comunicação, literatura e poder: uma análise da influencia ... - Unesp

intensa e rápida na divulgação da posição do criador (desenhista) mediante interlocução
dos seus personagens mais respeitados e conhecidos na sociedade de interação e
consumo.
A pesquisa salienta a importância estratégica de construção de uma evolução
com a sociedade com o passar dos anos, porque grande parte da parcela adulta que
aprecia as ações do estúdio de Maurício de Sousa possui experiências literárias desde
sua infância, mantendo ativa a preferência e credibilidade exercida pela empresa durante
esse longo período.
Outro fator relevante e estratégico apontado no artigo é a importância de manter
ações que envolvam gerações, com o intento de garantir que personagens possam ser
perpetuados e acompanhados por pessoas por sua fase evolutiva da vida.
O licenciamento de produtos é uma prática que foi mais acentuada nos últimos
quinze anos e permite que os personagens transitem em toda a fase de crescimento do
consumidor, favorecendo que a linha de arquétipos não entre no ostracismo, pois está
presente em produtos de crianças recém nascidas, como fraudas e demais itens de
gestante e bebê, como em brinquedos, roupas e demais itens usados no decorrer dos
anos, por pais e filhos.
PAPEL SOCIAL DA LITERATURA INFANTIL
O acesso à leitura abre as portas do mundo para novas descobertas e
desenvolvimento do conhecimento, tornando-se instrumento importante para atenuar a
desigualdade social. Quem detém o saber e a informação, detém também a arma que
pode fazê-lo sobressair no atual contexto globalizado.
Como afirma Silva (1985, p.22-23), “a leitura, se levada a efeito crítica e
reflexivamente, levanta-se como um trabalho de combate à alienação (não-
racionalidade), capaz de facilitar ao gênero humano a realização de sua plenitude
(liberdade)”. Lajolo e Zilberman (1999, p.14) reforçam essa relevância ao defender que
“ser leitor, papel que, enquanto pessoa física, exercemos, é função social, para a qual se
canalizam ações individuais, esforços coletivos e necessidades econômicas”.
Candido (2000) defende que a literatura desempenha o papel de instituição social,
uma vez que utiliza a linguagem como meio específico de comunicação, e a linguagem
é criação social. Enxerga também que o conteúdo social das obras em si próprias e a
influência que a linguagem exerce no receptor fazem da literatura um instrumento
poderoso de mobilização social. Carvalho (1982, p.18) vai mais longe e defende que “é