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UNIVERSIDADE DO PORTO Faculdade de Letras - Repositório ...

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Pois os castella, diz o autor, "Mo são, afinal, senão al<strong>de</strong>ias com uma posição<br />

topográfica especial e vindas <strong>de</strong> um tempo passada" (ALARCÃO 1997: 137).<br />

Nos estudos <strong>de</strong> síntese inci<strong>de</strong>ntes nas áreas coinci<strong>de</strong>ntes ou limítrofes àquelas<br />

que estudamos, a existência <strong>de</strong> povoamento concentrado parece ser encarado pelos seus<br />

autores com concordância, exceptuando-se uma ou outra <strong>de</strong>rivação. Deste modo,<br />

Manuela Martins admitiu a existência <strong>de</strong> civitas, castella e povoados abertos,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo aliás uma íntima relação entre os vici e os povoados abertos (MARTINS<br />

1991). San<strong>de</strong> Lemos distinguiu civitates, vici, povoados e castros romanizados (LEMOS<br />

1993), ao passo que Lino Tavares <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a existência <strong>de</strong> civitas, vicus e al<strong>de</strong>ias<br />

(DIAS 1995: 246). Brochado <strong>de</strong> Almeida consi<strong>de</strong>rou existir uma divisão entre cida<strong>de</strong>s,<br />

castros romanizados, vici e povoados <strong>de</strong> tipo concentrado ou aberto, ainda que<br />

acautelando alguns povoados por serem tardios (ALMEIDA CAB 2003: 321-322).<br />

Assim, para gran<strong>de</strong> parte do Norte Português, a existência <strong>de</strong> civitates, vici,<br />

castella e al<strong>de</strong>ias é aceite por todos aqueles cujos estudos funcionam, para nós, como<br />

referencial, ainda que ao nível da precisão não haja homogeneida<strong>de</strong>. Quanto à evidência<br />

da concentração do povoamento, socorremo-nos da análise das dimensões do povoado,<br />

dispersão e qualida<strong>de</strong> dos vestígios que ocorrem no local, bem como das referências<br />

existentes aos mesmos.<br />

Dos habitats concentrados (Fig. 3) po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>ste período, com<br />

alguma fiabilida<strong>de</strong>, os casos <strong>de</strong> Fontão (Vila Franca), Paço (Santa Maria <strong>de</strong> Geraz do<br />

Lima), Nossa Senhora do Barco (Vitorino das Donas), Vilarinho (Seara), Louredo (Sá),<br />

Bouça do Crasto (Estorãos) e S. Gil (Perre). Caracterizam-se estes povoados pela não<br />

existência <strong>de</strong> fortificação ou pela sua dotação <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong>fensivas em fase mais<br />

tardia (Nossa Senhora do Barco - Vitorino das Donas e talvez S. Gil - Perre). São os<br />

povoados abertos, ou al<strong>de</strong>ias, se assumir-mos a existência nesta região <strong>de</strong> aglomerados<br />

<strong>de</strong> terceiro nível <strong>de</strong> dimensões diminutas, on<strong>de</strong> se construíram meia dúzia <strong>de</strong> habitações<br />

pertencentes a outras tantas famílias. Estas comunida<strong>de</strong>s asseguravam a sua subsistência<br />

recorrendo à agricultura e à pastorícia, mas no caso da Bouça do Crasto (Estorãos) e <strong>de</strong><br />

Roupeiras (Lanheses), po<strong>de</strong>-se muito bem associar a extracção mineira, dada a<br />

proximida<strong>de</strong>, respectivamente, da Corta <strong>de</strong> Casais (ALMEIDA CAB 1996: 113-115) e<br />

da área mineira da Bouça do Moisés (ALMEIDA CAB 1990: 205).<br />

Para além dos povoados abertos, também estão documentados focos<br />

populacionais concentrados em castella com ampla perduração, como parece ser o caso<br />

<strong>de</strong> S. João do Monte (Correlhã), Roques (Vila Fria/ Vila Franca/ Subportela) e Santa<br />

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