Boletim BioPESB 2011 - Edição 2.pdf

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2 MeioAmbiente Mata Atlântica é a quinta floresta mais ameaçada do mundo Um ranking divulgado pela ONG ambiental Conservação Internacional indica que a Mata Atlântica é a quinta floresta mais ameaçada do mundo. A lista enumera o que a organização considera ser as dez regiões florestais mundiais que enfrentam os maiores riscos. Segundo a ONG, a posição da Mata Atlântica na quinta colocação se justifica porque restam apenas 8% da cobertura original da floresta, queantes ocupava boa parte da costa brasileira. A organização afirma que a floresta abriga 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas. Ainda assim, menos de 10% da floresta permanece de pé. Mais de duas dúzias de espécies de vertebrados criticamente em perigo de extinção estão lutando para sobreviver na Mata Atlântica. A floresta brasileira ficou atrás de regiões da Índia e de Mianmar que só contam com 5% de seu Reprodução Redação: Alunos do PET- Bioquímica da UFV (Alisson Andrade, Amanda Santos, Bruna Souza, Carolina Brás, Isabela Silveira, Laís Muniz, Lucas Passos, Lummy Monteiro, Marcela Pereira, Patrícia Pereira, Paulo Henrique Maia, Priscilla Almeida, Raoni Siqueira). Projeto Gráfico: Ana Laura Fontes, Fábio Moura e Thamara Pereira. Diagramação : Fred Cabala Chefia de Redação: Fred Cabala. Mata Atlântica possui apenas 8% do território original bioma original. Também estão mais ameaçadas do que a Mata Atlântica uma área da Nova Zelândia que só mantém 5% de sua cobertura original; outra, situada entre a Indonésia, a Malásia e o Brunei, que só preserva 7% do que já possuiu, e outra nas Filipinas, também com 7% da cobertura original. “Visto que a população global está projetada para atingir o total de até 9 bilhões de pessoas nos próximos anos, o acesso à água ficará mais difícil <strong>Boletim</strong> Biopesb se milhões de hectares de florestas tropicais continuarem a ser queimados todos os anos”, explica Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da Conservação Internacional. “Excetuando-se as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, ainda não encontramos outra forma de manter nosso suprimento de água doce a não ser protegendo as florestas remanescentes ao redor do mundo”. Editor-Chefe: João Paulo Viana Leite Telefone: (31) 3899-3044 E-mail: biopesbufv@gmail.com Endereço: Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular - UFV CEP 36570-000 Viçosa - MG - Brasil Tiragem: 1.000 exemplares Apoio: Pró-Reitoria de Ensino e Cultura (PEC)-UFV www.biopesb.ufv.br Editorial Ano 1, n°2 Desde a chegada dos primeiros colonizadores no Brasil, há mais de 500 anos, a Mata Atlântica tem sido palco de uma relação insustentável entre homem e natureza. Esse cenário fez com que, ao longo do tempo, esse patrimônio nacional fosse destruído. Esse nefasto modelo de ocupação humana sobre a Mata Atlântica, traduzido por números, nessa edição, mostra que a luz de alerta já foi acessa e que precisamos rapidamente de um novo modelo de convivência com a floresta. Mas nem tudo é lamento. Nesta árdua tarefa de preservação das áreas que ainda mantêm grande diversidade biológica, o modelo das Unidades de Conservação tem sido debatido e aprimorado, de forma a conciliar a preservação ambiental com a qualidade de vida da população local. Neste sentido, o território Serra do Brigadeiro comemorou no último 27 de setembro, 15 anos da existência do PESB, se mostrando como espaço privilegiado de convivência entre a fauna e pesquisadores. Alguns desses exemplos são as pesquisas com anfíbios realizadas na região do Parque por pesquisadores da UFV. João Paulo Viana Leite Editor Chefe
MeioAmbiente Ano 1, n°2 Ritmo do desmatamento da Mata Atlântica Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica entre 2008 e 2010 divulgados este ano pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Fundação SOS Mata Atlântica mostra que o Brasil perdeu durante este período 31.195 hectares (ha), ou 311,95Km². Destes, 234 ha correspondem a supressão de vegetação de restinga e 17 ha a supressão de vegetação de mangue. Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Paraná foram os que mais desmataram no período. Da área total do bioma Mata Atlântica, 1.315.460 km², foram avaliados 1.288.989 km², o que corresponde a 98%. Foram analisados os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Dos 17 Estados abrangidos total ou parcialmente no bioma Mata Atlântica, o único não avaliado foi o Piauí. De acordo com Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica, o estudo comprova que a supressão da floresta nativa é contínua e que os dados são um alerta para o estabelecimento de políticaspúblicas que incentivem a conservação e a restauração do Bioma. “Dependemos dos recursos naturais e dos serviços ambientais da Mata Atlântica que são essenciais para a sobrevivência dos 112 milhões de habitantes no domínio do Bioma”, enfatiza. Segundo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, “os desmatamentos desses municípios se concentraram nos limites da Mata Atlântica com o Cerrado e da Caatinga, especialmente nas Matas Secas, e tem como uma das principais causas a expansão do reflorestamento de eucalipto e do carvão vegetal para siderurgia.” Reprodução Mata Atlântica à época do descobrimento e atualmente Desmatamento nos últimos anos A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa litorânea do país. Em sua extensa área, vivem atualmente mais de 62% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 112 milhões de habitantes em 3.222 municípios. Destes, 2.594 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma e mais 628 municípios estão parcialmente inclusos. O Atlas dos Remanescentes Florestais está na 6ª edição. Confira os resultados de desflorestamento da Mata Atlântica de cada monitoramento já realizado: 1985-1990: 466.937 ha 1990-1995: 500.317 ha 1995-2000: 445.952 ha 2000-2005: 174.828 ha 2005-2008: 102.938 ha 2008-2010: 31.195 ha Mais informações podem ser obtidas no www. inpe.br ou http://mapas. sosma.org.br. Confira os dados de desflorestamento no período 2008- 2010 (em ha): UF Área UF Mata Atl. Floresta Desflorestamento Original 2008 2010 % 1° MG 56.697.595 27.235.854 2.746.393 2.733.926 10,04 12.467 2° BA 56.557.948 18.875.099 1.700.459 1.692.734 8,97 7.725 3° SC 9.591.012 9.591.012 2.213.763 2.210.061 23,04 3.701 4° PR 20.044.406 19.667.485 2.097.640 2.094.392 10,65 3.248 5° RS 28.403.078 13.759.380 1.030.854 1.028.990 7,48 1.864 6° SP 28.873.203 16.918.918 2.670.903 2.670.324 15,78 579 7° GO 34.127.082 1.051.422 49.702 49.381 4,70 320 8° RJ 4.394.507 4.394.507 862.013 861.767 19,61 247 9° ES 4.614.841 4.614.841 510.990 510.752 11,07 237 10° MS 36.193.583 6.366.586 360.238 360.121 5,66 117 3
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