12.04.2013 Views

Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis

Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis

Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cadernos ASLEGIS<br />

Nº 28 - janeiro/abril de 2006<br />

É evidente que esses jovens oficiais tinham a exata noção do<br />

processo de exclusão que vinha servindo de contexto para a formação<br />

da sociedade br<strong>as</strong>ileira (Senna Pires, 2003), e consequentemente, para<br />

a formação de <strong>um</strong>a identidade <strong>nacional</strong>. Em grande parte, esse grupo<br />

imputava à falta de <strong>um</strong> sentimento de <strong>nacional</strong>idade e de coesão <strong>nacional</strong><br />

à ganância e à atuação d<strong>as</strong> elites agrári<strong>as</strong> e atribuíram à luta contra a<br />

ignorância <strong>um</strong>a importância tão enfática quanto a defesa territorial do<br />

Br<strong>as</strong>il. Sobre esse tema, <strong>as</strong>sim se manifestam:<br />

A falta de educação cívica do povo constitui <strong>um</strong> sério<br />

embaraço à execução da lei; essa educação deve ser dada n<strong>as</strong><br />

escol<strong>as</strong> e em todos os lugares onde haja permanência de meninos<br />

ou moços. (A Defesa Nacional, n 30 ano 1, 1913, p.38)<br />

Em nada nos adianta descontextualizar a arg<strong>um</strong>entação do grupo,<br />

pois, naquela época havia <strong>um</strong>a grande diferença n<strong>as</strong> funções sociais<br />

desempenhad<strong>as</strong> por homens e mulheres, motivo que pode indicar a ênf<strong>as</strong>e<br />

que emprestaram à formação dos meninos, esquecendo-se de inserirem<br />

<strong>as</strong> menin<strong>as</strong> nessa arg<strong>um</strong>entação. Dois anos mais tarde, parecem ter<br />

alterado sua concepção, ampliando o universo de crianç<strong>as</strong> a ser educado.<br />

Seguem com <strong>um</strong> discurso contundente <strong>sobre</strong> a necessidade da<br />

universalização e obrigatoriedade do ensino básico, arg<strong>um</strong>entando que a<br />

sociedade devia guiar “<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> para a escola”, que deveriam ser<br />

ensinad<strong>as</strong> “<strong>as</strong> glóri<strong>as</strong> p<strong>as</strong>sad<strong>as</strong>” e finalmente declaram que era imperioso<br />

tornar “a instrução primária obrigatória” (A Defesa Nacional, n 24, ano<br />

2, 1915, p.366).<br />

Apesar da concepção militarista de su<strong>as</strong> formulações, não há<br />

como deixar de reconhecer o mérito de lutarem pela universalização e<br />

pela obrigatoriedade do ensino básico. Se considerarmos o rigor da<br />

disciplina militar e <strong>as</strong> divers<strong>as</strong> proibições a que estavam sujeitos, o que<br />

inclui a vedação de manifestar-se publicamente sem autorização superior,<br />

esse grupo de jovens militares mostrou <strong>um</strong>a disposição muito acirrada<br />

em defender pontos de vista <strong>sobre</strong> <strong>um</strong>a temática polêmica e que, como<br />

anteriormente visto, não apresentava avanços consideráveis diante d<strong>as</strong><br />

necessidades nacionais. Durante mais de três anos, seguem insistindo<br />

<strong>sobre</strong> a importância da educação, como por exemplo em 1916 quando<br />

ressaltam a necessidade de cuidar “com sinceridade da instrução e da<br />

educação de nosso povo” e, novamente, enfatizam a importância de<br />

“impor o ensino primário por toda a parte” (A Defesa Nacional, n 25,<br />

ano 3, 1916, p.2).<br />

122

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!