULTRA

28

Sabemos que o Nuno é um nome conhecido

entre colecionadores de várias partes do

mundo, incluindo Portugal, mas, tirando isso,

quem é o Nuno?

Antes de mais obrigado pelo convite.

Relativamente à pergunta, sou uma pessoa

normal. Pai de família, muito protetor no que

toca aos meus; sou um bom amigo, levo as

grandes e boas amizades como se fossem

da minha família e dificilmente perdoo

uma traição. Fora disso, sou uma pessoa

normalíssima no meu dia-a-dia.

Como entrou no mundo Ultra?

Acho que o mundo Ultra nasceu comigo.

Tive a influência de ir ao estádio desde muito

novo, nos princípios dos anos 90, pela mão do

meu falecido avô. Acompanhava o Esposende

que jogava na antiga 2ª Divisão B - Zona Norte.

Eram jogos muito intensos e quentinhos.

Via o estádio cheio e as equipas visitantes

traziam pequenos grupos de adeptos com

bandeiras e tambores. Olhava para eles como

adeptos diferentes e adorava aquele fervor.

Mais tarde, assisti pela primeira vez a um

jogo da 1ª Divisão, um Vitória SC-Benfica em

Braga. Lembro-me de ir com os meus tios

para a beira dos Diabos Vermelhos. A partir

daquele dia esperava pelos resumos do

Domingo Desportivo para apanhar imagens

das bancadas, de vários jogos, tentando

encontrar as bandeiras gigantes, os fumos

e as faixas - adorava ver aquilo, foi algo que

despertou em mim e desde aí não parei.

Considero que as curvas de Milan (Fossa

dei Leoni), Atalanta (Curva Nord, Brigate

Neroazurre) e Sampdoria contribuíram para

isso.

Como vive a vida de adepto na Bélgica?

Neste momento, menos activo que nos

últimos tempos. Vou indo à bola sempre que

posso, dependendo principalmente do dia e

da hora.

E quando está em Portugal?

Assim que estou em Portugal, tento sempre

ir ver dois ou três jogos, seja onde for. Em

30 anos de bancada tenho o prazer de ter

amigos e convites um pouco por todo lado

para ir ver a bola.

Como é viver o dia a dia dum grupo e de um

clube estando num país diferente e a uma

grande distância do país de origem?

Enquanto membro activo, estive por

momentos na direcção do grupo. Mais tarde

fui responsável pela loja e responsável do

material dos jogos em casa. Vivi 25 anos com

intensidade e sempre à Ultra, é algo que nos

ocupa muito tempo e por vezes tira-nos de

um jantar de família, de sair com os amigos

ou até de marcar férias para certas datas, de

modo a não faltar ao dérbi ou ao clássico. Até

a casamentos faltei, tudo em prol do grupo.

Vivi sempre bem a distância, visto que emigrei

cedo e adaptei-me bem ao país. Comecei a

frequentar as bancadas do Standard Liège em

Março de 1995. O Futebol e o facto de ter

muita família a viver cá ajudou-me a matar as

saudades de Portugal.

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