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De Maria nunquam satis<br />
Arquivo <strong>Revista</strong><br />
Beato Pio IX - Museu de São João de Latrão, Roma<br />
de um concerto de vozes humanas e<br />
rugidos satânicos por todo o mundo,<br />
semelhante a uma imensa e fragorosa<br />
tempestade. Ver que contra essa<br />
tempestade de paixões inconfessáveis,<br />
de ódios ameaçadores, de desesperos<br />
furiosos, se erguia só e intrépida,<br />
a figura majestosa do Vigário<br />
de Cristo, desarmada de todos<br />
os recursos da Terra e fiada apenas<br />
no auxílio do Céu, era fonte, para os<br />
verdadeiros católicos, de um júbilo<br />
igual ao que sentiram os Apóstolos<br />
vendo erguer-se, na tempestade desencadeada<br />
sobre o Lago de Genesaré,<br />
a figura divinamente varonil do<br />
Salvador, a comandar soberanamente<br />
os ventos e o mar: “Venti et mare<br />
obediunt ei” (Mt 8, 27).<br />
Início da derrocada<br />
da Revolução<br />
Assim como diante dos hunos se<br />
deixaram derrotar ou debandaram<br />
todos os generais e governadores do<br />
Império Romano, assim também,<br />
diante da Revolução, estavam em deplorável<br />
derrota ou debandada, em<br />
número incontável, os que na sociedade<br />
temporal deveriam defender<br />
a Igreja e a Civilização Cristã.<br />
Nessa situação de uma nobre<br />
e solene dramaticidade,<br />
Pio IX, como São Leão<br />
Magno, era o único a enfrentar<br />
o adversário e a lhe<br />
impor a retirada.<br />
Recuar? A proposição<br />
parece ousada. Entretanto,<br />
nada mais verdadeiro.<br />
A partir de 1854, a Revolução<br />
começou a sofrer suas<br />
grandes derrotas.<br />
É certo que, na aparência<br />
como na realidade, ela<br />
continuou a desenvolver<br />
seu império sobre a Terra.<br />
O igualitarismo, a sensualidade,<br />
o ceticismo foram<br />
alcançando vitórias sempre<br />
mais radicais e extensas.<br />
Mas algo de novo surgiu. E este<br />
algo, que é modesto, apagado, insignificante<br />
de aspecto, por sua vez<br />
vem crescendo incoercivelmente e<br />
acabará por matar a Revolução.<br />
A Igreja é o centro<br />
da História<br />
Para compreender bem esse ponto<br />
fundamental, cumpre ter em mente<br />
o papel da Igreja na História, e da<br />
devoção a Nossa Senhora, na Igreja.<br />
A Igreja é, nos planos de Deus, o<br />
centro da História. É a Esposa Mística<br />
de Cristo, que Ele ama com amor único<br />
e perfeito e à qual quis sujeitar todas<br />
as criaturas. Claro está que o Esposo<br />
nunca abandona a Esposa, e que<br />
é sumamente cioso da glória d’Ela.<br />
Assim, na medida em que seu elemento<br />
humano se conserva fiel a<br />
Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja<br />
nada deve temer. Até as maiores<br />
perseguições servirão à sua glória. E<br />
as honras e prosperidades mais marcadas<br />
não esmorecerão no povo fiel o<br />
senso do dever e o amor à Cruz. Isto<br />
no plano espiritual.<br />
De outro lado, no plano temporal, se<br />
os homens abrirem sua alma à influência<br />
da Igreja, estará franqueado a eles<br />
o caminho de todas as prosperidades e<br />
grandezas. Pelo contrário, se a abandonarem,<br />
estarão na trilha de todas as ca-<br />
Gabriel K.<br />
São Leão Magno impede a entrada de Átila em Roma - Museus Vaticanos<br />
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