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RICARDO TORRES<br />
Para dar continuida<strong>de</strong><br />
à série <strong>de</strong> reportagens<br />
a respeito do<br />
tema “Mobilida<strong>de</strong><br />
Urbana”, vamos tratar<br />
das alternativas <strong>de</strong> transportes sustentáveis,<br />
que po<strong>de</strong>m melhorar a<br />
vida dos munícipes tanto no que diz<br />
respeito à saú<strong>de</strong> quanto ao fluxo <strong>de</strong><br />
trânsito nas vias urbanas. A obra “As<br />
cida<strong>de</strong>s somos nós, 10 princípios<br />
para a mobilida<strong>de</strong> urbana”, trata do<br />
tema e apresenta algumas informações<br />
extremamente relevantes que<br />
evi<strong>de</strong>nciam a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a<br />
viabilização dos centros urbanos.<br />
A cida<strong>de</strong> sustentável proporciona<br />
interações criativas, circulação<br />
acessível a todos, em um ambiente<br />
saudável e cheio <strong>de</strong> vida. Os municípios<br />
que enfrentarem o <strong>de</strong>safio da<br />
sustentabilida<strong>de</strong> vão dar um salto à<br />
frente dos outros. As medidas sustentáveis<br />
não precisam causar sacrifícios.<br />
“Reduzir as emissões <strong>de</strong> CO2,<br />
conservar o solo, e tornar o transporte<br />
mais eficiente caminham <strong>de</strong><br />
mãos dadas com a melhoria da qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida. Desejamos lançar as<br />
bases para alcançar a sustentabilida<strong>de</strong><br />
global, não através <strong>de</strong> soluções<br />
tecnológicas uniformes, mas através<br />
<strong>de</strong> uma celebração global da diferença<br />
local e da inovação baseadas<br />
em um conjunto comum <strong>de</strong> princípios”,<br />
afirma Walter Hook uma das<br />
fontes do livro.<br />
Conforme informamos na última<br />
reportagem, a Lei nº 12.587, <strong>de</strong><br />
2012, que instituiu a Política Nacional<br />
<strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> Urbana, direciona<br />
as cida<strong>de</strong>s para aspectos mais<br />
humanos e equitativos, sugerindo<br />
intervenções nos sistemas <strong>de</strong> transporte<br />
e melhorias na mobilida<strong>de</strong>,<br />
acessibilida<strong>de</strong> e ocupação urbana.<br />
Nesse sentido os transportes alternativos<br />
ganham espaço e se tornam<br />
fundamentais para aten<strong>de</strong>r as<br />
expectativas das políticas públicas<br />
fe<strong>de</strong>rais.<br />
Quantas vezes você<br />
já fez pequenos trajetos<br />
<strong>de</strong> carro? Quando você<br />
pensa em se <strong>de</strong>slocar na<br />
cida<strong>de</strong>, qual a primeira<br />
coisa que lhe vem à cabeça?<br />
As pessoas estão tão habituadas<br />
a utilizar os seus automóveis<br />
que invariavelmente<br />
os utilizam para fazer pequenos<br />
trajetos, e mesmo quando tem<br />
tempo hábil encontram <strong>de</strong>sculpas<br />
para utilizar o carro para se <strong>de</strong>slocar.<br />
Quem nunca ouviu <strong>de</strong>sculpas do tipo:<br />
está muito quente, as calçadas estão<br />
em péssimas condições, esse percurso<br />
é muito cansativo, etc.<br />
Em muitas oportunida<strong>de</strong>s, as pessoas<br />
reclamam da condição das vias, do<br />
trânsito, da poluição, entretanto, não tomam<br />
atitu<strong>de</strong>s para modificar a situação.<br />
Uma medida simples seria utilizar as suas<br />
pernas. Todos nós somos pe<strong>de</strong>stres e andar<br />
é a maneira mais natural, acessível,<br />
saudável e limpa <strong>de</strong> se movimentar. Claro<br />
que a condição das ruas e principalmente<br />
das calçadas são fundamentais para motivar<br />
esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento.<br />
Conforme o livro “As cida<strong>de</strong>s somos nós”, o<br />
ambiente para caminhar <strong>de</strong>ve proteger os pe<strong>de</strong>stres<br />
<strong>de</strong> veículos motorizados. A velocida<strong>de</strong><br />
dos veículos precisa ser radicalmente menor e as<br />
ruas precisam <strong>de</strong> calçadas. As calçadas precisam<br />
estar <strong>de</strong>sobstruídas, contínuas, sombreadas e<br />
bem sinalizadas. O paisagismo das ruas <strong>de</strong>ve<br />
ser bem planejado para levar mais pessoas a andar<br />
<strong>de</strong> a pé, tanto por necessida<strong>de</strong> como por prazer.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com especialistas, as cida<strong>de</strong>s<br />
mais bem-sucedidas e mais aclamadas do mundo<br />
têm ruas cheias <strong>de</strong> vida e fáceis <strong>de</strong> caminhar,<br />
que cuidam constantemente do melhoramento<br />
<strong>de</strong> suas ruas.<br />
- MARAVILHA - SC, 02 DE MARÇO DE 2013<br />
ALTERNATIVAS DE<br />
TRANSPORTES SUSTENTÁVEIS<br />
Além das ações por parte dos órgãos<br />
públicos, a questão <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> também<br />
envolve a conscientização das pessoas<br />
CIDADES SUSTENTÁVEIS<br />
O espaço viário é um bem público<br />
escasso <strong>de</strong>stinado a prover<br />
acesso a importantes locais para<br />
pessoas <strong>de</strong> todas as classes sociais.<br />
Quando as vias são tomadas pelos<br />
automóveis, os pe<strong>de</strong>stres e ciclistas<br />
são praticamente expulsos por temerem<br />
por suas vidas. Para que as<br />
ruas atendam as suas funções básicas<br />
<strong>de</strong> acesso equitativo, elas precisam<br />
ser re<strong>de</strong>senhadas para dar<br />
priorida<strong>de</strong> a esses meios <strong>de</strong> transporte<br />
que usam o espaço viário <strong>de</strong><br />
maneira mais eficiente, com menor<br />
custo e gerando menos poluição e<br />
barulho.<br />
Um número crescente <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<br />
em todo o mundo está <strong>de</strong>scobrindo<br />
que equipamentos culturais,<br />
bons espaços públicos e uma<br />
alta qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida são importantes<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />
e social.<br />
É muito frequente ver edifícios<br />
projetados como símbolos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
cultural e político. No futuro, os<br />
habitantes das cida<strong>de</strong>s votarão com<br />
o “pé no chão”, escolhendo viver e<br />
se instalar em cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> os arquitetos<br />
estarão focados em criar<br />
espaços para o encontro e congregação<br />
das pessoas, ao invés <strong>de</strong> criar<br />
gran<strong>de</strong>s monumentos.<br />
Alcançar a sustentabilida<strong>de</strong><br />
global não é aceitar a culpa ou a<br />
responsabilida<strong>de</strong> pelo aquecimento<br />
global; é tornar nossas cida<strong>de</strong>s<br />
mais habitáveis e nossas economias<br />
mais prósperas enquanto reduzimos<br />
as emissões <strong>de</strong> carbono.<br />
Os habitantes que moram<br />
em comunida<strong>de</strong>s urbanas,<br />
nas quais é possível o<br />
<strong>de</strong>slocamento a pé, consomem<br />
meta<strong>de</strong> da energia per capita<br />
consumida por moradores <strong>de</strong><br />
áreas afastadas que usam o<br />
transporte motorizado em seus<br />
<strong>de</strong>slocamentos.