IDENTIDADE TIMORENSE
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para mim uma honra partici-<br />
É<br />
par nesta III Conferência Ministerial<br />
do Fórum para a<br />
Cooperação Económica e Comercial<br />
entre a China e os Países de<br />
Língua Portuguesa e ter a oportunidade<br />
de rever e conversar com tantos<br />
amigos de Timor-Leste.<br />
Quero manifestar, em primeiro lugar,<br />
aos governos da República Popular<br />
da China e da Região Administrativa<br />
Especial de Macau o reconhecimento<br />
pelo acolhimento caloroso que proporcionam<br />
à delegação da República<br />
Democrática de Timor-Leste.<br />
Timor-Leste regista, nos últimos três<br />
anos, um crescimento económico robusto<br />
e uma situação social e política<br />
marcadas pela estabilidade. O crescimento<br />
económico tem atingido os<br />
12% ao ano. Os níveis de pobreza<br />
reduziram-se em 9% por cento nos<br />
últimos dois anos.<br />
Tomando como referência os Objectivos<br />
de Desenvolvimento do Milénio,<br />
estabelecidos em 2000, antes da<br />
restauração da nossa independência,<br />
realizamos progressos satisfatórios<br />
em todos eles. Nalguns, como a<br />
mortalidade no primeiro ano de vida<br />
e a mortalidade de crianças com menos<br />
de 5 anos de idade, já alcançamos<br />
as metas estabelecidas para<br />
2015.<br />
O mesmo acontece com as metas<br />
para detecção e tratamento da Tuberculose.<br />
Nestes campos estamos a estabelecer<br />
já metas mais exigentes.<br />
A taxa de escolaridade cresceu de<br />
65%, em 2007, para 83% em 2009-<br />
2010. O analfabetismo de adultos<br />
está a ser eliminado e antecipamos a<br />
sua completa erradicação em dois a<br />
três anos.<br />
10<br />
Dr.J.Ramos-Horta<br />
Presidente da República<br />
Discurso na abertura da III Conferência Ministerial do<br />
Fórum para a Cooperação Económica e Comercialentre a China a os<br />
Países de Língua Portuguesa - PLP<br />
Macau, 13.NOV-10<br />
30% do nosso Orçamento do Estado<br />
são dirigidos à Saúde Pública e à<br />
Educação. A política de transferências<br />
sociais que iniciámos, apesar de<br />
modesta, está a contribuir significativamente<br />
para reduzir a intensidade<br />
da pobreza e melhorar a situação de<br />
grupos sociais vulneráveis – idosos,<br />
viúvas, deficientes e veteranos.<br />
Estamos a fazer um esforço para<br />
expansão das áreas de cultivo e<br />
incremento da produção de bens alimentares,<br />
que é também um contributo<br />
para melhoria dos rendimentos<br />
dos mais pobres.<br />
Esta viragem clara da nossa situação<br />
económica e social deve-se, em primeiro<br />
lugar, ao ambiente de paz e<br />
estabilidade.<br />
Estas constituem, presentemente,<br />
prioridades partilhadas por todas as<br />
forças partidárias e pela sociedade<br />
civil, aumentando a confiança dos<br />
agentes económicos e da população.<br />
O comércio e, em geral, a iniciativa<br />
económica, desenvolveram-se e assistimos<br />
a uma verdadeira “explosão”<br />
benéfica de investimento – na hotelaria,<br />
restauração, materiais de construção,<br />
electrodomésticos, mobiliário,<br />
pequeno comércio.<br />
(Faço um parên-tesis para lembrar<br />
que para esta evolução contribui a<br />
intensificação das relações empresariais<br />
entre Timor-Leste e a República<br />
Popular da China, que estão a marcar<br />
positivamente a nossa economia,<br />
como referirei mais adiante).<br />
Relativamente à gestão dos nossos<br />
recursos petrolíferos, é uma satisfação<br />
notar que a Iniciativa de Transparência<br />
nas Indústrias Extractivas,<br />
ou seja, Extractive Industries Transparency<br />
Initiative (EITI), classificou<br />
Timor-Leste, no seu relatório de 1 de<br />
Dezembro 2010 – №3<br />
Internasional<br />
Julho de 2010, como primeiro país na<br />
Ásia e terceiro no mundo no que respeita<br />
à solidez, transparência e efectividade<br />
na gestão dos lucros provenientes<br />
do gás e do petróleo.<br />
O nosso progresso só é possível<br />
devido ao apoio da comunidade internacional<br />
e dos parceiros bilaterais.<br />
A ajuda amiga de Portugal e da<br />
União Europeia contribuem decisivamente<br />
para o nosso desenvolvimento<br />
institucional e a realização de<br />
muitas outras prioridades nacionais.<br />
A cooperação entre Timor-Leste e o<br />
Brasil está em franca expansão, em<br />
várias áreas. Temos relações estreitas<br />
de cooperação com Cabo Verde,<br />
Moçambique.<br />
Na verdade, posso dizer que temos<br />
tido a contribuição positiva de quadros<br />
qualificados de todos os países<br />
da CPLP, enquadrados em mecanismos<br />
de cooperação multilateral, no<br />
funcionamento do nosso sistema judicial,<br />
como noutras áreas.<br />
Quero manifestar a todos os<br />
presentes o nosso grande apreço por<br />
essa contribuição. Quero destacar<br />
também as manifestações de solidariedade<br />
com que nos têm beneficiado<br />
o governo da República Popular da<br />
China e o governo da Região Administrativa<br />
Especial de Macau.<br />
Macau expressou das mais diversas<br />
formas, desde 2000, o seu apoio a<br />
Timor-Leste – na compra de equipamentos,<br />
no financiamento de quadros<br />
timorenses, no acolhimento de jovens<br />
estudantes.<br />
Universitários timorenses têm tido os<br />
estudos – na Universidade de Macau<br />
e noutras universidades – financiados<br />
com a atribuição de 25 bolsas<br />
de estudo pelo governo da China e o<br />
Executivo de Macau.