Philip Yancey - Decepcionado com Deus - Noiva de Cristo
Philip Yancey - Decepcionado com Deus - Noiva de Cristo
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explicando que toda a criação teria <strong>de</strong> se adaptar à escolha que ele, Adão, havia<br />
feito. Apenas uma única geração <strong>de</strong>pois, um novo tipo <strong>de</strong> terror — o assassinato<br />
— apareceu na terra. "Que fizeste?" <strong>Deus</strong> cobrou <strong>de</strong> Caim. "A voz do sangue <strong>de</strong><br />
teu irmão clama da terra a mim." Uma vez mais <strong>Deus</strong> foi ao encontro do transgressor<br />
e estabeleceu uma punição sob medida.<br />
A condição da terra e, aliás, <strong>de</strong> toda a raça humana continuou a <strong>de</strong>teriorar<br />
até chegar a um ponto <strong>de</strong> crise, a qual a Bíblia resume naquela que é talvez a<br />
sentença mais pungente jamais escrita: "Então se arrepen<strong>de</strong>u o SENHOR <strong>de</strong> ter feito<br />
o homem na terra, e isso lhe pesou no coração." Por trás <strong>de</strong>ssa única sentença se<br />
encontra todo o <strong>de</strong>sconsolo e pesar que <strong>Deus</strong> sentiu <strong>com</strong>o genitor.<br />
Que genitor humano não tem experimentado pelo menos uma pontada <strong>de</strong><br />
tal remorso? Um filho adolescente se arranca <strong>de</strong> casa num ímpeto <strong>de</strong> rebelião.<br />
"O<strong>de</strong>io você!" grita ele, à cata <strong>de</strong> palavras que provocarão a maior dor. Ele parece<br />
<strong>de</strong>cidido a empurrar a faca na barriga <strong>de</strong> seus pais. Essa rejeição é o que <strong>Deus</strong><br />
experimentou não apenas <strong>de</strong> um único filho, mas <strong>de</strong> toda a raça humana. Como<br />
conseqüência, o que <strong>Deus</strong> havia criado, <strong>Deus</strong> <strong>de</strong>struiu. Toda a alegria <strong>de</strong> Gênesis<br />
1 se <strong>de</strong>sfez sob as agitadas águas do dilúvio.<br />
Houve, porém, então, Noé, aquele homem <strong>de</strong> fé que "andava <strong>com</strong> <strong>Deus</strong>".<br />
Depois do remorso expresso em Gênesis <strong>de</strong> 3 até 7, você quase consegue ouvir<br />
<strong>Deus</strong> suspirar <strong>de</strong> alívio quando Noé, na primeira coisa que faz <strong>de</strong> volta em terra<br />
firme, adora o <strong>Deus</strong> que o salvou. Finalmente alguém sobre quem edificar. (Anos<br />
<strong>de</strong>pois, numa mensagem a Ezequiel, <strong>Deus</strong> mencionaria Noé <strong>com</strong>o um <strong>de</strong> seus três<br />
seguidores mais justos.) Com o planeta inteiro recém-<strong>de</strong>sencardido e <strong>com</strong> a vida<br />
novamente brotando, <strong>Deus</strong> concordou <strong>com</strong> uma aliança ou contraio que o prendia<br />
não somente a Noé, mas a cada criatura viva. Na aliança, havia uma promessa:<br />
<strong>Deus</strong> jamais tornaria a <strong>de</strong>struir toda a criação.<br />
Você po<strong>de</strong>ria encarar a aliança <strong>com</strong> Noé <strong>com</strong>o o mínimo irredutível num<br />
relacionamento: uma parte concorda em não <strong>de</strong>struir a outra. E, todavia, mesmo<br />
naquela promessa <strong>Deus</strong> se limitou a si mesmo. Ele, o inimigo mortal <strong>de</strong> todo o<br />
mal no universo, prometeu suportar a malda<strong>de</strong> neste planeta por algum tempo —<br />
ou melhor, solucioná-la através <strong>de</strong> algum meio que não fosse a aniquilação. À<br />
semelhança do genitor <strong>de</strong> um adolescente fugitivo, ele se obrigou ao papel <strong>de</strong> "Pai<br />
à Espera" (tal <strong>com</strong>o a história do Filho Pródigo, contada por Jesus, expressa tão<br />
eloqüentemente). Entretanto, antes que se passasse muito tempo, uma outra<br />
rebelião em massa, num local chamado Babel, testou a resolução <strong>de</strong> <strong>Deus</strong>. Mas<br />
ele manteve a palavra: hoje em dia seis mil diferentes idiomas dão testemunho da<br />
alternativa criativa que <strong>Deus</strong> tomou em vez da aniquilação.<br />
Na história primitiva, então, <strong>Deus</strong> agiu <strong>de</strong> modo tão claro que ninguém<br />
podia se queixar <strong>de</strong> ele estar escondido ou calado. Assim mesmo, aquelas<br />
primeiras intervenções revelaram um importante aspecto: cada uma era uma