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Aviação e Mercado - Revista - 6

Confira nessa edição de Aviação e Mercado uma analisa da industria aeroespacial brasileira, o mercado de turismo e aviação, formação do pilotos, como preparar as empresas para eventuais acidentes aéreos, os efeitos da idade na aviação geral e uma analise sobre a força aérea israelense e muito mais...

Confira nessa edição de Aviação e Mercado uma analisa da industria aeroespacial brasileira, o mercado de turismo e aviação, formação do pilotos, como preparar as empresas para eventuais acidentes aéreos, os efeitos da idade na aviação geral e uma analise sobre a força aérea israelense e muito mais...

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<strong>Revista</strong> Multimídia<br />

Indústria Aeronáutica<br />

brasileira investindo em<br />

alta tecnologia<br />

Edição 06<br />

conhecendo a<br />

FORÇA<br />

AÉREA<br />

ISRAELENSE<br />

FORMAÇÃO DE<br />

PILOTOS PROFISSIONAIS<br />

E mais!


REVISTA MULTIMÍDIA<br />

No momento em que sentei<br />

na cadeira junto à minha<br />

mesa para escrever o editorial<br />

da edição 6 da <strong>Revista</strong><br />

Multimídia <strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong>,<br />

fiquei parado uns instantes<br />

pensando no que a<br />

Startup A350 significa para o<br />

mercado editorial da aviação<br />

e brasileiro, o que evoluiu<br />

até aqui, o que as 5 edições<br />

anteriores contribuíram.<br />

Também, qual a minha própria<br />

importância nesse processo,<br />

afinal eu decidi entrar<br />

nessa caminhada por livre<br />

arbítrio e em um momento<br />

de grande crise da economia<br />

e do mercado editorial como<br />

um todo, não só da aviação.<br />

E como sou movido a números<br />

e soluciono muitas questões<br />

com base neles, resolvi<br />

fazer um levantamento do<br />

número de leitores na plataforma<br />

<strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong><br />

durante o mês de fevereiro,<br />

um mês curto e com carnaval<br />

em seu final, e a resposta aos<br />

meus pensamentos veio com<br />

muita facilidade.<br />

25.493 VIEWS<br />

Estou no caminho certo e<br />

devo continuar evoluindo,<br />

aprendendo com as falhas e<br />

erros, investindo meu tempo<br />

(vida) e empreendendo<br />

nessa jornada da A350, bem<br />

como, continuar admirando<br />

e respeitando muito a todos<br />

que estão colaborando<br />

com seus conteúdos, tempo<br />

de vida, contribuindo com<br />

ideias e ajudando a distribuir<br />

o conteúdo a um maior número<br />

de leitores.<br />

Os números foram surpreendentes,<br />

no somatório<br />

(site+Face+Linkedin) totalizamos<br />

173.358 pessoas alcançadas<br />

e nossas edições totalizaram<br />

25.493 visualizações<br />

no somatório das 5 edições.<br />

Chegamos muito perto de<br />

bater 200.000 pessoas impactadas<br />

pela plataforma multimídia<br />

<strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong>. Já<br />

somos um cidade de tamanho<br />

médio, isso em apenas<br />

6 meses. Em 6 anos seremos<br />

uma megalópole. Nossos leitores<br />

vem de todos os continentes<br />

do globo terrestre.<br />

A edição seis trás algumas<br />

mudanças em seu designer,<br />

novos e contínuos colunistas<br />

com excelentes conteúdos,<br />

faremos um voo pela<br />

Força Aérea Israelense demonstrando<br />

suas competências<br />

que podem e devem ser<br />

aplicada nas gestões empresariais,<br />

tratamos do papel<br />

do comandante em caso de<br />

descontrole de passageiros,<br />

os números e a importância<br />

da indústria aeroespacial<br />

brasileira, o despreparo das<br />

empresas para tratar dos acidentes<br />

aéreos que ocorrem<br />

com seus profissionais enquanto<br />

viajam a trabalho, as<br />

mudanças que estão acontecendo<br />

no mercado de formação<br />

de pilotos, a importância<br />

do mercado da aviação e do<br />

turismo para o PIB brasileiro,<br />

a história da TAAG e o impacto<br />

da idade para o trabalho<br />

dos pilotos, dentre outros.<br />

Boa experiência multimídia<br />

com a edição 6 de <strong>Aviação</strong> e<br />

<strong>Mercado</strong>!!<br />

Capa<br />

DEZ LIÇÕES DA FORÇA<br />

AÉREA ISRAELENSE PARA<br />

APLICAR NA SUA VIDA E<br />

NOS NEGÓCIOS<br />

36<br />

O COMANDANTE PODE<br />

DESEMBARCAR QUALQUER<br />

PASSAGEIRO? 06<br />

A IMPORTÂNCIA DA AVIAÇÃO E DO TURISMO<br />

PARA A ECONÔMIA BRASILEIRA 10<br />

UMA ANALISE DA INDUSTRIA AÉREA BRASILEIRA<br />

E OS INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA 16<br />

ACIDENTE AÉREO – O DESPREPARO DAS EMPRESAS<br />

E INSTITUIÇÕES PARA LIDAR COM O TEMA 28<br />

VENDA SEU VOO COM O CMTE OTAVIANO JUNIOR 54<br />

ENTREVISTA COM DENIS<br />

BIANCHINI, EM “COM A<br />

PALAVRA O PRESIDENTE”<br />

56<br />

FORMAÇÃO DE PILOTOS EM MANAUS<br />

E O MERCADO DE TRABALHO 62<br />

TAAG – 75 ANOS DE HISTÓRIA 68<br />

DUAS ERAS DE FORMADORES DE PILOTOS<br />

E OS NOVOS RUMOS PARA FORMAÇÃO DE PILOTOS 76<br />

PROGRAMA “AÉRO, POR TRÁS DA AVIAÇÃO”<br />

ESTÁ DE VOLTA EM SEGUNDA TEMPORADA 92<br />

Presidente e Editor<br />

Vilso Ceroni<br />

Adm/Financeiro<br />

Nivea Ceroni<br />

nívea@grupoc.com.br<br />

Proj. Gráfico, Web Design<br />

e Diagramação<br />

Pedro R. de Oliveira<br />

Redação<br />

redacao@aviacaoemercado.com.br<br />

Comercial e Marketing<br />

55 11-3467-6504<br />

contato@aviacaoemercado.com.br<br />

Repres. Comercial em Manaus<br />

Jone Cavalcante Dirane<br />

55 92 9 9172-8682<br />

diraneaviacao@gmail.com<br />

Colaboradores:<br />

• Angelo Flavio Panzo<br />

• Carlos Vinicius Barbosa<br />

• Elisandro Souza<br />

• Jone Cavalcante Dirane<br />

• Paulo Machado<br />

• Raquel Câmara Luciano<br />

• Robinson Farinazzo Casal<br />

• Sandra Assali<br />

• Vivien Aparecida<br />

Vilso Ceroni<br />

ENVELHECIMENTO<br />

Presidente e Editor<br />

DE PILOTOS NA<br />

AVIAÇÃO GERAL E<br />

AS PRECAUÇÕES QUE<br />

DEVEM SER TOMADAS<br />

Corazza da Costa<br />

84<br />

2 AVIAÇÃO & MERCADO AVIAÇÃO & MERCADO 3


O COMANDANTE<br />

PODE DESEMBARCAR QUALQUER PASSAGEIRO?<br />

Está cada vez mais comum o<br />

surgimento de desagradáveis<br />

‘surpresas’ às tripulações,<br />

causadas por passageiros inconvenientes<br />

que, de alguma<br />

forma, comprometem a<br />

“boa ordem do voo e a disciplina”<br />

a bordo. Muitos deles<br />

famosos, que, após causarem<br />

algum tumulto, dizem ser vítimas<br />

de despreparo da tripulação,<br />

de preconceito ou<br />

de qualquer outro pretexto<br />

imputável aos tripulantes.<br />

Embora as empresas se esforcem<br />

para evitar ou minimizar<br />

acontecimentos do<br />

tipo, em algumas situações<br />

é praticamente impossível<br />

chegar a uma rápida e tranquila<br />

solução diante de um<br />

passageiro truculento, que<br />

se nega a seguir as normas e<br />

recomendações de segurança<br />

transmitidas pela tripulação,<br />

não restando alternativas<br />

ao comandante senão o<br />

desembarque da(s) pessoa(s)<br />

envolvida(s) e eventual auxílio<br />

policial.<br />

A grande questão é: O comandante<br />

tem o poder de<br />

desembarcar passageiros<br />

nestes casos?<br />

O comandante geralmente<br />

é o piloto mais antigo, que<br />

ocupa o assento esquerdo<br />

da cabine de comando e tem<br />

sob sua responsabilidade a<br />

segurança do avião, de sua<br />

tripulação, das bagagens e<br />

dos passageiros por ele transportados.<br />

Na teoria, podemos<br />

considerar que é o piloto<br />

mais experiente a bordo. Os<br />

demais membros da tripulação<br />

são subordinados técnica<br />

e disciplinarmente ao comandante<br />

da aeronave, inclusive<br />

para fins trabalhistas.<br />

As atitudes e a postura desse<br />

profissional no trabalho devem<br />

refletir suas virtudes, que<br />

são inerentes ao seu caráter. As<br />

empresas prezam características<br />

como serenidade, equilíbrio,<br />

temperança, capacidade<br />

de ponderação e análise com<br />

imparcialidade. São qualidades<br />

que devem fazer parte da<br />

bagagem de quem comanda<br />

uma aeronave, ultrapassando<br />

a fuselagem e a rotina de um<br />

cockpit. Um bom profissional,<br />

que estuda e está determinado<br />

a evoluir, por mais que<br />

não queira, acaba adquirindo<br />

educação, cultura, bom senso<br />

e práticas de convivência har-<br />

moniosa. Tais qualidades devem<br />

fazer parte constante do<br />

cotidiano de um profissional de<br />

aviação, no trabalho, na família<br />

e na vida social.<br />

Mas, superados os requisitos<br />

morais intrínsecos da carreira<br />

de um comandante, que não<br />

conseguiremos localizar na<br />

legislação, este profissional<br />

possui uma gigantesca responsabilidade,<br />

que também<br />

ultrapassa o comando técnico<br />

do voo. O CBA e a Lei do Aeronauta<br />

trazem uma série de<br />

determinações e responsabilidades<br />

aos comandantes de<br />

aeronaves.<br />

Toda aeronave deve obrigatoriamente<br />

ter a bordo um comandante,<br />

que será membro<br />

da tripulação, designado pelo<br />

proprietário (quem possui a<br />

Tumulto<br />

Lufthansa<br />

propriedade da aeronave) ou<br />

explorador (empresa ou pessoa<br />

física que está utilizando<br />

a aeronave no momento do<br />

voo) e que será seu preposto<br />

durante a viagem.<br />

O comandante é o responsável<br />

pela operação e pela segurança<br />

da aeronave. A autoridade<br />

inerente à função é<br />

exercida desde o momento<br />

em que se apresenta para o<br />

voo até o momento em que<br />

entrega a aeronave, concluída<br />

a viagem. No caso de pouso<br />

forçado, a autoridade do<br />

comandante persiste até que<br />

as autoridades competentes<br />

assumam a responsabilidade<br />

pela aeronave, pessoas e coisas<br />

transportadas.<br />

Vemos que as responsabilidades<br />

de um comandante são<br />

Comandante da GOL<br />

discute com passageiro<br />

grandes. Desde a apresentação<br />

para o voo até o momento<br />

em que entrega a aeronave,<br />

o comandante exerce autoridade<br />

sobre todas as pessoas<br />

e coisas que se encontrem a<br />

bordo, cabendo a ele definir<br />

os procedimentos necessários<br />

para controlar os excessos ou<br />

inconvenientes dos passageiros<br />

mais exaltados, podendo:<br />

1. desembarcar qualquer coisa<br />

ou pessoa, desde que comprometa<br />

a boa ordem, a disciplina,<br />

ponha em risco a seguran-<br />

Texto: Carlos<br />

Vinicios Barbosa<br />

6 aviação & mercado aviação & mercado 7


Cantor Tico Santa Cruz<br />

discute no voo da GOL<br />

Imagem livre na web.<br />

ça da aeronave ou das pessoas<br />

e bens a bordo;<br />

2. tomar as medidas necessárias<br />

à proteção da aeronave e<br />

das pessoas ou bens transportados;<br />

e<br />

3. adiar ou suspender a partida<br />

da aeronave, quando julgar<br />

indispensável à segurança<br />

do voo.<br />

Confusão em voo da Gol com o cantor<br />

Tico Santa Cruz<br />

8 aviação & mercado<br />

O comandante poderá adotar<br />

os procedimentos acima quando<br />

o passageiro:<br />

• atacar, intimidar ou ameaçar,<br />

verbal ou fisicamente, um tripulante<br />

ou outra pessoa a bordo;<br />

• beber até se embriagar;<br />

• recusar-se a seguir recomendações,<br />

como desligar o celular,<br />

colocar a poltrona na posição<br />

vertical ou afivelar o cinto;<br />

• ingerir bebida alcoólica que<br />

não seja fornecida pela companhia<br />

aérea;<br />

• causar danos à propriedade<br />

propositadamente, etc.<br />

É bom lembrar que já no check<br />

in a companhia aérea pode<br />

negar o embarque do passageiro<br />

que demonstre comportamento<br />

inadequado e que<br />

aparente estar sob efeito de<br />

álcool. Neste caso, as empresas<br />

costumam encaminhá-lo<br />

à enfermaria do aeroporto e,<br />

posteriormente, acomodá-lo<br />

em outro voo.<br />

A bordo da aeronave, antes<br />

mesmo da decolagem, cabe<br />

ao comandante, autoridade<br />

máxima, o poder de impedir o<br />

embarque ou autorizar o desembarque<br />

de qualquer passageiro<br />

que agir com conduta<br />

inadequada, comprometendo<br />

a boa ordem e a disciplina a<br />

bordo. Em casos extremos, ele<br />

pode se valer de apoio policial,<br />

acionando a Polícia Federal,<br />

ou autoridade policial<br />

local, para a retirada do passageiro.<br />

Caso o incidente ocorra durante<br />

o voo, o comandante pode<br />

desembarcar o passageiro na<br />

primeira escala ou, se necessário,<br />

alterar a rota do voo para<br />

retirá-lo da aeronave.<br />

As decisões acima tomadas<br />

pelo comandante deverão ser<br />

lançadas no diário de bordo<br />

e comunicadas à autoridade<br />

aeronáutica o quanto antes<br />

possível.<br />

Todos esses procedimentos<br />

são de suma importância para<br />

a manutenção e elevação dos<br />

níveis de segurança de voo,<br />

pois não se pode tolerar que<br />

uma conduta irresponsável de<br />

um passageiro possa prejudicar<br />

os demais, que contrataram<br />

o voo esperançosos por<br />

uma viagem agradável, rápida<br />

e segura, sendo responsabilidade<br />

do comandante proteger<br />

os passageiros, inclusive,<br />

deles mesmos. m


A IMPORTÂNCIA DA<br />

AVIAÇÃO E DO TURISMO<br />

PARA A ECONÔMIA BRASILEIRA.<br />

O turismo e a aviação<br />

impulsionam PIB nacional<br />

ao mesmo tempo em que<br />

os brasileiros buscam<br />

alternativas mais baratas<br />

em suas viagens.<br />

Texto: Raquel Câmara Luciano<br />

Pesquisa mostra como esse<br />

setor tem influência sobre a<br />

economia nacional e o que<br />

os brasileiros estão fazendo<br />

para manter a rotina de viagem<br />

apesar da crise.<br />

O Brasil sempre foi considerado<br />

um dos maiores mercado da<br />

aviação mundial. E com o crescimento<br />

da classe média em<br />

anos passados, muitas pessoas<br />

deixaram de lado as viagens<br />

de ônibus e buscaram as áreas<br />

para o turismo doméstico.<br />

Também, com o crescimento<br />

da renda, o brasileiro começou<br />

a voar mais para diversas<br />

regiões, até mesmo internacionalmente.<br />

De acordo com a Assessoria<br />

de Imprensa do Ministério do<br />

Turismo, um estudo da Associação<br />

Internacional de Transporte<br />

Aéreo (Iata) mostra que<br />

em 2013 o Brasil foi o 3° maior<br />

mercado da aviação mundial.<br />

Mas a crise chegou e afetou<br />

o setor de turismo e viagens,<br />

Assim, com cenário macroeconômico<br />

em queda, a trajetória<br />

de crescimento do mercado<br />

aéreo brasileiro veio a<br />

cair, e hoje o país ocupa a 7º<br />

posição do mundo.<br />

O Ministério informou que<br />

para cortar custos, houve<br />

uma queda na redução das<br />

operações prestadas pelas<br />

companhias aéreas. Por isso,<br />

o Governo considera a retomada<br />

do crescimento da aviação<br />

nacional como um dos<br />

principais assuntos a serem<br />

destacados. Eles defendem a<br />

abertura das empresas ao capital<br />

estrangeiro, que iria ampliar<br />

a conectividade aérea,<br />

levando mais turistas dentro<br />

de destinos brasileiros.<br />

Uma pesquisa de 2016 registra<br />

que o Brasil atualmente<br />

receba cerca de 206 milhões<br />

de viagens domésticas, e que<br />

mais 6,6 milhões de estrangeiros<br />

pousaram em nosso território.<br />

Também, mais da metade<br />

dos viajantes (50,8%), que<br />

se desloca pelo país. buscam<br />

destinos regionais, e os fazem<br />

de avião.<br />

15 lugares para<br />

conhecer no Brasil<br />

Panorama da Avião<br />

para o PIB<br />

Com essa demanda, não é de<br />

se admirar que o turismo possa<br />

ser considerado o grande<br />

propulsor no crescimento do<br />

PIB no Brasil. O Governo também<br />

nos informa que, o turismo<br />

participa com 3,7% no<br />

PIB do país e gera quase 3,2<br />

milhões de empregos.<br />

Uma recente pesquisa realizada<br />

ABEAR (Associação<br />

Brasileira das Empresas Áreas)<br />

trouxe um panorama de<br />

como funciona esse mercado.<br />

Sob encomenda da International<br />

Air Transport Association<br />

(IATA), a Oxford Economics<br />

produziu mais de 50<br />

estudos englobando diferentes<br />

regiões e países do mundo,<br />

dentre os quais o Brasil.<br />

Assim, foi identificado que,<br />

sem a participação do transporte<br />

aéreo, o turismo teria<br />

expressão econômica muito<br />

menor. Os resultados mostram<br />

que o transporte aéreo<br />

correspondem por 2,7% do<br />

PIB e mais de 5 milhões de<br />

10 aviação & mercado aviação & mercado 11


Elisandro Souza Elisandro Souza<br />

Elisandro Souza<br />

empregos, R$ 47 bilhões em<br />

salários e mais de R$ 20 bilhões<br />

em impostos anuais.<br />

Turismo regional<br />

continua em alta<br />

Com o aumento do dólar,<br />

queda na renda e outros fatores<br />

abalados com a crise na<br />

economia, o brasileiro deixou<br />

de viajar para o exterior e resolveu<br />

gastar o dinheiro dentro<br />

do país.<br />

Em conversa com um gerente<br />

de vendas de uma grande<br />

agência de viagens brasileira,<br />

no ano de 2016 o número<br />

de viagens dentro do país foi<br />

maior do que para o exterior.<br />

As pessoas que tinham o costume<br />

de todas as férias tirarem<br />

aquela data para a tradicional<br />

viagem em família buscaram<br />

12 aviação & mercado aviação & mercado 13


Melhores destinos do Brasil<br />

destinos mais em conta, como<br />

o Nordeste brasileiro.<br />

Ele informou também que,<br />

mesmo com a crise as pessoas<br />

não deixaram de viajar,<br />

apenas mudaram o roteiro. E<br />

que com a ajuda desse público,<br />

conseguiu fechar o ano de<br />

2016 com saldo positivo para<br />

a loja que gerencia no estado<br />

do Rio de Janeiro.<br />

Elisandro Souza<br />

Mudança de rotas<br />

Muitas companhias áreas tiveram<br />

que se adequar as atuais<br />

necessidades do consumidor.<br />

Grandes empresas que faziam<br />

a tradicional rota Brasil – EUA<br />

diminuíram sua carga de voo,<br />

sabendo que no momento o<br />

turismo nacional é a grande<br />

busca nas agências de viagem.<br />

Muito se falou sobre a crise<br />

em diversas companhias, e<br />

isso é um fato. Com esse enxugamento<br />

no público consumidor,<br />

houve uma diminuição<br />

no número de rotas, mas<br />

o mercado de turismo ainda<br />

continua sendo aquele que<br />

pode impulsionar a economia<br />

nacional, e por isso se espera<br />

tanto seu reerguimento.<br />

O que tem que ficar claro é<br />

que o Brasil é rico no setor de<br />

turismo e por isso não deve<br />

ser esquecido. Os investimentos<br />

precisam ser aplicados, as<br />

mudanças autorizadas, porque<br />

só assim o país voltará ao<br />

patamar antes alcançado e<br />

desejado. m<br />

14 aviação & mercado aviação & mercado 15


A INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA<br />

INVESTINDO EM ALTA TECNOLOGIA E<br />

MUDANDO A FORMA DE SE RELACIONAR<br />

COM SEUS FORNECEDORES<br />

De acordo com a levantamento<br />

da ABDI os dados revelam que o<br />

Brasil não pode mais ser apenas um<br />

produtor de commodities e o setor<br />

da indústria aeronáutica brasileira<br />

é um exemplo de politica industrial<br />

em desenvolvimento que demonstra<br />

que o Brasil pode sim transformar,<br />

produzir e exportar além de<br />

commodities.<br />

Por: Vilso Ceroni<br />

DADOS DO SETOR<br />

AERONÁUTICO<br />

Tamanho do PIB<br />

desse mercado: US$ 7 bilhões,<br />

o que representa algo<br />

como 2% do PIB geral do país.<br />

Importações 2016: o percentual<br />

de participação do<br />

aeronáutico nas importações<br />

totais brasileiras equivale<br />

a 3,2%.<br />

Postos de trabalho: aproximadamente<br />

no país um total<br />

de 50 mil empregos diretos e<br />

indiretos.<br />

A Embraer deverá fazer investimentos<br />

importantes em<br />

virtude do desenvolvimento<br />

da sua nova geração de jatos<br />

comerciais, o E-2, (em<br />

torno de R$ 3,5 bilhões),<br />

bem como pela continuidade<br />

dos projetos de novos jatos<br />

executivos (Legacy 450 e<br />

500) e da conclusão do desenvolvimento<br />

(certificação<br />

e implantação da capacidade<br />

produtiva) do cargueiro<br />

militar KC-390.<br />

Perspectivas 2017:<br />

Exportações 2016: o percentual<br />

Estimados investimentos da<br />

Número de indústrias: Em<br />

de participação do se-<br />

ordem de R$ 12 bilhões en-<br />

torno de 160 empresas compõem<br />

tor nas exportações totais foi tre 2015-2018, decorrentes<br />

o APL aeronáutico bra-<br />

3,9% - US$ 7.259.818.457 FOB). do programa FX-2 (novo<br />

sileiro; 120 sediadas em São<br />

Em relação a 2015 houve um caça da Força Aérea Brasileira<br />

José dos Campos e o restante<br />

aumento de 2,3% da participação<br />

– FAB) e de novos projetos<br />

espalhadas por municípios de<br />

das peças aeronáuticas no em fase de desenvolvimen-<br />

SP, RJ, MS, PR, RS e MG.<br />

total de exportações do setor. to nas empresas do setor.<br />

16 aviação & mercado aviação & mercado 17


Embraer E2<br />

O setor aeronáutico no Brasil<br />

vam por meio e em função nas redes globais como em ou-<br />

total de 50 mil empregos dire-<br />

145, E-Jets, Sistema Astros etc. acordo justo e que beneficie<br />

se destaca por sua alta in-<br />

de produtos, mercados, eficitros<br />

países: muitas delas não<br />

tos e indiretos.<br />

O setor também conta com os envolvidos. Para facilitar<br />

tensidade tecnológica, altos ência, qualidade ou por sua conseguiram diversificar atividades<br />

A indústria aeronáutica é reconhecidos institutos e cen-<br />

este processo, grandes orga-<br />

investimentos em P,D&I, elevado<br />

capacidade de aprendizado<br />

e portfólio de clientes,<br />

reconhecida mundialmente tros de pesquisa que detêm nizações têm investido em pe-<br />

grau de exportação de e de implementação de mu-<br />

e dependem quase exclusiva-<br />

como uma atividade industrial excelente base tecnológica, quenas ou médias empresas, e<br />

produtos, além da grande danças, na busca de sua competitividade<br />

mente da fabricante de aviões.<br />

que gera alta agregação de em diversas regiões do país. até mesmo estimulado novos<br />

potencialidade de transbordamento<br />

de tecnologias para e oportunidades<br />

de ingresso em novos mercados.<br />

Neste setor, a Embraer é a principal<br />

responsável pela geração<br />

valor, geradora de empregos<br />

de alto nível, sendo percebi-<br />

A Embraer lidera a nova forma<br />

de relacionamento entre em-<br />

empreendimentos, para que<br />

consiga materiais de qualida-<br />

Além disso, as pequenas outros setores industriais. O<br />

de emprego e renda nesse seda<br />

como alto valor estratégipresas,<br />

através do programa de, com um custo mais baixo.<br />

setor movimenta cerca de US$ e médias empresas fornecedoras<br />

tor de alta tecnologia, que<br />

co para os fabricantes globais PDCA, onde, passou a inves-<br />

O estimulo a inovação nestes<br />

da cadeia produtiva ae-<br />

7 bilhões, o que representa<br />

gera produtos de altíssimo va-<br />

Airbus, Boeing e a canadense tir e apoiar empresas menores momentos, surge como uma<br />

algo como 2% do PIB geral do ronáutica brasileira têm uma lor agregado. Tal fato traz rebatimentos<br />

Bombardier. No Brasil, o setor que formam sua cadeia de for-<br />

alternativa muito interessan-<br />

país. Em 2016, o percentual particularidade que merece<br />

para sua rede de<br />

é reconhecido por sua reconecedores,<br />

ganhando agilidate,<br />

pois é a partir desta decisão<br />

de participação do setor nas ser observada na sua relação fornecedores e parceiros industriais,<br />

nhecida inteligência de merde,<br />

escala e maior tecnologia. que a empresa pode ganhar<br />

exportações totais foi 3,9% - que precisam acompacado,<br />

com a empresa integradora<br />

quer seja a capacidade Isso demonstra que o setor ae-<br />

um espaço no mercado, ainnhecida<br />

(US$ 7.259.818.457 FOB). Em do setor. A despeito de abrigar<br />

nhá-la pari passu na vanguar-<br />

da empresa líder de reconheroespacial<br />

brasileiro está atuda<br />

não explorado. “As gran-<br />

relação a 2015 houve um aumento<br />

a Embraer, terceira maior da da tecnologia aeronáutica.<br />

cer nichos do mercado global alizado com a maneira de se des empresas estão buscando<br />

de 2,3% da participação<br />

fabricante de jatos comerciais Segundo dados da Associação<br />

e investir nos que possuem fazer negócios e tem mudado alternativas para estimular a<br />

das peças aeronáuticas no<br />

total de exportações do setor.<br />

As empresas deste setor ino-<br />

do mundo, a cadeia de suprimentos<br />

nacional de pequeno<br />

e médio porte, não se inseriu<br />

das Indústrias Aeroespaciais do<br />

Brasil (AIAB), esse setor gera<br />

aproximadamente no país um<br />

alta probabilidade de sucesso.<br />

Exemplos disso são as aeronaves<br />

Bandeirante, Brasília, ERJcom<br />

o passar do tempo.<br />

Hoje é necessário preparação<br />

e competência para fazer um<br />

inovação. Uma delas são os<br />

spin-offs, projetos inovadores<br />

que surgem dentro de uma<br />

18 aviação & mercado aviação & mercado 19


A história da indústria<br />

aeronáutica brasileira<br />

grande empresa, porém, acabam<br />

ganhando uma identidade<br />

própria por meio da constituição<br />

de uma nova empresa.<br />

Sendo que esta está ligada a<br />

organização de origem, mas<br />

com maior autonomia para<br />

desenvolver seus projetos”,<br />

afirma Erlon Labatut, professor<br />

de empreendedorismo do<br />

ISAE – Escola de Negócios.<br />

A relação entre fornecedores<br />

acaba sendo diferente quando<br />

há essa aproximação de<br />

uma grande empresa. Assim,<br />

o empreendimento que está<br />

surgindo, ou crescendo, acaba<br />

tornando-se uma importante<br />

parceria para quem está investindo.<br />

Uma das vantagens<br />

são novas soluções desenvolvidas<br />

especialmente para aquela<br />

empresa. “Normalmente<br />

não existe uma exclusividade,<br />

mas a preferência de ter<br />

acesso primeiro pode ser um<br />

diferencial relevante em um<br />

cenário de rápidas mudanças<br />

como o que vivemos hoje. Em<br />

algumas situações a grande<br />

empresa atua como uma investidora<br />

adquirindo parte da<br />

fornecedora, finaliza Labatut.<br />

Os investimentos do setor<br />

são direcionados basicamente<br />

pelas demandas do mercado<br />

e pelos elevados montantes<br />

envolvidos para a amortização<br />

gradual ao longo dos longos<br />

ciclos dos produtos – em<br />

geral, de 15 a 25 anos. Estão<br />

estimados investimentos da<br />

ordem de R$ 12 bilhões entre<br />

2015-2018, decorrentes do<br />

programa FX-2 (novo caça da<br />

Força Aérea Brasileira – FAB)<br />

e de novos projetos em fase<br />

de desenvolvimento nas em-<br />

20 aviação & mercado aviação & mercado 21


presas do setor. A Embraer<br />

deverá fazer investimentos<br />

importantes em virtude do<br />

desenvolvimento da sua nova<br />

geração de jatos comerciais,<br />

o E-2, (em torno de R$ 3,5 bilhões),<br />

bem como pela continuidade<br />

dos projetos de novos<br />

jatos executivos (Legacy<br />

450 e 500) e da conclusão do<br />

desenvolvimento (certificação<br />

e implantação da capacidade<br />

produtiva) do cargueiro militar<br />

KC-390. Além desses projetos,<br />

a empresa também realiza<br />

investimentos em pesquisa<br />

e desenvolvimento (P&D) de<br />

novas tecnologias, nem sempre<br />

associadas a um produto<br />

específico, mas que poderão<br />

vir a ser integradas a seus projetos<br />

no futuro (P&D – pré-<br />

-competitivo).<br />

Apesar dos investimentos previstos<br />

para os próximos anos,<br />

o setor vem sofrendo com a<br />

dificuldade de se atrair investimentos<br />

de risco, com prazos<br />

de carência maiores que 10<br />

anos. Destaque-se que nos países<br />

centrais, os fabricantes aeronáuticos<br />

recebem subsídios<br />

naturais via compras governamentais<br />

para a Defesa, além<br />

de investimentos em P&D diretamente<br />

nas empresas, com as<br />

encomendas tecnológicas. Tal<br />

fato pode afetar significativamente<br />

a manutenção da competitividade<br />

da empresa líder,<br />

para sua próxima geração de<br />

aeronaves comerciais, num cenário<br />

onde a competitividade<br />

é medida globalmente.<br />

A despeito do bom desempenho<br />

da empresa líder do<br />

setor, sua cadeia produtiva<br />

ainda é frágil, com empresas<br />

de pequeno e médio porte<br />

em sua grande maioria, ou<br />

seja, o adensamento da cadeia<br />

produtiva ainda carece,<br />

de políticas públicas focadas<br />

na melhoria da produtividade,<br />

gestão e inovação da base<br />

de fornecedores nacionais.<br />

Neste contexto, o PDCA de<br />

iniciativa conjunta da ABDI e<br />

da empresa líder, tem como<br />

objetivo fortalecer a cadeia<br />

e torná-la mais competitiva.<br />

Para os fornecedores, além<br />

dos óbvios atrativos de melhores<br />

resultados, a melhoria<br />

de qualidade e produtividade<br />

permite não apenas ampliar o<br />

fornecimento de peças para a<br />

líder do setor, mas, também,<br />

de fornecerem para outras indústrias.<br />

O programa busca<br />

ampliar a maturidade em gestão<br />

e a capacidade de atendimento<br />

das encomendas que o<br />

mercado demanda, apoiando<br />

em soluções e desafios tecnológicos<br />

para as empresas da<br />

cadeia nacional.<br />

A ABDI entende que o cenário<br />

da inovação e a geração<br />

de novas tecnologias são fundamentais<br />

para o futuro de<br />

qualquer empresa, e o desenvolvimento<br />

de soluções tecnológicas<br />

críticas cria competências<br />

internas fundamentais ao<br />

negócio das PMES da cadeia<br />

produtiva aeronáutica, principalmente,<br />

num contexto de<br />

necessidade de investimentos<br />

contínuos em tecnologias<br />

avançadas para o desenvolvimento<br />

de aeronaves cada vez<br />

mais modernas, seguras e eficientes.<br />

Nosso desafio é acelerar as<br />

inovações hoje realizadas pelas<br />

empresas do setor para alcançar<br />

a liderança tecnológica<br />

e enfrentar a competição nos<br />

mercados globais. Importante<br />

destacar que este projeto permite<br />

ainda elevar o investimento<br />

privado em P,D&I, melhorar<br />

o posicionamento de<br />

setores estratégicos na cadeia<br />

global de valor, e ampliar a inserção<br />

da indústria brasileira<br />

no comércio internacional.<br />

FAB presente na vida<br />

dos brasileiros - Indústria<br />

Aeroespacial<br />

Destaque-se que pesquisas realizadas<br />

no Brasil e nos EUA<br />

demonstram que as empresas<br />

usuárias dos conhecimentos<br />

nas áreas de Lean Manufacturing,<br />

finanças, qualidade,<br />

supply chain, engenharia de<br />

manufatura e conscientização<br />

aeronáutica ou de modelos<br />

sistêmicos de gestão apresentam<br />

melhorias expressivas dos<br />

seus resultados, com impactos<br />

na inovação e na produtividade.<br />

Resultados como redução<br />

do tempo de entrega de produtos,<br />

redução dos desperdí-<br />

22 aviação & mercado aviação & mercado 23


cios de matérias primas e no<br />

número de peças com defeito,<br />

melhoria na utilização da<br />

capacidade instalada de máquinas<br />

e do ciclo operacional,<br />

capacidade de implementar<br />

controles de custos, de atendimento<br />

ao cliente e de vendas,<br />

melhoria geral no ambiente<br />

organizacional, impactam na<br />

produtividade e maturidade<br />

das empresas, bem como em<br />

sua competitividade.<br />

Acrescente-se ainda que empresas<br />

compradoras como<br />

Embraer, Bombardier, Boeing<br />

e Airbus tentam se fortalecer<br />

no mercado através do<br />

aprofundamento de especialidades<br />

e de competências,<br />

e com a aquisição de bens e<br />

serviços em outras empresas,<br />

que constituem a sua rede de<br />

fornecedores. Esta estratégia<br />

realça a importância dos fornecedores<br />

no desempenho da<br />

empresa demandante, não somente<br />

visando a redução de<br />

custos, mas, envolvendo também<br />

questões como acesso a<br />

tecnologias e conhecimentos.<br />

Assim, a aquisição de bens e<br />

serviços altamente especializados<br />

pode trazer para a empresa<br />

compradora a aquisição de<br />

especialidades e competências<br />

dos fornecedores, ou seja, a<br />

empresa passa a ter o papel de<br />

incentivar e acompanhar o desenvolvimento<br />

e a fabricação<br />

de um determinado produto<br />

ou processo produtivo.<br />

Desde o início do programa,<br />

em 2010, a participação de<br />

fabricantes locais de peças,<br />

componentes e montagens<br />

nos aviões da empresa líder<br />

Embraer, mais que dobrou<br />

nos últimos cinco anos, passando<br />

de 32 mil tipos de peças<br />

em 2010 para 66 mil em<br />

2016. Essa transformação não<br />

veio por acaso, mas, sim, em<br />

função do PDCA, que tem<br />

tornado a cadeia local de fornecedores<br />

mais competitiva,<br />

preparando essas empresas<br />

para eventualmente exportar<br />

os produtos e serviços desenvolvidos<br />

no País.<br />

Somente em 2015 a cadeia<br />

local entregou 5 milhões de<br />

peças para a fabricação de<br />

aeronaves, que já estão sendo<br />

usadas também na produção<br />

dos protótipos dos novos<br />

jatos comerciais, os E-Jets<br />

E2, e no avanço do cargueiro<br />

KC-390. Esse volume é aproximadamente<br />

3 vezes maior,<br />

quando comparado com o<br />

que foi produzido em 2010.<br />

Em faturamento, o aumento<br />

também foi expressivo: o<br />

volume financeiro de vendas<br />

dessas empresas para a fabricante<br />

de aviões cresceu 73%<br />

no mesmo período.<br />

O PDCA traz as condições<br />

para que as cerca de 70 PMES<br />

da cadeia de fornecedores<br />

se tornem independentes da<br />

empresa líder, busquem alternativas<br />

e capacidades tecnológicas,<br />

identificando também<br />

oportunidades de transbordamentos<br />

tecnológicos e de<br />

competências para outros setores<br />

produtivos.<br />

Em razão disso, essa mesma<br />

cadeia já começou a despertar<br />

o interesse de grandes players<br />

internacionais. Além disso, nos<br />

últimos 4 anos a cadeia nacional<br />

de suprimentos aumentou<br />

sua infraestrutura em 15.400<br />

metros quadrados em ampliação<br />

de área fabril e a aquisição<br />

de novas máquinas gerou um<br />

investimento de R$ 167 milhões.<br />

Nesse mesmo período,<br />

constatou-se um aumento de<br />

1.200 postos de trabalho.<br />

Para a empresa fornecedora<br />

Alltec, o PDCA propiciou as<br />

condições necessárias e a visão<br />

estratégica, viabilizando<br />

a diversificação da carteira de<br />

clientes da empresa. A empresa<br />

aumentou para 30% o<br />

percentual de vendas desti-<br />

24 aviação & mercado aviação & mercado 25


nados a outros setores. Antes<br />

do Programa, este percentual<br />

ficava entre 5% a 10%. Esta<br />

diversificação trouxe maior<br />

segurança para a gestão de<br />

negócios da Alltec, e aos seus<br />

clientes.<br />

A empresa fornecedora Pan-<br />

-Metal mudou sua visão estratégica,<br />

e começou a estudar as<br />

potencialidades do mercado<br />

internacional. Em menos de 4<br />

anos a empresa, especializada<br />

em usinagem, desenvolveu<br />

tecnologia para a montagem<br />

do piso dos aviões, onde espera<br />

um incremento gradual nas<br />

vendas em função do E2.<br />

Destaque-se, também, que<br />

algumas empresas desenvolveram<br />

novas tecnologias para<br />

o KC 390 (gun drilling, estrutura<br />

do pára-brisas e peças<br />

de grandes dimensões e para<br />

o E2 (usinagem em inconel,<br />

montagens estruturais e usinagem<br />

de alta complexidade).<br />

A cadeia produtiva investiu<br />

em máquinas de 4 e 5 eixos,<br />

almejando a fabricação de peças<br />

de maior complexidade,<br />

como montagens de conjuntos,<br />

para futuramente termos<br />

empresas de nível tier 2.<br />

Os dados acima são especialmente<br />

relevantes, quando<br />

consideramos o cenário da<br />

produção industrial no País.<br />

De acordo com o IBGE, em outubro<br />

2016, o acumulado dos<br />

12 meses anteriores mostrava<br />

uma queda de 8,4% na produção<br />

industrial. Na categoria de<br />

bens de capital, onde o setor<br />

se encaixa, a queda foi ainda<br />

mais acentuada: 17,4% no acumulado<br />

dos últimos 12 meses.<br />

A ABDI entende que o desafio<br />

da sobrevivência das organizações,<br />

aliado à competitividade<br />

e à agilidade tecnológica, faz<br />

emergir novas técnicas gerenciais,<br />

as quais buscam manter<br />

as organizações em um cenário<br />

constante de mudanças, desenvolvendo<br />

sistemas administrativos<br />

eficientemente ágeis<br />

e suficientemente fortes para<br />

os padrões estabelecidos pela<br />

nova formação econômica da<br />

sociedade. “A globalização da<br />

economia e o surgimento rápido<br />

e contínuo de novas tecnologias<br />

impõem-se como forma<br />

de mobilizar as organizações<br />

para a obtenção do grau máximo<br />

de competitividade, modernidade<br />

e qualidade, de modo a<br />

assegurarem sua sobrevivência<br />

e o seu crescimento”.<br />

Para Maria Luisa, o PDCA<br />

tem se mostrado fundamental<br />

para as empresas, como<br />

um diferencial no mercado<br />

competitivo. O PDCA já é um<br />

programa efetivo e de sucesso,<br />

uma vez que a gestão da<br />

inovação é essencial dentro<br />

de qualquer organização que<br />

tenha em seus objetivos estratégicos<br />

o desenvolvimento<br />

constante de novos produtos<br />

e processos, ou aperfeiçoamento<br />

significativo desses. m<br />

26 aviação & mercado aviação & mercado 27


A IMPORTÂNCIA DAS<br />

EMPRESAS ESTAREM<br />

PREPARADAS PARA<br />

A PERDA DE UM<br />

PROFISSIONAL NUM<br />

ACIDENTE<br />

AÉREO<br />

As empresas e instituições<br />

brasileiras, em sua grande<br />

maioria, encontram-se<br />

despreparadas para<br />

o uso correto do<br />

transporte aéreo de seus<br />

funcionários, bem<br />

como, para eventuais<br />

acidentes que possam<br />

ocorrer com os mesmos.<br />

Um acidente aéreo é sempre<br />

bastante complexo, para<br />

além do impacto, da comoção<br />

e da sensibilização que o mesmo<br />

traz, tanto num ambiente<br />

familiar como numa empresa.<br />

Muitas empresas (multinacionais,<br />

bancos, hospitais, times<br />

de futebol, etc.) utilizam o<br />

avião como meio de transporte<br />

para que seus executivos,<br />

representantes e demais<br />

funcionários possam cumprir<br />

com seus compromissos de<br />

negócios, congressos e demais<br />

agendas, quando os<br />

mesmos não poderiam ser<br />

cumpridos com outro tipo de<br />

transporte, seja pela distância,<br />

pelo tempo e/ou pela dificuldade<br />

ao local.<br />

Nesse volume impressionante<br />

de passageiros transportados<br />

pelo Brasil, sabemos que, em<br />

grande parte, são pessoas se<br />

locomovendo para compromissos<br />

profissionais. Inúmeras<br />

empresas possuem negócios<br />

pelo Brasil, suas filiais, suas<br />

representações... o que resulta<br />

em inúmeras viagens semanais,<br />

mensais e, não raro, até<br />

2 ou 3 vezes por semana.<br />

Infelizmente, muitas empresas<br />

não tem ciência da importância<br />

de se prepararem para tal<br />

eventualidade. Logo que uma<br />

tragédia aérea acontece, ela<br />

mobiliza muitas pessoas, muitas<br />

iniciativas, empresa aérea,<br />

familiares, imprensa, etc., o<br />

que denominamos de Gerenciamento<br />

de Crise, Resposta<br />

em Emergência e Assistência<br />

aos Familiares de Vítimas.<br />

A ABRAPAVAA - Associação<br />

Texto: Sandra Assali<br />

Brasileira de Parentes e Amigos<br />

de Vítimas de Acidentes<br />

Aéreos tem constatado através<br />

de seu trabalho de acolhimento<br />

e orientação aos<br />

familiares de vítimas, que<br />

inúmeras empresas não estão<br />

e não estavam preparadas<br />

para a eventualidade de perder,<br />

muitas vezes, grandes e<br />

singulares profissionais e isso,<br />

considerando também, pilotos<br />

e demais tripulantes de<br />

uma empresa aérea.<br />

É indiscutível a diferença sentida<br />

entre a assistência a um<br />

familiar cuja vítima era profissional<br />

de uma empresa preparada<br />

para tal eventualidade e<br />

aquele familiar cuja empresa<br />

não estava preparada.<br />

Sabemos que, para além da<br />

responsabilidade da empresa<br />

aérea que, tem sim, obrigações<br />

imediatas pós-acidente - tais<br />

como acolher os familiares,<br />

preservá-los, orientá-los, cuidarem<br />

de todas as questões quanto<br />

a traslados, velórios, etc. -, a<br />

prioridade é o familiar. No entanto,<br />

sabemos que essa vítima<br />

tinha um vínculo de trabalho<br />

com a empresa que representava<br />

e, portanto, trata-se de um<br />

acidente de trabalho.<br />

Nos dias seguintes ao acidente<br />

muitas coisas vão acontecendo<br />

ao mesmo tempo. É nesse<br />

momento de crise aguda<br />

que tanto a empresa aérea,<br />

como a empresa que perdeu<br />

esse profissional, precisam<br />

demonstrar ao familiar que a<br />

vítima era da maior importância<br />

para ambos.<br />

Para a empresa aérea porque<br />

ele era um passageiro e, como<br />

sempre digo em minhas palestras,<br />

se não fosse o passageiro,<br />

as companhias aéreas<br />

não existiriam. Portanto, esse<br />

familiar de vítima é sim prioridade.<br />

Para a organização na<br />

qual trabalhava, sim, ele era<br />

único e especial. Afinal, foi<br />

escolhido para aquela tarefa<br />

por sua experiência e capacidade,<br />

se dedicava à empresa,<br />

Voo 402 da TAM 1996<br />

28 aviação & mercado aviação & mercado 29


se ausentava de seus familiares<br />

para viajar, etc.<br />

Darei 2 exemplos distintos: o<br />

ram seus entes queridos. Foi<br />

possível perceber claramente<br />

as diferenças e prejuízos nos<br />

acidente TAM 402 ocorrido casos nos quais as empresas<br />

em outubro de 1996 e o Acidente<br />

com o time da Chapecoense<br />

não haviam se preparado.<br />

No caso do meu marido que<br />

em novembro de 2016. era médico cardiologista<br />

O primeiro caso, TAM 402, foi numa multinacional alemã<br />

no qual perdi meu marido. Já<br />

comentei em várias oportunidades<br />

sobre a ausência absoluta<br />

de assistência aos familiares<br />

das vítimas negada pela<br />

Behringer, a empresa agiu de<br />

uma forma que impressionou<br />

a todos. Eles estavam absolutamente<br />

preparados para a<br />

possibilidade da perda de um<br />

companhia aérea, como em profissional de forma trágica<br />

meu livro O Dia que Mudou e conseguiram se colocar no<br />

Minha Vida, em entrevistas meu lugar. Eu sempre falo que<br />

na imprensa e em minhas palestras.<br />

A própria TAM admite<br />

que errou. Ela não tinha se<br />

preparado para a possibilidade<br />

de um acidente aéreo, mas<br />

ele aconteceu!<br />

No que essa falta de preparo<br />

resultou? Resultou em familiares<br />

“abandonados à própria<br />

isto é de vital importância: se<br />

colocar no lugar do outro.<br />

Imagine se fosse com você...<br />

como gostaria de ser tratado?<br />

Para terem uma ideia, em questão<br />

de horas, o presidente da<br />

empresa e todo seu staff estavam<br />

em minha casa, trazendo<br />

com eles psicólogos e médicos que não, mas... em momento<br />

que com esse comportamento Já, com a TAM, o que acon-<br />

vítimas fatais, seis sobreviven-<br />

sorte” e sem assistência para atenderem minha famí-<br />

algum, a Boehringer se furtou<br />

e postura cria-se uma barreira teceu? Uma “batalha” clara, tes, acontecido em novembro<br />

alguma os quais se uniram e lia. Nunca me esqueço quando de dizer que não teria responsabilidade<br />

intransponível entre empresa que foi levando os familiares de 2016 na Colômbia.<br />

fundaram a primeira associação<br />

o presidente disse: “Sandra, sabemos<br />

ou seja, teve ciên-<br />

e familiar e, com certeza, em a uma indignação crescente, Uma vez acontecido o aciden-<br />

de assistência aos fami-<br />

liares de vítimas no Brasil - a<br />

ABRAPAVAA. Com seu trabalho,<br />

o profissional que perliares<br />

demos, ele era único, faremos<br />

por você e seus filhos o que escia<br />

absoluta de que ele estava<br />

à trabalho. E isso fez toda a<br />

diferença.<br />

algum momento, será necessário<br />

sentar à mesa de negociação.<br />

Nesse momento, as chan-<br />

resultando em toda dificuldade<br />

possível para facilitar o<br />

diálogo e a futura necessidate,<br />

quem deveria assistir aos<br />

familiares e gerenciar a crise<br />

era a LAMIA, afinal, era ela<br />

conquistou uma Norma tiver ao nosso alcance’’. Mas, infelizmente, não foi o<br />

ces desse familiar não querer de de se falar em proposta de a empresa aérea que estava<br />

na ANAC 200-1001 a qual Todos os procedimentos burocráticos<br />

que se viu com várias outras<br />

será enorme. Por quê? Porque Acordo. Ou seja, tudo foi feito transportando os jogadores, a<br />

quanto à finalização famílias. Em muitos casos,<br />

determinava regras a serem<br />

não foi acolhido, não foi res-<br />

da forma mais complexa e di-<br />

equipe técnica, os jornalistas,<br />

cumpridas pelas aéreas num de contrato de trabalho, inventário,<br />

presenciamos as empresas-<br />

peitado e nem considerado. O fícil possível e acabou levando convidados e tripulação.<br />

pós-acidente e que, com sua<br />

pensão, velório, enterro, -empregadoras alegando que,<br />

desgaste já aconteceu! muitos familiares a verdadei-<br />

Mas, não foi o que aconteceu!<br />

aplicação, trouxe resultados anúncios fúnebres, cerimônias, como o acidente foi com a<br />

Já no meu caso e de alguns ras batalhas judiciais.<br />

A LAMIA não prestou assistência<br />

positivos quando, infelizmente,<br />

assistência médica, terapia, empresa aérea, ela não tinha<br />

outros familiares, com certeza, Um exemplo que a Abrapavaa<br />

alguma e ainda deixou de<br />

presenciamos tantos ou-<br />

cesta básica... absolutamente responsabilidade alguma. Fo-<br />

esse foi um diferencial imenso, vem acompanhando e, com existir após ter sua licença cas-<br />

tros acidentes aéreos.<br />

tudo foi providenciado pela ram necessárias ações judiciais,<br />

pois criou um vínculo e abertura<br />

certeza, é uma demonstração<br />

sada pela Autoridade Aeronáu-<br />

Até pela nossa união, passamos<br />

a vivenciar muito da rotina<br />

empresa que, inclusive, colocou<br />

seu jurídico à nossa dispolos<br />

comprovações de víncu-<br />

empregatícios, etc., o que<br />

de diálogo que, em momen-<br />

to algum, dificultou quando se clara da importância de tica Civil da Bolívia.<br />

um Gerenciamento de Crise, Nesse contexto, o time da Cha-<br />

umas das outras e observar sição sem custo algum. só agravou o estado desses<br />

falou em indenização, ou seja, Resposta em Emergência e pecoense tomou para si a res-<br />

a forma como algumas empresas<br />

Eu não vou dizer aqui que familiares com mais estresse,<br />

acolhidos como fomos, barrei-<br />

Assistência aos Familiares de ponsabilidade de assistir aos<br />

estavam se relacionan-<br />

tem de ser assim como regra desgaste emocional.<br />

ra alguma foi criada para uma Vítimas, tem sido o acidente familiares, gerenciar a crise e<br />

do com as famílias que perde-<br />

ou de forma geral. Sabemos O que é necessário alertar é<br />

mesa de negociação.<br />

com a Chapecoense, com 71 responder à emergência. Po-<br />

30 aviação & mercado aviação & mercado 31


ém, como não se preparou<br />

para a eventualidade... o que a<br />

ABRAPAVAA tem presenciado?<br />

Temos presenciado um Clube<br />

que, dentro do possível, foi<br />

“apagando os incêndios” da<br />

crise. Entretanto, por não possuirem<br />

profissionais preparados<br />

nem uma equipe de apoio<br />

e coordenação e, devido à<br />

ampla repercussão na imprensa<br />

nacional e internacional,<br />

cerimônias fúnebres no Brasil:<br />

comoção de todos os brasileiros,<br />

velórios sendo vistos ao<br />

vivo em todo o mundo e doações,<br />

jogos beneficentes, etc.<br />

Quando falamos num acidente<br />

aéreo com vítimas ilustres,<br />

com certeza, o impacto gerado<br />

é muito maior. Vejam o<br />

caso dos Mamonas Assassinas,<br />

Eduardo Campos, Thomaz Alckmin<br />

que, apesar de serem<br />

acidentes com menores números<br />

de vítimas, causaram<br />

impacto e comoção nacional.<br />

Com a Chapecoense foi exatamente<br />

assim... numa proporção<br />

bastante maior. Atualmente,<br />

a ABRAPAVAA tem<br />

feito um trabalho bastante<br />

próximo aos familiares e ao<br />

próprio Clube, levando nossa<br />

experiência para quem, de<br />

repente, se viu atingido pela<br />

tragédia - sejam os familiares<br />

que perderam seus entes queridos,<br />

seja o Clube que, para<br />

além dos jogadores, levava<br />

também, equipe técnica e jornalistas<br />

de renome a caminho<br />

da cobertura de uma final inédita<br />

da Chapecoense na Copa<br />

Sul Americana.<br />

Diante da complexidade e da<br />

falta de conhecimento nesse<br />

gerenciamento, o Clube, após<br />

as cerimônias fúnebres, começou<br />

a se preocupar com a contratação<br />

de seu novo elenco.<br />

Os familiares, uma vez sem<br />

assistência da empresa aérea,<br />

começaram a se queixar - principalmente<br />

as famílias da equipe<br />

técnica e jornalistas - por se<br />

sentirem em segundo plano,<br />

alegando que o Clube estaria<br />

dando prioridade aos familiares<br />

dos jogadores. É compreensível!<br />

Estar assistidos é prioridade<br />

nesse momento.<br />

Estive em reunião com o Clube<br />

e lembrei que são essenciais a<br />

transparência de informações,<br />

o acolhimento e a atenção<br />

igualitária. Sugeri que fizessem<br />

um site sobre o acidente,<br />

o qual apenas ficaria acessível<br />

para os familiares por meio de<br />

senhas. Lá, poderiam acessar<br />

as notas e as publicações oficiais<br />

e, portanto, o que receberem<br />

de informação fora do<br />

site, ou por contatos, mensagens,<br />

whatss, etc. não seria<br />

considerado como oficial.<br />

Infelizmente, nesses casos,<br />

cada hora se diz uma coisa e<br />

cada familiar recebe e repassa<br />

uma notícia de um jeito e portanto,<br />

as informações ficam<br />

distorcidas. Isso é normal...<br />

os familiares estão profundamente<br />

atingidos por suas<br />

perdas, em sofrimento e não<br />

estão em condições de raciocínios<br />

lógicos e coerentes e isso<br />

precisa ser respeitado mas, sabemos,<br />

até por má fé, se diz<br />

muita coisa que só vem agravar<br />

o estado já doloroso desses<br />

familiares.<br />

Existem inúmeras formas de<br />

a empresa acolher o familiar<br />

atingido para mantê-lo próximo,<br />

assistido e satisfeito (dentro<br />

do possível) para sentar,<br />

futuramente, numa mesa de<br />

negociação de Acordo.<br />

O que é importante dizer é<br />

que, toda e qualquer empresa<br />

que tem equipes de trabalho<br />

que viajam com frequência,<br />

deve se preparar para enfrentar<br />

um possível acidente<br />

aéreo e a perda de seu profissional<br />

inclusive porque, traz<br />

também um enorme impacto<br />

em sua equipe, no ambiente<br />

de trabalho e na própria empresa<br />

como um todo.<br />

Sempre recomendo que, nesses<br />

casos, todos irão precisar<br />

de terapia. Do contrário, poderão<br />

ver agravado o rendimento<br />

e disposição dessas<br />

equipes no trabalho, gerando<br />

prejuízos para a empresa. Isso<br />

acontece... já constatamos várias<br />

vezes em casos que acompanhamos...<br />

infelizmente!<br />

A Chapecoense está aprendendo<br />

com o acidente. Sempre<br />

dizem “todo acidente<br />

ensina”... ensina sim... para a<br />

empresa aérea, para a empresa<br />

que perdeu seu profissional,<br />

para a família que passa<br />

a valorizar seus momentos<br />

juntos e dar valor para o que<br />

realmente importa e para os<br />

amigos também afinal, uma<br />

perda repentina de um amigo<br />

querido, sempre traz uma<br />

profunda reflexão.<br />

Todas as tomadas de atitudes<br />

que forem dirigidas à preocupação<br />

com os familiares sempre<br />

são benéficas em inúmeros<br />

sentidos. Quando a crise<br />

chega, fazem de tudo para superá-la...<br />

mas as pessoas se esquecem<br />

que estão lidando com<br />

outras pessoas. Precisamos ser<br />

encontrou-se desorientado.<br />

Naquele primeiro momento,<br />

recebeu o apoio e a dedicação<br />

de inúmeros voluntários - sejam<br />

eles profissionais, empresas<br />

ou órgãos do próprio governo<br />

– os quais se dispuseram<br />

a ajudar com todos os procedimentos<br />

para cerimônias,<br />

traslados de corpos, comunicação<br />

com a imprensa, etc.<br />

Assim, aconteceu algo nunca<br />

visto na mídia esportiva em<br />

mais humanos, sempre! m<br />

32 aviação & mercado aviação & mercado 33


POUSE NO PORTOBELLO E NAVEGUE PELA PARADISÍACA BAÍA DA ILHA GRANDE<br />

REVISTA MULTIMÍDIA<br />

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DEZ LIÇÕES DA<br />

FORÇA AÉREA ISRAELENSE<br />

Mapa de Israel<br />

“Quem falha ao se preparar,<br />

se prepara para falhar”<br />

(Benjamin Franklin)<br />

Texto: Robinson<br />

Farinazzo Casal<br />

BREVE HISTÓRIA DA IAF<br />

Israel é um país pequeno e jovem<br />

(tornou-se independente<br />

em 1948), mas ocupa enorme<br />

espaço na mídia internacional<br />

e tem grande peso político,<br />

militar e estratégico na região<br />

geográfica onde se situa<br />

o conturbado Oriente Médio.<br />

Com pouco mais de 20.000<br />

km2 e cercado de Estados vizinhos<br />

com os quais sempre<br />

manteve uma relação tensa,<br />

há muito o país vislumbrou<br />

a necessidade de contar com<br />

Forças Armadas modernas e<br />

bem equipadas, capazes de<br />

preservarem a segurança da<br />

população e a integridade do<br />

território israelense.<br />

As lições constantes neste artigo foram extraídas<br />

e adaptadas do livro “As leis de sucesso<br />

dos pilotos de guerra”, de Robinson F. Casal.<br />

As mesmas foram baseadas numa ação militar<br />

conduzida pela Força Aérea de Israel contra a<br />

República do Iraque que se encontrava então<br />

sob mando do regime ditatorial do tirano Saddam<br />

artigo apenas como fornecedor de conteúdo<br />

para análise tática e estratégica, não havendo<br />

nenhuma intenção de favorecimento político<br />

ou posicionamento ideológico do autor em prol<br />

de qualquer um dos lados em contenda. O mesmo<br />

possui o entendimento de que estes trágicos<br />

conflitos devem ser resolvidos tanto pela via<br />

A força Aérea Israelense (parte 1)<br />

Hussein. Esta operação militar ilustra este diplomática quanto pela negociação política.<br />

des blindadas e paraquedis-<br />

atividade profissional como<br />

36 aviação & mercado<br />

Vídeos: Alexandre J. Correa.<br />

aviação & mercado 37<br />

tas do Exército) e numa bem<br />

equipada e treinada Força<br />

Aérea. E, é sobre este último<br />

componente do seu arcabouço<br />

de defesa que vamos falar<br />

aqui hoje, pois a sua organização<br />

e atuação encerram<br />

precioso aprendizado tanto<br />

para pessoas de qualquer<br />

A defesa de Israel se constitui,<br />

fundamentalmente, num<br />

triângulo composto por um<br />

pequeno, mas eficiente serviço<br />

de informações (o MOS-<br />

SAD), na rápida mobilização<br />

de seus reservistas (capazes<br />

de colocar em prontidão<br />

quase de imediato as unida-


para instituições públicas ou<br />

privadas.<br />

Para que melhor possamos<br />

contextualizá-la, vamos contar<br />

um pouco da sua história:<br />

criada pouco depois da independência<br />

do país, a Chel<br />

Há Vir – em inglês, IAF (Israel<br />

Air Force/Força Aérea de Israel)<br />

começou suas atividades<br />

com pilotos voluntários de<br />

várias nacionalidades (cerca<br />

de dois terços de seu contingente)<br />

e sobras aeronáuticas<br />

da Segunda Guerra Mundial,<br />

o que não impediu que esta<br />

organização tivesse uma participação<br />

muito efetiva na<br />

guerra que se seguiu à independência<br />

de Israel. Então, é<br />

IDF-operation-solomon<br />

F-16-Netz-107-fighter-and-killmarks-01<br />

38 aviação & mercado aviação & mercado 39


A força Aérea Israelense (parte 2)<br />

de sua origem multinacional<br />

que já tiramos a nossa primeira<br />

lição:<br />

“A grande diversidade<br />

humana é um berço farto<br />

para a inovação”<br />

Fato é, a enorme quantidade<br />

de pilotos e técnicos estrangeiros,<br />

longe de ser um obstáculo<br />

pela barreira da língua,<br />

foi um fator de força, uma<br />

vez que essas pessoas, além<br />

da enorme boa vontade,<br />

trouxeram junto consigo novas<br />

técnicas, culturas de trabalho<br />

diferentes e ajudaram<br />

a compor a inovadora doutrina<br />

de combate da Chel Há<br />

Vir. Muitos desses voluntários<br />

eram oriundos de organizações<br />

aeronáuticas excelentes,<br />

como a britânica RAF (Royal<br />

Air Force, a Real Força Aérea),<br />

a Marinha e o Corpo de Fuzileiros<br />

Navais dos Estados Unidos,<br />

e ajudaram a estabelecer<br />

as bases do pensamento militar<br />

da IAF/Chel Há Vir. Passados<br />

quase sete décadas, estas<br />

contribuições geraram frutos<br />

e hoje a IAF se situa entra as<br />

melhores organizações do gênero<br />

no mundo.<br />

Não que o percurso até aqui<br />

tenha sido fácil. Além da guerra<br />

de 1948, a Chel Há Vir iria<br />

entrar em cena novamente em<br />

IAF-F-35I-and-F-16I-nf<br />

40 aviação & mercado aviação & mercado 41


1956, na Campanha do Sinai,<br />

na Guerra dos Seis Dias (junho<br />

de 1967, quando destruíram<br />

mais de 450 aeronaves inimigas),<br />

e em 1973 na Guerra do<br />

Yom Kippur em que desempenharam<br />

o papel de fiel da<br />

balança na eletrizante virada<br />

de jogo que mudou o placar a<br />

favor dos israelenses em detrimento<br />

dos egípcios e sírios.<br />

Em 1982, a IAF foi pioneira<br />

no uso de drones no vale de<br />

Bekaa, na Síria, onde seus jatos<br />

destruíram mais de 100 aeronaves<br />

de seus adversários.<br />

Mas, não foi apenas no campo<br />

dos combates que ela se destacou.<br />

Em 1984, mostrou seu<br />

lado humanitário ao resgatar<br />

pelo ar milhares de judeus etí-<br />

A força Aérea Israelense (parte 3)<br />

opes que corriam risco de vida<br />

no Sudão, trazendo-os para a<br />

segurança em Israel. Em 1991,<br />

eles repetiram a dose, desta<br />

vez evacuando, em apenas 36<br />

horas, mais de 14.000 falashas<br />

da Etiópia.<br />

Porém, a sua operação mais<br />

bem sucedida, melhor sincronizada<br />

e, talvez, a mais impactante<br />

de sua história, foi a destruição<br />

do reator nuclear iraquiano<br />

em 7 de junho de 1981. Dada<br />

sua complexidade e otimização<br />

de recursos humanos e materiais,<br />

bem como coordenação<br />

de informações empregadas na<br />

mesma, esta operação servirá<br />

de base para a maior parte das<br />

lições deste artigo. Mas vamos<br />

primeiro resumi-la.<br />

COMO E PORQUE<br />

SE PLANEJOU DESTRUIR<br />

O REATOR NUCLEAR<br />

Durante boa parte dos anos<br />

1970, o governo do Iraque,<br />

sob o regime ditatorial de Saddam<br />

Hussein, tentara, inobstante<br />

protestos do governo de<br />

Israel, obter tecnologia nuclear<br />

para fins alegadamente<br />

pacíficos. Finalmente, selaram<br />

um acordo com o governo da<br />

França, o qual concordou em<br />

construir um reator num local<br />

nas cercanias da capital do<br />

país, Bagdá. Esse reator ficaria<br />

conhecido como Osirak.<br />

42 aviação & mercado aviação & mercado 43


O serviço secreto de Israel tentou<br />

sabotar o reator na França,<br />

mas a destruição causada<br />

não foi decisiva. Cientistas<br />

nucleares a serviço do Iraque,<br />

também, foram misteriosamente<br />

assassinados, mas nada<br />

parecia deter as ambições de<br />

Saddam. Em Tel Aviv, capital<br />

de Israel, chegou-se pragmaticamente<br />

à conclusão que<br />

algo mais efetivo precisaria<br />

ser feito...<br />

Diante da falha de todas as<br />

opções diplomáticas disponíveis,<br />

a liderança política deu<br />

autorização aos militares.<br />

Analisando-se as diversas alternativas,<br />

optou-se então<br />

por bombardear com aviões<br />

o reator em pleno Iraque, um<br />

alvo a 1.000 km das bases israelenses.<br />

Mas, os políticos<br />

não ofereceram uma carta<br />

totalmente branca à IAF, pois<br />

o plano de ataque deveria se<br />

pautar nos seguintes parâmetros:<br />

- Oferecer mínimo risco aos<br />

pilotos e máxima destruição<br />

do alvo;<br />

- Evitar baixas entre os técnicos<br />

franceses e;<br />

- Ser realizado antes do reator<br />

se tornar operacional.<br />

Esta última condição merece<br />

uma explicação mais apurada.<br />

Se, por um acaso, o reator<br />

já estivesse funcionando<br />

quando fosse atacado, o efeito<br />

acarretado poderia vir a<br />

ser uma nuvem radiativa de<br />

proporções incontroláveis,<br />

expondo Israel à condenação<br />

internacional com graves consequências<br />

para o país. A IAF<br />

precisaria correr à frente do<br />

calendário e atacar antes do<br />

mesmo se tornar funcional.<br />

Para cumprir todas estas exigências,<br />

a Chel Há Vir sabia<br />

que precisaria ter um avião<br />

excelente, pilotos excepcionalmente<br />

treinados e, acima<br />

de tudo, informações extremamente<br />

precisas sobre as<br />

plantas do reator, as defesas<br />

aéreas e antiaéreas do mesmo<br />

e os horários de trabalho dos<br />

funcionários estrangeiros. No<br />

decorrer do processo, apurou-<br />

-se que o reator se tornaria<br />

A força Aérea Israelense (parte 4)<br />

44 aviação & mercado aviação & mercado 45


jatos Mc Donnell Douglas F-15,<br />

armados com poderosos mísseis<br />

ar-ar e um eficiente radar.<br />

Em resumo, este binômio de<br />

jatos se constituía num conjunto<br />

de equipamentos que atenderiam<br />

plenamente ao que se<br />

esperava deles. E atende, também,<br />

à nossa terceira lição:<br />

“Tenha em mãos a ferramenta<br />

adequada para executar<br />

a tarefa, do contrário<br />

seu rendimento vai ser baixo<br />

e Você será fatalmente<br />

penalizado em perda de<br />

tempo ou materialmente,<br />

e a vitória paulatinamente<br />

lhe escapará.”<br />

Ferramentas adequadas são<br />

facilitadores do trabalho e<br />

da vida. Não force os limites<br />

do seu equipamento, tentando<br />

obter um resultado acima<br />

daquilo que a engenharia de<br />

projetos desenhou para ele.<br />

Se Você não tem o material<br />

adequado à consecução da<br />

operacional em julho de 1981.<br />

A IAF precisaria atacar antes<br />

dessa data, valendo-se, preferencialmente,<br />

do horário próximo<br />

ao pôr do sol, quando as<br />

condições de luminosidade estariam<br />

favoráveis aos atacantes.<br />

Ou seja, eles tinham informações<br />

bem detalhadas que<br />

os colocariam em vantagem<br />

sobre os iraquianos. E nós temos<br />

a segunda lição:<br />

“Um bom plano de informações<br />

é aquele que não<br />

nos produz surpresas, qual<br />

seja, o que Você vai encontrar<br />

na operação já foi razoavelmente<br />

previsto de<br />

antemão.”<br />

que viriam a encontrar no dia<br />

do ataque aéreo.<br />

O problema do avião foi solucionado<br />

com a aquisição de<br />

jatos General Dynamics F-16<br />

A, os quais tinham uma performance<br />

de operação que<br />

lhes permitia voar de Israel<br />

até o Iraque com 4.000 libras<br />

de bombas a bordo e voltar à<br />

base sem precisar reabastecer<br />

no ar (valendo-se de tanques<br />

sub-alares descartáveis). As ae-<br />

Os israelenses levantaram com<br />

precisão todas as informações<br />

que necessitavam, de maneira<br />

que os pilotos e planejadores<br />

aeronáuticos tinham um quadro<br />

muito claro da situação ronaves seriam escoltadas por<br />

46 aviação & mercado aviação & mercado 47


tarefa, invista tempo e recursos<br />

na sua obtenção. Além de<br />

comprar os caríssimos jatos<br />

F-16, Israel investiu na formação<br />

e treinamento de pilotos<br />

e técnicos.<br />

Veio, então, a questão do treinamento<br />

dos pilotos. Antes<br />

de mais nada, há que se citar<br />

uma particularidade: ao longo<br />

de sua história, a IAF desenvolveu<br />

um eficiente programa<br />

de recrutamento, de<br />

maneira que consegue alistar<br />

voluntariamente alguns dos<br />

jovens mais preparados da sociedade<br />

israelense. E nós desenvolvemos<br />

a quarta lição:<br />

“Uma organização, seja de<br />

caráter público ou privado,<br />

deve ter o cérebro voltado<br />

para cooptar cérebros...”<br />

Desta forma, partindo deste<br />

excelente capital humano,<br />

e aliado a um rigorosíssimo<br />

programa de treinamento,<br />

ela consegue formar pilotos<br />

com capacidades acima da<br />

média internacional.<br />

Se os aeronautas da Chel Há<br />

Vir já se situavam entre os<br />

mais treinados do mundo, os<br />

escolhidos para voar até Osirak<br />

deveriam ser os melhores<br />

dentre os melhores. E passaram<br />

a voar sobre o deserto<br />

sob as mais diversas condições<br />

meteorológicas, treinando o<br />

ataque sobre um modelo em<br />

escala real do reator, pois não<br />

poderia haver erros sobre os<br />

céus do Iraque. Quinta lição:<br />

“O suor dispendido em<br />

treinamento poupa sangue<br />

durante a batalha.”<br />

Isto é, treinou-se muito, de<br />

maneira a minimizar os riscos<br />

a fim de evitar que erros mortais<br />

acontecessem no decorrer<br />

da perigosa missão, o que<br />

enseja nossa sexta lição:<br />

“A repetição com correção<br />

até a exaustão conduz à<br />

perfeição.”<br />

Aqueles pilotos ficaram tão<br />

familiarizados com os procedimentos<br />

que praticamente<br />

poderiam vir a fazê-los de<br />

olhos fechados, se isso fosse<br />

necessário. Seriam 14 jatos voando<br />

a baixa altura e driblando<br />

radares, mísseis e canhões<br />

antiaéreos sobre território<br />

hostil. Teriam que navegar,<br />

cuidar uns dos outros e vigiar<br />

o inimigo. Além de estar atentos<br />

à uma colisão entre si...<br />

O plano foi concebido de maneira<br />

bem simples: voar baixo<br />

e rápido sobre o deserto, de<br />

maneira a escapar dos radares<br />

de vigilância sauditas e<br />

iraquianos, subir para aproximar<br />

do alvo no último minuto,<br />

soltar as bombas com precisão<br />

e fugir sob a proteção<br />

da noite escura. Os F-15 manteriam<br />

os céus livres de interferências.<br />

Nada de manobras<br />

complicadas ou movimentos<br />

complexos. Basicamente, entrar,<br />

golpear e fugir. Simples<br />

como nossa sétima lição:<br />

“Não existem planos a<br />

prova de erros, mas os<br />

planos mais simples correm<br />

menos riscos de darem<br />

errado, porque neles<br />

é menor a possibilidade<br />

de enganos, falhas de comunicação<br />

e equívocos na<br />

interpretação. È a velha regra<br />

KISS (Keep It Simple,<br />

Stupid – faça tudo simples<br />

seu babaca!)*”<br />

* Dizem que este princípio<br />

teria sido criado por Clarence<br />

“Kelly” Johnson, o lendário<br />

engenheiro aeronáutico que<br />

48 aviação & mercado aviação & mercado 49


foi projetista-chefe de aviões<br />

do Lockheed por quase cinquenta<br />

anos. Kelly foi criador<br />

de vários “hits” da aviação,<br />

tais como: o Hércules, U-2 e<br />

SR-71 dentre outros.<br />

A operação seria conduzida<br />

por alguns dos mais experientes<br />

pilotos da Chel Há Vir,<br />

gente que já entrara em combate<br />

na Guerra do Yom Kippur<br />

e participara de outras<br />

operações de combate, colocando<br />

toda a sua experiência<br />

de guerra a serviço do sucesso<br />

da missão. Esses veteranos<br />

nos legam a oitava lição:<br />

“Em empreendimentos de<br />

alto risco, é muito importante<br />

contar com pessoas<br />

que tenha muita experiência<br />

no assunto, pois este<br />

know how diminui significativamente<br />

as chances de<br />

alguma coisa dar errado.”<br />

Mas, a Chel Há Vir, também,<br />

dá chance aos novatos para<br />

que aprendam gradualmente<br />

e venham a tornarem-se<br />

experts com o passar do tempo.<br />

Assim sendo, em meio aos<br />

veteranos desta missão havia<br />

um jovem capitão de apenas<br />

27 anos de idade chamado<br />

Ilan Ramon, que anos depois<br />

se tornaria o primeiro astronauta<br />

israelense. Depreendemos,<br />

então nossa nona lição:<br />

“Todo aprendizado deve<br />

evoluir gradualmente partindo<br />

da condição fácil em<br />

direção a mais complexa.”<br />

Uma criança não corre antes<br />

de andar, nem anda sem primeiro<br />

engatinhar – tudo na<br />

vida é gradual e encadeado.<br />

O aprendizado de um piloto<br />

de combate também!<br />

A consequência desta preparação<br />

apurada e cuidadosa é<br />

que a missão foi um sucesso<br />

estrondoso, pois o reator foi<br />

completamente destruído e<br />

todos os pilotos voltaram a salvo<br />

para Israel. Mas, há um último<br />

detalhe na sua execução<br />

que encerra o ensinamento<br />

mais precioso deste artigo. Os<br />

pilotos voaram no espaço aé-<br />

50 aviação & mercado aviação & mercado 51


A força Aérea Israelense (parte 5)<br />

reo da Jordânia conversando<br />

entre si em árabe com sotaque<br />

saudita, fingindo ser uma<br />

patrulha aérea que perdera o<br />

curso e, uma vez sobre a Arábia<br />

Saudita, passavam-se por<br />

jordanianos. Desta forma, não<br />

foram incomodados em ambos<br />

os países. Este estratagema nos<br />

proporciona a nossa última (e<br />

mais importante) décima lição,<br />

extraída do livro “A Arte da<br />

Guerra”, do general chinês Sun<br />

Tzu (544 - 496 a.C.):<br />

“Toda operação militar<br />

bem sucedida tem como<br />

base o logro“<br />

Ao confundir seus potenciais<br />

inimigos, os pilotos israelenses<br />

dissimularam suas reais intenções,<br />

relaxando a vigilância<br />

do adversário e permitindo<br />

que a missão fosse conduzida<br />

em segurança. Na guerra, é<br />

fundamental que enganemos<br />

o inimigo, levando-o a pensar<br />

que vamos para a esquerda<br />

quando na verdade estamos<br />

nos dirigindo para a direita,<br />

dando-lhe a sensação de que<br />

estamos fracos quando somos<br />

fortes e avançando quando<br />

ele estiver preparado para<br />

nossa retirada. Isso é lutar<br />

com inteligência.<br />

CONCLUSÕES<br />

È um erro primário imaginar,<br />

numa análise superficial<br />

e pouco abrangente, a IAF<br />

como uma história de sucesso<br />

simplesmente porque possui<br />

os melhores aviões e pilotos<br />

do mundo. Ela TAMBEM<br />

é isso, mas no seu conjunto,<br />

representa muito mais. Trata-<br />

-se de uma organização concebida<br />

desde seu nascedouro<br />

com atribuições muito bem<br />

definidas, em evolução perene,<br />

sempre em sintonia com<br />

novas tecnologias e com um<br />

pé no futuro, revendo constantemente<br />

seus processos e<br />

aperfeiçoando suas técnicas.<br />

E sua principal característica<br />

é saber recrutar, formar, treinar<br />

e motivar um corpo de<br />

profissionais extremamente<br />

conscientes de suas responsabilidades<br />

perante à sociedade<br />

israelense de onde são oriundos<br />

e com a qual compartilham<br />

desafios e valores. Essa<br />

mesma sociedade pode (e até<br />

deve), em algum momento,<br />

questionar seus custos, mas<br />

provavelmente jamais conseguirá<br />

duvidar de sua utilidade,<br />

haja visto a condição de<br />

segurança que a Chel Há Vir<br />

ajuda a proporcionar ao país.<br />

Esta organização encarnou<br />

perfeitamente um dos maiores<br />

preceitos de Sun Tzu, que<br />

é atingir o objetivo militar<br />

com um mínimo de baixas.<br />

Este feito é um enorme manancial<br />

de ideias para empresas<br />

(máximo lucro com mínimo<br />

custo), governos (grandes<br />

realizações sem espoliar o<br />

contribuinte) e mesmo pessoas,<br />

ao concretizar aspirações<br />

num custo aceitável para a família<br />

e a própria saúde. m<br />

52 aviação & mercado aviação & mercado 53


VENDA SEU VOO<br />

Nessa edição o profissional escolhido vem das Minas Gerais,<br />

o Cmte. Otaviano Duarte Jales Junior, que busca ajudar a você,<br />

proprietário de aeronave, que precisa de um piloto responsável, comprometido<br />

e sensato. Segurança e comprometimento com esta fazem parte do meu perfil.<br />

Atenção! A <strong>Aviação</strong> & <strong>Mercado</strong> não se responsabiliza pelas informações<br />

dos perfis, a redação apenas faz a seleção e publicação dos currículos.<br />

Boa sorte e sucesso aos candidatos de Venda o seu voo!<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Nome: Otaviano Duarte Jales Junior<br />

Nacionalidade: Brasileira<br />

Estado Civil: Casado<br />

Idade: 34 anos<br />

E-mail: otavianodjales@hotmail.com<br />

Linkedin:<br />

https://br.linkedin.com/in/otaviano-duarte-<br />

-jales-junior-19a73150<br />

Formação: Pós graduado<br />

Cursos complementares:<br />

PBN/RVSM – INVA Completo – CCT PLA<br />

Empresas em que trabalhou:<br />

Biologística soluções em Logística e serviços<br />

Cargo pretendido: Piloto de Aeronaves.<br />

Minha experiência como piloto é pilotando multimotores.<br />

Possuo IFR/INVA e CCT de PLA.<br />

Tenho 400 horas de voo, sendo que mais de 270 são de Multi.<br />

Conheço bem as regiões dos estados de MG e RJ;<br />

Estou disponível para mudanças também para outros Estados. Tenho visto<br />

americano válido até 2027 e vou convalidar minhas habilitações com a FAA.<br />

A aviação faz parte da minha vida, porque nasci nela, tenho família de pilotos,<br />

pai, tio e primos pilotos. Minha fascinação pelo voo é de berço!!!!<br />

Tenho me mantido atualizado sobre as novas tecnologias. O estudo continuo<br />

e o esforço pessoal fazem parte do sucesso profissional, e levam a tomadas de<br />

decisões corretas durante o voo e dará o direcionamento mais seguro na pratica<br />

da profissão, assim como já me ocorreu enquanto no comando de um Sêneca.<br />

O trabalho em equipe faz parte da minha vida profissional, já tive a oportunidade<br />

de trabalhar com várias equipes diferentes, portanto, o aprendizado que obtive<br />

com as diferenças entre as pessoas que fizeram parte das mesmas, contribuiu<br />

muito para minha experiência, fazendo com que eu seja, um bom profissional<br />

dentro do mais respeitoso ambiente de trabalho.<br />

Por estes motivos, sempre respondo aos que me perguntam o que sou, e com<br />

o que trabalho, digo que sou Piloto de coração, Engenheiro de formação,<br />

trabalho ainda por obrigação, mas quando piloto faço com satisfação.<br />

54 AVIAÇÃO & MERCADO AVIAÇÃO & MERCADO 55


COM A PALAVRA<br />

“O PRESIDENTE”<br />

Entrevistamos um profissional<br />

impar, um empreendedor<br />

polivalente, competente,<br />

dinâmico e atento as<br />

mudanças tecnológicas que<br />

estão trazendo modificações<br />

no mercado de formação e<br />

treinamento de pilotos.<br />

Texto: Vilso Ceroni<br />

é parte muito importante de<br />

estabilidade na minha vida,<br />

para estar aqui. A vida é feita<br />

de escolhas.<br />

2) Como você utiliza a tecnologia<br />

em prol de sua vida para<br />

facilitar a gestão?<br />

Res.: Eu tenho quase tudo<br />

online, quando concluo o<br />

voo no aeroporto ou no hotel<br />

estou com acesso a internet<br />

e despachando os afazeres<br />

da gestão, escrevo um<br />

capítulo de um livro, gravo<br />

vídeo aulas, estudo novas<br />

tecnologias e conteúdos necessários<br />

para a evolução da<br />

minha careira como piloto,<br />

gestor e escritor.<br />

3) Qual a maior paixão, pilotar<br />

ou empreender?<br />

Res.: Sem sombra de dúvidas<br />

que a maior é pilotar, fiz tudo<br />

para conseguir ser piloto e os<br />

negócios vieram depois dessa<br />

conquista. Uma coisa foi<br />

puxando a outra, mas a base<br />

está na função de piloto.<br />

4) Quando decidiu que seria<br />

escritor?<br />

Res.: Eu queria ser piloto comercial<br />

e precisava de grana<br />

para pagar minhas aulas de<br />

PC e ai decidi escrever um livro<br />

sobre como aprender a voar<br />

no Flight simulator, e com as<br />

vendas fui pagando minhas<br />

horas de voo e a partir disso<br />

dei continuidade e fui escrevendo<br />

outros temas dentro<br />

da aviação, focados no treinamento<br />

e formação de pilotos.<br />

5) Como você vê o trabalho<br />

de escritor?<br />

Res.: Primeiro você tem que<br />

ter muita dedicação para estudar,<br />

pesquisar e estar atualizado<br />

com o tema. Leva tempo<br />

escrever um bom livro, em média<br />

3 anos para estar pronto<br />

Treinamento IFR - ILS Y SBFZ (Fortaleza)<br />

para ser editado e vendido. O<br />

retorno é muito pouco e lento<br />

perto do trabalho e tempo<br />

que é investido. Escrever te<br />

ajuda a formar sua imagem e<br />

desenvolver sua careira, quem<br />

escreve não pode visar viver<br />

de venda livro, mas cria novas<br />

oportunidades a partir disso.<br />

6) Em que momento você<br />

decidiu que iria ser empreendedor?<br />

Res.: Como já disse, uma coisa<br />

foi puxando a outra, mas<br />

depois que consegui me formar<br />

e ser efetivado como piloto<br />

os negócios começaram a<br />

deslanchar juntos, antes não<br />

Nosso entrevistado é Denis<br />

Bianchini que iniciou sua<br />

carreira na aviação no início<br />

de 2000 e desde então acumulou<br />

aproximadamente 8.000<br />

horas de voo. Atualmente é<br />

comandante de Boeing 737<br />

700/800, empreendedor e<br />

fundador de alguns negócios<br />

que carregam parte de seu<br />

sobrenome, a loja física e e-<br />

-commerce mais estruturada<br />

para o segmento de aviação<br />

no Brasil, a Bianch.com. Na<br />

Editora Bianch, onde edita livros<br />

próprios e de terceiros e<br />

seu último empreendimento<br />

é a eBianch, focada em cursos<br />

online para o segmento de<br />

aviação. Também autor de diversos<br />

livros de ensino para estudantes<br />

de aviação, futuros<br />

pilotos e instrutores de voo.<br />

1) Denis, qual o segredo para<br />

administrar sua agenda com<br />

tantas frentes de trabalho,<br />

seja pilotando, escrevendo,<br />

empreendendo e gerindo<br />

uma careira e negócios?<br />

Res.: Eu priorizo o que é mais<br />

importante e dentre tudo o<br />

que faço, o mais importante<br />

é pilotar, foi meu sonho e<br />

hoje minha paixão, tudo parte<br />

da minha escala de voo. Se<br />

vou voar as 19 hs, me programo<br />

para isso, mas durante o<br />

dia ocupo meu tempo focado<br />

na gestão dos negócios e<br />

nos estudos. Hoje por exemplo,<br />

completei meu voo e vim<br />

direto para nossa conversa e<br />

entrevista, deixei de ir para<br />

casa ver minha família que<br />

56 aviação & mercado aviação & mercado 57


na prova da ANAC, esse é o<br />

maior problema na formação.<br />

A preocupação é muito grande<br />

em passar na prova. Muitas<br />

vezes o aluno chega aqui<br />

na loja e quer comprar um<br />

livro de simulado para passar<br />

na prova. E não percebe que<br />

precisa estudar para ter uma<br />

base melhor para tomar uma<br />

decisão no voo.<br />

tinha condições financeiras<br />

para investir e também não tinha<br />

tempo porque o foco era<br />

ser piloto. Foi minha escolha e<br />

acertei muito bem nela, mas<br />

tudo isso com muita dedicação.<br />

Nada veio de forma fácil.<br />

7) Em qual área você tem mais<br />

dificuldades, na pilotagem ou<br />

no empreendedorismo?<br />

Res.: São momentos diferentes,<br />

enquanto me formava e<br />

conquistava meu espaço no<br />

mercado de trabalho como<br />

piloto, as dificuldades eram<br />

maiores. Hoje não posso parar<br />

no tempo como piloto, preciso<br />

estudar e acompanhar a<br />

evolução tecnológica das aeronaves<br />

e a própria evolução<br />

da companhia para qual piloto.<br />

Já como empreendedor tenho<br />

que dispor de muito mais<br />

energia. Saio de férias como<br />

piloto, mas não saio com empreendedor.<br />

A gestão exige<br />

muitas mudanças e tomadas<br />

de decisões. Estamos passando<br />

por uma crise severa e isso<br />

exige muito, controle de estoque,<br />

preço, custo, despesas fixas,<br />

promoções, investimento<br />

maior em tecnologia e comunicação<br />

para uma venda menor<br />

com margem apertada.<br />

8) Quais as principais dificuldade<br />

que o Brasil trás para o<br />

empreendedor?<br />

Res.: No Brasil nada é certo,<br />

não é possível fazer um planejamento<br />

de curto e médio prazo,<br />

imagina um de longo prazo.<br />

Isso acaba sugando muito<br />

a energia e desperdiçando<br />

tempo bom em medidas paliativas<br />

que muitas vezes não<br />

dão resultado. Não podemos<br />

pensar em resultado positivo<br />

antes de 2 a 3 anos em uma<br />

nova frente que abrimos.<br />

9) Qual sua analise sobre o momento<br />

da aviação brasileira?<br />

Res.: Tudo está ligado a economia<br />

e como estamos em um momento<br />

difícil na aviação ficou<br />

mais difícil ainda. Se o PIB cai<br />

1%, a aviação cai 3% e isso tem<br />

ditado o ritmo dos negócios no<br />

setor. Travou toda a base da<br />

aviação, os alunos que terminaram<br />

o PC, não tem mercado<br />

para iniciar e também muitos<br />

pilotos perderam seus empregos<br />

porque houve redução de<br />

frota e rotas pelas companhias.<br />

Eu acredito que somente em<br />

2019 vamos começar a ter um<br />

mercado mais estabilizado e se<br />

recuperando de fato. Está tudo<br />

muito atrelado a economia e<br />

politica e como todos sabem<br />

estamos passando por grandes<br />

problemas em ambas.<br />

10) E a infraestrutura para a<br />

aviação é boa?<br />

Res.: Não é a ideal, mas evoluiu<br />

muito de 2010 para cá,<br />

hoje tem mais condições de<br />

absorver as novas e maiores<br />

aeronaves do mercado.<br />

11) Como você analisa o mercado<br />

de formação de novos pilotos?<br />

Res.: Estamos vivendo um<br />

bom momento de transição.<br />

Sobraram apenas os aeroclubes<br />

que se preocuparam em<br />

ter uma boa estrutura. As escolas<br />

de aviação estão com<br />

vontade de fazer e crescer, e<br />

isso, está sendo positivo para<br />

o mercado. Estamos em evolução,<br />

mas ainda a formação<br />

está muito focada no básico.<br />

Apenas as matérias básicas<br />

que ensinam a entrar na cabine<br />

e fazer o voo, isso tanto no<br />

PP como no PC. Falta aplicar<br />

mais conteúdo para expandir<br />

a visão sobre a aviação e as<br />

novas tecnologias. O profissional<br />

que se forma sai muito<br />

longe da realidade de voo e<br />

das tecnologias.<br />

12) A produção de conteúdo<br />

sobre formação, está acompanhando<br />

a evolução tecnológica?<br />

Res.: O conteúdo está acompanhando,<br />

mas a questão<br />

principal é que o aluno só<br />

estuda aquilo que vai cair<br />

13) Na sua visão, além de estudar<br />

para a prova da ANAC, o que<br />

mais as escolas e os alunos deveriam<br />

se aprofundar e estudar?<br />

Res.: Um tema muito importante<br />

é o gerenciamento de<br />

riscos, isso é fundamental para<br />

um piloto. Mas ele não estuda<br />

porque não vai cair na prova.<br />

Falta visão para o futuro profissional,<br />

precisa entender que<br />

o mercado de trabalho exige<br />

muito mais que o básico da<br />

prova da ANAC. Essa é uma falha<br />

muito grande das escolas<br />

e dos profissionais. Falta uma<br />

orientação ao aluno de que<br />

ele tem que se dedicar e ler,<br />

estamos muito no básico. Hoje<br />

com a internet não falta conteúdo<br />

de qualidade a ser estudado,<br />

você tem acesso gratuito a<br />

excelentes biografias americanas<br />

da FAA, por exemplo. Conteúdo<br />

definitivamente não é o<br />

problema, mas cultura de ensinar<br />

e estudar o mínimo necessário<br />

sim. A escola tem grande<br />

papel nisso porque as vezes o<br />

aluno não sabe nem por onde<br />

começar e deveria ser direcionado<br />

para isso. Em um curso<br />

de 4 meses você não tem tempo<br />

para aprofundar, mas dar<br />

os caminhos sim.<br />

14) Qual o caminho para estimular<br />

a propagação de conteúdo<br />

e o aumento da leitura<br />

pelos alunos e profissionais?<br />

Res.: Nos já entendemos que<br />

ler não está na cultura do brasileiro,<br />

então temos que criar<br />

canais multimídias de propagação<br />

de conteúdo. E é isso<br />

que estamos fazendo nos negócios<br />

da Bianch. Utilizamos<br />

por exemplo, canal de youtube,<br />

e-book, artigos em blogs,<br />

vídeo aula, etc... e orientamos<br />

que não tem que estudar só<br />

para a ANAC mas sim para o<br />

futuro profissional. Teria que<br />

58 aviação & mercado aviação & mercado 59


junto a tudo isso criar mecanismo<br />

de cobrança, seja por<br />

parte da própria ANAC, para<br />

que os alunos tenham um<br />

conhecimento maior do que<br />

simplesmente a prova.<br />

16) O futuro dos estudos e<br />

formação será digital?<br />

Res.: Não acredito em uma<br />

migração total, sempre será<br />

necessário o livro para ler,<br />

pesquisar, anotar e reler. Eu<br />

acredito em complementariedade<br />

do off com o digital. O<br />

caminho é ampliar o volume<br />

de conteúdo e formas de distribuição<br />

com as duas plataformas.<br />

Teremos públicos para<br />

ambas. No digital é possível<br />

através da vídeo aula ensinar<br />

de uma forma muito mais real<br />

do que em páginas do livro<br />

sobre determinados assuntos<br />

em que você utiliza o simulador<br />

de voo, por exemplo. Mas<br />

para uma boa pesquisa o livro<br />

é fundamental.<br />

difícil é a tomada de decisão<br />

e gerenciar de maneira assertiva<br />

e correta. Voltamos aqui<br />

novamente a necessidade de<br />

estudar muito mais além do<br />

que aprender a pilotar.<br />

dias, estudar inglês, sem o<br />

domínio desse idioma você<br />

não chega lá. Os que desejam<br />

pilotar por prazer, saibam<br />

que pilotar não é uma<br />

brincadeira, faça de forma<br />

responsável, prepare muito<br />

bem seu voo e tome cuidado<br />

com as tomadas de decisão<br />

durante o voo.<br />

Passar na ANAC é apenas o<br />

inicio de uma longa jornada<br />

prazerosa de estudo, não<br />

se acomode, estude sempre<br />

e evolua que terá um futuro<br />

brilhante. m<br />

15) Para chegar a Cmte de<br />

uma grande companhia aérea,<br />

o quanto além do básico<br />

um piloto precisa estudar e se<br />

preparar?<br />

Res.: É uma sequência profissional<br />

conforme for evoluindo<br />

sua careira.<br />

18) Qual sua mensagem para<br />

quem deseja ingressar na carreira<br />

de piloto?<br />

Res.: <strong>Aviação</strong> é uma área de<br />

apaixonados que exige muito<br />

estudo e conhecimento.<br />

Para quem quer seguir carreira<br />

tem que expandir seus<br />

Na aviação geral temos um<br />

conhecimentos todos os<br />

grande número de acidentes<br />

por falta de uma padronização<br />

do conhecimento e qualificações<br />

mínimas necessárias<br />

para pilotar e tomar decisões<br />

durante o voo, de acordo com<br />

cada tipo de aeronave. 17) Você acredita na aviação<br />

Em uma empresa de taxi aéreo<br />

sem piloto?<br />

a exigência não é muito Res.: Eu acredito que em<br />

grande, mas já começa a ter médio prazo não deve acontecer.<br />

um padrão. Na aviação executiva<br />

Os aviões novos até o<br />

já exige maior conhecimento,<br />

momento não veio nenhum<br />

os treinamentos são sem piloto, e, essas aerona-<br />

mais contínuos, já existe uma ves devem ficar os próximos<br />

padronização em boa parte 20 anos em operação. Se vir<br />

dessas empresas. Na aviação acontecer vai demorar muito<br />

comercial é tudo padronizado,<br />

tempo ainda principalmente<br />

não tem como cada piloto na aviação comercial por con-<br />

criar seu padrão. E para você fiabilidade dos passageiros.<br />

entender esse padrão tem Os aviões estão vindo cada<br />

que ler muito, estudar muito vez mais moderno e mais fácil<br />

de pilotar e o piloto cada<br />

sobre tudo o que envolve a<br />

aviação, como por exemplo, vez mais se torna um gerente<br />

regulamentação, performance,<br />

de voo. Hoje já estudamos<br />

segurança de voo, trabalho<br />

muito mais para tomar a denológica<br />

em equipe, evolução teccisão<br />

correta do que para pi-<br />

e meteorologia. Mas lotar. A maioria dos acidentes<br />

temos percebido que os novos é por tomada de decisão errada<br />

e não por falha de pilo-<br />

Livro “Aprendendo a Voar<br />

profissionais tem evoluído em<br />

em Simuladores de Voo”, Editora Bianch<br />

um menor espaço de tempo. tagem. O mais fácil é voar, o<br />

60 aviação & mercado aviação & mercado 61


FORMAÇÃO DE<br />

PILOTOS PROFISSIONAIS<br />

EM MANAUS E A REALIDADE<br />

NO MERCADO DE TRABALHO<br />

Texto: Jone<br />

Cavalcante Dirane<br />

O nome aviação, para muitos,<br />

sempre foi o combustível que<br />

alimenta o sonho daqueles<br />

que almejam seguir o futuro<br />

profissional por esse caminho.<br />

Nome esse que nos faz<br />

recordar os tempos áureos<br />

das grandes companhias aéreas,<br />

da saudosa VARIG por<br />

exemplo, onde a elegância<br />

era exigência básica, acompanhada<br />

de muito prestigio<br />

e glamour para aqueles que<br />

ostentavam sobre seu peito o<br />

nome e a marca de uma cia<br />

aérea e principalmente o tão<br />

sonhado “ breve” de pilotos<br />

e de comissários de bordo, na<br />

época denominadas aeromoças,<br />

pois eram para poucos<br />

tal façanha.<br />

Os perfis das pessoas que<br />

buscam os cursos de pilotos<br />

são das mais variadas idades e<br />

classes social, uns buscam por<br />

lazer, outros para realização<br />

de um sonho e por empresários<br />

que possuem suas próprias<br />

aeronaves e querem ter<br />

a formação para pilotá-las,<br />

a grande maioria é formada<br />

por jovens de 18 a 25 anos,<br />

que querem seguir careira<br />

profissional.<br />

Em Manaus a formação de<br />

pilotos está a cargo do Ae-<br />

roclube de Manaus, a única<br />

escola que possui aeronaves<br />

para aulas práticas e utiliza a<br />

aeronave Tupi, com custo de<br />

R$ 610,00 a hora voo. Demais<br />

escolas ministram apenas os<br />

cursos teóricos.<br />

Os candidatos a piloto precisam<br />

passar nos testes teóricos<br />

e práticos, como primeira etapa<br />

necessitam serem aprovados<br />

no Certificado Médico da<br />

Aeronáutica (CMA) para poderem<br />

ter a sua CHT: Certificado<br />

de Habilitação Técnica (Licença<br />

de Piloto) para depois ser<br />

um aluno efetivo das escolas<br />

de aviação existentes em Manaus,<br />

as regras são as mesmas<br />

para todo o território nacional<br />

e são requisitos obrigatórios<br />

exigidos pela ANAC (Agencia<br />

Nacional de <strong>Aviação</strong> Civil).<br />

Em média as escolas formam<br />

três turmas por ano, compostas<br />

de 20 a 30 alunos, sempre<br />

há dois ou três que não passam<br />

nos testes psicológicos ou<br />

psicotécnicos ou são diagnosticados<br />

com alguma problemas<br />

de saúde.<br />

A perspectiva econômica e<br />

a tendência do mercado se<br />

mostram instáveis nos dias<br />

atuais para os futuros e atuais<br />

pilotos. Este segmento exige<br />

muito conhecimento e estudo<br />

por parte do profissional, não<br />

Pouso curto Aeroclube do Amazonas<br />

62 aviação & mercado aviação & mercado 63


a demanda pela contratação<br />

dos serviços em especial de<br />

taxi aéreo que é muito forte<br />

no estado da Amazônia, para<br />

dar inicio a novas contratações<br />

e em muitos casos preferem<br />

manter uma vaga em<br />

aberto do que simplesmente<br />

contratar sem saber se terá de<br />

fato trabalho para o piloto.<br />

O mercado de trabalho não<br />

está muito diferente para os<br />

tripulantes no Brasil, o desemprego<br />

está em nível elevado<br />

e sem perspectiva de retorno<br />

das contratações pelas empresas<br />

nacionais e isso tem provocado<br />

a ida de muitos deles<br />

para companhias estrangeiras<br />

como ETIHAD, TURKISH AIRLI-<br />

NE, JET AIRWAYS, HNA chine-<br />

pode parar no tempo, é necessário<br />

manter-se em aprendizado<br />

constante. As novas<br />

aeronaves cada vez mais trazem<br />

novas tecnologias e exigem<br />

que o profissional esteja<br />

apto a utilizar o equipamento<br />

de forma correta e com observância<br />

aos seus manuais de<br />

procedimento.<br />

Dificilmente uma empresa<br />

ou proprietário particular de<br />

uma aeronave irá contratar<br />

um profissional sem experiência<br />

e conhecimento técnico e<br />

lhe entregar um equipamento<br />

de milhares ou milhões de<br />

dólares simplesmente porque<br />

está recém “habilitado” e empolgado<br />

para pilotar.<br />

As empresas aguardam um sinal<br />

de melhoria no ambiente<br />

de negócios que impulsione<br />

64 aviação & mercado aviação & mercado 65


sa, entre outras, que buscam<br />

pilotos e comissários experientes<br />

para compor o seu quadro<br />

de profissionais de diversas<br />

nacionalidades. Enquanto<br />

muitos ainda não tem o domínio<br />

do idioma inglês, um dos<br />

requisitos principais para esse<br />

tipo de vaga de trabalho, continuam<br />

buscando uma nova<br />

oportunidade para voltarem<br />

a fazerem aquilo que amam,<br />

que são treinados, investiram<br />

seu tempo e dinheiro para<br />

trabalhar no fascinante mundo<br />

da aviação e VOAR. m<br />

66 aviação & mercado aviação & mercado 67


TAAG LINHAS AÉREAS DE ANGOLA<br />

UMAS DAS REFERÊNCIAS<br />

EMPRESARIAIS DAQUELE PAÍS.<br />

Texto: Angelo Flavio Panzo<br />

e Vilso Ceroni<br />

777-300ER (Extended Range)<br />

avaliado em US$ 895 milhões<br />

e incluiu o direito de compra<br />

de outras três aeronaves do<br />

mesmo modelo.<br />

Participante de um mercado<br />

ainda muito reprimido e sob<br />

domínio dos governos locais<br />

a TAAG tem muito a evoluir,<br />

modernizar-se e conquistar,<br />

Angelo Flavio Panzo<br />

não só no mercado angolano<br />

e africano, mas no mercado<br />

Com mais de 75 anos de<br />

atuação essa companhia representa<br />

e poder voltar a operar no internacional. A entrada de<br />

mercado Europeu, além de novas empresas no mercado<br />

muito para o povo<br />

angolano, é uma referencia<br />

nacional. Sob o comando do<br />

governo angolano a empresa<br />

luta para continuar crescendo<br />

mesmo em momento de crise<br />

econômica que passa o país<br />

por conta da crise do petróleo<br />

se qualificar para atender as<br />

previsão de forte crescimento<br />

do mercado de aviação no<br />

Continente Africano, a empresa<br />

se preparou com aquisição<br />

de novas aeronaves, dentre<br />

elas a Boeing-777 e 737.<br />

Em 2009 conseguiu autorização<br />

faz com que ela seja forçada a<br />

seguir com seu plano de melhorias<br />

e evolução para conseguir<br />

fazer frente as novas<br />

demandas e concorrentes.<br />

Uma decisão estratégica tomada<br />

pela companhia foi<br />

transferir a gestão para a<br />

que tem grande importância<br />

para começar a fazer gigante do Médio Oriente,<br />

na formação do PIB.<br />

Nesses 75 anos de história a<br />

empresa teve problemas operacionais,<br />

dentre eles a suspensão,<br />

por 10 anos de voar<br />

no espaço aéreo Europeu por<br />

não aplicarem as normas de<br />

segurança e constituírem um<br />

perigo para os passageiros.<br />

voos de teste para Portugal<br />

(primeiro para Lisboa e depois<br />

também para o Porto),<br />

após os acordos firmados<br />

entre as autoridades de aviação<br />

civil dos dois países, mas<br />

o acordo foi restrito a nova<br />

frota de aeronaves.<br />

Em 2012 finalizou um pedido<br />

a Emirates desde 2015, um<br />

marco significativo para a sua<br />

história.<br />

A empresa demonstrou poder<br />

de reação e evolução para superar<br />

mais um obstáculo em<br />

sua historia e em 2016 voltou<br />

a receber autorização para retornar<br />

os voos a toda Europa.<br />

Para solucionar tais restrições<br />

de três aviões Boeing “Este é um marco significativo<br />

68 aviação & mercado aviação & mercado 69


global de excelência aérea. É<br />

uma “3 Star Arline Skytrax”.<br />

Em 2017 a empresa está focada<br />

na evolução no mercado<br />

local e internacional com<br />

objetivo de obter resultado<br />

positivo em suas operações,<br />

último resultado que tivemos<br />

acesso foi o de 2014, onde a<br />

empresa obteve prejuízo na<br />

ordem de US$ 88 milhões.<br />

Atualmente a empresa atende<br />

a 17 destinos domésticos e<br />

a 25 destinos internacionais,<br />

na África, na América do Sul,<br />

no Caribe, na Europa e na<br />

Ásia. É também a única companhia<br />

aérea que opera voos<br />

regulares (diretos ou com escalas)<br />

entre a África Central e<br />

a América Latina. È membro<br />

da IATA ( Associação Internacional<br />

de Transporte Aéreo) E<br />

DA AFRAA (Associação Africana<br />

de Transporte Aéreo)<br />

A TAAG conta<br />

sua própria história<br />

Com mais de 75 anos de existência,<br />

é uma companhia que<br />

demonstra a sua capacidade<br />

de inovação. Uma companhia<br />

com um passado glorioso<br />

e um futuro brilhante pela<br />

frente.<br />

1938<br />

Por Decreto-Lei do então Governo<br />

Geral de Angola é criada<br />

a DTA – Divisão de Exploração<br />

dos Transportes Aéreos<br />

de Angola.<br />

1940<br />

Com uma frota de cinco pequenos<br />

aviões DRAGON RA-<br />

PID, KLEMEN e LEOPARD<br />

MOTH são ativadas as primeiras<br />

linhas regulares entre<br />

Luanda-Moçâmedes (hoje Namibe)<br />

e Lobito, e os primeiros<br />

voos internacionais Luanda –<br />

Ponta Negra.<br />

para a história da companhia<br />

aérea nacional de Angola em<br />

restabelecer-se como um veículo<br />

de qualidade internacional.<br />

Esta licença permite-nos<br />

ir para qualquer lado dentro<br />

da Europa, sujeitos a direitos<br />

de tráfego”, referiu-se a época,<br />

o presidente do conselho<br />

de administração da TAAG, o<br />

britânico Peter Hill.<br />

O administrador acrescentou<br />

que a atribuição da licença<br />

permite uma “garantia adicional”<br />

aos clientes de que<br />

aquela companhia aérea “é<br />

gerida com os mais altos padrões<br />

de segurança possíveis”<br />

e significa que pode figurar<br />

na lista das “companhias aéreas<br />

aprovadas” internacionalmente.<br />

Video de<br />

Bordo - TAAG<br />

A TAAG acredita que a retirada<br />

da lista negra “é uma evidência<br />

tangível da mudança<br />

que o acordo com a Emirates<br />

está trazendo”, sustentou Peter<br />

Hill, numa referência ao<br />

entendimento firmado em<br />

2015 com esta companhia de<br />

aviação do Médio Oriente.<br />

Foi eleita por clientes ao redor<br />

de todo o mundo na posição<br />

86ª do Skytrax World Airline<br />

Awards 2016, que é “o Oscar<br />

da indústria da aviação”. São<br />

os prêmios de qualidade mais<br />

cobiçados para a indústria aérea<br />

mundial, e um referencia<br />

70 aviação & mercado aviação & mercado 71


1948<br />

Entram em serviço os primeiros<br />

aviões DOUGLAS DC-3.<br />

1962<br />

É adquirido o primeiro avião<br />

FOKKER FRIENDSHIP F-27.<br />

1973<br />

A DTA transforma-se em empresa<br />

de capital misto com a<br />

designação de TAAG – Transportes<br />

Aéreos de Angola,<br />

S.A.R.L., com capital majoritário<br />

do Governo, 30% da TAP<br />

e o restante repartido por<br />

empresas privadas. Durante<br />

esse período a TAAG explora<br />

os voos domésticos e inicia<br />

as carreiras regionais para S.<br />

Tomé e Windhoek. As rotas<br />

Luanda-Lisboa e as ligações<br />

a Maputo, Beira e Salibury<br />

(hoje Harare) pela TAP.<br />

TAAG Angola Airlines Virtual<br />

1975<br />

Após a proclamação da independência,<br />

é criada a empresa<br />

nacional TAAG - Linhas Aéreas<br />

de Angola. São iniciadas negociações<br />

com a TAP para a participação<br />

da TAAG (como companhia<br />

aérea de bandeira) nos<br />

voos Luanda-Lisboa. Os primeiros<br />

voos Luanda-Lisboa passaram<br />

a ser operados por aviões<br />

TAP com a sigla DT das Linhas<br />

Aéreas de Angola. Nesses voos<br />

os passageiros começam a ser<br />

assistidos por pessoal de cabine<br />

da TAAG. São nomeados os<br />

primeiros angolanos para a administração<br />

da Empresa.<br />

ao país do primeiro BOEING<br />

737 é iniciada a era do jato<br />

em Angola.<br />

seguinte os 795.947. Em voos<br />

internacionais o desenvolvimento<br />

da companhia passa no<br />

mesmo período para 130.838<br />

transportados. Outros dados<br />

estatísticos são também esclarecedores:<br />

43.095 toneladas<br />

de carga e correio transportadas<br />

num ano. As asas da TAAG<br />

voam 31.852 horas, percorrendo<br />

18 milhões de quilômetros.<br />

1980<br />

A 13 de fevereiro é publicado<br />

no Diário da República o<br />

Decreto No 15/80 que cria a<br />

Empresa Linhas Aéreas de Angola,<br />

U.E.E., abreviadamente<br />

designada por TAAG. Com<br />

aquisição dos novos BOEING<br />

707 inicia-se rápido crescimento<br />

1985<br />

da TAAG. As estatísticas são No dia 16 de junho de 1985 se<br />

suficientemente elucidativas. iniciaram as operações para<br />

Em 1977 a TAAG transporta o Brasil com destino RIO DE<br />

1976<br />

230.000 passageiros em voos JANEIRO com o equipamento<br />

A 3 de março com a chegada domésticos, atingindo no ano BOEING 707.<br />

72 aviação & mercado aviação & mercado 73


1986<br />

A TAAG transporta um milhão<br />

de passageiros. A queda<br />

brusca dos preços do petróleo<br />

e o agravamento da situação<br />

político-militar no País exigem<br />

da empresa um esforço<br />

especial . A paralisação quase<br />

absoluta dos transportes rodoviários<br />

e ferroviários forçam<br />

a voar entre as principais<br />

cidades com ocupações<br />

raramente abaixo dos 100%<br />

da oferta. Durante anos, foi<br />

o único elo de ligação entre<br />

as cidades do País, o que bastante<br />

orgulha os seus cerca de<br />

5.000 trabalhadores.<br />

1990<br />

A TAAG transporta 700 mil<br />

passageiros e cerca de 60.000<br />

toneladas de carga e correio.<br />

1991<br />

São criadas duas novas empresas<br />

autônomas: A Angola<br />

- Air Charter, para voos charter<br />

de carga e passageiros e a<br />

Sociedade de <strong>Aviação</strong> Ligeira,<br />

S.A.R.L., para o serviço de táxi-aéreo<br />

e de propósito múltiplo,<br />

dedicada a voos especializados<br />

de desinfestação,<br />

combate a incêndios, etc.<br />

1993<br />

Abertura a Linha de Harare, Zimbabwe.<br />

1994<br />

Abertura a Linha de Joanesburgo,<br />

África do Sul.<br />

1997<br />

A 8 de julho a TAAG adquire<br />

o seu primeiro BOEING 747, a<br />

que deu o nome de “Cidade<br />

de Kuito”, em homenagem ao<br />

povo mártir daquela cidade.<br />

2006<br />

Em novembro, adquire cinco<br />

novos aviões BOEING, sendo<br />

dois B777-200ER e quatro<br />

B737-700NG.<br />

2007<br />

Em Janeiro, recebe o seu<br />

quarto avião B737-700NG.<br />

2008<br />

São abertas novas rotas para<br />

Dubai, Bangui, Douala, Beijing.<br />

Em Agosto é adquirido<br />

mais um boeing 777-200 ER.<br />

2009<br />

Abertura de novas rotas para<br />

a Europa, Dubai e China. Estando<br />

totalmente empenhada<br />

em demonstrar a sua adesão<br />

aos mais elevados padrões internacionais,<br />

é premiada com<br />

a certificação IOSA da IATA.<br />

2010<br />

É autorizada a operar para o<br />

todo o espaço aéreo europeu<br />

apenas com sua moderna frota<br />

de Boeing 777 e 737.<br />

2011<br />

Em Agosto lançou um Programa<br />

de Passageiro Frequente,<br />

que permiti a fidelização da<br />

relação entre a companhia e<br />

os clientes. Em Junho chegou<br />

primeira aeronave do tipo 777-<br />

recentemente adquiridas. Em<br />

Julho chegou a Luanda o segundo<br />

Boeing 777/300ER, denominado<br />

“Welwitschia Mirabilis<br />

e foi inaugurada a rota<br />

para Porto (Portugal).<br />

2012<br />

Assinou quatro acordos com a<br />

norte-americana Boeing para a<br />

compra de três aeronaves, avaliadas<br />

em mais de 600 milhões<br />

de dólares norte-americanos.<br />

2013<br />

Em Agosto obteve a classificação<br />

de três estrelas no<br />

Ranking de Serviços ao Cliente,<br />

atribuída pela Skytrax,<br />

posicionando a transportadora<br />

nacional em linha com<br />

algumas das mais prestigiadas<br />

companhias aéreas mundiais.<br />

Em Maio iniciou voos<br />

semanais para Havana, República<br />

de Cuba, no quadro<br />

da estratégia de crescimento<br />

da companhia a médio e longo<br />

prazo.<br />

2014<br />

Em Setembro foi assinado<br />

do acordo de parceria<br />

estratégica de cinco anos<br />

com o Grupo Emirates.<br />

Em junho chegou o novo<br />

boeing-777-300-ER à cidade<br />

de Luanda, proveniente<br />

de Seatle, Estados Unidos<br />

da América.<br />

2015<br />

Em Setembro toma posse o<br />

novo Conselho de Administração,<br />

onde cinco foram indicados<br />

pelo Governo Angolano,<br />

nos termos do acordo,<br />

enquanto os demais (todos<br />

executivos, incluindo o PCA)<br />

são da conveniência da Emirates.<br />

Em Junho comemorou-<br />

-se o do trigésimo aniversário<br />

do início das operações da<br />

companhia para o Brasil. m<br />

1995<br />

Reabertura da Linha de Lusaka,<br />

Zâmbia.<br />

300ER, de um grupo de duas<br />

74 aviação & mercado aviação & mercado 75


DUAS ERAS DE<br />

FormADoreS De PiLoToS<br />

Para quem entrava em um<br />

aeroclube ou escola nos idos<br />

dos anos 80 e 90 era impossível<br />

não se encantar com as linhas<br />

clássicas dos Aero Boero<br />

e Paulistinhas, porém o tempo<br />

passou e em muitos locais ainda<br />

se ensina com os mesmos<br />

equipamentos.<br />

A aviação evoluiu juntamente<br />

com seus conceitos e técnicas,<br />

vamos tentar entender<br />

as diferenças entre duas aeronaves,<br />

uma muito utilizada<br />

na instrução e outra que vem<br />

abrindo espaço.<br />

A aviação comercial hoje necessita<br />

que os pilotos formados<br />

pelas escolas e aeroclubes<br />

tenham um caminho encurtado<br />

e mais atualizados e sintonizados<br />

com as novas tecnologias<br />

utilizadas na indústria<br />

aeroespacial. Aeronaves mais<br />

atualizadas auxiliam na adaptação<br />

em novos aparelhos. Até<br />

aonde a formação em aeronaves<br />

obsoletas atrasam a evolução<br />

dos novos aviadores?<br />

Ao nosso ver atrasam muito,<br />

a tecnologia que vem sendo<br />

apresentada pelas novas aeronaves<br />

está muito superior ao<br />

das aeronaves antigas. E não<br />

basta dizer que o importante<br />

é aprender o básico (subir na<br />

aeronave, tirá-la e traze-la de<br />

volta ao solo) porque o demais<br />

aprende no dia-a-dia com o<br />

número de horas e com experimentação<br />

em outras aeronaves.<br />

Até pode ser, mas não é<br />

responsável e profissional. Um<br />

empreendedor tem por obrigação<br />

evoluir sua empresa,<br />

seus serviços e acompanhar as<br />

novas tecnologias. O custo de<br />

hora aula não é barato para<br />

ser investido em uma aeronave<br />

desatualizada. As escolas de<br />

formação de pilotos precisam<br />

evoluir, muitas delas já estão<br />

evoluindo, porque já perceberam<br />

que não tem mais como<br />

ficar parada no tempo em termos<br />

de tecnologia e apenas<br />

ajustar o preço das horas aulas<br />

para manter o lucro ou apenas<br />

pagar as contas da operação.<br />

Escolas que se atualizam em<br />

termos de equipamento e tecnologia<br />

tendem a crescer e dominar<br />

boa parte do mercado e<br />

a nova era avança com força<br />

e podemos citar 3 exemplos<br />

de escolas conectadas com a<br />

nova realidade, Sierra Bravo,<br />

EJ e uma das mais novas<br />

do mercado a Morini Air que<br />

surge com objetivo de transformar<br />

à instrução de voo no<br />

Brasil, e em fevereiro de 2017<br />

Por Elisandro Souza<br />

76 aviação & mercado aviação & mercado 77


finalizou o processo de aprovação<br />

junto a ANAC para dar<br />

inicio a sua operação no aeródromo<br />

da Fazenda Santa Eliza<br />

em Capão Bonito- SP e sua<br />

frota será composta pelas aeronaves<br />

DA20 EclipseC1, DA42<br />

e DA62. Para saber mais sobre<br />

acesse aqui (http://www.<br />

aviacaoemercado.com.br/<br />

morini-air-surge-com-objetivo-de-transformar-a-instrucao-de-voo-no-brasil).<br />

O mesmo ocorre com aeroclubes<br />

que não pararam no<br />

tempo, estão se estruturando<br />

se modernizando e atentos as<br />

mudanças, citamos três exemplos:<br />

Aeroclube de São Paulo,<br />

Aeroclube de Ponta Grossa e<br />

Aeroclube de Para de Minas.<br />

Aero Boero<br />

X<br />

Dinamond DA20<br />

número aceitável e por um<br />

custo viável. A Cessna encerrara<br />

a fabricação de aeronaves<br />

leves, a Piper começava a se<br />

reerguer de seu processo de<br />

falência e a Embraer estava<br />

focada na fabricação de aeronaves<br />

comerciais e militares.<br />

Depois de cogitar a hipótese<br />

de reativar a fabricação dos<br />

Paulistinhas, mas sem sucesso,<br />

a solução foi olhar para a<br />

Argentina e seus dois fabricantes<br />

da época, Aero Boero<br />

e Chincul, que tinham condições<br />

de fabricar os modelos<br />

AB-95/115.<br />

O DAC deu sinal verde para<br />

a aquisição, a um preço inicial<br />

de US$ 74 mil para cada<br />

exemplar. Várias unidades do<br />

modelo AB-180, que Hector<br />

Boero oferecia no mercado,<br />

desde 1967, como avião de turismo<br />

leve ou agrícola, foram<br />

também encomendados, com<br />

a finalidade de rebocar planadores<br />

nos aeroclubes. E lá se<br />

vai 23 anos de formação de<br />

novos pilotos pelo Brasil, um<br />

serviço muito bem prestado,<br />

mas que hoje já não supre as<br />

necessidades que a aviação<br />

moderna pede. As aeronaves<br />

foram na época adquiridas<br />

com valores da União, jamais<br />

pagas pelos aeroclubes que<br />

receberam, até hoje muitas<br />

delas estão em voo, rendendo<br />

receita para os mesmos como<br />

se fossem empresas privadas.<br />

• Motor: 1 AVCO Lycoming 0<br />

235 C2A, 2400 Horas TBO<br />

• Potência: 115 hp a 2800 rpm<br />

• Comprimento: 7,23 m<br />

• Envergadura: 10,78 m<br />

• Altura: 2,05 m<br />

• Altura: 2,10 m<br />

• Peso vazio: 557 kg<br />

• Peso máximo na decolagem:<br />

770 kg<br />

• Velocidade de cruzeiro: 145<br />

km/h<br />

• Velocidade máxima: 220<br />

km/h<br />

• Capacidade máxima do<br />

tanque de óleo: 5,68 litros (6<br />

quarts de galao)<br />

• Capacidade mínima operacional<br />

do tanque de óleo: 3,79<br />

litros (4 quarts de galao)<br />

• Autonomia: entre 4:30 e 5 h.<br />

de voo<br />

• Consumo Horário: cerca de<br />

25 Litros por hora<br />

• Capacidade individual dos 2<br />

tanques de combustível: 57,5<br />

litros<br />

• Volume total de combustível<br />

residual nos tanques: 5 litros<br />

Aero Boero:<br />

Nos idos dos anos 80 o antigo<br />

DAC (Departamento de <strong>Aviação</strong><br />

Civil) estava preocupado<br />

com a situação que começa<br />

a incomodar a instrução nos<br />

aeroclubes brasileiros que na<br />

época se constituía em sua<br />

maior parte de aeronaves das<br />

décadas de 40, 50 e 60. A necessidade<br />

de atualização era<br />

uma questão de urgência, visto<br />

que os veteranos Paulistinhas<br />

CAP-4 e P-56C já enfrentavam<br />

restrições para voar no<br />

já congestionado tráfego dos<br />

aeroportos brasileiros. Características gerais<br />

No mercado não existia aeronave<br />

de treinamentos dispogentina)<br />

• Fabricante: Aero Boero (Arnível<br />

para aquisição em um • Número de assentos: 2<br />

78 aviação & mercado aviação & mercado 79


• Velocidade de estol sem<br />

flaps: 52 mph<br />

• Velocidade de estol com 45<br />

graus de flaps: 42 mph<br />

• Posições de flaps: 4 (0, 15, 30<br />

e 45 graus)<br />

• Fator de Carga positivo (máximo):<br />

+3,8G (flaps recolhidos)<br />

+2,0G (flaps 45 graus)<br />

• Fator de Carga negativo<br />

(máximo): -1,52G (são proibidas<br />

manobras que produzam<br />

fator de carga negativo)<br />

O Diamond DA-20.<br />

Diferentemente do Aero Boeiro,<br />

o Diamond não tem a<br />

abertura que a anterior teve<br />

nos aeroclubes, não está<br />

sendo bancada pelos cofres<br />

públicos, são investimentos<br />

feitos por empreendedores<br />

decididos a dar um novo rumo<br />

a formação de pilotos, uma<br />

nova realidade que é enfrentada<br />

por quem quer entrar<br />

em um mercado cada vez menor,<br />

mais competitivo, porém<br />

mais profissional.<br />

Alguns projetos e conceitos<br />

perpassam gerações e, muitas<br />

vezes, evoluem para projetos<br />

totalmente novos e independentes.<br />

Na indústria aeronáutica<br />

alguns programas nascem<br />

com um propósito e acabam<br />

gerando uma série de versões<br />

ou modelos diferentes. Talvez<br />

o caso mais famoso e de maior<br />

sucesso seja o do programa<br />

Boeing 367-80, que evoluiu<br />

para o KC-135 e gerou o<br />

Boeing 707, seguido pelo 727<br />

e, por fim, o 737. Processos similares<br />

também ocorrem na<br />

aviação geral. A Diamond Aircraft,<br />

nos anos 1990, lançou<br />

o DV 20 Katana, baseado no<br />

motoplanador Diamond HK36<br />

Super Dimona. Utilizando o<br />

que existia de mais evoluído<br />

no mundo dos planadores, a<br />

empresa austríaca criou um<br />

avião leve que mantinha uma<br />

série de virtudes dos projetos<br />

do voo a vela. Entre outros, o<br />

Katana manteve a cauda em<br />

T e a construção simples, baseada<br />

principalmente no uso<br />

de fibra de vidro e ligas metálicas<br />

leves. A primeira versão<br />

do Katana foi equipada<br />

com um motor Rotax 912, de<br />

59,66 kW (80 hp) de empuxo.<br />

Apenas dois anos depois, em<br />

1995, a Diamond lançou uma<br />

versão aperfeiçoada do modelo,<br />

batizada DA20 A-1 Katana,<br />

seguida, em 1999, pelo<br />

DA20-100, que, basicamente,<br />

Características gerais<br />

Fabricante: Diamond Aircraft<br />

Preço: R$ 700 mil<br />

Assentos: 2<br />

Construção: Fibra de vidro<br />

Motor: Continental IO 240<br />

Empuxo: 93,2 kW (125 hp)<br />

Dimensões<br />

Comprimento 7,20 m<br />

Envergadura 10.89 m<br />

Altura 2.16 m<br />

Área alar 11,6 m<br />

Distância de decolagem 390 m*<br />

Distância de pouso 414 m<br />

Capacid. de combustível 93 litros<br />

Equipamentos<br />

Garmin G500 Glass Panel<br />

Cockpit, Synthetic Vision<br />

Technology - 3D, Garmin<br />

ChartView – Jeppesen, Garmin<br />

GMA 340 Audiopanel, Garmin<br />

GNS 430W, SL40 VHF COM<br />

(Number 2 Com) e GTX 330<br />

Mode S transponder<br />

se diferenciava pelo uso do<br />

Rotax 912S, de 74,57 kW (100<br />

hp) de empuxo.<br />

Aproveitando o bom momento<br />

do mercado, a Diamond<br />

lançou o DA20-C1, que recebeu<br />

uma série de melhorias,<br />

incluindo um novo enflechamento<br />

de asas, com uma variação<br />

de 1 grau, para corrigir<br />

o CG (Centro de Gravidade),<br />

que sofreu uma ligeira modificação<br />

depois da instalação<br />

do motor Continental IO-240-<br />

-B, de 93,21 kW (125 hp). Além<br />

disso, a aeronave ganhou novos<br />

flaps e assimilou modificações<br />

em seus sistemas gerais.<br />

Quase simultaneamente, o fabricante<br />

colocou no mercado<br />

duas versões, o DA20-C1 Evolution,<br />

uma versão simplificada,<br />

visando atender ao mercado<br />

de treinamento primário,<br />

e o DA20-C1 Eclipse, que contava<br />

com um pacote maior de<br />

opcionais. No Brasil a aerona-<br />

Depois desta atualização que<br />

Pesos<br />

O DA20-C1 vem se destacando<br />

seguiu nada mudaram em muitos<br />

Vazio 551 kg<br />

como um eficiente e moderno<br />

aeroclubes espalhados pelo<br />

Máximo de Decolagem 800 kg treinador, aeronave equipada<br />

Brasil, alguns ainda voam CAP-<br />

Máximo do bagageiro 20 kg com o Garmin 500 que está<br />

4 e os Aero Boero. A diferença<br />

anos luz dos equipamentos<br />

hoje é a formação dos novos<br />

Performance<br />

utilizados nos CAP-4, Aero Boero<br />

pilotos em aeronaves como<br />

Velocidade Máxima 220 km/h<br />

e até mesmo Cessna 152,<br />

Diamond e Cessna 152 enquanto<br />

(118 KIAS)<br />

proporcionando uma inte-<br />

outros ainda terminam<br />

Velocidade de Cruzeiro 140 ração aeronave aluno muito<br />

sua formação nas clássicas.<br />

km/h (75 KIAS)<br />

maior.<br />

Uma das vedetes das escolas<br />

Teto de Cruzeiro 4.000 m Se resta alguma dúvida procure<br />

sempre foi o Cessna 152, porém<br />

(13.120 pés)<br />

escolas ou aeroclubes e soli-<br />

hoje esta começando a<br />

Alcance (com 30 minutos) cite um voo comparativo com<br />

ocupar espaço uma nova:<br />

ve é distribuída pela Aremot. 1.015 km (547 nm)<br />

ambas as aeronaves. m<br />

80 aviação & mercado aviação & mercado 81


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Direito Aeronáutico<br />

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O Relatório da Air Safety Institute<br />

datado de 2010 tem o in-<br />

ENVELHECIMENTO<br />

tuito de lançar um olhar mais<br />

atento sobre uma pesquisa relacionada<br />

com a idade e o de-<br />

DE PILOTOS<br />

sempenho de pilotos que tem<br />

mais de 60 (sessenta) anos de<br />

NA AVIAÇÃO GERAL<br />

idade. Também discutir os<br />

insights que podem ser extraídos<br />

dessa pesquisa e falar<br />

PESQUISA E RECOMENDAÇÕES<br />

sobre como o piloto pode se<br />

manter voando por mais tempo,<br />

e com a maior segurança<br />

possível. O texto apresenta<br />

também uma bibliografia<br />

anotada de trabalhos selecionados<br />

sobre envelhecimento<br />

e desempenho do piloto.<br />

A pesquisa se deu com estudos<br />

realizados entre os anos<br />

de 2000 e 2010, porém a A.I.S.<br />

percebeu que os estudos eram<br />

direcionados a pilotos com até<br />

60 anos e para aqueles que<br />

voavam em companhias aéreas.<br />

Faltava material para por<br />

exemplo, pilotos de 70 anos e<br />

aqueles que estão na aviação<br />

geral. O resultado dos estudos<br />

foi considerado interessante<br />

por todos os pilotos que tiveram<br />

acesso ao material e não<br />

somente para aqueles com<br />

mais de sessenta anos. Motivo<br />

pelo qual decidimos apresentar<br />

um resumo.<br />

Um estudo específico para pilotos<br />

da aviação geral, com<br />

base nos dados de acidentes<br />

realizados pela National Transportation<br />

Safety Board (NTSB)<br />

(Baker 1 - consulte Recursos<br />

selecionados, p. 26) descobriu<br />

Por Vivien Aparecida<br />

que, entre outras coisas, “pilotos<br />

mais velhos cometeram<br />

Corazza da Costa<br />

menos erros”. Entretanto, a<br />

84 aviação & mercado aviação & mercado 85


(por exemplo, a comunicação).<br />

As preocupações mais frequentes<br />

sobre pilotos mais velhos<br />

têm a ver com mudanças<br />

na capacidade cognitiva - capacidade<br />

diminuída de avançar<br />

para “estar à frente da aeronave”,<br />

manter a consciência<br />

situacional, dividir a atenção<br />

entre tarefas múltiplas, tomar<br />

boas decisões e se comunicar<br />

efetivamente. Uma quantidade<br />

significativa de pesquisa<br />

científica tem sido feita nestas<br />

áreas, e embora haja muitos<br />

pontos de concordância entre<br />

os vários estudos, é difícil encontrar<br />

duas publicações cujos<br />

resultados coincidem com precisão.<br />

Em vez de aprofundar<br />

os vários dados aqui, apontamos<br />

para um relatório intitulado<br />

“Idade e Desempenho do<br />

Piloto”, no qual a pesquisadora<br />

Pamela Tsang fornece uma<br />

boa visão geral da situação:<br />

“A literatura psicológica mostra<br />

mudanças definidas relacionadas<br />

à idade em certas<br />

funções cognitivas que foram<br />

identificadas como sendo es-<br />

do vôo (por exemplo, processamento<br />

perceptivo, certos<br />

aspectos do desempenho da<br />

memória e certo controle psicomotor).<br />

As funções cognitivas<br />

que não exibem efeitos<br />

claros de idade tendem a ser<br />

os mais complexos que em<br />

vários estágios de processamento<br />

da informação, como<br />

resolução de problemas, tomada<br />

de decisão e compartilhamento<br />

de tempo. Por um<br />

lado, existem dados suficientes<br />

para sugerir que quanto<br />

maior a complexidade da situação,<br />

maior o efeito da idade.<br />

Por outro lado, se colocarmos<br />

complexidade x desempenho,<br />

iremos verificar que os efeitos<br />

negativos da idade são menores,<br />

uma vez que a experiência<br />

em muitos desempenhos de<br />

trabalho complexos, incluindo<br />

voar, devem ser estudados<br />

com cuidado”.<br />

Estudos que trataram de questões<br />

de saúde concordaram<br />

em questões como degradação<br />

da visão, incapacidade de<br />

voo repentina (0,3 por cento<br />

de todos os acidentes) e anor-<br />

A.S.I. verificou que os estudos em relação a qualquer norma. gestionados, uma aproximação<br />

traram menos declínio nas<br />

realizados continham falhas para desembarque e uma<br />

Também vale a pena notar<br />

pontuações sumárias de voo,<br />

pois não estavam considerando<br />

uma série de fatores.<br />

que os fatores relacionados à<br />

idade, mas não ao envelhecimento,<br />

pontuação global. As conclusões<br />

sumárias dos autores fo-<br />

do que pilotos mais jovens. Essas<br />

descobertas longitudinais<br />

Uma maneira de contornar<br />

podem desempenhar ram as seguintes:<br />

apoiaram estudos transversais<br />

as limitações das análises dos<br />

dados obtidos era então levar<br />

os pilotos para o laboratório e<br />

avalia-los em condições simuladas<br />

um papel nos resultados.<br />

Dos vários estudos realizados<br />

em simuladores, o mais relevante<br />

para o tema do enve-<br />

“Mais pilotos experientes tiveram<br />

melhores pontuações<br />

no resumo e mostraram menos<br />

declínio ao longo do pe-<br />

anteriores que demonstraram<br />

as vantagens da experiência<br />

prévia e das experiências com<br />

relação aos conhecimentos<br />

de voo. Os pesquisadores lhecimento entre pilotos da ríodo estudado. As análises<br />

cognitivos qualificados.<br />

recrutaram pilotos de diferentes<br />

<strong>Aviação</strong> Geral foi o “Stanford secundárias revelaram que<br />

Em outras palavras, os resul-<br />

idades, níveis e experiência, Study” (Taylor, 13). Durante com relação às comunicações<br />

tados servem para reforçar<br />

e testaram seu desempenho um período de 3 anos, os autores<br />

com ATC, o desempenho di-<br />

a teoria de que a experiên-<br />

através de conjuntos específicos<br />

realizaram simulações minuiu mais acentuadamente<br />

cia geralmente funciona para<br />

de tarefas, geralmente testando 118 pilotos de 40 a ao longo do tempo. Mesmo<br />

compensar os impactos negativos<br />

sobre repetidos trechos. Deve 69 anos. O desempenho foi inicialmente os pilotos mais<br />

do envelhecimento e pode,<br />

salientar-se desde já que estes<br />

estudos não tentaram classificar<br />

o desempenho como<br />

“aceitável” ou “inaceitável”<br />

pontuado com base na execução<br />

das instruções do ATC,<br />

varredura de instrumentos,<br />

afastamento de tráfegos con-<br />

velhos apresentando resultados<br />

piores do que os pilotos<br />

mais jovens, ao longo do tempo<br />

pilotos mais velhos mos-<br />

além disso, desempenhar um<br />

papel maior na compensação<br />

das áreas mais afetadas pelo<br />

processo de envelhecimento senciais para o desempenho<br />

86 aviação & mercado aviação & mercado 87


malidades cardiovasculares<br />

são de crescente preocupação<br />

para pilotos mais velhos. Isso<br />

é razoável, mas também vale<br />

a pena observar que os estudos<br />

examinados para este relatório<br />

não encontraram evidências<br />

de que a incidência<br />

desses problemas aumentam<br />

de repente em qualquer idade<br />

em toda a população, mas<br />

evoluem junto com o envelhecimento<br />

de cada individuo.<br />

Além disso, é bem claro na literatura<br />

científica geral que<br />

os impactos do envelhecimento<br />

podem ser combatidos com<br />

dieta saudável, a redução dos<br />

fatores de risco (por exemplo,<br />

não fumar), e realizar check-<br />

-ups regulares com médicos.<br />

Os estudos e relatórios examinados<br />

aqui representam<br />

uma série de abordagens diferentes<br />

para a questão do<br />

envelhecimento do piloto no<br />

cockpit. A visão, a memória,<br />

a cognição, o envolvimento<br />

de acidentes, o piloto e a sua<br />

saúde foram investigados em<br />

vários segmentos da aviação.<br />

No entanto, para todo o trabalho<br />

que foi feito, o que talvez<br />

seja mais impressionante é<br />

a relativa ausência de achados<br />

exatos. As questões parecem<br />

resistir aos esforços de análise.<br />

Na verdade, é tentador concluir<br />

que a questão do envelhecimento<br />

pode ser como se<br />

diz, que não pode ser concluído<br />

de forma substancial.<br />

Enfim há casos e casos, inclusive<br />

aqueles em que pilotos<br />

de 60 anos aparentam<br />

ter 90, e vice versa. Mas não<br />

é tudo o que importa. A verdadeira<br />

lição parece ser a de<br />

que a idade cronológica, com<br />

toda a sua conveniência, não<br />

é uma lente muito boa para<br />

se examinar a capacidade de<br />

um piloto, em particular para<br />

agir com segurança em determinadas<br />

questões. Em muitos<br />

estudos, as diferenças individuais<br />

entre pilotos da mesma<br />

idade foram significativamente<br />

maiores do que as diferenças<br />

entre os grupos etários.<br />

E, apesar de todos os estudos<br />

que, superficialmente, parecem<br />

falar de forma sombria<br />

sobre o desempenho de pilotos<br />

mais velhos, somos apresentados<br />

todos os dias à forte<br />

evidência de que a idade é<br />

apenas um fator entre muitos.<br />

Aeronaves pilotadas por homens<br />

e mulheres com mais de<br />

70 anos não estão caindo do<br />

céu com grande regularidade.<br />

A taxa de acidentes das companhias<br />

aéreas não aumentou<br />

desde que a Regra da Idade<br />

60 se tornou a Regra da Idade<br />

65 – pelo contrário, ela caiu.<br />

Em resumo, a visão-chave de<br />

toda a pesquisa, para nossos<br />

propósitos, parece ser<br />

que pilotos diferentes experimentam<br />

o processo de envelhecimento<br />

diariamente e<br />

o compensam (ou falham em<br />

compensar) de várias maneiras<br />

diferentes. Há, sem dúvida,<br />

algumas semelhanças entre<br />

os pilotos mais velhos, mas<br />

na visão ampla parece que os<br />

fatores individuais - experiência,<br />

proficiência, aptidão física,<br />

genética - se reúnem para<br />

desempenhar um papel muito<br />

maior do que a idade cronológica<br />

na determinação de uma<br />

determinada capacidade do<br />

piloto voar com segurança.<br />

RECOMENDAÇÕES<br />

VISÃO<br />

Para muitos pilotos, as mudanças<br />

na acuidade visual estão<br />

entre os maiores problemas<br />

do envelhecimento. A visão<br />

periférica se estreita, a visão<br />

próxima fica menos aguda, os<br />

olhos não se concentram mais<br />

tão rapidamente, e a visão noturna<br />

se degrada.<br />

» Faça um exame oftalmológico<br />

completo anualmente.<br />

» Compre um sistema de oxigênio,<br />

e / ou comece a usá-lo<br />

em altitudes mais baixas.<br />

» Permita que seus olhos tenham<br />

mais tempo para se<br />

ajustar à noite e com a iluminação<br />

branca de cockpit, que<br />

é melhor do que vermelho<br />

para focagem.<br />

» Obtenha lentes bifocais ou<br />

progressivas.<br />

88 aviação & mercado aviação & mercado 89


» Use óculos escuros com as<br />

lentes prescritas.<br />

» Considere a compra de equipamentos<br />

de alerta de trânsito.<br />

(nos EUA principalmente).<br />

AUDIÇÃO<br />

Particularmente na faixa de alta<br />

frequência, a audição diminui<br />

com a idade. Os pilotos tendem<br />

a ficar piores que a população<br />

em geral a este respeito.<br />

» Considere comprar bons fones<br />

de ouvido, daqueles que<br />

bloqueiam barulhos externos.<br />

» Esteja preparado para pedir<br />

aos controladores para repetirem,<br />

se necessário.<br />

» Considere comprar aparelhos<br />

auditivos.<br />

FORÇA, FLEXIBILIDADE<br />

E RESISTÊNCIA<br />

Muitos pilotos relatam diminuição<br />

da flexibilidade e perda<br />

de força à medida que envelhecem.<br />

A maioria observa que<br />

a fadiga aumenta ou se manifesta<br />

antes, e alguns acham<br />

que é mais difícil executar<br />

tarefas motoras finas, como<br />

pressionar pequenos botões.<br />

» Adote uma abordagem organizada<br />

» Tome notas. Tenha uma caneta<br />

para o estudo. Defilator<br />

e X-Plane são maneiras<br />

» Faça um exame físico anual,<br />

e papel à mão sempre na um cronograma para veri-<br />

surpreendentemente bara-<br />

» Leve um co-piloto ou ins-<br />

começando o mais tardar até que estiver se comunicando ficação da proficiência a cada<br />

tas e realistas de manter-se trutor em voos mais desafiadores<br />

50 anos.<br />

com ATC.<br />

seis meses, por exemplo - e<br />

- por exemplo, quando<br />

afiado, especialmente para<br />

» Mantenha um regime de » Considere comprar um dispositivo<br />

cumpra.<br />

voar por instrumentos. em espaço aéreo congestio-<br />

Abaixo, resumimos uma<br />

exercícios: 30 minutos de atividade<br />

de lembrete de altitu-<br />

» Procure um bom instrutor que<br />

nado, à noite, ou em condi-<br />

mensagem de Bruce Lands-<br />

física por dia, mesmo de, ou adapte algo para este trabalhe bem com você, quando<br />

“DIREITOS”<br />

ções IFR crítico.<br />

berg em uma frase, para não<br />

simples, como caminhar, pode propósito.<br />

não se sentir apto para algum<br />

Para a maioria dos pilotos, » Use oxigênio para voos noturnos,<br />

nos tornarmos repetitivos:<br />

ter um tremendo impacto no » Tente voar quando está tipo específico de voo.<br />

faz sentido começar a ajustar<br />

ou tente completar<br />

bem-estar geral.<br />

“fresco”. Os pilotos mais velhos<br />

» Envolva-se em novas ati-<br />

os tipos de voo para suas re-<br />

voos durante o dia.<br />

“Deixe um legado - você não<br />

» Tente agendar voos para a<br />

costumam ter melhor vidades, comece a trabalhar<br />

ais capacidades.<br />

» Considere mudar para ae-<br />

pode levá-lo com você”. m<br />

manhã, ou no final da tarde, memória pela manhã. em uma nova atividade, leia<br />

quando tende a ser mais sua-<br />

» Se puder tenha um co-pilo-<br />

livros, faça cursos on-line e<br />

90 aviação & mercado aviação & mercado 91<br />

ve e mais fresco. Evite madrugadas<br />

e noites tardias. Depois<br />

do almoço há maior tendência<br />

à problemas de fadiga.<br />

» Se a fadiga do cockpit é um<br />

problema, planeje paradas<br />

mais frequentes.<br />

» Mantenha-se bem hidratado,<br />

mas evite o café e outras<br />

bebidas com cafeína.<br />

» Se em voo há problemas<br />

com as pernas, considere levar<br />

um produto de alívio das dores<br />

ou para melhorar a circulação<br />

a bordo.<br />

» Mantenha-se bem alimentado.<br />

A hipoglicemia (baixo nível<br />

de açúcar no sangue) pode<br />

ter um custo real.<br />

» O repouso apropriado é ainda<br />

mais importante para um<br />

piloto mais velho.<br />

MEMÓRIA<br />

A memória é usada frequentemente<br />

em voo, e parece ser<br />

mais afetada pelo envelhecimento<br />

normal. Muitos pilotos<br />

mais velhos acham mais difícil<br />

lembrar coisas como atribuições<br />

de altitude, transponder,<br />

códigos e frequências de rádio.<br />

to para trazê-lo de volta aos<br />

números, ou com coisas como<br />

sintonização de rádio e programação<br />

de GPS.<br />

TOMADA DE DECISÃO<br />

Embora a experiência possa ter<br />

um impacto real, o envelhecimento<br />

também pode torná-lo<br />

mais difícil de lidar com decisões.<br />

» Passe mais tempo fazendo<br />

pré-vôo e planejamento para<br />

emergências.<br />

» Voar quando bem descansado,<br />

e repasse checklists de situações<br />

de emergência (por exemplo,<br />

problemas mecânicos, condições<br />

meteorológicas, etc.).<br />

» Tenha sempre um sólido<br />

“Plano B”. Certifique-se de<br />

que é realista – ou seja, um<br />

plano que você está realmente<br />

preparado para usar.<br />

PROFICIÊNCIA<br />

Além da experiência, a experiência<br />

recente pode ter um<br />

efeito dramático sobre a aviação<br />

geral, independentemente<br />

da idade.<br />

questionários- qualquer coisa<br />

para manter sua mente ativa.<br />

» Se o custo de voar é uma<br />

preocupação, os simuladores<br />

de voo como o Flight Simu-<br />

» Planeje pernas de voo mais curtas<br />

e voos mais curtos em geral.<br />

» Reexamine sua “zona de<br />

conforto” e aumente seus mínimos<br />

pessoais, se necessário.<br />

ronaves mais lentas e/ou menos<br />

complexas. Tenha em<br />

mente, no entanto, que há<br />

uma curva de aprendizado<br />

associada a qualquer novo<br />

tipo, especialmente se você<br />

voou um avião exclusivamente<br />

por anos.


A SEGUNDA TEMPORADA DO PROGRAMA<br />

“AERO, POR TRÁS DA AVIAÇÃO”<br />

TERÁ SUA ESTREIA EM MARÇO DESTE ANO.<br />

Avião Agrícola<br />

com Helicópteros<br />

Avião Agrícola<br />

A segunda<br />

temporada<br />

do Programa<br />

“Aero, Por Trás<br />

da <strong>Aviação</strong>”<br />

será lançada<br />

no mês de<br />

março no canal<br />

Mais Globosat.<br />

A Singular Filmes estreia no<br />

dia 08 de março às 21h no<br />

Canal Mais Globosat a segunda<br />

temporada do programa<br />

“Aero, Por Trás da <strong>Aviação</strong>”.<br />

Único no segmento, o programa<br />

sobre aviação brasileira<br />

mostra os fatos interessantes<br />

desse universo, desde a montagem<br />

de um pequeno avião<br />

clássico até a construção do<br />

novo avião militar da Embraer.<br />

A segunda temporada conta<br />

também histórias de pessoas<br />

apaixonadas em fotografar<br />

aviões em aeroportos, traz os<br />

bastidores do maior aeroporto<br />

do Brasil e cruza os céus do<br />

país a bordo de um monomotor<br />

anfíbio, além de muitos<br />

outros temas interessantes da<br />

área. A temporada se encerra<br />

de forma inesquecível, com o<br />

sonho de se voar na Esquadrilha<br />

da Fumaça.<br />

Nesta nova temporada, o<br />

Aero é apresentado por Fernando<br />

De Borthole, Vivian<br />

Sacarrão e ainda conta com<br />

a participação especial do<br />

ator e piloto Max Fercondini.<br />

Foram 34 locações com mais<br />

de 50 horas de voos entre<br />

helicópteros, aviões antigos,<br />

trikes, jatos executivos e comerciais.<br />

O programa Aero foi lançado<br />

na TV Brasileira no ano<br />

92 AVIAÇÃO & MERCADO AVIAÇÃO & MERCADO 93<br />

Trike


Apoio de Mídia:<br />

de 2014 e virou referência no<br />

assunto para toda a área da<br />

aviação. Fernando de Borthole<br />

é o criador, diretor e um dos<br />

apresentadores do programa.<br />

O diretor acredita que a aviação<br />

precisa ser levada ao público<br />

em geral de uma forma<br />

verdadeira através de um conteúdo<br />

leve, dinâmico e positivo<br />

O lançamento dessa nova<br />

temporada tem extrema importância<br />

para o setor e ainda<br />

desmistifica toda a aviação<br />

Spotters<br />

para o público em geral. A<br />

nova temporada conta com<br />

13 episódios de 30 minutos.<br />

A primeira temporada ainda<br />

rendeu um prêmio para o<br />

programa, o Prêmio ABEAR<br />

de Jornalismo em 1º colocado.<br />

Sobre a Singular Filmes:<br />

A produtora Singular Filmes<br />

tem grande experiência no<br />

mercado de produção de programas<br />

de TV. Em nosso portfólio<br />

contamos com o programa<br />

“Chefs na Rua”, já na<br />

produção da terceira temporada<br />

e com exibição no Canal<br />

Sony e “Sonho e Destino”, em<br />

sua primeira temporada. m<br />

Vivian em<br />

Portobello<br />

Voando com a Esquadrilha da Fumaça<br />

AFA<br />

AFA<br />

Fernando e Vivian em<br />

Campo de Marte -<br />

Águia PM SP<br />

94 AVIAÇÃO & MERCADO AVIAÇÃO & MERCADO 95

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