Turma 8º ano 8º ano - Criar e Refletir
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RELATÓRIO DE ARTES<br />
1º Semestre/2015<br />
<strong>Turma</strong>: <strong>8º</strong> <strong>ano</strong><br />
Professora: Mirna Rolim<br />
Coordenação pedagógica: Maria Aparecida de Lima Leme<br />
<strong>8º</strong> <strong>ano</strong> - <strong>Criar</strong> e <strong>Refletir</strong><br />
Esta turma está vivendo um momento delicado, de muitos conflitos e desafios na<br />
convivência. Para lidar com este momento que estão passando, acredito ser fundamental<br />
o diálogo e a possibilidade de tomarem decisões juntos. Mesmo que não sejam<br />
completamente fluidos, estes momentos são de extrema importância no exercício da<br />
convivência com as diferentes opiniões e visões de mundo.<br />
Começamos o semestre como quem prepara a terra para o plantio, primeiramente<br />
reconhecendo o terreno. Compartilhamos os desejos e ideias, no intuito de construirmos<br />
juntos as projeções para o primeiro semestre. Depois, preparamos o canteiro de cada um,<br />
construindo os cadernos pessoais, em cores e formas para que fosse garantido, ao longo<br />
do <strong>ano</strong>, além do espaço coletivo, o espaço íntimo de expressão de cada aluno.<br />
Depois, por terem demonstrado o interesse de trabalhar com vídeo, e por eu considerar<br />
que seria uma<br />
boa maneira de<br />
trabalhar a<br />
percepção de si<br />
no observar-se<br />
nas gravações,<br />
começamos um<br />
longo projeto de<br />
elaboração de<br />
vídeo. A<br />
princípio<br />
mostrei para a<br />
turma dois curta<br />
metragens com<br />
diferentes<br />
linguagens:<br />
“Das Crianças<br />
Ikpeng para o<br />
Mundo” dos<br />
diretores indígenas Kumare Ikpeng, Karané Ikpeng e Natuyu Yuwipo Txicao, uma vídeo<br />
carta onde crianças da etnia Ikpeng, do Xingu, mostram sua aldeia e compartilham<br />
aspectos do seu cotidi<strong>ano</strong>, sempre perguntando qual é a realidade de quem assiste. E
“Vista Minha Pele” de Joel Zito Araújo, uma ficção que discute o racismo.<br />
Trecho do filme<br />
“Das Crianças<br />
Ikpeng para o<br />
Mundo<br />
Trecho do filme<br />
“Vista Minha<br />
Pele”<br />
A partir dessas referências, a sala dividiu-se<br />
em grupos e cada grupo escolheu uma abordagem para fazer seu vídeo, com a condição<br />
de que este vídeo, de alguma maneira se relacionasse ao tema do <strong>ano</strong>. Foram três<br />
grupos: um com um jornal mostrando os projetos da escola, como a horta e o estudo a<br />
respeito da falta de água no sudeste; outro com uma vídeo carta em resposta às crianças<br />
Ikpeng, que será enviado para um dos diretores e outro uma ficção refletindo a respeito<br />
da Intolerância Religiosa e a convivência entre as diferenças.<br />
O processo foi interessante, pois a linguagem audiovisual está muito presente em nossos<br />
cotidi<strong>ano</strong>s, mas a grande maioria de nós não imagina o quanto esta forma de criação, que<br />
nos aparece tão instantânea nas telas de televisões e computadores é trabalhosa e cheia<br />
de etapas.<br />
Pesquisaram sobre os temas escolhidos, elaboraram roteiros, mudaram de ideia,<br />
reelaboraram os roteiros, fizeram exercícios de câmera, elaboraram storyboards, para só<br />
então começarem as filmagens e finalmente editarem as imagens captadas Foi um<br />
processo que exigiu tempo e pesquisa, e para tal contamos com a ajuda do Professor<br />
Thiago, da Professora Anna Carla e da Professora Marina para que os assuntos e as<br />
linguagens pudessem ser aprofundados.<br />
Não posso dizer que foi um processo tranquilo. Estando em um período de conflito, em<br />
vários momentos este conflito se manifestou e tivemos de conversar e refletir sobre os<br />
temas que estavam sendo trabalhados e sua aplicação no nosso próprio cotidi<strong>ano</strong>. Como<br />
podemos falar de tolerância, se não somos tolerantes com nossos colegas? Acredito que<br />
a feitura dos vídeos trouxe a possibilidade de aproximarmos temas que são tidos como<br />
distantes, mas que estão presentes no nosso dia a dia.<br />
Ao final das filmagens e das edições sugeri que continuássemos trabalhando a questão<br />
da autoimagem que invariavelmente surge ao lidarmos com o vídeo e propus alguns<br />
exercícios de teatro e de desenho que colocavam em pauta a nossa visão de nós<br />
mesmos e a dos outros. Os exercícios trouxeram algumas reflexões importantes, no<br />
sentido de deixar claro que estas duas visões: como nos vemos e como os outros nos<br />
vêm, não são necessariamente as mesmas e que se tivermos consciência disto alguns<br />
conflitos podem se transformar em aprendizados.