Formação estelar em nuvens turbulentas e o transporte de Fluxo Magnéticopor uma complexa combinação entre gravidade, auto-gravidade, intensidade <strong>do</strong> campomagnético e turbulência aproximadamente trans-sônica e trans-Alfvénica. Embora tenhamosencontra<strong>do</strong> que a difusão por reconexão turbulenta é muito eficiente para remover ofluxo magnético da maioria <strong>do</strong>s núcleos colapsantes testa<strong>do</strong>s aqui, somente alguns poucosforam bem sucedi<strong>do</strong>s em desenvolver núcleos aproximadamente críticos ou super-críticos(veja os modelos N2b, N2e, e N3), os quais serão capazes de colapsar e formar estrelas.Ou seja, para as condições das nuvens investigadas aqui, a formação de núcleos supercríticosé restrita a um intervalo limita<strong>do</strong> de parâmetros, como deveríamos esperar, já queobservações prevem uma baixa eficiência de formação estelar como discuti<strong>do</strong> no Cap. 1(veja também Mac Low & Klessen 2004; Leão et al. 2009; Vazquez-Semadeni et al. 2011).Para resumir, nossos resulta<strong>do</strong>s sugerem que o transporte de fluxo por reconexão turbulentapermitirá nuvens inicialmente sub-críticas tornarem-se aproximadamente críticasou super-críticas para nuvens (ou glóbulos) com valores iniciais de β ∼ 1 a 3, densidadesda nuvem 50 < n 0 < 100 cm −3 , quan<strong>do</strong> consideramos massas estelares M ⋆ ∼ 41M ⊙ , e100 < n 0 < 140 cm −3 , quan<strong>do</strong> consideramos massas estelares M ⋆ ∼ 27M ⊙ , implican<strong>do</strong> emglóbulos com massas totais M tot 120M ⊙ . Para densidades menores, as nuvens são fragmentadaspela força da turbulência injetada e nenhum núcleo se forma 5 . Para densidadesmaiores, osefeitosdaauto-gravidadesãotãofortesqueonúcleocolapsadragan<strong>do</strong>ocampomagnético, de mo<strong>do</strong> que não há nenhum transporte significativo de fluxo magnético. Dos9 modelos auto-gravitantes estuda<strong>do</strong>s aqui, 4 formam núcleos aproximadamente críticosou supercríticos (N1, N2b, N2e e N3) e 2 formam núcleos sub-críticos (N2a e E1), to<strong>do</strong>scom evidências de transporte de fluxo magnético. Os 3 modelos remanescentes (N2c, N2de N4) não apresentam qualquer evidência de transporte de fluxo magnético por difusãopor reconexão (em virtude <strong>do</strong> fato de a nuvem possuir um campo magnético inicial muitoforte ou à turbulência ser muito forte, como descrito na Secção 5.3). A Tabela 5.5 listaas condições finais <strong>do</strong>s núcleos forma<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os modelos simula<strong>do</strong>s.5 É possívelque este efeito esteja um pouco subestima<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> aoemprego de uma equaçãoisotérmicade esta<strong>do</strong> para as nuvens (veja Cap. 6).112
Formação estelar em nuvens turbulentas e o transporte de Fluxo Magnético5.4.6 Comparação de nossos resulta<strong>do</strong>s com as observaçõesUm mo<strong>do</strong> de se tentar compreender o processo pelo qual as estrelas formam-se é medira intensidade <strong>do</strong>s campos magnéticos em nuvens moleculares, a fim de verificar se estessão fracos o suficiente (ou seja, a nuvem é supercrítica) ou fortes (ou seja, a nuvem ésubcrítica). Medições <strong>do</strong> efeito Zeeman recentes de núcleos de nuvens escuras e envelopesrealizadas por Crutcher et al. (2009, 2010, veja também Troland & Crutcher 2008)trouxeram novos resulta<strong>do</strong>s e desafios para a teoria de transporte de fluxo magnético pordifusão ambipolar. Eles obtiveram a razão massa-fluxo magnético entre o núcleo da nuveme o envelope, R = (M c /Φ c )/(M e /Φ e ), bem como a razão massa-fluxo magnético entreo núcleo e a nuvem toda (núcleo+envelope), R ′ = (M c /Φ c )/(M c+e /Φ c+e ), e encontraramque estas razões são menores <strong>do</strong> que um para as quatros nuvens investigadas (B1, B217-2, L1448CO e L1544). A difusão ambipolar requer que a razão massa-fluxo magnéticono núcleo seja maior <strong>do</strong> que a da nuvem toda, implican<strong>do</strong> em R ′ > 1, o qual está emcontradição com os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s por Crutcher et al.Embora ascondições <strong>do</strong>s núcleos e<strong>do</strong>s envelopes das nuvens investiga<strong>do</strong>s por Crutcheret al. sejam um pouco distintas daquelas obtidas nas simulações deste estu<strong>do</strong>, podemosao menos fazer comparações qualitativas com nossos resulta<strong>do</strong>s. Apesar de mais densos emais magnetiza<strong>do</strong>s, seus núcleos são to<strong>do</strong>s sub-críticos ou aproximadamente críticos (i.e.,eles têm razões massa-fluxo magnético em relação ao valor crítico no intervalo µ crit =0.45 − 1.15). Os núcleos forma<strong>do</strong>s em nossos modelos com evidências de transporteturbulento de fluxo possuem razões massa-fluxo magnético média final µ crit = 0.15−5.25.A maioria destes núcleos possui razões R e R ′ que são consistentes com as inferidas porCrutcher et al. (2009), com a exceção <strong>do</strong>s núcleos forma<strong>do</strong>s nos modelos N1 e Nb2 (vejaa Tabela 5.5, onde estas razões são apresentadas para o tempo final de to<strong>do</strong>s os nossosmodelos). De fato, observacionalmente sabe-se que o nível de turbulência diminui nosnúcleos. Vimos que a difusão por reconexão desacelera com a diminuição da velocidadeturbulenta (Santos-Lima et al. 2010; de Gouveia Dal Pino et al. 2011; Lazarian 2011;Lazarian et al. 2012a) de mo<strong>do</strong> que deveríamos esperar um transporte de fluxo magnéticomais lento para fora <strong>do</strong> núcleo quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o envelope. Este comportamento113
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Ao meu marido Rafael Leão.
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ResumoNeste trabalho investigamos o
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