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IDENTIDADE TIMORENSE

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Philippe Zeller<br />

Gladcya Félix<br />

Prof. Cooperação Brasileira<br />

Timor, país,<br />

tem muitas línguas<br />

U<br />

ma economia crescente a<br />

olhos vistos como a de Timor-Leste<br />

periga a logo,<br />

logo perder parte relevante<br />

de seu patrimônio cultural.<br />

Segundo a Unesco, metade das línguas<br />

do mundo desaparecerá até o<br />

final deste século.<br />

Diversos países desenvolvidos passaram<br />

a reconhecer o “extermínio<br />

lingüístico” praticado ao longo dos<br />

séculos.<br />

Timor-Leste, jovem país que passa<br />

pela terceira reconstrução, também<br />

desperta para a importância das<br />

línguas na cultura de seu povo.<br />

O concurso nacional de poesias, histórias<br />

e cantigas Ha’u nia Lian, Ha’u<br />

nia Rai apoiado pelo Presidente da<br />

República, Sr. José Ramos Horta, e<br />

pela Embaixadora da Boa Vontade<br />

para a Educação, Sra. Kirsty Sword<br />

Gusmão, é o primeiro passo rumo a<br />

autêntica expressão da diversidade<br />

timorense.<br />

Mais de 20 línguas e dialetos de Timor-Leste<br />

estão hoje ameaçados<br />

pelo sistema econômico desregrado.<br />

No mundo, 96% das línguas são faladas<br />

por menos de 5% de seus habitantes.<br />

Inseridas em um capitalismo veloz e<br />

massificador, não é difícil perceber<br />

que as muitas minorias de Timor-<br />

Leste estão correndo o risco de serem<br />

silenciadas.<br />

Os países têm a necessidade de estabelecer<br />

línguas como oficiais, contudo<br />

não é este caráter que determina<br />

a existência ou não de um<br />

idioma.<br />

Como patrimônio cultural, todas precisam,<br />

sendo este o desejo das comunidades<br />

de falantes, ser apoiadas<br />

pelo Estado enquanto símbolo identitário.<br />

Todas as línguas precisam ser respeitadas,<br />

porque os seus falantes<br />

têm direito a liberdade.<br />

Dezembro 2010 – №3<br />

Parseiru ba Dezenvolvimentu<br />

Quando se fala em sustentabilidade, o que vem primeiro à cabeça são assuntos do meio<br />

ambiente, mas o termo também é aplicável à política de preservação das línguas mundiais.<br />

Através da prática da oralidade e da<br />

escrita, nenhuma língua é esquecida,<br />

e a cultura da terra natal, com todo o<br />

seu imaginário e ciência transformados<br />

em palavra, poderá expressar<br />

a visão de mundo que tem cada<br />

povo. Para um Timor-Leste linguisticamente<br />

sustentável, os seus precisam<br />

gostar de koalia português, tétum,<br />

mambae, makasai, bunak, baiqueno,<br />

kêmak, fataluku, tocodede,<br />

uaimoa, tétum teric, galóli...<br />

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