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UNIVERSIDADE DO PORTO Faculdade de Letras - Repositório ...

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do modus vivendi das comunida<strong>de</strong>s tardo-romanas, ela não foi notória; faz mais sentido<br />

falar <strong>de</strong> uma adaptação dos suevos às estruturas galaico-romanas: "aswnieran las<br />

formas y usos <strong>de</strong> la aristocracia galaico-romana, y <strong>de</strong> igual modo se integrarkm en los<br />

esquemas productivos dominantes" (DÍAZ MARTÍNEZ 1993: 219). Mas como<br />

enten<strong>de</strong>r a integração espacial dos suevos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste quadro integracionista?<br />

O Professor Ferreira <strong>de</strong> Almeida aludiu a certa altura às villae novas, fruto da<br />

re<strong>de</strong>finição entre ocupantes e ocupados (ALMEIDA CAF 1993: 194). Essa <strong>de</strong>finição<br />

espacial po<strong>de</strong>r-se-ia explicar pela reocupação dos castros e o surgimento <strong>de</strong> povoados,<br />

facto que até tem algum eco na nossa área em análise, mas disso trataremos mais à<br />

frente. A questão é que os poucos elementos existentes não permitem averiguar com<br />

segurança a exactidão daquelas palavras.<br />

O fortalecimento do reino suevo também passou pela política internacional.<br />

Ainda que não se possa ver o crescimento suevo como uma tentativa fugaz <strong>de</strong> fazer<br />

frente ao vizinho visigodo, é certo que os contactos encetados com os merovíngios e os<br />

bizantinos lhe <strong>de</strong>ram uma gran<strong>de</strong> força (ALMEIDA CAF 1993: 199). A conversão dos<br />

monarcas suevos ao catolicismo não foi mais que uma estratégia diplomática para<br />

reforçar aqueles laços e, daquela maneira, começar a sombrear um reino visigodo que<br />

dava sinais <strong>de</strong> espartilhamento fronteiriço e <strong>de</strong> fundas tensões internas. A vinda <strong>de</strong><br />

Márcio Martinho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Panónia até ao reino suevo surge certamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />

contexto <strong>de</strong> evangelização e maior reforço entre bizantinos e suevos (ALMEIDA CAF<br />

1993: 199).<br />

Se o relato <strong>de</strong> Idácio tivesse sido composto uma centena <strong>de</strong> anos mais tar<strong>de</strong>,<br />

certamente iria florear os anos que vão <strong>de</strong> 560 a 585 com os melhores signos <strong>de</strong><br />

presságios: a chegada <strong>de</strong> Martinho, <strong>de</strong>pois S. Martinho <strong>de</strong> Dume, coincidiria com a<br />

maior afirmação do po<strong>de</strong>rio suevo, tal como o seu ocaso. O panoniano está ligado à<br />

conversão dos suevos e ao gran<strong>de</strong> avanço do catolicismo, tal como Almeida Fernan<strong>de</strong>s<br />

notou no Parochiale Suevorum, "um instrumento martiniano, anti-heréticó"<br />

(FERNANDES 1967c: 278). Foi a conversão dos suevos ao catolicismo que esteve na<br />

base da sua extinção enquanto reino. Isto e a política <strong>de</strong> um dos mais importantes reis<br />

visigodos, Leovigildo.<br />

É importante abordar, por momentos, as importantes informações <strong>de</strong> índole<br />

administrativa eclesiástica contidas no Parochiale Suevorum, também <strong>de</strong>nominado<br />

Divisio Theo<strong>de</strong>miri e Concílio <strong>de</strong> Lugo (COSTA 1965: 16). Servia aquele documento<br />

para <strong>de</strong>finir as fronteiras das arquidioceses <strong>de</strong> Lucus e Bracara, a sua divisão por<br />

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