Cultura de Bancada, 19º Número
Cultura de Bancada, 19º número, lançado a 12 de outubro de 2023
Cultura de Bancada, 19º número, lançado a 12 de outubro de 2023
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Edito
Dois meses passaram desde o
último número. Costumamos dizer que, na
perspectiva de quem trabalha a revista, dois
meses parecem pouco mas, pelo que vemos
à nossa volta, não faltam motivos para dizer
que mais uma vez estes últimos dois meses
foram tempos recheados. Tivemos notícias
de todo o tipo, mas, dentro da longa lista,
escolhemos algumas que nos pareceram
importantes de serem destacadas.
Começamos por frisar que cada
vez mais assistimos à entrada de investidores
estrangeiros nos clubes portugueses. Neste
momento, mais de metade dos clubes da I
Liga já estão sob comando de investidores. É
um processo muito complicado de parar, até
porque a tendência parece ser a de continuar
– em Portugal, mas principalmente lá fora.
Não restam muitos casos que contrariam este
cenário, como é o caso do Paços de Ferreira
(SDUQ), mas até eles ponderam alterar o
rumo perante o contexto que se apresenta.
Propagou-se a ideia do mudar ou ficar para
trás. Assim, na pior das hipóteses, se ainda
tiverem a oportunidade, resta aos sócios
blindar da melhor forma os estatutos para
que, no futuro, não percam ainda mais voz
nos seus clubes. Estamos perante a morte
da democracia nos clubes de futebol e quem
fica a perder é o povo, os adeptos. É caso para
ter medo, num país que continua a não saber
tratar os seus adeptos. E já que falamos em
tratar bem os adeptos, trazemos à tona um
caso interessante.
O jogo entre o Arsenal e o Forest
sofreu um atraso de 30 minutos em função do
problema, provocado pelo sistema eletrónico
de bilhetes, que impediu a entrada atempada
a cerca de 33000 adeptos, e desse modo
garantiram o direito dos adeptos verem o
jogo desde o início. Queremos também
sublinhar que a Premier League vai manter o
tecto máximo de um bilhete no mesmo valor
pelo menos até 2025.
Na sequência do processo de
internacionalização da nossa Liga, em função
da centralização dos direitos televisivos,
soubemos que os jogos da Liga Portugal vão
deixar de passar no Reino Unido, França e
Brasil, e há dúvidas relativamente ao que
irá acontecer nos Países Baixos e na Suécia.
Os horários dos nossos jogos não ajudam,
mas a qualidade também não. Na verdade,
devemos perguntar como é possível almejar
vender os jogos a “adeptos” de outros países
se nem os nossos adeptos conseguimos
cativar, algo fácil de comprovar pelo estado
das nossas bancadas.
A imagem do nosso campeonato
foi desgastada ao longo do tempo, e aqueles
com responsabilidade só souberam culpar
os adeptos. Contudo, esqueceram-se dos
muitos sacos azuis, do caso dos e-mails,
da operação Lex, do e-toupeira, dos jogos
viciados, da mala ciao, do apito dourado e até
os mais recentes casos polémicos associados
à arbitragem... é suficiente?
Ainda sobre a Liga, temos visto
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