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INFORMAQ | Nº 287 | maio de 2024 | Ano XXIII

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SOLIDARIEDADE / P. 12

ABIMAQ PEDE APOIO ÀS VÍTIMAS

DAS ENCHENTES DO RS

ARTIGO / PEDRO ESTEVÃO / P. 22

Desafios e oportunidades na Indústria

de Máquinas e Implementos Agrícolas

CONTEÚDO

DESTINADO PARA

PRESIDÊNCIA,

DIRETORIA,

DEPARTAMENTOS

TÉCNICOS

E RELAÇÕES

GOVERNAMENTAIS

PUBLICAÇÃO DE ABIMAQ - SINDIMAQ - IPDMAQ - NÚMERO 287 | MAIO DE 2024 | ANO XXIII

AGRISHOW 2024 GEROU

R$ 13,608 BILHÕES EM

INTENÇÕES DE NEGÓCIOS

A maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, atraiu 195 mil visitantes e 800 marcas

em cinco dias de exposição. Produtores rurais de todo o Brasil e do exterior marcaram

presença, impulsionando um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior.

FINANCIAMENTOS/ PÁG. 14

ABIMAQ apresenta proposta de melhoria no Programa MOVER

De forma a definir parâmetros para relocalização de linhas de produção e colaborar com o

crescimento do setor, a entidade se reuniu com representantes do MDIC (Ministério do

Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), em Brasília, no último dia 19 de abril, e propôs

ajustes no programa MOVER (Programa de Mobilidade Verde e Inovação). P.3

CÂMARAS SETORIAIS E REGIONAIS/ PÁG. 11

EMBASA ANUNCIA INVESTIMENTO

DE R$ 6,7 BILHÕES EM REUNIÃO

COM SINDESAM NA ABIMAQ

Empresa apresenta planos de investimento para

os próximos cinco anos e busca parcerias com a

indústria de equipamentos para saneamento.

EVENTO FOCA NA

TRANSFORMAÇÃO DIgITAL

Evento trouxe as principais

soluções de financiamento

para inovação e diversas linhas

de crédito para implementação

de novas tecnologias para

empresas brasileiras.

COMÉRCIO EXTERIOR/ PÁG. 20

RODADA INTERNACIONAL

DE NEgÓCIOS

Realizada durante a Agrishow, a

rodada facilitou 657 reuniões

entre compradores estrangeiros e

vendedores brasileiros e somou

US$ 9,42 milhões em negócios.


2 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

EDITOrIAL › GINO PAULUCCI Jr.

Engenheiro mecânico, empresário e

presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

SOBRE A ALTA EFICIÊNCIA ENERgÉTICA

DAS MÁQUINAS BRASILEIRAS

Em um cenário global onde a eficiência energética

se torna cada vez mais um diferencial

competitivo, a indústria brasileira de máquinas

se destaca por sua capacidade de inovação e

adaptação. No contexto atual, marcado pela urgência

de práticas sustentáveis e redução do impacto

ambiental, a eficiência energética não apenas otimiza

processos, mas também contribui significativamente

para a redução de custos operacionais e

para a melhoria da competitividade do setor no

mercado internacional.

A eficiência energética, definida como a capacidade

de realizar mais com menor consumo de energia,

é fundamental para o nosso setor, onde o consumo

energético representa uma parcela significativa

dos custos de produção.

No Brasil, o consumo de energia nas indústrias

corresponde a quase 40% do valor do bem produzido,

com uma grande parte proveniente de fontes

hidroelétricas. Embora renováveis e mais “limpas”

que média mundial, essas fontes não estão totalmente

isentas de impactos ambientais.

Por isso, é fundamental refletirmos sobre os

avanços já alcançados e os desafios que persistem.

As empresas brasileiras estão cada vez mais engajadas

na implementação de tecnologias que garantem

maior eficiência energética. Exemplos

como a substituição de motores elétricos ineficientes

por modelos de alta eficiência demonstram

um potencial de economia significativo, podendo

reduzir o consumo de energia em até 470%

do valor de aquisição do equipamento ao longo

de sua vida útil.

Contudo, apesar dos avanços, a indústria brasileira

ainda enfrenta desafios substanciais para uma

transição energética efetiva. A complexidade e o

custo do sistema tributário brasileiro, por exemplo,

são barreiras significativas para o investimento em

tecnologias mais eficientes. Nesse sentido, uma reforma

tributária que desonere os investimentos produtivos

e incentive a inovação se torna cada vez

Uma reforma tributária que

desonere os investimentos

produtivos e incentive a inovação

se torna cada vez mais importante

para impulsionar ainda mais a

eficiência energética no setor

mais importante para impulsionar ainda mais a eficiência

energética no setor.

O apoio, por meio de políticas públicas que incluam

incentivos fiscais para a adoção de tecnologias

de baixo consumo energético e a implementação de

padrões mínimos de eficiência, pode acelerar esse

processo. É imprescindível também a continuidade

e a expansão de programas como o Programa PotencializEE,

importante iniciativa coordenada pelo

MME (Ministério de Minas e Energia), MDIC (Ministério

do Desenvolvimento, Indústria, Comércio

e Serviços, e GIZ (Agência Alemã de Cooperação

Internacional), em prol da eficiência energética do

setor industrial.

Esse programa tem como objetivo não apenas a

descarbonização, mas também o fomento a um crescimento

sustentável, com projeções de economizar

R$ 10 bilhões e reduzir a emissão de cerca de 4,5 milhões

de toneladas de CO2 até 2050.

Para alcançar esses objetivos ambiciosos, o programa

sugere aprimoramentos no Programa de Eficiência

Energética (PEE) da ANEEL, focando no

desenvolvimento de projetos em pequenas e médias

indústrias. Isso inclui a promoção de tecnologias

de cogeração e a recuperação de calor desperdiçado,

essenciais para otimizar o uso da energia

térmica, que representa 80% do consumo energético

industrial.

Por esse motivo, a integração de pequenas e médias

empresas nos esforços de eficiência energética

é fundamental, dado que tais empresas compõem a

maioria do segmento industrial brasileiro e, muitas

vezes, carecem de recursos para investir em melhorias

energéticas.

Com isso, se faz necessário que tanto o governo

quanto a indústria colaborem para superar esses

obstáculos. Por meio de incentivos fiscais, programas

de financiamento facilitados e suporte técnico,

essas empresas, que representam uma parte importante,

mas vulnerável, do nosso setor, podem

levar a uma redução substancial do consumo energético,

com reflexos positivos tanto econômicos

quanto ambientais.

Essas ações são essenciais para criar um ambiente

propício aos investimentos e para integrar o

Brasil nas cadeias globais de valor como um fornecedor

confiável e sustentável de energia e produtos

industriais, alinhado com as exigências climáticas

internacionais.

No cenário de neoindustrialização verde, o país

pode se beneficiar ainda do conceito de powershoring,

que envolve a localização de plantas industriais

em regiões com alta disponibilidade de energia limpa

e custos reduzidos, melhorando a competitividade

ainda contribuindo para o atingimento dos e compromissos

ambientais.

A eficiência energética é, portanto, uma pauta

que pode posicionar o país como um pilar para a

competitividade industrial e a sustentabilidade econômica.

No Brasil, com seu vasto potencial energético,

suas fontes renováveis e sua capacidade industrial,

as oportunidades para liderar em eficiência

energética são imensas. Assumir essa liderança não

apenas reforçará nossa posição no mercado internacional

como também contribuirá para um futuro

sustentável para as próximas gerações.

COORDENAÇÃO DE ASSESSORIA DE IMPRENSA

Vera Lucia Rodrigues - MTB: 11664

REDAÇÃO E ASSESSORIA DE IMPRENSA

Vervi Assessoria e Comunicações

(veralucia@grupovervi.com.br); Carla Cunha -

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Cristina Zanella, José Velloso, Lariza Pio,

Marcos Borges Carvalho Perez, Patricia Gomes,

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Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

3

AbIMAQ EM AÇÃO

ABIMAQ se reúne com MDIC

para melhorias no programa Mover

Em reunião, a associação apresentou proposta de melhoria no programa MOVER,

de forma a definir parâmetros para relocalização de linhas de produção

Ogoverno brasileiro vem avançando

com iniciativas para

promover a mobilidade verde

e impulsionar a indústria automotiva

nacional.

Visando colaborar com o crescimento

do setor, a ABIMAQ se reuniu

com representantes do MDIC

(Ministério do Desenvolvimento,

Indústria, Comércio e Serviços), em

Brasília, no último dia 19 de abril, e

propôs ajustes no programa MO-

VER (Programa de Mobilidade Verde

e Inovação).

O Programa MOVER estabelece

um conjunto de incentivos para as

indústrias de mobilidade e logística,

como parte do programa maior da

Nova Indústria Brasil – NIB, concebido

para reverter o processo de desindustrialização

que afeta o país.

De acordo com o MDIC, desde

o seu lançamento, as montadoras

instaladas no Brasil já anunciaram

investimentos superiores a R$ 100

bilhões. Segundo o Ministério, o

programa, que visa a alavancagem

da cadeia automotiva nacional, incluindo

automóveis, caminhões,

ônibus, ferramentaria e suas cadeias

de fornecimento, prevê, entre

outras medidas, créditos financeiros

para as empresas que investirem

em pesquisas, desenvolvimento

e produção tecnológica

O Programa MOVER

estabelece um conjunto

de incentivos para as

indústrias de mobilidade e

logística, como parte do

programa maior da Nova

Indústria Brasil – NIB,

concebido para reverter o

processo de

desindustrialização que

afeta o país

que contribuam para a descarbonização

da frota de carros, ônibus

e caminhões.

No entanto, atualmente o MO-

VER permite a importação de unidades

industriais usadas. Embora

isso tenha o objetivo de acelerar a

competitividade da indústria de

mobilidade brasileira, vai na contramão

do princípio do progresso tecnológico

previsto no programa e,

caso não seja realizada de forma disciplinada,

pode prejudicar outros

setores estratégicos.

A ABIMAQ apoia o programa,

porém entende que é necessário

ajustar o texto do PL 914/2024, de

modo que o benefício, previsto para

a transferência de linhas usadas,

seja exclusivo para as linhas de produção

diretamente relacionados

com tecnologias de propulsão híbrida

ou elétrica, incluindo seus

equipamentos de controle de qualidade

e para P&D.

O documento entregue ainda

solicita políticas que incentivem a

compra de máquinas e equipamentos

nacionais, novos, em valor correspondente

à somatória dos bens

importados, nessas linhas usadas,

com similares produzidos no país.

Além disso, propõe-se que essas

mesmas linhas usadas não ultrapassem

a idade máxima de 10 anos. Assim,

evita-se que o Brasil tenha um

parque fabril defasado tecnologicamente,

uma vez que a ABIMAQ, por

princípio, é contra a importação de

máquinas usadas.

Portanto, as emendas propostas

pela ABIMAQ não visam atrasar a

modernização tecnológica da indústria

automotiva brasileira, mas

sim direcionar o foco para a relocalização

das linhas de powertrains

desativadas pela mudança de tecnologia

nos países desenvolvidos, da

transição de motores de combustão

para elétricos, e o desenvolvimento

de carros híbridos a etanol.

Enquanto isso, o MDIC avançou

com a implementação do programa

MOVER, habilitando as primeiras

23 empresas do setor automotivo.

Essas empresas representam uma

variedade de segmentos dentro da

indústria, desde fabricantes de veículos

até empresas de autopeças.

No entanto, embora 18 pedidos

ainda estejam em análise técnica, as

autorizações iniciais já representam

um passo significativo em direção à

modernização e ao desenvolvimento

do setor automotivo brasileiro. A

maioria dos pedidos pendentes está

relacionada a projetos de desenvolvimento,

novas plantas e relocalização

de fábricas. Esses resultados indicam

um cenário promissor para o

futuro da indústria automotiva no

Brasil, com um aumento esperado

na capacidade de produção e na

competitividade.

Com as iniciativas do governo e

as propostas de melhoria do programa

pela ABIMAQ, espera-se um

ambiente propício para o desenvolvimento

tecnológico e a modernização

do setor. O estímulo à inovação

e à sustentabilidade pode posicionar

o país como referência global

em mobilidade verde e eficiência

energética na cadeia automotiva.


4 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

CAPA

AgRISHOW SUPERA 2023

EM INTENÇÃO DE NEgÓCIOS

29ª edição da maior

feira de tecnologia

agrícola da América

Latina reuniu

800 marcas e recebeu

195 mil visitantes

em cinco dias

de exposição

Tradicionalmente realizada

em Ribeirão Preto, no interior

de São Paulo, a feira

mais aguardada pelo mercado,

aconteceu de 29 de abril

a 03 de maio, e reuniu aproximadamente

195 mil pessoas, desde produtores

rurais de pequenas, médias e

grandes propriedades de todas as

regiões do país, até do exterior.

Alcançando um volume recorde

de R$ 13,608 bilhões de intenções

de negócios especificamente de máquinas

e implementos agrícolas, a

expectativa, segundo o presidente

da Agrishow, João Carlos Marchesan,

foi superada e teve um crescimento

de 2,4% em relação ao ano

passado, cujo número registado foi

de R$13,290 bilhões.

Para Marchesan, essa não é apenas

uma feira, pois promove o desenvolvimento

da agricultura e pecuária

brasileira e o progresso econômico

e social de todas as regiões

do país.

“Quero parabenizar a iniciativa

do governo brasileiro de lançar o

plano Nova Indústria Brasil e recolocar

a indústria brasileira no centro

do debate de desenvolvimento econômico

e social e neoindustrialização”,

expressou Marchesan em seu

Agrishow não é apenas

um evento,

mas sim um símbolo

do compromisso

coletivo com o progresso

e a prosperidade

do nosso país

› João Carlos Marchesan,

presidente da Agrishow

discurso de abertura da Agrishow,

onde disse acreditar firmemente no

potencial transformador dessa política,

e que a indústria brasileira, em

especial o setor de máquinas e implementos

agrícolas, está preparada

para colaborar com seus objetivos.

“Este setor que atua desde o

preparo do solo até o armazenamento

de grãos, está à disposição

para auxiliar no cumprimento da

meta de elevar de 18% para 75% a

mecanização da agricultura familiar,

já que temos no Brasil, mais de

5 milhões e 200 mil agricultores familiares”,

ponderou Marchesan ressaltando

o Plano Safra que, segundo

ele, desde sua implementação há 21

anos, tem sido um pilar fundamental

para o desenvolvimento do setor

agrícola brasileiro e expressou ainda,

que para o plano que será lançado,

a ABIMAQ já informou ao governo

brasileiro das demandas de

investimento necessárias para continuar

com o avanço.

“Precisamos de um Plano Safra,

forte e robusto, com recursos suficientes

e necessários para atender a

demanda do agro brasileiro, com juros

controlados e compatíveis com

o retorno do investimento do agricultor”,

finalizou.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

5

A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E

DOS FINANCIAMENTOS PARA

IMPULSIONAR A PRODUÇÃO

AGRÍCOLA BRASILEIRA

Gino Paulucci Jr., presidente do

Conselho de Administração da ABI-

MAQ, destacou durante a cerimônia

de abertura, que devido ao risco inerente

à atividade agrícola, com condições

climáticas cada vez mais extremas

e oscilações nos preços das commodities

internacionais, é fundamental

investir na evolução tecnológica

das máquinas e no aprimoramento

dos processos de produção. Essas

medidas, segundo ele, são essenciais

para superar desafios e aumentar a

produção de alimentos com a mesma

área, sem comprometer a qualidade.

"Para que tais investimentos sejam

possíveis, é imprescindível contarmos

com um expressivo volume

de recursos e taxas de juros compatíveis

com o retorno da atividade no

campo, possibilitando ao produtor

produzir com rentabilidade e eficiência",

ressaltou Paulucci enfatizando a

importância de linhas de financiamento

como o MODERFROTA, MO-

DERINFRA (Irrigação), PCA (Armazéns),

PRONAF (Agricultura Familiar),

MODERAGRO e PRONAMPE

(Médios produtores), que são fundamentais

para impulsionar a modernização

e ampliação do parque de máquinas

agrícolas.

Além disso, Paulucci falou da necessidade

urgente de expandir as estruturas

de armazenagem de grãos,

aumentar as áreas irrigadas, garantir

o acesso à conectividade no campo e

melhorar as estradas e ferrovias que

O Brasil tem potencial para

ser um protagonista global

em temas como

sustentabilidade,

preservação ambiental

e descarbonização

› Gino Paulucci Jr.,

presidente do Conselho de

Administração da ABIMAQ

escoam a produção agrícola.

“Apesar dos desafios, o Brasil tem

potencial para ser um protagonista

global em temas como sustentabilidade,

preservação ambiental e descarbonização,

devido à competência

com que produz, contando com uma

matriz energética predominantemente

renovável”, concluiu.

» Cerimônia de Abertura da Agrishow 2024 reúne

autoridades e principais líderes do agronegócio

SÃO PAULO PRECISA DE

SEGURANÇA JURÍDICA E PAZ NO

CAMPO

O Secretário de Agricultura e Abastecimento

de São Paulo, Guilherme

Piai, enfatizou a importância da

segurança jurídica e da paz no campo

durante seu discurso.

Ele ressaltou também, a iniciativa

do governo em apoiar o agronegócio

e realizar diversas entregas,

como as atualizações novo Decreto

Estadual de irrigação, a resolução

para incentivar a produção de

biocombustíveis e as rodadas de

crédito de ICMS, que totalizaram

R$ 600 milhões na última semana

se abril. Além disso, ele destacou o

Fiagro, o primeiro Blend financeiro

do Brasil, e o plano safra estadual

de R$ 500 milhões.

“São Paulo tem quebrado recordes,

sendo o estado com o maior

valor bruto de produção por hectare

do Brasil e a maior diversificação

de culturas. Tivemos um crescimento

de 23% na balança comercial

no primeiro trimestre, com quase

US$ 6 bilhões de superávit”, declarou

Piai destacando o recorde do

Fundo de Expansão do Agronegócio

Paulista (Feap) e do seguro rural,

além do programa Pró-Trator,

que financiará 10 vezes mais tratores

este ano.

O PAPEL DA CIÊNCIA E

TECNOLOGIA NO

DESENVOLVIMENTO DA

AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

A Ministra de Estado da Ciência,

Tecnologia e Inovação, Luciana

Santos, enfatizou a importância da

ciência e da inovação para impulsionar

o desenvolvimento da agropecuária

brasileira, ressaltando que o

Brasil é o maior produtor de alimentos

do planeta e que esse feito se deve,

em grande parte, aos avanços

científicos e tecnológicos no setor.

“Temos trabalhado para que a

ciência esteja a serviço dos grandes

desafios brasileiros, como o combate

à fome e a insegurança alimentar,

reconhecendo a agricultura familiar

como um parceiro fundamental

nesse processo. Para apoiar o setor,

o Ministério da Ciência, Tecnologia

e Inovação destinou 12.6% do Fundo

Nacional de Desenvolvimento

de Ciência e Tecnologia para o

agronegócio brasileiro”, informou.

Luciana Santos também mencionou

a expansão da parceria entre

instituições que buscam fomentar

as cooperativas do agronegócio, visando

inovar e melhorar a produtividade

em todo o Brasil. Com isso,

até R$4 bilhões de recursos da Finep

serão destinados para esse fim.

Confirmando o empenho com o

desenvolvimento da agricultura em

benefício do país e de sua população,

a ministra reafirmou o compromisso

do governo em buscar o

caminho do crescimento com sustentabilidade

e inclusão social e expressou

sua confiança na ciência e

no potencial do Brasil para se tornar

uma nação mais forte e inclusiva.


6 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

CAPA

“Está em tramitação no

Congresso Nacional, uma

nova lei de Depreciação

Acelerada, que permitirá a

redução do imposto de renda

de pessoa jurídica para a troca

de máquinas e equipamentos,

aumentando a produtividade

no setor agrícola”

› Geraldo Alckmin,

vice-presidente da República e

Ministro de Estado do MDIC

AVANÇOS E MEDIDAS PARA

IMPULSIONAR O SETOR

AGROINDUSTRIAL BRASILEIRO

O vice-presidente da República e Ministro

de Estado do Desenvolvimento,

Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo

Alckmin, destacou o compromisso

do governo em fortalecer o setor

agroindustrial brasileiro por meio

de medidas que estimulem a inovação

e a competitividade.

Alckmin anunciou avanços significativos,

incluindo investimentos em

pesquisa, desenvolvimento e inovação,

com a destinação de 80 milhões

de reais disponibilizados pelo BNDES,

FINEP e EMBRAPII, ressaltando a importância

da renovação do parque industrial

brasileiro. “Está em tramitação

no Congresso Nacional, uma nova

AGRICULTURA FAMILIAR E

TECNIFICAÇÃO AGRÍCOLA

Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento

Agrário e Agricultura

Familiar, enfatizou a relevância

da indústria de máquinas e a

liderança do Brasil na produção

de alimentos e destacou a missão

de alimentar o Brasil, alcançar soberania

alimentar e expandir a

plantação de grãos em 20 milhões

de hectares.

“O Ministério está focado em

aumentar a produção de alimentos

em parceria com a Agricultura

Familiar, que representa 70%

das modalidades agrícolas no

Brasil. Nosso objetivo é alcançar

uma agricultura mecanizada e

tecnificada, expandindo a mecanização

de 18% para 70%”, declarou

o ministro.

O governo, segundo Paulo

Teixeira, busca paz no campo e

programas que atendam a todos

os agricultores. Em maio, será lançado

o plano Safra da Agricultura

Familiar, que se espera que seja

recorde em mecanização e tecnificação,

com investimentos planejados

em conjunto com o Ministério

da Fazenda, da Agricultura

Familiar e do MAPA.

PRORROGAÇÃO DA REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO ICMS

Na segunda-feira, 29 de abril, durante

a Agrishow, o governador do estado

de São Paulo, Tarcísio de Freitas, assinou

o decreto (SP) nº 68.492/2024, que prorroga

da redução da base de cálculo do

ICMS para máquinas e equipamentos industriais

e agrícolas, medida importante

DESAFIOS E CONQUISTAS DO

SETOR AGROPECUÁRIO

Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento

do Brasil, ressaltou os desafios enfrentados

e as conquistas alcançadas

pelo setor agropecuário e evidenciou

a importância de decisões

como a taxação da importação de

etanol dos Estados Unidos, para valorizar

a produção nacional e a reconexão

do PIS e Cofins nos combustíveis

para preservar a indústria

nacional e promover a transição para

combustíveis renováveis.

O ministro também mencionou

o desafio de colocar o biodiesel de

volta no rumo certo, com a iniciativa

de aumentar a adição de biodiesel ao

diesel. Ele considerou ainda, a importância

do projeto de lei que prevê

a mistura de 15% a 25% de biodiesel

no diesel, com um piso mínimo de

13%, para garantir investimentos e

segurança aos empresários do setor.

Fávaro citou os resultados positivos

alcançados, como a abertura

de 109 mercados e oportunidades

para o agronegócio brasileiro

em 50 países, além das linhas de

crédito para financiar investimentos

no setor. Ele ressaltou a importância

da agricultura familiar e empresarial

como alavancas da economia

brasileira e destacou a feira como

um marco para a retomada do

crescimento do setor.

“Precisamos gerar oportunidades,

modernizar nossa indústria,

como foi feito e foi dito aqui pela

ministra Luciana Santos, juntar a

agricultura familiar e a agricultura

empresarial para fazer esta grande

alavanca da economia brasileira.

Como disse o Paulo Teixeira, vamos

dar total prioridade ao novo

Plano Safra, ModerFrota, programa

de construção de armazéns, Inovagro,

Moderagro e ao Seguro Rural,

com juros mais compatíveis. Esse é

o momento de trabalharmos juntos

para alcançarmos o objetivo de ter

uma população brasileira mais feliz

e mais forte perante o mundo",

completou Fávaro.

para manter a competitividade e estimular

investimentos no setor. A decisão, que

atende ao pleito da ABIMAQ, foi publicada

no Diário Oficial do Estado de São Paulo

e estende o benefício até 2026, alinhando-se

a outros estados que já haviam

prorrogado o convênio.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

7

lei de Depreciação Acelerada, que

permitirá a redução do imposto de

renda de pessoa jurídica para a troca

de máquinas e equipamentos, aumentando

a produtividade no setor

agrícola”, destacou Alckmin.

Outra novidade anunciada foi a

criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento

(LCD), que reduzirá impostos

para pessoa física e jurídica,

além de possibilitar captação no mercado

a juros mais baixos, estimulando

o desenvolvimento industrial. Alckmin

também mencionou o Mover,

programa de mobilidade verde que

destinará 3,5 bilhões de reais em crédito

financeiro para empresas que investirem

em descarbonização e inovação,

impulsionando a indústria automotiva

e de autopeças.

Sobre o comércio exterior, Alckmin

destacou a abertura de 106 novos

mercados para produtos brasileiros e

a simplificação dos processos de importação

e exportação, visando aumentar

a competitividade internacional

do Brasil.

O ministro também enfatizou a

importância da indústria sustentável,

destacando a produção de etanol e

biodiesel como combustíveis do futuro,

contribuindo para a redução da

poluição e agregação de valor aos produtos

nacionais.

Em relação à economia, Alckmin

ressaltou a queda dos juros e a importância

da reforma tributária para trazer

eficiência econômica, simplificando

tributos e desonerando investimentos

e exportações.

VISITAÇÃO INTERNACIONAL E

GRANDES NEGÓCIOS

A Agrishow 2024, contou com uma

presença internacional significativa,

evidenciando seu papel como um

importante ponto de encontro para

trocas de conhecimento e negócios

no setor. Dentre os países latinoamericanos,

Argentina, Bolívia, Venezuela,

Paraguai e Colômbia marcaram

forte presença, contribuindo

com sua expertise e perspectivas

únicas para o evento.

A presença africana contou

com delegações da Nigéria, Senegal,

Mali e Costa do Marfim, destacando

o interesse desses países em

compartilhar conhecimento e explorar

novas tecnologias agrícolas.

O Senegal teve a participação do

seu Ministro da Agricultura, ressaltando

a importância atribuída à

Agrishow para a cooperação internacional

neste setor.

Além disso, a Europa também

marcou presença, com representantes

da Alemanha, Itália, República

Tcheca e França, trazendo suas

inovações e práticas agrícolas para

o evento. A China, uma potência

agrícola em ascensão, também contribuiu

significativamente, destacando

a importância global da

Agrishow como um fórum para a

colaboração e o avanço da agricultura

em escala internacional.

A Rodada Internacional de Negócios

da Agrishow 2024 teve um

desempenho acima do ano passado,

com 16 compradores, 59 vendedores,

e a participação de 11 países, incluindo

Angola, África do Sul, México

e Turquia. Foram realizadas

657 reuniões ao longo de 3 dias, resultando

em negócios no valor de

USD 9.420.000,00 durante a feira.

Segundo Patrícia Gomes, diretora-executiva

de Comércio Exterior

da ABIMAQ, a expectativa de

negócios para os próximos 12 meses

é ainda maior, estimada em USD

39.640.000,00, totalizando um

montante de USD 49.060.000,00.

A Agrishow 2024 mais uma vez

se consolidou como um evento essencial

para a promoção do desenvolvimento

agrícola global, proporcionando

um ambiente propício para

a troca de ideias, tecnologias e

oportunidades de negócios entre os

principais players do setor (veja matéria

completa na página 20).

FPA ITINERANTE ANUNCIA CARTA DURANTE SOLENIDADE NA AGRISHOW

Durante reunião realizada na AGRISHOW, a Frente

Parlamentar Agropecuária (FPA) anunciou a elaboração

de uma carta para ser entregue ao Governo

Federal com sugestões do setor do agronegócio para

o Plano Safra 2024/2025.

A ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria

de Máquinas e Equipamentos), SRB (Sociedade Rural

Brasileira), FAESP (Federação das Associações

Rurais do Estado de São Paulo) e ABAG (Associação

Brasileira do Agronegócio) apoiaram a iniciativa da

FPA que anunciou carta durante solenidade na

Agrishow para pedir Plano Safra 'robusto' ao Governo

Federal , por iniciativa do deputado Federal Arnaldo

Jardim.

"Nessa carta pedimos que o Governo destine pelo

menos R$ 20 bilhões como montante referência

para a equalização de juros nas diferentes linhas do

Plano Safra, bem como R$ 2,5 bilhões para o Seguro

Rural. Essa é a reivindicação que estará em nossa

manifestação", detalhou o vice-presidente da FPA, o

deputado Federal Arnaldo Jardim.

Segundo o presidente da Agri show, Sr. João Marchesan,

é preciso adequar o Plano Safra às necessidades

atuais do agronegócio para continuar avançando.

“A gente deve incorporar 20 milhões de hectares

de áreas degradadas nos próximos dez anos.

Precisamos de um plano consistente, com juros controlados

e compatíveis com o retorno do capital investido”,

destaca.

O deputado federal Pedro Lupion, presidente da

FPA, destacou a importância de um Plano Safra robusto

para o setor agrícola, especialmente em momentos

difíceis, como a queda de preços das commodities

e a quebra de produtividade.

“O Plano Safra oferece linhas de crédito, incentivos

e políticas agrícolas para produtores rurais de

todos os portes, desde agricultores familiares até

grandes produtores”, destacou Lupion.

O evento, que abordou temas importantes como

Seguro Rural e o Plano Safra, ocorreu no auditório do

Centro de Cana de Ribeirão Preto, prédio anexo ao

parque tecnológico. Atualmente, a bancada do FPA é

formada por 304 deputados Federais e 47 senadores.


8 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

AbIMAQ EM AÇÃO

reunião debate estratégias para revitalizar o Programa

Mais Alimentos para Agricultura Familiar

ABIMAQ participou no dia 02 de abril, em Brasília, de reunião de trabalho do Programa Mais Alimentos, com o

objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico de máquinas e equipamentos adequados às condições

socioeconômicas e ambientais para a agricultura familiar

Aagricultura familiar garante a diversidade de

cultivos, além de ser fundamental na produção

de alimentos e no desenvolvimento socioeconômico

do país. No entanto, o acesso a máquinas

e equipamentos agrícolas ainda é um desafio

para muitos pequenos agricultores, especialmente

nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Durante reunião, foi discutida a importância

de revitalizar o Programa Mais Alimentos, incluindo

sua vertente internacional, para expandir

a venda de máquinas para a América Latina e África.

Outro ponto, foi a necessidade de redesenhar

o financiamento para que agricultores, possam ter

acesso a máquinas, considerando a criação de um

fundo de aval em parceria com as indústrias de

máquinas e revendedoras, para facilitar o acesso

ao crédito e garantir que os agricultores possam

os equipamentos.

O Ministro Márcio Elias, secretário-executivo

do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio

e Serviços (MDIC), enfatizou a responsabilidade

compartilhada por todos os envolvidos, incluindo

o Ministério, a sociedade civil e as instituições

financeiras, em fortalecer a indústria brasileira.

Ele destacou ainda, a política de neoindustrialização,

com foco em abordagens sustentáveis, ambiental

e social. “É importante a cooperação para alcançar

os objetivos de desenvolvimento industrial sustentável,

convocando todos a contribuir para o progresso

do país”, concluiu.

O Ministro Paulo Teixeira - do Ministério do Desenvolvimento

Agrário e Agricultura Familiar do

Brasil – MDA, destacou a importância de fortalecer

as Cadeias Agroindustriais Sustentáveis e Digitais

para garantir a segurança alimentar, nutricional e

energética, além da necessidade de descentralização

na agricultura familiar.

Ele citou a revolução tecnológica na agricultura,

incluindo sistemas avançados de supervisão

e drones, ressaltando o potencial dessas inovações

para a agricultura familiar e a importância

de investimentos nesse sentido. O Ministro

também mencionou o interesse do presidente

O Ministro Paulo Teixeira -

do Ministério do Desenvolvimento

Agrário e Agricultura Familiar do Brasil –

MDA, citou a revolução tecnológica

na agricultura, incluindo sistemas

avançados de supervisão e drones,

ressaltando o potencial dessas

inovações para a agricultura familiar

e a importância de investimentos

nesse sentido.

em revitalizar o Programa Mais Alimentos, no

âmbito internacional.

Sobre o Programa Mais Alimentos Internacional,

Patrícia Gomes – Diretora-executiva de mercado

externo da ABIMAQ, recordou que a entidade

acompanhou toda execução do programa com

os 6 países-alvos (Cuba, Gana, Quênia, Moçambique,

Senegal e Zimbábue).

“Essa experiência foi um grande desafio para o

setor, mas também nos proporcionou muito aprendizado,

que pode contribuir bastante para a discussão

da reformulação e a retomada do programa para

o mercado externo”, completou Patrícia.

A Diretora-executiva ressaltou ainda, a importância

de envolver outros ministérios como o das

Relações Exteriores e o da Fazenda destacando o

desafio de estruturar um programa sustentável.

Com o intuito de impulsionar o Programa, Patrícia

sugeriu a participação de algumas seguradoras

para garantir o mecanismo de crédito ou fornecer

garantias. “Podemos segmentar os países de acordo

com seus perfis: alguns países podem acessar crédito

concessional com taxas e prazos de pagamento

mais atrativos, enquanto outros podem recorrer a

financiamentos de instituições como o banco do

BRICS, devido ao seu porte”, acrescentou.

Pedro Estevão - Presidente da Câmara Setorial

de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABI-

MAQ – CSMIA, destacou o Programa Mais Alimentos

como grande sucesso e ressaltou o faturamento

do ano anterior de quase 14 bilhões de

reais. Além disso, abordou a necessidade de soluções

para melhorar a educação básica no Nordeste,

incluindo o ensino de habilidades de gestão para

pequenas propriedades.

Pedro também mencionou o sucesso das exportações

de máquinas para países africanos, por conta

da semelhança entre as condições tropicais do Brasil

e da África. “É necessário pensar sobre os países

que estão inadimplentes para a retomada do Programa

Mais Alimentos Internacional”.

José Velloso – presidente-executivo da ABI-

MAQ, complementou os pontos levantados por Pedro

Estevão e afirmou que a ABIMAQ está pronta

para agir conforme sugerido, iniciando o processo

rapidamente. Ele expressou confiança na capacidade

do setor em atender às demandas por novos tipos

de equipamentos, reiterando a disposição da

ABIMAQ em colaborar e oferecer suporte para o desenvolvimento

da indústria nacional.

A ABIMAQ se reuniu, em 3 de maio, com o ministro da fazenda, Fernando Haddad,

para tratar de Plano Safra, financiamentos e da decisão sobre o aço

» Guilherme Mello, secretário de política

econômica do ministério da Fazenda, José

Velloso, presidente-executivo da ABIMAQ,

Fernando Haddad, ministro da Fazenda,

Bernhard Kiep, da Câmara de Irrigação da

ABIMAQ, Pedro Estevão, presidente da

CSMIA e Paulo Bertolini, presidente da

CSEAG da ABIMAQ


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

9

CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS

rodada Nacional de Negócios da ABIMAQ somou

mais de 500 sessões de networking

Com o objetivo de promover encontros e fomentar a realização de oferta e demanda de serviços e

produtos de maneira a facilitar novos contatos, a ABIMAQ realizou, em 02 de abril, na sede da entidade,

a Rodada Nacional de Negócios Multissetorial entre associados

Com uma estrutura pensada para favorecer a

maior quantidade de interações entre os associados,

a Rodada Nacional de Negócios visa

a realização de parcerias estratégicas que podem

expandir as chances de crescimento das empresas

participantes.

Para Marcos Perez, superintendente de mercado

externo da ABIMAQ, mais que fortalecer a

presença das empresas fabricantes de máquinas e

equipamentos no mercado, a Rodada Nacional de

Negócios também amplia a rede de fornecedores

e consumidores.

De acordo com ele, as reuniões restringem-se em

encontros rápidos e programados com duração máxima

de sete minutos, o objetivo é iniciar um relacionamento

comercial entre as partes.

“Organizamos uma grande roda onde cerca de 16

pares de participantes se posicionaram em cada secção

da mesa. Com esse formato conseguimos realizar

16 rodadas de negócios simultaneamente. Ao término

de ciclos de 7 minutos, esses pares trocavam de

mesa de forma que ao final do período foram realizadas

aproximadamente 256 sessões de networking

entre os participantes. Reproduzimos esse formato

no período da manhã e da tarde totalizando mais de

500 encontros entre os associados num único dia.”

explicou Marcos.

A ideia de interagir com outras empresas em

um ambiente confiável foi um sucesso e gerou bons

resultados, é o que conta o Reinaldo Oliveira, gerente

Técnico comercial da Magma Engenharia

do Brasil.

“A Rodada de Negócios da ABIMAQ foi positiva

e a Magma teve uma ótima experiência, pois fizemos

contato com dezessete empresas. Eventos como este

são sempre positivos e para a Magma foi uma ótima

primeira experiência. Esperamos participar de muitas

rodadas como esta”.

Felipe Pereira, vendedor técnico da Pilz do

Brasil, contou que participar da rodada de negócios

da ABIMAQ foi uma experiência incrível e confessou

que ficou impressionado com a qualidade das discussões

e o nível de engajamento dos participantes.

Segundo Felipe, a rodada promoveu muito networking

e ajudou a conhecer e desenvolver novos

parceiros, clientes e fornecedores. De maneira ágil e

eficiente, de forma que conseguissem conversar com

cada uma das empresas participantes para entender

as novas tecnologias no mercado industrial.

“A troca de conhecimentos, bem como as oportunidades

durante o evento, foram extremamente

valiosas para a Pilz. Da mesma forma, pudemos contribuir

para desmistificar um pouco mais sobre a NR-

12 e o assunto de segurança de máquinas, além da introdução

dos novos conceitos de Segurança Industrial

voltados para proteção contra ataques cibernéticos,

tecnologia nova e potencialmente alta para o

mercado brasileiro”, declarou.

A Rodada de Negócios da ABIMAQ demonstra

a importância de iniciativas que promovam o networking

e a realização de parcerias comerciais no

setor industrial.

reuniões itinerantes das câmaras setoriais

No dia 10/04, a Câmara Setorial

de Máquinas para a Indústria

Alimentícia, Farmacêutica e de

Refrigeração Industrial da ABIMAQ

(CSMIAFRI), promoveu uma reunião

nas instalações da Natura em Cajamar

- SP, que contou com a participação de

cerca de 30 empresas associadas.

O destaque do evento foi a apresentação

do modelo de inovação para

a indústria 4.0 pela Natura, seguida

por uma visita técnica à planta da empresa.

Essa iniciativa proporcionou

um importante momento de troca de

experiências e conhecimentos, fortalecendo

o networking entre os associados

e incentivando a adoção de práticas

inovadoras no setor.

No dia 18/04, a CSPEP - Câmara

Setorial de Projetos e Equipamentos

Pesados da ABIMAQ, promoveu uma

reunião ordinária com o objetivo de

conhecer a estrutura da associada

Açotubo. Este encontro marcou um

momento significativo para a CSPEP,

pois foi a primeira vez em que realizou

uma reunião itinerante.

Durante a visita à Açotubo, os

membros da CSPEP tiveram a oportunidade

de discutir questões relevantes

para o setor de projetos e equipamentos

pesados, trocar experiências e estabelecer

novas parcerias.

» Instalações da Natura em Cajamar - SP » Instalações da Açotubo


10 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS

Setor eólico busca políticas industriais para

alavancar produtividade e competitividade

Reunião realizada na sede da ABIMAQ, falou sobre a necessidade de políticas industriais eficazes que

promovam o aumento da produtividade e da competitividade do setor no país

Durante o encontro, o presidente do Conselho

de Energia Eólica, Leonardo Euler, destacou a

importância da Nova Política Industrial, abordando

tópicos fundamentais como Brasil Mais Produtivo,

Custo Brasil, Depreciação Acelerada e aspectos

da Reforma Tributária. Para ele, esta é uma ótima

oportunidade para o setor discutir os desafios e

oportunidades para impulsionar a indústria eólica

no Brasil.

Na reunião, Euler mencionou que fosse compartilhado

o que poderia ser importado do programa

MOVER, a fim de propor junto ao governo, um programa

específico para o setor eólico. A ideia surgiu

após uma reunião com Rodrigo Rollemberg, Secretário

de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria

do MDIC, onde foi mencionada a criação de

um grupo com esse propósito.

José Velloso – presidente-executivo da ABIMAQ,

complementou a inciativa de Euler e disse estar em

contato com Uallace Moreira (Secretário de Desenvolvimento

Industrial, Inovação, Comércio e Serviços)

e Margarete Gandini (Diretora do Departamento

de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média

Complexidade Tecnológica) para estabelecer uma

política industrial para o setor de máquinas inspiradas

no MOVER, visando a renovação do parque industrial

brasileiro.

Em consonância com Velloso, João Alfredo, diretor

de Tecnologia da ABIMAQ, informou que Margarete

Gandini está desenvolvendo um projeto para

o setor eólico e sugeriu a possibilidade de aproveitar

ideias do MOVER, como o crédito de impostos. “Vamos

discutir uma estratégia a partir de documento

elaborado com essas ações”, frisou João.

Destacando o Plano de Ação para a neoindustrialização

e as perspectivas da Nova Indústria Brasil

(NIB), Velloso ressaltou a importância de uma política

que promova aumento de produtividade e bemestar

social, e que esteja alinhada as necessidades

atuais da economia brasileira.

O presidente-executivo recordou a crise fiscal

de 2015 no Brasil, que ceifou dez anos da economia

do país, o que somam exatos dez anos para

que o PIB perdido naquela época, seja recuperado.

Em consequência disso, houve uma queda na taxa

de investimento.

A crise fiscal de 2015, que teve um impacto duradouro

na economia, serviu como um lembrete dos

desafios enfrentados.

"Vamos reavaliar algumas premissas econômicas.

Uma delas é a demanda e a outra é a expectativa.

Os economistas costumam olhar muito para

o passado por meio das estatísticas, mas quando

se trata do futuro, é preciso considerar a expectativa.

No passado, a expectativa não era boa, devido

ao crescimento do endividamento do Brasil. Muitos

previam que, por volta de 2017/18, nossa dívida

ultrapassaria 100% do PIB, mas isso não ocorreu;

hoje, a dívida corresponde a 80% do PIB", ponderou

Velloso.

Para ele, as políticas industriais adotadas anteriormente

eram muito criticadas e a ABIMAQ tem

um conceito de como deveria ser feita essa política.

“Política industrial deve ser feita sempre com aumento

da produtividade. Não adianta fazer política

industrial se ela não trouxer o aumento da produtividade

e da sociedade como um todo, além de trazer

bem-estar social”, considerou Velloso, explicando

que a Nova Política Industrial foi muito bem desenhada,

pois não comete os erros que já foram cometidos

no passado.

Por fim, o vice-presidente do Conselho de Energia

Eólica, Alexandre Negrão, enfatizou a necessidade

de alavancar a indústria eólica no país. Ele apontou

que, apesar da cadeia produtiva ter poucos

players, deveria ser mais lucrativa para os fabricantes

do que para os desenvolvedores, o que não é o caso

na prática.

“O mercado nacional para o setor de energia

eólica tem um problema de demanda, que se deu

no ano passado, devido aos juros elevados e o Preço

de Liquidação das Diferenças (PLD) muito baixos”,

explicou.

Para Velloso, é preciso uma política industrial

única para o setor eólico, abordando questões como

a falta de sustentabilidade do mercado, a falta de

competitividade para exportação e os benefícios dados

à geração de energia solar, que podem prejudicar

os investimentos na energia eólica.

“A NIB tem seis missões, e todas elas passam pelo

aumento da produtividade. A ABIMAQ, como um

todo, está em todas essas missões, pois elas passam

pela descarbonização e pela energia limpa e renovável,

e o setor eólico está inserido como um acessório”,

concluiu Velloso.

ABIMAQ participa

da comemoração

dos 20 anos da

ABESpetro

Fundada em 2004, a

Associação Brasileira

das Empresas

de Bens e Serviços de

Petróleo, ABESPetro,

possui um conjunto de associadas com grande

inteiração com as associadas da ABIMAQ.

Na comemoração dos seus 20 anos, a entidade

esteve representada pelo presidenteexecutivo

José Velloso, pelo diretor de Petróleo,

Gás Natural, Bioenergia e Hidrogênio

da ABIMAQ, Alberto Machado e pelo presidente

do Conselho de Óleo e Gás, Idarilho

Nascimento.

A ABESPetro tem como objetivo, promover

o desenvolvimento

econômico sustentável

de empresas que fornecem

bens e serviços para

a atividade de exploração

e produção de petróleo. Representa o

primeiro elo de fornecedores desse sistema

produtivo, em sua maioria demandantes de

produtos das associadas da ABIMAQ.

A ABESPetro tem hoje, mais de 50 empresas

em seu quadro de associadas, que atuam

nos segmentos de reservatórios e poços, instalações

submarinas de coleta e escoamento

de fluidos, sondas de perfuração e unidades

estacionárias de produção de petróleo.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

11

CÂMArAS SETOrIAIS E rEgIONAIS

EMBASA apresenta Planos de investimentos

em reunião com o SINDESAM

Encontro realizado em 04 de abril, na sede da ABIMAQ, detalhou os principais projetos da empresa

No total, o plano de

investimento da EMBASA

para o quadriênio (2023-

2026), é de cerca de R$ 7,2

bi para ampliação dos

serviços de saneamento

Um investimento de R$ 6,7 bilhões

de recursos próprios para

os próximos cinco anos foi

anunciado pela EMBASA – Empresa

Baiana de Águas e Saneamento, para

o setor, em reunião presidida por

Estela Testa, presidente do SINDESAM

(Sistema Nacional das Indústrias de

Equipamentos para Saneamento Básico

e Ambiental).

Segundo Leonardo Góes, presidente

da EMBASA, a empresa vem

buscando um novo posicionamento

no mercado. “Nossa vinda na ABI-

MAQ, mais do que passar informações,

é simbolizar uma abertura junto

ao setor, de quem produz tecnologia

e de quem realmente interessa

e pode dar viabilidade”, ressaltou.

Durante a apresentação, Leonardo

informou que a EMBASA investiu

R$ 958 milhões em obras em saneamento

básico em 2023. Destes, foram

aplicados cerca de R$472 milhões

em sistemas de água e R$387 milhões

em esgoto, ampliando a cobertura

de serviços, beneficiando 9,7 milhões

de habitantes com acesso a água potável

e 4,4 milhões de habitantes

com serviços de esgoto.

Os investimentos previstos para

2024 devem se aproximar do valor

de R$ 2,1 bilhões. Destes, mais de

R$1,7bi já estão assegurados e a distribuição

dos recursos incluirá R$ 857

milhões em tratamento de água e R$

628 mi em esgoto, além de R$ 219

milhões em outros investimentos.

No total, o plano de investimento

para o quadriênio (2023-2026), é de

cerca de R$ 7,2 bi para ampliação

dos serviços de saneamento.

O presidente da EMBASA também

apresentou a projeção do Plano

de Negócios para 2024, que tem

Divulgação EMBASA

uma estimativa de receita operacional

de R$ 4,4 bi e um lucro líquido aproximado

de R$ 886 milhões.

Para Leonardo, estes investimentos

e projeções mostram o compromisso

da EMBASA com a melhoria

e expansão dos serviços de saneamento

básico, que vão de encontro

com o compromisso do SINDESAM,

essenciais para a qualidade de vida

da população.

› NOVAS EMPrESAS ASSOCIADAS

» Alfaflexo Indústria Comércio e Representações Ltda •

Santana de Parnaíba - SP

» Astec do Brasil Fabricação de Equipamentos Ltda •

Vespasiano - MG - “A empresa Astec do Brasil busca, através da

ABIMAQ, estar mais próxima do seu segmento de atuação, com

acesso a informações, ações conjuntas, visibilidade e

comprometimento com o mercado em que atua”

» Baitz Solutions Ltda • Jaboticabal - SP

» Bausch Advanced Technologies - Máquinas e Equipamentos

Ltda • Louveira - SP

» Ekowelt Indústria e Comércio e Exportação de Máquinas e

Equipamentos Ltda • Duque de Caxias - RJ

» Fvd do Brasil Indústria e Comércio, Importação e

Exportação Ltda • Caxias do Sul - RS - “A FVD do Brasil –

Fabricante de Sistemas de Alimentação para Prensas, busca

através da ABIMAQ estar mais próxima do seu segmento de

atuação, com acesso a informações, ações conjuntas,

visibilidade e comprometimento com o mercado em que atua”.

» Hercal Metalúrgica Ltda • Belo Horizonte- MG

» Hydro Extrusion Brasil S/A • Itu - SP

» Icro Digital Ltda • Alfenas - MG - “A ICRO DIGITAL junta forças

com a ABIMAQ para acelerar a Pesquisa, o Desenvolvimento e a

Inovação com foco em tecnologias embarcadas de fábrica que

levam inteligência às máquinas e equipamentos, visando o

aumento da efetividade global (OEE) e da produtividade.”

» Kalfritec Indústria de Equipamentos de Refrigeração Ltda •

Joinville - SC

» Landim Engenharia Ltda • Rio de Janeiro - RJ

» Liven Tecnologia Ltda • São Carlos - SP - “Um ecossistema

rico de oportunidades para se manter atualizado e conectado

com as inovações dos negócios.”

» Loewe Equipamentos e Serviços Ltda • Esteio - RS - “A

nossa empresa Loewe Equipamentos e Serviços Ltda., considera

a ABIMAQ uma grande porta de negócios e estamos ampliando o

nosso mercado de atuação para todo o Brasil, contando com

essa grande organização”.

» Lyotech Equipamentos Científicos Indústria e Comércio

Ltda • São Carlos - SP - “Nós da Lyotech nos associamos à

ABIMAQ porque sabemos da importância de pertencermos a

uma associação forte, atuante em nosso segmento, nos

proporcionando informações e ações conjuntas que nos auxiliam

nas tomadas de decisões”.

» Metalinox Cogne Aços Inoxidaveis especiais Ltda • São

Paulo - SP

» Metalohm Comércio, Importações e Exportações Ltda •

Itajaí - SC

» Octagon Tecnologia e Equipamentos Industriais Ltda •

Curitiba - PR - “A Octagon entende que os laços de parceria com

a ABIMAQ, resultarão no amadurecimento e fortalecimento

estrutural da empresa em variados aspectos estratégicos e

gerenciais, bem como na amplitude de novas relações

comerciais em todo território nacional”.

» Painco Indústria e Comércio Sociedade Anônima • Rio das

Pedras - SP

» Promáquinas Indústria e Comércio Ltda • Rio de Janeiro - RJ

» Rockwell Automation do Brasil Ltda • São Paulo - SP

» Romão Tecnologias Industriais Ltda • Japeri - RJ

» São Lucas Máquinas e Equipamentos Ltda • Caxias do Sul -

RS

» Sbi Soluções em Equipamentos de Soldagem Ltda • São

Bernardo do Campo - SP

» SF Sistema de Formas Para Concreto Ltda • Campo Grande -

MS

» Singularity Extraction Technologies Serviços e Comércio

Ltda • Paulínia - SP

» Socage do Brasil indústria e Comércio de Equipamentos

Ltda • Indaiatuba - SP

» Space Fabricação e Comércio de Máquinas e Peças

Técnicas Ltda • Novo Hamburgo - RS

» T3sa Automação Industrial Ltda • Indaiatuba - SP

» Tecc Solidcam Desenvolvimento Ltda • Ribeirão Preto - SP

» TTX Equipamentos e Montagens Industriais Ltda • São

Joaquim de Bicas - MG - “Associamos à ABIMAQ com intuito de

aumentar nosso Networking, buscar novos clientes e parceiros.

Temos certeza que será de grande valia para TTX Equipamentos”.

» Valmet Flow Control Ltda • Sorocaba - SP

» Valvservice Prestação de Serviços Ltda • João Neiva - ES


12 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

FEIrAS

Primeira edição da IFAT Brasil supera expectativas e

reúne mais de 20 mil profissionais do saneamento

Andreguetto pelo roadshow que fez pela América Latina.

Foi muito importante porque temos tudo para

ser referência na região.”, ressalta Estela Testa, presidente

do Sindesam e CEO Latam Pieralisi

DESTAQUES

» Mais de 160 marcas de 16 países em mais de 11 mil

metros quadrados

» Mais de 20 mil visitantes de 50 países e todos

estados do Brasil

» 132 palestrantes de 10 países e 71 horas de conteúdo

» Parceiros internacionais da IFAT, como DWA, ISWA,

BID, RETech, AIDIS, APIHA, NWP, GWP e GIZ no local

Aprimeira edição da IFAT Brasil, Feira Internacional

para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções

em Recuperação de Resíduos, foi um divisor de

águas para o mercado de saneamento do Brasil, ao

apresentar as principais tecnologias globais para contribuir

com o objetivo de universalizar os serviços de

água e esgotamento sanitário ao povo brasileiro até

o ano de 2033. O evento, promovido pela Messe

Muenchen do Brasil, entre os dias 24 e 26 de abril,

em São Paulo, reuniu mais de 160 marcas nacionais

e internacionais, vindos de 16 países.

Durante os três dias de evento, o São Paulo Expo

recebeu mais de 20 mil visitantes de 50 países. O público

foi considerado pelos expositores como altamente

qualificado, pois foi composto por representantes

de prefeituras, secretarias estaduais, municipais

e federais, agências e órgãos reguladores, engenheiros

ambientais, operadores privados de gestão

de água, de esgoto e de resíduos sólidos, engenheiros

ambientais, empresários de indústrias, agências de

fomento, investidores, academia e institutos de pesquisa

e inovação e startups.

“Alcançamos nosso objetivo em conectar as

principais soluções e tecnologias ambientais com todos

os stakeholders do saneamento, propiciando o

melhor ambiente de relacionamento, conhecimento

e negócios aos expositores e aos profissionais participantes.

Certamente, esse encontro será importante

para o setor, gerando oportunidades para aprimorar

a infraestrutura existente para a instalação de novas

estruturas que atendam às demandas da população”,

destaca Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen

do Brasil.

Renan Utri Andreguetto, gerente da IFAT Brasil,

destacou que a tecnologia ambiental é uma forte aliada

para alcançar a universalização do fornecimento

de água tratada e da coleta e tratamento de esgoto

no Brasil e em toda região, mas também para equacionar

os desafios relacionados à drenagem urbana

e à gestão de resíduos sólidos, incluindo a erradicação

de lixões, avanço dos níveis de reciclagem e sua

aplicação como solução energética.

Apoiadora do evento, a ABIMAQ organizou a participação

de 10 empresas associadas do SINDESAM

em um espaço coletivo intitulado “ilha SINDESAM”

e cerca de outras 20 associadas participaram com estande

próprio. Para as empresas associadas, a primeira

edição da IFAT Brasil foi um sucesso e comemoram

os resultados positivos do evento.

“Nós nos surpreendemos, não esperávamos o número

de visitas qualificadas que tivemos em nosso

estande, não só de brasileiros, mas muitas em língua

espanhola. Aproveito para cumprimentar o Renan

MAIS DE 71 HORAS DE EVENTOS DE CONTEÚDO. Ponto

de encontro do saneamento na América Latina, a

IFAT Brasil também foi fundamental para debater os

principais temas relacionados ao setor, apresentando

cases em tecnologias ambientais, revelando tendências

de mercado, avaliando soluções para os desafios

na área e aproximando governo, autarquias, investidores

e operadores dos fabricantes, indústrias, empresas

e fornecedores de serviços do saneamento.

CONGRESSO INTERNACIONAL IFAT BRASIL. O Sindesam

a convite da IFAT, elaborou o Painel intitulado:

Tecnologia feita no Brasil para trazer o país do futuro

para o presente, apresentou por meio de seis empresas

associadas (Ecosan Equipamentos, Hidro Solo,

Forza Z, Albrecht Equipamentos, Pieralisi do Brasil

e Digimed Instrumentação), soluções tecnológicas

para o tratamento de água, tratamento de esgoto

e gestão de resíduos sólidos. Ao final das apresentações,

os participantes visitaram os stands dos palestrantes

para obterem mais informações sobre as soluções

apresentadas.

» Estela Testa (centro), presidente do Sindesam e

CEO Latam Pieralisi, recebe o reconhecimento de

“Parceiro Institucional do Ano de 2024”

Doações às vítimas das enchentes no estado do Rio Grande do Sul

Neste momento desafiador, a ABIMAQ enviou um comunicado

a toda a sua base de associados, colaboradores

e parceiros, reforçando a grave situação

provocada pelas enchentes que atingiram o estado do Rio

Grande do Sul, onde desde a semana passada, um grande

número de pessoas e empresas foram atingidos pela devastação

das águas, causando impactos significativos em

diversas regiões e informando os postos de coleta e dados

para transferência em dinheiro.

“Segundo dados da Defesa Civil, do total de 496 municípios

do estado, 401 registraram até o momento algum

tipo de problema, afetando aproximadamente 873 mil pessoas,

das quais 159 mil estão fora de suas casas, sendo 48

mil em abrigos e 159 mil desalojadas (nas casas de familiares

ou amigos).

Diante da dimensão dos prejuízos causados pelas chuvas,

o governo estadual decretou estado de calamidade,

contando com a anuência do governo federal. Com isso, o

estado pode contar com recursos federais para reconstrução

das infraestruturas mais urgentes e restabelecimento

DOAÇÕES EM DINHEIRO VIA PIX

» SOS Rio Grande do Sul – Banco do Estado do Rio

Grande do Sul ou Associação dos Bancos no Estado

do Rio Grande do Sul

Chave Pix: CNPJ: 92.958.800/0001-38.

» CIC – Centro da Indústria, Comércio e Serviços –

Bento Gonçalves/RS e regiões

Chave Pix: financeiro@cicbg.com.br

» FIERGS – Indústria Solidária

Chave Pix: financeiro@bancossociais.org.br

» Defesa Civil de São Leopoldo –

Banco do Brasil – ag: 0185-6 – conta – 83.130-1

ENTREGA DE ITENS FISICAMENTE

» Para as empresas localizadas em São Paulo: Cruz

Vermelha. Endereço: Av. Moreira Guimarães, 699 – Indianópolis

– São Paulo – (011) 5058-866

» Para as outras localidades procure a Cruz Vermelha

da sua região.

dos serviços essenciais. Grande parte das bacias hidrográficas

do estado seguem com risco de alerta, haja vista estarem

acima do nível normal, e previsão de continuidade

das chuvas para os próximos dias.

Solicitamos a quem puder, que se unam a nós neste

esforço de ajuda aos cidadãos afetados, fazendo doações

de alimentos não perecíveis, roupas, produtos de higiene e

outros itens essenciais para auxiliar as famílias desabrigadas

e as comunidades impactadas por essa tragédia.

Em um movimento de união de esforços, a ABIMAQ em

apoio a FIERGS e demais associações no Rio Grande do Sul

estão se mobilizando para amplificar o auxílio aos desabrigados,

solicitando a todos do setor, que contribuam da forma

que puderem com doações e/ou recursos financeiros

a serem destinados diretamente para os canais oficiais do

Governo do Estado, conforme segue no box ao lado.

O comunicado em solidariedade às vítimas é assinado

por Gino Paulluci Jr, presidente do Conselho de Administração

da ABIMAQ e José Velloso, presidente executivo

da ABIMAQ.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

13

FEIrAS

M&T Expo 2024 reforça o potencial do

mercado de máquinas com expectativa

de negócios de r$ 9 bilhões

FINANCIAMENTOS

Novo Fundo Clima tem

r$ 10,4 bilhões para

financiamento de projetos

de desenvolvimento

sustentável com juros

mais baixos

AM&T Expo – part of

bauma NETWORK,

principal feira de máquinas

e equipamentos para

construção e mineração

da América Latina, mostrou a força do setor

na região. Entre os dias 23 e 26 de abril, reuniu,

no São Paulo Expo, compradores do Brasil e

do exterior para conhecer centenas de lançamentos

dos mais importantes fabricantes de

equipamentos da linha amarela, de movimentação

de cargas, de concreto e asfalto e os fornecedores

de peças, componentes e serviços

nacionais e internacionais.

A expectativa de negócios da M&T Expo

2024 é da ordem de R$ 9 bilhões, o que representa

aproximadamente 25% das vendas previstas

para o ano no mercado de equipamentos.

A edição anterior da feira, em 2022, estimou

negócios iniciados ao longo do evento de

R$ 2,8 bilhões.

“A feira evidenciou a importância do mercado

de máquinas para o desenvolvimento socioeconômico

da América Latina. Essa expectativa

mostra o otimismo do setor e a confiança

de que os investimentos previstos em infraestrutura

para os próximos anos serão concretizados.

Foi uma verdadeira celebração para todo

o ecossistema que envolve os equipamentos

para construção e mineração”, destacou

Rolf Picker, CEO da Messe Muenchen do Brasil,

organizador da feira.

Com os corredores muito movimentados,

a feira contou com cerca de 500 expositores do

Brasil, Alemanha, Canada, China, Colômbia,

Estados Unidos, França, Índia, Israel, Itália,

Reino Unido, República Tcheca, Singapura,

Suécia, Turquia e Uruguai, e recebeu 67.465 visitas

qualificadas, com profissionais oriundos

de aproximadamente 80 países. Construtoras,

empreiteiras, mineradores e locadores de equipamentos,

representantes de órgãos e autarquias

públicas e prefeituras estiveram presentes

na feira para conhecer os lançamentos, estreitar

relacionamento com as marcas e dealers

e realizar negócios.

Na avaliação de Afonso

Mamede, presidente da Associação

Brasileira de Tecnologia

para Construção e Mineração

(Sobratema), parceiro

institucional da feira, a M&T Expo é o ponto

de encontro do setor e mostrou o apetite do

mercado para aquisição de lançamentos e inovações

em equipamentos. “Neste ano, o cenário

é positivo para nosso setor, uma vez que estão

previstas novas concessões de infraestrutura,

as obras das prefeituras, estados e federais,

como o PAC”.

Para Thaisa Miyasaki, gerente da M&T Expo

2024, o sucesso da feira ratifica seu papel

para a aplicação de novas tecnologias no setor,

fomentando produtividade, sustentabilidade,

eficiência e competitividade para os mercados

de construção e mineração. “O evento ainda

tem uma contribuição fundamental no que diz

respeito às tendências e a disseminação de conhecimento,

por meio dos seminários, painéis,

fóruns e congressos, promovidos ao longo dos

quatro dias”, acrescentou.

Nesse sentido, foram 72 horas de conteúdo,

com a participação de mais de 100 especialistas

do setor. A M&T Expo contou ainda

com a Arena de Demonstração, que chamou

a atenção dos visitantes por apresentar as

funcionalidades dos modernos equipamentos

de onze marcas expositoras, com o Museu

de Máquinas do Brasil, que reuniu equipamentos

que fazem parte da história da

construção no Brasil e em outros países sulamericanos,

e o Polo de Guindastes, com diversos

modelos de guindastes.

Apoiadora do evento, a ABIMAQ esteve

presente com mais de 30 empresas associadas

das Câmaras Setoriais de Máquinas Rodoviárias

(CSMR), Cimento e Mineração

(CSCM) e de de outras câmaras da entidade,

que ressaltaram o sucesso do evento e a importância

para o desenvolvimento e fortalecimento

do setor.

Saiba mais sobre a M&T Expo:

https://www.mtexpo.com.br/

Ainiciativa faz parte de um conjunto de ações

junto ao governo federal para o apoio ao setor,

com a expectativa de destinar até R$ 10,4 bilhões

para serem empregados pelo BNDES no financiamento

reembolsável de projetos voltados

para a redução e adaptação à mudança climática e

seus impactos, visando impulsionar o desenvolvimento

da indústria de maneira competitiva e

sustentável.

O Programa Fundo Clima Automático apoia

a aquisição de máquinas e equipamentos relacionados

a redução de emissões de gases do

efeito estufa e à adaptação às mudanças do clima

e aos seus efeitos. Sendo beneficiários pessoas

jurídicas de direito público e privado, com sede no

país e produtores rurais.

São passíveis de financiamentos máquinas e

equipamentos para conversão de biomassa em produtos

energéticos ou em produtos de alto valor

agregado; máquinas e equipamentos para intensificação

sustentável da agricultura e pecuária, voltadas

para redução de metano na pecuária, redução

ou substituição de insumos e combustíveis fósseis

da agricultura, sistemas geradores fotovoltaicos,

entre outras. Confira aqui a lista completa de itens

financiáveis (https://tinyurl.com/msa6r6d6).

FUNDO CLIMA AUTOMÁTICO

TAXA DE JUROS

» Custo Financeiro:

• 8,0% a.a. geração de energia eólica, solar,

novas fontes renováveis ou sistemas isolados

com geração renovável ou

• 6,15% a.a. demais máquinas e equipamentos

» Spread BNDES:

• 0,9% a.a. (ROB anual de até R$ 90 milhões) ou

• 1,4% a.a. (ROB anual de acima de R$ 90 milhões)

» Spread Banco: até 2,5% a.a.

» Prazo / Carência: Até 16 anos, incluído até 5 anos

de carência.

» Participação: Até 100%

» Limite: R$ 150 milhões por cliente a cada 12 meses

COMO SOLICITAR?

Dirija-se a uma instituição financeira de sua

preferência que seja credenciada ao BNDES.

» Para mais informações contate o Departamento de

Financiamentos, através do defi@abimaq.org.br /

(11) 5582-6361 | (11) 91208-4276.


14 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

FINANCIAMENTOS

Evento promovido pela ABIMAQ trouxe as principais

soluções de financiamento para inovação

Representantes do BNDES, FINEP e Desenvolve SP, apresentaram diversas linhas de crédito destinadas a

implementação de novas tecnologias e aumento da competitividade das empresas brasileiras

“U

m evento que tem um tema

muito importante para

todas as empresas, com o

objetivo de tornar o seu negócio

mais competitivo. A razão desse

encontro está no desafio que temos

diante de todos nós, de fazermos

também o avanço do processo de

digitalização no setor da indústria

de um modo geral, mas com ênfase

na indústria de máquinas e equipamentos

de bens de capital. que é indutor

do desenvolvimento tecnológico

e inovação de todos os demais

setores produtivos.” Dessa forma,

Dr. Hiroyuki Sato, Diretor-executivo

de Assuntos Jurídicos e de Financiamentos

da ABIMAQ, iniciou

o evento “Avance na Transformação

Digital para Impulsionar o

seu Negócio”, promovido pelo departamento

de financiamento da

ABIMAQ e realizado na sede da entidade,

em São Paulo, no último dia

17 de abril.

Para Giselle Rezende, gerente

do departamento de financiamentos

da ABIMAQ, o encontro foi uma

grande oportunidade para que as

empresas participantes pudessem

conhecer os detalhes sobre as diversas

oportunidades de linhas de financiamentos

disponíveis com taxas

de juros reduzidas e recursos para

projetos inovadores para impulsionar

o crescimento e a visibilidade

de negócios das empresas.

Na ocasião, a FINEP mostrou

seu suporte ao desenvolvimento de

novos produtos, processos e serviços,

destacando as soluções de digitalização

financiadas com juros baseados

na Taxa Referencial (TR). De

acordo com Gustavo Barcelos, gerente

de operações de crédito descentralizadas

da FINEP, a instituição

se destaca por seu comprometimento

com a inovação, especialmente

na indústria.

Nesse sentido, um dos principais

instrumentos de apoio se dá através

do FINEP Inovacred, que consegue

abarcar todos os níveis de risco tecnológico

e diferentes portes de empresas.

Responsável pelo crescimento

de participação na indústria, a linha

oferece oportunidades para o

escalonamento de desenvolvimento

de equipamentos ou modelos de negócios,

pois seu foco é o fomento a

projetos. Desde o seu lançamento, já

atendeu 1600 empresas, em um total

de R$ 5 bilhões em operações.

“Temos feito um trabalho muito

grande para ampliar o escopo e o alcance

desse programa.”

Além disso, a FINEP destaca-se

pelo programa Inovacred 4.0, cujo

objetivo apoiar a formulação e implementação

de soluções de digitalização

que abarquem a utilização,

em linhas de produção, de serviços

de implantação de tecnologias habilitadoras

da Indústria 4.0. O programa

alinha-se à nova política industrial,

que promove um contexto altamente

favorável para a transformação

digital da indústria, visando

a ampliação significativa da produtividade,

permitindo ampliar o escopo

de análise das soluções que estão

sendo propostas no Inovacred 4.0.

As taxas praticadas estão em TR

+ 4,2% para micro e pequenas empresas;

e TR + 5,5% para empresas de

médio e grande porte; com a vantagem

de não a incidência de IOF para

ambos os casos.

Em seguida, Luisa Sato, gerente

de negócios do setor privado da

Desenvolve SP, agência de fomento

do Estado de São Paulo, exibiu

as oportunidades de crédito digital

e inovações no setor agroindustrial.

Dentre as linhas de financiamento

disponíveis, ela destacou três que

podem ser particularmente úteis

para os fornecedores de máquinas

e equipamentos:

O Financiamento ao Investimento

Paulista (FIP), linha que

permite financiar quase todos os aspectos

necessários para uma empresa

iniciar operações ou expandir.

Abrange desde obras civis e instalações

até a compra de máquinas e

softwares, incluindo um percentual

de capital de giro. "Com prazos de

até 120 meses e até 36 meses de carência,

essa linha oferece taxas de

juros que variam de 4% a 6% ao ano

+ Selic, financiando até 80% do projeto,

com limites de até R$ 30 milhões,"

diz Luisa. A Linha Agroindústria

Investimentos, específica

para aquisição de equipamentos relacionados

à agroindústria, oferece

condições com taxas de juros que

podem chegar a zero + Selic.

A Linha para Capital de Giro

utiliza recursos próprios e do

BNDES. "Para capital de giro, analisamos

o histórico de faturamento da

empresa, que deve ser de pelo menos

R$ 81mil ao ano, podendo atender

empresas com faturamento de

até R$ 90 milhões," detalha Luisa.

Essas linhas são projetadas para

atender a uma ampla gama de necessidades

empresariais, apoiando o

crescimento das operações em diversos

setores da economia paulista.

Por fim, o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES) apresentou suas linhas

de financiamento destinadas a

investimentos em capacidade produtiva,

inovação e digitalização, com

condições também vinculadas à TR,

além de opções de financiamento

em dólar.

Rafael Dickie, analista da área

industrial do BNDES, focou sua

apresentação nas operações diretas

do BNDES para empresas com faturamento

anual a partir de R$ 80 milhões,

com projetos de investimento

a partir de R$ 20 milhões. Dentro

das linhas de crédito oferecidas, Dickie

destacou o crédito incentivado

para inovação em que o BNDES está

atuando de forma muito ligada à

Nova indústria Brasil; falou sobre o

Novo Fundo Clima, que visa financiar

projetos voltados para eficiência

energética e redução de emissões de

carbono; e discorreu sobre o Finame

Direto (agora chamado de

BNDES Máquinas e Serviços), linha

voltada para a aquisição de máquinas

e serviços, incluindo tecnologias

para a digitalização da indústria.

Linhas que possuem taxas de

juros competitivas e prazos de financiamentos

estendidos.

O Banco ainda possui diversas

opções de operações indiretas, que

são realizadas através de uma extensa

rede de mais de 80 instituições financeiras

parceiras, fundamentais

para a distribuição das linhas de crédito

do BNDES e na utilização de

soluções de garantias, especialmente

o Fundo Garantidor de Investimentos

(FGI), cuja adoção aumentou

significativamente nos últimos


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

15

FINANCIAMENTOS

quatro anos. Com isso, segundo

Tiago Peroba, chefe do departamento

de clientes e relacionamento

institucional do BNDES,

foi possível obter em 2023 um desempenho

forte no financiamento

das máquinas e equipamentos,

e uma conexão forte entre o setor

e o agronegócio, evidenciados pelo

produto Finame e o BNDES

Crédito Rural.

Na visão de Matheus Chaguri,

do departamento de clientes e

relacionamento institucional do

BNDES, os números retratam as

condições financeiras e a estrutura

das linhas de crédito oferecidas

pelo banco, que possui diversificação

dos custos e adaptação às

necessidades do mercado, observado

na criação de linhas específicas

para a inovação e indústria,

com taxas baseadas na TR e na

TFB TR, que são travadas no momento

da contratação para garantir

estabilidade financeira ao longo

do projeto.

Como exemplo, Matheus explicou

sobre a linha BNDES Crédito

Rural, que pode financiar

desde máquinas e equipamentos

até custeio agrícola e crédito para

cooperativas, e permite o financiamento

contínuo durante todo

o Plano Safra;

O Programa Mais Inovação,

apoia a contratação de serviços

tecnológicos, e aquisição de máquinas

e equipamentos com tecnologias

inovadoras embarcadas,

cadastradas no Finame, com taxas

de juros reduzidas utilizando

TR (Taxa Referencial). As

empresas poderão investir em

inovação e digitalização na indústria,

de modo que alavanquem

suas vendas e produtividade,

além de melhorarem a

competitividade no mercado.

Chaguri informou que a linha

possui uma taxa média de juros

de 8% a 8,5% ao ano, o que a torna

atrativa e reflete o compromisso

do BNDES em fornecer recursos

financeiros acessíveis e adaptados

às diversas necessidades do

desenvolvimento econômico e

tecnológico do Brasil, incentivando

inovação e sustentabilidade

através de seus programas de financiamento.

O departamento de financiamentos

da ABIMAQ atua também

como posto de informações do

BNDES, onde o principal objetivo

é esclarecer e orientar as empresas

associadas sobre as diversas opções

de linhas de crédito disponíveis

tanto no mercado interno quanto

no externo, adaptadas especificamente

para as necessidades das

empresas e de seus clientes.

Além disso, oferece suporte

no processo de cadastro de máquinas

e equipamentos e serviços

tecnológicos no Finame e no Cartão

BNDES. Recentemente, ampliou

os serviços para incluir a assistência

no novo programa Inovacred

4.0 da FINEP, que foca em

fomentar a inovação nas empresas

brasileiras através do financiamento

de desenvolvimentos tecnológicos

avançados.

BNDS MAIS INOVAÇÃO – DIFUSÃO TECNOLÓGICA

REDE DE BANCOS QUE JÁ ESTÃO OPERANDO COM A

LINHA DIFUSÃO TECNOLÓGICA:

› Itaú

› Bradesco

› BRDE (Banco Regional de

Desenvolvimento do Extremo Sul)

» Banco Votorantim

O QUE FINANCIA?

› Máquinas e Equipamentos com tecnologias avançadas;

› Serviços tecnológicos e bens de informática (PPB/Tecnologia Nacional -

Processo Produtivo Básico na forma de Portaria MCT nº 950);

› Cadastros do finame.

CONDIÇÕES?*

› PRAZOS: até 10 anos › CARÊNCIA: até 2 anos

› TAXA PRÉ OU PÓS-FIXADA: TR ou TFBTR

• MPME (até R$ 90 milhões) - 1,25% a.a.+ Spread AF

• Demais empresas - 2,5% a.a.+ Spread AF

• Spread AF - limitado a 5% a.a.

› BDMG (Banco de Desenvolvimento

de Minas Gerais)

› Banco Ribeirão Preto

› Banco Daycoval

* Ajustes conforme avaliação do parceiro repassador

Financiamento direto com o BNDES

para aquisição de Máquinas e Serviços

CONFIRA AS CONDIÇÕES:

AQUISIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE

BENS BAIXO CARBONO E MÁQUINAS

4.0 E SERVIÇOS INCENTIVADOS

Custo financeiro:

TLP, Selic ou Cesta

Remuneração BNDES:

0,9% a.a.

Taxa de risco de crédito:

Variável conforme risco do cliente e

prazos do financiamento

AQUISIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE

DEMAIS BENS E DE MATERIAIS

INDUSTRIALIZADOS, E PRODUÇÃO DE

BENS EM GERAL

Custo financeiro:

TLP, Selic ou Cesta

Remuneração BNDES:

1,3% a.a.

Taxa de risco de crédito:

Variável conforme risco do cliente e

prazos do financiamento

EQUIPAMENTOS IMPORTADOS

SEM SIMILAR

Custo financeiro:

TLP, Selic ou Cesta

Remuneração BNDES:

1,7% a.a.

Taxa de risco de crédito:

Variável conforme risco do cliente e

prazos do financiamento

O prazo total do financiamento

pode chegar:

› Até 16 anos, com até 3 anos de

carência para aquisição e

comercialização em geral.

› Materiais industrializados até 7 anos,

com até 2 anos de carência.

› Na aquisição de serviços o prazo

chega até 10 anos com até

2 anos de carência.

OBNDES lançou um novo produto,

BNDES Máquinas e Serviços,

que oferece financiamento

direto para a compra de máquinas e

equipamentos e de serviços de alto

valor agregado na mesma operação.

A solução, que substitui o BNDES

Finame Direto, amplia o escopo de

itens financiáveis e de clientes atendidos,

mantido o valor mínimo de R$

20 milhões para operações diretas e

o faturamento anual mínimo de R$

80 milhões. O crédito pode ser utilizado

em até 2 anos, ser prorrogado por

mais 1 ano.

Além do apoio à compra de máquinas

e equipamentos nacionais, a linha

passa a financiar a aquisição de serviços

intensivos em conhecimento e/ou

tecnologia – como os de pesquisa e desenvolvimento,

gestão empresarial,

engenharia, consultoria técnica e científica,

tecnologia da informação, entre

outros, bem como máquinas e equipamentos

importados sem similar fabricados

no país.

COMO SOLICITAR?

Antes do envio da solicitação de apoio

direto, é necessário que o cliente

possua habilitação junto ao BNDES.

Para isso, é necessário acessar

o Portal do Cliente

(https://tinyurl.com/344pjey2).

Habilitação

• Portal do cliente

• Análise cadastral

• Análise de risco de crédito

quando pertinente

Solicitação de financiamento

• Envio do pedido de financiamento

via Portal do Cliente

Análise

• Análise do pedido de financiamento

(estruturação da operação

análise de garantia quando couber

dentre outros aspectos)

• Análise jurídica do cliente e

intervenientes

Contratação

• Formalização do relacionamento

entre clientes e BNDES

Acompanhamento

• Liberação de recursos

• Acompanhamento contratual

» O Departamento de Financiamentos - DEFI está à disposição para esclarecer eventuais

dúvidas pelo e-mail defi@abimaq.org.br ou telefone: (11) 5582-6361 / (11) 91208-4276


16 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

COMÉrCIO EXTErIOr

gecex estabelece cota para importação

de 11 produtos do setor siderúrgico

Decisão determina

elevação para 25%

do imposto

de importação para

11 NCMs de aço

e estabelece cotas

de volume de

importação para

esses produtos

No dia 23 de abril, uma importante

decisão foi tomada

pelo Comitê Executivo

de Gestão (Gecex) da Câmara de

Comércio Exterior (Camex), afetando,

entre outras, diretamente

a indústria brasileira de máquinas

e equipamentos. Após um período

de intensos debates e análises

técnicas, o Gecex determinou, na

reunião do dia 23 de abril, a elevação

das alíquotas de imposto de

importação para alguns itens tarifários

de produtos siderúrgicos.

Com base nesta decisão, alíquotas

de imposto de importação de

25% serão aplicadas a 11 NCMs do

aço, para as importações que ultrapassarem

o volume estabelecido

nas cotas. Dessa forma, a tarifa

só sofrerá aumento quando as cotas

forem ultrapassadas. A medida

vale por 12 meses.

É importante destacar que,

dentre os 31 pleitos de elevação

tarifária por desequilíbrios comerciais

conjunturais apresentados,

somente 11 foram deferidos

(16 pleitos foram indeferidos e

outros 4 pleitos foram mantidos

na pauta do Gecex para análises

adicionais). Essa seleção cuidadosa

reflete a necessidade de considerar

uma variedade de fatores e

interesses, tanto da indústria nacional

quanto do cenário internacional.

O Gecex buscou, assim, o

equilíbrio e a tecnicidade indispensáveis

para uma decisão que

impacta diretamente a economia

do país.

Após análises das equipes técnicas,

foi concedida a majoração

às NCMs cujo volume de compras

externas, em 2023, tenha sido

superior em 30% à média das

compras ocorridas entre 2020 e

2022. Este é o caso das 15 selecionadas.

Dessas, as quatro NCMS

que seguem em avaliação apresentaram

variações de preço, que

exigirão novos estudos. A seguir,

destaca-se as NCMs que cujos

pleitos foram deferidos e as respectivas

cotas em toneladas (tabela

na página seguinte).

Nos próximos dias, será publicado

no Diário Oficial da União a

Resolução Gecex oficializando a

decisão do colegiado e uma Portaria

Secex regulamentando a utilização

das cotas.

A ABIMAQ reconhece a complexidade

dessa decisão e a importância

do setor siderúrgico para

a economia brasileira. Durante

os debates, foi afirmado o compromisso

de que não haveria aumentos

de preços decorrentes

dessa medida. Permaneceremos

atentos à aplicação das regras estabelecidas

e sua repercussão no

mercado ao longo dos próximos

doze meses.

Diante dessa decisão, é fundamental

manter um diálogo aberto

com o governo e a sociedade, buscando

sempre aumentar a competitividade

da indústria brasileira.

Somente com uma indústria mais

robusta e eficiente será possível

impulsionar a produção e as exportações,

gerando mais renda e

empregos de qualidade para toda

a sociedade. A ABIMAQ está comprometida

em contribuir para esse

esforço, enfrentando os desafios

e promovendo uma ampla

agenda de reformas que fortaleçam

o setor industrial do país.

A ABIMAQ reconhece

a complexidade dessa

decisão e a importância

do setor siderúrgico para

a economia brasileira.

Durante os debates,

foi afirmado o compromisso

de que não haveria

aumentos de preços

decorrentes dessa medida.

Permaneceremos atentos

à aplicação das regras

estabelecidas e sua

repercussão no mercado

ao longo dos próximos

doze meses.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

17

NCMS CUJOS PLEITOS FORAM DEFERIDOS E RESPECTIVAS COTAS EM TONELADAS

NCM

PRODUTO

NOME COMERCIAL

ALÍQUOTA

APROVADA

COTA

APROVADA

STATUS

7210.61.00

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm,

revestidos de ligas de alumínio-zinco

BOBINAS OU CHAPAS GALVALUME (AL-ZN)

- Largura superior a 600 mm

- revestidos de ligas de alumínio-zinco

25,0%

467.676

Deferimento

7210.49.10

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm,

folheados ou chapeados, ou revestidos,

galvanizados por outro processo, de espessura

inferior a 4,75 mm

BOBINAS OU CHAPAS GALVANIZADAS (HDG)

- Largura superior a 600 mm,

- Espessura inferior a 4,75 mm

- Revestidos, folheados, chapeados, galvanizados

25,0%

470.125

Deferimento

7209.16.00

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não

folheados ou chapeados, nem revestidos, em

rolos simplesmente laminados a frio, de

espessura superior a 1 mm, mas inferior a 3 mm

BOBINA LAMINADA A FRIO - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura entre 1 mm - 3 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

25,0%

177.356

Deferimento

7209.17.00

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, não

folheados ou chapeados, nem revestidos, em

rolos simplesmente laminados a frio, de

espessura igual ou superior a 0,5 mm, mas não

superior a 1 mm

BOBINA LAMINADA A FRIO - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura entre 0,5 mm - 1 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

25,0%

124.323

Deferimento

7208.37.00

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm,

laminados a quente, não folheados ou chapeados,

nem revestidos, em rolos, simplesmente

laminados a quente, de espessura >= 4,75 mm,

mas não superior a 10 mm

BOBINA LAMINADA A QUENTE - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura entre 4,75 mm - 10 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

25,0%

23.892

Deferimento

7208.38.90

Outros produtos laminados planos, de ferro ou

aço não ligado, de largura igual ou superior a 600

mm, não folheados ou chapeados, nem

revestidos, em rolos, simplesmente laminados a

quente, de espessura >= 3 mm, mas inferior a

4,75 mm

BOBINA LAMINADA A QUENTE - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura entre 3 mm - 4,75 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

25,0%

19.149

Deferimento

7208.39.10

Produtos laminados planos, de ferro ou aço não

ligado, de largura igual ou superior a 600 mm,não

folheados ou chapeados, nem revestidos, em

rolos, simplesmente laminados a quente,de

espessura inferior a 3 mm,com um limite mínimo

de elasticidade de 275 MPa

BOBINA LAMINADA A QUENTE - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura inferior a 3 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

- Com limite mínimo de elasticidade de 275 MPa

25,0%

29.116

Deferimento

7208.39.90

Outros produtos laminados planos, de ferro ou

aço não ligado, de largura igual ou superior a 600

mm, não folheados ou chapeados, nem

revestidos, em rolos, simplesmente laminados a

quente, de espessura inferior a 3 mm

BOBINA LAMINADA A QUENTE - Aço Carbono

- Largura superior a 600 mm

- Espessura inferior a 3 mm

- Não Revestidos/folheados/chapeados

25,0%

113.826

Deferimento

7213.91.90

Outros fios-máquinas de ferro ou aço não ligado,

de seção circular, de diâmetro inferior a 14 mm

FIO MÁQUINA - Aço Carbono

- Seção circular

- Diâmetro inferior a 14 mm

25,0%

158.929

Deferimento

7304.19.00

Outros tubos e perfis ocos, sem costura, de ferro

ou aço, dos tipos utilizados em oleodutos ou

gasodutos

TUBOS E PERFIS OCOS SEM COSTURA

- Utilizados em oleodutos ou gasodutos

25,0%

-

Mantido na pauta do Gecex

para análises adicionais

7304.29.39

Outros tubos de ligas de aços, não revestidos,

sem costura, para revestimento de poços, etc

TUBOS E PERFIS OCOS SEM COSTURA

- Não revestidos, para revestimento de poços, etc

25,0%

-

Mantido na pauta do Gecex

para análises adicionais

7306.19.00

Outros tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou

gasodutos

Tubos

25%

-

Mantido na pauta do Gecex

para análises adicionais

7306.69.00

Outros tubos soldados de seção não circular

Tubos

25%

-

Mantido na pauta do Gecex

para análises adicionais

7305.11.00

Tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou

gasodutos, soldados longitudinalmente por arco

imerso, de seção circular, de diâmetro exterior

superior a 406,4 mm, de ferro ou aço

Tubos

25%

1.688

Deferimento

7305.12.00

Outros tubos dos tipos utilizados em oleodutos ou

gasodutos, soldados longitudinalmente, de seção

circular, de diâmetro exterior superior a 406,4 mm,

de ferro ou aço

Tubos

25%

1.261

Deferimento


18 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

COMÉrCIO EXTErIOr

ABIMAQ participa da primeira reunião do CONEX

As relações econômico-comerciais Brasil-África foi pauta da discussão da reunião

No dia 23 de abril, foi realizada

a primeira reunião do

Conselho Consultivo do

Setor Privado (CONEX) da Câmara

de Comércio Exterior (CA-

MEX), que contou com presença

do vice-presidente e ministro do

Desenvolvimento, Indústria, Comércio

e Serviços, Geraldo Alckmin,

do Secretário Executivo do

MDIC, Márcio Elias Rosa, do secretário

executivo adjunto do

Ministério da Fazenda, Rafael

Dubeaux, do secretário de Promoção

Comercial, Ciência, Tecnologia,

Inovação e Cultura do

Ministério de Relações Exteriores,

Embaixador Laudemar Gonçalves

de Aguiar Neto, e da Secretária

Executiva da CAMEX,

Marcela Carvalho.

Presidida pelo MDIC, o Conex

é composto por representantes

dos ministérios da Fazenda e das

Relações Exteriores, além de 22

membros do setor produtivo. O

objetivo do conselho é assessorar

a Camex, por meio da elaboração

e do encaminhamento de estudos

e de propostas setoriais para aperfeiçoamento

da política de comércio

exterior, de investimentos e de

financiamento e de garantias às

exportações.

A pauta da reunião foi a as relações

econômico-comerciais Brasil-

África. No encontro, Alckmin destacou

que as relações com o continente

africano sofreram um verdadeiro

apagão nos últimos anos, pelo

recuo do Brasil em termos de

presença na África, e chamou a

atenção para as possibilidades e

oportunidades garantidas pela Nova

Indústria Brasil (NIB). “Vejo objetivos

e oportunidades convergentes

com as missões da Nova Indústria

Brasil: segurança alimentar,

descarbonização; exportação de

produtos de defesa; digitalização

de serviços públicos; cooperação

comercial na área de saúde, alimentos,

têxteis, máquinas e equipamentos,

dentre outros", afirmou.

Como membro do CONEX, José

Velloso, presidente executivo da

ABIMAQ, afirmou que no passado,

o setor teve grande destaque na exportação

de máquinas e equipamentos

para alguns países da África

por meio do Programa Mais Alimentos

Internacional. Enfatizou

também que é necessário reativar

o apoio do BNDES na exportação

de bens e serviços e que sem instrumentos

adequados de financiamento

e garantias as oportunidades

não serão alcançadas.

reunião do Conselho

de Comércio Exterior

da ABIMAQ

A reunião abordou a crise

cambial na Bolívia e as

possibilidades de solução para

o pagamento das exportações

brasileiras

OConselho de Comércio Exterior da

ABIMAQ recebeu o Sr. Francisco

Luz, Cônsul-Geral da Embaixada

da Bolívia, em sua reunião realizada

no dia 24 de abril. Durante o encontro,

o embaixador abordou os desafios

políticos e macroeconômicos

que a Bolívia vem enfrentando desde o

ano passado e que se agravaram nos últimos

meses, decorrentes da escassez de dólares

no país.

A escassez de dólares no país está causando dificuldades

no pagamento às empresas exportadoras.

Como resultado, houve um aumento significativo

nas taxas de transferências para o exterior, situando-se

em média entre 15% e 20%, o que elevou

os custos das operações.

Na reunião, Francisco informou aos associados

sobre alternativas potenciais para o pagamento das

moedas do país. No curto prazo, foi considerado

que as Câmaras de Comércio da Bolívia e o Banco

Mercantil Santa Cruz que têm um acordo operacional

com o Santander. O objetivo é criar contas com

um valor mínimo para a liquidação em

moeda local, ainda em fase inicial.

Já no longo prazo, a utilização do

SML (Sistema de Pagamento em Moeda

Local), que requer institucionalização

para que a Bolívia possa aproveitar

esse mecanismo de forma plena.

Outra alternativa mencionada foi sobre

a realização de um sistema de remessas

em reais e bolivianos que as Fintechs brasileiras

estão interessadas em criar para fornecer o pagamento

em moedas locais.

Ao fim, o embaixador respondeu a dúvidas e se

colocou à disposição para ajudar as empresas brasileiras

com dificuldades em suas operações.

Com o objetivo de provocar a atuação do Governo

nesse tema, o Departamento de Mercado Externo

está coletando informações sobre os empecilhos

encontrados nas operações comerciais com a

Bolívia. Ressaltamos que o preenchimento deste

formulário (https://tinyurl.com/329rfnbc) é fundamental

para termos dados concretos sobre o impacto

da crise cambial nas exportações brasileiras.


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

19

COMÉrCIO EXTErIOr

Em ação do projeto setorial BMS, empresas da cadeia

da mineração geram US$ 36,5 milhões em negócios

durante a rodada Internacional de Mineração

A segunda edição da ação, realizada entre os dias 3 e 5 de abril em Belo Horizonte, contou com a

participação de 32 empresas fabricantes e 10 compradores estrangeiros

Durante os três dias do evento,

Belo Horizonte foi palco de

uma ação importante do

Programa Brazil Machinery Solutions.

32 empresas brasileiras realizaram

261 reuniões, com 10 compradores

internacionais vindos da

Bolívia, Chile, Colômbia, México e

Peru, realizando US$ 8,3 milhões

em negócios, com expectativa de

mais US$ 36,5 milhões nos próximos

12 meses.

A Rodada Internacional de Mineração,

uma iniciativa do Programa

BMS, visa fortalecer as relações

comerciais entre fabricantes brasileiros

de máquinas e equipamentos

e compradores internacionais do

setor de mineração, selecionados

previamente por meio de um processo

de matchmaking especializado.

A segunda edição da ação contou

com um número maior de empresas

brasileiras, superando as 24

empresas brasileiras da edição de

2023, que ainda contou com 7 compradores

estrangeiros e gerou, entre

negócios realizados e expectativas

para os 12 meses seguintes, um total

de US$ 14 milhões.

Paulo Guerra, Gerente de Relações

Institucionais da ABIMAQ,

ressalta a importância estratégica

deste evento. “O sucesso das empresas

do projeto BMS na Rodada

Internacional de Mineração reforça

nossa missão de impulsionar o setor

brasileiro de máquinas e equipamentos

no mercado global. Nossa

estratégia incluiu a seleção cuidadosa

de compradores da América Latina

e a descentralização da rodada

para Belo Horizonte, um importante

polo da indústria de mineração.

Estamos orgulhosos do impacto positivo

alcançado e confiantes no potencial

de crescimento futuro dessas

parcerias internacionais”.

Senado Federal analisa

consolidação da

legislação aduaneira

O Projeto de Lei nº 508/2024 visa a consolidação

da legislação de comércio exterior

No dia 29 de fevereiro, o senador

Renan Calheiros

apresentou ao Senado Federal

o Projeto de Lei 508/24 (PL

508/24), que tem como objetivo

reunir em um único documento

legislativo, as principais regras relacionadas

ao comércio exterior.

O PL 508/24 busca simplificar a

legislação atualmente em vigor,

que é fragmentada, com o intuito

de reduzir dificuldades práticas e

operacionais, além de atualizar e

tornar mais acessível a regulamentação

do comércio exterior.

Segundo a justificativa da

proposição, as normas brasileiras

referentes ao comércio exterior

têm origem na década de

1960, e desde então têm sido modificadas

e editadas de forma dispersa,

o que prejudica a agilidade

desse mercado e a aplicação da

legislação pelos operadores do

comércio exterior. Nesse sentido,

o PL 508/24 pode desempenhar

um papel importante na

modernização das práticas do

comércio exterior no Brasil, possibilitando

aprimorar a legislação

e reduzir erros e custos nas

transações comerciais.

Apesar de oferecer uma

oportunidade de modernizar aspectos

obsoletos em relação ao

mercado globalizado e às demandas

atuais da indústria brasileira,

o projeto de lei não está alinhado

ao movimento de atualização e

reforma do sistema tributário

brasileiro, aprovada pela Emenda

Constitucional 132/23, ao

mencionar em seu texto tributos

como PIS e COFINS, que desaparecerão

com a reforma da legislação

tributária.

Em grande medida, o texto do

PL não cumpre o principal objetivo

a que se propõe, o de consolidar

a legislação de comércio exterior.

A proposição não está em

consonância com a Lei Complementar

nº 95/98, que estabelece

normas para a consolidação de

atos normativos, visto que, para

cumprir os requisitos de uma

consolidação, era esperado que o

Projeto integrasse todas as leis

pertinentes ao comércio exterior

em um único diploma legal e revogasse

formalmente as leis incorporadas

à consolidação, sem

modificação do alcance ou interrupção

da força normativa dos

dispositivos já existentes.

O PL 508/24 está atualmente

em análise na Comissão de Relações

Exteriores e Defesa Nacional

do Senado Federal (SF-CRE),

que deverá avaliar se a proposta

preserva o conteúdo original das

normas consolidadas.


20 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

COMÉrCIO EXTErIOr

» Projeto Imagem Agrishow 2024 » Projeto Comprador Agrishow 2024

Brazil Machinery Solutions (BMS) Impulsiona Negócios e

reputação Internacional da Indústria Brasileira de Máquinas

e Equipamentos na Agrishow 2024

As empresas apoiadas

pelo programa BMS

alavancam suas

negociações e reforçam

sua presença no

mercado global durante

a principal feira

agropecuária do Brasil,

recebendo a visita de

compradores e

jornalistas

internacionais

Duas ações distintas, focadas na

promoção da imagem internacional

e no estímulo aos negócios,

ocorreram simultaneamente na Agrishow,

a maior exposição de tecnologia

agropecuária da América Latina e do

Hemisfério Sul, realizada entre os dias

29 de abril e 03 de maio, em Ribeirão

Preto–SP. Estas iniciativas foram conduzidas

pelo projeto setorial de fomento

à exportação BMS, resultado da colaboração

entre a ABIMAQ (Associação

Brasileira da Indústria de Máquinas e

Equipamentos) e a ApexBrasil (Agência

Brasileira de Promoção de Exportações

e Investimentos).

O Projeto Imagem destaca-se como

uma dessas ações, por meio da

qual o programa BMS convidou três

jornalistas especializados vindos da

Argentina, Colômbia e Índia para visitarem

a Agrishow e conhecerem mais

sobre o setor de máquinas e equipamentos

agrícolas durante este evento

de proporções mundiais. Nesta iniciativa,

42 empresas brasileira participaram

da ação.

Outra ação de relevância é o Projeto

Comprador, que reuniu 16 representantes

de 11 países (África do Sul, Angola,

Bolívia, Colômbia, Equador, México,

Panamá, Peru, Tanzânia, Turquia

e Uruguai). Estes compradores, selecionados

previamente por meio de um

processo de matchmaking especializado,

tiveram a oportunidade de fortalecer

suas relações comerciais com as fabricantes

nacionais de máquinas e

equipamentos agrícolas associados ao

Programa BMS. Participam desta iniciativa

59 empresas brasileiras.

Ao longo da semana da Agrishow, a

22ª edição da Rodada Internacional de

Negócios foi responsável por 657 reuniões

entre compradores estrangeiros

e vendedores brasileiros. Os encontros

geraram US$ 9,42 milhões em negócios

e US$ 39,64 milhões como expectativas

para os próximos 12 meses, totalizando

US$ 49,06 milhões entre negócios realizados

e futuros. Esse número é um recordo

e totaliza um total de mais de

5000 reuniões ao longo das 22 edições

da ação.

Patrícia Gomes, Diretora Executiva

de Mercado Externo da ABIMAQ, destaca

a importância estratégica da participação

das empresas integrantes do

programa BMS na Agrishow 2024. “As

ações do BMS sempre trazem grandes

resultados aos participantes da Agrishow.

A execução do Projeto Imagem,

consolidada pela presença dos 3 jornalistas

estrangeiros, desempenha um papel

crucial na evidenciação das últimas

inovações e dos lançamentos das empresas

brasileiras fabricantes de tecnologia

da cadeia do agronegócio, na qual

o Brasil é reconhecido com destaque.

O Projeto Comprador Agrishow, a

maior iniciativa realizada pelo BMS, é

uma tradição estabelecida na feira,

aguardada ansiosamente por todos os

expositores anualmente. Durante essa

ação, os expositores têm a oportunidade

de encontrar e se reunir com distribuidores

e grandes compradores de todo

o mundo, especialmente da América

Latina e África, fortalecendo ainda mais

os laços comerciais e impulsionando o

mercado nacional e internacional”.

TrEINAMENTOS AbIMAQ

» Confira abaixo a programação de treinamentos disponíveis

para os meses de maio e junho de 2024.

» Site: www.abimaq.org.br/cursos » Tel.: (11) 5582-6321/6326 » E-mail: capacitacao@abimaq.org.br

Dia 13/05 das 9h às 17h → ONLINE -

Vendas de Alto Impacto por Telefone

Dias 14, 15, 16 e 17/04 das 14h às 18h →

ONLINE - NR12 - Gestão para

Fabricantes e Usuários - Atualizada até

2023

Dia 15/05 das 9h às 17h → ONLINE -

Gestão de Compras & Estoques

Dias 20 e 21/05 das 9h às 12h →

ONLINE - KPIs (Indicadores) para Área

Fiscal

Dias 22 e 23/05 das 14h às 18h →

ONLINE - Gestão de Conflitos para

Líderes

Dia 27/05 das 9h às 17h → ONLINE -

Fluxo de Caixa bem Administrado

Dias 27 e 28/05 das 09h às 18h →

PRESENCIAL - NBR ISO 13849 - 1 e 2

(Performance Level) Leitura e

interpretação/Aplicação e Uso da

Ferramenta Sistema

Dias 29 e 30/05 das 8h30 às 12h30 →

ONLINE - Analista de Comércio Exterior

- Módulos Importação e Exportação

Dias 05 e 06/06 das 09 às 12h →

ONLINE - Finanças para compradores I

Dia 07/06 das 9h às 17h → ONLINE -

Técnicas de Vendas e Prospecção

Comercial na Indústria de Máquinas e

Equipamentos

Dias 10, 11, 12 e 13/06 das 9h às 18h →

PRESENCIAL - NR12 ESPECIALISTA -

Apreciação de Riscos -

Atualização/2023


Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

INFORMAQ

21

ECONOMIA

» Departamento de competitividade, economia e estatística

Acesse as pesquisas e estudos especiais do setor. » Tel.: (11) 5582-6347

» Site: https://bit.ly/2TRFF5z » E-mail: deee@abimaq.org.br

Mais um mês de fraca atividade na indústria

de máquinas e equipamentos

› RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS

Dados do mês de março de 2024, da pesquisa Indicadores

Conjunturais da ABIMAQ, registraram

queda na receita líquida de vendas do setor de máquinas

e equipamentos em relação ao mês de fevereiro,

feitos os ajustes sazonais.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior também

houve encolhimento da receita, com isso, no

ano (1º tri/24) o setor acumulou queda de 21,3%.

O período houve queda na receita oriunda do

mercado interno e externo. Dentre os segmentos, o

pior desempenho se deu no fabricante de máquinas

agrícolas, para a indústria de transformação e para

infraestrutura e indústria de base

No mercado doméstico, o setor também acumulou

queda (-21,9%), mas observou estabilidade

na receita de vendas de componentes para bens de

capital e crescimento nas de máquinas para logística

e construção civil.

A expectativa é de que ao longo do ano, estes

setores e mais os de infraestrutura e a indústria

de transformação registrem resultados melhores,

contribuindo para aumento dos investimentos

em 2024.

Fatores como eleições municipais, obras relacionadas

ao PAC e políticas públicas recentemente

anunciadas têm o potencial de direcionar o país a

um novo ciclo de investimentos.

IMPORTAÇÃO

PRINCIPAIS ORIGENS DOS BENS IMPORTADOS

EUA

Alemanha

Itália

Japão

China

Coréia do

Sul

Anos

Participação

2007

22,4%

19,0%

8,9%

8,6%

6,9%

2,0%

› COMÉRCIO EXTERIOR

O mês de março de 2024 encerrou com um total

de US$ 1.018,36 milhões em exportações de máquinas

e equipamentos nacionais. Esse resultado veio

acima (+24,6%) do observado no mês de fevereiro

de 2024 (US$ 817 bi), anulando a queda observada

naquele período.

Apesar da melhora das exportações na ponta,

no ano (1º tri/24) o setor acumulou queda em relação

ao mesmo período de 2023. Em quantidades físicas

as exportações também registraram crescimento

no mês, mas queda no ano (+24,7% e -13,1%

respectivamente).

Esse desempenho nas exportações neste início

do ano, está relacionado ao real mais valorizado no

período (em relação ao primeiro trimestre de 2023

houve valorização de 4,7% (R$/US$5,2 contra

R$/US$5)) e, também, à base de comparação mais

elevada (em 2023 o setor nacional atingiu novo recorde

de exportação).

O mês de Março de 2024 registrou incremento

nas exportações de quase todos os segmentos monitorados

(6 dos 7). Houve no período, queda apenas

nas exportações de máquinas para infraestrutura

e indústria de base.

No ano (1º tri/24), por outro lado, houve queda

de forma quase que generalizada, com destaque para

o setor fabricante de máquinas para agricultura

que viu o seu resultado encolher 23% e máquinas

para logística e construção civil com queda de 15%.

Juntos estes dois segmentos representam mais de

40% do total exportado pela indústria brasileira de

máquinas e equipamentos.

A queda das exportações de máquinas e equipamentos

no primeiro trimestre do ano, em relação

ao 1º tri/23, foi em grande parte explicada pela redução

das compras pela América do Sul, notadamente

Argentina e Chile. Houve forte redução nas compras

de máquinas rodoviárias, máquinas agrícolas e

de máquinas para Óleo e Gás no período.

O mês de março de 2024 registrou crescimento

nas importações de máquinas e equipamentos.

Houve aumento das importações tanto

relação ao mês imediatamente anterior (13,9%)

quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior

(0,1%). No mês, foram importados US$ 2,4

bilhões em máquinas e equipamentos contra

US$ 2,1 bi em fev/24.

No período também houve crescimento das importações

medidas em quantidade física. Em relação

ao mês de fev24 o incremento foi de 16,9%.

No ano as importações de máquinas e equipamentos

foram equivalentes a US$ 6,9 bilhões, um

crescimento de 6,1% em relação ao primeiro trimestre

de 2023.

As importações, vêm nos últimos meses, ocupando

espaço crescente do mercado doméstico e

deslocando o produtor local.

Dentre os diversos tipos de máquinas adquiridas

do mercado internacional destacamos as direcionadas

para a fabricação de bens de consumo não

duráveis e semiduráveis que registraram crescimento

de 21,5% no primeiro trimestre do ano.

Houve aumento ainda nas importações de máquinas

direcionadas para infraestrutura (19,2%) e

para fabricação de bens duráveis (15,4%).

Entre as principais origens das importações,

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24*

Participação

2024

29,8%

16,5%

12,3%

7,6%

3,6%

1,4%

Fonte: SECEX. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. * até janeiro de 2024

China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking. A

China, em 2024 voltou a registrar crescimento no

mercado nacional, depois do leve recuo observado

em 2023 e se mantém como a principal origem das

importações de máquinas e equipamentos. Foi responsável

no primeiro trimestre do ano, por 29,8%

de todas as máquinas equipamentos que entraram

no Brasil, a maior parte (27%) de componentes utilizados

na reposição ou fabricação de outras máquinas,

22% máquinas para logística e construção civil,

20% máquinas para bens de consumo final.

Em março de 2024 o consumo aparente nacional

de máquinas e equipamentos, resultado da soma

da aquisição de bens produzidos localmente

com os importados, registrou nova queda na comparação

com o mesmo período do ano anterior (-

20,6%), com isso, no ano, os investimentos nacionais

encolheram 14,5%.

A desaceleração da atividade na agricultura e o

baixo nível de utilização da capacidade instalada

nos setores de bens de consumo duráveis e de bens

de capital continuam impactando negativamente as

decisões de investimentos nestes segmentos.

Na agricultura o consumo aparente de máquinas

encolheu 35% e na indústria de transformação a

queda foi de 6%.

No período, houve aumento no consumo de

máquinas e equipamentos nos setores fabricantes

de bens de consumo. No setor de logística e construção

civil os investimentos ficaram no mesmo

nível de 2023.


22 INFORMAQ Ano XXIII • nº 287 • Maio de 2024

rEFLEXÃO › PEDrO ESTEVÃO

Diretor de relações institucionais na Jacto S/A, membro do Conselho Administrativo da ABIMAQ e

presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

NA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS

E IMPLEMENTOS AgRÍCOLAS

Para o ano de 2024,

não se espera um aumento

nas vendas de máquinas

agrícolas, devido

principalmente aos

problemas enfrentados

pelos agricultores

em relação à rentabilidade.

No entanto, é importante

ressaltar que esses

desafios são passageiros

e que estruturalmente

o Brasil está bem

posicionado,

com estimativas

de aumento significativo

da área cultivada nos

próximos anos.

Osetor de máquinas e implementos agrícolas

no Brasil enfrenta um cenário desafiador

em 2024, marcado por uma série

de fatores que impactam diretamente a

rentabilidade dos agricultores e, consequentemente,

as vendas do segmento.

Um dos principais desafios é a queda nos

preços das commodities, especialmente de

produtos como soja e milho, que são fundamentais

para a economia agrícola brasileira.

Essa redução nos preços tem gerado uma menor

rentabilidade para os produtores, que

acabam adiando investimentos em novos

equipamentos.

Além disso, os altos juros praticados no

mercado, como os do ModerFrota, que atualmente

estão em 12,5%, também contribuem

para desestimular os agricultores a adquirir

novos maquinários. Muitos agricultores

acreditam que esperar por uma redução nas

taxas de juros poderia ser mais vantajoso a

longo prazo.

Outro fator que impactou negativamente

a rentabilidade dos produtores foi a quebra

de safra causada pela seca severa que atingiu

o Brasil. Essa condição climática adversa resultou

em menor produtividade e, consequentemente,

em menor rentabilidade para

os agricultores.

Essa conjuntura financeira e climática

também afetou as exportações de máquinas

agrícolas brasileiras, que estão concentradas

principalmente na América Latina. Países como

Argentina, Paraguai e Bolívia, importantes

mercados para as máquinas brasileiras, também

sofreram com a queda nos preços das

commodities e viram sua rentabilidade diminuir,

o que impactou negativamente a demanda

por novos equipamentos.

No mercado interno, as importações de

máquinas agrícolas também caíram, acompanhando

a redução na demanda interna. Setores

como o de máquinas de colheita de algodão

e acessórios foram os mais afetados.

Para o ano de 2024, não se espera um aumento

nas vendas de máquinas agrícolas, devido

principalmente aos problemas enfrentados

pelos agricultores em relação à rentabilidade.

No entanto, é importante ressaltar que

esses desafios são passageiros e que estruturalmente

o Brasil está bem posicionado, com

estimativas de aumento significativo da área

cultivada nos próximos anos. O ministério da

agricultura projeta um aumento de 20% a 30%

nas exportações de produtos agrícolas para os

próximos 10 anos. Para conseguirmos este aumento

será necessário um aumento de 18 milhões

de hectares na área plantada que representa

21% a mais na atual área.

As empresas do setor estão atentas às

oportunidades apresentadas pela demanda

por biocombustíveis, buscando desenvolver

máquinas que possam utilizar diferentes tipos

de combustíveis, como motor elétrico híbrido,

elétrico com etanol, diesel e biodiesel. Esse é

um mercado promissor e que pode impulsionar

a demanda por novos equipamentos agrícolas

nos próximos anos.

Apesar dos desafios enfrentados em

2024, a indústria de máquinas agrícolas no

Brasil tem potencial para se recuperar e continuar

crescendo, impulsionada pela necessidade

de maior eficiência e sustentabilidade

no campo.

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