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Em termos de imagem, aliar o nome da Telefônica ao de Laís Bodanski e<br />
Luiz Bolognesi é muito positivo. A reputação dos dois cineastas e o próprio<br />
formato do projeto resultam em ótima visibilidade para nossa marca.”<br />
Gabriela Bighetti, diretora de Programas da Fundação Telefônica<br />
É evidente que a exposição da marca da empresa, mesmo<br />
que apenas por seu logo, tem consequências positivas<br />
em relação tanto ao mercado quanto aos consumidores.<br />
No entanto, uma pesquisa realizada pelo Ministério<br />
da Cultura, por meio da Fundação João Pinheiro, em 2004,<br />
mostrou 80 de 123 empresas afirmando que o principal motivo<br />
do investimento em projetos culturais é o ganho para a<br />
imagem institucional. Esse conceito é bem mais amplo do<br />
que a simples exposição pública da marca.<br />
De acordo com Cândido José Mendes de Almeida<br />
em seu livro Fundamentos do Marketing Cultural, “o<br />
projeto cultural tem a capacidade de transportar uma informação<br />
de um universo, que é o público que consome<br />
aquele produto cultural, para um outro universo, que é<br />
o público consumidor do produto ou serviço da empresa<br />
patrocinadora”. Já Eric Joachimsthaler e David AAker,<br />
autores de Como Construir Marcas Líderes, “o patrocínio<br />
pode ser muito eficaz para estender as marcas além<br />
dos atributos tangíveis, porque desenvolve associações que<br />
acrescentam profundidade, riqueza e um sentimento contemporâneo<br />
em relação à marca e ao seu relacionamento<br />
com os clientes”.<br />
Economista com pós-graduação em cinema, João<br />
Leiva Júnior, diretor do escritório de consultoria J.Leiva<br />
Cultura & Esporte, garante que o patrocínio a projetos<br />
culturais — e também ambientais, esportivos e sociais —<br />
agrega valor às marcas na medida em que “reflete o posicionamento<br />
da empresa e sua visão de mercado”.<br />
Leiva chama a atenção para o crescimento constante<br />
que as ações de patrocínio vêm experimentando, o que<br />
reflete o reconhecimento pelas empresas da necessidade<br />
de uma interface entre elas e a sociedade. “É algo mais<br />
ou menos recente e é fruto da tendência contemporânea<br />
da decisão das empresas de estarem mais inseridas socialmente”.<br />
Ainda segundo ele, essa é uma forma das corporações<br />
“não olharem apenas para o negócio”.<br />
Responsável pela indicação de projetos patrocináveis<br />
para mais de 30 empresas, Leiva afirma que investimentos<br />
dessa natureza revertem em benefício para a<br />
imagem da empresa. Mas, de qualquer forma, “o tipo<br />
de retorno alcançado depende das necessidades específicas<br />
de cada uma”, diz.<br />
Leis de incentivo têm sido a opção mais comum<br />
entre as companhias quando decidem partir para o patrocínio.<br />
O caso da espanhola Telefônica ilustra essa realidade.<br />
“Até hoje, temos utilizado a Lei Rouanet para<br />
patrocínios culturais, afirma a diretora de Programas da<br />
Fundação Telefônica, Gabriella Bighetti.<br />
A Fundação Telefônica tem entre seu patrocinados<br />
o Cine Tela Brasil, projeto apoiado desde 2008 por<br />
meio da lei de incentivo à cultura em nível federal.<br />
“O fato de o projeto acontecer nas periferias foi<br />
um fator decisivo para nosso apoio, já que a atuação da<br />
Fundação ocorre junto à população de baixa renda,”<br />
afirma a diretora da Fundação. E, com relação ao retorno<br />
resultante do patrocínio, acrescenta: “Em termos<br />
de imagem, aliar o nome da Telefônica com o de Laís<br />
Bodanski e Luiz Bolognesi é muito positivo. A reputação<br />
dos dois cineastas e o próprio formato do projeto<br />
resultam em ótima visibilidade para nossa marca”. •<br />
magazine 05