09.08.2015 Views

2012 - Faculdade de Ciências - Unesp

2012 - Faculdade de Ciências - Unesp

2012 - Faculdade de Ciências - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Página1CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ANAIS - XIX SEMANA DE PSICOLOGIA E VICONGRESSO DE PSICOLOGIA UNESP-BAURUBauru, <strong>2012</strong>


Página9CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Bruna Arakaki;Natália Abreu; Tammy Regina Battissacco; Marisa Eugênia MeliloMeira.5. Constituição e Aprofundamento <strong>de</strong> Relações Humanizadoras entre família eescola: Práticas <strong>de</strong> estágio em Psicologia da EducaçãoRoberta Miguel Green;Claudya Gusikuda Perallis; Estefania Manholer; Laura Emílio Faria; Marisa MeliloMeira.6. A Utilização <strong>de</strong> Multiplas Linguagens no Processo <strong>de</strong> AlfabetizaçãoSarah Dias Marins;Fernanda Pereira; Kaira Moraes Porto; Larissa Bulhões D’incão; Marisa EugêniaMelillo Meira.II. SALA 821. Reflexões Psicanalíticas Winnicottianas sobre a Atenção Psicológica em Saú<strong>de</strong>PúblicaAna Carolina Ramalho Amorim;Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro; Eloá Ulliam.2. O Papel do Pai na Humanização do seu BebêAndré Masao Peres Tokuda;Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro.3. Um espaço Humanizado para minimizar os estressores gerados pelo ambienteHospitalarChristiane Ozaka Ferraz;Márcia Cristina Almendros Fernan<strong>de</strong>s Moraes, Maria José Monteiro Benjamin Buffa.4. A Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobrevivência do Terapeuta: Consi<strong>de</strong>rações WinnicottianasBauru, <strong>2012</strong>


Página10CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Lídia Pereira da Silva;Flávia Moraes; Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro; Lídia Pereira da Silva.5. Bem-Me-Quer, Mal-Me-Quer: Uma Análise dos Cuidados Dispensados ao IdosoAsilarMarina Coimbra Casa<strong>de</strong>i;Antonio Carlos Barbosa da Silva.6. Câncer e Luto – Uma Reflexão Pautada nos Processos Psicodinâmicos NarcísicosRafael Piccolo Feliciano;Érico Bruno Viana Campos.III. SALA 831. Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e Emocionalida<strong>de</strong>: Algumas Implicações SociaisAbraão Pustrelo Damião;2. A Ética da Simpatia nos Movimentos <strong>de</strong> Amiza<strong>de</strong> no Neo-TribalismoAntonio Carlos Barbosa da Silva;Maria Coimbra Casa<strong>de</strong>i.3. O Papel da Memória na Constituição da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Pessoal: Um Diálogo com aFilosofia da Mente, Neurociências e PsicologiaCelina Adreila da Silva;Jonas Gonçalves Coelho.4. O manejo transferencial em Freud: Uma análise da relação Transferência –SugestãoDiego Diz Ferreira;Christiane Carrijo Eckhardt Mouammar.Bauru, <strong>2012</strong>


Página11CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>5. Ontogênese e filogênese na biologia e na psicanálise: um olhar evolucionistasobre a teoria Freudiana das pulsõesRafael Barreiro Colmanetti;Richard Theisen Simanke.6. Sexualida<strong>de</strong> e Escolha <strong>de</strong> Objeto na Teoria Psicanalítica Freudiana e nas TeoriasBiológicas do Comportamento HumanoSilvana Guarnieri;Richard Theisen Simanke.IV. SALA 841. Coisas <strong>de</strong> Macho? A construção do homem heterossexual na revista Playboy.Flávio Henrique Firmino;Ana Cláudia Bortolozzi Maia; Marcela Pastana.2. A Influencia do Sexo do Bebê nos Estilos e Práticas ParentaisLuiza Calori Domingues;Olga Maria Piazetin RolimRodrigues; Bárbara Camila <strong>de</strong> Campos.3. Presença <strong>de</strong> Stress em mães <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> seis a 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>Sária Cristina Nogueira;Mariana Biffi; Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues.6. Normas para submissão <strong>de</strong> trabalhos ________________________________Pag.178Bauru, <strong>2012</strong>


Página13CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Desenvolvimento”Christiane Carrijo Eckhardt Mouammar (UNESP/Bauru)Cristina Keiko Merletti (Associação Lugar <strong>de</strong> Vida)Local: "Central <strong>de</strong> Salas" (Anfiteatro Adriana J. Ferreira Chaves)13h-18hAnálise do filme "O Labirinto do Fauno" por duas diferentes perspectivas:Análise do Comportamento e PsicanáliseAlessandra Salina Brandão (Doutoranda USP/Ribeirao Preto)Fernanda Augustini Pezzato (Doutoranda USP/Sao Paulo)Natalia Pinheiro Orti- (Mestranda UNESP/Bauru)Érico Bruno Viana Campos (UNESP/Bauru)Christiane Carrijo Eckhardt Mouammar (UNESP/Bauru)Local: "Central <strong>de</strong> Salas" (Anfiteatro Adriana J. Ferreira Chaves)Conferência “Campos <strong>de</strong> Atuação em Psicologia Forense”Maria <strong>de</strong> Fátima Franco dos Santos (PUC-Campinas)19h-21hLocal: "Central <strong>de</strong> Salas" (Anfiteatro Adriana J. Ferreira Chaves)Bauru, <strong>2012</strong>


Página14CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>VI CONGRESSO DE PSICOLOGIA UNESP/BAURUQuarta-feira (30/05)Horário08h-10h10h-12h14h-16h16h-18h18h-19h19h-21h3021h30Descrição das ativida<strong>de</strong>sCre<strong>de</strong>nciamentoSimpósio “Estratégias que o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químico utiliza em seu processo <strong>de</strong>reinserção social para evitar a recaída”Alfredo Manuel Saidneuy Junior (Psicólogo clínico/FGV)Sandra Leal Calais (UNESP/Bauru)Simpósio “A questão humana nas organizações”Dinael Corrêa <strong>de</strong> Campos (UNESP/Bauru)Alfredo Manuel Saidney Junior (Psicólogo clínico/FGV)Conferência “Cartografia do <strong>de</strong>sejo suicida”Fernanda Cristina Marquetti (UNIFESP)Coffe BreakMesa <strong>de</strong> Abertura InstitucionalAutorida<strong>de</strong>s Institucionais e Comissão OrganizadoraSimpósio “A formação do psicólogo”Maria <strong>de</strong> Fátima Belancieri (ABEP/Bauru)Coquetel <strong>de</strong> Abertura do EventoHorário10h-12h14h-16h16h-18h18h-19hQuinta-feira (31/05)Descrição das ativida<strong>de</strong>sConferência:Arteterapia: Introdução e FundamentosRenata Ajub Tirelli (Pós-graduanda NAPE/São José dos Campos e Instituto VisãoFuturo/Porangaba)Conferência “Processo Transexualizador”Maria Jaqueline Coelho Pinto (FAMERP)Simpósio“ Trajetórias e Peculiarida<strong>de</strong>s do Consultório <strong>de</strong> Rua”Teresa Paula Galvão Vieira da Costa (Sec. Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Salvador-BA)Osvaldo Gra<strong>de</strong>lla Junior (UNESP/Bauru)Coffe BreakBauru, <strong>2012</strong>


Página15CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>19h-21hConferência “Psicologia Humanista e Contemporaneida<strong>de</strong>”Nilton Julio <strong>de</strong> Faria (PUC/Campinas)Horário10h-12h14h-16h16h-18h18h-19h19h-21hSexta-feira (01/06)Descrição das ativida<strong>de</strong>sConferência “Bases da Terapia Cognitiva ”Priscila <strong>de</strong> Camargo Palma (Mestranda USP/Ribeirão Preto)Sessão <strong>de</strong> Comunicação Oral e PainelConferência “Programa <strong>de</strong> Intervenção Cognitivo Comportamental para aRedução <strong>de</strong> Riscos Cardiovasculares”Ricardo Gorayeb (USP/Ribeirão Preto)Coffe BreakMesa-redonda “Ato Médico”HorárioSábado (02/06)Descrição das ativida<strong>de</strong>sMC 1-) Minicurso <strong>de</strong> Psicologia do Esporte * Mini-curso canceladoMC 2 -) Introdução à Neuroanatomia funcionalCarlos Alberto Vicentini (UNESP/Bauru)Maíra Aparecida Stefanini (UFSCar)Gabriel Victoriano dos Santos (Graduando UNESP/Bauru)09h-12h14h-17hMC 3 -) FAP – Psicoterapia Analítico-funcional da Prática Clinica àSupervisãoMárcia Kameyama ( Mestranda USP/São Paulo)MC 4 -) A Clínica Psicanalítica na Abordagem Kleiniana: PerspectivaHistórica e Tendências AtuaisJorge Luis Ferreira Abrão (UNESP/Assis)MC 5 -) Mitologia e PsicanáliseSira Napolitano (Instituto Agostiniano <strong>de</strong> Filosofia)MC 6 -) "Martín-Baró e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma teoria histórico-dialética dosBauru, <strong>2012</strong>


Página16CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>grupos humanos para a América Latina”Marcelo Dalla Vecchia (UFSJ/São João Del Rei)Nilson Berenchtein Netto (UFMS/Paranaíba)MC 7 -) Atuação do Psicólogo na Saú<strong>de</strong> AuditivaMidori Otake Yamada (Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias Craniofaciais/Bauru)MC 8 -) Introdução a Psicologia Analítica <strong>de</strong> Carl Gustav Jung (PsicologiaJunguiana)José Jorge <strong>de</strong> Morais Zacharias (UNIPAULISTANA e AJB/IAAP) *Lotado!MC 9 -) Arte e Grupalida<strong>de</strong>Edson Olivari <strong>de</strong> Castro (UNESP/Bauru)Carga Horária da XIX Semana <strong>de</strong> Psicologia: 15 horasCarga horária do VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia: 24 horasCarga Horária dos Minicursos: 6 horasBauru, <strong>2012</strong>


Página17CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>2. RESUMOS PROFISSIONAIS – XIX SEMANA DE PSICOLOGIAUNESP/BAURU1.EDUCACAO INFANTIL: PRATICA PEDAGOGICA E CONTRIBUICOES DAPSICOLOGIA HISTORICO-CULTURAL.Juliana Campregher PasqualiniYaeko Nakadakari Tsuhako(UNESP/Bauru)(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação Infantil)A educação infantil é um segmento <strong>de</strong> ensino historicamente marcado por frágeisexpectativas educacionais e orientado por finalida<strong>de</strong>s extrínsecas, como a liberação da mão-<strong>de</strong>obrafeminina ou a preparação da criança para um período futuro da escolarização. Na década <strong>de</strong>1990, o Brasil assistiu a um importante <strong>de</strong>bate acerca da especificida<strong>de</strong> pedagógica da educaçãoinfantil, na busca <strong>de</strong> superação <strong>de</strong> um trabalho marcado pelo espontaneísmo e reduzido a práticas<strong>de</strong> recreação e tutela, por um lado, e da antecipação dos conteúdos e métodos da escola primária,por outro.Neste simpósio, preten<strong>de</strong>mos discutir as finalida<strong>de</strong>s do ensino na educação infantil e opapel do professor que atua nesse segmento à luz das contribuições da Escola <strong>de</strong> Vigotski,<strong>de</strong>rivando implicações pedagógicas da teoria histórico-cultural do <strong>de</strong>senvolvimento psíquico.Além disso, discutiremos os <strong>de</strong>safios e possibilida<strong>de</strong>s da prática pedagógica comprometida coma promoção do <strong>de</strong>senvolvimento humano a partir <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Artes e Música naida<strong>de</strong> pré-escolar.Bauru, <strong>2012</strong>


Página18CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>2.EDUCAÇÃO TERAPÊUTICA: UMA PROPOSTA INSTITUCIONAL PARA OTRATAMENTO PSICANALÍTICO E PARA A ESCOLARIZAÇÃO DECRIANÇAS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTOCristina Keiko MerlettiAssociação Lugar <strong>de</strong> Vida – Centro <strong>de</strong> Educação Terapêutica/São PauloO Lugar <strong>de</strong> Vida, iniciado em 1990 como um laboratório <strong>de</strong> pesquisas no Departamento<strong>de</strong> Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do Instituto <strong>de</strong> Psicologia da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo, há cinco anos se transformou em uma associação <strong>de</strong> iniciativa privada paramelhor aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda clínica da população, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong> campo para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos em pesquisas acadêmicas, tanto <strong>de</strong> alunos quanto <strong>de</strong> profissionaisdas áreas da Saú<strong>de</strong> Mental e da Educação Infantil.A prática institucional da Educação Terapêutica baseia-se numa concepção teóricoclínicafundamentada pela Profa. Dra. Maria Cristina Machado Kupfer (titular do Ipusp) quepropõe o atendimento psicanalítico e educacional integrados para aten<strong>de</strong>r crianças com hipótese<strong>de</strong> Transtornos Globais do Desenvolvimento (psicose e autismo). Esta prática busca retomar asubjetivação, ampliar os laços sociais e promover a inclusão escolar <strong>de</strong> crianças em sofrimentopsíquico, assim como o trabalho <strong>de</strong> acolhida e <strong>de</strong> escuta a suas famílias.3.CAMPOS DE ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA FORENSEBauru, <strong>2012</strong>


Página19CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Maria <strong>de</strong> Fatima Franco dos Santos<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s <strong>de</strong> Psicologia e <strong>de</strong> Direito, Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> CampinasA Psicologia Forense, também <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Psicologia Jurídica, é uma área <strong>de</strong> atuaçãoprofissional existente há décadas no Brasil. Há pouco mais <strong>de</strong> vinte anos, porém, é que existemaior divulgação a respeito do trabalho do psicólogo neste contexto, <strong>de</strong> interface com o Direito.Meu trabalho na Universida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983, como docente, supervisora <strong>de</strong> estágio e tambémcomo psicóloga no sistema penal por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>zessete anos, me fez reconhecer pelo menosalguns campos principais <strong>de</strong> atuação. São eles a própria justiça, as instituições <strong>de</strong> cumprimento<strong>de</strong> pena e <strong>de</strong> medidas sócioeducativas ou <strong>de</strong> segurança, a polícia, as organizaçõesgovernamentais e não governamentais que lidam com a violência e criminalida<strong>de</strong>. Também<strong>de</strong>staco a consultoria – que inclui informações à imprensa e as avaliações in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes paraemissão <strong>de</strong> Parecer – a docência e a pesquisa. Ressalto que a Perícia e a Assistência TécnicaJudicial atualmente estão em ascensão. Um campo fundamental para a atuação do profissional <strong>de</strong>psicologia é na investigação criminal, porém, dificilmente ele é requisitado, ao contrário do queexiste em muitos países. Aponto que não apenas a criminalida<strong>de</strong> é o foco <strong>de</strong>sta área, masquestões cíveis, da família e trabalhistas, no contexto judicial, estão muito presentes. Vejo comoessencial a possibilida<strong>de</strong>, na graduação, <strong>de</strong> disciplina teórica e <strong>de</strong> estágio, para a formação nestaárea. A <strong>de</strong>manda social existe e necessita do psicólogo forense, mas cabe aos cursos <strong>de</strong>psicologia oferecer profissionais capacitados e prontos para intervir com ética, responsabilida<strong>de</strong>e eficiência.3. RESUMO PROFISSIONAIS – VI CONGRESSO DE PSICOLOGIAUNESP/BAURUBauru, <strong>2012</strong>


Página20CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>1.ESTRATÉGIAS QUE O DEPENDENTE QUÍMICO EM RECUPERAÇÃOUTILIZA EM SEU PROCESSO DE REINSERÇÃO SOCIAL PARA EVITAR ARECAÍDAAlfredo Manuel Saidneuy JuniorClínica e Instituto <strong>de</strong> Psicologia ComportamentalO consumo <strong>de</strong> drogas está inserido na história <strong>de</strong> quase todas as culturas humanas.Encontram-se drogas no contexto social, cultural, econômico, militar, religioso, místico,medicinal, psicológico, como também na busca do prazer. Para a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(1974), a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> drogas é um estado mental e, muitas vezes, físico, que resulta dainteração entre um organismo vivo e uma droga. Caracteriza-se por comportamento que sempreinclui uma compulsão <strong>de</strong> tomar a droga para experimentar seu efeito psíquico e, às vezes, evitaro <strong>de</strong>sconforto provocado por sua ausência. A <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> drogas é uma doença que leva oindivíduo a fazer <strong>de</strong> seu uso o objetivo <strong>de</strong> vida, ultrapassando qualquer outro; leva-o a usá-la atodo o momento a ponto <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a noção <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, dos efeitos e das consequências. O<strong>de</strong>safio maior para o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químico é a manutenção da abstinência e das mudanças nomodo <strong>de</strong> viver e se relacionar. Esta pesquisa visou verificar quais as estratégias que o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntequímico em recuperação utiliza em seu processo <strong>de</strong> reinserção social. Participaram 20 exusuáriose avaliaram-se quais são as variáveis que contribuem para um bom tratamento eestabeleceu uma relação entre o tratamento em <strong>de</strong>pendência química e a linha Comportamental.2.Bauru, <strong>2012</strong>


Página21CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A GESTÃO DE PESSOAS COMO QUESTÃO HUMANA NUM AMBIENTEDINÂMICO E COMPETITIVODinael Corrêa <strong>de</strong> CamposAlfredo Manuel Saidneuy JúniorDepartamento <strong>de</strong> Psicologia UNESP/BauruFundação Getúlio VargasVivemos a maior parte <strong>de</strong> nossas vidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> organizações ou em contato com elas,seja trabalhando apren<strong>de</strong>ndo, divertindo-se, comprando ou usando seus produtos ou serviços. Poressa razão, é fundamental que conheçamos como elas são e, principalmente, como se comportam.A dinâmica organizacional tem os seus segredos, meandros, macetes e características próprias.Além disso, as organizações não funcionam ao acaso. E nem são bem-sucedidas aleatoriamente.Elas precisam ser administradas. E os executivos que as dirigem ou gerenciam precisam conhecerprofundamente o fator humano nas organizações. O sucesso ou o fracasso da maioria dos projetosorganizacionais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do fator humano: é preciso saber lidar com pessoas <strong>de</strong> diferentespersonalida<strong>de</strong>s e saber se relacionar e se comunicar com elas. Isso nada tem a ver com osconhecimentos técnicos e especializados da formação <strong>de</strong> cada executivo, mas com o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s no relacionamento interpessoal. O conhecimento puramentetécnico é capaz <strong>de</strong> levar até a um certo ponto. Cremos ser preciso ainda que os subsistemas <strong>de</strong>recursos humanos se coloquem, estrategicamente, como ferramentas para o <strong>de</strong>senvolvimento dopotencial das pessoas que nas organizações trabalham. Temas como a interface recursos humanose a tecnologia que influencia nas relações <strong>de</strong> trabalho, bem como o comprometimento dosfuncionários para com a Visão, Missão e Valores organizacionais, têm que ser postos à mesa para<strong>de</strong>bate; não se po<strong>de</strong> em nome <strong>de</strong> manchetes “pejorativas” como “apagão <strong>de</strong> talentos”, “háBauru, <strong>2012</strong>


Página22CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>emprego e faltam funcionários”, colocar a questão humana sob judice da estratégia empresarial.Por fim, cremos ser pertinente lembrar que a missão da psicologia em sua atuação “psi”, <strong>de</strong>ve sersempre a <strong>de</strong> possibilitar o amplo <strong>de</strong>senvolvimento da condição humana: a saber, possibilitar um<strong>de</strong>senvolvimento consciente e promoção da saú<strong>de</strong> mental e valorização do ser humano, emquestão, o ser humano que trabalha.3.UMA CARTOGRAFIA DO DESEJO SUICIDA.Fernanda Cristina MarquettiDepartamento <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> do Movimento Humano, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São PauloNossa apresentação esta baseada nos resultados <strong>de</strong> uma pesquisa que pressupõe que o<strong>de</strong>sejo suicida suscita mudanças nas ativida<strong>de</strong>s cotidianas daqueles que intentam o suicídio e queestas transformações po<strong>de</strong>m ser observadas e analisadas para sinalizar a progressão da i<strong>de</strong>iaauto<strong>de</strong>strutiva. Compreen<strong>de</strong>mos o suicídio como o ato final <strong>de</strong> um processo, que se fortalecediariamente, mediante pequenos pensamentos e atitu<strong>de</strong>s discretas. Nossa perspectiva <strong>de</strong> estudose contrapõe a concepção <strong>de</strong> suicídio como ato irracional, impulsivo, patológico e <strong>de</strong>scolado doseu meio sócio-cultural.Nosso objeto <strong>de</strong> pesquisa foi i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>screver as alterações do comportamentocotidiano, <strong>de</strong>sses indivíduos, no mês que antece<strong>de</strong>u as tentativas <strong>de</strong> suicídio, visando contribuircom o cuidado a essa população vulnerável. A i<strong>de</strong>ntificação da variação nas ativida<strong>de</strong>s cotidianasdo suicida po<strong>de</strong> ser usada como instrumento preventivo para o ato, permitindo, <strong>de</strong>ssa forma, queprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e pessoas próximas ao indivíduo ofereçam, antecipadamente, a assistênciaBauru, <strong>2012</strong>


Página23CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>necessária para as situações <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>. Nosso objeto <strong>de</strong> estudo abarcou algumastemáticas que vamos explorar brevemente: o suicídio, o cotidiano e as estratégias <strong>de</strong> prevençãoem saú<strong>de</strong> para este fenômeno. Ao final, obtivemos uma cartografia das marcas <strong>de</strong>ixadas pelossuicidas durante o percurso <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sejo pela morte voluntária. Para uma melhorvisibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes rastros, construímos um “mapa <strong>de</strong> risco do suicídio” que apresentaremos aqui.A partir dos resultados pu<strong>de</strong>mos observar que o suicida <strong>de</strong>ixa inúmeros rastros, marcas, pistasdurante a elaboração <strong>de</strong> seu ato e que estas transformações no cotidiano po<strong>de</strong>riam ser observadase sinalizar a progressivida<strong>de</strong> da i<strong>de</strong>ia auto<strong>de</strong>strutiva. Mas, o percurso do suicida é poucoobservado por familiares, amigos e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Durante as entrevistas a maioria dossujeitos com tentativas <strong>de</strong> suicídio revelou que as pessoas ao seu redor não observaram os sinais<strong>de</strong> alteração no seu cotidiano que sinalizavam o risco <strong>de</strong> suicídio, nem mesmo os profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. Ou seja, apesar <strong>de</strong>stes sinais do percurso suicida se apresentar aos observadores, estes nãosão reconhecidos. O observador parece se recusar a “olhar” para esta comunicação velada dosuicida. Talvez, o tabu em relação às mortes voluntárias e suas conseqüentes reações <strong>de</strong> esquivaimpossibilitam a observação dos sinais que os suicidas revelam no cotidiano.4.ARTETERAPIA: INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOSRenata Ajub TirelliPós – Graduanda em Arteterapia, NAPE – SJC – SP. Pós-Graduanda em Psicologia do Desenvolvimentoe Aprendizagem, <strong>Unesp</strong> - Bauru- SP – SP. Pós- Graduanda em Biopsicologia, Instituto Visão Futuro –Porangaba – SP.Bauru, <strong>2012</strong>


Página24CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Definindo-se como o uso terapêutico da ativida<strong>de</strong> artística no contexto <strong>de</strong> uma relaçãoprofissional por pessoas que experienciam doenças, traumas ou dificulda<strong>de</strong>s na vida, assim comopessoas que buscam <strong>de</strong>senvolvimento pessoal, a arteterapia baseia-se na crença <strong>de</strong> que oprocesso criativo é curador e enriquecedor da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas. É consi<strong>de</strong>rado queos diferentes materiais e técnicas artísticas possuem proprieda<strong>de</strong>s terapêuticas específicas, sendoimplementados <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada trabalho <strong>de</strong>senvolvido. Por meio do criar edo refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, pessoas po<strong>de</strong>m ampliar oconhecimento <strong>de</strong> si e dos outros, aumentar sua auto-estima e <strong>de</strong>senvolver recursos físicos,cognitivos e emocionais, <strong>de</strong>sfrutando do prazer vitalizador do fazer artístico. Esta forma <strong>de</strong>terapia po<strong>de</strong> ser aplicada em clínicas, escolas, hospitais e diferentes instituições, com todos ostipos <strong>de</strong> população. A Arteterapia é consi<strong>de</strong>rada um campo novo e não é bem <strong>de</strong>finida e bemcompreendida ainda, e, os próprios arteterapeutas vêm <strong>de</strong> diferentes linhas teóricas e diferentesáreas. Muitos psicoterapeutas trabalham com linguagens artísticas ou expressivas sem se<strong>de</strong>nominarem arteterapeutas, utilizando estas linguagens como recursos complementares a seutrabalho. Quanto ao histórico da Arteterapia, po<strong>de</strong>-se dizer que a arte é utilizada com finalida<strong>de</strong>sterapêuticas há séculos, contudo, uma estruturação do uso dos recursos artísticos no campo dasterapias ocorreu mais recentemente. A proposta do presente trabalho é introduzir a arteterapiacomo um campo novo e diferenciado no ramo das terapias, suas interfaces com a psicologia e umbreve histórico <strong>de</strong> sua sistematização.5.A TRANSEXUALIDADE NO CONTEXTO DA SAÚDEMaria Jaqueline PintoDepartamento <strong>de</strong> Psiquiatria e Psicologia Médica, FAMERPBauru, <strong>2012</strong>


Página25CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A transexualida<strong>de</strong> é uma forma <strong>de</strong> manifestação da sexualida<strong>de</strong> humana, caracterizadapor um forte <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> correção cirúrgica. No cenário atual, indivíduos que se sentempertencentes a uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero oposta ao seu sexo biológico, aos poucos têm sidoouvidos em suas reivindicações. Essa problemática é antiga, o que o torna atual é a possibilida<strong>de</strong>legal e ética <strong>de</strong> “mudar <strong>de</strong> sexo”. A pessoa na vivência da transexualida<strong>de</strong> passa por progressivastransformações no seu papel <strong>de</strong> gênero e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual. Essa experiência é vivida e marcadapor sensações, percepções e sentimentos extremamente confusos e ambivalentes, que evoluem<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância, pelo conflito <strong>de</strong> sentirem-se diferentes. Também manifestam comportamentosesteriotipados do gênero oposto, caracterizados por uma inversão <strong>de</strong> gênero; esse vai sendo<strong>de</strong>senvolvido à custa <strong>de</strong> um aprendizado baseado na relação entre si próprio, sua família e o seumeio social. Para muitos transexuais que vivem esse drama, a cirurgia <strong>de</strong> re<strong>de</strong>signação sexual évisualizada, na busca <strong>de</strong> uma relação harmônica consigo mesmo e com o mundo. Mas, foi com aResolução do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina – nº 1652/2002, que dispõe sobre a cirurgia <strong>de</strong>transgenitalização, que um trabalho efetivo que conta com a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> pacientes vem acontecendo.O papel do psicólogo em equipes <strong>de</strong> transgenitalização requer uma análise cuidadosa para arealização do diagnóstico e intervenções clínicas; orientação e conscientização do processo pré epós operatório e a ressocialização dos aspectos sociais, psíquicos, sexuais e existenciais. Apessoa transexual aos poucos vem conquistando o seu direito à saú<strong>de</strong>, uma vez que atransexualida<strong>de</strong> diz respeito a um transtorno diagnosticável, <strong>de</strong> possível tratamento, que inclui are<strong>de</strong>signação sexual. Assim, a transexualida<strong>de</strong> constitui mais um exemplo da importância dasocieda<strong>de</strong> refletir sobre as novas formas <strong>de</strong> apresentação da subjetivida<strong>de</strong> nos tempos atuais.6.TRAJETÓRIAS E PECULIARIDADES DO CONSULTÓRIO DE RUATeresa Paula Galvão Vieira CostaBauru, <strong>2012</strong>


Página26CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Osvaldo Gra<strong>de</strong>lla JúniorSecretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Salvador (BA)Departamento <strong>de</strong> Psicologia UNESP/BauruEste trabalho objetiva caracterizar a estratégia “Consultório <strong>de</strong> Rua” enquanto tecnologia<strong>de</strong>senvolvida para o atendimento a pessoas em situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> social, usuárias <strong>de</strong>drogas. Será provocada, conduzida e estimulada uma discussão sobre elementos e aspectosimprescindíveis para que essa intervenção se constitua como tal, e <strong>de</strong>safios e dificulda<strong>de</strong>s serãoabordados para maior dimensão da proposta. Também ocorrerão reflexões a respeito da origem eda atualida<strong>de</strong> do Consultório <strong>de</strong> Rua no Brasil – <strong>de</strong> como surgiu, <strong>de</strong>senvolveu-se ao longo dosanos, constituiu-se enquanto ação nacional e as perspectivas atuais <strong>de</strong> governo. Além disso,incluir-se-ão análises sobre o exercício profissional do psicólogo em campo <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>ssanatureza.7.PSICOLOGIA HUMANISTA E CONTEMPORANEIDADENilton Júlio Faria<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Psicologia, Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> CampinasIniciamos a presente conferência com uma discussão acerca do humanismo e dapsicologia humanista nos Estados Unidos nas décadas <strong>de</strong> 1940-1960, quando do establishment,<strong>de</strong>stacando do cenário político e econômico as idéias presentes na formulação da AbordagemCentrada na Pessoal e Carl R. Rogers, com o conceito <strong>de</strong> tendência auto atualizante e suasimplicações na saú<strong>de</strong>, na educação e nas relações interpessoais, além das consi<strong>de</strong>rações sobre aBauru, <strong>2012</strong>


Página27CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>cultura <strong>de</strong>senvolvidas nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980. Apresentamos, ainda, a formulação daGestalt-terapia por Fritz Perls, Paul Goodman, Laura Perls, <strong>de</strong>ntre outros; <strong>de</strong>stacando omovimento <strong>de</strong> contracultura como um dos gran<strong>de</strong>s inspiradores para a criação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> psicoterapia em contraposição ao mo<strong>de</strong>lo biomédico hegemônico na época. Ainda comocontextualização histórica, <strong>de</strong>stacamos a chegada <strong>de</strong>stas práticas na psicologia brasileira, nadécada <strong>de</strong> 1970, por diferentes grupos <strong>de</strong> psicólogos e docentes <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> psicologia, comoalternativas aos mo<strong>de</strong>los biologizantes <strong>de</strong> se fazer psicologia e, por outro lado, como modo <strong>de</strong> sefazer resistência ao regime militar vivido no país na ocasião. Apontamos alguns elementos quefavoreceram a inserção da Psicologia Humanista nos cursos <strong>de</strong> graduação <strong>de</strong> Psicologia, como aCarta <strong>de</strong> Serra Negra (1987) e as Diretrizes curriculares para os cursos <strong>de</strong> graduação empsicologia (2004). Concluímos apresentando uma experiência <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Psicologia Humanistaem curso <strong>de</strong> graduação em psicologia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as séries iniciais do curso até a realização <strong>de</strong>estágios supervisionados em re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção básica em saú<strong>de</strong>.8.BASES DA TERAPIA COGNITIVAPriscila <strong>de</strong> Camargo PalmaLaboratório <strong>de</strong> Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><strong>de</strong> Filosofia <strong>Ciências</strong> e Letras <strong>de</strong> Ribeirão Preto, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, RibeirãoPreto, SPA terapia cognitiva foi <strong>de</strong>senvolvida por Aaron T. Beck no início da <strong>de</strong>c. <strong>de</strong> 60, sendouma intervenção focada, breve, estruturada e orientada ao presente. Têm como meta a resolução<strong>de</strong> problemas atuais, causando modificações dos pensamentos e comportamentos distorcidos.Bauru, <strong>2012</strong>


Página28CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Beck propõem um mo<strong>de</strong>lo, no qual o pensamento interage com o humor e o comportamento,visto isso, se alguma das instancias está disfuncional, irá refletir nas outras também. Visto que aterapia cognitiva prioriza a ação do pensamento, acredita-se que com a avaliação realista dospensamentos disfuncionais e a modificação <strong>de</strong> tais pensamentos distorcidos, produzem melhorasdo humor e mudanças no comportamento, estes que são comuns a todos os distúrbiospsicológicos, o qual levanta a hipótese <strong>de</strong> que a cognição, a emoção e o comportamento sãorelacionados pela percepção que cada pessoa tem sobre um evento ou sobre uma situação e nãopela situação em si e sim no modo com que a pessoa interpretou a situação. O tratamento tembase na conceitualização cognitiva do paciente, a qual se realiza um mapa cognitivoindividualizado para cada paciente e na formulação cognitiva do transtorno em questão. A partirdisso, o terapeuta busca, a partir <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> técnicas cognitivas, comportamentais evivenciais, produzir a mudança cognitiva (mudança <strong>de</strong> pensamento e no sistema <strong>de</strong> crenças)visando alterações cognitivas, emocionais e comportamentais duradouras. A terapia cognitivapossui um aspecto muito educativo, na tentativa <strong>de</strong> ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta,auxiliando o paciente a i<strong>de</strong>ntificar seus pensamentos disfuncionais e reestrutura-los, avaliando-ose respon<strong>de</strong>ndo-os a partir das estratégias apreendidas durante todo o processo terapêutico. Prevêelaboração <strong>de</strong> diagnóstico teórico, (conceitualização cognitiva) e ateórico, (diagnósticomultiaxial, conforme DSM-IV-TR).9.PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARAREDUÇÃO DE RISCOS CARDIOVASCULARESRicardo GorayebBauru, <strong>2012</strong>


Página29CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Laboratório <strong>de</strong> Psicologia e Saú<strong>de</strong>, Departamento <strong>de</strong> Neurociências e<strong>Ciências</strong> do Comportamento, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Ribeirão Preto da USP.As doenças cardiovasculares constituem-se na principal causa <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong>no país e no mundo, e os fatores psicossociais <strong>de</strong> risco são importantes em sua <strong>de</strong>terminação.Avaliações efetuadas em pacientes portadores <strong>de</strong>stas enfermida<strong>de</strong>s indicam alteraçõessignificativas em aspectos sociais, emocionais e comportamentais, que po<strong>de</strong>m estar contribuindopara redução da a<strong>de</strong>são ao tratamento médico e para o próprio agravamento da doença.Fundamentado nestas avaliações, foi <strong>de</strong>senvolvido um Programa <strong>de</strong> Intervenção, com baseteórica cognitivo comportamental, visando ajudar pacientes cardiopatas a reduzir os fatorespsicossociais <strong>de</strong> risco para agravamento <strong>de</strong> sua doença. Este programa consistiu <strong>de</strong> umaavaliação inicial, montagem <strong>de</strong> grupos, que tinham caráter psicoeducativo e psicoterapêutico,com duração <strong>de</strong> 12 sessões semanais, <strong>de</strong> duas horas, com cerca <strong>de</strong> 10 pacientes cada. Foramabordados os temas autoconhecimento, fatores <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> proteção das doençascardiovasculares, manejo <strong>de</strong> estresse, resolução <strong>de</strong> problemas, modificação <strong>de</strong> comportamentosrelacionados a fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> doenças cardiovasculares. Os grupos foram conduzidos porduas psicólogas (terapeuta e co-terapeuta) que apresentavam os temas e mediavam as discussõesgrupais, aten<strong>de</strong>ndo também ao emergente grupal, ou seja, temas <strong>de</strong> relevância para os pacientes,trazidos pelos próprios, além <strong>de</strong> seguir a estrutura <strong>de</strong> cada sessão. Como estratégias paramelhorar o controle dos comportamentos <strong>de</strong> risco para as doenças cardiovasculares, eramsolicitados registros <strong>de</strong> comportamento. Um Registro Semanal <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong> Física tinha oobjetivo <strong>de</strong> estimular a prática <strong>de</strong> exercício físico regular e foi solicitado a todos os participantesa partir da 4ª sessão grupal. Em alguns casos específicos, para os tabagistas que aceitaram aorientação <strong>de</strong> tentar parar <strong>de</strong> fumar, era solicitado também o Registro Semanal <strong>de</strong> Tabagismo,como forma <strong>de</strong> incentivá-los a controlar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cigarros por dia, com o intuito <strong>de</strong>diminuir o consumo. Na quinta sessão ocorria uma palestra com nutricionista. As sessõesBauru, <strong>2012</strong>


Página30CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>psicoterapêuticas, da 9ª à 11ª, tinham como objetivo orientar avaliação <strong>de</strong> contingências e efetuartreino <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problemas. Estas consistiam em sessões <strong>de</strong> tema livre, nas quais osparticipantes traziam queixas pessoais a serem discutidas pelo grupo e pelas terapeutas. A 12ªsessão consistia no encerramento do grupo. A avaliação informal que os pacientes fizeram indicaque o procedimento muito os ajudou a controlar os fatores psicossociais <strong>de</strong> risco para suaenfermida<strong>de</strong>. Medidas objetivas <strong>de</strong> aspectos psicológicos, efetuadas antes e <strong>de</strong>pois da realizaçãodos grupos, indicam redução estatisticamente significante <strong>de</strong>stes fatores (ansieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 23,1%para 14,3%; <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong> 20,9% para 16,5%; aspectos cognitivos da <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong> 30,8% para18,7% e estresse, <strong>de</strong> 51,8% para 39,6%), ressaltando a importância da abordagem dos aspectospsicológicos no tratamento das cardiopatias.Apoio: FAPESP proc. 2009/01058-7MINICURSOS12.INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA FUNCIONALMaíra Aparecida Stefanini 1 ; Carlos Alberto Vicentini 2 ; Gabriel Victoriano dos Santos 2¹Departamento <strong>de</strong> Morfologia e Patologia, UFSCAR²Departamento <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>, UNESP BAURUO estudo da morfofisiologia do sistema nervoso torna-se essencial na formação dosprofissionais <strong>de</strong> Psicologia pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão da interação do indivíduo com oBauru, <strong>2012</strong>


Página31CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ambiente e sobre as bases biológicas das funções psíquicas. Assim, o objetivo <strong>de</strong>ste mini-curso éabordar os aspectos anatômicos macroscópicos e funcionais das estruturas neurais, visandocapacitar o público-alvo ao raciocínio seguro e integrado sobre os principais circuitosconstituintes do sistema nervoso. Serão abordados os seguintes temas: (1) Introdução ao estudoda Anatomia do Sistema Nervoso (planos <strong>de</strong> secção e princípios <strong>de</strong> construção corpórea;filogenia e ontogenia do sistema nervoso; tecido neural); (2) Organização estrutural básica dosistema nervoso central (Medula espinal, tronco encefálico, diencéfalo e telencéfalo). Serãoministradas aulas teórica e prática, permitindo maior contato dos participantes com aspreparações anatômicas que compõem o acervo didático do Laboratório <strong>de</strong> Anatomia, doDepartamento <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> Biológicas, da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>, UNESP, Campus <strong>de</strong> Bauru.13.PSICOTERAPIA ANALÍTICA FUNCIONAL: DA PRÁTICA CLÍNICA À SUPERVISÃOMarcia KameyamaDepartamento <strong>de</strong> Psicologia Clínica, Instituto <strong>de</strong> Psicologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) surgiu da década <strong>de</strong> 90 como proposta <strong>de</strong>estudo da relação terapêutica tendo como referencial o Behaviorismo Radical. Seu surgimentoocorreu junto a outras propostas da Terapia Analítico Comportamental que visavam utilizar arelação terapêutica como instrumento <strong>de</strong> mudança no processo terapêutico. Este movimentoficou conhecido como terapias <strong>de</strong> terceira onda. Segundo a FAP, a relação terapêutica po<strong>de</strong> sercompreendida como mais uma das relações da vida do cliente e, por isso, pressupõe-se que osBauru, <strong>2012</strong>


Página32CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>comportamentos clinicamente relevantes (importantes no processo terapêutico) ocorrem durantea sessão na interação com o terapeuta. Esses comportamentos são subdivididos em: (1) CCR1 –Comportamento Clinicamente Relevante 1, que <strong>de</strong>screvem os comportamentos-problema queocorrem durante a sessão; (2) CCR2 – Comportamento Clinicamente Relevante 2, que<strong>de</strong>screvem comportamentos <strong>de</strong> melhora do cliente na sessão; e (3) CCR3 – ComportamentoClinicamente Relevante 3, que são <strong>de</strong>scrições verbais do cliente sobre as variáveis <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>seu próprio comportamento. Cabe ao terapeuta i<strong>de</strong>ntificar, evocar e prover consequênciasa<strong>de</strong>quadamente a cada um <strong>de</strong>sses comportamentos clinicamente relevantes. Espera-se que aofinal do processo o cliente apresente, durante a sessão, mais CCR2 e CCR3. Como se trata <strong>de</strong>uma proposta específica <strong>de</strong>ntro da abordagem analítico-comportamental, o curso visa apresentara FAP e <strong>de</strong>senvolver parte do raciocínio clínico para a sua utilização. Para tanto, serão utilizadosexemplos <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> clínicos, trechos <strong>de</strong> supervisão e exercício experiencial. Essas ativida<strong>de</strong>sdarão base para a elaboração <strong>de</strong> uma conceituação <strong>de</strong> caso pela perspectiva da FAP a serconduzida em grupo com os participantes, dando também mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> como seria uma supervisãona referida abordagem.10.A CLÍNICA PSICANALÍTICA NA ABORDAGEM KLEINIANA: PERSPECTIVAHISTÓRICA E TENDÊNCIAS ATUAISJorge Luís Ferreira AbrãoDepartamento <strong>de</strong> Psicologia Clínica – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e Letras <strong>de</strong> AssisBauru, <strong>2012</strong>


Página33CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Melanie Klein ocupa lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na psicanálise, não só por suas inovaçõestécnicas, cujo elemento principal é a criação da técnica da análise <strong>de</strong> crianças, mas também porter <strong>de</strong>senvolvido um sistema conceitual que ampliou e modificou diversas problemáticas dateoria psicanalítica tal qual postulada por Freud. Suas hipóteses teóricas encaminharam-se para amo<strong>de</strong>rna psicanálise vincular, inaugurando o que se <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> escola das relações objetais.No Brasil, a influência das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Melanie Klein junto ao meio psicanalítico emergiu combastante contundência a partir da década <strong>de</strong> 1950, <strong>de</strong> tal forma que várias gerações <strong>de</strong>psicanalistas sorveram esta influência ao longo da formação psicanalítica. Este referencialteórico vem sendo amplamente empregado no trabalho clínico, sobretudo com crianças epsicóticos, áreas em que os kleinianos foram pioneiros. Partindo <strong>de</strong>sta premissa, o presente cursotem por objetivo introduzir os principais fundamentos que sustentam a teoria kleiniana, trazendocomo diferencial a articulação e atualização <strong>de</strong>stes fundamentos com a pratica clínicacontemporânea. Assim, seu oferecimento justifica-se em função das seguintes necessida<strong>de</strong>s: oconhecimento da obra <strong>de</strong> Melanie Klein é vital para todo trabalho clínico <strong>de</strong> inspiraçãopsicanalítica, tanto por seu aporte técnico quanto pelas ampliações teóricas que introduz e ostextos <strong>de</strong>sta autora são <strong>de</strong> difícil leitura causando estranheza e perplexida<strong>de</strong> ao leitor iniciante,pelo fato <strong>de</strong> que o corpo teórico do pensamento kleiniana é complexo e pouco linear. Assim, ocurso tem por objetivo apresentar, <strong>de</strong> forma sistematizada, a partir <strong>de</strong> um vértice histórico, osprincipais conceitos que fundamentam o pensamento kleiniano, contextualizando seu<strong>de</strong>senvolvimento e utilização na prática clínica contemporânea. Para a consecução <strong>de</strong>ste objetivoserão abordados os seguintes temas: as origens da técnica da análise <strong>de</strong> crianças através dobrincar, complexo <strong>de</strong> Édipo arcaico, superego arcaico, a formação <strong>de</strong> símbolos, posição esquizoparanói<strong>de</strong>,posição <strong>de</strong>pressiva e a técnica kleiniana contemporânea. Finalizando serãoapresentados casos clínicos ilustrativos que permitam discutir a pratica clínica com crianças eadultos a partir do referencial kleiniano contemporâneo.Bauru, <strong>2012</strong>


Página34CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>11.MITOLOGIA E PSICANÁLISESIRA NAPOLITANOINSTITUTO AGOSTINIANO DE FILOSOFIAO OBJETO DE ESTUDOS DA PSICANÁLISE É O INCONSCIENTE QUE POSSUI AMESMA ESTRUTURA DO MITO. OS MITOS E O INCONSCIENTE SÃO SEM TEMPO,SEM ESPAÇO, SEM AXIOMAS, DE CONTEÚDO DEFORMADO, REPLETOU DEENGANOS E VERDADES. OS MITOS DE ÉDIPO REI E NARCISO POR EXEMPLOSERVIRAM DE INSPIRAÇÃO E ILUSTRAÇÃO PARA SIGMUND FREUD E SUA TEORIASOBRE O MODO DE FUNCIONAMENTO DO APARELHO MENTAL. CONHECER OSMITOS É APRENDER O SEGREDO DA ORIGEM DAS COISAS E A PSICANÁLISEELABOROU TÉCNICAS CAPAZES DE REVELAR A ORIGEM E O PRINCIPIO DA VIDA.O MITO É UMA METÁFORA DE COMO É A INFÂNCIA DA HUMANIDADE, OINCONSCIENTE SE APRESENTA COMO UMA MITOLOGIA PRIVADA; AMBOS SÃOFONTES DE CONHECIMENTO E VERDADE, AMBOS NOS AJUDAM A COMPREENDERA CONDIÇÃO HUMANA. ALÉM DOS MITOS TRABALHADOS POR FREUD, OUTRASHISTÓRIAS SÃO ÚTEIS À PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA E, SUAS NARRATIVAS EESTUDOS REPRESENTAM IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DEPSICÓLOGOS E INTERESSADOS NO SABER PSICANALICO.12.Bauru, <strong>2012</strong>


Página35CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA SAÚDE AUDITIVAMidori Otake YamadaCentro <strong>de</strong> pesquisas Audiológicas, Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias Craniofaciais - USPEstudos recentes revelam que o problema da Saú<strong>de</strong> Auditiva cresce a cada dia no Brasil eno mundo. No Brasil são 9 milhões <strong>de</strong> pessoas que apresentam algum grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciaauditiva. O impacto socioemocional da <strong>de</strong>ficiência auditiva na pessoa e na família justifica aatuação do psicólogo e a implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Auditiva. O avanço científico etecnológico nos últimos anos tem permitido a <strong>de</strong>tecção, o diagnóstico e intervenção já nosprimeiros meses <strong>de</strong> vida do bebê com o programa da Triagem Auditiva Neonatal – TAN. Odiagnóstico tardio aumenta o tempo <strong>de</strong> privação sensorial e sem intervenção precoce, e maioressão os efeitos negativos da perda auditiva na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas. As implicaçõespsicológicas da <strong>de</strong>ficiência auditiva congênita e adquirida são amplas e complexas, afetam apessoa em todas as dimensões <strong>de</strong> sua existência e os membros da família <strong>de</strong> maneira única eparticular. Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fatores relacionados à perda auditiva, das característicasindividuais, se está associada a outros comprometimentos, do contexto familiar e outros. Dessemodo, o psicólogo po<strong>de</strong> atuar em várias frentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a prevenção, assistência psicológica aspessoas com <strong>de</strong>ficiência auditivas e familiares, no trabalho em equipe interdisciplinar e no ensinoe na pesquisa.18.Bauru, <strong>2012</strong>


Página36CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNGJosé Jorge <strong>de</strong> Morais ZachariasClínica Psicológica, Centro Universitário Paulistano – UNIPAULISTANA e AJB/IAAPInicia-se este trabalho com a apresentação e discussão da história da construção doconceito <strong>de</strong> inconsciente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> suas raízes mágicas, religiosas e filosóficas até os postuladoscientíficos do final do século <strong>de</strong>zenove e início do século vinte. Serão abordadas asmanifestações tribais e mágicas com o que chamamos hoje <strong>de</strong> inconsciente; as discussõesfilosóficas em Platão, cristianismo e nos filósofos do século <strong>de</strong>zenove como Carl Gustav Carus ea contribuição <strong>de</strong> cientistas como Von Hartmman, Mesmer, Charcot e Janet. As construçõesteóricas <strong>de</strong> Freud e Adler para a utilização do conceito <strong>de</strong> inconsciente em saú<strong>de</strong> mental. Apóseste aporte histórico apresentaremos brevemente a vida <strong>de</strong> Carl Gustav Jung e sua colaboraçãocom Freud. Segue-se a explanação da metapsicologia <strong>de</strong> Jung enten<strong>de</strong>ndo-se a construção daestrutura psíquica a partir do <strong>de</strong>senvolvimento individual. Os principais tópicos a seremabordados serão: o início da vida individual e inconsciente no recém-nascido e sua vinculaçãomaterna, a formação da consciência e do ego e a mitologia judaico-cristã associada aosurgimento da consciência; os tipos psicológicos e as diferenças individuais; a construção doinconsciente pessoal e a relação dinâmica exclu<strong>de</strong>nte entre persona e da sombra. Serãoexplanados ainda conceitos como complexo, arquétipo, inconsciente coletivo, anima e animus eself. Todos estes elementos da estrutura psíquica serão ampliados com exemplos do cotidiano,das artes, das religiões ou da cultura. Em seguida aspectos da prática analítica em diversoscampos <strong>de</strong> aplicação. Todo o curso será expositivo e dialogado para maior interação eesclarecimentos dos participantes. Ao final será sugerido aos participantes indicaçõesbibliográficas.Bauru, <strong>2012</strong>


Página37CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>19.ARTE E GRUPALIDADE: EXPERIMENTAÇÃO LÚDICA 1Castro, Edson O. <strong>de</strong> Castro 2 e Raissa <strong>de</strong> A. P. Scorton 3 (Monitora)1 Ativida<strong>de</strong> Derivada do Projeto <strong>de</strong> Extensão: Psicanálise, Grupos e Saú<strong>de</strong> Mental2 Professor do Departamento <strong>de</strong> Psicologia – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> – UNESP/Bauru3 Discente do Curso <strong>de</strong> Psicologia – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> – UNESP/BauruDiz Freud que "os poetas são aliados muito valiosos, cujo testemunho <strong>de</strong>ve ser levado emconta, pois costumam conhecer toda uma vasta gama <strong>de</strong> coisas entre o céu e a terra com as quaiso nosso saber escolar ainda não nos <strong>de</strong>ixou sonhar. Estão bem adiante <strong>de</strong> nós, gente comum, noconhecimento da psique, já que se nutrem em fontes que ainda não tornamos acessíveis àciência". Po<strong>de</strong>-se ampliar, sem muitas restrições, sua apreciação para o pintor, o fotógrafo, omúsico, o cineasta, ou seja, aos artistas <strong>de</strong> modo geral. Por isso trabalha-se, nessa oficina, comelementos expressivos aos mais diferentes modos <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, inicialmente na produção <strong>de</strong>leituras e caracterizações das [relações entre] as personagens <strong>de</strong> um conto da literatura fantástica,e <strong>de</strong>pois com as configurações grupais que se vão tecendo no <strong>de</strong>correr do encontro. Nem semprenos damos conta <strong>de</strong> que nossa apreciação do [inserção no] mundo se faz através <strong>de</strong> “formassimbólicas” – configurações <strong>de</strong> espaço/tempo (Ostrower) – às quais estamos expostos e nosexpomos, tomando como <strong>de</strong>simportantes elementos que, por vezes, servem <strong>de</strong> referência ebússola a nós mesmos e aos outros... Um jeito <strong>de</strong> corpo num abraço, uma entoação <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntenuma pergunta, um tapinha nas costas ou uma torcida <strong>de</strong> nariz dizem algo e muitas vezesrespon<strong>de</strong>mos a essas “figuras”, tomadas por nossos interlocutores como “fundo”. Explorar,Bauru, <strong>2012</strong>


Página38CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>através do lúdico (manifestação artística ou erótica, sob a forma <strong>de</strong> jogo), essas dimensões noâmbito da “grupalida<strong>de</strong>” é apostar, prioritária e fundamentalmente, na multiplicida<strong>de</strong>, já que“riqueza são diferenças” (Miséria/Titãs)!4. PAINÉISDebatedor:Larissa Figueiredo Bulhões D` Incao1.DESCRIÇÃO DA INTERAÇÃO DE MÃES E SEUS BEBÊS NASCIDOS PREMATUROSAna Cláudia Zerbinatti; Mariana Tognelli Decev; Mariana Biffi; Regiane Cristhine GeromelAlves; Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP/BauruIntroduçãoA interação mãe-bebê tem sido foco <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> inúmeras investigações nas últimasdécadas, assim como os fatores <strong>de</strong> risco que po<strong>de</strong>m afetar esta interação, promovendo-a ouprejudicando-a (ALFAYA; SCHERMANN, 2005; CAMARNEIRO et al. 2009; ANDREANI;CUSTÓDIO; CREPALDI, 2006). Entre os fatores <strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>senvolvimento infantil está onascimento prematuro (BATISTA, 2009; LINHARES et al. 2000, RUGOLO, 2005). Iungano(2009) relata ser consensual para a Psicologia a importância das primeiras relações, sendo a mãeconsi<strong>de</strong>rada a principal referência emocional no início da vida do bebê. Para a autora, em gran<strong>de</strong>Bauru, <strong>2012</strong>


Página39CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>parte, todas as relações interpessoais remontam a relação primária com a figura materna,enfatizando-se assim a importância do investimento nesta área.Para Schermann (2007) <strong>de</strong>ve-se investigar a interação da criança com a mãe (cuidadorprimário) avaliando a organização comportamental da criança e a competência social da mãequando em contato com seu (sua) filho(a). Zamberlan (2002) <strong>de</strong>fine a competência socialmaterna como a habilida<strong>de</strong> para perceber e respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada às necessida<strong>de</strong>s eformas comunicativas da criança, assumindo uma posição central nos eventos que marcam asexperiências iniciais nessas día<strong>de</strong>s. Tal mo<strong>de</strong>lo pressupõe que interações precoces satisfatóriasentre mãe e criança estariam mediadas por um sentimento mútuo <strong>de</strong> eficácia, na qual a criançamostra-se apta a prover experiências contingentes à mãe, evi<strong>de</strong>nciando comportamentospreditivos e sendo responsiva, sendo que, numa situação <strong>de</strong> sincronia, a mãe interpreta os sinaisda criança e intervém responsivamente, gerando um ciclo <strong>de</strong> interações produtivas.Para um conjunto <strong>de</strong> comportamentos maternos há um conjunto <strong>de</strong> comportamentos dobebê, que se sofisticam a medida que cresce, que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>screver interações a<strong>de</strong>quadas dadía<strong>de</strong>. Porém, características da mãe e da criança po<strong>de</strong>m favorecer ou não o estabelecimento <strong>de</strong>interações prazerosas e eficazes. Características do bebê, advindas da prematurida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>minfluenciar a sua interação com o ambiente. Feijó (1998) <strong>de</strong>staca a prematurida<strong>de</strong> como um fator<strong>de</strong> risco para a interação mãe-bebê pelas particularida<strong>de</strong>s inerentes à condição do mesmo.A prematurida<strong>de</strong> engloba os recém-nascidos com ida<strong>de</strong> gestacional inferior a 37 semanas(CID-10, 1997), o que resulta num grupo heterogêneo <strong>de</strong> crianças com ida<strong>de</strong>s próximas ao termoou, ainda, aquelas com ida<strong>de</strong>s gestacionais abaixo <strong>de</strong> 32 semanas, sendo que, quanto maispróximo do término da gestação, maiores as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sobrevivência e menor <strong>de</strong> atrasono <strong>de</strong>senvolvimento.ObjetivoDescrever a interação <strong>de</strong> mães e seus bebês nascidos prematuros.Bauru, <strong>2012</strong>


Página40CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>MétodoParticiparam do estudo vinte día<strong>de</strong>s mães e seus bebês nascidos prematuros, entre três equatro meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Os dados foram coletados no Centro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, com día<strong>de</strong>sque participam do projeto <strong>de</strong> extensão “Acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês:avaliação e orientação aos pais”. A partir do aceite em participar do projeto, em horáriopreviamente agendado, a día<strong>de</strong> era colocada em uma sala contendo uma mesa alta e ca<strong>de</strong>iras.Eram disponibilizados alguns brinquedos (dois bichinhos <strong>de</strong> borracha, um móbile e umchocalho), mas não eram dadas orientações quanto ao uso, assim como o que <strong>de</strong>veriam fazercom seus bebês. Somente era dito que a sua interação com ele seria filmada por 10 minutos. Noentanto, para efeito <strong>de</strong> análise dos dados os dois primeiros minutos foram <strong>de</strong>sprezados. Os dadosforam analisados a partir do Protocolo <strong>de</strong> Observação da Interação Mãe-Bebê (POIMB). OPOIMB apresenta 21 comportamentos a serem analisados, dos quais 12 são referentes aocomportamento da mãe, oito ao comportamento da criança durante a interação, e um referente àdía<strong>de</strong>. Os itens da mãe avaliados são: verbalização, contato visual, contato corporal, expressão <strong>de</strong>afeto positivo, eficiência para consolar, reação ao choro, resposta comportamento social,intensida<strong>de</strong> da resposta, expressão <strong>de</strong> afeto negativo, sensitivida<strong>de</strong>, atenção geral e intrusivida<strong>de</strong>.Já os da criança são: quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhares para o rosto, resposta às comunicações, intensida<strong>de</strong><strong>de</strong> resposta positiva, contato verbal e/ou físico, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sorriso, bom-humor, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vocalização e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> choro. Por último há o item da día<strong>de</strong> referente a sintonia dainteração.Para a análise das filmagens das interações das día<strong>de</strong>s, os oito minutos foram divididosem episódios <strong>de</strong> um minuto. A análise foi feita pela pesquisadora, a partir das categoriasprevistas no Protocolo <strong>de</strong> Observação da Interação Mãe-Bebê 0-6 Meses (POIMB 0 - 6)(SCHERMNANN et al. 1997).Bauru, <strong>2012</strong>


Página41CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ResultadosA Tabela 1 apresenta, para cada comportamento-alvo, os resultados da média das 20mães com seus bebês nascidos prematuros. No POIMB, quanto maior o resultado, melhor ainteração, sendo que no comportamento <strong>de</strong> intrusivida<strong>de</strong> a pontuação é oposta, quanto menosintrusiva a mãe, maior a pontuação. A pontuação varia <strong>de</strong> zero a cinco pontos.De acordo com os resultados apresentados observa-se que as mães interagem bastantecom seus bebês prematuros, apresentando uma pontuação média <strong>de</strong> 4,3 em relação aos seuscomportamentos. Já os bebês, estes apresentam uma pontuação média <strong>de</strong> 2,1, po<strong>de</strong>ndo serconsi<strong>de</strong>rada baixa, não atingindo nem mesmo a pontuação média (2,5).Tabela 1. Comportamentos maternos e dos bebês <strong>de</strong> día<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prematuros.POIMBMães e bebês prematurosITENS DA MÃE1 – Verbalização 3,92 – Contato visual 4,33 – Contato corporal 4,44 – Expressão <strong>de</strong> afeto (+) 3,75 – Resposta comport.Social4,3POIMBMães e bebês prematurosITENS DA MÃE (cont.)6 – Intensida<strong>de</strong> da resposta 4,57 – Expressão <strong>de</strong> afeto (-) 4, 98 – Sensitivida<strong>de</strong> 4,19 – Atenção geral 4,7Bauru, <strong>2012</strong>


Página42CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>10 – Intrusivida<strong>de</strong> 4,611 – Eficiência paraconsolar4,412 – Reação ao choro 4,4Total do item 4,3ITENS DA CRIANÇA13 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhares 2,114 – Intensida<strong>de</strong> resposta(+)215 – Contato verb./físico 1,216 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sorriso 1,317 – Bom-humor 2,618 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vocaliz. 1,619 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> choro 4,420 – Respostas às comunic. 2,1Total do item 2,1ITEM DA DÍADE21 – Sintonia da interação 1,9Total do item 1,9Total geral 2,7DiscussãoOs dados do presente estudo, apesar <strong>de</strong> apontarem para um bom <strong>de</strong>sempenho maternoquanto aos comportamentos <strong>de</strong> interação esperados, não parecem resultar em níveis equivalentes<strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong> seus bebês. Estudos sugerem que mães <strong>de</strong> bebês prematuros realizam umBauru, <strong>2012</strong>


Página43CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>maior esforço para se interagir com seus bebês, tentando, <strong>de</strong>sta forma, compensar aspeculiarida<strong>de</strong>s e restrições <strong>de</strong> um nascimento prematuro. Em relação aos comportamentosapresentados pelos bebês, percebe-se que estes apresentam poucas tentativas <strong>de</strong> interação comsuas mães. Sendo assim, Gonçalves (2004) coloca que <strong>de</strong>ve-se pensar as especificida<strong>de</strong>s dacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação social do bebê prematuro não apenas consi<strong>de</strong>rando sua imaturida<strong>de</strong>neurológica, mas também, levando em conta as restrições que a situação <strong>de</strong> hospitalizaçãoprovoca sobre esta capacida<strong>de</strong> e, conseqüentemente, sobre a responsivida<strong>de</strong> materna.ConclusãoOs resultados apresentados sugerem que bebês prematuros apresentam comportamentos<strong>de</strong> pouca interação com suas mães. Já estas mães, apresentam um alto índice <strong>de</strong> tentativas <strong>de</strong>interagir com seus bebês. Estudos como este indicam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenções pontuaiscom essa população.Palavras-chave: Prematurida<strong>de</strong>; interação mãe-bebê; fatores <strong>de</strong> risco.ReferênciasALFAYA, C.; SCHERMANN, L. Sensibilida<strong>de</strong> e aleitamento materno em día<strong>de</strong>s comrecém-nascidos <strong>de</strong> risco. Estudos <strong>de</strong> Psicologia, Natal, v. 10, n. 002, mai./ago. 2005. p.279-285.ANDREANI, G.; CUSTODIO, Z. A. O.; CREPALDI, M. A.Tecendo as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio na prematurida<strong>de</strong>. Aletheia, Canoas, n. 24, <strong>de</strong>z. 2006.CAMARNEIRO, A. P. F. et al. Interação mãe-bebê prematuro numa Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CuidadosIntensivos Neonatais. Acta Pediátrica Portuguesa, Coimbra, 2009.GONÇALVES, A. T. D. Evolução dos padrões <strong>de</strong> interação mãe-bebê em criançaspré-termo nos seis primeiros meses <strong>de</strong> vida após a alta hospitalar: os precursores doBauru, <strong>2012</strong>


Página44CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>apego. 2004. 146f. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado (Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento).Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, Salvador.SCHERMANN, L. Avaliação quantitativa e qualitativa da interação mãe-bebê. In: PICCININI,C. A.; MOURA, M. L. S. (org.). Observando a interação pais-bebê. Casa do Psicólogo, 2007.p. 155-175.2.ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOSSOB A ÓTICA DE PROFESSORES DE SÉRIES INICIAIS: AVANÇOS OURETROCESSOS?Carmen Hannud Carballeda Adsuara; Lígia Márcia Martins; Juliana Campregher PasqualiniDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP/BauruIntrodução:Na década <strong>de</strong> noventa, a Lei nº 9.394/1996 indicou a obrigatorieda<strong>de</strong> do EnsinoFundamental com nove anos <strong>de</strong> duração, dado que se tornou meta nacional com a Lei nº10.172/2001, na qual foi aprovado o Plano Nacional <strong>de</strong> Educação (PNE). As ações <strong>de</strong> ampliaçãose iniciaram a partir <strong>de</strong> 2006, com a Lei nº 11.274, que instituía o novo sistema <strong>de</strong> ensinofundamental com a inclusão <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> seis anos.Dentre os argumentos presentes nas orientações do Ministério da Educação -(MEC) -elaboradas com o apoio da Secretaria <strong>de</strong> Educação Básica - (SEB) -, e do Departamento <strong>de</strong>Políticas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental – (DPE) - referentes a ampliação emnove anos para o Ensino Fundamental, <strong>de</strong>stacam-se: a Universalização <strong>de</strong>ssa etapa <strong>de</strong> ensino; omaior número <strong>de</strong> crianças (dos setores populares) incluídas no Sistema Educacional; e aBauru, <strong>2012</strong>


Página45CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>melhoria nos resultados da escolarização básica. É importante ressaltar que <strong>de</strong>ntre os estudos<strong>de</strong>stacados como base para a medida, é citado o Sistema Nacional <strong>de</strong> Avaliação da EducaçãoSAEB, segundo o qual: “resultados dos estudos <strong>de</strong>monstram que, quando as crianças ingressamna instituição escolar antes dos sete anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, apresentam em sua maioria, resultadossuperiores em relação àquelas que ingressam somente aos sete anos” (BRASIL, 2006).Na esteira <strong>de</strong> tais princípios se propõe o Ensino Fundamental <strong>de</strong> nove anos como umdireito público por meio da LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional) 9.394/1996Art. 5º. Além disso, para o cumprimento <strong>de</strong>ssa proposição, consi<strong>de</strong>ra-se a organização fe<strong>de</strong>rativae o regime <strong>de</strong> colaboração entre os sistemas <strong>de</strong> ensino estaduais, municipais e fe<strong>de</strong>rais; a não aconstituição <strong>de</strong> mera medida administrativa, com amplo <strong>de</strong>staque em sua operacionalização doconhecimento acerca do <strong>de</strong>senvolvimento e da aprendizagem infantil em suas característicasetárias, sociais, psicológicas e cognitivas.A implementação <strong>de</strong> tal medida suscitou inúmeros <strong>de</strong>bates nos campos <strong>de</strong> psicologia eda educação, polarizando posições teóricas que apontavam, por um lado, sua proprieda<strong>de</strong> e, poroutro, sua ina<strong>de</strong>quação.Passados cinco anos da instituição <strong>de</strong> mudanças nos termos aqui colocados, e portanto, <strong>de</strong>metas <strong>de</strong> alfabetização a serem cumpridas com crianças <strong>de</strong> seis anos, essa pesquisa estabelece<strong>de</strong>terminados objetivos, explicitados no próximo tópico.Resta colocar que o presente estudo ancora-se nos postulados da psicologia históricoculturale da pedagogia histórico-crítica, para quem a educação escolar diretiva, mediada epensada junto à periodização do <strong>de</strong>senvolvimento em Ativida<strong>de</strong>s é um dado <strong>de</strong> referência daformação humana em suas máximas potencialida<strong>de</strong>s, bem como o é a intervenção do professorna zona <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento próximo do aluno. Em estreita relação com os preceitosvigotskianos, a pedagogia histórico-crítica (SAVIANI, 2000a, 2000b, 2008), aponta que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aorigem do homem seu <strong>de</strong>senvolvimento se realiza por meio <strong>de</strong> processos educativos; ou seja, épor meio do letramento e da escrita que se torna possível a apropriação dos conhecimentosBauru, <strong>2012</strong>


Página46CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>socialmente produzidos. Nessa direção, a otimização do tempo e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolarização nãosão fatores que possam ser secundarizados à vista da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promoção do efetivo<strong>de</strong>senvolvimento dos indivíduos, visto que são fatores que po<strong>de</strong>m corroborar com o<strong>de</strong>senvolvimento humano pleno.Objetivos:a) analisar o processo <strong>de</strong> implantação do Ensino Fundamental <strong>de</strong> Nove Anos sob a ótica <strong>de</strong>professores <strong>de</strong> séries iniciais, tendo em vista a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> dados que confirmem ou refutemos argumentos então <strong>de</strong>batidos;b) i<strong>de</strong>ntificar fatores que auxiliem o trabalho pedagógico em séries iniciais;c) i<strong>de</strong>ntificar condições que favoreçam a integração entre os segmentos da Educação Infantil eEnsino Fundamental, a partir <strong>de</strong> percepções e compreensões dos professores alfabetizadores doensino fundamental que vivenciaram essa alteração.Metodologia:Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, gravadas individualmente, com seisprofessores do ensino fundamental público que atuam com alfabetização (séries iniciais) há nomínimo cinco anos e que tenham realizado seu trabalho anterior e posteriormente àimplementação do Ensino Fundamental <strong>de</strong> Nove Anos. Tais entrevistas, uma vez transcritasestão em processo <strong>de</strong> análise à luz dos objetivos e da fundamentação teórico-metodológica queembasam essa investigação: psicologia histórico-cultural, pedagogia histórico-crítica, ematerialismo dialético.Resultados Preliminares:Até o momento foram realizadas todas as entrevistas. A partir <strong>de</strong> algumas falas dosprofessores, grosso modo po<strong>de</strong>m ser apontados os seguintes resultados preliminares:Bauru, <strong>2012</strong>


Página47CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>a) Para a maioria das professoras entrevistadas a transição do Ensino Infantil para o EnsinoFundamental <strong>de</strong> Nove Anos não foi <strong>de</strong>vidamente realizada haja vista, fundamentalmente, ainexistência <strong>de</strong> articulações entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental: “Da estruturafísica, não tem, não está a<strong>de</strong>quada a estrutura” (sujeito 3, p. 11).b) O salto qualitativo que a criança po<strong>de</strong>ria realizar por conta da dilação em questão encontra-secomprometido uma vez que as crianças continuam chegando ao Ensino Fundamental<strong>de</strong>spreparadas para a natureza das tarefas que <strong>de</strong>veriam ser próprias ao primeiro ano:“[...] euachava que antes eles vinham mais preparados. Hoje eu acho que essa transição tá assim...sabe:eles tão vindo...é, em <strong>de</strong>fasagem” (sujeito 3, p. 4).c) Destaca-se a falta <strong>de</strong> discussão nas escolas a respeito tanto das normativas prescritas peloMEC acerca das orientações para a mudança quanto dos procedimentos didático-pedagógicos aserem adotados: “[...] ainda não está claro assim, do meu ponto <strong>de</strong> vista, qual é o objetivo doensino <strong>de</strong> nove anos [...], quais são as expectativas do ensino <strong>de</strong> nove anos. Que na prática issonão tá acontecendo. E ninguém sabe” (sujeito 1, p. 2).d) Não há consenso entre as entrevistadas quanto ao mérito da medida oficial. Para algumasprofessoras, apesar das dificulda<strong>de</strong>s, a ampliação do Ensino Fundamental é consi<strong>de</strong>rada umamedida acertada. Todavia, para outras, não houve mudanças significativas em relação aoaprendizado das crianças se comparado ao Ensino Fundamental <strong>de</strong> oito anos. “[...] Então eraquase a mesma coisa, [...] conforme [...] vou adquirindo mais experiência, eu vou melhorando aminha prática, mas continua mais ou menos a mesma coisa, só esten<strong>de</strong>r [esten<strong>de</strong>u] umpouquinho mais” (sujeito 2, p. 5).Conclusão:Apesar <strong>de</strong> sua análise e <strong>de</strong> sua discussão em andamento, este estudo vem caminhando nadireção <strong>de</strong> seus resultados preliminares. Dessa forma, a implantação do Ensino <strong>de</strong> nove anos semostra repleta <strong>de</strong> lacunas no que tange: à transição do Ensino Infantil para o Fundamental; àBauru, <strong>2012</strong>


Página48CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>objetivação <strong>de</strong> seus pressupostos e metas para toda a re<strong>de</strong> educacional; à a<strong>de</strong>quação física doEnsino; à preparação dos professores. Em suma, à primeira vista se mostra como mera medidaadministrativa, sendo consi<strong>de</strong>rada insuficiente para o cumprimento <strong>de</strong> seus argumentos,principalmente no que diz respeito à melhoria nos resultados da educação básica, tendo em vistao processo [<strong>de</strong> implantação] em <strong>de</strong>fasagem.Palavras chave: Ensino Fundamental <strong>de</strong> Nove Anos, metas <strong>de</strong> alfabetização, <strong>de</strong>bates científicos.Referências:BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Ensino fundamental <strong>de</strong>nove anos: Orientações para a inclusão da criança <strong>de</strong> seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. 2007. Disponível em:BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Orientações Gerais paraAmpliação do Ensino Fundamental <strong>de</strong> Nove anos. 2004a. Disponível em:.BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Orientações Gerais paraAmpliação do Ensino Fundamental <strong>de</strong> Nove anos. 2006.BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Programa Ampliação doEnsino Fundamental para Nove Anos. 2004b. Disponível em:.BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional <strong>de</strong> Educação. Resolução nº 3 <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 2005. Disponível em: .BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Ampliação do EnsinoFundamental para Nove Anos – 3º Relatório, 2006. Disponível em:.Bauru, <strong>2012</strong>


Página49CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>SAVIANI, D. Educação brasileira: estrutura e sistema. Campinas: Autores Associados, 2000a.SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: AutoresAssociados, 2000b.SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 2008.3.ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA E DESCRITORES DE LÍNGUA PORTUGUESA NOENSINO FUNDAMENTALClaudia Cristina <strong>de</strong> Góes; Mayara Paula da Silva Matsunaka; Jair Lopes Jr.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP/BauruCNPq/PIBICIntroduçãoA alfabetização científica <strong>de</strong>fine-se por um conjunto <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> ensino quepromovem o contato <strong>de</strong> alunos com dimensões da linguagem e <strong>de</strong> práticas culturais que <strong>de</strong>finema ciência (SASSARON, 2008).Em termos <strong>de</strong> planejamentos didáticos, admite-se que as ações os alunos que <strong>de</strong>finem aocorrência da alfabetização científica po<strong>de</strong>riam sustentar, ainda que parcialmente,correspondências com os <strong>de</strong>scritores da área <strong>de</strong> Língua Portuguesa, ou seja, com os indicadoresdas aprendizagens preconizadas.ObjetivosBauru, <strong>2012</strong>


Página50CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Este trabalho objetivou analisar possíveis correspondências entre os <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> LínguaPortuguesa por meio da análise documental das Matrizes <strong>de</strong> Referência para a prova SARESP emedidas <strong>de</strong> alfabetização científica indicadas pela pesquisa acadêmica.MétodoO presente trabalho consistiu na análise <strong>de</strong> possíveis correspondências entre pesquisasacadêmicas sobre alfabetização científica e as Matrizes <strong>de</strong> referência para a avaliação <strong>de</strong> LínguaPortuguesa. Foram analisadas as referências para ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa para 5º Ano/4ªSérie. Na referida consulta, foram i<strong>de</strong>ntificados os <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesaconsistentes com o conceito <strong>de</strong> argumentação consi<strong>de</strong>rado neste trabalho.ResultadosO conceito i<strong>de</strong>ntificado nos materiais consultados sobre Argumentação/AlfabetizaçãoCientífica apontado por (SASSERON, 2009, p. 142) é: “enten<strong>de</strong>mos a argumentação como todoe qualquer discurso em que aluno e professor apresentam suas opiniões em aula, <strong>de</strong>screvendoi<strong>de</strong>ias, apresentando hipóteses e evidências, justificando ações ou conclusões a que tenhamchegado, explicando resultados alcançados.”Segundo Sasseron (2008), os indicadores que contemplam as habilida<strong>de</strong>s dos alunos que<strong>de</strong>vem ser expostas publicamente pelos discentes no processo <strong>de</strong> argumentação/alfabetizaçãocientífica são: seriação <strong>de</strong> informações, organização <strong>de</strong> informações, classificação <strong>de</strong>informações, raciocínio lógico, raciocínio proporcional, levantamento <strong>de</strong> hipóteses, testes <strong>de</strong>hipóteses, justificativas, previsão e explicação.De acordo com os Indicadores <strong>de</strong>scritos por Sasseron (2008) os Indicadores: seriação <strong>de</strong>informações, classificação <strong>de</strong> informações, raciocínio Lógico, levantamento <strong>de</strong> hipóteses, testes<strong>de</strong> hipóteses, justificativa e explicação não foram encontrados como possíveis habilida<strong>de</strong>scontempladas pelos <strong>de</strong>scritores das Matrizes <strong>de</strong> Referência para a prova SARESP.Bauru, <strong>2012</strong>


Página51CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A seguir são apresentados os indicadores e seus respectivos <strong>de</strong>scritores encontrados nasMatrizes <strong>de</strong> Referência para a prova SARESP:Organização <strong>de</strong> Informações - Tema 1 – Reconstrução das condições <strong>de</strong> produção e recepção <strong>de</strong>textos: H1 – I<strong>de</strong>ntificar a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um texto, mobilizando conhecimentos prévios sobre oformato do gênero, tema ou assunto principal.Raciocínio proporcional - Tema 3 – Reconstrução da textualida<strong>de</strong>: H15- I<strong>de</strong>ntificar doisargumentos explícitos diferentes sobre um mesmo fato, em um texto.Previsão - Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto: H12 (grupo III) – Inferir informaçãopressuposta ou subentendida em um texto com base nos recursos gráfico-visuais presentes./Tema 6 – Compreensão <strong>de</strong> textos literários: H38 – (grupo III) Inferir informação pressuposta ousubentendida em um texto literário, com base em sua compreensão global.; H39 – (grupo III)Inferir a moral <strong>de</strong> uma fábula, estabelecendo sua relação com o tema.; H40 – (grupo III) Inferir oefeito <strong>de</strong> humor produzido em um texto literário pelo uso intencional <strong>de</strong> palavras ou expressões.Outros: Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto: H11(grupo II) – Estabelecer relações entreimagens (foto ou ilustração) e o corpo do texto, comparando itens <strong>de</strong> informação explícita.; H13(grupo III) – Inferir tema ou assunto principal <strong>de</strong> um texto, com base em informações contidasem título, subtítulo ou corpo do texto./ Tema 3 – Reconstrução da textualida<strong>de</strong>: H19 (grupo II) –Estabelecer relações <strong>de</strong> causa /consequência, entre segmentos <strong>de</strong> um texto, sendo que a causa érelativa a um fato referido pelo texto e a consequência está explícita.Discussões PreliminaresSegundo Sasseron e Carvalho (2009) a argumentação é <strong>de</strong>finida como qualquer discursoem que são apresentadas as opiniões <strong>de</strong> alunos e professores baseadas nas <strong>de</strong>scrições das i<strong>de</strong>ias,levantamento <strong>de</strong> hipóteses e evidências com justificativas e conclusões, expressando resultados.Justificar, prever e explicar, po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados comportamentos que darão ao alunocondições <strong>de</strong> expressar os conteúdos aprendidos em outros contextos e situações fora da sala <strong>de</strong>Bauru, <strong>2012</strong>


Página52CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>aula. No caso específico dos conteúdos <strong>de</strong> Língua Portuguesa foi possível constatarpreliminarmente que alguns dos <strong>de</strong>scritores das matrizes <strong>de</strong> referência para a avaliação SARESPtambém po<strong>de</strong>m ser consistentes com o ensino <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> para alunos do 5º Ano/4ª Série. Pois,quando os alunos apresentam os <strong>de</strong>scritores referentes aos conteúdos <strong>de</strong> Língua Portuguesapo<strong>de</strong>m <strong>de</strong>monstrar que foram <strong>de</strong>senvolvidas habilida<strong>de</strong>s necessárias para apren<strong>de</strong>rem osconteúdos <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>.Durante a análise dos dados apresentados neste estudo, foram i<strong>de</strong>ntificados na Matriz <strong>de</strong>Referência para a prova SARESP, alguns <strong>de</strong>scritores agrupados no item “Outros”, por seremconsi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>scritores referentes a habilida<strong>de</strong>s ou comportamentos precorrentes daaprendizagem dos conteúdos <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e que não encontram correspondência nos Indicadoresda argumentação científica.Comportamentos precorrentes são ativida<strong>de</strong>s que geram estímulos discriminativos queacontecem antes da solução <strong>de</strong> um problema, permitindo que os reforços disponibilizados nopassado e que estabeleceram <strong>de</strong>terminadas respostas possam se tornar estímulos discriminativospara outras respostas <strong>de</strong>mandadas do ambiente, portanto, alteram a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrasativida<strong>de</strong>s subsequentes. Tal comportamento po<strong>de</strong> ocorrer tanto <strong>de</strong> maneira encoberta quantopública (BAUM, 2006). No contexto <strong>de</strong> ensino baseado nos <strong>de</strong>scritores das matrizes <strong>de</strong>referência para ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa, pô<strong>de</strong>-se observar consistência com o ensino <strong>de</strong><strong>Ciências</strong>, segundo as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> argumentação científica e seus indicadores.Em relação ao ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa nos anos iniciais, os <strong>de</strong>scritores apresentadospelos alunos <strong>de</strong>monstrando a aprendizagem, ten<strong>de</strong>m a ser compreendidos como comportamentosprecorrentes para os conteúdos <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>. Visto serem necessárias <strong>de</strong>terminadas habilida<strong>de</strong>scomo organizar informações, i<strong>de</strong>ntificar, interpretar, reconhecer, estabelecer relações e inferir,estas localizadas nas Matrizes <strong>de</strong> referência consultadas na disciplina <strong>de</strong> Língua Portuguesa ejulgadas como comportamentos precorrentes, i<strong>de</strong>ntificados no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estudo,para a aprendizagem dos conteúdos <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>.Bauru, <strong>2012</strong>


Página53CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A resolução <strong>de</strong> um problema em <strong>Ciências</strong> numa situação <strong>de</strong> ensino, por exemplo, produzreforçadores. Mas, para que tal solução seja apresentada, é necessário que comportamentosprecorrentes estejam presentes, sendo que tais precorrentes também possuem uma história emque no passado também foram seguidos <strong>de</strong> reforço, o que aumentou a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emsituações semelhantes fossem evocadas, (KISAMORE e cols., 2011). Consi<strong>de</strong>rando umproblema em que o aluno <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r quais as relações existentes entre aquecimento global eenchentes em dois textos diferentes, um <strong>de</strong> cada assunto, o aluno <strong>de</strong>ve apresentar comocomportamento precorrente, por exemplo, estabelecer relações <strong>de</strong> causa/consequência que nãoestão explícitas nos texto. O <strong>de</strong>scritor “estabelecer <strong>de</strong> causa/consequência” foi um dosi<strong>de</strong>ntificados na matriz <strong>de</strong> referência para a avaliação SARESP em conteúdos <strong>de</strong> LínguaPortuguesa.ConclusãoDurante a análise dos dados apresentados neste estudo, foi possível i<strong>de</strong>ntificar que oensino <strong>de</strong> conteúdos <strong>de</strong> Língua Portuguesa po<strong>de</strong> ser consistente com o ensino <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadoscomportamentos precorrentes ou habilida<strong>de</strong>s prece<strong>de</strong>ntes da aprendizagem dos conteúdos <strong>de</strong><strong>Ciências</strong>. Fato que tornam importantes novas pesquisas, tanto teóricas quanto empíricas, paraque as relações entre <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> Língua Portuguesa como comportamentos precorrentes para<strong>de</strong>scritores dos conteúdos <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e os indicadores do processo <strong>de</strong> argumentar possam sermais bem observados em seus resultados.Palavras-Chave: argumentação científica, <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> ensino e comportamento precorrente.Referências:BAUM, W.M.: Compreen<strong>de</strong>r o Behaviorismo – Comportamento, cultura e evolução. Trad.Maria Teresa Araujo Silva ... (et AL). – 2. ed. Ver. Ampl. – Porto Alegre: Artmed, 2006.Bauru, <strong>2012</strong>


Página54CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>KISAMORE, A.N.; CARR, J.E.; LE BLANC, L.A.. Training preschool children to use visualimagining as a problem-solving strategy for complex categorization tasks. Journal ofApplied Behavior Analysis, v. 44, p. 255-278, 2011.SASSERON, L.F.: Alfabetização Científica no Ensino Fundamental – Estrutura eIndicadores <strong>de</strong>ste processo em sala <strong>de</strong> aula. Tese <strong>de</strong> Doutorado. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo/<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Educação, 2008.SASSERON, L.F..; CARVALHO, A.M.P. O ensino <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> para a alfabetização científica:Analisando o processo por meio das argumentações em sala <strong>de</strong> aula. Em S.S. Nascimento e C.Plantin (Orgs.) Argumentação e Ensino <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>. Curitiba: Editora CRV, p.139-163, 2009.4.A PRESENÇA DE STRESS MATERNO E O DESENVOLVIMENTO DE BEBÊS NONONO MÊS DE VIDAFernanda Longhini; Mariana Biffi; Verônica Rodrigues Mangili; Sária Cristina Nogueira; AmelieBussolan Cintra; Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues.Departamento <strong>de</strong> Psicologia,UNESP- Campus <strong>de</strong> Bauru, FAPESP.IntroduçãoAs transformações no nível fisiológico, psíquico e social, durante períodos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>transição, como a gravi<strong>de</strong>z e o puerpério po<strong>de</strong>m ocasionar, na mulher, instabilida<strong>de</strong> emocional,ocasionando o surgimento <strong>de</strong> indicadores emocionais, como stress e ansieda<strong>de</strong>. Estas quandopresentes em níveis elevados po<strong>de</strong>m ter efeitos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento dos filhos, uma vez quea mãe atua como agente mediadora nesse processo.Bauru, <strong>2012</strong>


Página55CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>O stress expressa a reação do organismo perante situações extremamente difíceis ouexcitantes, sendo que essas provocam transformações psicológicas, físicas e químicas,influenciando o comportamento humano (GOMES; BOSA, 2004).Assim, tal indicador emocional po<strong>de</strong> provocar alterações no comportamento materno,sendo fundamental que esse seja i<strong>de</strong>ntificado, pois durante o primeiro ano <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong>fundamental importância que especialmente os pais sejam responsivos aos comportamentos <strong>de</strong>seus filhos, já que esse é um período crucial para o <strong>de</strong>senvolvimento afetivo, cognitivo e socialda criança e, fundamental para a formação do apego (BOWLBY, 1989).2. ObjetivoO objetivo <strong>de</strong>ssa pesquisa foi avaliar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês durante o nono mês <strong>de</strong>vida, relacionando-o com a presença/ ausência <strong>de</strong> indicadores emocionais <strong>de</strong> stress materno.3. Método3.1 ParticipantesParticiparam 18 mães e seus bebês com nove meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que freqüentam o projeto <strong>de</strong>extensão “Acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> risco: avaliação e orientação aospais oferecido pelo Centro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, da UNESP - Bauru.3.2 LocalA coleta dos dados foi realizada em uma sala <strong>de</strong> atendimento do Centro <strong>de</strong> PsicologiaAplicada (CPA) da UNESP- Bauru, a fim <strong>de</strong> garantir a privacida<strong>de</strong> e condições favoráveis para aexecução <strong>de</strong> tal procedimento, sendo que o presente projeto tem a aprovação do Comitê <strong>de</strong> Éticada <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da UNESP- Bauru sob o protocolo nº 4205/46/01/11.Bauru, <strong>2012</strong>


Página56CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>3.3 MateriaisNo processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados, para a i<strong>de</strong>ntificação dos indicadores emocionais <strong>de</strong> stressnas mães, foi utilizado o Inventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress <strong>de</strong> Lipp (ISSL). É um instrumentovalidado por Lipp e Guevara em 2004, que avalia os sintomas físicos e psicológicos vivenciadospelos sujeitos nas últimas 24 horas, na última semana e no último mês e possibilita realizar umdiagnóstico da ocorrência do stress, da fase em que esse se encontra e também, i<strong>de</strong>ntificar se ossintomas são predominantemente físicos e/ou psicológicos.Para a avaliação do <strong>de</strong>senvolvimento dos bebês, foi utilizado o Inventário PortageOperacionalizado (IPO), (WILLIAMS; AIELLO, 2001). O IPO prevê protocolos para anotaçõesdo <strong>de</strong>sempenho da criança específicos para as áreas <strong>de</strong> Socialização, Autocuidado, Cognição,Linguagem e Desenvolvimento Motor contendo 154 itens que compõem a escala <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento geral, sendo 13 para avaliação <strong>de</strong> linguagem, 18 para autocuidado, 30 paracognição, 34 para socialização e 59 para <strong>de</strong>senvolvimento motor, para a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> zero a 12meses.3.4 Procedimento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dadosApós o nascimento dos bebês na maternida<strong>de</strong> Santa Isabel, <strong>de</strong> Bauru, SP, as mães foramconvidadas a participar do projeto <strong>de</strong> extensão “Acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês<strong>de</strong> risco: avaliação e orientação” e, em caso <strong>de</strong> aceite foi agendado um primeiro atendimento noCentro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, da UNESP, <strong>de</strong> Bauru, em data próxima do aniversário <strong>de</strong> um mêsdo bebê.No primeiro encontro foi explicado às mães as fases do projeto e informadas da ausência<strong>de</strong> ônus e da garantia <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> se os dados obtidos forem utilizados em pesquisa eapresentados/publicados. Em caso <strong>de</strong> aceite, essas assinaram um Termo <strong>de</strong> consentimento Livree Esclarecido, <strong>de</strong> acordo com as normas do CONEP (196\96). Em seguida respon<strong>de</strong>ram àBauru, <strong>2012</strong>


Página57CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Entrevista Inicial e foi realizada a avaliação do <strong>de</strong>senvolvimento do bebê, sendo que no referidoprojeto, o monitoramento <strong>de</strong>sse foi realizado mensalmente.No nono mês do bebê, as mães foram convidadas a respon<strong>de</strong>r o instrumento <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> stress. Em caso <strong>de</strong> aceite, as participantes assinaram dois Termos <strong>de</strong> Consentimento Livre eEsclarecido. Um referente à participação da mãe e outro referente à participação do bebê, sendoencaminhadas para uma sala para aplicação individual do ISSL. Ressaltando-se que os dadosreferentes ao <strong>de</strong>senvolvimento dos bebês foram obtidos, através do prontuário do bebê no projeto<strong>de</strong> extensão acima citado.3.5 Procedimento <strong>de</strong> análise dos dadosA tabulação dos dados do ISSL foi realizada a partir das respostas das participantes queforam somadas por quadro: as respostas P (Psicológicos) e F(Físicos) separadamente, <strong>de</strong> modoque se tenham três escores físicos e três psicológicos, em um total <strong>de</strong> seis. Em seguida, somamseos escores P + F por quadro, <strong>de</strong> modo que se tenham três escores um para cada quadro doinventário. Se qualquer dos subescores <strong>de</strong> P + F atingir o critério para o quadro pertinente, po<strong>de</strong>concluir-se que a pessoa tem stress, sendo que a partir <strong>de</strong> tal dado, i<strong>de</strong>ntificou-se a fase do stressem que o indivíduo se encontrava e a prevalência <strong>de</strong> sintomas físicos e/ou psicológicos.Os dados <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos bebês foram analisados consi<strong>de</strong>rando oscomportamentos presentes no repertório dos mesmos aos nove meses, sendo calculada a média apartir da pontuação obtida em cada área do <strong>de</strong>senvolvimento avaliada. Tais resultados foramcomparados com a presença/ausência <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> stress materno.Após o cálculo <strong>de</strong> tais variáveis, os valores das médias dos grupos analisados foramcomparados estatisticamente através do Teste-t <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt a fim <strong>de</strong> verificar se as diferençasencontradas eram estatisticamente significativas, sendo apresentadas a partir do valor p (0,05),sendo que valores abaixo a esse indicam diferença estatisticamente significativa e valores acima,o oposto.Bauru, <strong>2012</strong>


Página58CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ResultadosEm relação ao stress entre as 18 mães participantes, 12 (66,66%) apresentaram talindicador emocional, sendo que 58,33% estavam na fase <strong>de</strong> resistência e 41,66% na fase <strong>de</strong>exaustão, sendo os sintomas psicológicos predominantes (75%).A análise do <strong>de</strong>senvolvimento dos bebês indica um <strong>de</strong>sempenho superior dos filhos dasmães sem stress nas áreas <strong>de</strong> linguagem, socialização e <strong>de</strong>senvolvimento motor, sendo que naárea <strong>de</strong> autocuidados e cognição, os bebês, filhos <strong>de</strong> mães com stress apresentaram um<strong>de</strong>sempenho superior, como ilustra a Tabela 1.Tabela 1 - Comparação do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês aos nove meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>9 mesesÁreasXXvalorGrupo sem Grupo compstress stressAC 16,5 17 0,42LIN 10 9,92 0,89SOC 30,5 30 0,67COG 25,7 25,83 0,86DM 47,8 47,25 0,88Apesar <strong>de</strong> existirem diferenças entre as médias dos pontos obtidos nas áreas do<strong>de</strong>senvolvimento avaliadas, realizando-se a análise estatística utilizando o Teste T <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>ntobserva-se que essas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ida<strong>de</strong> observada não representaram diferençasestatisticamente relevante, ao apresentarem valor p superior a 0,05.DiscussãoA análise dos dados indicou a presença do stress em nível clínico na amostra estudadauma vez que a maioria das participantes apresentou esse indicador emocional. Todavia, os dadosBauru, <strong>2012</strong>


Página59CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>obtidos não apontaram para prejuízos significativos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus bebês,entretanto as diferenças encontradas entre os valores das médias das áreas do <strong>de</strong>senvolvimentosugerem a importância <strong>de</strong> se ampliar a amostra a fim obter resultados mais fi<strong>de</strong>dignos e quepossibilitem a melhor aplicação da análise estatística e a elaboração <strong>de</strong> conclusões referentes aosachados.Palavras-chaves: Desenvolvimento <strong>de</strong> bebês, Stress e Saú<strong>de</strong> Materna.ReferênciasBOWLBY J. Uma base segura-aplicações clínicas da teoria do apego. Porto Alegre: ArtesMédicas; 1989.GOMES, V. F.; BOSA, C. Estresse e relações familiares na perspectiva <strong>de</strong> irmãos <strong>de</strong> indivíduoscom Transtornos Globais do Desenvolvimento, Estudos <strong>de</strong> Psicologia, 9 (3), 2004.LIPP, M. N. Manual do Inventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress para Adultos <strong>de</strong> Lipp (ISSL). SãoPaulo: Casa do Psicólogo, 2000.WILLIAMS, L.A.; AIELLO, A.L.R. Inventário Portage Operacionalizado. São Paulo: EditoraMennon, 2001.5.BRINQUEDOS DISPONÍVEIS PARA BEBÊS CONSIDERANDO O SEXO E A IDADEMariana Tognelli Decev; Roberta Miguel Green; Daniela Soares Ribeiro; OlgaMariaPiazentin Rolim Rodrigues.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP/BauruBauru, <strong>2012</strong>


Página60CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>IntroduçãoSegundo Cordazzo e Vieira (2007), a brinca<strong>de</strong>ira tem sido uma fonte <strong>de</strong> pesquisa naPsicologia pela influência que exerce no <strong>de</strong>senvolvimento infantil. Relacionar o brincar com o<strong>de</strong>senvolvimento infantil inicial traz benefícios para a compreensão das necessida<strong>de</strong>s infantis edo papel da brinca<strong>de</strong>ira.De acordo com a Análise do Comportamento, o brinquedo é também um facilitador dainteração entre a mãe e o bebê, por meio <strong>de</strong> seu movimento, cores, sons, etc. Além disso, obrinquedo funciona como o objeto suporte da brinca<strong>de</strong>ira, responsável por <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar aativida<strong>de</strong> lúdica (KISHIMOTO, 2001). Pressupõe uma relação íntima com a criança e umaausência <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> utilização, ou seja, é a criança quem <strong>de</strong>termina o sentido daquele objeto.Brougère e Wajskop (2004) ampliam esta visão, consi<strong>de</strong>rando o brinquedo um objeto culturalque tem significados e representações, que po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> acordo com o contexto, a cultura e aépoca.Desse modo, é relevante investigar os brinquedos oferecidos pelas mães para seus bebêsno primeiro ano <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>les. Tais dados po<strong>de</strong>m subsidiar a elaboração <strong>de</strong> projetos cujasintervenções favoreçam a interação mãe-bebê por meio <strong>de</strong> brinquedos e assim, promover o<strong>de</strong>senvolvimento do bebê (PÉREZ-RAMOS; PÊRA; MAIA, 1995).ObjetivosO presente estudo preten<strong>de</strong>u investigar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brinquedos consi<strong>de</strong>rando osexo e a ida<strong>de</strong> dos bebês, segundo relato materno.Materiais e MétodoParticiparam da pesquisa 42 mães, com ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 a 53 anos e com bebês <strong>de</strong> 0 a 12meses que participam do projeto <strong>de</strong> extensão à comunida<strong>de</strong>: “Acompanhamento doBauru, <strong>2012</strong>


Página61CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês no primeiro ano <strong>de</strong> vida: avaliação e orientação aos pais”, realizadono Centro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, da UNESP <strong>de</strong> Bauru. A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada durante asessão mensal <strong>de</strong> atendimento com os bebês que participam do projeto, através <strong>de</strong> entrevistasindividuais semi-estruturadas com as mães. As entrevistas são compostas por diversos itensrelacionados ao brincar, como “como a mãe brinca com o bebê”; “quantas vezes por dia brinca”;“brinquedos disponíveis”, “critérios para adquirir brinquedos”; “crenças sobre o brincar”, entreoutros. No presente estudo foi analisado o sexo e a ida<strong>de</strong> dos bebês relacionados à categoria“brinquedos disponíveis”. Os dados foram analisados consi<strong>de</strong>rando as respostas das mães emcada categoria.ResultadosOs dados referentes às categorias <strong>de</strong> brinquedos oferecidos <strong>de</strong> acordo com o sexo dobebê, disponíveis na Tabela 1, mostraram que os brinquedos que mais apareceram para os doissexos foram aqueles típicos para bebês: chocalho (15% para os dois) e bichos (22% parameninos e 23% para meninas). Outros típicos como móbile e chocalho foram mais frequentespara meninas (12%) do que para meninos (9%). Para brinquedos típicos para cada sexoobservou-se que bola (13%) e carros (12%) foram mais relevantes entre meninos do que entremeninas (bola = 7%; carros = 3%). Para as meninas, bonecos (7%) estiveram mais presentes doque para meninos (1%).Tabela 1. Categorias referentes aos brinquedos oferecidos relacionados ao sexo do bebêFeminino MasculinoCategorias dos brinquedos dos bebêsN % N %1. bola 4 7 13 13Bauru, <strong>2012</strong>


Página62CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>2. chocalho 9 15 16 153. bichos (<strong>de</strong> pano, borracha, plástico, pelúcia) 13 22 24 234. brinquedos <strong>de</strong> montar 3 5 6 65. objetos <strong>de</strong> casa 2 3 6 66. carros 2 3 12 127. bonecos 4 7 1 18. miniaturas <strong>de</strong> instrumentos musicais 2 3 2 29. mobile 7 12 9 910. mor<strong>de</strong>dor 7 12 9 911. motoca, carrinho <strong>de</strong> puxar 1 2 1 112. livro, revista 2 3 2 213. aparelhos <strong>de</strong> playground (gira-gira, balanço), 1 2 0 0casa <strong>de</strong> boneca14. diversos (bexiga, espelho, utensílios <strong>de</strong> banho) 1 2 0 015. não utiliza 1 2 1 116. não respon<strong>de</strong>u 0 0 0 0Total 59 100 102 100Para a análise das categorias <strong>de</strong> brinquedos oferecidos <strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong> dos bebês,como mostra a Tabela 2, consi<strong>de</strong>rou-se dois grupos: Grupo 1- bebês <strong>de</strong> 1 a 5 meses e Grupo 2 -bebês <strong>de</strong> 6 a 12 meses. Observou-se que apenas 4% das mães do Grupo 1 relataram que nãoutilizam brinquedos com seus bebês. Das que utilizam, as mães do Grupo 1 oferecem com maiorfrequência brinquedos típicos para bebês, como chocalho (23%); bichos (28%) e móbile (18%),enquanto as mães do Grupo 2 permanecem oferecendo estes brinquedos, porém com menorassiduida<strong>de</strong> (chocalho = 14%; bichos = 20% e móbile = 8%). No entanto, passam a oferecer maisBauru, <strong>2012</strong>


Página63CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>outros tipos <strong>de</strong> brinquedos, como bola (12%); carros (10%) e brinquedos <strong>de</strong> montar (8%).Verifica-se ainda que mor<strong>de</strong>dor permanece ao longo dos dois grupos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, com 11% noGrupo 1 e 10% no Grupo 2.Tabela 2. Categorias referentes aos brinquedos oferecidos relacionados à ida<strong>de</strong> do bebêCategorias dos brinquedos dos bebês 1 a 5 meses 6 a 12 mesesN % N %1. bola 2 4 14 122. chocalho 10 23 17 143. bichos (<strong>de</strong> pano, borracha, plástico, pelúcia) 12 28 25 204. brinquedos <strong>de</strong> montar 0 0 9 85. objetos <strong>de</strong> casa 1 2 7 66. carros 2 4 12 107. bonecos 1 2 4 48. miniaturas <strong>de</strong> instrumentos musicais 1 2 3 39. mobile 8 18 9 810. mor<strong>de</strong>dor 5 11 12 1011. motoca, carrinho <strong>de</strong> puxar 0 0 1 112. livro, revista 0 0 4 313. aparelhos <strong>de</strong> playground (gira-gira, balanço), casa 0 0 1 1<strong>de</strong> boneca14. diversos (bexiga, espelho, utensílios <strong>de</strong> banho) 1 2 0 0Bauru, <strong>2012</strong>


Página64CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>15. não utiliza 2 4 0 016. não respon<strong>de</strong>u 0 0 0 0Total 45 100 118 100ConclusõesOs dados obtidos mostraram que, ainda antes <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, as mães oferecemdiferentes brinquedos para seus filhos <strong>de</strong> acordo com o sexo. Com relação à ida<strong>de</strong>, observou-seque alguns brinquedos permanecem ao longo do primeiro ano <strong>de</strong> vida, como por exemplo, bichosdiversos, chocalho e mor<strong>de</strong>dor. Alguns quase <strong>de</strong>saparecem (móbile) e outros só aparecem para oGrupo 2 (carros; bola e brinquedos <strong>de</strong> montar). Todavia, observou-se pouca varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>brinquedos para os dois grupos. Os resultados apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programas <strong>de</strong>intervenção que po<strong>de</strong>riam focar na varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> brinquedos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros meses,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do sexo do bebê.Palavras-chave: Brinquedos, sexo, ida<strong>de</strong>.ReferênciasBROUGÈRE, G; WAJSKOP, G. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 2004.CORDAZZO, S. T. D. ; VIEIRA, M. L. A Brinca<strong>de</strong>ira e Suas Implicações nos Processos <strong>de</strong>Aprendizagem e <strong>de</strong> Desenvolvimento. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UFRJ-Rio <strong>de</strong>Janeiro, ANO 7, N. 1, p. 89-101, 2007.KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. In: _______________. Jogo, brinquedo,brinca<strong>de</strong>ira e a educação. São Paulo: Cortez, 2001. Cap. 1, p. 18-19.PÉREZ-RAMOS, A. M. Q.; PÊRA, C.; MAIA, A. M. Brinquedos e Brinca<strong>de</strong>iras para o bebê:Kit para crianças nos seus primeiros dois anos <strong>de</strong> vida. São Paulo: Vetor, 1995.Bauru, <strong>2012</strong>


Página65CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>6.RECURSOS METODOLÓGICOS PARA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DEDESCRITORES DE RENDIMENTO ESCOLAR EM SISTEMAS DE AVALIAÇÃOMayara Paula da Silva Matsunaka; Jair Lopes Junior; Cláudia Cristina <strong>de</strong> Góes.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Unesp</strong>/Bauru, CNPQIntroduçãoA Secretaria da Educação do Estado <strong>de</strong> São Paulo há praticamente 14 anos executa oSistema <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Rendimento Escolar (SARESP). Para cada área curricular foramestabelecidas competências e habilida<strong>de</strong>s que serão avaliadas periodicamente ao final dos cicloscompõem a Educação Básica. Tais competências e habilida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>signadas como <strong>de</strong>scritoresdas aprendizagens esperadas ao final <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados ciclos e integram as <strong>de</strong>nominadas Matrizes<strong>de</strong> Referência para Avaliação <strong>de</strong> Rendimento Escolar.Nesta pesquisa, tais <strong>de</strong>scritores foram <strong>de</strong>finidos a partit <strong>de</strong> recursos conceituais emetodológicos da Análise do Comportamento, enquanto mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudo científico(SKINNER, 1968/1972; TOURINHO e LUNA, 2010), a saber, como classes <strong>de</strong> respostasoperantes passíveis <strong>de</strong> investigação pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contingências <strong>de</strong> reforçamento.Assim, cabe ao professor estimar correspondências entre medidas comportamentaisproduzidas pelos alunos nas interações verbais com as condições <strong>de</strong> ensino e os <strong>de</strong>scritores que<strong>de</strong>finem as aprendizagens previstas. A estimativa <strong>de</strong> tais correspondências exige recursosmetodológicos e repertórios <strong>de</strong> interpretação, pelo professor, dos resultados <strong>de</strong>rivados daaplicação <strong>de</strong> tais recursos.ObjetivoBauru, <strong>2012</strong>


Página66CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Esta pesquisa objetivou, mediante a utilização Teoria da Coerência <strong>de</strong> Topografia <strong>de</strong>Controle <strong>de</strong> Estímulo (stimulus control topography coherence theory; McILVANE e DUBE,2003), caracterizar relações <strong>de</strong> contingência (<strong>de</strong>pendência funcional) envolvidas com a emissãodos operantes que <strong>de</strong>finem <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho a partir do registro em ví<strong>de</strong>o dasinterações verbais em sala <strong>de</strong> aula.MetodologiaParticipantesProfessor <strong>de</strong> matemática e alunos do 9º ano (ano <strong>de</strong> 2007), <strong>de</strong> uma escola pública dacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru-SP.MaterialForam utilizados registros em ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> sequência <strong>de</strong> aulas gravadas da área <strong>de</strong>matemática, aparelho <strong>de</strong> DVD, televisor e computador (Microsoft Word 2010).ProcedimentoO procedimento foi realizado em duas fases:Fase 1 - Leitura <strong>de</strong> bibliografias: nesta etapa foi realizada uma leitura e análise <strong>de</strong> materialbibliográfico.Fase 2 - Tabulação e análise dos registros em ví<strong>de</strong>o das aulas: nesta etapa foram tabuladas eanalisadas aulas referentes ao tema “Teorema <strong>de</strong> Tales”.ResultadosOs resultados são referentes às quatro aulas iniciais sobre o tema “Teorema <strong>de</strong> Tales”,correspon<strong>de</strong>nte ao <strong>de</strong>scritor H35 das matrizes do SARESP. O <strong>de</strong>scritor H35 consiste em “aplicarBauru, <strong>2012</strong>


Página67CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>o Teorema <strong>de</strong> Tales como uma forma <strong>de</strong> ocorrência da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>, em diferentescontextos”.A partir das transcrições, observou-se que as medidas comportamentais dos alunosdiscreparam do <strong>de</strong>scritor H35 e que as práticas <strong>de</strong> ensino do professor foram insuficientes paraestabelecer medidas comportamentais correspon<strong>de</strong>ntes com a redação do <strong>de</strong>scritor. As respostasdos alunos limitaram-se a <strong>de</strong>screver, repetir ou completar elaborações verbais do professor. ATabela 1 expõe exemplos das transcrições das relações entre ações do professor e respostas dosalunos.Tabela 1 - Exemplos das transcrições das respostas dos alunosCondiçãoRespostas do aluno Evento subsequenteantece<strong>de</strong>nteProfessor escreve 9 na46:35Professor: “Qual olousa e pergunta:Alunos: “9!”valor do Y?”“Quanto que dá 9 mais5?”Professor escreve 1446:40sobre 9 na lousa e diz:Professor escreve 9 na“Pronto! X mais Ylousa e pergunta:Alunos: “14!” sobre Y é igual a 14“Quanto que dá 9 maisdividido por 9. Agora,5?”aqui, eu sabia a medidado X?”46:45Professor escreve 14Professor: “Sabia aAlunos: “Não!”sobre 9 na lousa e diz:medida do Y?”Bauru, <strong>2012</strong>


Página68CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>“Pronto! X mais Ysobre Y é igual a 14dividido por 9. Agora,aqui, eu sabia amedida do X?”Professor: “Não temcomo resolver. Eu sei a47:05Professor: “Sabia amedida do Y?”Alunos: “Não!”medida do Y? Sabe?Ainda não. Você sabe amedida <strong>de</strong> X mais Y?Quanto me<strong>de</strong> X maisY?”Professor: “Não temProfessor: “Tá falandocomo resolver. Eu seino exercício. Como táa medida do Y? Sabe?falando no exercício,47:08Ainda não. Você sabeAluno: “28!”agora dá pra resolver.a medida <strong>de</strong> X maisVamo lá... No lugar <strong>de</strong>Y? Quanto me<strong>de</strong> XX mais Y eu colocomais Y?”quem?”Professor: “Tá falandoProfessor: “28! Nono exercício. Como tálugar <strong>de</strong> Y eu não47:22falando no exercício,agora dá pra resolver.Alunos: “28!”coloco nada porque eunão sei. 14 sobre 9.Vamo lá... No lugar <strong>de</strong>14Y... Quanto que valeX mais Y eu coloco28 vezes 9? 27 vezes 9?Bauru, <strong>2012</strong>


Página69CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>quem?” 270! 270 menos 28?”DiscussãoDurante as análises, observou-se que o professor dirigiu-se aos exercícios maiscomplexos sem que os alunos tivessem <strong>de</strong>monstrado classes <strong>de</strong> comportamentos necessários paraos exercícios menos complexos. Assim, a partir do conceito <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, este trabalholevantou a hipótese <strong>de</strong> que o uso da mo<strong>de</strong>lagem pelo professor talvez pu<strong>de</strong>sse garantir aocorrência <strong>de</strong> uma aprendizagem mais consistente dos alunos. Além disso, o professor po<strong>de</strong>riafornecer menor sustentação a eles, isto é, fornecer menos dicas, e também oferecer novosexercícios para serem realizados.ConclusãoAs possíveis relações <strong>de</strong> contingência i<strong>de</strong>ntificadas entre as respostas dos alunos e ascondições antece<strong>de</strong>ntes e subsequentes fornecidas pelo professor viabilizaram umacaracterização funcional <strong>de</strong> medidas comportamentais emitidas no contexto das aulas, mas queparecem não correspon<strong>de</strong>r com as aprendizagens preconizadas pelo <strong>de</strong>scritor. Tais análisespo<strong>de</strong>m ser instrucionais como recursos didáticos em programas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores.Palavras-chave: <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho; respostas dos alunos; relações <strong>de</strong> contingência.ReferênciasMcIlvane, W.; Dube, W. Stimulus control topography coherence theory: Foundations an<strong>de</strong>xtensions. The Behavior Analyst, 26 (2), 195-213, 2003.São Paulo/SEE. Matrizes <strong>de</strong> referência para a avaliação SARESP: Documento básico. São Paulo:Secretaria da Educação/SEE, p. 78-79, 2009.Bauru, <strong>2012</strong>


Página70CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Serna, R.; Lionello-DeNolf, K.; Barros, R.; Dube, W.; McIlvane, W. Teoria da coerência <strong>de</strong>topografias <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> estímulos na aprendizagem discriminativa: De pesquisa básicae teoria à aplicação. Em M.M. Hübner e M. Marinotti (Orgs.) Análise do Comportamentopara a Educação: Contribuições recentes. Santo André: ESETec Editores Associados, p.253-284, 2004.Skinner, B.F. A escola do futuro. Em __________. Questões recentes na AnáliseComportamental. Campinas: Papirus Editora, p. 117-131, 19917.ANÁLISE DA PRESENÇA DE INDICADORES EMOCIONAISDE ANSIEDADE EM MÃES DE BEBÊSVerônica Rodrigues Mangili; Mariana Biffi; Fernanda Longhini; Sária Cristina Nogueira; Ana ClaúdiaZerbinatti; Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues.Departamento <strong>de</strong> Psicologia,UNESP- Campus <strong>de</strong> Bauru, FAPESP.IntroduçãoO nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> materna elevado tem sido apontado como um dos sintomasemocionais que se caracterizam como fatores <strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>senvolvimento da criança(FRAGA; LINHARES; CARVALHO; MARTINEZ, 2007), já que essas têm maior propensão areagir <strong>de</strong> forma ansiosa diante <strong>de</strong> situações conflituosas (PEROSA et al. 2009). Dessa forma, apresença <strong>de</strong>sse indicador emocional em nível elevado, po<strong>de</strong> alterar a responsivida<strong>de</strong> maternadiante do bebê, já que essa po<strong>de</strong> não apresentar comportamentos apropriados ou contingentes aoscomportamentos da criança, prejudicando a relação <strong>de</strong> interação mãe-bebê e, também, da relaçãobebê-ambiente, resultando em implicações para o <strong>de</strong>senvolvimento, como prejuízo na formação<strong>de</strong> sentimentos <strong>de</strong> auto-eficácia (RIBAS; MOURA, 2006).Bauru, <strong>2012</strong>


Página71CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Para a avaliação dos níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> é fundamental a distinção entre ansieda<strong>de</strong>-traçoe ansieda<strong>de</strong>-estado, sendo que a primeira evi<strong>de</strong>ncia uma característica estável do indivíduo,representando o modo como esse reage diante <strong>de</strong> situações estressantes ou <strong>de</strong> conflito, enquantoa segunda é conceituada como uma condição emocional transitória que se caracteriza peloaumento subjetivo da tensão (CURY; MENEZES, 2006).Dessa maneira, evi<strong>de</strong>ncia-se que a presença <strong>de</strong> indicadores emocionais maternos <strong>de</strong>ansieda<strong>de</strong> caracteriza-se como um fator <strong>de</strong> risco que <strong>de</strong>ve ser avaliado <strong>de</strong>vido aos efeitos quepo<strong>de</strong> produzir sobre o <strong>de</strong>senvolvimento infantil e na relação entre a mãe e seu bebê. A presença<strong>de</strong> diversos fatores <strong>de</strong> risco na vida <strong>de</strong> um indivíduo ten<strong>de</strong> a ter os seus efeitos multiplicados,agravando um ao outro e prejudicando o <strong>de</strong>senvolvimento adaptativo e sadio do mesmo(LINHARES; BORDIN; CARVALHO, 2004).ObjetivoO objetivo <strong>de</strong>sse projeto foi i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>screver os níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> traço e estadoem mães <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> seis a 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> associando-os a variáveis maternas (ida<strong>de</strong>,escolarida<strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> família e número <strong>de</strong> filhos) e do bebê (sexo e ida<strong>de</strong>).MétodoParticipantesParticiparam 53 mães e seus bebês com ida<strong>de</strong> entre seis e doze meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> quefrequentam o projeto <strong>de</strong> extensão “Acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> risco:avaliação e orientação aos pais oferecido pelo Centro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, da UNESP -Bauru.LocalA coleta dos dados foi realizada em uma sala <strong>de</strong> atendimento do Centro <strong>de</strong> PsicologiaAplicada (CPA) da UNESP- Bauru, a fim <strong>de</strong> garantir a privacida<strong>de</strong> e condições favoráveis para aBauru, <strong>2012</strong>


Página72CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>execução <strong>de</strong> tal procedimento, sendo que o presente projeto tem a aprovação do Comitê <strong>de</strong> Éticada <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da UNESP- Bauru sob o protocolo nº 4205/46/01/11.MateriaisNo processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados, foi realizada primeiramente uma Entrevista Inicial a fim<strong>de</strong> coletar informações socio<strong>de</strong>mográficas do bebê e <strong>de</strong> sua família, como sexo, membros que acompõem, estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos pais e do bebê.Para a avaliação dos indicadores <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> utilizou-se o IDATE que avalia asvariáveis traço e estado <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e foi elaborado por Spielberger e colaboradores em 1970 evalidado para a língua portuguesa por Biaggio e Natalício em 1979. Esse instrumento écomposto por duas escalas, cada uma composta por 20 itens, que possibilitam a avaliação dosconceitos acima citados, traço e estado <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Os escores po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 20 a 80 pontos,sendo que a baixa pontuação indica baixo nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e a alta, o oposto.Procedimento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dadosApós o nascimento dos bebês na maternida<strong>de</strong> Santa Isabel, <strong>de</strong> Bauru, SP, as mães foramconvidadas a participar do projeto <strong>de</strong> extensão “Acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês<strong>de</strong> risco: avaliação e orientação” e, em caso <strong>de</strong> aceite foi agendado um primeiro atendimento noCentro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada, da UNESP, <strong>de</strong> Bauru, em data próxima do aniversário <strong>de</strong> um mêsdo bebê.No primeiro encontro foi explicado às mães as fases do projeto e informadas da ausência<strong>de</strong> ônus e da garantia <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> se os dados obtidos forem utilizados em pesquisa eapresentados/publicados. Em caso <strong>de</strong> aceite, essas assinaram um Termo <strong>de</strong> consentimento Livree Esclarecido, <strong>de</strong> acordo com as normas do CONEP (196\96). Em seguida respon<strong>de</strong>ram àEntrevista Inicial e foi realizada a avaliação do <strong>de</strong>senvolvimento do bebê, sendo que no referidoprojeto, o monitoramento <strong>de</strong>sse foi realizado mensalmente.Bauru, <strong>2012</strong>


Página73CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A partir do sexto mês, as mães foram convidadas a respon<strong>de</strong>r o instrumento <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>. Em caso <strong>de</strong> aceite, as participantes assinaram o Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre eEsclarecido.Procedimento <strong>de</strong> análise dos dadosOs dados da Entrevista Inicial foram utilizados para caracterizar a amostra, já a tabulaçãodos dados obtidos no IDATE foi realizada a partir dos itens assinalados na folha <strong>de</strong> resposta domesmo, <strong>de</strong> acordo com manual. A amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> escores possíveis para o IDATE varia <strong>de</strong> ummínimo <strong>de</strong> 20 a um máximo <strong>de</strong> 80 pontos, nas duas subescalas (A-traço e A-estado). Asrespostas das participantes foram avaliadas numa escala <strong>de</strong> até quatro pontos. Após obter oescore bruto foi utilizada a classificação constante no manual para a interpretação dos resultados<strong>de</strong> A-traço e A-estado. Nesse projeto, o percentil entre 0 e 24 foi consi<strong>de</strong>rado como baixaansieda<strong>de</strong>, 25 e 49, ansieda<strong>de</strong> controlada abaixo da média, 50 e 74, controlada acima da média eacima <strong>de</strong> 75, alta ansieda<strong>de</strong>, sendo os dois últimos, consi<strong>de</strong>rados como indicadores emocionaisem nível clínico.ResultadosA amostra analisada foi composta por 53 mães com ida<strong>de</strong> entre 15 e 41 anos(Média=26,47; MED=26; DP=7,30) <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> seis a 12 meses (Média=8,37; MED=9; DP=2,37). Quanto à escolarida<strong>de</strong>, 69,81% das mães possuíam pelo menos Ensino Médio completo.Quanto ao tipo <strong>de</strong> família, prevaleceu a família nuclear (73,58%) e quanto ao número <strong>de</strong> filhos,47,16% das mães tinham apenas um filho, 39,62% dois filhos e 13,20% três filhos ou mais,sendo que em relação ao sexo dos bebês, 67,92% das participantes eram mães <strong>de</strong> meninas.Consi<strong>de</strong>rando a variável ansieda<strong>de</strong>-estado (A-estado), verifica-se que 22,64% dasparticipantes apresentaram baixa ansieda<strong>de</strong> (percentil inferior a 24), 24,52%, ansieda<strong>de</strong>controlada abaixo da média (percentil entre 25 e 49), 24,52%, ansieda<strong>de</strong> controlada acima damédia (percentil entre 50 e 74) e 28,30%, alta ansieda<strong>de</strong> (percentil superior a 75), sendo os doisBauru, <strong>2012</strong>


Página74CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>últimos grupos consi<strong>de</strong>rados indicadores emocionais <strong>de</strong> nível clínico, ou seja, percentil acima <strong>de</strong>50.A partir dos resultados, verificou- se a presença <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>-estado em nível clínico, emmães com menos <strong>de</strong> 30 anos (75%), com boa escolarida<strong>de</strong> (60,71%), que vivem em famíliasnucleares (67,85%) e mães <strong>de</strong> um filho (53,57%). Em relação às variáveis do bebê, observou-seque 75% das participantes são mães <strong>de</strong> bebês com mais <strong>de</strong> nove meses e 75% são mães <strong>de</strong>meninas.A avaliação da ansieda<strong>de</strong>-traço (A-traço) observou-se que 26,41% das mães apresentarambaixa ansieda<strong>de</strong>, 24,52%, ansieda<strong>de</strong> controlada abaixo da média, 11,32%, ansieda<strong>de</strong> controladaacima da média e 37,73%, alta ansieda<strong>de</strong>. A presença <strong>de</strong> tal indicador em nível clínico foi maisfrequente em mães com menos <strong>de</strong> 30 anos (88,46%), que tem um filho (69,56%), com boaescolarida<strong>de</strong> (57,68%) e que vivem em famílias nucleares (73,91%). Em relação às variáveis dobebê, verificou-se que as participantes mais ansiosas eram mães <strong>de</strong> bebês com mais <strong>de</strong> novemeses (61,53%) e mães <strong>de</strong> meninas (84,61%).DiscussãoOs resultados apontam para a presença <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, tanto a variável traço quanto aestado, em nível clínico na amostra estudada, sendo mais presente em mães com menos <strong>de</strong> 30anos, com boa escolarida<strong>de</strong> e com um único filho e que vivem em famílias nucleares.Em relação às variáveis do bebê (sexo e ida<strong>de</strong>), os dados apontam para a influência daida<strong>de</strong> do bebê (mais velhos) e também do sexo, já que as mães <strong>de</strong> meninas se mostraram maisansiosas. Entretanto, a amostra é reduzida (n=53), o que dificulta a generalização dos resultados.Todavia, observa-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção às mães <strong>de</strong> bebês e <strong>de</strong> intervenções que diminuamo nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.Palavras-chaves: Ansieda<strong>de</strong>, Mães <strong>de</strong> bebês e Saú<strong>de</strong> Mental.Bauru, <strong>2012</strong>


Página75CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ReferênciasBIAGGIO, A. M. B; NATALICIO, L. Inventário <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> traço-estado (IDATE). Rio <strong>de</strong>Janeiro: CEPA, 1979.FAISAL-CURY, A.; MENEZES, P. R. Ansieda<strong>de</strong> no puerpério: prevalência e fatores <strong>de</strong> risco.Revista Brasileira <strong>de</strong> Ginecologia e Obstetrícia, 28(3), 171-178, 2006.FRAGA, D. A. <strong>de</strong>; et al . Desenvolvimento <strong>de</strong> bebês nascidos pré-termo e indicadoresemocionais maternos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 21(1), 2007.LINHARES, M. B. M; BORDIN, A. B. M.; CARVALHO, A. E. V. Aspectos do<strong>de</strong>senvolvimento psicológico da criança ex-prematura na fase escolar. Em E. M.MARTURANO; M. B. M. LINHARES; S. R. LOUREIRO (Eds.). Vulnerabilida<strong>de</strong> e proteção:Indicadores na trajetória <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do escolar (pp. 75-106). São Paulo, SP: Casa doPsicólogo, 2004.PEROSA, G. B. et al . Sintomas <strong>de</strong>pressivos e ansiosos em mães <strong>de</strong> recém-nascidos com e semmalformações. Revista. Brasileira <strong>de</strong> Ginecologia e Obstetrícia, 31 (9), 2009.RIBAS, A. F. P.; MOURA, M. L. S. Responsivida<strong>de</strong> materna: uma investigação em contextourbano brasileiro. Revista Brasileira <strong>de</strong> Crescimento e Desenvolvimento Humano, 16 (1), 2006.5. COMUNICAÇÕES ORAISSALA 811.BULLYING ENTRE EDUCANDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: ESTUDO EM UMMUNICIPIO DO NORTE DO PARANÁBauru, <strong>2012</strong>


Página76CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Bruno Maschio Neto; Adriana Maschio; Edna Aparecida Lopes Bezerra KatakutaUniversida<strong>de</strong> Estadual do Norte do Paraná-Ban<strong>de</strong>itantes/Pr- Campus Luiz Menghel.IntroduçãoO presente trabalho tem como tema central a prevalência <strong>de</strong> adolescentes vítimas <strong>de</strong>bullying, investigando o mesmo nas escolas, em suas diferentes manifestações, privilegiandocomportamentos relacionados às praticas do bullying.As pesquisas sobre o tal assunto vem sendo trabalhada a muito tempo, sendo hoje umassunto que tem respeito e empenho por profissionais <strong>de</strong> diversas áreas do conhecimento e dasaú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> contar com o apoio e a participação do setor público e da socieda<strong>de</strong>contemporânea. Esta cada vez mais claro que este comportamento é uma questão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>msocial, mais do que um problema restrito ao contexto escolar, não tratando apenas <strong>de</strong> umreferencial escolar, mas sim da presença e da aceitação <strong>de</strong> práticas maldosas e abusivas,consi<strong>de</strong>radas muitas vezes como um comportamento normal ou brincalhão.Atualmente, os ambientes escolares se constituem <strong>de</strong> maneira reiterada, on<strong>de</strong> se encontraum local que apresentam várias características <strong>de</strong> violência entre os estudantes,conseqüentemente interfere o trabalho <strong>de</strong> educação dos mesmos. Acaba se <strong>de</strong>senvolvendo econstruindo um ambiente escolar <strong>de</strong> medo e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança inibindo assim o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> alunos e prejudicando as condições <strong>de</strong> vida que estes possuem <strong>de</strong>ntro e fora da escola(ROUTTI, 2010).Fante (2003, 2005) apresenta que os comportamentos <strong>de</strong> violência <strong>de</strong>ntro das escolas nasultimas décadas vem se adquirindo crescentes dimensões em todas as socieda<strong>de</strong>s. Tornandoassim um paradigma preocupante pelas gran<strong>de</strong>s incidências que vem se <strong>de</strong>senvolvendo em todosos níveis escolares.Bauru, <strong>2012</strong>


Página77CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Mediante esses fatos encontra-se inserido o bullying em todas as culturas acarretandoassim no violentado um sofrimento psíquico, uma consi<strong>de</strong>rável diminuição da auto-estima,isolamento social, prejuízos no aprendizado e no <strong>de</strong>sempenho dos estudantes nas escolas(MOURA, et al 2011).Quem pratica ações relacionadas ao bullying são conhecidas como agressores. E os alvossão sempre pessoas vitimizadas, que sofrem as conseqüências do bullying, sempre relacionado oreceptor <strong>de</strong> bullying como aquele individuo pouco sociável, inseguras, com baixa auto-estima,quietas e que não reagem aos atos <strong>de</strong> insultos, agressivida<strong>de</strong>s que são direcionados a pessoa quesofre <strong>de</strong> bullying (FANTE, 2003; LOPES NETO, 2005).Bullying po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o ato <strong>de</strong> agressão física ou psicológica, mediada porcrianças e adolescentes, on<strong>de</strong> sempre são <strong>de</strong>senvolvida nas escolas ou em suas proximida<strong>de</strong>s,com intencionada a causar dor ou <strong>de</strong>sconforto, que se repete por longo período e acarretando um<strong>de</strong>sequilíbrio na vitima, fenômeno mundial presentes tanto em escolas públicas e privadas em teralunos pobres e ricos (ALMEIDA, et al 2008.)Dados afirmam que indivíduos que sofreram Bullying na infância ou na adolescênciativeram maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem con<strong>de</strong>nados, no futuro, por conseqüências muitas vezestrágicas como <strong>de</strong>senvolverem crimes graves ou apresentarem reincidência criminal,envolvimentos com substancias psicotrópicas, relações negativas com pares, <strong>de</strong>linquência eenvolvimento com gangues, <strong>de</strong>pressão, i<strong>de</strong>ação suicida e violência doméstica(KUMPULAINEN, et al 2000; HEINRICHS, 2003).ObjetivosSão objetivos específicos da pesquisa: i<strong>de</strong>ntificar atos <strong>de</strong> bullying <strong>de</strong>ntre os alunos dasescolas estaduais <strong>de</strong> um município do norte do Paraná, analisando os comportamentos dosindivíduos mediante atos <strong>de</strong> preconceito e isolamento frente a um grupo <strong>de</strong> indivíduos, além <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> que forma estas práticas <strong>de</strong> bullying acontecem, se é em sala <strong>de</strong> aula (com ou semBauru, <strong>2012</strong>


Página78CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>a presença dos professores), no momento da educação física, se é <strong>de</strong>ntro da biblioteca ou nointervalo. Consi<strong>de</strong>rando os envolvidos nessa ação (tanto quem pratica, quanto quem sofre).MetodologiaO estudo foi realizado em duas escolas da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino, localizadas no Nortedo Paraná, segundo ultimo senso (IBGE, 2010) com 32.182 habitantes. Conta com amostra <strong>de</strong>302 alunos, <strong>de</strong>vidamente matriculados nas instituições <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> 5ª a 8ª série do EnsinoFundamental. As ida<strong>de</strong>s estão compreendidas entre os 11 e 15 anosA coleta <strong>de</strong> dados foi realizada em novembro <strong>de</strong> 2011 em sala <strong>de</strong> aula, com instrumentoque visou investigar a prevalência <strong>de</strong> comportamentos do Bullying por alunos da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensinofundamental. Foram <strong>de</strong>scartados os questionários que não se encaixaram aos critérios <strong>de</strong>inclusão, sendo eliminados os questionários que não tivessem questões assinalas conformepedido, no entanto, 6 (1,9%) foram inutilizados. Os dados coletados foram analisados esubmetidos pelo sofware Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).Resultados e DiscussãoDos 302 avaliados, 160 (56%) já sofreram diferentes tipos <strong>de</strong> apelidos, cerca <strong>de</strong> 45(14,9%) foram motivo <strong>de</strong> piadas ou xingamentos, 50 (16,6%) toleraram fofocas ou mentiras àseu respeito, e 6 (2%) tiveram coisas quebradas ou pegas, 22 (7,3%) sofreram empurrões echutes e 19 (6,3%) nunca lidaram com nenhum tipo <strong>de</strong> discriminação.Dos mesmos, 88 (29,1%) dos educandos acreditam que o tal comportamento ocorre<strong>de</strong>vido à inveja entre os amigos, 42 (13,9%) crêem que é <strong>de</strong>vido ao racismo, 24 (7,9%) acreditaque o tal comportamento é <strong>de</strong>vido às diferenças <strong>de</strong> classes sociais, 75 (24,8%) <strong>de</strong>duz que estejarelacionado à aparência física, notório que os meios <strong>de</strong> comunicação (mídia) estimulam ospadrões <strong>de</strong> beleza impostos pela socieda<strong>de</strong> contemporânea, 69 (22,8%) dos adolescentesBauru, <strong>2012</strong>


Página79CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>relacionam o tal comportamento ao pré-conceito em geral e 4 (1,3%) não tem idéia do motivodos comportamentos.A violência em ambiente escolar vem se agravando em inúmeras modalida<strong>de</strong>s eexpressões, e <strong>de</strong>senvolvendo características cada vez mais preocupantes, tornando assim umsério problema na saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> um individuo, conseqüência essa que gera angustia a uma<strong>de</strong>terminada socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido à divulgação <strong>de</strong> fatos do cotidiano ou dados estatísticos, ou a umasensação difusa <strong>de</strong> insegurança e <strong>de</strong>sconfiança que se propaga. Afetando gravemente as crianças,professores, pais e encarregados <strong>de</strong> educação. (CHESNAIS, 1999; PEREIRA, et al 2009; LOPESNETO, 2005).ConclusãoAo estudar a influência do Bullying entre educandos do ensino fundamental notam-sedificulda<strong>de</strong>s nas relações interpessoais citadas anteriormente, enten<strong>de</strong>ndo o fenômeno como umproblema social e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> publica. Os aspectos sociais e culturais são fundamentais paracompreensão do bullying, pois através <strong>de</strong>les percebemos como os alunos interpretam umacontecimento normal, reagindo sem temor <strong>de</strong> tornarem-se vitimas do problema.Necessitando <strong>de</strong> mais atenção na educação, po<strong>de</strong>mos afirmar que educar é recomeçar,esse recomeço tem que vir <strong>de</strong> todos, portanto se a socieda<strong>de</strong> não estiver preparada para lidar como bullying, serão poucas as chances <strong>de</strong> reduzir as estimativas do mesmo.Palavras-chave: Bullying; educandos; re<strong>de</strong> publica.ReferênciasALMEIDA, K. L.; SILVA, A. C.; CAMPOS, J. S. Importância da i<strong>de</strong>ntificação precoce daocorrência do bullying: uma revisão <strong>de</strong> literatura. Revista <strong>de</strong> Pediatria, v.1, n.9, p.8-16, Jan./ Jun/2008.Bauru, <strong>2012</strong>


Página80CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>CHESNAIS, J. C. A violência no Brasil: causas e recomendações políticas para a suaprevenção. Ciência e Saú<strong>de</strong> Coletiva, Rio <strong>de</strong> Janeiro, v.1, n.4, 1999.FANTE, C. A. Z. Fenômeno bullying: Estratégias <strong>de</strong> intervenção e prevenção entre escolares(uma proposta <strong>de</strong> educar para a paz). São José do Rio Preto, SP: Ativa, 2003.FANTE, C. A. Z. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para apaz. Campinas, SP: Verus, 2005.FRANCISCO, M. V; LIBÓRIO, R.M.C. Um estudo sobre bullying entre escolares do ensinofundamental. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v.2, n.22, p.200-207, 2009.KUMPULAINEN, K.; RÄSÄNEN, E. Children involved in bullying at elementary school age:their psychiatric symptoms and <strong>de</strong>viance in adolescence - an epi<strong>de</strong>miological sample. ChildAbuse & Neglect, v.11 n.24, p.1567-1577, 2000.LOPES NETO, A. A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal <strong>de</strong>Pediatria. (Rio J.), v.5, n.81, O Porto Alegre, Nov/ 2005.MOURA, D. R.; CRUZ, A. C. N.; QUEVEDO, L. <strong>de</strong> A. Prevalência e características <strong>de</strong>escolares vítimas <strong>de</strong> bullying. Jornal <strong>de</strong> Pediatria (Rio J.), v.1, n.87, Porto Alegre, Jan/Fev/2011.PEREIRA, B.; SILVA, M. I.; NUNES, B. Descrever o Bullying na escola: estudo <strong>de</strong> umagrupamento <strong>de</strong> escolas no interior <strong>de</strong> Portugal. Revista <strong>de</strong> Diálogo e Educação, Curitiba, v.9,n.28, p.455-466, Set/ Dez/ 2009.RUOTTI, C. Violência em meio escolar: fatos e representações na produção darealida<strong>de</strong>. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.1, n.36, Abr/ 2010.ZAINE, I.; REIS, M. <strong>de</strong> J. D.; PADOVANI, R. da C. Comportamentos <strong>de</strong> bullying e conflitocom a lei. Estudos <strong>de</strong> Psicologia, Campinas, v.3, n.27, Jul/ Set/ 2010.2.Bauru, <strong>2012</strong>


Página81CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>OBSERVAÇÕES NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: POSSIBILIDADES DEINTERVENÇÕES COM A CRIANÇA AUTISTAMarília Monte Pinheiro¹; Ana Paula Camilo Ciantelli¹; Luiz Antonio Lourencetti¹; Nathalia CharloisNogueira¹, Lucia Pereira Leite¹, Helen Cazani².¹Centro <strong>de</strong> Psicologia Aplicada , UNESP-BAURU² APAE-BAURUDe acordo com o DSM-IV-TR (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disor<strong>de</strong>rs-Revised) e o CID-10 (Classificação Internacional <strong>de</strong> Doenças), o Autismo faz parte <strong>de</strong> um grupo<strong>de</strong> transtornos do neuro<strong>de</strong>senvolvimento que se insere nos Transtornos Globais doDesenvolvimento (TGDs), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs) ou Transtornos doEspectro do Autismo (TEAs). É caracterizado por indivíduos que têm um <strong>de</strong>senvolvimentomarcado por prejuízos expressivos na interação social e na comunicação verbal e/ou não verbal,além <strong>de</strong> um repertório restrito <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e interesses, e comportamentos estereotipados. Odiagnóstico do transtorno ocorre por volta dos três anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, entretanto nos últimos anos,vem sendo ressaltado a importância <strong>de</strong> um diagnóstico precoce do autismo que ocorre por voltados <strong>de</strong>zoito meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Atualmente na realida<strong>de</strong> americana há pesquisas que indicam queele po<strong>de</strong> ser feito anteriormente, por volta dos seis meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (LAMPREIA, 2009;MULICK; SILVA, 2009).O autismo po<strong>de</strong> apresentar comorbida<strong>de</strong>s associadas ao seu transtorno, sendo a condiçãoque mais comumente coexiste com o autismo é o retardo mental – <strong>de</strong>ficiência intelectual.Crianças com autismo comumente apresentam problemas <strong>de</strong> comportamento, comohiperativida<strong>de</strong>, dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar e/ou manter atenção, atenção hiperseletiva e impulsivida<strong>de</strong>,bem como comportamentos agressivos, auto<strong>de</strong>strutivos, perturbadores e <strong>de</strong>strutivo. É comumBauru, <strong>2012</strong>


Página82CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ainda observar respostas sensoriais e perceptuais peculiares, incluindo hiper ou hiposensibilida<strong>de</strong>a estímulos sonoros, visuais, táteis, olfativos e gustativos. (MULICK; SILVA, 2009).Atualmente, a inclusão <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência e/ou transtornos globais ou invasivosdo <strong>de</strong>senvolvimento, com necessida<strong>de</strong>s educacionais especiais, no contexto educacional regularvem sendo amplamente discutida, a fim <strong>de</strong> que se garantam a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses indivíduos a umaeducação comum, porém que contemple as especificida<strong>de</strong>s das <strong>de</strong>mandas acadêmicasdiferenciadas (CUNHA, FARIAS, MARANHÃO, 2008).A inclusão educacional pressupõe que se extrapole o acesso e a permanência do aluno daEducação Especial na escola regular, pois implica na revisão e organização <strong>de</strong> políticas,programas, serviços, a comunida<strong>de</strong>, buscando o envolvimento favorável pela conscientização dodireito à cidadania, como pré-requisito fundamental para uma reflexão crítica em torno dosconhecimentos, informações e sentimentos em relação às pessoas com <strong>de</strong>ficiência (GOTTI, 1998apud BRAY; LEONARDO; ROSSATO, 2009).Ao se pensar no processo <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> alunos com autismo, enfatiza-se a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> favorecer a convivência com pares não semelhantes, ou seja, crianças sem <strong>de</strong>ficiência,possibilitando a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocas interativas em contexto não segregado. Entretanto, paraque tais interações ocorram há que se investir fortemente na promoção <strong>de</strong> situações que exijamtal <strong>de</strong>manda, pois não é a simples inserção <strong>de</strong> um aluno com autismo no ambiente comum quefaz com que ele participe do mesmo. Nisso se <strong>de</strong>staca a importância do papel dos profissionaisda psicologia como mediadores <strong>de</strong>sse processo. Dito <strong>de</strong> outro modo, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interaçãocom pares e conhecimentos diversificados se constitui como base para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>qualquer outra criança.Bosa e Camargo (2009) ao relatarem a respeito da convivência compartilhada da criançacom autismo na escola, <strong>de</strong>stacam que os contatos sociais favorecem também o <strong>de</strong>senvolvimentodas outras crianças que apresentam <strong>de</strong>senvolvimento típico, na medida em que passam aconviver e apren<strong>de</strong>r com as diferenças.Bauru, <strong>2012</strong>


Página83CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A criança com autismo, ao ser inserida no ensino comum, promove uma mudança narepresentação social sobre o autismo, uma vez que a escola e o professor baseiam suasintervenções à luz da compreensão dos diferentes aspectos relacionados a este tipo <strong>de</strong>transtorno, que agora passa a fazer parte do cotidiano escolar (KUPFER, 2004 apud CUNHA;FARIAS; MARANHÃO, 2008).Ressalta-se que a inclusão educacional <strong>de</strong> alunos com <strong>de</strong>ficiência e/ou autismo não <strong>de</strong>vese esgotar na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convivência comum, mas requer uma série <strong>de</strong> ações educacionaisintencionais para que tais alunos acesse o currículo da escola, pois caso contrário a escola seesgotará a uma esfera <strong>de</strong> socialização e se distancia <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma instituição promotora docompartilhamento <strong>de</strong> conhecimentos científicos.ObjetivosEste trabalho objetiva repensar o papel do psicólogo enquanto mediador no processo <strong>de</strong>inclusão educacional, examinando as práticas adotadas nas intervenções da psicologia, natentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as Necessida<strong>de</strong>s Educacionais Especiais apresentadas por crianças comautismo.MétodoParticiparam do presente estudo quatro crianças, sendo três meninos e uma menina, comida<strong>de</strong> entre 6 e 9 anos, diagnosticadas com autismo, que frequentam o CAE – APAE/Bauru.As observações foram realizadas na APAE-Bauru, sendo pautadas na escolha daativida<strong>de</strong> e os objetivos propostos para a sessão. Os observadores dividiram-se para acompanharos atendimento - individual e grupal – das crianças, que tinham duração <strong>de</strong> 50 minutos. Osatendimentos grupais foram conduzidos com a participação <strong>de</strong> três crianças e o atendimentoindividual com a participação <strong>de</strong> uma criança.Bauru, <strong>2012</strong>


Página84CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Essas observações consistiam em obter informações sobre os comportamentos dascrianças, em atendimento individual e em grupo, atentando-se para os objetivos específicos dasativida<strong>de</strong>s realizadas. Tais observações subsidiarão uma proposta <strong>de</strong> intervenção na área dapsicologia da educação, a ser realizada em parceria com os profissionais da instituição, e/ou comprofessores e gestores educacionais das escolas que as crianças estão matriculadas, para apromoção da Educação Inclusiva.Resultados ParciaisAs sessões individuais tiveram o intuito <strong>de</strong> investigar estímulos que seriam atrativos paraque se possa planejar intervenções, que visem a apropriação <strong>de</strong> conhecimentos para as criança.À luz dos dados obtidos com as observações realizadas, serão planejadas ativida<strong>de</strong>s que visemproporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento da criança referente a linguagem, interação social, atuação emgrupo e rotina.Tanto nas sessões individuais quanto nas sessões grupais observadas, ambas tiveramcomo objetivos gerais trabalhar aspectos relacionados à promoção da interação social,reconhecimento <strong>de</strong> cores e funções objetos relacionados a rotina das crianças (meios <strong>de</strong>transporte, animas, brinquedos, etc.). Também foram trabalhados aspectos relacionados àshabilida<strong>de</strong>s motoras, autocontrole e seguimento <strong>de</strong> regras.Em algumas sessões grupais foram trabalhados aspectos gerais relacionados amanifestação da linguagem oral e/ou sinalização, bem como aumento no tempo <strong>de</strong> atenção. Issofoi feito por meio <strong>de</strong> jogos, em que as crianças <strong>de</strong>veriam achar figuras correspon<strong>de</strong>ntes notabuleiro. Durante a aplicação do jogo, foram coladas regras em que as crianças só receberiamuma segunda figura quando todos os participantes tivessem encontrado suas figuras, <strong>de</strong>sse modo,observou-se como as crianças reagiam aos comandos. As crianças também foram estimuladas apedir auxilio aos outros membros do grupo para encontrar suas figuras.Bauru, <strong>2012</strong>


Página85CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Durante as quatro sessões grupais, observou-se que a interação social foi trabalhada emtodos os encontros, uma vez que as crianças eram solicitadas e estimuladas a interagirem entre si,pela oferta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s conjuntas. Outro aspecto comum em todas as sessões, consistiu nareserva <strong>de</strong> um período - ao final da sessão - para que as crianças pu<strong>de</strong>ssem realizar algum tipo <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> lúdica que fosse <strong>de</strong> seu interesse, em geral tal ativida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u em função das visitasao parque.ConclusãoA partir do levantamento obtido, observou-se a relevância da intervenção da psicologiano processo <strong>de</strong> inclusão educacional das crianças com autismo, na tentativa <strong>de</strong> diminuir da<strong>de</strong>fasagem acadêmica e social <strong>de</strong>ssas crianças, permitindo ganhos qualitativos para seu<strong>de</strong>senvolvimento global.Palavras-chave: Psicologia, autismo, inclusão educacionalReferênciasBRAY, C. T.; LEONARDO, N. S. T.; ROSSATO, S. P. M. Inclusão escolar: um estudo acercada implantação da proposta em escolas <strong>de</strong> ensino básico. Revista Brasileira <strong>de</strong> EducaçãoEspecial, vol. 15 no. 2, Marília maio/ago. 2009.BOSA, C. A.; CAMARGO, S. P. H. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisãocrítica da literatura. Psicologia Social, vol. 21 no. 1 Florianópolis, jan./abr. 2009.CUNHA, A. C. B.; FARIAS, I. M., MARANHÃO, R. V. A. Interação professor-aluno comautismo no contexto da educação inclusiva: análise do padrão <strong>de</strong> mediação do professor combase na teoria da Experiência <strong>de</strong> Aprendizagem Mediada (Mediated Learning ExperienceTheory). Revista Brasileira <strong>de</strong> Educação Especial, Vol. 14 no. 3 Marília set/<strong>de</strong>z 2008.Bauru, <strong>2012</strong>


Página86CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>LAMPREIA, C. Perspectivas da Pesquisa Prospectiva com Bebês Irmãos <strong>de</strong> Autistas. PsicologiaCiência e Profissão, Vol. 29, cap. 1, p. 160-171, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2009MULICK, J. A.; SILVA, M. Diagnosticando o Transtorno Autista: Aspectos Fundamentais eConsi<strong>de</strong>rações Práticas. Psicologia Ciência e Profissão, Vol. 29 cap. 1, p. 116-131, 2009.3.FORMAÇÃO CONTINUADA DE FUNCIONÁRIOS ESCOLARES – CONTRIBUIÇÕESDA PSICOLOGIA ESCOLARBruna Arakaki; Maurício Santa Rosa ; Natália Abreu; Tammy Regina Battissacco ; Profª Drª MarisaEugênia Melilo MeiraDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>IntroduçãoO presente trabalho faz parte do PESF – Programa Educação Sem Fronteiras,<strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 2010 junto a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Bauru , comativida<strong>de</strong>s já realizadas em três escolas <strong>de</strong> ensino fundamental da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendotrabalhos junto a professores, alunos e funcionários.No ano <strong>de</strong> <strong>2012</strong> esse trabalho terá continuida<strong>de</strong> junto aos funcionários buscando-setrabalhar a questão do <strong>de</strong>senvolvimento humano <strong>de</strong>ntro da formação continuada.Para tanto, tomando como fundamento as contribuições da Psicologia Histórico Culturalreferentes aos conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem e o entendimento <strong>de</strong> que todofuncionário escolar possui uma função educativa propõe-se realizar intervenções planejadasjunto a grupos <strong>de</strong> servidores visando articular reflexão e prática com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformarqualitativamente esses grupos <strong>de</strong> trabalho.Bauru, <strong>2012</strong>


Página87CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ObjetivosO trabalho <strong>de</strong>senvolvido preten<strong>de</strong> criar um espaço <strong>de</strong> reflexão para os funcionáriosescolares a respeito da temática do <strong>de</strong>senvolvimento humano e sua relação com a finalida<strong>de</strong> daescola. Preten<strong>de</strong>-se que tal ativida<strong>de</strong> leve também a uma valorização da Escola, aoreconhecimento da importância do seu trabalho – visto como contribuição <strong>de</strong>cisiva para que aescola atinja seus objetivos, assim como contribua para o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.MétodoO trabalho é realizado em 03 escolas públicas da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Bauru e envolve 48funcionários escolares (sendo 16 funcionários <strong>de</strong> cada escola): meren<strong>de</strong>iras, auxiliares <strong>de</strong>limpeza, secretários, auxiliares administrativos, inspetores e cuidadores. As ativida<strong>de</strong>s sãorealizadas nas escolas em encontros mensais, com uma hora e meia <strong>de</strong> duração. Nesses encontrossão abordados e discutidos vários temas que se relacionam mais particularmente a doispressupostos teóricos principais: a importância das relações sociais para o efetivo cumprimentoda função social da escola e o estudo do <strong>de</strong>senvolvimento humano como um processo social ehistórico. Entre os principais temas estudados <strong>de</strong>stacam-se: a relação dos servidores com seupróprio trabalho, com outros membros da equipe escolar, com os alunos e suas famílias e suasimplicações para a qualida<strong>de</strong> do trabalho <strong>de</strong>senvolvido na escola, o <strong>de</strong>senvolvimento humanocomo um processo social e histórico à luz da teoria psicológica da Escola <strong>de</strong> Vigotski, análise danatureza social do homem, discussão acerca da relação entre <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem,superação dos mo<strong>de</strong>los explicativos naturalizantes e biologizantes do <strong>de</strong>senvolvimento.Para a realização dos encontros são utilizados recursos diversos, tais como: dinâmicas <strong>de</strong>grupo, uso <strong>de</strong> recursos audiovisuais, discussões focadas em temas, trabalhos individuais e emgrupo.Bauru, <strong>2012</strong>


Página88CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Resultados PreliminaresOs resultados obtidos até o presente momento referem-se aos ganhos obtidos pelasequipes <strong>de</strong> funcionários em <strong>de</strong>corrência dos trabalhos já <strong>de</strong>senvolvidos com essas equipes emdois anos anteriores, culminando com a implementação nessas três unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino citadas <strong>de</strong>uma ativida<strong>de</strong> permanente <strong>de</strong>stinada a formação continuada, a exemplo do que já ocorre com osprofessores.DiscussãoNorteando-se pelas contribuições da Psicologia histórico-cultural consi<strong>de</strong>ra-se que aescola <strong>de</strong>ve sempre cumprir o seu papel primordial <strong>de</strong> ensinar. Essa ativida<strong>de</strong> fim quase sempreapresenta limites dados por condições objetivas e subjetivas e que envolvem diversos atores:comunida<strong>de</strong>, família, professores, diretores e funcionários.Nessa perspectiva consi<strong>de</strong>ramos que pouca visibilida<strong>de</strong> e importância é dado ao trabalhorealizado pelos funcionários escolares e o seu conseqüente impacto sobre a ativida<strong>de</strong> fim daescola (ensinar) . Há pouca compreensão sobre a contribuição <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s para asuperação <strong>de</strong> barreiras existentes na escola em favor da constituição <strong>de</strong> uma educação <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong>.Vistos a partir <strong>de</strong> uma perspectiva funcional, como trabalhadores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s meio,<strong>de</strong>sconhece-se a sua função educativa . É ignorado que o seu trabalho po<strong>de</strong> superar em muito omero <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um exercício profissional especializado <strong>de</strong>ntro da Escola.Assim aposta-se que é a partir do entendimento <strong>de</strong>sses trabalhadores sobre a própriafinalida<strong>de</strong> da escola, <strong>de</strong> sua contribuição histórica e importância social para a humanização epara o <strong>de</strong>senvolvimento do homem, que sua ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser resignificada e valorizada,produzindo benefícios que extrapolam o nível institucional englobando o seu próprio processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento humano .Bauru, <strong>2012</strong>


Página89CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ConclusãoA partir da formação continuada <strong>de</strong> funcionários escolares busca-se a melhoria dacontribuição a ser dada por esses para que a escola cumpra seu objetivo. Partindo-se dopressuposto da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> um espaço, on<strong>de</strong> elaborações teóricas necessárias paraque o processo <strong>de</strong> apropriação ocorra, vislumbra-se que ganhos qualitativos serão obtidos tantopara a escola quanto para os próprios funcionários nesse processo.Palavras chave: Formação Continuada, Desenvolvimento Humano, Funcionários EscolaresReferênciasGAMBA, M. F. G. Formação continuada <strong>de</strong> professores na perspectiva histórico cultural:reflexões a partir <strong>de</strong> uma experiência infantil. 2009. 184 f. Dissertação (Mestrado em Educação)– <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Filosofia e <strong>Ciências</strong>, Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista, Marília. 2009.LEONTIEV, Alexis. O <strong>de</strong>senvolvimento do psiquismo. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2004.MAREGA, A. M. P. A criança <strong>de</strong> seis anos na escola: transição da ativida<strong>de</strong> lúdica para ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> estudo. 2010. 175f. Dissertação (Programa <strong>de</strong> pós graducação em Educação: Mestrado)-Universida<strong>de</strong> Estadual do Paraná, Maringá, 2010.MONLEVADE, J. A. C. Funcionários <strong>de</strong> escolas, cidadãos, educadores, profissionais e gestores.Brasília: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília. Centro <strong>de</strong> Educação a distância, 2005. 92 p.MOYA, D. J. L. A criança <strong>de</strong> seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> no ensino fundamental: práticas e perspectivas.178 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá, Maringá,2009.TRINDADE, F. G. Desenho Infantil: Contribuições da educação infantil para o <strong>de</strong>senvolvimentodo pensamento abstrato sob a perspectiva da psicologia histórico-cultural. 2011. 272f.Dissertação apresentada à faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação da universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> são paulo para obtenção <strong>de</strong>título <strong>de</strong> mestre em educação. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo- São Paulo, 2011.Bauru, <strong>2012</strong>


Página90CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>4.CONSTITUIÇÃO E APROFUNDAMENTO DE RELAÇÕES HUMANIZADORASENTRE FAMÍLIA E ESCOLA: PRÁTICAS DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA DAEDUCAÇÃORoberta Miguel Green; Estefania Manholer; Laura Emílio Faria; Claudya Gusikuda Perallis; Profª DrªMarisa Melilo Meira.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> – UNESP Bauru, PROEX.Há tempos a relação entre a escola e a família dos alunos é pensada. E compreen<strong>de</strong>-se,também há tempos, para todo o coletivo escolar que é preciso haver qualida<strong>de</strong> nessa relação, jáque assim a escola po<strong>de</strong> cumprir sua função social, que é socializar conhecimentos científicospara as novas gerações. Para tal melhoria, algumas medidas foram e estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas,como por exemplo, projetos que buscam colocar em discussão questões sobre o papel social dotrabalho <strong>de</strong>senvolvido na escola, e qual o papel social e o trabalho que as famílias po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>senvolver na escola. No entanto, é necessário que sempre haja a reflexão das ações, tanto docoletivo escolar quanto das famílias em si. Assim, o presente projeto visa, inicialmente, coletarinformações, com o objetivo <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e refletir sobre a relação família-escola. Dessemodo o projeto vem buscar respon<strong>de</strong>r e refletir sobre quais seriam as formas efetivas <strong>de</strong>participação da família na escola e <strong>de</strong> que modo ela po<strong>de</strong> contribuir para que essa participaçãoaconteça <strong>de</strong> fato.Consi<strong>de</strong>rando as reflexões <strong>de</strong> Martins, busca-se contribuir para constituição eaprofundamento <strong>de</strong> relações humanizadoras entre família e escola. Tendo-se em vista que asmudanças previstas <strong>de</strong>vam ocorrer por uma via <strong>de</strong> mão dupla, ou seja, das famílias com relação àescola e do coletivo escolar com relação às famílias, erradicando preconceitos e estigmas eBauru, <strong>2012</strong>


Página91CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>enxergando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuda mútua. O que se preten<strong>de</strong> então é a compreensão daimportância <strong>de</strong> cada um para o sucesso do outro, focando a natureza coletiva do trabalhopedagógico.O projeto constitui-se a partir <strong>de</strong> cinco etapas:1. Contato com a escola:Essa etapa visa estabelecer o primeiro contato com a escola, isto é, conhecer o seufuncionamento, bem como os gestores, professores, funcionários e alunos através <strong>de</strong> reuniõesagendadas e observação em sala <strong>de</strong> aula.Nessa etapa é necessário o agendamento <strong>de</strong> uma reunião com os gestores a fim <strong>de</strong> apresentar ediscutir o projeto para que possam aprovar a sua implementação. Após essa fase, po<strong>de</strong>-se iniciara segunda etapa.2. Coleta <strong>de</strong> dados:O foco <strong>de</strong>sta etapa está em compreen<strong>de</strong>r a relação escola-família, conhecer suas dificulda<strong>de</strong>s ebuscar propostas para estreitar esse vínculo. Os dados serão coletados com gestores, professores,funcionários, famílias e alunos através <strong>de</strong> um instrumento (questionário) planejadoexclusivamente para este fim. A intenção é buscar informações e compreen<strong>de</strong>r o que estesdiferentes segmentos que fazem parte do universo escolar pensam a respeito <strong>de</strong>ssa relação, quaisdificulda<strong>de</strong>s encontram e i<strong>de</strong>ias para possíveis melhorias.O questionário utilizado nesta etapa consta na parte Anexos <strong>de</strong>ste trabalho e para cada segmentoforam feitas perguntas semelhantes (exceto com os alunos), com apenas algumas modificaçõesou acréscimos <strong>de</strong> conteúdo para que fosse a<strong>de</strong>quado ao contexto do entrevistado.Com os gestores e professores fez-se necessário apenas uma reunião para uma entrevistacoletiva. Com os funcionários foram necessárias, duas reuniões para entrevista coletiva, <strong>de</strong>vidoao número <strong>de</strong> participantes ser maior. Com as famílias, duas etapas foram realizadas, quaissejam: elaboração <strong>de</strong> um bilhete específico convidando-as para um encontro na escola com asestagiárias e, posteriormente, o encontro propriamente dito, também com caráter coletivo e <strong>de</strong>Bauru, <strong>2012</strong>


Página92CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>coleta <strong>de</strong> informações. Já com os alunos é necessário maior elaboração das perguntas, por setratar <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> 5 a 6 anos e, até o presente momento, o método ainda não foi elaborado.3. Organização dos dados:Com os dados em mãos, é possível uma análise das dificulda<strong>de</strong>s encontradas e daspropostas feitas a fim <strong>de</strong> que seja <strong>de</strong>senvolvida, posteriormente, uma estratégia <strong>de</strong> intervenção apartir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>manda aqui encontrada.4. Devolutiva para o coletivo:Esta etapa tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir os dados levantados com o coletivo da escola e, apartir disso, elaborar propostas <strong>de</strong> intervenção juntamente com esse coletivo que participou dapesquisa, integrando todos no projeto. Essa <strong>de</strong>volutiva será feita em uma reunião e as estagiáriasserão mediadoras nesse processo <strong>de</strong> reflexão coletiva para que as propostas sejam apresentadas.5. Implantação <strong>de</strong> propostas/ações:Essa etapa visa transformar as expectativas em uma ação concreta, isto é, o que cadasegmento (gestores, professores, funcionários, famílias, alunos e a própria psicologia) po<strong>de</strong> fazer.É preciso <strong>de</strong>limitar as ações <strong>de</strong> cada um para atingir os objetivos propostos que só serãoconhecidos com o levantamento completo <strong>de</strong> dados.MARÇO21/03 1ª reunião com trio gestor da escolaEntrevista com Diretora, Vice-diretora e28/03coor<strong>de</strong>nadora30/03 1º contato com professores da manhã (3)ABRIL04/04 1º contato com professores da tar<strong>de</strong> (2)06/04 Feriado11/04 Acerto <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes com gestoresBauru, <strong>2012</strong>


Página93CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>12/04 Entrevista com Professores 1º ano (5)13/04 Entrevista com funcionários18/04Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confecção dos bilhetes – turmas datar<strong>de</strong>20/04Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confecção do bilhete – turmas damanhã25/04 Encontro com responsáveis – turma da tar<strong>de</strong>27/04 Encontro com responsáveis – turma da manhãMAIO02/05 Visitas aos pais - à tar<strong>de</strong>04/05 Visita aos pais - <strong>de</strong> manhãAtualmente, está sendo realizada a primeira etapa do projeto, que é a coleta <strong>de</strong> dados. Para tanto,foi elaborado um instrumento <strong>de</strong> pesquisa que consiste em um roteiro semiestruturado <strong>de</strong>questões que procuram captar a concepção que os sujeitos têm acerca do tema. Isso se tornapossível através da escuta daquilo que eles dizem a respeito da relação família – escola, do queeles já viveram nesse contexto e daquilo que eles esperam ou gostariam <strong>de</strong> viver nesse sentido.Inclusive, com vistas ao planejamento da intervenção, nesta etapa também já são questionadasquais as ações efetivas que cada um dos participantes <strong>de</strong>sse processo acredita que po<strong>de</strong>riam sertomadas por eles próprios e por todos os outros envolvidos para que tal relação possa sermodificada ou potencializada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> seu ponto <strong>de</strong> vista.O trio gestor (direção, vice-direção e coor<strong>de</strong>nação pedagógica) foi o primeiro grupo a serentrevistado. Questões relevantes pu<strong>de</strong>ram ser observadas, tais como a importância que a famíliatem para o <strong>de</strong>senvolvimento da criança e do quanto isso po<strong>de</strong> produzir facilitadores oudificulda<strong>de</strong>s à atuação da escola. Contudo, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong>stas pessoas, a relação entre asBauru, <strong>2012</strong>


Página94CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>famílias e a escola ainda encontra-se algo distante e, em alguns momentos, constitui-se atémesmo como um ambiente hostilizado.Na sequência, os professores foram ouvidos. Para essa população, a relação da escolacom a família apresenta-se como essencial para a continuida<strong>de</strong> e melhor apreensão do que éensinado em aula. Dessa forma, há gran<strong>de</strong> interesse por parte dos professores que essa relaçãoseja estreitada, já que, no geral, eles apontaram que há muitos aspectos <strong>de</strong>sta que po<strong>de</strong>m sermelhorados.Já o grupo <strong>de</strong> funcionárias foi, até o momento, o último grupo a respon<strong>de</strong>r às questões dacoleta. Em sua maioria, elas avaliaram sua relação enquanto membro da equipe escolar com asfamílias como satisfatória. Contudo, muitas o fizeram ainda que tenham apontado, ao mesmotempo, que seu contato direto com elas é mínimo ou nulo.Os próximos a serem ouvidos serão as famílias e os próprios alunos. Tudo isso porque,mais uma vez, resgatando um ponto importante da psicologia histórico-cultural que serve <strong>de</strong>norte para nossas ações, é preciso que todos os envolvidos no processo estejam, <strong>de</strong> fato,envolvidos. O trabalho pedagógico que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvido pela escola é entendido comocomplementar ao educacional da família, <strong>de</strong> modo que ambos se alimentam e, assim como todosos membros da família, os da equipe escolar são vistos como agentes educadores.Conclui-se com tais reflexões que o processo se baseia em, à princípio, conhecer o outro,compreen<strong>de</strong>ndo que alguns conceitos e mitos estabelecidos são irreais, como a crença <strong>de</strong> que afamília que tem algo a contribuir com a escola é a família “normal”, que nada mais é do que umaconstrução histórica e social que precisa, na verda<strong>de</strong>, ser <strong>de</strong>sconstruída, bem como a crença <strong>de</strong>que a escola é a única responsável pela escolarização das crianças, sem consi<strong>de</strong>rar a importanteparticipação da família.A compreensão é o ponto chave, pois tem-se que a condição básica para toda valorizaçãoé o conhecimento, não há valorização sobre o incerto ou <strong>de</strong>sconhecido. É necessário assim,compreen<strong>de</strong>r os contextos, as situações e as relações. E, compreen<strong>de</strong>r acima <strong>de</strong> tudo que, paraBauru, <strong>2012</strong>


Página95CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>que relações humanas e humanizadoras emerjam, é preciso que elas sejam intencionalmenteconstruídas.Palavras-chave: Relação escola-família; Psicologia da Educação.Referências:MEIRA, M. E. M. Família e Escola: curso para professores. Bauru: 2010.MARTINS, L. M. Relação Escola-Família: reflexões no âmbito da Educação Infantil.5.A UTILIZAÇÃO DE MULTIPLAS LINGUAGENS NO PROCESSO DEALFABETIZAÇÃOSarah Dias Marins; Fernanda Pereira, Kaira Moraes Porto; Larissa Bulhões D’Incao; Marisa EugêniaMelillo Meira.Departamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> – UNESP Bauru, PROEX.O presente trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido em uma escola <strong>de</strong> ensino fundamental <strong>de</strong> Bauru, SPe faz parte <strong>de</strong> um projeto maior, intitulado “Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural paraa alfabetização” e tem como fundamento a teoria histórico-cultural <strong>de</strong> Lev Seminovitch Vigotski,Alexei N. Leontiev e Alexan<strong>de</strong>r R. Luria, que traz relevantes aportes para a educação, já quetrata <strong>de</strong> questões teóricas fundamentais para a compreensão do processo <strong>de</strong> formação dascaracterísticas humanas e das relações entre aprendizagem, <strong>de</strong>senvolvimento e educação escolar.A compreensão <strong>de</strong> que os conhecimentos psicológicos se colocam como elementosimportantes para o cumprimento da função social da escola é fundamental para o rompimentocom as propostas educacionais hegemônicas no âmbito nacional e internacional. MirandaBauru, <strong>2012</strong>


Página96CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>(1999) nos alerta no sentido <strong>de</strong> que é preciso compreen<strong>de</strong>r que a repercussão do construtivismonos meios educacionais não significa apenas uma opção dos educadores que se limita e se esgotano processo pedagógico. Para a autora, o impacto da globalização do capital sobre as políticaseducacionais na América Latina inci<strong>de</strong> diretamente sobre a concepção <strong>de</strong> conhecimento. Nestecontexto, impõe-se um novo padrão <strong>de</strong> conhecimento que <strong>de</strong>ve ser menos discursivo eintelectivo, mais operativo e pragmático. O construtivismo retoma o lema do “apren<strong>de</strong>r aapren<strong>de</strong>r” escolanovista, o qual <strong>de</strong>sloca o eixo do processo pedagógico “... do intelecto para osentimento; do aspecto lógico para o psicológico; dos conteúdos cognitivos para os métodos ouprocessos pedagógicos; do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina paraa espontaneida<strong>de</strong>; do diretivismo para o não diretivismo” (Saviani, 1982).Em contraposição a esses pressupostos espontaneistas e naturalizantes, a teoria históricoculturalalinha-se à pedagogia histórico-crítica na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> que a finalida<strong>de</strong> do trabalhoeducativo é “produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanida<strong>de</strong> queé produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (Saviani, 2003, p.13). Para aPsicologia Histórico-Cultural a escrita se constitui em um instrumento cultural complexo, umavez que compreen<strong>de</strong> a um sistema <strong>de</strong> signos que simbolizam os objetos, que i<strong>de</strong>ntificam sons epalavras da linguagem oral. A utilização pelos alunos <strong>de</strong> signos mediadores da comunicação eauxiliares da memória contribui para o processo <strong>de</strong> diferenciação da escrita o qual, por sua vez,fornece as bases para o <strong>de</strong>senvolvimento da escrita simbólica. Nessa perspectiva, os alunos têmpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apropriarem da escrita compreen<strong>de</strong>ndo seu significado social, ao mesmotempo em que lhe atribuem um sentido pessoal. De acordo com Mello (2010), essa apropriaçãopo<strong>de</strong> ser favorecida com a incorporação <strong>de</strong> múltiplas linguagens (faz-<strong>de</strong>-conta, <strong>de</strong>senho, pintura,música, teatro, dança, mo<strong>de</strong>lagem, etc.) nas práticas pedagógicas. O trabalho <strong>de</strong> expressão emmúltiplas linguagens em sala <strong>de</strong> aula envolve principalmente o <strong>de</strong>senvolvimento darepresentação simbólica, a qual po<strong>de</strong> ser trabalhada a partir <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s lúdicas realizadasintencionalmente com as crianças tais como: a produção pictórica, a qual contribui para que oBauru, <strong>2012</strong>


Página97CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong><strong>de</strong>senho <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser um processo autocontido e passe a ser visto como um instrumento <strong>de</strong>auxílio ao alcance <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado objetivo (expressão ou memorização); e a brinca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>faz-<strong>de</strong>-conta na qual os objetos vão gradativamente assumindo a função <strong>de</strong> signos.A função social do educador, nesse contexto, pressupõe o domínio <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong>mediações teóricas mais diretamente relacionadas ao ensino <strong>de</strong> conhecimentos científicos, mastambém à compreensão <strong>de</strong> aspectos psicológicos, como a relação entre <strong>de</strong>senvolvimento eaprendizagem e a construção <strong>de</strong> sentido na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo, que lhe permitam enten<strong>de</strong>r comoos alunos apren<strong>de</strong>m. E, é neste espaço que a Psicologia po<strong>de</strong> trabalhar junto com os educadores,uma compreensão do processo <strong>de</strong> formação histórico-social dos indivíduos e <strong>de</strong> suas articulaçõescom a aprendizagem e as relações sociais.ObjetivosGerar necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apropriação da linguagem escrita e proporcionar que o sentidoatribuído a esta abarque o significado que possui, isto é, seja condizente com sua função social,através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão em múltiplas linguagens (mímicas, <strong>de</strong>senhos, símbolos, faz<strong>de</strong>-conta,teatro, etc.), exercitando a produção pictórica das crianças como um instrumentoauxiliar da comunicação. A partir <strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> sentido da linguagem escrita e da motivaçãogerada nas crianças, objetivamos influenciar diretamente na pratica da professora.MetodologiaForam realizadas treze intervenções com aproximadamente trinta alunos <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong>primeiro ano do ensino fundamental da EMEF Geraldo Arone. Os encontros ocorreramsemanalmente (com exceção <strong>de</strong> algumas semanas) e a professora permanecia em sala <strong>de</strong> aula,participando da execução das ativida<strong>de</strong>s sempre que possível. Todos os encontros eramfinalizados com o registro das ativida<strong>de</strong>s em um vagão <strong>de</strong> trem, que ficava fixado em umapare<strong>de</strong> da sala, <strong>de</strong> modo que os alunos pu<strong>de</strong>ssem sempre visualizá-lo.Bauru, <strong>2012</strong>


Página98CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ResultadosAs ativida<strong>de</strong>s foram agrupadas em três gran<strong>de</strong>s blocos, cada um tendo como núcleo umtema gerador <strong>de</strong> sentido: eu e meu grupo; eu e minha família; eu e minha escola. No primeirobloco, eu e meu grupo, buscamos realizar ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvessem a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>grupal, para tanto trabalhamos com a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> singular da criança <strong>de</strong>ntro do coletivo,proporcionamos um espaço <strong>de</strong> expressão e provocamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressarem emgrupo. Iniciamos esse bloco fazendo uma apresentação do grupo, on<strong>de</strong> em roda, por intermédioda brinca<strong>de</strong>ira batata quente, cada criança dizia o seu nome e algo que gostava <strong>de</strong> fazer. Tambémcontamos uma história chamada “Que Bicho será que botou o ovo?” e a partir disso começamosa discutir o que é um grupo. Juntos (por meio <strong>de</strong> sugestões e votação) escolhemos um nome parao grupo, em seguida discutimos algumas regras que consi<strong>de</strong>rávamos importantes para arealização do trabalho em sala e o cumprimento <strong>de</strong> seus objetivos. O nome do grupo e as regrasforam registrados pelos alunos.No inicio do segundo semestre iniciamos o segundo bloco: eu e minha família. Nestebloco buscamos uma aproximação da família com a escola e uma <strong>de</strong>sconstrução do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>família nuclear. Para isso utilizamos livros (por exemplo, O Livro da Família <strong>de</strong> Todd Parr) efilmes (Meu Malvado Favorito) que apresentavam diferentes tipos <strong>de</strong> famílias. A fim <strong>de</strong> estreitarum vínculo com a família, fizemos uma ativida<strong>de</strong> na qual eles escreviam e enfeitavam o nome <strong>de</strong>um membro da família que eles gostariam <strong>de</strong> presentear. O <strong>de</strong>senho foi colocado em umenvelope e entregue aos familiares por eles próprios. Em resposta a essa ativida<strong>de</strong>, sem que osalunos soubessem, enviamos um bilhete aos familiares, pedindo que um <strong>de</strong>les escrevesse umamensagem ao aluno. Ainda neste bloco trabalhamos o tema profissões, com o objetivo <strong>de</strong> realizarativida<strong>de</strong>s que ampliassem esse conhecimento sobre profissões, a fim <strong>de</strong> que eles tambémpu<strong>de</strong>ssem pensar em outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho. Para isso realizamos teatro comfantoches, mo<strong>de</strong>lagens das profissões com massinha, entre outras. Após essa ampliaçãoBauru, <strong>2012</strong>


Página99CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>realizamos o “Álbum do Futuro”, no qual havia uma foto atual da criança e um <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>laatuando em sua futura profissão.O objetivo principal do terceiro e último bloco foi o <strong>de</strong> ampliar a visão do aluno sobrequem faz parte da escola, compreen<strong>de</strong>r que a escola é formada por vários segmentos e o papel <strong>de</strong>cada um <strong>de</strong>les. Para isso foi realizada entrevistas com os funcionários da escola. Em alguns casosa entrevista era realizada pelo grupo todo, em outros a sala foi dividida em grupo, e cada grupoentrevistou um funcionário, neste caso o grupo tinha a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relatar aos <strong>de</strong>maisalunos o que foi falado pelo funcionário que ele conheceu. Cada entrevista realizada foiregistrada em uma peça <strong>de</strong> quebra cabeça, que ao ser montado formava a escola.DiscussãoInicialmente tivemos um foco na formação do grupo, levantando pontos individuais ecomuns a todos e construindo juntos as regras consi<strong>de</strong>radas necessárias para o bom convívio emgrupo. Essa questão se coloca <strong>de</strong> suma importância para o bom andamento das ativida<strong>de</strong>sposteriores. Em todos os encontros utilizamos múltiplas linguagens para a expressão dascrianças, como mímica, faz <strong>de</strong> conta, fantoche, <strong>de</strong>senho, mo<strong>de</strong>lagem, etc. Além do fato <strong>de</strong> que osalunos constantemente eram colocados diante <strong>de</strong> situações que exigiam o registro, situações,cada vez mais complexas nas quais o registro por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos se tornava cada vez maisdifícil. Deste modo, preten<strong>de</strong>u-se criar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão através da linguagem escrita eque os alunos se apropriarem da função social que possui, isto é, instrumento <strong>de</strong> comunicação eexpressão.ConclusãoQuestões subjetivas são <strong>de</strong> difícil mensuração, no entanto, por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadasatitu<strong>de</strong>s dos alunos, como motivação em construir e realizar uma ativida<strong>de</strong>, falas que<strong>de</strong>monstravam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrita como solução mais eficaz, generalização dos registrosBauru, <strong>2012</strong>


Página100CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>construídos arbitrariamente, etc. pu<strong>de</strong>mos constatar a influencia das ativida<strong>de</strong>s realizadas nanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e atribuição <strong>de</strong> sentido à língua escrita pelas crianças.Em relação às mudanças praticas da professora, estas po<strong>de</strong>m ser mais claramente notadasem uma intervenção em andamento, no qual ocorrem discussões teóricas e praticas com aprofessora. Nestas discussões po<strong>de</strong>mos em diversos momentos verificar gradativas mudanças naconcepção <strong>de</strong> homem e diversas mudanças em sua pratica, muitas baseadas em ativida<strong>de</strong>srealizadas por nós um ano antes.Palavras-Chave: Apropriação, Alfabetização, Múltiplas Linguagens,Referências:MELLO, S. A. Ensinar e Apren<strong>de</strong>r a Linguagem Escrita na Perspectiva Histórico-Cultural.Psicologia Política, Vol. 10. N.20. P. 329-343. Jul. – Dez., 2010.MIRANDA, M. G. O construtivismo como retórica. In: 22a. Reunião Anual da ANPEd, 1999,Caxambu MG. 22a. Reuniâo Anual da ANPEd CD ROM, 1999.SAVIANI, D. Escola e Democracia: para além da teoria da curvatura da vara. ANDE - Revistada Associação Nacional <strong>de</strong> Educação, v. 2, p. 56-64, 1982.SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. 8ed. Campinas – SP:Autores Associados, 2003.SALA 821.REFLEXÕES PSICANALÍTICAS WINNICOTTIANAS SOBRE A ATENÇÃOPSICOLÓGICA EM SAÚDE PÚBLICABauru, <strong>2012</strong>


Página101CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Ana Carolina Ramalho Amorim; Drª Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro; Eloá Ulliam.Departamento <strong>de</strong> Psicologia Clínica, Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista “Júlio <strong>de</strong> MesquitaFilho”- Campus <strong>de</strong> Assis, Pró- Reitoria <strong>de</strong> Extensão UniversitáriaIntroduçãoAtualmente, há um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> psicólogos atuando nas instituições públicas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas nem sempre se pô<strong>de</strong> observar isso. A entrada <strong>de</strong>sses profissionais, bem como aformação <strong>de</strong> equipes multiprofissionais nesses serviços, não data <strong>de</strong> muito tempo.Nos anos 70, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> era médico assistencial privatista, isso porque a criseeconômica, o gran<strong>de</strong> crescimento populacional e as migrações internas para os gran<strong>de</strong>s centrosurbanos, levaram à precarização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nessa época, que teve seu ápice nos anos80 (DIMENSTEIN, 1998).Foi no enquadre <strong>de</strong>ssa época que se <strong>de</strong>u a entrada do psicólogo, em pequenas proporções,no campo das instituições públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, contudo, houve uma parte <strong>de</strong> profissionais,principalmente da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, como psiquiatras e psicólogos, que almejavamtransformar o caráter da saú<strong>de</strong> pública, propondo principalmente reformas na or<strong>de</strong>m assistencial,política e cultural que sustentava os hospitais psiquiátricos da época. Ansiavam por equipesmultiprofissionais que se posicionassem criticamente contra o cunho assistencialista e exclu<strong>de</strong>nteda saú<strong>de</strong> mental vigente no período em questão (DIMENSTEIN, 2004).Na atualida<strong>de</strong>, o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> prevê as ações e serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>funcionando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> regionalizada e hierarquizada, tem como diretrizes a<strong>de</strong>scentralização, a integralida<strong>de</strong> nos atendimentos priorizando a prevenção sem prejudicar aassistência e a participação da comunida<strong>de</strong>. Os princípios norteadores do SUS são aUniversalida<strong>de</strong>; a Integralida<strong>de</strong>; a Equida<strong>de</strong>; a Participação da comunida<strong>de</strong>; a Descentralização;a Regionalização e a Hierarquização (MS, 2009).Bauru, <strong>2012</strong>


Página102CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Pensando nesse novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização da saú<strong>de</strong>, cada profissional nele inserido<strong>de</strong>veria repensar suas práticas para ir <strong>de</strong> encontro com as propostas e diretrizes do sistema, bemcomo da real necessida<strong>de</strong> do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Com essa nova organização, os psicólogos ganharam espaço na atenção básica à saú<strong>de</strong>,compondo a equipe <strong>de</strong> profissionais das unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. No entanto, os profissionais<strong>de</strong> psicologia passam por algumas dificulda<strong>de</strong>s em relação às condições <strong>de</strong> trabalho nasUnida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: percebe-se que a procura por parte dos usuários do serviço é maiorque o número <strong>de</strong> profissionais para acolher; muitas pessoas iniciam os atendimentos, masencerram o processo por conta própria. Além disso, as condições físicas das instituições nãofavorecem o trabalho, geralmente faltam lugares e materiais a<strong>de</strong>quados aos atendimentos(OLIVEIRA et al., 2004)O projeto <strong>de</strong> extensão “Enquadres clínicos winnicottianos na saú<strong>de</strong> pública”<strong>de</strong>senvolvido em uma UBS do município <strong>de</strong> Assis, São Paulo, pontua, principalmente, o gran<strong>de</strong>contingente <strong>de</strong> pessoas a serem atendidas, o baixo número <strong>de</strong> profissionais, além do significativonúmero <strong>de</strong> pessoas que procuram por um atendimento psicológico e abandonam o processo logona primeira entrevista.Para propor uma atuação condizente com as necessida<strong>de</strong>s do paciente, o projeto <strong>de</strong>extensão norteia suas ações <strong>de</strong> acordo com o que Winnicott nomeou como ConsultasTerapêuticas.Donald Woods Winnicott, (1896-1971) psiquiatra e psicanalista inglês, começou a<strong>de</strong>senvolver suas ativida<strong>de</strong>s em Consultas Terapêuticas nos anos 20, quando trabalhou com umgran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> crianças em um hospital-escola. Para dar oportunida<strong>de</strong> à todos ospequenos pacientes que precisavam <strong>de</strong> escuta, ele passou a <strong>de</strong>senvolver o que hoje chamamos <strong>de</strong>Consultas Terapêuticas que em seu livro “O valor da consulta terapêutica” (1965), ele <strong>de</strong>staca aimportância das mesmas, bem como seus aspectos positivos e negativos: “...existe uma vasta<strong>de</strong>manda clínica por psicoterapia que não se acha relacionada <strong>de</strong> maneira alguma à oferta <strong>de</strong>Bauru, <strong>2012</strong>


Página103CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>psicanalistas e, portanto, se houver um tipo <strong>de</strong> caso que po<strong>de</strong> ser ajudado por uma ou três visitasa um psicanalista isso amplia imensamente o valor social do analista”.Pensar a <strong>de</strong>manda como propôs Winnicott a partir do mo<strong>de</strong>lo por nós já <strong>de</strong>stacado, po<strong>de</strong>auxiliar os psicólogos da atenção básica a <strong>de</strong>sempenharem suas funções sem que, o imediatismoe o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pacientes que buscam por atendimento, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ie um acolhimento semencantamento e qualida<strong>de</strong>. Faz-se importante então, conhecermos melhor sobre as consultasterapêuticas, bem como sua proposta <strong>de</strong> intervenção.As consultas terapêuticas permitem uma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação, intervenção eajuda psicológica, uma vez que o encontro analítico consiste basicamente em uma comunicaçãosignificativa que se dá a partir <strong>de</strong> mediadores dialógicos (fala, brincar, <strong>de</strong>senhos) entre a duplaterapeuta-paciente. Por meio <strong>de</strong>sse contato, o paciente po<strong>de</strong> encontrar o objeto necessário para asuperação <strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sse modo, retomar seu amadurecimento emocional. Abrevida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse trabalho terapêutico (varia entre uma a três sessões) só é possível porque asnecessida<strong>de</strong>s da efetivação do self exigem um outro indivíduo para realizar-se. Em <strong>de</strong>corrênciado contínuo processo <strong>de</strong> amadurecimento do ser humano, as consultas favorecem aintercomunicação e o respaldo nas mais diversas etapas da vida (LESCOVAR, 2004).O cunho <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong> possibilitado pelas consultas evi<strong>de</strong>ncia que as mesmas não<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidas por meio <strong>de</strong> rígidas e pré-estabelecidas técnicas (como em umapsicoterapia), mas ajustadas <strong>de</strong> acordo com a interação singular entre a dupla terapêutica, a partirdo uso que o paciente faz do terapeuta (objeto subjetivo), do holding, do handling e daapresentação <strong>de</strong> objetos oferecidos pelo psicoterapeuta. Por meio <strong>de</strong>sse manejo, o profissionalviabiliza, ainda que transferencialmente, as tarefas <strong>de</strong>sempenhadas ou não, pela mãesuficientemente boa. Permitir que o paciente reviva ou recrie esse contato materno primário, oimpulsiona a caminhar rumo ao amadurecimento emocional (LESCOVAR, 2004).Com um propósito didático, faz-se necessário clarificar os conceitos mencionados acima.Winnicott enten<strong>de</strong> a apresentação <strong>de</strong> objetos “... como o benefício resultante das relaçõesBauru, <strong>2012</strong>


Página104CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>objetais iniciais entre mãe-bebê...” (LESCOVAR, 2004). Na prática clínica, diz respeito abrinquedos, testes, <strong>de</strong>senhos. Enfim, é uma transicionalida<strong>de</strong> que visa uma integração. Ohandling é o “... favorecimento do meio ambiente ao alojamento da psique no corpo facilitadopelas experiências mãe-bebê, em que a interação entre eles era mediada pelo contato corporal”(LESCOVAR, 2004). Em síntese, é o manejo, o cuidado físico que a mãe oferece ao bebê. Já oholding é um conceito winnicottiano que aparece no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> toda a sua obra e se refere,sucintamente, “... à sustentação física e psicológica oferecida pela mãe do recém-nascido, queestabelece as condições básicas para que os processos <strong>de</strong> integração se <strong>de</strong>senvolvam”(GRANATO, 2004, p. 27).ObjetivosEsse trabalho, bem como o projeto realizado na Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do município<strong>de</strong> Assis, busca criar uma interlocução entre a atuação do psicólogo na atenção básica e o uso daavaliação psicológica com propósito terapêutico. O objetivo principal <strong>de</strong>ste trabalho é refletiracerca da <strong>de</strong>manda proveniente da população em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicas e o uso daavaliação psicológica como terapêutico, repensando a dicotomia entre avaliação-intervençãomuitas vezes propostas neste espaço. Objetiva-se especificamente analisar o possível uso daConsulta Terapêutica, para que profissional e <strong>de</strong>manda caminhem em sintonia.MetodologiaTrata-se <strong>de</strong> uma reflexão psicanalítica winnicottiana sobre a atuação <strong>de</strong> psicólogos emformação em Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> um município do interior do estado <strong>de</strong> São Paulo.Em uma experiência específica o uso <strong>de</strong> Consulta Terapêutica, mostrou-se a<strong>de</strong>quado e suficientepara acolher a <strong>de</strong>manda psicológica <strong>de</strong> uma pessoa. A análise da atuação neste espaço público <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> será efetuada sob preceitos psicanalíticos winnicottianos.Bauru, <strong>2012</strong>


Página105CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Resultados e Consi<strong>de</strong>rações FinaisAs dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelo psicólogo na Saú<strong>de</strong> Pública po<strong>de</strong>riam levar taisprofissionais a repensarem suas práticas, no sentido <strong>de</strong> não caírem na armadilha <strong>de</strong> umaprodução sem qualida<strong>de</strong>, pensando em dar conta da <strong>de</strong>manda com a urgência e, assim, <strong>de</strong>ixando<strong>de</strong> ir ao encontro da real necessida<strong>de</strong> do paciente.Os psicólogos que atuam em espaços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especialmente em atençãoprimária, necessitam <strong>de</strong> uma formação para trabalhar em tal setor que possibilite o abandono <strong>de</strong>mol<strong>de</strong>s limitados <strong>de</strong> atuação e permitam uma melhor a<strong>de</strong>quação ao perfil proposto pelo SUS.Deste modo haveria um caminho possível para que o mo<strong>de</strong>lo hegemônico <strong>de</strong> atuação clínicapu<strong>de</strong>sse dar espaço para uma atuação ampliada e flexível. Um caminho apresentado nestetrabalho é a possibilida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> um encontro terapêutico, tal como em uma ConsultaTerapêutica winnicottiana.A escuta clínica, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da <strong>de</strong>manda apresentada, po<strong>de</strong> proporcionar holdingpara situações diversas com a qual se <strong>de</strong>pare o terapeuta, uma vez que este po<strong>de</strong> usar recursos,tais como o manejo terapêutico por meio do holding, handling e apresentação <strong>de</strong> objetos, a fim<strong>de</strong> propiciar um encontro significativo. Com estes recursos o papel do terapeuta po<strong>de</strong> seassemelhar ao materno e, assim, a sensibilida<strong>de</strong> surge para que se possa entrar em sintonia com osofrimento que é comunicado em diversos contextos sociais, na busca <strong>de</strong> compreensão da pessoaque se apresente em sofrimento psíquico. Po<strong>de</strong>-se concluir que o valor <strong>de</strong>sta escuta se evi<strong>de</strong>ncia,ainda, por privilegiar o ser humano em sua totalida<strong>de</strong> e não apenas procedimentos técnicos préestabelecidos.Ressalte-se que este acolhimento proposto não <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a real possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> o paciente não estar em sofrimento psíquico e sim que este seja da or<strong>de</strong>m social e/oueconômica.Por tudo isso, faz se necessário refletir acerca do uso da atenção psicológica com umpropósito terapêutico no cenário da atenção básica a saú<strong>de</strong>, para alocar da melhor maneira oprofissional <strong>de</strong> psicologia que atua nesse cenário. Talvez a resposta a ser colhida seja um melhorBauru, <strong>2012</strong>


Página106CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>acolhimento à <strong>de</strong>manda da população que busca o psicólogo no espaço público <strong>de</strong> atençãoprimária em saú<strong>de</strong>.Palavras-chave: Saú<strong>de</strong> Pública; Winnicott; Consultas Terapêuticas.ReferênciasBrasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica. Otrabalho do agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> / Ministério da Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>,Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saú<strong>de</strong>, 2009. (Disponível em:http://pt.scribd.com/doc/52264126/1/Principios-e-diretrizes-do-Sistema-Unico-<strong>de</strong>-Sau<strong>de</strong>-SUSAcesso em: 16/04/<strong>2012</strong>)DIMENSTEIN, M. D. B. O psicólogo nas Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: <strong>de</strong>safios para a formaçãoe atuação profissionais. Estud. psicol. (Natal), Jun 1998, vol.3, no.1, p.53-81. ISSN 1413-294XDIMENSTEIN, M. D. B. (2004) O psicólogo nas UBS: formação acadêmica e práticaprofissional. Interações, 9(17), 71-89GRANATO, T. M. M. Tecendo a Clínica Winnicottiana da Maternida<strong>de</strong> em NarrativasPsicanalíticas. 2004. 266 f. Tese (Doutorado). Instituto <strong>de</strong> Psicologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo.LESCOVAR, G. Z. As consultas terapêuticas e a psicanálise <strong>de</strong> D. W. Winnicott. Estudos <strong>de</strong>Psicologia, Campinas, v. 21, n. 2, p. 43-6, maio/ago. 2004.OLIVEIRA, I. F. <strong>de</strong>; DANTAS, C. M. B.; COSTA, A. L. F.; SILVA, F. L.; ALVERGA, A. R. <strong>de</strong>;CARVALHO, D. B. <strong>de</strong>; & YAMAMOTO, O. H. (2004). O psicólogo nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>: formação acadêmica e prática profissional. Interações, 9(17), 71-89.WINNICOTT, D. W. (1965). O Valor da Consulta Terapêutica. In: WINNICOTT, C.;SHEPPHERD, R.; DAVIS, M. (Orgs.). Trad. José Octavio <strong>de</strong> Aguiar Abreu. Exploraçõespsicanalíticas D. W. Winnicott. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. p. 244-247.Bauru, <strong>2012</strong>


Página107CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>2.O PAPEL DO PAI NA HUMANIZAÇÃO DE SEU BEBÊAndré Masao Peres Tokuda; Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro.Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista “Júlio <strong>de</strong> Mesquita Filho”<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> e Letras <strong>de</strong> AssisIntroduçãoO presente trabalho tem como base teórica os preceitos do psicanalista e pediatra inglês Donald WoodsWinnicott (1896-1971), que será utilizada para analise psicanalítica <strong>de</strong> dois casos que estão em atendimento empsicoterapia psicanalítica individual em um serviço-escola <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong> pública do interior do estado <strong>de</strong> SãoPaulo. Utilizaremos esta teoria para afirmar a importância da presença da figura do pai nos cuidados ao bebê para aconstituição <strong>de</strong> sua humanização.Enten<strong>de</strong>mos, portanto, que na teoria Winnicottianna a figura paterna está sempre presente na constituição doinfante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a gestação, ao contrário do que outras teorias psicanalíticas colocam, nas quais o pai só entra na vida do bebêna vigência do Complexo <strong>de</strong> Édipo (ROSA, 2011).A teoria do amadurecimento emocional <strong>de</strong> Winnicott se baseia em dois pontos: a natureza humana – umatendência que todo ser humano possui <strong>de</strong> amadurecer em um processo rumo à integração. E o que é chamado <strong>de</strong>ambiente facilitador (mãe-bebê), fundamental para que esta tendência se realize.O estado <strong>de</strong> integração é a conquista básica para a saú<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento emocional <strong>de</strong> todo ser humano,assim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, o bebê caminha rumo à integração. Isto se dá em um processo que tem início durante agestação e continua ao longo <strong>de</strong> toda a vida (WINNICOTT, 1999).Nos estágios mais primitivos o bebê se encontra em um estado <strong>de</strong> não integração, ele é, neste momento,totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do ambiente, nomeado por Winnicott como estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta. Aos poucos, comajuda do ambiente, o mesmo caminha para a integração, passando pela <strong>de</strong>pendência relativa e logo rumo àBauru, <strong>2012</strong>


Página108CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>in<strong>de</strong>pendência, durante toda a vida, visto a in<strong>de</strong>pendência total nunca ser alcançada (ABRAM, 1996; ARCANGIOLI,1995; AVELLAR, 2004; NETO, 2007; WINNICOTT, 1999).A tendência ao amadurecimento só se realiza quando há um ambiente facilitador, que proporcione as condiçõesnecessárias para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste processo. Desta forma, a mãe, que é consi<strong>de</strong>rada o primeiro ambiente do bebê,tem a tarefa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar suas funções <strong>de</strong> maneira suficientemente boa e, nesta fase, o pai <strong>de</strong>ve sustentar esta relaçãodual mãe-bebê, permitindo que a mesma possa “enlouquecer” (ROSA, 2011).O ambiente facilitador possibilita ao indivíduo a chance <strong>de</strong> crescer, frequentemente em direção à saú<strong>de</strong>. Sendoassim, a vivência <strong>de</strong> falhas nesse primeiro espaço do bebê – a mãe – po<strong>de</strong>m dar a ele uma sensação <strong>de</strong> imprevisibilida<strong>de</strong>em relação ao mesmo, o que po<strong>de</strong> lhe causar perturbação e uma lacuna no processo <strong>de</strong> amadurecimento (ABRAM,1996).A mãe suficientemente boa, naturalmente se adapta as necessida<strong>de</strong>s do infante, sem haver a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>conhecimentos específicos sobre maternagem. Isto é possível <strong>de</strong>vido ao que Winnicott (1999) chamou <strong>de</strong> preocupaçãomaterna primária. É uma condição psicológica especial, <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> aumentada, na qual a mãe se i<strong>de</strong>ntifica com obebê, tornando-se capaz <strong>de</strong> se colocar no lugar <strong>de</strong>le, suprindo as suas necessida<strong>de</strong>s, assim, mãe-bebê se tornam umaunida<strong>de</strong>. Se entregar a este estado, <strong>de</strong> preocupação materna primária, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também da saú<strong>de</strong> da mãe, pois a mesma se<strong>de</strong>dicará ao bebê por intuição, rememorando os cuidados que recebeu quando era bebê (WINNICOTT, 1999).O pai, apesar, <strong>de</strong> participar da feitura do bebê, estar presente durante a gestação e nos primeiros meses <strong>de</strong> vida doinfante, não é visto como algo externo, assim, não é visto como um terceiro. O papel do pai nesta fase é <strong>de</strong> ser a mãesubstituta para o bebê, quando a mesma não está presente (ROSA, 2011).O pai no papel da mãe substituta <strong>de</strong>ve ser um objeto subjetivo, assim como a mãe. O pai neste momento não irárepresentar a figura paterna, o seu lado masculino, mas o que <strong>de</strong>ve ser apresentado é o seu lado materno, o mesmo irátrazer <strong>de</strong> sua memória os cuidados que teve <strong>de</strong> sua mãe, assim, conseguirá atuar como substituto da mãe real (ROSA,2011).Rosa (2011), embasada pela teoria winnicottiana, afirma que no estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta no qual o bebêse encontra, o pai tem outra tarefa, além <strong>de</strong> ser a mãe-substituta. A figura paterna <strong>de</strong>ve ser o cuidador da dupla mãe-bebê,<strong>de</strong>ve proporcionar à mãe um ambiente tranquilo, <strong>de</strong>ve servir como uma barreira para que coisas externas não cheguem àBauru, <strong>2012</strong>


Página109CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>mãe, pois a mesma também se encontra em um estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência. Quando o pai consegue proporcionar esteambiente para a dupla mãe-bebê, a mãe consegue permanecer em estado <strong>de</strong> preocupação materna primária, ou seja, afigura paterna <strong>de</strong>ve proporcionar o holding à mãe.Winnicott (1960) apresenta o holding, como um dos três cuidados essenciais da mãe suficientemente boa. Oholding é a sustentação do bebê, ou seja, a proteção contra a agressão fisiológica e inclui, também, a rotina completa docuidado diário e noturno ao bebê, o acompanhamento das mudanças instantâneas do dia-a-dia inerente ao crescimento e<strong>de</strong>senvolvimento do bebê, tanto físico como psicológico. O holding também está relacionado com o ser segurado <strong>de</strong>maneira confiável, não sendo apenas o segurar físico, mas um segurar em termos psíquicos.A mãe aos poucos se distancia <strong>de</strong> seu bebê, se abrindo para o mundo externo novamente e se recuperando dacondição <strong>de</strong> “enlouquecimento normal”. O infante tendo recebido em seu estado mais primitivo, os cuidados e suportepsíquicos necessários para se sentir seguro, consegue aos poucos se separar da mãe e continuar em processo <strong>de</strong>amadurecimento, ou seja, o bebê consegue passar para o estágio <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência relativa (ABRAM, 1996; NETO, 2007).Nesta etapa o pai tem como papel mostrar para a mãe que ela também é uma esposa e esta <strong>de</strong>ve permitir que oinfante continue caminhando rumo a in<strong>de</strong>pendência e ela, através da ajuda da figura paterna, <strong>de</strong>ve recuperar aspectos <strong>de</strong>sua personalida<strong>de</strong> (ROSA, 2011).O pai <strong>de</strong>ve ser a figura total, pois ele é o primeiro vislumbre do bebê <strong>de</strong> uma pessoa integrada. Como existe arelação dual mãe-bebê, o mesmo não consegue perceber a mãe como uma pessoa integrada, fora. Desta forma, o paicomo um terceiro, irá servir como diagrama para que o bebê consiga se integrar (ROSA, 2011).Winnicott coloca que na vida do bebê aparecem três “não”, o primeiro é o não da mãe ao mundo externo, não<strong>de</strong>ixando este invadir sua relação com o bebê. O segundo é o da mãe para o bebê e o terceiro é a internalização do não navida do bebê como uma norma. O pai entra na segunda etapa, sendo para o bebê como um aspecto inflexível da mãe(ROSA, 2011).O pai <strong>de</strong>ve se manter como protetor da relação mãe-bebê, pois, quando não existe esta proteção, a mãe po<strong>de</strong> nãoconseguir proporcionar um ambiente facilitador ao bebê. Quando não há um pai, alguém que proteja a mãe, a imago dopai na realida<strong>de</strong> interna da mãe, po<strong>de</strong> ser transferida para relação mãe-bebê (ROSA, 2011).Bauru, <strong>2012</strong>


Página110CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>No estágio em que o bebê está adquirindo concernimento, o pai será usado pelo infante como protetor da mãe.Nesta etapa o bebê está tentando integrar sua <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong> contida na impulsivida<strong>de</strong> instintual, <strong>de</strong>sta forma o pai <strong>de</strong>ve serforte e protetor para que a criança não tema <strong>de</strong>struir a mãe, assim a criança não precisa inibir seus impulsos e apren<strong>de</strong> acontrolá-los.No complexo edípico o pai não <strong>de</strong>ve ser somente o sinônimo <strong>de</strong> lei, ele <strong>de</strong>ve estar presente na vida da criança,brincando, <strong>de</strong>scobrindo as ativida<strong>de</strong>s preferidas, para que assim possa se posicionar sobre o não que é imposto a criança.O pai irá ser significante para o bebê quando o mesmo bater o pé, mas para isto precisa ter conquistado o direito <strong>de</strong> ter umaatitu<strong>de</strong> mais assídua na vida da criança.ObjetivoO objetivo principal <strong>de</strong>ste estudo é o <strong>de</strong> problematizar sobre a importância da figura paterna no amadurecimentoemocional <strong>de</strong> crianças sob psicoterapia psicanalítica individual sob enfoque teórico winnicottiano.MetodologiaA metodologia utilizada será a <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso. Especificamente serão analisados psicanaliticamente,enfocando o papel <strong>de</strong>sempenhado pelo pai analisado winnicottianamente, dois casos atendidos em psicoterapia individualpsicanalítica em serviço-escola por aluno em formação clínica.Análise <strong>de</strong> casos clínicos: consi<strong>de</strong>rações finais sobre o papel <strong>de</strong>sempenhado pelo pai no processo maturacionalEm dois atendimentos, realizados por meio <strong>de</strong> estágio profissionalizante em serviço-escola e com base na teoria<strong>de</strong> Donald Winnicott, nota-se a ausência da figura paterna no <strong>de</strong>senvolvimento das mesmas. As consequênciasobservadas foram da or<strong>de</strong>m da impossibilida<strong>de</strong> do amadurecimento - da não integração -, e, <strong>de</strong>sta forma, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>lidar com a própria angustia da perda do pai.Em ambos os casos houve divórcio entre os pais, e as crianças permaneceram morando com a mãe. Os casosapresentados são <strong>de</strong> uma criança com seis anos e outra com onze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Ambas eram bastante “apegadas” aosBauru, <strong>2012</strong>


Página111CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>pais e após a separação começaram a se isolar, a se autoagredir e se tornaram bastante “emotivas” (chorando comfacilida<strong>de</strong>).Durante os atendimentos diziam ter sauda<strong>de</strong> do pai e tristeza por não po<strong>de</strong>r estar perto e pelo pouco contato. Emoutros momentos, o mínimo contato com os pais, por meio <strong>de</strong> uma rápida visita ou telefonema, as <strong>de</strong>ixava mais alegres ecom a esperança <strong>de</strong> ter maior relação com estes.Ambas as mães relatavam também sentir falta do marido, havendo uma i<strong>de</strong>alização do mesmo por estasmulheres, o que acabava por gerar, também, nas crianças uma i<strong>de</strong>alização da figura paterna.Enten<strong>de</strong>-se, por meio <strong>de</strong>ste breve relato, que a ausência, mesmo tardia, da figura paterna atrapalha o livre curso<strong>de</strong> amadurecimento emocional <strong>de</strong>stas crianças. Ambas se apresentam regredidas à fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência relativa,provavelmente por uma falha já significativa vivenciada neste período <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Os sintomas são <strong>de</strong>pressivose, assim, paralisantes no sentido <strong>de</strong> não as <strong>de</strong>ixarem com vitalida<strong>de</strong> para agirem no meio, inclusive com manifestações <strong>de</strong>autoagressão.Observa-se ainda que a falta da figura paterna, da lei representada pelo pai e da inconstância que a separação<strong>de</strong>ste propiciou ao ambiente, não pô<strong>de</strong> ser suprida pela figura materna. Neste sentido seu papel e sua presença física noambiente familiar po<strong>de</strong>riam possibilitar melhor relacionamento mãe-filho, tal como não ocorre após a separação. Oholding paterno po<strong>de</strong>ria oferecer a sustentação necessária para a retomada do amadurecimento emocional <strong>de</strong> ambos.A falta ou falha paterna também enquanto o bebê estava no estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta e parcial, comoocorreu em ambos os casos, não propiciou a a<strong>de</strong>quada proteção para a relação mãe-bebê. Em um <strong>de</strong>stes casos a figurapaterna que <strong>de</strong>veria servir como referência <strong>de</strong> integração, <strong>de</strong> uma pessoa total, não se fez sequer presente.Esta falta do pai, como um ser integrado, uma figura total, po<strong>de</strong> ter afetado na integração <strong>de</strong> um dos pacientes,pois não lhe foi permitido, no estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta, usar a figura paterna como diagrama. E ambas as criançasse apresentam regredidas à fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência relativa, provavelmente por uma falha já significativa vivenciada nesteperíodo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Os sintomas são <strong>de</strong>pressivos e, assim, paralisantes no sentido <strong>de</strong> não as <strong>de</strong>ixarem comvitalida<strong>de</strong> para agirem no meio, inclusive com manifestações <strong>de</strong> autoagressão.Enten<strong>de</strong>-se, por meio <strong>de</strong>ste breve relato, que a ausência, mesmo tardia, da figura paterna atrapalha o livre curso<strong>de</strong> amadurecimento emocional.Bauru, <strong>2012</strong>


Página112CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Palavras-chave: Winnicott; Psicanálise com crianças; Figura paterna.Referências Bibliográficas:ABRAM, J. A Linguagem <strong>de</strong> Winnicott. Trad. Marcelo Del Gran<strong>de</strong> da Silva. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revinter, 1996.NETO, A. N. A problemática do falso self em pacientes <strong>de</strong> tipo bor<strong>de</strong>rline: revisitando Winnicott. São Paulo:Revista Brasileira <strong>de</strong> Psicanálise, 41(4), 77-88, 2007.ROSA, C. D. O papel do pai no amadurecimento em Winnicott. In: DIAS, E. O.; LOPARIC, Z. (orgs). Winnicottna Escola <strong>de</strong> São Paulo. São Paulo: DWW Editorial, 2011.WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos <strong>de</strong> maturação. Estudos sobre a teoria do<strong>de</strong>senvolvimento emocional. Porto Alegre: Artmed, 1960.WINNICOTT, D. W. Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, 1999.3.UM ESPAÇO HUMANIZADO PARA MINIMIZAR OS ESTRESSORES GERADOSPELO AMBIENTE HOSPITALARChristiane Ozaka Ferraz; Márcia Cristina Almendros Fernan<strong>de</strong>s Moraes; Maria José Monteiro BenjaminBuffaServiço <strong>de</strong> Educação e Terapia Ocupacional, Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias Craniofaciais/USPIntroduçãoBauru, <strong>2012</strong>


Página113CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>O presente trabalho tem como proposta mostrar a intervenção realizada no Serviço <strong>de</strong>Educação e Terapia Ocupacional (SETO) do Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> AnomaliasCraniofaciais/USP em Bauru, que tem como objetivo proporcionar o momento <strong>de</strong> internaçãomenos estressante e traumático possível.O Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias Craniofaciais/USP (HRAC) <strong>de</strong> Bauru aten<strong>de</strong>casos <strong>de</strong> malformações Craniofaciais e indivíduos com problemas auditivos, sendo o principalpúblico, os indivíduos com fissura labiopalatina.A fissura labiopalatina é uma malformação craniofacial, e sua etiologia po<strong>de</strong> estarrelacionada a fatores físicos, químicos e biológicos (Dixon et al, 2011). O tratamento da fissuralabiopalatina é complexo e extenso, pois causa alterações físicas, funcionais e também temimplicações nos aspectos psicossociais (Mossey et al, 2009), que envolvem diversas cirurgias,além <strong>de</strong> uma ação contínua e integrada <strong>de</strong> equipe multidisciplinar (Freitas et al, <strong>2012</strong>).Em 1974, foi criado o setor <strong>de</strong> Recreação no HRAC, implantado com o objetivo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver um trabalho <strong>de</strong> humanização que visasse à minimização do sofrimento e efeitosnegativos nos pacientes e acompanhantes advindos do ambiente hospitalar (Buffa, 1990).As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas no setor abrangem o público infantil, adolescente e adulto(em condição pré e pós-operatória), bem como seus acompanhantes, e incluem o brincarespontâneo, jogos, ativida<strong>de</strong>s plásticas e expressivas, leitura <strong>de</strong> livros, o uso <strong>de</strong> computador ebrinquedos, além da comemoração <strong>de</strong> data importantes do calendário nacional.As salas são divididas <strong>de</strong> acordo com o público e sua faixa-etária: Brinquedoteca (recebecrianças <strong>de</strong> 0 a 12 anos em condição pré e pós-operatória e seus acompanhantes); Sala <strong>de</strong>Expressão Dramática (para os adolescentes e adultos em condição pré e pós-operatória e seusacompanhantes) e Sala <strong>de</strong> Espera Cirúrgica, on<strong>de</strong> os acompanhantes aguardam o fim dascirurgias.A programação do SETO abrange ainda setores como o Ambulatório (saguão que abrigaos pacientes em rotinas <strong>de</strong> internação <strong>de</strong> atendimentos gerais), on<strong>de</strong> são oferecidas, diariamente,Bauru, <strong>2012</strong>


Página114CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>sessões <strong>de</strong> filmes infantis e <strong>de</strong> contação <strong>de</strong> histórias e a Pediatria do Hospital. Já para a Pediatriaexiste a Brinquedoteca Itinerante, que leva até os leitos brinquedos, jogos e revistas para ospacientes acamados.ObjetivoO objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é expor as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo SETO no ano <strong>de</strong> 2011,<strong>de</strong>stacando o número <strong>de</strong> atendimentos realizados por meio <strong>de</strong> dados quantitativos.MetodologiaAs ativida<strong>de</strong>s e o número <strong>de</strong> atendimentos realizados são escritos diariamente pelosfuncionários no Relatório do SETO, sendo que uma vez ao mês são tabulados e enviados aoRelatório Geral do HRAC.ResultadosO SETO recebe pacientes que buscam tratamento no HRAC e para estes ofereceativida<strong>de</strong>s recreativas, expressivas e educativas. No ano <strong>de</strong> 2011, foram realizados 12961atendimentos, sendo que <strong>de</strong>stes 10258 para pacientes que estavam em processo <strong>de</strong> Internação(infantil, adolescentes e adultos) e 2703 no Ambulatório. Para os acompanhantes foram feitos15530 atendimentos, um número bastante expressivo. Com relação às ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas, 9677 foram com os pacientes e acompanhantes, <strong>de</strong>stas 1089 foram dinâmicas <strong>de</strong>grupos, 2666 expressões plásticas, 23 expressões dramáticas, 76 expressões corporais e musicais,5246 diversas (jogos, brinca<strong>de</strong>iras, filmes, entre outros) e 577 “contações <strong>de</strong> histórias”.DiscussãoA hospitalização é um ambiente consi<strong>de</strong>rado hostil e afasta a criança <strong>de</strong> seu cotidiano, daía importância <strong>de</strong> oferecer ativida<strong>de</strong>s lúdicas como forma da criança elaborar estas experiênciasBauru, <strong>2012</strong>


Página115CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sprazer (Mitre e Gomes, 2004) e se oferecer um espaço a<strong>de</strong>quado para aten<strong>de</strong>r asnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste público, não só para minimizar o estresse do momento, mas para influenciaras futuras internações (Coyne, 2006).Para a criança, o brincar é um dos aspectos principais para o seu <strong>de</strong>senvolvimento (Wong,Whaley & Wong, 2006), pois favorece a interação e relações sociais, a comunicação, fortificahabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado e a aproxima das ativida<strong>de</strong>s recreativas (Almeida, 2006).Várias pesquisas concluíram que o brincar é um recurso viável e a<strong>de</strong>quado para auxiliarno enfrentamento da hospitalização (Carvalho & Begnis, 2006; Motta & Enumo, 2004), além domais, é um instrumento facilitador para a realização <strong>de</strong> procedimentos médicos (Azevedo et al,2007). É importante esten<strong>de</strong>r e ressaltar a importância <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s lúdicas também para ospacientes adultos, sobretudo aos acompanhantes que também merecem atenção especial (Ribeiro,2006).Este trabalho tem sido muito valorizado e apreciado pelos pacientes e pais das criançasque reconhecem a importância <strong>de</strong>ste espaço para favorecer o comprometimento da criança paraque o tratamento seja eficaz em todos os sentidos. Segundo Moraes (2007) que realizou umapesquisa neste setor, 97,83% dos acompanhantes afirmaram que as ativida<strong>de</strong>s expressivas erecreativas <strong>de</strong>ixaram as crianças mais calmas no período <strong>de</strong> internação.ConclusãoO trabalho proposto no SETO é bastante intenso e o número <strong>de</strong> pacientes e ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong>senvolvidas são bastante expressivos, o que mostra que existe uma participação <strong>de</strong>stes noprocesso <strong>de</strong> internação, tanto do público infantil, adolescentes, adultos e seus acompanhantes. Éimportante ressaltar que o papel do SETO não é apenas oferecer ativida<strong>de</strong>s que visem passar otempo dos pacientes e acompanhantes, mas que sejam significativas e tornem o momento dainternação hospitalar menos hostil, <strong>de</strong> forma que haja aprendizagem, <strong>de</strong>senvolvimento psíquico,Bauru, <strong>2012</strong>


Página116CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>motor, cognitivo e favoreça as interações sociais e que o paciente aceite melhor as intervençõesmédicas.Palavras-chaves: Ambiente hospitalar, fissura labiopalatina, ativida<strong>de</strong>s expressivas e recreativasno Hospital.ReferênciasALMEIDA, D.B.L. Sobre brinquedos e infância: Aspectos da experiência e da cultura dobrincar. Educação & Socieda<strong>de</strong>. 2006; 27(95):541-551.AZEVEDO, D. M., SANTOS, J. J. S., JUSTINO, M. A. R., MIRANDA, F. A. N., & SIMPSON,C. A. O brincar como instrumento terapêutico na visão da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Ciênc. Cuid. saú<strong>de</strong>,6(3), 335-341, jul.-set. 2007.BUFFA, M.J.M.B. Relatório <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas pelo Serviço <strong>de</strong> educação e recreação89/90. Bauru: Hospital <strong>de</strong> Pesquisa e Reabilitação <strong>de</strong> Lesões lábio-palatais, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo: 1990.CARVALHO, A. M. & BEGNIS, J. G.. Brincar em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento pediátrico:aplicações e perspectivas. Psicologia em Estudo, 11(1), 109-117, 2006.COYNE, I.T. Children’s experiences of hospitalization. Journal of Child Health Care Vol 10(4)326–336, 2006.DESLANDES, S. F. Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar.Ciência & Saú<strong>de</strong> Coletiva, 9(1), 7-14, 2004.DIXON, M.J.; MARAZITA, M.L.; BEATY, T.H.; MURRAY, J.C. Cleft lip and palate:un<strong>de</strong>rstanding genetic and environmental influences. Nature Reviews Genetics. 2011;12(3):167-78.FREITAS, J.A.S.; NEVES, L.T.; ALMEIDA, A.L.P.F.; GARIB, D.G.; TRINDADE-SUEDAM,I.K.; YAEDÚ, R.Y.F.; et al. Rehabilitative treatment of cleft lip and palate: experience of theBauru, <strong>2012</strong>


Página117CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Hospital for Rehabilitation of Craniofacial Anomalies/USP (HRAC/USP)-Part 1: overall aspects.Journal of Applied Oral Science. <strong>2012</strong>;20(1):9-15.MITRE, R. M. A.; GOMES, R. A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantilcomo ação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Ciência & Saú<strong>de</strong> Coletiva. v.9, n. 1, p. 147- 154, 2004.MOSSEY, P.A.; LITTLE, J.; MUNGER, R.G.; DIXON, M. J.; SHAW, W. C. Cleft lip andpalate. Lancet. 2009; 374: 1773-85MORAES, M.C.A.F. A influência das ativida<strong>de</strong>s expressivas e recreativas em criançashospitalizadas com fissura labiopalatina: a visão dos familiares. Tese <strong>de</strong> Mestrado, Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo: Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias craniofaciais, Bauru, 2007.MOTTA, A. B. & ENUMO, S. R. F. Brincar no hospital: estratégia <strong>de</strong> enfrentamento dahospitalização infantil. Psicologia em Estudo, 9(1), 19-28, 2004.POLETI, L. C., NASCIMENTO, L. C., PEDRO, I. C. S., GOMES, T. P. S. & LUIZ, F. M. R.Recreação para crianças em sala <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> um ambulatório infantil. Rev. Bras Enferm, 59(2),233-235, 2006.RIBEIRO, N.R.R. A família enfrentando a doença grave da criança. 1996. In ELSEN, I.;MARCON, S.S.; SILVA, M.R.S. O viver em família e sua interface com a saú<strong>de</strong> e a doença. 2.ed. Maringá: Eduem, 2006.WONG, D.L.; WHALEY & WONG. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervençãoefetiva. Tradução <strong>de</strong> Danielle Corbett, et al. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Elsevier Editora Ltda.; 2006. p.573-574.4.A CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA DO TERAPUTA: CONSIDERAÇÕESWINNICOTTIANASLídia Pereira da Silva; Flávia Moraes; Diana Pancini <strong>de</strong> Sá Antunes Ribeiro; Lídia Pereira da Silva.Bauru, <strong>2012</strong>


Página118CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Departamento <strong>de</strong> Psicologia Clínica, UNESP – Câmpus Assis.IntroduçãoDonald Winnicott (1896-1971), pediatra e psicanalista inglês, <strong>de</strong>senvolveu a teoria doamadurecimento pessoal e observou os princípios sobre o trabalho terapêutico com crianças e osrelacionou a esta teoria. Um <strong>de</strong>stes princípios é o da sobrevivência da mãe e, analogamente a doanalista, com seus aspectos próprios. Pensar a sobrevivência do analista exige a compreensão dateoria do amadurecimento pessoal concebida por este autor e o <strong>de</strong>staque por ele dado à funçãomaterna, especialmente no inicio da vida do bebê.Arcangioli (1995) afirma que para Winnicott, e todos os autores <strong>de</strong>senvolvimentistas, oser humano traz em si uma tendência inata ao <strong>de</strong>senvolvimento e a unificação. Esta tendência éatualizada por meio dos processos <strong>de</strong> maturação do bebê que foram bem-sucedidos em função,principalmente, do ambiente possibilitado pela mãe ou seu substituto. Sendo assim, cabe à mãesuficientemente boa oferecer: (1) holding – sustentação física e psíquica; (2) handling – cuidadosfísicos e manuseio do bebê; e (3) apresentação dos objetos – promover a adaptação entre o bebêe o mundo (WINNICOTT, 1949/1996).Num primeiro momento, o bebê <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente do ambiente materno parasobreviver, sendo este período <strong>de</strong>nominado pelo autor como fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência absoluta. Nestaetapa, que vai até, aproximadamente, os seis meses, o bebê, ao usufruir dos cuidados <strong>de</strong> alguémque <strong>de</strong>sempenhe a função materna, adquire gradativamente a integração e segue na direção aoamadurecimento (WINNICOTT, 1971/1975). A mãe, estando no estado <strong>de</strong> preocupação primáriapara com seu bebê, entra em sintonia com este e vive um <strong>de</strong>slumbramento diante <strong>de</strong>ssa condição,doando toda sua atenção a ele e adaptando-se as suas necessida<strong>de</strong>s, possibilitando que ele viva aexperiência <strong>de</strong> onipotência (WINNICOTT, 1945/2000).Bauru, <strong>2012</strong>


Página119CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Para realizar a conquista, conceituada por Winnicott (1968/1994), do relacionamento parao uso <strong>de</strong> objetos, o bebê <strong>de</strong>ve ter experienciado fenômenos transicionais. Segundo Abram(2000), o conceito winnicottiano <strong>de</strong> fenômeno transicional é uma dimensão do viver situada noespaço entre a realida<strong>de</strong> interna e externa.No início da vida do bebê o relacionamento com objetos se dá <strong>de</strong> forma rudimentar e nãodiferenciada<strong>de</strong> si mesmo. No entanto na fase <strong>de</strong> transicionalida<strong>de</strong> ele constrói, gradualmente, osentido da realida<strong>de</strong> externa, o que permite que ele caminhe para o uso <strong>de</strong> objetos(WINNICOTT, 1968/1994).O uso do objeto é uma conquista <strong>de</strong>senvolvimental, bem como um referencial pararelações objetais futuras. Com a <strong>de</strong>struição do objeto pela criança ocorre a expulsão <strong>de</strong>ste parafora <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> onipotência, dando-lhe caráter externo, porém sem per<strong>de</strong>r o contato com arealida<strong>de</strong> subjetiva. A <strong>de</strong>struição sem raiva, impulsionada pelo amadurecimento, ocorre paratestar a sobrevivência do objeto e este não <strong>de</strong>ve , por sua vez , retaliar agressivamente <strong>de</strong>vidoa importância <strong>de</strong>ste acontecimento para que o bebê alcance a integração. Ao relacionar-se com amãe <strong>de</strong> modo avançado o bebê está fazendo uso <strong>de</strong>la, e esta ten<strong>de</strong> a afastar-se <strong>de</strong>le apresentandooo mundo externo em pequenas doses, possibilitando assim que ele alcance a fase <strong>de</strong><strong>de</strong>pendência relativa e conheça a realida<strong>de</strong> compartilhada (WINNICOTT, 1968/1994). Destemodo, analogamente a mãe, o analista precisa sobreviver a agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu paciente paraque ele retome o amadurecimento estacionado e se sinta integrado novamente(WINNICOTT,1968/1994).De acordo com Dias (2006) a sobrevivência ao amadurecimento da criança seria dacompetência <strong>de</strong> quem cuida: preservar o ambiente e a relação que se estabelece nele “(...) é,sobretudo, não sucumbir às turbulências próprias do estar vivo e do amadurecimento (...) épermanecer consistentemente a mesma pessoa, com a mesma atitu<strong>de</strong>, sem retaliação” (DIAS,2006, p. 8). Tal como a sobrevivência materna, uma das funções do analista também é sobreviveràs situações <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong>, evitando retaliações para com seu paciente.Bauru, <strong>2012</strong>


Página120CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>É necessário que a mãe sobreviva às agressões do bebê em situações como o <strong>de</strong>smame e apassagem da fase da <strong>de</strong>pendência absoluta para a relativa. Esta agressivida<strong>de</strong> surge na fase <strong>de</strong>transição do relacionamento para o uso do objeto, a serviço da constituição da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>humana (WINNICOTT, 1987). Além disso, a mãe suficientemente boa admite pequenas falhas,pois também é capaz <strong>de</strong> não correspon<strong>de</strong>r integralmente às expectativas <strong>de</strong> seu filho. Aintegração psíquica do bebê se dará, portanto, a partir da falha materna e <strong>de</strong> sua superação,alcançada <strong>de</strong>vido à constância <strong>de</strong> cuidados a<strong>de</strong>quados oferecidos pela mãe.ObjetivoDiante dos sentimentos vivenciados por alunos/terapeutas no início dos atendimentospsicoterápicos em uma clínica-escola <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> pública no interior do estado <strong>de</strong> São Paulo,e também em Unida<strong>de</strong> Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, tais como insegurança, raiva, angústia, objetiva-seanalisar winnicottianamente a sobrevivência do terapeuta iniciante no setting.MetodologiaPara a análise proposta recorre-se aos relatos verbais comunicados em supervisão clínicapsicanalítica conduzida por supervisora docente e também co-autora <strong>de</strong>ste trabalho. A motivaçãopara a escrita do mesmo vem tanto <strong>de</strong>stes relatos como da vivência das outras co-autoras. Asnarrativas psicanalíticas que ambas fizeram recentemente <strong>de</strong> seus próprios atendimentos, levouasa estudar o fenômeno da sobrevivência do terapeuta e a efetuar análise sobre condutasterapêuticas no setting analítico.Resultados, discussão e conclusãoAo se <strong>de</strong>frontarem com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetivar atendimentos clínicos psicológicos,alunos se mobilizam para estudar teoricamente questões da psicopatologia e buscamcompreen<strong>de</strong>r aspectos <strong>de</strong>sta prática a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado autor. Após as sessões todos osBauru, <strong>2012</strong>


Página121CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>alunos narram, em supervisão clínica presencial, suas experiências pessoais nos atendimentosque realizam e estes são analisados winnicottianamente.Nas primeiras sessões a relação estabelecida é permeada pela insegurança <strong>de</strong> ambos, queainda tateiam em busca <strong>de</strong> uma intimida<strong>de</strong> no setting. Com a constância dos cuidados e apreservação <strong>de</strong>ste ambiente <strong>de</strong> setting, por meio <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>quado àquele paciente, aconfiança do paciente surge e ele po<strong>de</strong> tomar o terapeuta como objeto subjetivo, tal como o bebêinicialmente o faz com sua mãe. Portanto, a relação inicial entre paciente e terapeuta é umarelação <strong>de</strong> objeto. O terapeuta precisa fornecer um ambiente suficientemente bom para que seupaciente possa projetar suas angústias sem se sentir retaliado, mas sim acolhido.Observa-se nestes primeiros momentos <strong>de</strong> ‘narrar a experiência vivida’ a intensa angústiapresente naquelas situações em que a criança, <strong>de</strong> qualquer ida<strong>de</strong>, inicia a manifestação <strong>de</strong>impulsos agressivos no setting, em geral possibilitados pela confiança já estabelecida e pelaregressão facilitada pelo manejo <strong>de</strong> setting.A sobrevivência do analista nestas situações <strong>de</strong>ve ser semelhante à sobrevivência maternana apresentação <strong>de</strong> objetos ao bebê. Tanto o terapeuta <strong>de</strong>ve sobreviver às manifestações <strong>de</strong>agressivida<strong>de</strong> e retaliações <strong>de</strong> seu paciente – então regredido e no setting –, quanto a mãe temque sobreviver à agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu filho no processo <strong>de</strong> amadurecimento.Um dos maiores <strong>de</strong>safios do analista é sobreviver ao paciente que necessita regredir. Essanecessida<strong>de</strong> vem do fato <strong>de</strong> que ele – o paciente – precisa retomar seu processo <strong>de</strong>amadurecimento a partir do momento em que ocorreu a falha ambiental. A tarefa dasobrevivência, embora difícil para o analista, é fundamental para que este venha a possibilitar aretomada do amadurecimento por seu paciente; é necessário que ele acredite nesta possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> amadurecimento do mesmo (DIAS, 2006).Consi<strong>de</strong>ra-se que para que o terapeuta forneça este tipo <strong>de</strong> ambiente ele precisa efetivarsua formação psicanalítica por meio do tripé psicanalítico: análise, supervisão e busca <strong>de</strong>conhecimento teórico. Para compreen<strong>de</strong>r o que o paciente necessita e, portanto sua regressão, oBauru, <strong>2012</strong>


Página122CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>terapeuta precisa lidar com suas próprias questões <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong> e regressão. Conclui-se que éfundamental também que este terapeuta esteja no curso <strong>de</strong> seu próprio amadurecimento pessoalpara ser suficientemente bom para com seu paciente.Palavras-chave: Winnicott; Sobrevivência; Setting.ReferênciasABRAM, J. A linguagem <strong>de</strong> Winnicott: dicionário das palavras e expressões utilizadas porDonald W. Winnicott. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revinter, 2000.ARCANGIOLI, A.- M. Introdução à obra <strong>de</strong> Winnicott. In: NÁSIO, J. – D (Org.). Introduçãoàs obras <strong>de</strong> Freud, Ferenczi, Grod<strong>de</strong>ck, Klein, Winnicott, Dolto e Lacan. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Zahar, 1995, p. 181 – 201.DIAS, E. O. Da sobrevivência do analista. Socieda<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong> psicanálise Winnicottiana,out. 2006. Disponível em: www.centrowinnicott.com.br/uploads/c93f7194-4016-f692.pdf.Acesso em: 11 abr. <strong>2012</strong>.WINNICOTT, D. W. (1949). Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, 1996.______. (1945). Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 2000.______. (1964). Privação e <strong>de</strong>linquência. São Paulo: Martins Fontes, 1987.______. (1968). Sobre “O uso <strong>de</strong> um objeto”. In: WINNICOTT, C.; SHEPPHERD, R.; DAVIS,M. (Orgs.). Explorações psicanalíticas D. W. Winnicott. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,1994.______. (1971). O brincar e a realida<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago Editora, 1975.______. (1979). O ambiente e os processos <strong>de</strong> maturação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.5.Bauru, <strong>2012</strong>


Página123CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>BEM-ME-QUER, MAL-ME-QUER: UMA ANÁLISE DOS CUIDADOS DISPENSADOSAO IDOSO ASILARMarina Coimbra Casa<strong>de</strong>i; Antonio Carlos Barbosa da SilvaUNESP- ASSISIntroduçãoImplantado em 2008 pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, o guia prático do cuidador, é um manual<strong>de</strong> orientação <strong>de</strong>stinado aos profissionais que trabalham com idosos que necessitam <strong>de</strong> cuidados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Com o envelhecimento populacional mundial crescente e veloz, novas instituiçõessurgem para lidar com esse fenômeno. Os censos <strong>de</strong>mográficos têm apresentado, nas últimasdécadas, o aumento da proporção da população idosa no Brasil (LIMA-COSTA, 2003). Estimaseque, por volta <strong>de</strong> 2025, o Brasil ultrapasse os 30 milhões <strong>de</strong> idosos. Assim, os Asilos <strong>de</strong>Velhos (antiga nomenclatura, que por força do politicamente correto imposto pela socieda<strong>de</strong>contemporânea muda <strong>de</strong> nome para Instituições <strong>de</strong> Longa Permanência), continuam tendo umapresença importante no cenário social, posto que, apesar <strong>de</strong> avanços e conquistas ocorridas nalongevida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problema a ser enfrentado. As principais causas do asilamento,segundo Berquó (1996), são os novos rearranjos familiares, tais como mulheres vivendosozinhas, mães solteiras, casais separados ou sem filhos e filhos que saem <strong>de</strong> casa cedo. Essassituações diminuem as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> envelhecer em ambiente familiar, pressionando a<strong>de</strong>manda por internação dos idosos em Asilos. Consequentemente, o acompanhamento dascondições <strong>de</strong> vida nas instituições asilares e avaliação da qualida<strong>de</strong> do atendimento que éprestado aos usuários passam a ser ainda mais necessários e tomados em consi<strong>de</strong>ração comoobjeto <strong>de</strong> estudo pela ciência, até porque as tradições das instituições <strong>de</strong> abrigo aos idosos trazemBauru, <strong>2012</strong>


Página124CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>fortes registros <strong>de</strong> um lugar social <strong>de</strong>stinado à reclusão e segregação social da velhice. O mo<strong>de</strong>loasilar brasileiro ainda tem muitas semelhanças com as chamadas instituições totais (GOFFMAN,2001), funcionando como espaços <strong>de</strong> segregação e <strong>de</strong> administração integral da vida dos idosos<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>svalidos, aposentados, pobres e rejeitados ou impossibilitados <strong>de</strong> viveremsozinhos ou com familiares. A prática institucional brasileira, além <strong>de</strong> separar e <strong>de</strong>marcar avelhice, acaba homogeneizando as formas do envelhecer. Os internos das instituições asilares sãoem maioria, idosos sem condições financeiras para serem cuidados pela família, ou ainda aquelesque já apresentam alguma doença física ou mental, e a família já não consegue ou não quercuidar. Desta maneira, o idoso se apresenta como um sujeito afetado e modificado por ummomento histórico e institucional que estabelecem novos parâmetros <strong>de</strong> comportamentos para aida<strong>de</strong> mais avançada. Entretanto, o próprio processo <strong>de</strong> envelhecimento po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong>maneira singular, traduzido na forma particular <strong>de</strong> cada individuo encarar e enten<strong>de</strong>r sua velhice.Assim existem <strong>de</strong>ntro dos asilos várias experiências do envelhecimento. As restrições <strong>de</strong> contatoexterno que o institucionalizado enfrenta e as práticas <strong>de</strong> tutela representam uma gran<strong>de</strong> rupturana vida do idoso, com a perda <strong>de</strong> alguns papéis <strong>de</strong>sempenhados, e contribuem para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> dois mundos culturais e sociais diferentes: aquele existente no interior dainstituição e o <strong>de</strong> fora (FALEIROS; JUSTO, 2007). O mundo <strong>de</strong> fora continua sendo umaimportante estrutura para subsidiar o idoso em seu enfrentamento às nuances sociais. O asilo nãopo<strong>de</strong> ser um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssubjetivação. Conforme aponta Mendonça (2006), alguns estudosrealizados relatam que normalmente as regras institucionais oferecem um tipo <strong>de</strong> atendimento<strong>de</strong>spersonalizado o que po<strong>de</strong> contribuir para a perda gradativa <strong>de</strong> autonomia do idoso. Caberia àorganização asilar, na figura do cuidador, mediar esses dois mundos, pois o processo <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do asilado não po<strong>de</strong> sofrer apenas a influencia <strong>de</strong>sse novo mundo institucional. Háduas classes <strong>de</strong> cuidadores: os cuidadores formais e os cuidadores informais. Os cuidadoresformais são profissionais, normalmente da área da saú<strong>de</strong>, como enfermeiros, fisioterapeutas,terapeutas ocupacionais e outros. Já os cuidadores informais são pessoas que auxiliam a equipeBauru, <strong>2012</strong>


Página125CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong><strong>de</strong> profissionais, oferecendo auxilio na higiene, alimentação, locomoção e outras tarefas nainstituição. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir o cuidador <strong>de</strong> idosos, como aquele funcionário que compõe aequipe da instituição e que se relaciona diretamente com os internos em ocasiões tais como <strong>de</strong>higiene, alimentação, condução dos ca<strong>de</strong>irantes e outras ativida<strong>de</strong>s da rotina. Nesse trabalhoprocuramos compreen<strong>de</strong>r como o cuidador se relaciona e oferece seus cuidados ao asilado.Objetivocuidador.Analisar as posturas dos cuidadores em asilos, segundo as orientações do guia prático doImplicações metodológicasEfetuamos um estudo <strong>de</strong> campo, no qual procuramos observar fatos relacionais, entreidosos e cuidadores, tal como ocorrem na instituição. Quanto ao objeto da pesquisa, oconsi<strong>de</strong>ramos <strong>de</strong>scritivo, por estarmos observando fatos, registros e, ao mesmo tempo,classificando e analisando-os. Foram objeto da nossa observação as interações entre oscuidadores e os idosos, tanto aquelas <strong>de</strong>flagradas pela rotina <strong>de</strong> cuidado estabelecida, comoaquelas <strong>de</strong>flagradas espontaneamente ou por acontecimentos do cotidiano. Amostra: Trata-se<strong>de</strong> um Asilo <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> do interior paulista, com 40 internos, <strong>de</strong> ambos os sexos, com 15funcionários fixos, sendo uma assistente social, 6 cuidadores, 4 responsáveis pelos serviçosgerais, 2 cozinheiras, 2 motoristas. Em cada turno ficam três cuidadores. Cabe ressaltar que nestainstituição todos os funcionários realizaram um curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cuidadores, apesar <strong>de</strong> nemtodos se consi<strong>de</strong>rarem cuidadores efetivamente. Procedimentos analíticos: Para a análise dosdados, foi utilizado o recurso da análise interpretativa. Este tipo <strong>de</strong> análise permite aopesquisador confrontar o material coletado com a bibliografia estudada ao longo da pesquisa,possibilitando a compreensão dos sentidos daquilo que foi observado e o exame da coerência daBauru, <strong>2012</strong>


Página126CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>parte com o todo, visando ao enriquecimento do conhecimento cientifico que se preten<strong>de</strong>produzir.Resultados e discussãoA estrutura <strong>de</strong> atendimento asilar no Brasil está distante do que seria necessário pararespon<strong>de</strong>r a<strong>de</strong>quadamente às próprias políticas públicas ensejadas nessa área. O asilo observadoenfrenta dificulda<strong>de</strong>s financeiras. De acordo com os dirigentes, o custo dos idosos asilados é altopor conta da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviços, como os da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pois muitos dos idosos sofremdoenças crônicas <strong>de</strong>generativas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>mências. Fato é que o discurso da sobrecarga financeirados asilos procura justificar o tipo <strong>de</strong> atendimento e tratamento dispensado aos idosos internos.Mesmo quando a condição da instituição asilar é reconhecida como precária, ainda assim, écomum ser celebrada como uma dádiva sem a qual os idosos estariam em pior situação.Ativida<strong>de</strong>s que, necessariamente não precisam <strong>de</strong> recursos financeiros, tais como atenção,brinca<strong>de</strong>iras, diálogos entre idosos e funcionários, não são efetivadas no dia-a-dia do asilo.Geralmente o idoso institucionalizado não consegue <strong>de</strong>senvolver o sentimento <strong>de</strong>“pertencimento” ao grupo no qual vive. O que reforça as imagens e atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização <strong>de</strong>si e <strong>de</strong> estigmatização. O idoso acaba interiorizando e aceitando as marcas que os outros lheimpõem. Tal processo <strong>de</strong> estigmatização não está ao alcance do olhar rotineiro dos funcionáriosda instituição, mas é explicitado pela conduta dos idosos, muitas vezes, exibindo atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>passivida<strong>de</strong>, prostração e sentimentos <strong>de</strong> impotência, incapacida<strong>de</strong>, inutilida<strong>de</strong> e até o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>morrer. Cabe salientar que os próprios funcionários também estão submetidos às regras dainstituição que agem como um po<strong>de</strong>r capilarizado. Os agentes <strong>de</strong> uma instituição asilar aten<strong>de</strong>ma regras que emergem <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong>sconhecida, porém, fortemente incrustadas nas diretrizes daorganização gerando consequências na prática <strong>de</strong> atenção ao idoso. Priorizam o atendimento <strong>de</strong>necessida<strong>de</strong>s fisiológicas tais como alimentação, higienização do corpo, sono, medicação, <strong>de</strong>ntreoutras. São relegadas a um segundo plano ou completamente ignoradas as <strong>de</strong>mandas sociais,Bauru, <strong>2012</strong>


Página127CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>afetivas, sexuais ou qualquer outra que possa surgir das singularida<strong>de</strong>s, apesar <strong>de</strong>las estarempostadas no Guia. Assim, os cuidadores se utilizam da frieza e da mecanização <strong>de</strong> seus atos paraconseguir exercer seu trabalho, pois não suportam a estrutura asilar e seus internos em estado<strong>de</strong>generativo. O simples ato <strong>de</strong> andar, comer e realizar a higiene pessoal - tão problemático enecessário na recuperação <strong>de</strong> pessoas com problemas físicos e <strong>de</strong>generativos - não sãoincentivados pelos cuidadores. Eles preferem efetuar essas funções junto aos idosos em vez <strong>de</strong>difundi-las, pois assim as realizam com mais rapi<strong>de</strong>z e (supostamente) mais qualida<strong>de</strong>. Esse tipo<strong>de</strong> funcionamento vai ao <strong>de</strong>sencontro ao Guia Prático do Cuidador que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a estimulaçãomáxima ao idoso na realização <strong>de</strong> suas tarefas cotidianas que a ele compete ainda que seja comdificulda<strong>de</strong>. Entre outros aspectos que não foram condizentes com o Guia Prático do Cuidadorrelaciona-se com a forma que se conduz à alimentação dos idosos. Quando foi realizada aobservação nos horários das refeições foi possível notar que não há varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alimentos quesupram a necessida<strong>de</strong> diária <strong>de</strong> hortaliças, frutas, grãos, proteínas, minerais para umaalimentação saudável.ConclusãoPo<strong>de</strong>mos concluir que o asilo no qual foi realizada a pesquisa, o cuidado aos internos érealizado burocraticamente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a rigi<strong>de</strong>z nos horários <strong>de</strong> alimentação e sono, até osmedicamentos ministrados conforme prescrição médica. Há também um enfoque atento àsconsultas <strong>de</strong> profissionais como médicos, <strong>de</strong>ntistas, oftalmologistas, <strong>de</strong> entre outros exemplos.Nesta instituição a parte <strong>de</strong> cuidado da saú<strong>de</strong> física é bastante valorizada, porém a parte <strong>de</strong>suporte emocional que é <strong>de</strong> extrema importância ao idoso que se encontra na condição <strong>de</strong>asilamento não é dada o <strong>de</strong>vido valor. Os idosos tentem a aceitar essa condição <strong>de</strong> vida, poispoucos ainda têm condições <strong>de</strong> reclamar ou refletir sobre a sobrevida que lhes são oferecidas. Osidosos doentes são tratados como objetos e sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se per<strong>de</strong> totalmente, os contatossociais se empobrecem e reforçam e mantém a alienação dos internos e cuidadores. Po<strong>de</strong>mosBauru, <strong>2012</strong>


Página128CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>dizer que o idoso, ao ser internado no asilo, encontra-se <strong>de</strong>samparado, ao se afastar do grupofamiliar/social ao qual pertence e o asilo não tem uma estrutura suficiente para ajudá-los aenfrentar suas dificulda<strong>de</strong>s, acaba por reforçar o sintoma do <strong>de</strong>samparo, proporcionando ummomento <strong>de</strong> vida angustiante. Dessa forma, enten<strong>de</strong>mos que é necessária a intensificação <strong>de</strong>programas que trabalhem e não apenas divulguem o Guia Prático do Cuidador, inclusive nascida<strong>de</strong>s do interior dos estados do Brasil, ou ainda, que seja trabalhado e cobrado dos cuidadoresestes aspectos que ainda faltam para um cuidado mais humano ao idoso asilado, pois, ainda quealguns cuidadores não tenham nenhum curso superior e sejam voluntários, é <strong>de</strong> extremaimportância esses conhecimentos básicos para a saú<strong>de</strong> e bem estar do idoso.Palavras-Chave: cuidador, idosos, Guia Pratico do Cuidador.ReferênciasBERQUÓ, E. Algumas consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong>mográficas sobre o envelhecimento da população doBrasil. In: Anais Do I Seminário Internacional “Envelhecimento Populacional: Uma AgendaPara O Final Do Século. Ministério da Previdência e Assistência Social. Brasília: MPAS. 1996BRASIL. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> Secretaria <strong>de</strong> Gestão do Trabalhoe da Educação na Saú<strong>de</strong> Guia Prático do Cuidador Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília– DF. 2008.FALEIROS, N. P.; JUSTO, J. S. O idoso asilado: a subjetivida<strong>de</strong> intramuros. In: RevistaBrasileira <strong>de</strong> Geriatria e Gerontologia. Rio <strong>de</strong> Janeiro, v.10 n.3. 2007.http://revista.unati.uerj.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232007000300006&lng=pt&nrm=isoGOFFMAN, E. Manicômios, Prisões e Conventos. São Paulo: Perspectiva. 7.ed.2001Bauru, <strong>2012</strong>


Página129CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>LIMA-COSTA, M. F. (2003). Epi<strong>de</strong>miologia do Envelhecimento no Brasil. In: Manual <strong>de</strong>funcionamento para instituição <strong>de</strong> longa permanência para idosos. Socieda<strong>de</strong> Brasileira DeGeriatria E Gerontologia-(SBGG). Seção São Paulo. Imprensa oficial.MENDONÇA, J. M. B. (2006). Instituição <strong>de</strong> Longa Permanência pra Idosos e PolíticasPúblicas. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo, v. 9, n. 2, p.168-190.6.CÂNCER E LUTO - UMA REFLEXÃO PAUTADA NOS PROCESSOSPSICODINÂMICOS NARCÍSICOSRafael Piccolo Feliciano; Érico Bruno Viana CamposDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Unesp</strong>-Bauru.IntroduçãoPreten<strong>de</strong>-se discutir as questões da perda e do luto que estão envolvidas nos processos <strong>de</strong>adoecimento por câncer. A elaboração do luto nesses casos envolve um luto pelo próprio corpo,um luto pela vida e que remete à própria integrida<strong>de</strong> simbólica do eu, o que nos direciona,portanto, à questão do narcisismo. Freud (1914/2006) em "Sobre o narcisismo: uma introdução"<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, na verda<strong>de</strong>, coexistem em nossa dinâmica psíquica uma libido do eu euma libido do objeto, reformulando assim sua teoria libidinal a ponto <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o eu tambémcomo objeto <strong>de</strong> investimento libidinal, retirando seu caráter <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong>. Desta forma,acrescenta que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um retraimento narcísico possa ocorrer em qualquer etapa davida do indivíduo, estando certo <strong>de</strong> que existe então um narcisismo primário por qual todospassamos, situado entre o auto-erotismo e o investimento objetal externo. Este narcisismoprimário segundo Freud se sustenta na revivescência e reprodução do narcisismo dos pais,Bauru, <strong>2012</strong>


Página130CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>evi<strong>de</strong>nciado nas relações afetuosas <strong>de</strong>stes e na compulsão <strong>de</strong> atribuirem todas as perfeições aofilho. Posteriormente ao narcisismo primário, quando a criança <strong>de</strong> fato irá investir sua libido nosobjetos externos amorosos, principalmente na figura materna, o narcisismo secundário apareceno retorno <strong>de</strong>ste investimento para o próprio eu. Freud <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que nada neste processocaracteriza ainda aspectos patológicos, sendo a mobilização da libido parte integral da dinâmicaegóica. Em 1923, ao formular sua segunda tópica do aparelho psíquico, Freud em "O Ego e o Id"aproxima o estado <strong>de</strong> auto-erotismo ao narcisismo primário. Desta forma, o id seria o <strong>de</strong>tentor <strong>de</strong>toda a libido, já que a constituição do ego se daria posteriormente, e este estará <strong>de</strong>sprotegido,necessitando se fortalecer. Assim, caberia ao id todo o investimento libidinal nos objetosexternos, até o momento em que o ego tomaria para si esse investimento, se colocando no lugardos objetos amorosos. Diante disso, Freud <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> distinguir o conceito <strong>de</strong> narcisismo primáriodo estado auto-erótico, e estabelece o narcisismo secundário como um narcisismo do ego -posterior ao investimento objetal externo, quando a libido lançada pelo id para o mundo externose volta para o ego. Na psicanálise, o ponto <strong>de</strong> partida para a articulação do narcisismo com oluto e a melancolia é a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação narcísica. Para Freud (1917/1996), a retirada doinvestimento libidinal do objeto perdido abre duas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direcionamento da libido:"[...] eta po<strong>de</strong> tomar como objeto a própria pessoa (libido do ego ou narcísica) ou um objetoexterior (libido objetal)." (LAPLANCHE & PONTALIS, 1982, p.267). O conceito <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação narcísica proposto por Freud caracteriza-se pela internalização do objeto perdido,i<strong>de</strong>ntificando-se com o ego, <strong>de</strong> tal forma que o amor antes investido no objeto retorna ao egoinvertido em seu oposto, ou seja, o ódio pelo abandono do objeto recai sobre o próprio ego doindivíduo. Este i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ego inatingível é o que causa a auto-recriminação do ego, característicadistintiva da melancolia em relação ao trabalho normal <strong>de</strong> luto, ou luto saudável. A perda doobjeto amoroso implica o processo <strong>de</strong> luto, tido como uma cessação do interesse pelo mundoexterno e um <strong>de</strong>sânimo exacerbado. Esses aspectos são diminuídos quando o ego se torna livrepara novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vínculo com novos objetos externos, caracterizando o luto saudável,Bauru, <strong>2012</strong>


Página131CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>o qual Bowlby (1985) apud Kovács (1992) <strong>de</strong>fine como sendo uma aceitação da mudança domundo externo, da perda <strong>de</strong>finitiva do objeto acarretando em uma modificação do mundo internoe representacional. Porém uma vez que a libido fica impedida <strong>de</strong> <strong>de</strong>svincular-se do objetoperdido, ela irá se direcionar para o próprio ego. Esta i<strong>de</strong>ntificação narcísica tem comopressuposto a escolha do objeto amoroso sobre a base do narcisismo. (FREUD 1917/2006).Como aponta Garcia-Roza (2008), na medida em que ocorre a perda do ego como consequência<strong>de</strong>ste processo, este ego se transformará tão logo em objeto abandonado, vazio. Inicia então umtotal <strong>de</strong>scontentamento, uma fragilida<strong>de</strong> acompanhada <strong>de</strong> um ódio direcionado para si mesmo,críticas e sentimentos negativos que antes estavam diretamente ligados ao objeto amoroso estãoagora direcionados estritamente para o próprio ser, o que caracteriza a melancolia. O mundointerno da pessoa enlutada se <strong>de</strong>sintegra segundo Klein (1947/1981), nos remetendo à posição<strong>de</strong>pressiva, quando a criança necessita estabelecer e integrar esse mundo interno. A presença <strong>de</strong>uma ansieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressiva em relação ao receio <strong>de</strong> que a própria agressivida<strong>de</strong> tenha aniquilado oobjeto bom, agora já visto como objeto total, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar uma reação patológica <strong>de</strong> caráterneurótico ou psicótico. A partir disto Klein lança mão do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas maníacas comomecanismos que o ego utiliza para negar a realida<strong>de</strong> psíquica, tentando fantasiadamente <strong>de</strong>sfazero que já foi feito, negando a perda ocorrida, o que <strong>de</strong>monstra uma falha em sua simbolização.Para Segal (1975) os novos sentimentos dos quais o bebê é exposto na posição <strong>de</strong>pressiva são"[...] o luto e o anseio pelo objeto bom - sentido como perdido e <strong>de</strong>struído -, bem como a culpa,uma experiência <strong>de</strong>pressiva característica que surge do sentimento <strong>de</strong> ter perdido o objeto bomatravés da própria <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong>".(p. 83). Klein (1940/1996) chama a atenção para a forma comque o bebê lida com os lutos, pois essa elaboração será <strong>de</strong>terminante em sua vida adulta, já queserão utilizados os mesmos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta forma o luto maltrabalhado, em vida adulta, como uma repetição da posição <strong>de</strong>pressiva quando ocorre o <strong>de</strong>spertarda angústia <strong>de</strong>vido à constatação do objeto bom e mal ser um só; a não significação da perda serepetirá, causando gran<strong>de</strong> sofrimento psíquico para o enlutado. Em 1967, um estudo feito naBauru, <strong>2012</strong>


Página132CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard pelo psicólogo George Valliant, no qual consistiu em umacompanhamento <strong>de</strong> alunos durante algumas décadas após a graduação, pô<strong>de</strong> constatar que osindivíduos que lidaram com as vicissitu<strong>de</strong>s da vida <strong>de</strong> modo imaturo ten<strong>de</strong>ram a ficar doentes"[...] numa proporção quatro vezes maior do que as pessoas maduras. São características <strong>de</strong>imaturida<strong>de</strong> o uso <strong>de</strong> projeções, as fantasias, hipocondria e comportamentos passivosagressivos."(CARVALHO, 1994, p. 66). É baseado nestas concepções que o câncer aparece emum momento privilegiado para o luto ou lutos - da vida, do corpo, da integrida<strong>de</strong> do ego, postoser uma doença que carrega em seu estigma perdas muitas vezes irremediáveis. Diante disso,parece interessante e essencial o estudo da economia dos mecanismos narcísicos na constituiçãoe elaboração dos processos oncológicos, contribuindo para a Psico-Oncologia e a Psicologia daSaú<strong>de</strong> assim como para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes aspectos inseridos na Teoria Psicanalítica. OObjetivosO objetivo geral <strong>de</strong>sta pesquisa consiste na investigação da dinâmica dos processos <strong>de</strong>elaboração do luto nos quadros oncológicos do ponto <strong>de</strong> vista da teoria psicanalítica. Osobjetivos específicos são i<strong>de</strong>ntificar os impactos da condição oncológica sobre a personalida<strong>de</strong> ea elaboração dos lutos envolvidos; compreen<strong>de</strong>r as vicissitu<strong>de</strong>s dos processos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãonarcísica e das <strong>de</strong>fesas egóicas em jogo na elaboração da condição oncológica; discutir em quemedida o quadro <strong>de</strong>pressivo ou melancólico po<strong>de</strong> afetar a elaboração dos processos oncológicos.MetodologiaEsta pesquisa possui caráter qualitativo teórico conceitual, com a pretensão <strong>de</strong> discutir apartir das categorias <strong>de</strong> análise da Teoria Psicanalítica e da Psicologia da Saú<strong>de</strong>, partindo <strong>de</strong> umarevisão da literatura pertinente, levantamento <strong>de</strong> artigos e periódicos. Preten<strong>de</strong>-se fazer umadiscussão a partir do levantamento bibliográfico através <strong>de</strong> uma leitura, interpretação esistematização orientada pelos seguintes eixos temáticos <strong>de</strong> investigação: Eixo 1 - ProcessosBauru, <strong>2012</strong>


Página133CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>psicodinâmos básicos - caracterização da dinâmica narcísica dos processos <strong>de</strong> luto e melancolia esintomas <strong>de</strong>pressivos. Eixo 2 - Investigação dos aspectos psíquicos nos quadros oncológicos ediscussão da expressão psicossomática. Eixo 3 - Discussão da literatura atualizada sobre asestruturas <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> e sua relação com a produção <strong>de</strong> sintomas oncológicos. Resultados:Os resultados preliminares levam ao reconhecimento do fator estresse atualmente em nossasocieda<strong>de</strong> como um dos principais contribuintes/favorecedores ao acometimento <strong>de</strong> câncer.Porém <strong>de</strong>vemos compreen<strong>de</strong>r esta doença como multifacetada, na medida em que diversosfatores quando associados aumentam significativamente a possibilida<strong>de</strong> do surgimento docâncer, como a ingestão <strong>de</strong> substâncias carcinogênicas, o não controle do estresse, ose<strong>de</strong>ntarismo, fatores biológicos/hereditários, entre outros. Uma pesquisa publicada em 2008 porpsicobiólogos da University College London <strong>de</strong>staca que fatores psicossociais ligados ao estresseestão correlacionados com um aumento do risco <strong>de</strong> câncer em pessoas saudáveis e com aredução dos níveis <strong>de</strong> sobrevida em pessoas com câncer. Discussão: Sabemos que a impotênciaparalisa o indivíduo e está relacionada às escolhas não compatíveis com seus <strong>de</strong>sejos. Onarcisismo diz respeito à relação <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong> entre o eu e o outro, em que o eu e ooutro estão presos em uma alienação especular do <strong>de</strong>sejo: o outro me completa e eu completo ooutro. Não há reconhecimento da falta e, portanto, não há separação do objeto. A separação<strong>de</strong>finitiva do objeto, sua interdição, só se conclui com a dissolução do complexo <strong>de</strong> Édipo. Oi<strong>de</strong>al ilusório e narcísico propalado pela cultura na atualida<strong>de</strong> sustenta uma posição impossível<strong>de</strong> performance contínua em que a felicida<strong>de</strong>, a beleza e a perfeição são metas constantes. Issoquer dizer que não há lugar para a falta e para a incompletu<strong>de</strong> na cultura contemporânea, nãonos <strong>de</strong>ixamos ficar tristes, nem nós e nem quem estimamos.ConclusãoDeste modo conclui-se até o momento que o referencial psicanalítico, embasado nasinterpretações sociais da cultura, po<strong>de</strong> ser um instrumento interessante para compreen<strong>de</strong>r aBauru, <strong>2012</strong>


Página134CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>problemática inerente ao luto e à perda, tanto a nível individual quanto social. Infere-se até omomento também a influência do estresse como possível fator associativo ao surgimento docâncer com efeitos imuno<strong>de</strong>pressores e potencialmente relevantes para a gênese das neoplasiasmalignas.Palavras-chave: Luto, Câncer, Narcisismo (Psicanálise);Referências BibliográficasCARVALHO, M. M. J. (Org.) Introdução à Psiconcologia. Campinas: Editorial Psy, 1994.FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Completas <strong>de</strong> Sigmund Freud. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Imago, 2006.GARCIA-ROZA, L. A. Introdução à metapsicologia freudiana. v. 3. 3. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Zahar, 1999.KLEIN, M. Contribuições à psicanálise. São Paulo: Mestre Jou, 1981.KLEIN, M. O luto e suas relações com os estados maníaco-<strong>de</strong>pressivos (1940); In: Obrascompletas <strong>de</strong> Melanie Klein: Volume I. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1996.KOVÁCS, M. J. Morte e Desenvolvimento Humano. 3 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo,1992.LAPLANCHE & PONTALIS. Vocabulário <strong>de</strong> Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes Editora,1982.SEGAL, H. Introdução à obra <strong>de</strong> Melanie Klein. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1975.SALA 831.A ÉTICA DA SIMPATIA NOS MOVIMENTOS DE AMIZADE NO NEO-TRIBALISMOBauru, <strong>2012</strong>


Página135CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Antonio Carlos Barbosa da Silva; Marina Coimbra Cas<strong>de</strong>iTrabalho referente a projeto <strong>de</strong> pesquisa pela PIBIC-2011IntroduçãoEste trabalho apresenta uma análise parcial <strong>de</strong> uma pesquisa fomentada pela PIBIC queprocurou averiguar como os membros <strong>de</strong> uma tribo urbana específica (moto clubes)compreen<strong>de</strong>m os valores constituidores <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s reais – lealda<strong>de</strong>, amiza<strong>de</strong>, compaixão efraternida<strong>de</strong>.A escolha do moto clube, enquanto grupo a ser analisado, se <strong>de</strong>u pelo fato <strong>de</strong>sta tribourbana ser uma instituição mais sólida e organizada, um lugar antropológico, i<strong>de</strong>ntitário,histórico, com se<strong>de</strong> e regras bem estabelecidas e com claro <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> reviver a metáfora dotribalismo (MAFFESOLI, 1987), ao contrário da maioria das tribos urbanas atuais, que sãoefêmeras e se movimentam conforme os jogos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo e não conseguemse solidificar organizacional e institucionalmente.O fato <strong>de</strong> a tribo ser um lugar i<strong>de</strong>ntitatório e responsável pela transferência <strong>de</strong> valores quenos moldam, leva-nos a inquirir como alguns <strong>de</strong>stes valores são repassados e interpretados pelos<strong>de</strong>mais membros da tribo. A tribo seria o lugar do <strong>de</strong>sapego, o contraponto i<strong>de</strong>alista que combateuma socieda<strong>de</strong> contemporânea baseada na exploração e cobiça?Para Maffesoli (1998) estamos assistindo a um momento no qual os indivíduos estãoretornando aos seus princípios comunitários, pois a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> trouxe, alem do<strong>de</strong>senvolvimento econômico e científico, a valorização do egoísmo e do individualismo, <strong>de</strong>maneira que os sujeitos foram per<strong>de</strong>ndo os valores nobres tais como a compaixão, lealda<strong>de</strong> efraternida<strong>de</strong>.Bauru, <strong>2012</strong>


Página136CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Outros autores, tais como Bauman (1998), Tourraine (1995), sugerem que estamosvivendo num mundo líquido, on<strong>de</strong> tudo flui conforme as mudanças econômicas e sociais.Apenas flutuamos nessa socieda<strong>de</strong>, nos movimentando a partir <strong>de</strong> relações efêmeras, episódiospassageiros e corriqueiros, consumo exagerado e sentimentos sórdidos. Entretanto quando<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos e repassamos elementos sólidos em nossas relações estamos criando uma situaçãovanguardista ou recorrendo a elementos/valores ultrapassados que reafirmam a submissão dohomem perante o coletivo (i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> real) ou ainda, estamos vivendo um momentosui generis em que novos valores são resgatados para combater as maledicências <strong>de</strong> umasocieda<strong>de</strong> individualista e opressora?ObjetivoVerificar como valores ditos nobres – amiza<strong>de</strong>, compaixão e lealda<strong>de</strong> – são repassados,pensados e interpretados pelos membros <strong>de</strong> um moto clube.MétodoColeta <strong>de</strong> dados: Foram entrevistados seis motociclistas a respeito <strong>de</strong> assuntosrelacionados ao objetivo da pesquisa. Além da aplicação <strong>de</strong>ste instrumento fizemos uso daobservação participante, em pelo menos dois encontros dos motociclistas (reuniões mensais domoto clube em que se discutem problemas da confraria e celebra-se a integração do grupo), quenos possibilitou observar como o objeto pesquisado era colocado em prática nas relaçõespessoais e como eram incorporados pelos motociclistas. Desta forma, os elementos que fazemparte do discurso não dito, tais como gestos, comportamentos, atitu<strong>de</strong>s, vestimentas, utilização<strong>de</strong> acessórios, i<strong>de</strong>ologias entre outros que são implícitos e po<strong>de</strong>m ser reinterpretados com aobservação.Análise dos dados: Para analisar os dados estamos fazendo uso da técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>conteúdo (Bardin, 1995). Até o momento encontramos-nos na pré-análise do material. EstamosBauru, <strong>2012</strong>


Página137CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>separando os dados em categorias gerais e subsidiando-as com as referências que fazem parte docorpo teórico do trabalho.Resultados e discussãoAs entrevistas e as observações até o momento nos possibilitaram categorizar os dadosem três gran<strong>de</strong>s categorias – lealda<strong>de</strong> (ações e falas que pontuam a importância do sujeito em serfiel aos princípios do moto clube e apoiar seus companheiros em quais quer problema queenfrentam fora do moto clube); amiza<strong>de</strong> (ações e falas que enfatizam a confiança, a franquezadas relações interpessoais íntimas como relevantes para a formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do sujeito);compaixão (ações e falas que <strong>de</strong>monstram preocupação com o outro, gentileza, concessão <strong>de</strong>benefícios sem solicitar algo em troca e altruísmo como componentes da vida do sujeito) – quemerecem ser aqui rapidamente refletidas. Apesar <strong>de</strong> ainda não efetuarmos uma análise mais<strong>de</strong>talhada das frequências <strong>de</strong> respostas nestas categorias po<strong>de</strong>mos ratificar que a lealda<strong>de</strong> é umapreocupação constante, senão a principal, dos membros dos motoclubes. Nos encontros e nasentrevistas esse valor é o mais comentado, reconhecido e i<strong>de</strong>alizado. Os abraços enfáticos, beijosno rosto, os festejos que ocorrem quando os membros se encontram reforçam essa i<strong>de</strong>ia. Nasentrevistas os motociclistas falam da importância da lealda<strong>de</strong>, da união entre os motociclistas, dacriação do motoclube como uma celebração <strong>de</strong>ssa lealda<strong>de</strong>. As festas regadas a música ao vivo,bebidas e comidas oferecidas gratuitamente aos membros e seus convidados parece ser umatentativa <strong>de</strong> mostrar que o moto clube é um local on<strong>de</strong> recebe bem as pessoas e que há um clima<strong>de</strong> harmonia entre todos.O uso <strong>de</strong> adornos pelos membros do motoclube, tais como colete estilizado com brasões eban<strong>de</strong>iras, os a<strong>de</strong>sivos nos coletes e nas motos, os amuletos ostentados na se<strong>de</strong> simbolicamenteindicam que o motoclube tem uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> própria que os diferencia das <strong>de</strong>mais pessoas dasocieda<strong>de</strong> e o autoriza a estabelecer suas regras para aqueles que se personificam com osa<strong>de</strong>reços. Como um membro diz em sua entrevista, “só alguns membros que <strong>de</strong>monstramBauru, <strong>2012</strong>


Página138CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>lealda<strong>de</strong> durante um tempo po<strong>de</strong>m usar <strong>de</strong>terminados a<strong>de</strong>sivos”. Alguns membros chegam aafirmam que não importa muito a amiza<strong>de</strong> entre os membros o mais importante é a<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> lealda<strong>de</strong> aos princípios do moto clube. A compaixão, outro valor circunscritono discurso dos motociclistas, po<strong>de</strong> ser apurada através do discurso do presi<strong>de</strong>nte do motoclubeque relata sobre a importância <strong>de</strong> sua instituição no auxilio <strong>de</strong> pessoas necessitadas. Açõesaltruístas do grupo junto a alguns asilos <strong>de</strong> São Paulo (através da distribuição <strong>de</strong> alimentos eremédios) parece ser um fato que alinha o motoclube à compaixão, colocando-o em consonânciacom os <strong>de</strong>veres comunitários. A compaixão também po<strong>de</strong> ser vista na elaboração do principalsímbolo do motoclube - o brasão. Tal brasão, segundo o presi<strong>de</strong>nte do motoclube, é constituídopor uma caveira equipada com capacete e tendo a face voltada para o lado direito na cor branca,significa a morte simples, pura e profunda, uma homenagem àqueles motociclistas quemorreram.A amiza<strong>de</strong> seria a categoria menos edificada no motoclube. Conforme sustentaMaffessoli (1998), a tribo não tem uma finalida<strong>de</strong> em si. A sua finalida<strong>de</strong> começa e termina emsi mesma, é o estar junto. A aura do pertencimento e os sentimentos que perpassam no encontroentre seus membros é a finalida<strong>de</strong> da existência da tribo. O estar junto seria uma forma lúdica <strong>de</strong>socialização. O lúdico é aquilo que nada tem a ver com finalida<strong>de</strong>, utilida<strong>de</strong>, praticida<strong>de</strong> ourealida<strong>de</strong>. É aquilo que estiliza a existência, que ressalta as características essenciais <strong>de</strong>sta.Diante disto, a tribo ressoaria como um lugar da amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompromissada, quase infantil. Oencontro com o outro sem compromisso é mais importante do que cultivar uma amiza<strong>de</strong> na qualsomos obrigados a aceitar as diferenças. No motoclube não há espaço para as diferenças.ConclusãoDe acordo com o que foram observados e <strong>de</strong>scritos até o momento, os moto clubes têm osvalores lealda<strong>de</strong>, amiza<strong>de</strong> e compaixão cultuadas entre seus membros. Entretanto, a lealda<strong>de</strong>seria aquele mais abalizado. Como se fosse uma necessida<strong>de</strong> tê-lo, pois sem ele a tribo corre oBauru, <strong>2012</strong>


Página139CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer. Em uma socieda<strong>de</strong> em que as relações são líquidas, insólitas,hiperindividualistas, narcísicas, os laços afetivos <strong>de</strong>scartados por estar obsoleta, a lealda<strong>de</strong> teria acruel meta <strong>de</strong> resgatar o sujeito coletivo e resistente a uma era do vazio.O que pu<strong>de</strong>mos perceber através das entrevistas e observações realizadas é que a lealda<strong>de</strong>é necessária para que a amiza<strong>de</strong> e a compaixão sejam valores posteriormente cobrados. Sendo osujeito leal aos princípios do moto clube po<strong>de</strong>rá ser cobrado sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvero companheirismo e a servidão aos outros mais necessitados.A constância da lealda<strong>de</strong>, da amiza<strong>de</strong> e compaixão (mesmo num segundo plano) nomotoclube faz com que os confra<strong>de</strong>s esqueçam ou não se importem com algumas atitu<strong>de</strong>s nãotão nobres <strong>de</strong> seus pares, tais como, o preconceito (observamos a presença da homofobia e axenofobia), a ostentação financeira (muitos membros fazem questão <strong>de</strong> ter caríssimas motos), ocontrole excessivo do sujeito (a individualida<strong>de</strong> é espezinhada), as territorializações opressivas(nem todos po<strong>de</strong>m participar do motoclube) e a vaida<strong>de</strong> (roupas e apetrechos que valorizam omotociclista).Embora a lealda<strong>de</strong>, a amiza<strong>de</strong> e a compaixão não sejam a finalida<strong>de</strong> em si da existênciado grupo, suas presenças indicam uma atitu<strong>de</strong> resistente frente mo<strong>de</strong>los efêmeros <strong>de</strong>relacionamentos contemporâneos. Isto é <strong>de</strong> extremo valor, pois são sentimentos nobres que acada dia estão sendo <strong>de</strong>scartadas do rol dos costumes <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> que vive o momento, avelocida<strong>de</strong> e o consumo.Notadamente, as crianças que participam <strong>de</strong>ste moto clube (filhos dos motociclistas)estão crescendo com estes sentimentos nobres e po<strong>de</strong>m vir a constituir agrupamentoscomunitários contrários a lógica da competição e egoísmo do sistema capitalista. SegundoMaffessoli (1998), os agrupamentos afinitários retomam a antiga estrutura antropológica em queé a família ampliada. Estrutura on<strong>de</strong> a negociação da paixão e do conflito se faz bem <strong>de</strong> perto.Embora haja uma previa idéia <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> quando nos referimos a tribos, pois as leis sãointernas e há sentimentos nobres, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisado o contexto, vemos que há um emaranhadoBauru, <strong>2012</strong>


Página140CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong><strong>de</strong> forças disciplinadoras e controladoras tais como a da socieda<strong>de</strong> na qual vivemos. Háconstantemente uma cobrança do grupo para o individuo. Alem das cobranças sociais, pois,embora o sujeito viva em comunida<strong>de</strong> (tribo), principalmente nos finais <strong>de</strong> semana, ele tambémfaz parte do todo societal, que também impõe regras, limites, cobranças e vigilância.Concluímos que os sentimentos nobres que estão em <strong>de</strong>suso na contemporaneida<strong>de</strong> aindasão valores nesta tribo, ainda que repassados <strong>de</strong> forma enviezada. De certa forma, porconseqüência, a tribo acaba resistindo aos mol<strong>de</strong>s pós- capitalistas que <strong>de</strong>finem relaçõessuperficiais e efêmeras.Até o presente período da pesquisa, po<strong>de</strong>mos concluir que a tribo urbana pesquisada nãoé páreo ainda para resistir aos mol<strong>de</strong>s capitalistas e nem tampouco é um lugar sólido <strong>de</strong>resistência a um sistema opressor, egoísta e individualista.Palavras – Chave: tribo, moto-clubes, pos-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.Referências:BARDIN, L. Análise <strong>de</strong> conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.MAFFESSOLI, M. O tempo das tribos. São Paulo, 19982.O PAPEL DA MEMÓRIA NA CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE PESSOAL: UMDIÁLOGO COM A FILOSOFIA DA MENTE, NEUROCIÊNCIAS E PSICOLOGIACelina Adreila da Silva; Celina Adreila da Silva; Jonas Gonçalves CoelhoDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Unesp</strong>, FapespBauru, <strong>2012</strong>


Página141CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>IntroduçãoO problema da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal envolve duas questões fundamentais e relacionadas asquais estão no âmago da Psicologia, tendo implicações fundamentais para a compreensão <strong>de</strong> suanatureza. São elas: O que somos fundamentalmente? Somos a mesma pessoa ao longo <strong>de</strong> nossavida? A resposta à primeira questão envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociaisprivilegiando-se um <strong>de</strong>ntre eles ou o esforço <strong>de</strong> interação entre esses vários aspectos. Essemesmo tipo <strong>de</strong> abordagem reaparece na resposta à segunda questão, ou seja, em que medida osaspectos biológicos, psicológicos e sociais contribuem para que sejamos ou não a mesma pessoaao longo <strong>de</strong> nossas vidas.Relevante para essas diferentes abordagens e implicada em certa medida nas duasquestões, em especial no problema da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal, está a memória. Se, por um lado, amemória tem uma dimensão biológica fundamental, como o mostram as patologias associadas alesões e doenças <strong>de</strong>generativas do cérebro, e também uma dimensão social importante, poisafinal somos her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> toda uma história social e cultural, não menos importante parece ser asua dimensão psicológica, indissociável dos outros dois aspectos, embora distinta seconsi<strong>de</strong>rarmos as dimensões inconscientes e, principalmente, conscientes <strong>de</strong> nossa históriapessoal. Nesse sentido, parece que a memória po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um componenteindispensável à compreensão do que nós somos permitindo ao mesmo tempo explicar em quemedida nós somos a mesma pessoa através do tempo e, por paradoxal que possa inicialmenteparecer, o fato <strong>de</strong> não sermos os mesmos ao longo do tempo, proprieda<strong>de</strong>s que sãocomprometidas tanto pelas patologias que afetam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lembrança e alterando muitasvezes o passado com pseudo-lembranças, quanto pelos casos – também patológicos? - <strong>de</strong>memória extraordinária que comprometem a forma como os sujeitos se relacionam com o mundoque os cerca.Essa temática da memória é sem dúvida cara à Psicologia por pelo menos duas razões.Primeiro, por remeter à questão da natureza e objeto da Psicologia em relação a outras áreas doBauru, <strong>2012</strong>


Página142CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>conhecimento com as quais têm uma forte interface temática, tais como, a Neurociência, as<strong>Ciências</strong> Sociais e a Filosofia da Mente. Segundo, por ser um aspecto constitutivo fundamentalindispensável à compreensão do ser humano normal e, também, <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong> suas patologias,na perspectiva <strong>de</strong> importantes abordagens da Psicologia.ObjetivoRefletir sobre a relação entre memória e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal, tomando como fio condutoro caso <strong>de</strong>scrito por Luria em O homem com um mundo estilhaçado.MetodologiaEm um primeiro momento da pesquisa, recorremos a Paul Churchland e Pascal Engel .Observamos, nessas obras, a problemática da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal, e umas das tentativas <strong>de</strong>solução com a teoria da memória na perspectiva <strong>de</strong> John Locke. Em um segundo momento,buscamos compreen<strong>de</strong>r os mecanismos neurobiológicos da memória fundamentados por ÉricKan<strong>de</strong>l. Ainda na perspectiva da neurociência, recorremos ao conceito <strong>de</strong> memóriaautobiográfica <strong>de</strong> António Damásio. Por fim, a partir <strong>de</strong>sses subsídios teóricos, tomamos a obra<strong>de</strong> Luria O homem com um mundo estilhaçado, para analisarmos o estudo <strong>de</strong> caso aliapresentado e tentarmos compreen<strong>de</strong>r a importância da memória na constituição do “eu”psicológico.ResultadosA memória mostrou ser elemento fundamentalmente importante na constituição dosujeito, na medida em que sustenta todas as aprendizagens do ser com o seu meio, retendo todasua história, e que por meio <strong>de</strong>sse mecanismo, po<strong>de</strong>-se tanto permanecer traços da personalida<strong>de</strong>como modificar. A perda consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> memória, como ilustrado por Luria, acarreta emfragmentação na personalida<strong>de</strong>, pois, per<strong>de</strong>-se o que parece ser elemento fundamental <strong>de</strong> uniãoBauru, <strong>2012</strong>


Página143CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>das associações <strong>de</strong> aprendizagem, que é a memória.ConclusãoA constituição do sujeito traz uma complexida<strong>de</strong> tanto na or<strong>de</strong>m biológica comopsicológica e sócio-cultural. Nesse sentido, a eleição <strong>de</strong> apenas uma categoria para <strong>de</strong>finir um serpo<strong>de</strong> ser reducionista, o que exclui aspectos fundamentais no processo <strong>de</strong> personalização. Oestudo da memória não po<strong>de</strong> residir apenas em sua localização e mensuração, faz necessáriocompreen<strong>de</strong>r como essa função psíquica e biológica se presentifica na constituição do sujeito.Palavras-chave: Memória; i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal; Luria; mente; cérebro.Referências:CHURCHLAND, P.M. Matéria e Consciência. São Paulo: Editora UNESP, 1998.DAMÁSIO, A. O mistério da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.ENGEL, P. Introdução à Filosofia do Espírito. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.LURIA, A. R. O homem com um mundo estilhaçado. Petrópolis: Vozes, 2008.______. A mente e a memória: um pequeno livro sobre uma vasta memória. São Paulo: MartinsFontes, 1999.______. Curso <strong>de</strong> Psicologia Geral: atenção e memória. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Civilização Brasileira,1991.SQUIRE. L.R.; KANDEL, E.R. Memória: da mente às moléculas. Porto Alegre: Artmed, 2003.Schwartz, James H.; Jessell, Thomas M.; Kan<strong>de</strong>l, Eric R.: Princípios Da Neurociência. Barueri:Manole, 2003.3.Bauru, <strong>2012</strong>


Página144CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>O MANEJO TRANSFERENCIAL EM FREUD: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃOTRANSFERÊNCIA – SUGESTÃODiego Diz Ferreira; Christiane Carrijo Eckhardt MouammarDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP/Bauru.IntroduçãoEste projeto <strong>de</strong> pesquisa visa i<strong>de</strong>ntificar como Freud compreen<strong>de</strong> o manejo datransferência entre o período <strong>de</strong> 1901 a 1918 e, <strong>de</strong> forma mais específica, objetiva elucidar comoo manejo da transferência impediria a análise psicanalítica <strong>de</strong> ser reduzida à sugestão. Assim,visa-se compreen<strong>de</strong>r a relação entre transferência e sugestão no texto freudiano. Tal investigaçãojustifica-se mediante as críticas <strong>de</strong> outras áreas do conhecimento que alegam ser a psicanálise ummétodo corrompido pela sugestão, e, também, pela gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensõesexistentes na comunida<strong>de</strong> psicanalítica a respeito da lógica envolvida no manejo transferencial.Ao elucidar-se a concepção do manejo transferencial em Freud, se tem a disposição umimportante recurso histórico-epistemológico para pensar a clínica psicanalítica contemporânea,bem como, a especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu método.Apesar <strong>de</strong> algumas variações, uma das <strong>de</strong>finições padrões compreen<strong>de</strong> a transferênciacomo sendo um fenômeno espontâneo, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado pela situação analítica, mas presente emtodas as relações humanas. Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta pesquisa, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> transferênciaserá constantemente revisitada, e analisada, tendo por conta a evolução do conceito nos trabalhos<strong>de</strong> Freud. Entretanto, a fim <strong>de</strong> embasar a discussão presente, adota-se a <strong>de</strong>finição oferecida porLAPLANCHE & PONTALIS (1994):Bauru, <strong>2012</strong>


Página145CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Designa em Psicanálise o processo pelo qual os <strong>de</strong>sejos inconscientes se atualizamsobre <strong>de</strong>terminados objetos no quadro <strong>de</strong> um certo tipo <strong>de</strong> relação estabelecida com elese, eminentemente, no quadro da relação analítica. Trata-se aqui <strong>de</strong> uma repetição <strong>de</strong>protótipos infantis vividas com um sentimento <strong>de</strong> atualida<strong>de</strong> acentuada [...].Atransferência é classicamente reconhecida como o terreno em que se dá a problemática<strong>de</strong> um tratamento psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalida<strong>de</strong>s, a suainterpretação e sua resolução que caracterizam este”.(LAPLANCHE & PONTALIS,1994,p. 514).O caráter dinâmico do método analítico, construído através <strong>de</strong> uma história <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>movimentação e as críticas que objetivavam reduzir a psicanálise as práticas anteriores, gerou emFreud uma posição <strong>de</strong> em seus trabalhos, constantemente diferenciar o que seria da or<strong>de</strong>m dasugestão e o que seria próprio do método analítico. Exemplo disto é a comparação estabelecidapor Freud (1905) entre psicoterapia e psicanálise, usando por metáfora, a distinção que fazLeonardo da Vinci entre pintura e escultura. A técnica da sugestão operaria per via di porre,não se importando com a origem e o sentido dos sintomas patológicos, o que visa é <strong>de</strong>positaralgo - a sugestão. Já a terapia analítica, operando per via di levare, em contrapartida, nãopreten<strong>de</strong> acrescentar nem introduzir nada <strong>de</strong> novo, mas antes, tem por meta, trazer algo para fora,e para esse fim, preocupa-se com a gênese dos sintomas patológicos. Freud continua suaargumentação, justificando o porquê renunciou a técnica sugestiva.Se abandonei tão cedo a técnica da sugestão, e com ela, a hipnose, foi porque não tinhaesperança <strong>de</strong> tornar a sugestão tão forte e sólida quanto seria necessário para obter acura permanente [...] Além disso, censuro essa técnica por ocultar <strong>de</strong> nós oentendimento do jogo <strong>de</strong> forças psíquicas; ela não nos permite ,por exemplo, i<strong>de</strong>ntificara resistência com que os doentes se aferram a sua doença.( FREUD,1905, p.247).ObjetivoBauru, <strong>2012</strong>


Página146CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Geral: Compreen<strong>de</strong>r o manejo da transferência em Freud, entre o período <strong>de</strong> 1901 à 1918,visando elucidar, como o manejo da transferência impediria a análise psicanalítica <strong>de</strong> serreduzida à sugestão.Específico: I<strong>de</strong>ntificar as aproximações e distanciamentos entre transferência e sugestão notexto freudiano, explicitando como ocorre essa articulação através da produção <strong>de</strong> quadrostemáticos pela análise <strong>de</strong> conteúdo.MétodoEste estudo, divi<strong>de</strong>-se em duas fases, uma primeira em que se utiliza o rigor da leiturainstrumentalizada proporcionada pela Análise <strong>de</strong> Conteúdo Temática, tendo por referencia aproposta metodológica <strong>de</strong> BARDIN (1977), e consequente seleção dos trechos on<strong>de</strong> aparecem aconcepção teórica freudiana <strong>de</strong> sugestão e <strong>de</strong> transferência, e logo após, a produção <strong>de</strong> quadrostemáticos, que proporcionaram uma compreensão da evolução do objetivo pesquisado <strong>de</strong> formaestrutural e <strong>de</strong>talhada. Numa segunda fase do estudo, serão discutidos os resultados encontrados,na qual será realizada a análise epistemológica do material, bem como a discussão e a redaçãofinal.Sendo uma pesquisa essencialmente qualitativa, o objeto <strong>de</strong>sse estudo, o manejotransferencial em Freud na relação com a sugestão, será abordado através <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong>conteúdo temática dos textos selecionados (19-<strong>de</strong>zenove), do período <strong>de</strong> 1901 à 1918. Os textosfreudianos foram selecionados aten<strong>de</strong>ndo duas exigências: estarem inseridos no período históricoanalisado, tendo por critério a data da publicação, e apresentarem conteúdo direta ouindiretamente relacionado ao objeto pesquisado. Para a posterior discussão dos dados e dosquadros temáticos, MEZAN (2002) e DUNKER (2011) serão as referências que fundamentarão aanálise epistemológica <strong>de</strong>sta pesquisa.ResultadosBauru, <strong>2012</strong>


Página147CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A leitura sistematizada dos materiais selecionados encontra-se em <strong>de</strong>senvolvimento,entretanto, é possível já i<strong>de</strong>ntificar alguns eixos temáticos, que emergem com a exegese do textofreudiano. Sendo eles:EIXO 1: O médico possui capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sugestionar o paciente:“a histeria não é curada pelo método, e sim pelo médico”( FREUD, [1901] 1905,p.112).EIXO 2: Mudança na concepção e funcionalida<strong>de</strong> da transferência:A transferência, <strong>de</strong>stinada a constituir o maior obstáculo à psicanálise, converte-se emsua mais po<strong>de</strong>rosa aliada quando se consegue <strong>de</strong>tectá-la a cada surgimento e traduzi-lapara o paciente.” ( FREUD,[1901] 1905, p.112).Na psicanálise, agimos sobre a própria transferência, <strong>de</strong>slindamos o que nela se opõe aotratamento, ajustamos o instrumento com o qual <strong>de</strong>sejamos causar nosso impacto.Assim, se nos torna possível auferir uma vantagem inteiramente nova do po<strong>de</strong>r dasugestão; ela passa para nossas mãos. O paciente não sugere a si mesmo o que quer queseja que lhe agra<strong>de</strong>: guiamos sua sugestão na medida em que ele, <strong>de</strong> algum modo, éacessível á sua influência. “( FREUD, 1916-1917, p.452; grifo nosso).EIXO 3: Relação entre transferência e sugestãoDevemos dar-nos conta <strong>de</strong> que, em nossa técnica, abandonamos a hipnose apenas parare<strong>de</strong>scobrir as sugestões na forma <strong>de</strong> transferências” ( FREUD, 1916-1917,p 447;grifonosso).Em qualquer outro tipo <strong>de</strong> tratamento sugestivo, a transferência é cuidadosamentepreservada e mantida intocada; na análise, a própria transferência é sujeita a tratamento,e é dissecada em todas as formas sob as quais aparece.Ao final <strong>de</strong> um tratamentoanalítico, a transferência <strong>de</strong>ve estar, ela mesma,totalmente resolvida: e se o sucessoBauru, <strong>2012</strong>


Página148CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>então é obtido ou continua, ele não repousa na sugestão, mas sim no fato <strong>de</strong>,mediante asugestão, haver-se conseguido superar as resistências”( FREUD, 1916-1917, 454; grifonosso).DiscussãoA problemática que a questão envolve, radica-se na seguinte máxima: Se ocorrer manejoda transferência, existe psicanálise, porque não se trata <strong>de</strong> sugestão, entretanto, se não houvermanejo transferencial, o que se tem não é psicanálise, e sim, uso da sugestão para finsterapêuticos. Dessa forma, a compreensão e entendimento do que consiste o manejotransferencial em Freud torna-se uma etapa necessária para <strong>de</strong>marcar o que diferencia o métodoanalítico <strong>de</strong> outras propostas terapêuticas e investigativas.O método analítico que Freud <strong>de</strong>senvolvera, já estaria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>scoberta do métodocatártico distante da prática sugestiva. Quando Freud renuncia a hipnose estabelecendo aassociação livre como via ao inconsciente dá o passo final na renúncia as práticas anteriores efunda o método psicanalítico. Entretanto, o “fantasma” da sugestão parecia sempre estarpresentes nas conversações sobre o método analítico, seja para marcar distinções entre as práticasanteriores com a atual, ou mesmo como resposta necessária as críticas.ConclusãoApesar <strong>de</strong> encontrar-se em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, esta pesquisa já i<strong>de</strong>ntifica que arelação entre transferência e sugestão no texto freudiano, aponta para pontos problemáticos emtermos epistemológicos. Uma vez que i<strong>de</strong>ntifica-se, numa problemática circularida<strong>de</strong> entre oconceito <strong>de</strong> transferência e sugestão.Palavras Chaves: Epistemologia Psicanalítica; Transferência, SugestãoBauru, <strong>2012</strong>


Página149CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Referências Bibliográficas:BARDIN, L. Análise <strong>de</strong> conteúdo. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Edições 70, 1977 .CHERTOK, L. A. Hipnose entre a Psicanálise e a Biologia. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar, 1982.DUNKER, C. Estrutura e constituição da clínica psicanalítica: uma arqueologia das praticas<strong>de</strong> cura, psicoterapia e tratamento. São Paulo: Anna Blume, 2011.ETCHEGOYEN, R. H. Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre: Artes MédicasSul,1987.FREUD, S. Obras Completas. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1996LAPLANCHE & PONTALIS. Vocabulário <strong>de</strong> Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes Editora,1982.MEZAN, R. Que significa "pesquisa" em psicanálise? In: A sombra <strong>de</strong> Don Juan e outrosensaios. São Paulo: Brasiliense,1993.MEZAN, R. Pesquisa em Psicanálise: algumas reflexões. Jornal <strong>de</strong> . Psicanálise. v.39, n.70. São Paulo jun. 2006.____________. Sobre a epistemologia da psicanálise. In: Interfaces da psicanálise. São Paulo:Companhia das Letras. 2002____________. Freud: a trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 2008.OLIVEIRA, D C. Análise <strong>de</strong> conteúdo temática: uma proposta <strong>de</strong> operacionalização. Textodidático e instrumentos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Universida<strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro; 2004.ROUDINESCO, E; Plon, M. Dicionário <strong>de</strong> psicanálise. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar, 1997.THOMA & KACHELE; Teoria e Prática da Psicanálise, vol. 1.Porto Alegre: Artes MédicasSul,1992.4.ONTOGÊNESE E FILOGÊNESE NA BIOLOGIA E NA PSICANÁLISE: UM OLHAREVOLUCIONISTA SOBRE A TEORIA FREUDIANA DAS PULSÕESBauru, <strong>2012</strong>


Página150CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>COLMANETTI, R. B.¹, SIMANKE, R. T.¹,²¹Mestrando do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Psicologia, UFSCAR, FAPESP.²Departamento <strong>de</strong> Filosofia e Metodologia das <strong>Ciências</strong>, UFSCAREm seus primeiros trabalhos teóricos – como em seu Projeto <strong>de</strong> uma Psicologia, porexemplo – Freud tentou <strong>de</strong>senvolver uma proposta <strong>de</strong> estudo da mente ainda vinculada, <strong>de</strong>diversas maneiras, aos substratos biológicos e neurofisiológicos do organismo humano do qualessa mente, <strong>de</strong> alguma forma, faz parte. Ele <strong>de</strong>monstrava, assim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros passos <strong>de</strong>sua futura teoria psicanalítica, uma preocupação em abordar os fenômenos estudados em basesnaturalistas, as quais não excluíam e, até mesmo, exigiam o recurso à informação e aoconhecimento proporcionado pelas <strong>de</strong>mais ciências da natureza, entre elas a biologiaevolucionária, com a qual teve um contato precoce em sua formação médica e acadêmica e quecomparece com razoável freqüência como uma referência teórica importante – e não somentenessas suas primeiras obras.A mente freudiana é uma estrutura profundamente dinâmica em total coexistência com oindividuo da qual faz parte, agindo no mundo e tendo seus diversos funcionamentos selecionadospelo meio que habita. Esta mente, composta didaticamente pelo aparelho psíquico freudiano tevesua conformação moldada pela vivência e principalmente sobrevivência dos indivíduos,permitindo que certas características <strong>de</strong>ste aparelho se mantivessem na espécie humana e outrasfossem eliminadas da mesma maneira que per<strong>de</strong>mos parte dos pelos e começamos a andar eretos.No cerne <strong>de</strong>sta estrutura psiquica estão certas bases instintuais( ou pulsionais) <strong>de</strong>funcionamento que permitem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o comportamento mais grosseiro ao mais refinado do serhumano dado a <strong>de</strong>vida canalização. Esta força, mais que qualquer outra causa e resulta naBauru, <strong>2012</strong>


Página151CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>interação evolutiva do homem com o ambiente, lhe permitindo, como a todo animal, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mudança do mundo ao seu redor e a flexibilida<strong>de</strong> para sobreviver.As pulsões visam metas e objetos diferentes, conforme o caso (sexualida<strong>de</strong>,autopreservação), mas têm como núcleo uma carga <strong>de</strong> energia somática, e é aqui que o seuinteresse teórico se revela. Pois, na medida em se trata <strong>de</strong> algo tão inerente ao organismo, épossível inferir sua essencialida<strong>de</strong> para a vida e, <strong>de</strong>sta maneira, ela po<strong>de</strong> ser vista como umaforça primitiva que é, num nível mais elevado, <strong>de</strong>codificada por um cérebro, dando origem aações cuja configuração <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da estrutura do mesmo e do modo como este processa ainformação oriunda do ambiente.Freud, na parte final <strong>de</strong> sua obra, <strong>de</strong>fine a existência <strong>de</strong> duas classes <strong>de</strong> pulsões, que ele<strong>de</strong>nomina pulsão <strong>de</strong> vida ou libido e pulsão <strong>de</strong> morte. A diferença fundamental entre essaspulsões residiria em suas metas opostas – a primeira impulsionando a vida para um estado <strong>de</strong>maior complexida<strong>de</strong>, e a segunda manifestando uma tendência oposta <strong>de</strong> simplificação que nolimite, po<strong>de</strong> levar a um estado <strong>de</strong> dissolução das formas <strong>de</strong> organização próprias do ser vivo. Elase dá, também, na relação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia liberada pelo aparelho em relação aoestímulo, e em suas opções <strong>de</strong> liberação, po<strong>de</strong>ndo impelir o organismo a diferentes modos <strong>de</strong> secomportar, permitindo diferentes formas <strong>de</strong> relação com o meio.É importante ressaltar a importância <strong>de</strong>sta carga <strong>de</strong> energia somática para a sobrevivênciado indivíduo e para as relações entre os indivíduos <strong>de</strong>ntro da espécie, pois estas, diferenciadaspelo aparelho psíquico, permitem que, em um nível mais primitivo, necessida<strong>de</strong>s básicas asobrevivência do organismo sejam contempladas, mas também, quando traduzida e reelaboradapor outras instâncias do aparelho psíquico, nos permite a interação e o trabalho em conjunto comos outros membros da espécie na busca da satisfação das necessida<strong>de</strong>s.Levando em contas essas consi<strong>de</strong>rações gerais introdutórias, a proposta do presenteestudo se focaliza na instância mais primitiva do aparelho psíquico freudiano - a pulsão, comoBauru, <strong>2012</strong>


Página152CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>força motriz no funcionamento do aparelho, formando a base para que outras estruturas <strong>de</strong>funcionamento mais elaboradas possam existir.Observando as pulsões como instâncias básicas para o funcionamento do aparelhopsíquico, é possível formular a hipótese <strong>de</strong> que estas instâncias participam do funcionamento doser humano como espécie e que, por serem absolutamente primitivas em seu funcionamento, nãoestejam exclusivamente ligadas ao estado atual <strong>de</strong> evolução do cérebro humano e aos princípiosgerais <strong>de</strong> funcionamento mental que daí resultam, mas comportem uma dimensão evolutivaessencial à compreensão do sentido <strong>de</strong>sse conceito, como o próprio Freud não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>reconhecer, sobretudo na insistência com que leva em conta e especula sobre os fatoresfilogenéticos em ação na <strong>de</strong>terminação do psiquismo.Para enfatizar essa perspectiva e constituir uma via para a análise comparativa entre asteses psicanalíticas e as concepções evolucionistas sobre a espécie humana, é possivel utilizar asúltimas produções teóricas na área da biologia evolucionária, buscando assim analisar comoambos os corpos teóricos concebem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stas pulsões. A fim <strong>de</strong> restringir o focoe o escopo do trabalho, este tomará com termo <strong>de</strong> comparação certas teorizações evolucionistassobre o fenômeno biológico da heterocronia, assim como as maneiras como esse conceitooriundo da biologia comparece nas especulações metapsicológicas freudianas.A heterocronia é a modificação no momento relativo <strong>de</strong> diferentes acontecimentos do<strong>de</strong>senvolvimento. Por exemplo, se a maturação sexual for selecionada para ocorrer mais cedo doque a maturação da forma corporal <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma linhagem, a forma adulta dos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntespo<strong>de</strong> reter traços corporais juvenis (AMUNDSON, 2008).Um exemplo clássico <strong>de</strong> heterocronia amplamente utilizada e valorizada por Freud é a lei <strong>de</strong>Haeckel. Haeckel, em seu Generalle Morphologie <strong>de</strong>r Organismen, vislumbrou a “ontogeniacomo a breve e rápida recapitulação da filogenia” e observou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cadaindivíduo seguindo a seqüência da história evolutiva da espécie do <strong>de</strong>terminado organismo – e,<strong>de</strong>sta maneira, sendo causado por ela.Bauru, <strong>2012</strong>


Página153CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Esta visão, mesmo ainda sendo objeto <strong>de</strong> inúmeras discussões, <strong>de</strong>ntro dos mais diversoscampos do conhecimento, foi refutada em sua formulação geral haeckeliana.No entanto, Gould (1985) promove uma espécie <strong>de</strong> reabilitação parcial da Lei <strong>de</strong> Haeckel, na suaconsi<strong>de</strong>ração das relações entre ontogênese e filogênese na evolução biológica: seu erro não teriasido afirmar a heterocronia enquanto tal – afinal, trata-se <strong>de</strong> um fenômeno bem conhecido edocumentado, essencial para a evolução das espécies –, mas sim sustentar que a heterocroniaocorre só no sentido da aceleração do <strong>de</strong>senvolvimento (pois, segundo Lei <strong>de</strong> Haeckel, o quehoje são características embrionárias dos organismos no passado foi próprio <strong>de</strong> suas formasadultas), quando ela po<strong>de</strong> envolver também a <strong>de</strong>saceleração. Além disso, Haeckel teriasustentado que a heterocronia envolve sempre, maciçamente, o organismo como um todo,enquanto que, na verda<strong>de</strong>, ela po<strong>de</strong> afetar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente, acelerando ou <strong>de</strong>sacelerando, o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> características isoladas. Feitas essas correções, a Lei <strong>de</strong> Hackel po<strong>de</strong>ria seraceita como a expressão <strong>de</strong> uma das possibilida<strong>de</strong>s da heterocronia e consi<strong>de</strong>rada, com essasrestrições, como compatível com o estágio atual do conhecimento biológico. Essas consi<strong>de</strong>raçõessão importantes, porque o recurso freudiano à Lei <strong>de</strong> Hackel tem sido freqüentemente alegadocomo uma das razões pelas quais as formulações metapsicológicas não po<strong>de</strong>riam ser sustentadasnum sentido biológico literal.Portanto, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> pulsão propostas por Freu<strong>de</strong>m seus escritos metapsicológicos, enfatizando o papel que po<strong>de</strong>m ter <strong>de</strong>sempenhado no<strong>de</strong>senvolvimento evolutivo da espécie humana, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os pontos <strong>de</strong> vista ontogenético efilogenético. Visa, ainda, contrapor a visão da evolução humana presente na biologiaevolucionária contemporânea e avaliar o seu grau <strong>de</strong> convergência possível com as tesesfreudianas. Uma ênfase maior será dada àquilo que, na obra <strong>de</strong> Freud, permite uma aproximaçãocom as teorizações evolucionárias em torno do fenômeno da heterocronia, com <strong>de</strong>staque para orecurso freudiano à chamada Lei <strong>de</strong> Haeckel (ou da recapitulação).Bauru, <strong>2012</strong>


Página154CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Desta maneira, do ponto <strong>de</strong> vista metodológico, este é um estudo epistemológico queprocura, primeiro, analisar, no âmbito interno <strong>de</strong> uma teoria, o sentido <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seusconceitos fundamentais e, <strong>de</strong>pois, empreen<strong>de</strong>r uma análise comparativa, buscando estabelecerrelações entre os termos <strong>de</strong> dois discursos teóricos distintos, porém relacionados, a fim <strong>de</strong> obter,<strong>de</strong>ntro das limitações <strong>de</strong> uma trabalho <strong>de</strong>sta natureza, um maior esclarecimento <strong>de</strong> suasimplicações e do seu papel relativo na formulação <strong>de</strong> uma teoria abrangente da ação humana<strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma perspectiva naturalista.Até o presente momento po<strong>de</strong>mos ressaltar, como ja foi <strong>de</strong>monstrado por Ritvo, em 1992,a relação estreita e o gran<strong>de</strong> apreço que Freud <strong>de</strong>monstrava pela teoria Darwinista e como ela oinspirou e o guiou através <strong>de</strong> muitos momentos <strong>de</strong> seu pensamento. Freud teve principalmente ocontato com as teorias evolutivas darwinistas através <strong>de</strong> seu maior expoente na Alemanha,Haeckel. Através da pesquisa bibliográfica foi possivel observar uma relação direta dapsicanalise com a teoria da recapitulação porposta por Haeckel, em muitos momentos Freud fazparalelos entre a observação dos momentos referentes ao aparecimento das neuroses com a teoriarecapitulacionista além <strong>de</strong> ser um gran<strong>de</strong> argumento em favor da compulsão a repetição. Aspulsões <strong>de</strong> vida e morte, em especial para Freud, como bem <strong>de</strong>finido em Além do Principio doPrazer(1920), são duas forças selecionadas naturalmente e sua relação com a recapitulação éclara. Em alguns momentos, como no textos “ uma fantasia filogenética”, é possivel observarque Freud vai além, buscando resposta na filogenia para o dsenvolvimento psicossexual doindividuo, remontando uma história e o valor evolutivo <strong>de</strong> cada neurose como função <strong>de</strong>sobrevivencia em algum momento da história humana. Vemos então que a partir <strong>de</strong> todas essasreferencias do próprio Freud se torna possivel uma nova observação da visão recapitulacionista,relacionando tais aspectos com o que Gould trouxe em seu livro Ontogênese e filogênese (1977).De acordo com Gould os paralelos entre filogenia e ontogenia ainda são um dos gran<strong>de</strong>s temasda biologia evolucionária e, <strong>de</strong>sta maneira, a heterocronia se mostra como crucial para umentendimento da regulação genética, a chave para qualquer reaproximação entre a biologiaBauru, <strong>2012</strong>


Página155CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>molecular e evolutiva. Gould argumenta, ainda, que o valor evolutivo primário da heterocroniapo<strong>de</strong> recair nas vantagens ecológicas imediatas da maturação vagarosa ou rápida, ao invés dasmudanças a longo prazo que as teorias anteriores proclamavam.Palavras Chave: Psicanálise, Evolução, Heterocrônia, Pulsão, Ontogênese, Filogênese.Referências Bibliográficas:FREUD, S. 1953-74: Standard Edition of the Complete Psychological Works of SigmundFreud (SE). 24 v. Tradução <strong>de</strong> James Strachey et al. London, The Hogarth Press.GOULD, S. J. The evolution of life on the earth. In The book of life. New York: W.W.Norton, 1993.GOULD, S. J. Ontogeny and phylogeny. Cambridge: Harward University Press, 1977.KANDEL, E. R., Psychiatry, psychoanalysis, and the new biology of mind. AmericanPsychiatric Pub. 2005.RITVO, L. B. A influência <strong>de</strong> Darwin sobre Freud. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Imago.1992.SULLOWAY, F.J. Freud, biologist of the mind: beyond the psychoanalytic legend, HarvardUniversity Press. 19925.SEXUALIDADE E ESCOLHA DE OBJETO NA TEORIA PSICANALÍTICAFREUDIANA E NAS TEORIAS BIOLÓGICAS DO COMPORTAMENTO HUMANOGuarnieri, Silvana 1 ; Simanke, Richard T. 1,21 Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Psicologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos;2 Departamento <strong>de</strong> Filosofia e Metodologia das <strong>Ciências</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São CarlosBauru, <strong>2012</strong>


Página156CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Apoio: FAPESPIntroduçãoGran<strong>de</strong>s pesquisadores na área <strong>de</strong> neurociências e ciências biológicas como Sulloway(1992) e Kan<strong>de</strong>l (2005), têm retomado a leitura da obra freudiana, buscando compreen<strong>de</strong>r seuautor como um homem <strong>de</strong> seu tempo, e formado nas teorias biológicas <strong>de</strong>senvolvidas em suaépoca, entre elas a teoria darwinista da evolução. A teoria freudiana buscou inicialmenteformular um mo<strong>de</strong>lo neurológico para o estudo do ser humano, observando o homem <strong>de</strong>ntro doseu aspecto individual e coletivo. Buscando compreen<strong>de</strong>r a base do funcionamento da mentehumana, Freud ampliou sua teoria para compreensão do homem <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seucomportamento enquanto indivíduo <strong>de</strong> uma espécie dotada <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para a cultura, masnem por isso <strong>de</strong>scolada <strong>de</strong> sua natureza biológica. Sua teoria é marcada, entre outras coisas, pelofim da <strong>de</strong>marcação entre loucura e sanida<strong>de</strong> ou normal e patológico. Ela rompe com diversosparadigmas <strong>de</strong> seu tempo, <strong>de</strong>sconstruindo a relação racional entre o eu e o mundo, com a criaçãodo conceito <strong>de</strong> inconsciente. Além disso, com o <strong>de</strong>senvolvimento da teoria das pulsões, exclui aidéia <strong>de</strong> que o homem possa controlar plenamente seus atos, sem ser influenciado pela sua basebiológica e estrutural.No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus conceitos teóricos, Freud não hesita em usar termos eestabelecer relações com as ciências biológicas, <strong>de</strong>stacando que a psicanálise por si só nãoencontrará subsídios para explicações <strong>de</strong> alguns fenômenos, como po<strong>de</strong> ser constatado,exemplarmente, em Além do Principio do Prazer (Freud, 1920). No entanto, a popularização daescola francesa rumou os estudos freudianos para um viés mais lingüístico e antropológico doque biológico o que refletiu em diversas divergências <strong>de</strong> interpretação dos textos freudianos quelevaram a um distanciamento do viés naturalista. Muito po<strong>de</strong> ser discutido e <strong>de</strong>batido a respeitodas consequências <strong>de</strong>ste distanciamento ou sobre a legitimida<strong>de</strong> do naturalismo nas obrasfreudianas, mas este texto não tem como objetivo se aprofundar nessas discussões, retomamosBauru, <strong>2012</strong>


Página157CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>aqui uma perspectiva naturalista da obra freudiana para abordar alguns pontos em que osconceitos <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> objeto permitem estabelecer relações <strong>de</strong> convergênciacom as ciências biológicas.Em sua principal obra a respeito do tema, os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualida<strong>de</strong>(1905), Freud traz à discussão o caráter normal ou patológico (perverso) que po<strong>de</strong> ser atribuído àsexualida<strong>de</strong>, relacionando-os ao que era então estabelecido como uma norma social erecolocando em discussão se o comportamento sexual po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como tendo por objetivoexclusivo a reprodução. Ele aponta como, uma vez que seja assumida essa restrição dasexualida<strong>de</strong> à relação genital heterossexual, uma enorme gama <strong>de</strong> comportamentos geralmenteconsi<strong>de</strong>rados como patologias sexuais não po<strong>de</strong>riam, em sentido estrito ser sequer consi<strong>de</strong>radocomo sexuais. Freud <strong>de</strong>tecta como que uma contradição interna nas teorias da época entre aintensão do conceito <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> (que a equipara à reprodução) e a sua extensão (que o aplicaàs perversões).Assim, Freud se empenha numa verda<strong>de</strong>ira re<strong>de</strong>finição do próprio conceito <strong>de</strong>sexualida<strong>de</strong>, procurando <strong>de</strong>monstrar que a mesma não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida por um objetobiologicamente a<strong>de</strong>quado (uma vez que o mesmo po<strong>de</strong> variar enormemente, como o <strong>de</strong>monstramas perversões), mas sim, em última instância pela sua meta <strong>de</strong> prazer: o que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificadocomo sendo comum aos mais diversos aspectos da sexualida<strong>de</strong> seria a busca e a obtenção doprazer, que é <strong>de</strong>scrita inicialmente como sendo auto-erótica, on<strong>de</strong> todo o corpo po<strong>de</strong> servirtualmente explorado como uma zona erógena. Apenas ao longo <strong>de</strong> seu o <strong>de</strong>senvolvimento, asexualida<strong>de</strong> seria direcionada para seus diferentes objetos. Logo, para Freud, o <strong>de</strong>svio em relaçãoao objeto a<strong>de</strong>quado à reprodução não caracteriza uma patologia, mas sim uma diferenciação ouuma variação <strong>de</strong>ntro comportamento sexual médio da espécie.Neste momento histórico, a ciência e a medicina da sexualida<strong>de</strong> ainda eramextremamente enviesadas pela busca do estabelecimento <strong>de</strong> normas que regulassem a vida social<strong>de</strong> acordo com os valores vigentes. Por isso, para muitos intérpretes posteriores, essa obraBauru, <strong>2012</strong>


Página158CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>freudiana assumiu um caráter libertário e, ao mesmo tempo, foi consi<strong>de</strong>rada o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo umaruptura entre o humano e o animal, <strong>de</strong> tal maneira que ela se afastaria <strong>de</strong> toda e qualquerconcepção naturalista do homem e da ciência. Para tal visão da psicanálise, o fato da sexualida<strong>de</strong>não ter como objetivo a reprodução seria indicador <strong>de</strong> um comportamento sem função biológicae exclusivo da espécie humana. Porém, po<strong>de</strong>mos encontrar nas teorias biológicas da sexualida<strong>de</strong>afirmações que claramente convergem com as posições freudianas. Wilson (1978), afirma que aevolução po<strong>de</strong>ria ter encontrado maneiras muito mais eficientes para a reprodução do que os“complicados rituais <strong>de</strong> acasalamento e fecundação”, salientando que a complexida<strong>de</strong> dasexualida<strong>de</strong> humana ressalta que a reprodução não seria seu objetivo primordial.Como apontado por Wilson, outros estudos da sociobiologia parecem ir ao encontro da<strong>de</strong>finição freudiana da sexualida<strong>de</strong> na espécie humana, relevando, como foi apontado, que, se osexo tivesse como único objetivo a reprodução, não teria evoluído da maneira como evoluiu.Outros estudos mais atuais, como o <strong>de</strong> Diamond (1993), irão apontar como o comportamentosexual se <strong>de</strong>senvolveu na espécie humana, assim como em todas as outras espécies, visandomelhorar sua adaptação ao ambiente. O autor <strong>de</strong>staca que os órgãos sexuais se <strong>de</strong>senvolvemjuntamente com os hábitos sociais e o ciclo <strong>de</strong> vida da espécie, que a seu passo são adaptados aoshábitos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> comida. Especificamente em relação ao homem, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que aevolução dos órgãos sexuais está inter-relacionada com a evolução do uso <strong>de</strong> ferramentas e comas práticas <strong>de</strong> cuidados com as crianças.Portanto, as peculiarida<strong>de</strong>s do comportamento humano, o comportamento sexual semobjeto <strong>de</strong>finido, aparentemente tão diferente dos outros animais, evoluiu sob as mesmas pressõesseletivas que <strong>de</strong>terminaram o surgimento das <strong>de</strong>mais características morfológicas ecomportamentais humanas, tal como ocorre com as <strong>de</strong>mais espécies. Po<strong>de</strong>-se, assim, sustentarque a espécie humana não se diferencia absolutamente <strong>de</strong> todas as outras por ter <strong>de</strong>senvolvidohábitos específicos na sua vida sexual, mas compartilha peculiarida<strong>de</strong>s comportamentais queBauru, <strong>2012</strong>


Página159CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>estão presentes em todas as espécies, seja em seus comportamentos sexuais, sociais ou <strong>de</strong>alimentação.Assim, visando investigar mais a fundo dados sobre a sexualida<strong>de</strong> humana nas ciênciasbiológicas e as suas possíveis correlações com pontos centrais na teoria freudiana - como ocomplexo <strong>de</strong> Édipo, narcisismo, fetichismo, entre outros temas que compõem o conceito <strong>de</strong>sexualida<strong>de</strong> – esse trabalho se apresenta com o seguinte objetivo: <strong>de</strong>screver, analisar e avaliar ograu <strong>de</strong> convergência entre a concepção psicanalítica freudiana e a concepção biológica arespeito da sexualida<strong>de</strong> e sobre a questão <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> objeto.MétodoEstudo teórico, <strong>de</strong> feitio epistemológico que busca realizar uma análise comparativaconstruída através das etapas: 1- levantamento na obra freudiana dos textos on<strong>de</strong> se encontramquestões diretas ou indiretas a respeito da conceituação <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> e da escolha <strong>de</strong> objeto,visando <strong>de</strong>limitar a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sexualida<strong>de</strong> e as questões apontadas por Freud em relação aescolha <strong>de</strong> objeto; 2- Análise das obras <strong>de</strong>ntro da área das ciências biológicas, buscando asprincipais obras referentes à comportamento sexual, evolução das espécies, e a escolha <strong>de</strong> objeto,em trabalhos já conceituados e pesquisas recentes; 3- A partir das <strong>de</strong>finições compiladas analisara concepção da sexualida<strong>de</strong> e dos comportamentos <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> parceiros, <strong>de</strong> maneira tal aestabelecer um paralelo com sua história evolutiva, buscando as convergências com os estudospsicanalíticos compilados anteriormente.Discussão e ResultadosO presente trabalho encontra-se na fase inicial <strong>de</strong> análise. Até o momento os dadoscoletados indicam algumas relações <strong>de</strong> convergência entre psicanálise e teorias biológicas docomportamento humano. Estudos <strong>de</strong> Diamond (1993) <strong>de</strong>monstraram que há uma gran<strong>de</strong>similarida<strong>de</strong> dos parceiros com familiares; um homem heterossexual será atraído por parceirasBauru, <strong>2012</strong>


Página160CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>com traços físicos similares aos <strong>de</strong> sua família, porém não próximos <strong>de</strong>mais, a ponto <strong>de</strong> quepossa ser confundida com um <strong>de</strong> seus familiares. Essa constatação está <strong>de</strong> acordo com o que se<strong>de</strong>veria esperar <strong>de</strong> uma tendência comportamental que evoluiu através da seleção natural, talcomo concebida pelo neodarwinismo contemporâneo. Tal fato po<strong>de</strong> indicar, uma espécie <strong>de</strong>tensão biológica entre uma tendência a acasalar com parceiros geneticamente semelhantes e olimite imposto a essa tendência, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que ela se torne <strong>de</strong>sadaptativa, caso seimponha além <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado ponto. Essa questão é trabalhada, à sua maneira, também porFreud, sobretudo na sua teorização sobre o Complexo <strong>de</strong> Édipo. Ele <strong>de</strong>monstra aí que as relaçõesdo individuo com seus familiares (sejam consanguíneos ou não) influenciam e são <strong>de</strong>terminantespara o <strong>de</strong>senvolvimento da sua vida sexual adulta. Por um lado, as relações parentais fornecemos mo<strong>de</strong>los para as escolhas <strong>de</strong> objeto futuras; por outro, há um conflito inerente a essasescolhas, institucionalizado, por exemplo, pelos tabus relativos ao incesto, cuja expressão socialFreud explorou intensamente na formulação <strong>de</strong> sua teoria do Édipo. Para a formulação doComplexo <strong>de</strong> Édipo, Freud percorreu um caminho buscando justamente enten<strong>de</strong>r como seestabelecia o tabu do incesto sexual na socieda<strong>de</strong>, assim como a forma pela qual é introduzido no<strong>de</strong>senvolvimento infantil o conceito <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> que permite que convivamos <strong>de</strong> maneirasocial e civilizada. Esta po<strong>de</strong>ria ser, assim, interpretada como uma construção clínica eespeculativa que <strong>de</strong>screve as conseqüências psíquicas <strong>de</strong> uma tensão biológica <strong>de</strong> base, que é,por sua vez, abordada a seu modo pela biologia evolucionária.ConclusõesOs resultados iniciais indicam que para a psicanálise, a sexualida<strong>de</strong> humana não temcomo objetivo principal a reprodução, porém este fato não nos afasta das concepções biológicasda sexualida<strong>de</strong>, como é apontado por diversos teóricos da biologia e ao contrário <strong>de</strong> uma visãobastante difundida <strong>de</strong>ntro dos meios psicanalíticos. Haveria, portanto, complementarida<strong>de</strong> entreas duas teorias, em vez da incompatibilida<strong>de</strong> que é mais frequentemente apontada. Observa-seBauru, <strong>2012</strong>


Página161CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>que a questão <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> objetos perpassa temas centrais da psicanálise, <strong>de</strong> maneira queinvestigar mais a fundo as possíveis relações com as teorias biológicas do comportamentopermitirá levantar importantes dados para melhor compreensão do fenômeno em si e das teoriasenvolvidas.Palavras-chave: sexualida<strong>de</strong>, psicanálise freudiana, sociobiologia.Referências Bibliográficas:DIAMOND, J. Por quê o sexo é divertido?- A evolução da sexualida<strong>de</strong> humana. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Rocco, 1993.FREUD, S. (1905). Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualida<strong>de</strong>. In: FREUD, S. Um Caso <strong>de</strong>Histeria, Três Ensaios sobre a Sexualida<strong>de</strong> e outros trabalhos. ESB Vol VII. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Imago, 1977, pp. 123-252._________ (1914). Sobre o Narcisismo: Uma Introdução. In: FREUD, S. A História doMovimento Psicanalítico, Artigos sobre Metapsicologia e outros trabalhos. ESB Vol XIV. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Imago, 1996, pp. 81-108._________ (1924) A Dissolução do Complexo <strong>de</strong> Édipo. In: FREUD, S. Um EstudoAutobiográfico,Inibição, Sintoma e Angústia, Análise Leiga e outros trabalhos. ESB Vol XX.Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1974, pp. 165-175._________ (1927). O Fetichismo. In: FREUD, S. Um Estudo Autobiográfico, Inibição, Sintomae Angústia, Análise Leiga e outros trabalhos. ESB Vol XX. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1974, pp.175-185.KANDEL, E. R. Psychiatry, psychoanalysis, and the new biology of mind. Washington , DC :American Psychiatric Publishing, Inc., 2005.ROUDINESCO, E. A parte obscura <strong>de</strong> nós mesmos: uma história dos perversos. JorgeZahar, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2007.Bauru, <strong>2012</strong>


Página162CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>SULLOWAY, F.J. Freud, biologist of the mind: beyond the psychoanalytic legend. HarvardUniversity Press, 1992WILSON, E.O, (1978). Da natureza humana. São Paulo, EDUSP, 1981.SALA 841.COISAS DE MACHO? A CONSTRUÇÃO DO HOMEM HETEROSSEXUAL NAREVISTA PLAYBOYFlávio Henrique Firmino; Ana Cláudia Bortolozzi Maia; Marcela PastanaDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, UNESP, PIBIC/CNPQ.IntroduçãoEm contraposição à i<strong>de</strong>ia da heterossexualida<strong>de</strong> enquanto a expressão natural dasexualida<strong>de</strong> humana, que é constantemente reiterada em nosso cotidiano, alguns autoresdiscutem a sexualida<strong>de</strong> enquanto construção social (BRITZMAN, 2010; LOURO, 1997;PARKER, 2010; WEEKS, 2010). Para Richard Parker (2010, p.96), “todos os machos e fêmeasbiológicos <strong>de</strong>vem ser submetidos a um processo <strong>de</strong> socialização sexual no qual noçõesculturalmente específicas <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> e feminilida<strong>de</strong> são mo<strong>de</strong>ladas ao longo da vida”.Desta forma, tanto nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero quanto a sexual estão profundamente interrelacionadas(LOURO, 1997) e são constantemente construídas e reelaboradas. No entanto, <strong>de</strong>acordo com Débora Britzman (2010) a socieda<strong>de</strong> busca fixar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> masculina oufeminina que seja normal e duradoura, articulando as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gênero “normais” a umúnico mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual: a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> heterossexual.Bauru, <strong>2012</strong>


Página163CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>O gênero e a sexualida<strong>de</strong> dos sujeitos do sexo biológico masculino, particularmente,passam por um processo <strong>de</strong> intensa regulação e vigilância (NOLASCO, 1995), em um controlesocial em que o menino cresce acreditando que <strong>de</strong>verá se tornar forte, viril e conquistador(NOLASCO, 1993). Neste processo, a representação masculina se constrói por intermédio daeliminação dos elementos femininos (NOLASCO, 2001) a partir do que Michael Kimmel (1997)chamou <strong>de</strong> masculino enquanto fuga do feminino. De acordo com este autor a masculinida<strong>de</strong>seria o repúdio implacável do feminino, construída a partir <strong>de</strong> comportamentos por vezesagressivos contra mulheres e homossexuais, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar fronteiras claras com aalterida<strong>de</strong>.Adriane Peixoto Câmara (2007) estudou a revista Sexy enquanto um roteiro para amasculinida<strong>de</strong> heterossexual. Ao argumentar que esta é construída culturalmente e orientadapelos roteiros disponíveis no mercado, afirma que a revista estabelece com o leitor masculinouma relação pedagógica sobre o que é ser um homem heterossexual. Neste estudo verificou que arevista produz e reproduz a posição <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> em relação à parceira, a valorização do sexofortuito e o caráter enfadonho dos relacionamentos estáveis, entre outros comportamentos.Outros estudos também i<strong>de</strong>ntificam a manutenção <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> em revistas parao público heterossexual masculino (AZEVEDO, 2010; MATTA-MACHADO, 2005;PASTANA, 2011), atentando para a reprodução das relações <strong>de</strong>siguais entre os gêneros nasocieda<strong>de</strong>, marcadas muitas vezes pela misoginia, homofobia e violência entre os homensheterossexuais.Neste sentido, i<strong>de</strong>ntificar quais comportamentos tidos como naturalmente masculinos sãovalorizados na mídia magazine voltada ao público masculino heterossexual torna-se importantepara compreen<strong>de</strong>r que tipo <strong>de</strong> homem está sendo formado, além <strong>de</strong> possibilitar elementos para adiscussão sobre a forma como a dominação masculina e a subordinação feminina sãocotidianamente reiteradas.Bauru, <strong>2012</strong>


Página164CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Objetivos- I<strong>de</strong>ntificar na revista Playboy que formas <strong>de</strong> ser, agir, pensar e <strong>de</strong>sejar são valorizadas erepresentadas como a<strong>de</strong>quadas e positivas para o homem heterossexual;- I<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong> que forma ocorre na revista Playboy a produção e reprodução das relações <strong>de</strong>dominação masculina e subordinação feminina.MétodoEsta é uma pesquisa qualitativo-<strong>de</strong>scritiva, tipo documental (SPATA, 2005). Serãoanalisadas as sessões “Entrevista”, “Playboy Respon<strong>de</strong>” e “As Piadas da Playboy”, além <strong>de</strong>anúncios publicitários, <strong>de</strong> oito exemplares do ano <strong>de</strong> 2010 da revista Playboy. Os dadoslevantados serão agrupados em categorias <strong>de</strong> análise e então interpretados e discutidos,seguindo-se o procedimento da Análise <strong>de</strong> Conteúdo (BARDIN, 1977).Resultados Preliminares e DiscussãoOs dados levantados e apontados aqui serão agrupados em categorias <strong>de</strong> análise, paraentão serem interpretados e discutidos em profundida<strong>de</strong>. Neste momento da pesquisa, aindaincipiente, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar alguns aspectos que serão posteriormente explorados.Foi possível i<strong>de</strong>ntificar na revista Playboy a reiteração dos padrões <strong>de</strong> gênero enquantobinários, cristalizados e imutáveis. O <strong>de</strong>sejo sexual aparece como essencialmente masculino eintenso, enquanto o <strong>de</strong>sejo feminino é condicionado por ele. Naomi Wolf (1998) discute oquanto, na educação feminina, o <strong>de</strong>sejo masculino é visto como forte e irrefreável, enquanto o<strong>de</strong>sejo feminino é invisibilizado. Desta forma, até mesmo o <strong>de</strong>sejo feminino é reiterado comosubordinado ao <strong>de</strong>sejo masculino.Atributos como praticida<strong>de</strong>, estilo, sofisticação, <strong>de</strong>safio, sedução e ousadia sãorelacionados aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> valorizados. Todos estes aspectos, que sãovinculados à publicida<strong>de</strong>, são <strong>de</strong> acordo com Marina Castañeda (2007) vinculados à imagem doBauru, <strong>2012</strong>


Página165CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>homem “bem-sucedido”. Na legitimação <strong>de</strong>ste status <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> as mulheres jovens ebonitas contribuem tanto como carros e outros artigos <strong>de</strong> luxo, ou seja: aparecem como objetos<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r masculino.ConclusãoOs mo<strong>de</strong>los normativos <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> encontrados nos levam a questionar apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enquadramento dos homens concretos nestes padrões tão abstratos. Além disso,se consi<strong>de</strong>rarmos os sentimentos <strong>de</strong> angústia que tais padrões (por vezes inalcançáveis)produzem nos homens, vale consi<strong>de</strong>rar que o inimigo a ser vencido não é a masculinida<strong>de</strong>, mascerta <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> que se constitui como a base do machismo (CASTAÑEDA,2007). Esta <strong>de</strong>finição mantém a distância e, consequentemente, a incompreensão e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>em relação à feminilida<strong>de</strong>.Devemos então <strong>de</strong>sconstruir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mais tenra ida<strong>de</strong>, a dicotomia masculino-femininoque a educação se encarrega <strong>de</strong> reproduzir. Projetos <strong>de</strong> educação sexual que se comprometam em<strong>de</strong>monstrar que cada pólo – masculino e feminino – supõe e contém o outro <strong>de</strong>vem serestimulados a fim <strong>de</strong> se superar os mo<strong>de</strong>los tradicionais <strong>de</strong> educação, que terminam porreproduzir estereótipos e relações <strong>de</strong>siguais. Nestes projetos a consciência crítica <strong>de</strong>ve serestimulada, para garantir que roteiros comportamentais sejam lidos criticamente.Palavras-chave: gênero; masculinida<strong>de</strong>; Playboy.Referências:AZEVEDO, Flávia Amaral <strong>de</strong> Oliveira. Uma Leitura Queer da Revista Junior. Monografia –Departamento <strong>de</strong> Sociologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos, São Carlos, 2010.BARDIN, Laurence. Análise <strong>de</strong> Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.Bauru, <strong>2012</strong>


Página166CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>BRITZMAN, Debora. Curiosida<strong>de</strong>, sexualida<strong>de</strong> e currículo. In: LOURO, Guacira Lopes (org.).O Corpo Educado: Pedagogias da sexualida<strong>de</strong>. Tradução: Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva. 3 ed. BeloHorizonte: Autêntica Editora, 2010.CÂMARA, Adriane Peixoto. Gênero e Sexualida<strong>de</strong> na Revista Sexy: Um roteiro para amasculinida<strong>de</strong> heterossexual. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado apresentada ao Programa <strong>de</strong> PósGraduação em Educação da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Educação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> doSul sob a orientação da Professora Doutora Jane Felipe <strong>de</strong> Souza. Porto Alegre, 2007.CASTAÑEDA, Marina. A Experiência Homossexual: Explicações e conselhos para oshomossexuais, suas famílias e seus terapeutas. São Paulo: A Girafa Editora, 2007.KIMMEL, Michael S. Homofobia, Temor, Vergüenza y Silencio en La I<strong>de</strong>ntidad Masculina.Em: Teresa Val<strong>de</strong>s e José Ollavarria (orgs.). Masculinida<strong>de</strong>s: Po<strong>de</strong>r y crisis. Santiago do Chile:FLACSO – Ediciones <strong>de</strong> las Mujeres, 1997.LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualida<strong>de</strong> e Educação: Uma perspectiva pós-estruturalista.Petrópolis: Vozes, 1997.LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da Sexualida<strong>de</strong>. In: LOURO, Guacira Lopes (org.). OCorpo Educado: Pedagogias da sexualida<strong>de</strong>. Tradução: Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva. 3 ed. BeloHorizonte: Autêntica Editora, 2010.MATTA-MACHADO, Ana Carolina da. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Estilos <strong>de</strong> Vida nas Revistas Masculinas:Uma questão <strong>de</strong> gênero. XXVIII Congresso Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong> da Comunicação (UERJ),Rio <strong>de</strong> Janeiro, setembro <strong>de</strong> 2005.NOLASCO, Sócrates. A Desconstrução do Masculino: Uma contribuição crítica à análise <strong>de</strong>gênero. In: NOLASCO, Sócrates (Org.). A Desconstrução do Masculino. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Rocco, 1995.NOLASCO, Sócrates. De Tarzan a Homer Simpson: Banalização e violência masculina emsocieda<strong>de</strong>s contemporâneas oci<strong>de</strong>ntais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 2001.NOLASCO, Sócrates. O Mito da Masculinida<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 1993.Bauru, <strong>2012</strong>


Página167CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>PARKER, Richard. Cultura, Economia Política e Construção Social da Sexualida<strong>de</strong>. In:LOURO, Guacira Lopes. (org.) O Corpo Educado: Pedagogias da sexualida<strong>de</strong>. Tradução:Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.PASTANA, Marcela; MAIA, Ana Cláudia Bortolozzi. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Padrões Normativos <strong>de</strong>Masculinida<strong>de</strong> na Revista Playboy: Contribuições para a atuação em projetos <strong>de</strong> educaçãosexual. In: VI Encontro Iberoamericano <strong>de</strong> Educação, 2011, Araraquara. VI EncontroIberoamericano <strong>de</strong> Educação Sexual, 2011.SPATA, Andrea. Métodos <strong>de</strong> Pesquisa: Ciência do comportamento e diversida<strong>de</strong> humana.Tradução <strong>de</strong> ªB. Pinheiro <strong>de</strong> Lemos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: LTC, 2005.WEEKS, Jeffrey. O corpo e a sexualida<strong>de</strong>. In: LOURO, Guacira Lopes (org.). O CorpoEducado: Pedagogias da sexualida<strong>de</strong>. Tradução: Tomaz Ta<strong>de</strong>u da Silva. 3 ed. Belo Horizonte:Autêntica Editora, 2010.WOLF, Naomi. Promiscuida<strong>de</strong>s: A luta secreta para ser mulher. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 1998.2.A INFLUÊNCIA DO SEXO DO BEBÊ NOS ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAISLuiza Calori Domingues; Olga Maria Piazetin Rolim Rodrigues; Bárbara Camila <strong>de</strong> CamposDepartamento <strong>de</strong> Psicologia, <strong>Unesp</strong> Bauru, Proex, Fapesp.IntroduçãoAs práticas educativas <strong>de</strong> mães e pais possuem uma função primordial no<strong>de</strong>senvolvimento das crianças e uma estreita relação com os seus repertórios comportamentais.As formas como eles interagem e educam seus filhos po<strong>de</strong>m, tanto promover comportamentossocialmente a<strong>de</strong>quados, como favorecer o surgimento e/ou manutenção <strong>de</strong> comportamentosBauru, <strong>2012</strong>


Página168CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>ina<strong>de</strong>quados (SILVA; MARTURANO, 2002). Cia, DÁffonseca e Barham (2004) estudaram oimpacto da freqüência <strong>de</strong> envolvimento paterno sobre o <strong>de</strong>sempenho acadêmico <strong>de</strong> criançasescolares e observaram que, quanto maior a comunicação entre pai e filho, melhor o <strong>de</strong>sempenhodas crianças em escrita e leitura. Baseando-se no estilo e nas práticas educativas parentais,Gomi<strong>de</strong> (2006) propôs um Inventário <strong>de</strong> Estilos Parentais com o objetivo <strong>de</strong> realizar odiagnóstico <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> não-risco social.Em caso <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> risco social, é possível a implementação <strong>de</strong> intervenções e,posteriormente, a avaliação <strong>de</strong> mudanças. A i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>scrição das práticas parentais queestão presentes no repertório <strong>de</strong> pai <strong>de</strong> risco, se i<strong>de</strong>ntificados precocemente, ampliarão oconhecimento que se tem a esse respeito e po<strong>de</strong>rão ajudar na elaboração <strong>de</strong> projetos visando aorientação <strong>de</strong> pais e mães com relação ao seu comportamento parental.ObjetivosO presente estudo teve como objetivo geral, a i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>scrição dos estilos epráticas educativas <strong>de</strong> pais <strong>de</strong> bebês, consi<strong>de</strong>rando o sexo. Como objetivos específicos preten<strong>de</strong>:a) avaliar os estilos parentais <strong>de</strong> pais <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> até 12 meses; b) avaliar as práticas parentais <strong>de</strong>pais <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> até 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e, c) verificar se há diferença entre os estilos e as práticasparentais paternas com relação ao sexo dos bebês.MétodoA amostra foi composta por 33 pais <strong>de</strong> bebês, sendo que <strong>de</strong>stes 18 são do sexo feminino e13 do sexo masculino.Utilizou-se para avaliar as práticas parentais <strong>de</strong> pais <strong>de</strong> bebês o Inventário <strong>de</strong> EstilosParentais para Pais e Mães <strong>de</strong> Bebês (IEPPMB), adaptado <strong>de</strong> Gomi<strong>de</strong> (2006).O presente projeto foi submetido ao Comitê <strong>de</strong> Ética da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>, daUNESP, Bauru, SP (Proc. Nº 1209/46/01/11). Para a coleta dos dados foram tomadas todas asBauru, <strong>2012</strong>


Página169CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>providências cabíveis por ocasião do convite para a participação neste projeto, <strong>de</strong> acordo com aresolução do CONEP, <strong>de</strong> 1996. A partir do aceite e redimidas todas as dúvidas, as participantesou seus responsáveis assinaram o Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida,individualmente, respon<strong>de</strong>ram ao IEPPMB.Resultados e DiscussõesOs resultados mostraram diferenças nas práticas educativas parentais entre pais <strong>de</strong> bebês<strong>de</strong> até 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, em relação ao sexo dos bebês conforme mostra a Tabela 1. Na práticaNegligência enquanto a média dos pais <strong>de</strong> meninos foi 2 (MD=2; DP=0,89), enquanto o <strong>de</strong>meninas foi <strong>de</strong> 1,87 (MD=2; DP= 1,21). Na prática <strong>de</strong> Disciplina Relaxada, a média dos pais <strong>de</strong>meninos também foi maior em comparação ao segundo grupo, enquanto no primeiro a média foi<strong>de</strong> 4,33 (MD=4; DP= 1,38) a do segundo foi <strong>de</strong> 2,93 (MD=2; DP=2,05). Enquanto em PuniçãoInconsistente os pais <strong>de</strong> meninos apresentaram média <strong>de</strong> 1,33 (MD=1; DP=1,26) os pais <strong>de</strong>meninas apresentaram média <strong>de</strong> 0,8(MD=0; DP=0,85). N prática <strong>de</strong> Abuso Físico mais uma vezao pais dos meninos apresentaram média superior aos pais das meninas, com 0,28 (MD=0; DP=0,44) enquanto o segundo grupo consiste em média 0,07(MD=0; DP=012). Nas práticaspositivas, os pais <strong>de</strong> meninos possuem média inferior aos pais <strong>de</strong> meninas, com 8,61 (MD=9;DP=1,10), comparado a 8,93 (MD=0; DP=0,91) dos pais <strong>de</strong> meninas.Em relação aos Estilos Parentais, A média dos pais <strong>de</strong> bebês no geral foi <strong>de</strong> 10,65(MD=10,5; DP= 4,91), consi<strong>de</strong>rado um Estilo Parental Bom com média alta. Ao dividir aamostra em dois grupos, <strong>de</strong> acordo com o sexo dos bebês, pu<strong>de</strong>mos observar uma diferença nosdados obtidos. Os pais <strong>de</strong> meninas apresentaram uma média <strong>de</strong> IEPs maior que a dos pais dosmeninos, tendo o primeiro grupo média <strong>de</strong> 12,94 (MD= 12,6; DP= 5), o que é consi<strong>de</strong>rado umEstilo Parental ótimo, enquanto o segundo grupo (pais <strong>de</strong> meninos) obteve média <strong>de</strong> 8,75 (MD=9,6; DP= 4,96), caracterizando-os como Estilo Parental Bom.Bauru, <strong>2012</strong>


Página170CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Em relação aos Estilos Parentais, da amostra toda, os dados mostram que 46% dos paisapresentaram Estilo Parental Ótimo, 39,4% apresentaram um Estilo Parental Bom, 9% Regular e6% <strong>de</strong> Risco.ConclusõesA partir dos dados, po<strong>de</strong>mos concluir que os pais <strong>de</strong> bebês do sexo feminino apresentamEstilos e Práticas parentais mais positivos que os pais <strong>de</strong> bebês do sexo masculino. Todavia,chamou a atenção o resultado em Disciplina Relaxada que foi a prática educativa negativapresente no resultado geral e para os dois sexos, porém, mais alto entre os pais <strong>de</strong> meninos.Enquanto Estilos Parentais, no geral, os pais <strong>de</strong> bebês apresentam um Estilo Parental Bom. Noentanto, consi<strong>de</strong>rando o sexo do bebê, o estilo parental <strong>de</strong> pais <strong>de</strong> meninos ficou na classificaçãoBom e o dos pais <strong>de</strong> meninas na classificação Ótimo. Estudos com populações maiores <strong>de</strong>vemser feitos para confirmar ou não os dados encontrados que po<strong>de</strong>rão subsidiar a implementação <strong>de</strong>intervenções pontuais junto a essa população, se necessário.Referências Bibliográficas:ALTAFIM, E.R.P. Mães adolescentes e estilo parental. Relatório final <strong>de</strong> Bolsista PIBIC/CNPq,não publicado, 2009.ALTAFIM, E.R.P; SCHIAVO, R.A; RODRIGUES,O.M.P.R. Práticas parentais <strong>de</strong> mãesadolescentes: um estudo exploratório. Temas sobre Desenvolvimento, 16(93), 2008.CIA, F., D’Affonseca, S.M., & Barham, E.J. A relação entre envolvimento paterno e<strong>de</strong>sempenho acadêmico dos filhos. Paidéia: Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Psicologia e Educação, 2004, 227-285.GOMIDE, P.I.C. Inventários <strong>de</strong> Estilos Parentais (IEP): mo<strong>de</strong>lo teórico, manual <strong>de</strong> aplicação,apuração e interpretação. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Vozes, 2006.Bauru, <strong>2012</strong>


Página171CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>PICCININI, C. A. ; FRIZZO, G. B. ; ALVARENGA, P. ; TUDGE, J. . Práticas educativas <strong>de</strong>pais e mães <strong>de</strong> crianças aos 18 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Psicologia. Teoria e Pesquisa, v. 23, p. 369-378,2007.TRINDADE, Z. A., ANDRADE, C. A. & SOUZA, J. Q. (1997). Papéis parentais erepresentações da paternida<strong>de</strong>: a perspectiva do pai. Psico, 28(1), 207- 222.3.PRESENÇA DE STRESS EM MÃES DE BEBÊS DE SEIS A 12 MESES DE IDADESária Cristina Nogueira; Mariana Biffi; Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues.Programa <strong>de</strong> Pós- Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem,<strong>Unesp</strong>- Bauru,FAPESP.IntroduçãoO stress, no contexto comportamental, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como uma alteração na relação doindivíduo com o ambiente, <strong>de</strong>vido a alterações ambientais aversivas, o que <strong>de</strong>mandará um novorepertório <strong>de</strong> comportamentos do sujeito. Caso o indivíduo não apresente respostascomportamentais adaptativas, o stress irá agravar-se (BANACO, 2005). Para o DSM-IV (2002) ostress consiste no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma ansieda<strong>de</strong> característica e sintomas dissociativos,além <strong>de</strong> redução da resposta emocional, ausência <strong>de</strong> prazer em ativida<strong>de</strong>s anteriormenteagradáveis e culpa na realização <strong>de</strong> tarefas habituais em suas vidas. Po<strong>de</strong> surgir nas situações <strong>de</strong>mudanças, que po<strong>de</strong>m gerar um estado <strong>de</strong> tensão emocional que afeta o indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndodo modo como ele percebe <strong>de</strong>terminada situação.Selye (1956, citado por CAMELO; ANGERAMI, 2004) <strong>de</strong>screveu três fases do stress, asaber: 1) fase <strong>de</strong> alarme, que se inicia quando a pessoa se <strong>de</strong>fronta com um evento estressor,Bauru, <strong>2012</strong>


Página172CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>havendo um <strong>de</strong>sequilíbrio homeostático levando o organismo a se preparar para "luta ou fuga". Éuma reação benéfica ao organismo à medida que o prepara para a ação em situações <strong>de</strong> urgência;2) fase <strong>de</strong> resistência, ocorre quando a fase <strong>de</strong> alerta persiste, <strong>de</strong>vido à longa duração ou à gran<strong>de</strong>intensida<strong>de</strong> do evento estressor e o organismo se utiliza das reservas <strong>de</strong> energia adaptativa, natentativa <strong>de</strong> reequilibrar-se. Se a reserva <strong>de</strong> energia adaptativa é suficiente, a pessoa se recupera esai do processo <strong>de</strong> stress; 3) fase da exaustão, que acontece quando o organismo encontra-seesgotado pelo excesso <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e pelo alto consumo <strong>de</strong> energia gasto na tentativa <strong>de</strong> buscaro restabelecimento do equilíbrio homeostático. Tal fase ocorre quando a resistência da pessoanão foi suficiente para lidar com a fonte <strong>de</strong> stress ou se houver, concomitantemente, a ocorrência<strong>de</strong> outros estressores (CAMELO; ANGERAMI, 2004; GOULART JR.; LIPP, 2008). Entretanto,Lipp (2000) <strong>de</strong>screveu uma fase intermediária, entre a fase <strong>de</strong> resistência e a <strong>de</strong> exaustão,<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> quase-exaustão. Essa fase caracteriza-se por um enfraquecimento da pessoa quenão está conseguindo adaptar-se ou resistir ao evento estressor, mas que ainda não tenha atingidoa exaustão completa.A literatura que aponta que uma das consequências do stress é que ele po<strong>de</strong> influenciar naspráticas parentais emitidas: pais estressados utilizam mais <strong>de</strong> práticas educativas negativas, comopunição inconsistente, negligência, disciplina relaxada, monitoria negativa e abuso físico(PINHEIRO, 2003; SABBAG, 2003). Além disso, o estudo <strong>de</strong> Patterson e cols. (1992) relatouque famílias mais estressadas ten<strong>de</strong>m ao risco <strong>de</strong> gerar filhos com comportamentos anti- sociais.Diante do exposto, enten<strong>de</strong>-se que a existência <strong>de</strong> indicadores emocionais maternos <strong>de</strong>stress, além <strong>de</strong> afetar a saú<strong>de</strong> mental das mães, ainda po<strong>de</strong> constituir-se como fator <strong>de</strong> risco parao <strong>de</strong>senvolvimento infantil, uma vez que comprometem as práticas parentais emitidas e a relaçãoentre a mãe e seu bebê.ObjetivosBauru, <strong>2012</strong>


Página173CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>O objetivo geral do presente trabalho consiste em <strong>de</strong>screver a presença e a ausência <strong>de</strong>sintomas <strong>de</strong> stress em mães <strong>de</strong> bebês com ida<strong>de</strong> entre seis e 12 meses. Preten<strong>de</strong>-se, ainda, comoobjetivos específicos, <strong>de</strong>screver as fases do stress em que as mães encontram-se, <strong>de</strong>lineando seos sintomas prevalentes são <strong>de</strong> âmbito físico ou psicológico.MétodoO presente projeto foi submetido ao Comitê <strong>de</strong> Ética da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong>, da UNESP,Bauru, SP, e as participantes assinaram um Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido, <strong>de</strong>acordo com a Resolução 196/96 do CONEP.Participaram do presente estudo 79 mães <strong>de</strong> bebês com ida<strong>de</strong> entre seis e 12 meses pelofato <strong>de</strong> que, nessa ida<strong>de</strong>, os bebês estão mais responsivos ao ambiente (sentam, engatinham,vocalizam com maior frequência e andam), <strong>de</strong>mandando maiores <strong>de</strong> cuidados e atenção por parte<strong>de</strong>las. Das mães participantes, 40 frequentam o projeto <strong>de</strong> extensão “Acompanhamento do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bebês: avaliação e orientação aos pais”, que funciona no Centro <strong>de</strong>Psicologia Aplicada, da UNESP, Bauru. As outras e 39 participantes respon<strong>de</strong>ram aoinstrumento da pesquisa nos Postos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> outro município <strong>de</strong> pequeno porte do interior doestado <strong>de</strong> São Paulo.A coleta <strong>de</strong> dados ocorreu em sala para atendimento individual, do Centro <strong>de</strong> PsicologiaAplicada (CPA), da UNESP, campus Bauru, bem como em sala <strong>de</strong> atendimento individual dosPostos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Angatuba.Os indicadores <strong>de</strong> stress foram avaliados pelo Inventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress paraAdultos <strong>de</strong> Lipp (ISSL) (LIPP, 2000), que foi validado em 1994 por Lipp e Guevara. Oinventário é composto por três quadros que se referem às quatro fases do stress, sendo que cadaquadro é composto por sintomas físicos e psicológicos que o respon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve assinalar casotenha-os experimentado, consi<strong>de</strong>rando as últimas 24 horas, a última semana e o último mês. Osdados permitem que sejam i<strong>de</strong>ntificadas: a) se a pessoa apresenta sintomas significativos <strong>de</strong>Bauru, <strong>2012</strong>


Página174CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>stress; b) em que fase do stress a pessoa se encontra e c) qual a sintomatologia mais presente:somática ou psicológica.Para se obter os dados do ISSL, foram seguidas todas as orientações existentes noInventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress para Adultos <strong>de</strong> Lipp (LIPP, 2000).ResultadosDas 36 mães <strong>de</strong> bebês com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seis, sete e oito meses (Grupo 1), 61% apresentaramindicadores <strong>de</strong> stress, enquanto que 39% não têm stress. Das 22 mães que têm indicadores <strong>de</strong>stress (61%), 73% estão nas fases <strong>de</strong> resistência, sendo que 10 apresentam predominância <strong>de</strong>sintomas psicológicos, três apresentam predominância <strong>de</strong> sintomas físicos e duas <strong>de</strong>lasapresentaram ambos os sintomas predominantes. Apenas uma mãe encontrou-se na fase <strong>de</strong>alerta, com predominância <strong>de</strong> sintomas psicológicos. Cinco mães (23%) encontraram-se na fase<strong>de</strong> quase- exaustão, sendo que quatro têm predominância <strong>de</strong> sintomas psicológicos e apenas umapredominância <strong>de</strong> sintomas físicos; apenas uma mãe se encontra na fase <strong>de</strong> exaustão, compredominância <strong>de</strong> sintomas psicológicos.Consi<strong>de</strong>rando as 43 mães <strong>de</strong> bebês <strong>de</strong> nove, <strong>de</strong>z, 11 e 12 meses (Grupo 2), observou-se que73% apresentaram stress, e 27% não tiveram stress. Das mães que apresentaram stress (73%),57% encontraram-se na fase <strong>de</strong> resistência, sendo cinco com predominância <strong>de</strong> sintomas físicos,quatro com predominância <strong>de</strong> sintomas psicológicos e três apresentam ambos os sintomas.Dessas mães, 33% encontram-se na fase <strong>de</strong> quase- exaustão (duas com predominância <strong>de</strong>sintomas físicos e oito com prevalência <strong>de</strong> sintomas psicológicos) e 10% na fase <strong>de</strong> exaustão(todas com predominância <strong>de</strong> sintomas psicológicos. Das mães <strong>de</strong> bebês com essa ida<strong>de</strong>,nenhuma encontrou-se na fase <strong>de</strong> alerta.DiscussãoBauru, <strong>2012</strong>


Página175CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>A maioria das mães (65%) dos dois grupos apresentaram estresse, sendo mais frequente(38%) entre as mães do Grupo 2 , com bebê mais velhos. Analisando o nível <strong>de</strong> estresse, as mãesdo Grupo 1 se encontravam predominantemente, na fase <strong>de</strong> resistência. As <strong>de</strong>mais se dividiramnas fases <strong>de</strong> alerta e exaustão com uma mãe cada e na fase <strong>de</strong> quase exaustão (23%). As mães doGrupo 2 estavam, a maioria na fase <strong>de</strong> resistência. As <strong>de</strong>mais estavam na fase <strong>de</strong> quase exaustão(33%) e <strong>de</strong> exaustão (10%). Quanto aos sintomas, nos dois grupos predominaram os sintomaspsicológicos. Os dados sugerem que mães <strong>de</strong> bebês com ida<strong>de</strong> entre seis e 12 meses passam porestímulos estressores consi<strong>de</strong>ráveis. Uma hipótese é o fato da presença <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social,que po<strong>de</strong> ser entendida como a relação entre as pessoas da família, os vínculos <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> einformação que oferecem apoio material, emocional e afetivo, que parece contribuir para assituações <strong>de</strong> crise (PIERTRUKOWICZ, 2001). Nesse sentido, enten<strong>de</strong>-se que a família e o paido bebê po<strong>de</strong>m auxiliar nos cuidados com o bebê, não sobrecarregando as mães e prevenindo aocorrência do estresse.ConclusãoConclui-se que a presença <strong>de</strong> um bebê a ser cuidado é algo que po<strong>de</strong> constituir-se emfonte <strong>de</strong> stress para as mães. No entanto, é possível que as mães apresentem stress <strong>de</strong>vido aoutras variáveis, que não a presença do bebê, mas relacionadas ao trabalho ou à vida conjugal,por exemplo. Diante disso, chama-se a atenção para a relevância das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio presentes nocotidiano das mães, e sugere-se a importância <strong>de</strong> estudos que mapeiem os possíveis fatoresestressores para <strong>de</strong> mulheres que exercem a maternida<strong>de</strong>, cujos filhos possuem poucos meses <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>. Além disso, salienta-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos com populações maiores para acorroboração dos presentes achados.Palavras- chave: stress; mães <strong>de</strong> bebês; <strong>de</strong>senvolvimento infantil;Bauru, <strong>2012</strong>


Página176CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Referências:BANACO, R. Stress e Terapia Comportamental. In: Encontro Brasileiro <strong>de</strong> Psicoterapia eMedicina Comportamental, XIV, 2005, Campinas- SP, Resumos do XIV Encontro Brasileiro <strong>de</strong>Psicologia e Medicina Comportamental.. Campinas: Associação Brasileira <strong>de</strong> Psicologia eMedicina Comportamental, 2005.CAMELO, S. H. H; ANGERAMI, E. L.S. Sintomas <strong>de</strong> stress nos trabalhadores atuantes emcinco núcleos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família. Revista Latino-Americana <strong>de</strong> Enfermagem, Ribeirão Preto,v.12, n.1, p.14-21, 2004.DSM-IV-TR. Manual Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentais. 4 ed. Texto Revisado-American Psychiatric Association. Porto Alegre: Artmed, 2002.GOULART JUNIOR, E; LIPP, M. E. N. Stress entre professoras do ensino fundamental <strong>de</strong>escolas públicas estaduais. Psicologia em Estudo, Maringá, v.13, n.4, p.847-857, 2008.LIPP, M. E. N. Manual do Inventário <strong>de</strong> Sintomas <strong>de</strong> Stress para Adultos <strong>de</strong> Lipp (ISSL). SãoPaulo: Casa do Psicólogo, 2000.PATTERSON, G. R., REID, J. B. & DISHION, T. J. Antisocial boys. USA: Castalia PublishingCompany, 1992.PIERTRUKOWICZ, M. C. L. C. Apoio social e religião: uma forma <strong>de</strong> enfrentamento dosproblemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. 2001. 117 f. Dissertação. Escola Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública/FundaçãoOswaldo Cruz, Rio <strong>de</strong> Janeiro. 2001.PINHEIRO, D. P. N. Estilo parental: uma análise qualitativa. 2003. Dissertação. Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba.2003.SABBAG, G. M. Validação externa do inventário <strong>de</strong> estilos parentais: um estudo <strong>de</strong> caso comduas famílias <strong>de</strong> risco. 2003. Monografia (Conclusão <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Psicologia)- Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral do Paraná, Curitiba. 2003.Bauru, <strong>2012</strong>


Página177CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>6.Instruções Gerais para a Submissão <strong>de</strong> Trabalhos:1. Prazo para Inscrições1.1 Todos os trabalhos (comunicação oral e painel) <strong>de</strong>vem ser enviados até dia 16 <strong>de</strong> abril<strong>de</strong> <strong>2012</strong> para que haja tempo hábil para avaliação pela Comissão Científica do evento.2. Sobre o processo <strong>de</strong> inscrição2.1 As propostas <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vem ser inscritas exclusivamente em formulário específicodisponível no site do VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru (www.fc.unesp.br/capsi).Inscrições por e-mail, fax ou correio não serão aceitas.2.2 Você po<strong>de</strong>rá enviar seu trabalho sem efetuar sua inscrição. Entretanto, <strong>de</strong>verá inscreverseno evento até o dia 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> <strong>2012</strong> para que seu trabalho seja apresentado ou exposto.2.3 No ato da inscrição no evento, o participante <strong>de</strong>verá informar o interesse em submetertrabalhos científicos, bem como, a modalida<strong>de</strong> (comunicação oral ou painel) <strong>de</strong>stes.2.4 A inscrição no evento <strong>de</strong>verá ser efetuada pelo apresentador do trabalho.3. Origem e Natureza dos Trabalhos3.1 Os trabalhos <strong>de</strong>verão ser resultantes <strong>de</strong> estudos, relatos <strong>de</strong> experiência profissional e <strong>de</strong>pesquisas em andamento ou concluídas. Também po<strong>de</strong>rão ser resultantes <strong>de</strong> prática<strong>de</strong>senvolvida ou em <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>vidamente circunstanciada e fundamentada.3.2 Só serão aceitos projetos/trabalhos que já tenham iniciado sua aplicação, coleta <strong>de</strong> dadose/ou intervenção.4. Modalida<strong>de</strong> do Trabalho (Comunicação Oral e Painel Científico)4.1 Comunicação Oral: relato oral breve <strong>de</strong> investigações empíricas, conceituais, históricasou metodológicas.4.1.1 Os trabalhos <strong>de</strong>verão ser apresentados por apenas um dos autores,Bauru, <strong>2012</strong>


Página178CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>em dia e hora divulgados pela Comissão Organizadora, num período máximo <strong>de</strong> 15minutos. Ao termino das apresentações será reservado um espaço <strong>de</strong> tempo paradiscussões referentes a todos os trabalhos apresentados, sendo que este espaço é prérequisitopara consi<strong>de</strong>rar o trabalho como apresentado e emissão <strong>de</strong> certificado.4.1.2 As sessões <strong>de</strong> comunicações orais serão organizadas pela comissãocientífica com base na temática.4.1.3 Cada sessão temática terá um coor<strong>de</strong>nador, previamente indicadopela Comissão Organizadora do evento. Este coor<strong>de</strong>nador será responsável pororganizar as apresentações. Também haverá um <strong>de</strong>batedor em cada sessão, com oobjetivo <strong>de</strong> promover discussões a respeito dos trabalhos apresentados.4.1.4 A comissão organizadora disponibilizará equipamentos <strong>de</strong> datashowpara as apresentações.4.1.5 Cabe ao apresentador do trabalho montar e disponibilizar suaapresentação no dia do evento. Os arquivos para apresentação <strong>de</strong>verão estar salvosem formato .ppt, .pps (Power Point 95 a 2003 ou BrOffice Impress). A coor<strong>de</strong>naçãonão se responsabiliza por arquivos salvos em outros formatos.4.2 Painéis Científicos: Breve informativo visual, relatando pesquisas empíricas, históricas,conceituais ou metodológicas.4.2.1 Medidas: O pôster <strong>de</strong>ve ocupar um espaço máximo <strong>de</strong> 90cm x120cm.4.2.2 Título: Apresentar letras em fontes <strong>de</strong> tamanho superior a 70 (paratítulo) e igual ou superior a 20 (para texto).4.2.3 Autores: Mencionar a referência completa dos autores, nome dainstituição e da agência financiadora (se houver) em linha abaixo ao título, alinhadosà esquerda.Bauru, <strong>2012</strong>


Página179CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>4.2.4 Corpo do pôster: Conter objetivos, metodologia, resultados ediscussão, conclusão e referências bibliográficas.4.2.5 Os autores <strong>de</strong>vem estar presentes em data e horários estipulados,para a apresentação dos pôsteres, sendo necessário permanecer junto ao paineldurante toda a ativida<strong>de</strong>.4.2.6 A comissão organizadora disponibilizará murais para a fixação dospainéis.4.2.7 O apresentador <strong>de</strong>ve se responsabilizar pelo material para fixaçãodo painel. Os painéis <strong>de</strong>verão ser retirados imediatamente após a apresentação.5. Limite do Número <strong>de</strong> Apresentações5.1 Visando minimizar conflitos <strong>de</strong> horários, uma pessoa só po<strong>de</strong>rá ser inscrita comoapresentador em no máximo UM trabalho na modalida<strong>de</strong> painel científico ou UMtrabalho na modalida<strong>de</strong> comunicação oral.5.2 Só serão aceitos trabalhos com no máximo 6 co-autores, incluindo orientador eapresentador.6. Normas Éticas6.1 Não serão aceitas apresentações <strong>de</strong>stinadas a divulgar diretamente organizações,companhias, produtos, serviços ou oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego.6.2 Os autores assumem a responsabilida<strong>de</strong> por eventuais implicações éticas referentes a seutrabalho.7. Autorização e Responsabilida<strong>de</strong> Ética7.1 Ao efetuarem a inscrição dos trabalhos, no V Congresso <strong>de</strong> Psicologia e XVIII Semanada Psicologia – UNESP-Bauru, os autores autorizam a Comissão Organizadora aBauru, <strong>2012</strong>


Página180CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>publicá-los nos Anais do evento, e se responsabilizam pela observação e cumprimento <strong>de</strong>todos os procedimentos éticos vigentes.8. Instruções para recebimento <strong>de</strong> trabalhos8.1 Os trabalhos <strong>de</strong>vem ser enviados para o e-mail: trabalhos.capsi@gmail.com até o dia 16<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> <strong>2012</strong>.8.2 Um dos autores do trabalho <strong>de</strong>verá, necessariamente, estar inscrito no evento. Para<strong>de</strong>mais co-autores não há esta obrigatorieda<strong>de</strong>.8.3 Só serão aceitos trabalhos enviados nos mol<strong>de</strong>s estabelecidos pela ComissãoOrganizadora. Trabalhos que não seguirem o mo<strong>de</strong>lo estabelecido NÃO serão aceitos.8.4 Todos os trabalhos passarão por uma fase <strong>de</strong> pré-aprovação, no qual será analisada acompatibilida<strong>de</strong> com o template em anexo. Só serão submetidos à análise seguinte, daComissão Científica, trabalhos que passarem por esta pré-aprovação.8.5 Os trabalhos enviados fora do mo<strong>de</strong>lo estabelecido, receberão um email <strong>de</strong> alerta,avisando sobre a incompatibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formatação. Depois <strong>de</strong>ste email, o apresentadorterá um prazo <strong>de</strong> 4 dias para alterar seu arquivo. Caso não ocorra a correção daincompatibilida<strong>de</strong> o trabalho será recusado.8.6 Todos os trabalhos enviados receberão um email <strong>de</strong> confirmação, avisando sobre a suacompatibilida<strong>de</strong> ou incompatibilida<strong>de</strong> com o mo<strong>de</strong>lo estabelecido pelo evento. Caso nãoreceba este email, entre em contato com a Organização do Evento no email:trabalhos.capsi@gmail.com.8.7 O parecer do trabalho (aceito, aceito com alterações, e não aceito) também será feito poremail.8.8 Serão aceitos os trabalhos que seguirem rigorosamente as normas estabelecidas e foremaprovados pela Comissão Científica em seus méritos.Bauru, <strong>2012</strong>


Página181CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>9. Procedimento Para Envio <strong>de</strong> Trabalho9.1 A submissão dos trabalhos <strong>de</strong>verá ser realizada pelo email: trabalhos.capsi@gmail.com.9.2 O assunto do e-mail <strong>de</strong>verá ser o NOME COMPLETO do apresentador do trabalho.9.3 O corpo do e-mail <strong>de</strong>ve conter o nome completo do apresentador, co-autores, título dotrabalho e área temática.9.3.1 Áreas Temáticas do Evento: Os trabalhos <strong>de</strong>vem estar vinculados a umadas seguintes áreas temáticas relacionadas á Psicologia:• Aprendizagem e Desenvolvimento Humano;• Educação Especial;• Fundamentos Teóricos e Epistemológicos da Psicologia;• Políticas Públicas;• Psicologia Escolar/Educacional;• Psicologia Clínica;• Psicologia da Saú<strong>de</strong>;• Psicologia Organizacional ou do Trabalho;• Psicologia Social;• Psicologia Experimental;• Temas Emergentes em Psicologia;9.4 Deverão ser enviados dois anexos:9.4.1 Um anexo <strong>de</strong>verá ser o Resumo Expandido do trabalho a serapresentado, <strong>de</strong> acordo com a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste.9.4.1.1 O resumo do trabalho <strong>de</strong>ve ser escrito diretamente no templatedisponibilizado logo abaixo.9.4.1.2 O nome do arquivo <strong>de</strong>ve ser o nome completo do trabalho.Bauru, <strong>2012</strong>


Página182CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>Um anexo <strong>de</strong>verá ser o Resumo Expandido do trabalho a ser apresentado, <strong>de</strong>acordo com a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste, seguindo as normas do template acima mencionado,SEM a i<strong>de</strong>ntificação dos autores e instituições.Ex: Retirar os dados que se encontram entre o título e o resumo do template.10. Normas para Apresentação10.1 O envio <strong>de</strong> trabalhos seguirá o mo<strong>de</strong>lo Resumo Expandido para Comunicações Orais ePainéis Científicos.10.2 Os arquivos <strong>de</strong>verão ser enviados no formato .doc, para isso, <strong>de</strong>verão ser salvos peloprograma Microsoft Word do Pacote Office, versão 97-2003.10.3 Ao fundo do arquivo <strong>de</strong>verá conter a marca d’água do evento. O cabeçalho seráconstituído pela marca do evento, bem como a <strong>de</strong>scrição do dia e local do mesmo.10.4 O título <strong>de</strong>verá estar centralizado e com espaçamento simples. Com fonte Times NewRoman, tamanho 12, com todas as letras maiúsculas e negritas.10.5 Abaixo do título <strong>de</strong>verá estar o nome completo do apresentador do trabalho sublinhadoe, em seguida, os nomes completos dos co-autores, separados por ponto e vírgula. Afonte <strong>de</strong>verá ser Times New Roman, tamanho 12 centralizado, espaço simples.10.6 Abaixo dos nomes dos autores e apresentador <strong>de</strong>verá estar o en<strong>de</strong>reço eletrônico doapresentador na mesma formatação anterior.10.7 A vinculação institucional e agência <strong>de</strong> fomento (se houver) <strong>de</strong>verão estar explicitadasuma linha após a do email do apresentador. A letra <strong>de</strong>verá ser Times New Roman,tamanho 11, em itálico e à direita.10.8 Para iniciar o texto <strong>de</strong>ve-se pular uma linha após o(s) nome(s) da(s) instituição(ões) eagências <strong>de</strong> fomento.10.9 O corpo do texto do trabalho <strong>de</strong>verá ser formatado com a fonte Times New Roman,tamanho 12, sem formatação (negrito, itálico, sublinhado, etc.), justificado,Bauru, <strong>2012</strong>


Página183CAPSI – Centro Acadêmico <strong>de</strong> Psicologia - UNESP/Bauru – SPXIX Semana e VI Congresso <strong>de</strong> Psicologia UNESP/Bauru - SP28, 29, 30 e 31 <strong>de</strong> maio e 01 e 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>2012</strong>espaçamento 1,5. Todo o texto <strong>de</strong>ve estar em cor preta.10.10 Devem constar nos textos dos Resumos Expandidos, <strong>de</strong> maneira clara e objetiva,os seguintes aspectos: Introdução, Objetivos, Metodologia, Resultados (preliminares oufinais), discussão, conclusão e palavras-chave (3 palavras-chave, dispostas ao final doresumo, antes das referências). As referências citadas <strong>de</strong>verão seguir as normas daAssociação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (ABNT).10.12 Todo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> resumo expandido <strong>de</strong>verá possuir no mínimo 3 e no máximo 5páginas.TEMPLATE DE EXEMPLOO template para preenchimento e envio <strong>de</strong> trabalho que está disponibilizado ao fim <strong>de</strong>sta página,já possui as características <strong>de</strong> formatação. Os participantes <strong>de</strong>vem fazer uso do mo<strong>de</strong>lo que servepara trabalhos <strong>de</strong> comunicação oral e painel científico.Bauru, <strong>2012</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!