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Sexoe o Hemisfério - International Planned Parenthood Federation ...

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Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e Saúde Sexual e Reprodutiva na América Latina e no Caribe<br />

caso do FMI e do Banco Mundial à necessidade de investir em<br />

educação primária e atenção básica em saúde. Por este<br />

motivo, durante as conferências realizadas na década de<br />

1990, a DAWN lutou pela inclusão em diversos acordos de<br />

uma referência a um “ambiente favorável”, igualdade de<br />

gênero e direitos humanos. A DAWN cunhou o termo<br />

“fundamentalismo econômico”, o qual é atualmente utilizado<br />

em larga escala pelos/as críticos/as da política neoliberal.<br />

Com relação a este assunto, Correa observou que estas idéias<br />

não foram muito bem recebidas pelos países do Norte, muito<br />

embora estes mesmos países tenham sido aliados<br />

incondicionais das feministas do Sul em relação à luta pelos<br />

direitos sexuais e reprodutivos. A DAWN também se tornou<br />

uma parceira em diversos projetos para monitorar o FMI e o<br />

Banco Mundial, a exemplo das Campanhas “50 Anos é<br />

Bastante” e “Olhos Femininos sobre o Banco Mundial”.<br />

Correa observou a importância, como uma parte essencial<br />

daquela pesquisa e advocacy, de se documentar e publicar<br />

exemplos de políticas dos países em desenvolvimento que<br />

resistiram, com sucesso, à pressão neoliberal para cortar<br />

custos e serviços, a exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS)<br />

do Brasil e o seu mecanismo de financiamento. Embora ela<br />

não estivesse otimista sobre o redirecionamento do<br />

“Consenso de Washington” num futuro imediato, observou<br />

importantes fissuras e fraturas no discurso neoliberal, o qual<br />

pode ser explorado para se forjar modelos alternativos. Por<br />

exemplo, o trabalho do economista e ex-vice-presidente do<br />

Banco Mundial, Joseph Stiglitz. Com relação a este assunto,<br />

ela concordou com a sugestão de Mariama Williams de se<br />

investigar e investir em novos fóruns, a exemplo da comissão<br />

de Direitos Humanos da ONU, onde argumentos sobre o<br />

acesso aos serviços de saúde encontram maior receptividade.<br />

Com relação a buscar fóruns mais hospitaleiros, Maria Jose<br />

Araújo, Secretária da Saúde da Mulher no Ministério da Saúde<br />

do Brasil, destacou uma recente colaboração regional. Ela<br />

descreveu a criação, pelos membros do Mercosul (Argentina,<br />

Brasil, Paraguai e Uruguai) e países associados (Chile, Bolívia<br />

e Peru), de uma comissão intergovernamental que elaborou<br />

uma política comum sobre saúde sexual e reprodutiva. Ela<br />

mencionou que esta é a única comissão do Mercosul que<br />

inclui ONG como membros e participantes.<br />

Durante as discussões, Kissling destacou o papel ativo que<br />

forças religiosas conservadoras têm desempenhado na<br />

promoção dos ODM, acrescentando que “o preço da sua<br />

centralização e participação é um papel secundário para a<br />

saúde e os direitos sexuais e reprodutivos na estrutura dos<br />

ODM”. Ela advertiu os/as participantes sobre essa nova<br />

construção religiosa do que consiste justiça social e convocou<br />

as organizações de mulheres a se engajarem nos debates:<br />

É por este motivo que eu estou preocupada com os ODM.<br />

Supõe-se que agora estes objetivos sejam a definição da<br />

justiça social para o planeta. Eu não posso ficar sentada<br />

sem fazer nada, enquanto a elite poderosa define justiça<br />

social... Totalmente enfocada sobre temas de paz e<br />

pobreza. Direitos reprodutivos, liberdade individual,<br />

liberdade pessoal, são elementos de justiça social, e eu não<br />

quero permitir que a definição mundial permaneça como<br />

está.<br />

Frances Kissling, CFFC<br />

Diversos/as participantes concordaram com a necessidade<br />

de melhorar as habilidades técnicas dos/as ativistas em<br />

saúde sexual e reprodutiva sobre temas econômicos, assim<br />

como trazer especialistas para suas fileiras, a fim de melhorar<br />

a capacidade de debater com economistas. Neste sentido,<br />

Marijke Velzeboer discorreu sobre o programa da UNIFEM<br />

destinado a treinar economistas em direitos de gênero e<br />

direitos humanos e também treinar organizações de mulheres<br />

para dialogar com economistas. A construção de alianças com<br />

outros setores e a ampliação dos círculos de ativistas em<br />

Tania Rodriguez, membro fundadora da RedLAC (Rede de Jovens<br />

Latino-Americanos e Caribenhos pelos Direitos Sexuais e<br />

Reprodutivos) no Simpósio do Rio.<br />

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