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- MARAVILHA - SC, 02 DE MARÇO DE 2013<br />
.................................................................................................. A/05<br />
Vitor D'Agostini Fatos e Opinião<br />
E-mail: contextopolitico@jornaloli<strong>de</strong>r.com.br<br />
BRIGA E FESTA I<br />
No dia 20 <strong>de</strong> fevereiro, o Partido dos Trabalhadores (PT) completou<br />
10 anos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r em nível fe<strong>de</strong>ral. O que <strong>de</strong>veria ser uma<br />
comemoração, enaltecendo os programas e avanços ocorridos<br />
nesse período, afinal <strong>de</strong> contas para isso é que serve as comemorações,<br />
o que assistimos e ouvimos foi um <strong>de</strong>sfilar <strong>de</strong> ironias<br />
rançosas e arrogantes, <strong>de</strong>monstrando uma necessida<strong>de</strong> pulsante<br />
não em propalar feitos e coisas grandiosas, mas sim, para <strong>de</strong>negrir<br />
o governo anterior, do FHC (PSDB). Lamentavelmente, ao<br />
pejorar a “herança real” recebida do governo anterior ao do seu<br />
padrinho, a presi<strong>de</strong>nte Dilma se esqueceu <strong>de</strong> registrar a herança<br />
maldita <strong>de</strong>ixada por seus (agora) asseclas Color De Mello e José<br />
Sarney. É a verda<strong>de</strong>ira briga <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, não <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e feitos.<br />
A VERDADEIRA REVOLUÇÃO I<br />
O senador Cristovam Buarque (PDT) já disse, repetidas vezes, que<br />
“se quiser conhecer o Brasil do futuro, basta olhar para as escolas do<br />
presente”. O escritor Augusto Cury, mais profundo, indaga do por que<br />
as socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas estão se tornando uma indústria <strong>de</strong> pessoas<br />
doentes? E respon<strong>de</strong> dizendo que é o sistema educacional que está doente.<br />
Quanto pior a qualida<strong>de</strong> da educação, mais importante será o papel<br />
da psiquiatria e da psicologia clínica.<br />
A VERDADEIRA REVOLUÇÃO II<br />
O Governo do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina lançou um programa <strong>de</strong>nominado<br />
<strong>de</strong> “Pacto pela Educação”. Está <strong>de</strong> parabéns o Governo, pois<br />
tem i<strong>de</strong>ias e coragem em fazer algo, até por que o início das aulas em<br />
algumas escolas estaduais, conforme noticiado pela mídia, tem sido<br />
<strong>de</strong>plorável. Mas, o que vemos nesse programa são basicamente questões<br />
voltadas para a melhoria na infraestrutura, mais especificamente<br />
obras e reformas físicas. E on<strong>de</strong> fica a tão sonhada e <strong>de</strong>sejada reforma<br />
do ensino, propriamente dita? Por mais que as reformas físicas<br />
sejam importantes para a qualida<strong>de</strong> do trabalho, ainda estamos longe<br />
em sonhar com uma reforma, efetiva, na base da educação brasileira;<br />
para elevá-la, como propalado em referido Pacto, ao nível da<br />
educação dos países <strong>de</strong>senvolvidos.<br />
A VERDADEIRA REVOLUÇÃO III<br />
Não somente através da entrega <strong>de</strong> “tablets” contendo os livros didáticos<br />
que serão utilizados no ano letivo, lousas digitais para a inclusão<br />
digital <strong>de</strong> docentes e estudantes, resolveremos os problemas educacionais<br />
catarinenses, e porque não dizer do Brasil. Esses objetivos<br />
maravilhosos, não substituem um bom professor. Não é somente aproximando<br />
estudantes e professores das mais mo<strong>de</strong>rnas tecnologias <strong>de</strong><br />
informação que aproximaremos nosso país ao nível da educação dos<br />
países <strong>de</strong>senvolvidos. Precisamos olhar com mais proximida<strong>de</strong> os problemas<br />
que afligem os professores, que não são somente salariais. Os<br />
professores precisam ser valorizados, para que consigam a<strong>de</strong>ntrar na<br />
sala <strong>de</strong> aula, com a maestria que lhes é peculiar, e, efetivamente, promover<br />
a mudança (<strong>de</strong> cabeça) que nosso país e nosso Estado precisam.<br />
Para isso, os professores da re<strong>de</strong> estadual não mais po<strong>de</strong>m restar adstritos<br />
a questões meramente politiqueiras para <strong>de</strong>finir sua “carreira profissional”.<br />
Não mais po<strong>de</strong>m incluir em suas agendas, ano após ano, um<br />
período <strong>de</strong> greve com o objetivo <strong>de</strong> conquistarem o mínimo que lhes é<br />
<strong>de</strong> direito. Enquanto os professores lutam por um aumento irrisório <strong>de</strong><br />
remuneração, na calada do final do ano nossos <strong>de</strong>putados aprovaram<br />
um aumento <strong>de</strong> 70% no já indigesto dito “auxílio moradia”. São os professores<br />
que po<strong>de</strong>m mudar o teatro social. Deveriam ser eles os atores,<br />
insubstituíveis, nesse cenário <strong>de</strong> “Pacto pela Educação”. A educação catarinense<br />
não precisa <strong>de</strong> consertos, precisa <strong>de</strong> uma revolução!<br />
BRIGA E FESTA II<br />
O PSDB, como era <strong>de</strong> se esperar, reagiu à altura. Em discurso no<br />
Senado, seu eminente presi<strong>de</strong>nte Aécio Neves <strong>de</strong>nunciou o que<br />
chamou dos “13 erros do PT” ou “13 fracassos do PT”, <strong>de</strong>ntre<br />
eles os escândalos <strong>de</strong> corrupção que envolve o Partido dos Trabalhadores<br />
da “cutícula do <strong>de</strong>do mindinho do pé, até o último<br />
fio <strong>de</strong> cabelo”. Também afirma que a presi<strong>de</strong>nte é ingrata em não<br />
admitir a bela herança que teria recebido do governo tucano.<br />
LIMPANDO A IMAGEM<br />
É incrível a voluntarieda<strong>de</strong> do presi<strong>de</strong>nte da Câmara dos Deputados<br />
Henrique Alves (PMDB/RN) e do presi<strong>de</strong>nte do Senado Renan Calheiros<br />
(PMDB/AL), em promover tentativas para limpar suas imagens perante o<br />
povo brasileiro. Principalmente o senador Renan Calheiros, envolvido numa<br />
série <strong>de</strong> manifestações requerendo sua saída da presidência, bem como, a<br />
cassação <strong>de</strong> seu mandato. Renan Calheiros assinala com o corte <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas<br />
no Senado e extinção <strong>de</strong> cargos comissionados no já abarrotado Senado Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Já o presi<strong>de</strong>nte da Câmara Henrique Eduardo Alves, assinala com projeto<br />
para extinção do 14º e 15º salários dos congressistas. Isso mesmo? Nossos<br />
<strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais e senadores recebem 14º e 15º salários. Infelizmente,<br />
tais medidas não passam <strong>de</strong> “fogo <strong>de</strong> palha” para tentar aplacar as manifestações<br />
públicas e da própria mídia; jamais <strong>de</strong>veriam ter existido e, a simples<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas extinções não apagará a péssima imagem que a população<br />
nutre <strong>de</strong>ssas casas legislativas e da maioria dos seus componentes.<br />
PARA REFLETIR...<br />
BRIGA E FESTA III<br />
A presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff, que protagonizou algumas das<br />
ironias mais inflamadas, <strong>de</strong>veria sim era estar trabalhando, evitando<br />
que a inflação suba, o que é eminente, e algumas trapalhadas<br />
cometidas por seus ministros. E o também eminente<br />
presi<strong>de</strong>nte do PSDB, senador Aécio Neves, <strong>de</strong>veria, então, já<br />
que se mostrou hábil em apontar os erros <strong>de</strong> seus adversários,<br />
apresentar um “plano alternativo” para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
País, o que ele e o PSDB (também) não têm. Sobram discursos e<br />
faltam i<strong>de</strong>ias e atitu<strong>de</strong>s concretas. É a sina do po<strong>de</strong>r: “muito discurso<br />
e pouca ação”. E a vida dos brasileiros, anda!<br />
CHORO ADMINISTRATIVO I<br />
No início <strong>de</strong> mandatos municipais, ouve-se <strong>de</strong> tudo um pouco. Lamúrias por falta <strong>de</strong> dinheiro, <strong>de</strong>svios, <strong>de</strong>smandos<br />
das administrações anteriores, etc. É nessa hora que se separa “o joio do trigo”, “as crianças dos verda<strong>de</strong>iros homens”.<br />
Administrar sem problemas, com os cofres abarrotados <strong>de</strong> dinheiros, é muito fácil. Difícil é encontrar as alternativas<br />
certas, nesse mar <strong>de</strong> problemas, e <strong>de</strong>senvolver, efetivamente, os municípios. Mas também é nessa hora que se separa<br />
os competentes dos incompetentes, os administradores públicos, na acepção da palavra, dos meros politiqueiros.<br />
Então gente, arregassem as mangas e comecem a trabalhar, chega <strong>de</strong> choro! Isso é o que a população espera.<br />
CHORO ADMINISTRATIVO II<br />
Quem sabe se, nesse mar <strong>de</strong> problemas, não comecem por exterminar o fisiologismo que ronda<br />
todas as administrações públicas, sem exceção. Já seria um bom começo!<br />
Divulgação<br />
“Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado <strong>de</strong> Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, <strong>de</strong> Antoine<br />
Rault:<br />
Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria,<br />
Senhor Superinten<strong>de</strong>nte, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado<br />
até o pescoço?<br />
Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto <strong>de</strong> dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!<br />
Não se po<strong>de</strong> mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se? Todos os Estados o<br />
fazem!<br />
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?<br />
Mazarino: - Criando outros.<br />
Colbert: - Mas já não po<strong>de</strong>mos lançar mais impostos sobre os pobres.<br />
Mazarino: - Sim, é impossível.<br />
Colbert: - E sobre os ricos?<br />
Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam <strong>de</strong> gastar. E um rico que gasta faz viver centenas <strong>de</strong> pobres.<br />
Colbert: - Então, como faremos?<br />
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico <strong>de</strong> doente! Há uma quantida<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong> pessoas<br />
entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas<br />
que <strong>de</strong>vemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão<br />
para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!