Philip Yancey - Decepcionado com Deus - Noiva de Cristo
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explicado, perguntei-lhe se elas resumiam as queixas que ele tinha contra <strong>Deus</strong>.<br />
— Bem, a minha dúvida era mais uma espécie <strong>de</strong> sentimento — eu me<br />
sentia abandonado, <strong>com</strong>o se <strong>Deus</strong> tivesse me enganado só para ver o meu tombo.<br />
Mas você está certo quanto ao que penso sobre isso; essas perguntas estavam por<br />
trás dos meus sentimentos. Certamente <strong>Deus</strong> estava sendo injusto. E ele sempre<br />
parecia escondido, e calado. É... é isso mesmo. É exatamente isso!<br />
— Por que <strong>Deus</strong> não respon<strong>de</strong> a essas perguntas?<br />
Richard erguera a voz e estava brandindo os braços, quase <strong>com</strong>o um<br />
evangelista. Felizmente o restaurante já tinha-se esvaziado.<br />
— Se <strong>Deus</strong> somente respon<strong>de</strong>sse a essas perguntas — se ele somente<br />
respon<strong>de</strong>sse a uma <strong>de</strong>las. Se, digamos, ele apenas falasse em voz alta uma única<br />
vez para que todos pu<strong>de</strong>ssem ouvir, então eu creria. Provavelmente o mundo<br />
inteiro creria. Por que ele não faz isso?<br />
Capítulo 4 - O Que Aconteceria Se...<br />
"SE SOMENTE", Richard havia dito. Se somente <strong>Deus</strong> solucionasse esses<br />
três problemas, então a fé floresceria <strong>com</strong>o flores na primavera. Não é verda<strong>de</strong>?<br />
Aconteceu que, no mesmo ano em que eu me encontrei <strong>com</strong> Richard no<br />
restaurante mexicano, eu estava estudando os livros <strong>de</strong> Êxodo e Números. E,<br />
muito embora as perguntas <strong>de</strong> Richard ainda estivessem martelando em minha<br />
mente, levou algum tempo para que eu reparasse num paralelo curioso. Então<br />
certo dia <strong>de</strong> repente algo saltou da página: Êxodo <strong>de</strong>screvia o próprio mundo que<br />
Richard almejava! Mostrava <strong>Deus</strong> entrando quase que diariamente na história<br />
humana. Mostrava-o agindo <strong>com</strong> absoluta justiça e falando <strong>de</strong> tal forma que todos<br />
podiam ouvir. E mais do que isso: ele até mesmo se fez visível!<br />
O contraste entre os dias dos israelitas e os nossos, o século vinte, me pôs a<br />
pensar sobre <strong>com</strong>o <strong>Deus</strong> dirige o mundo, e eu retornei e tornei a fazer as três<br />
perguntas. Se <strong>Deus</strong> <strong>de</strong> fato tem o po<strong>de</strong>r para agir justamente, falar audivelmenie e<br />
aparecer visivelmente, por que então ele parece tão relutante em intervir em<br />
nossos dias? Talvez o registro dos israelitas no <strong>de</strong>serto contenha alguma pista.<br />
Pergunta: <strong>Deus</strong> é injusto? Por que ele não age <strong>com</strong> coerência, punindo as<br />
pessoas más e re<strong>com</strong>pensando as boas? Por que coisas terríveis acontecem a<br />
pessoas boas e más, sem que se possa discernir um padrão <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento?<br />
Imagine um mundo planejado <strong>de</strong> tal forma que experimentemos um<br />
pequeno beliscão a cada pecado e uma agradável sensação <strong>de</strong> prazer a cada ação<br />
correta. Imagine um mundo em que cada doutrina errônea atraia sobre si um<br />
relâmpago, ao passo que cada repetição do Credo Apostólico estimule os pontos