12.04.2013 Views

Pastor e mundo Contemporâneo - Igreja do Nazareno Comunidade ...

Pastor e mundo Contemporâneo - Igreja do Nazareno Comunidade ...

Pastor e mundo Contemporâneo - Igreja do Nazareno Comunidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

♦ Progresso – A era anterior foi de barbarismo e superstição, agora, um<br />

novo tempo raiou, trazen<strong>do</strong> conhecimento que geram felicidade a toda a<br />

humanidade.<br />

Iluminismo e atualidade:<br />

Ricar<strong>do</strong> Q. Gouvêa<br />

Há muito tempo que o pensamento iluminista caiu em descrédito, ainda que<br />

ele continue sen<strong>do</strong> louva<strong>do</strong> em círculos influencia<strong>do</strong>s pela ciência moderna,<br />

ainda impregnada pelo ideal científico, e pela filosofia analítica anglo-saxônica,<br />

com suas pretensões racionalistas positivistas. O racionalismo começou a<br />

agonizar quan<strong>do</strong> Kant pôs um fim na epistemologia de homens como<br />

Descartes e Locke. Kant contrastou seu idealismo crítico transcendental com o<br />

"<strong>do</strong>gmatismo" que ele via nos seus antecessores: a presunção de que o<br />

intelecto humano pode chegar à verdades através <strong>do</strong> puro ato de pensar, sem<br />

antes avaliar criticamente seus próprios recursos e poderes.<br />

“Enquanto no século 18 a razão parecia ser a resposta para tu<strong>do</strong>, no início<br />

<strong>do</strong> século 19 ela parecia adequada apenas para uma quantidade limitada de<br />

assuntos. Ela falhava, quan<strong>do</strong> se tratava das profundezas <strong>do</strong> espírito humano e<br />

quanto à análise das experiências que nos tornam humanos. A subjetividade se<br />

tornou então o frenesi <strong>do</strong> que foi chama<strong>do</strong> a “Era Romântica”, que durou até o<br />

final <strong>do</strong> século 19.” (MACARTHUR,John.Pense Biblicamente.Agnos.SP. 2003.p.207)<br />

Ainda que o conhecimento se inicie pela experiência, dizia Kant, isso<br />

não quer dizer que to<strong>do</strong> conhecimento é empírico: há as impressões, que são<br />

obtidas pelos senti<strong>do</strong>s, e há as categorias mentais aprioristas (basea<strong>do</strong> em<br />

experiência anterior) pelas quais essas impressões são sintetizadas. O homem<br />

não é um mero receptor de impressões, mas ativamente impõe nas impressões<br />

recebidas suas próprias categorias transcendentais. A mente humana não é<br />

uma tabula rasa (contra Locke), mas uma ativa interpreta<strong>do</strong>ra da realidade,<br />

uma constante hermeneuta. Essas categorias mentais de que Kant falava<br />

seriam anteriores aos da<strong>do</strong>s empíricos, pressupostas pela experiência, e<br />

independentes dela. O conhecimento, segun<strong>do</strong> Kant, é também subjetivo<br />

porque o objeto é, em grande parte, uma criação <strong>do</strong> sujeito. O <strong>mun<strong>do</strong></strong> ao nosso<br />

re<strong>do</strong>r é uma criação da nossa própria mente, nossas impressões<br />

espacialmente dispostas, e as "leis" que encontramos na natureza são um<br />

reflexo da nossa própria racionalidade.<br />

Esse idealismo subjetivo de Kant salvou a consistência <strong>do</strong> conhecimento<br />

científico, ameaça<strong>do</strong> pelo ceticismo Humeano, ao custo tremen<strong>do</strong> de seu valor<br />

objetivo: cada fenômeno <strong>do</strong> <strong>mun<strong>do</strong></strong> exterior é apenas uma idéia da nossa<br />

mente e não existe enquanto "coisa em si" (Ding an Sich). Daí a separação<br />

kantiana entre o reino fenomênico, cria<strong>do</strong> e aprendi<strong>do</strong> pela mente humana, e o<br />

reino noumênico, composto por aquilo que está além das nossas capacidades<br />

mentais de apreensão, ou porque não temos os aparatos necessários para<br />

detectá-lo, ou porque aparentemente não tem nenhuma relação com o sujeito.<br />

Deus, por exemplo, seria noumênico. A linguagem da metafísica é, na melhor<br />

das hipóteses, simbólica.<br />

23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!