Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis
Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis
Identidade nacional e Educação: um olhar sobre as idéias ... - Aslegis
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Cadernos ASLEGIS<br />
Nº 28 - janeiro/abril de 2006<br />
eram esc<strong>as</strong>sos, insuficientes para fazer frente a tais responsabilidades.<br />
Em contr<strong>as</strong>te, foram criad<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> particulares na Corte e n<strong>as</strong> capitais<br />
provinciais que ofereciam ensino primário para atender à nobreza e aos<br />
filhos d<strong>as</strong> famíli<strong>as</strong> ric<strong>as</strong>.<br />
Outra iniciativa imperial, foi a criação da Inspetoria Geral da<br />
Instrução Primária e Secundária, órgão que era ligado ao Ministério do<br />
Império e destinava-se a fiscalizar e orientar o ensino público e particular<br />
nos níveis primário e médio. Apesar disso, a situação geral do ensino<br />
básico continuou ruim, principalmente pela esc<strong>as</strong>sez de docentes<br />
habilitados. Diante desse quadro, os governos provinciais criaram <strong>as</strong><br />
primeir<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> normais d<strong>as</strong> provínci<strong>as</strong>, porém sem a estrutura<br />
adequada (Freire, 1993).<br />
Ao longo do Império, <strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong> foram tímid<strong>as</strong> e não lograram<br />
dar <strong>um</strong>a sustentabilidade para <strong>um</strong>a educação <strong>nacional</strong>. O ensino básico<br />
era qualitativamente deficiente e quantitativamente precário. O ensino<br />
secundário era direcionado apen<strong>as</strong> para os que podiam pagá-lo, parcela<br />
diminuta da população então.<br />
Mais para o término do período imperial, foram tomad<strong>as</strong> alg<strong>um</strong><strong>as</strong><br />
medid<strong>as</strong> para a expansão da rede de ensino privado de forma a suprir a<br />
deficiência da rede pública (Ribeiro, 2001). No entanto, a República<br />
recebeu o ônus de reestruturar a educação pública, o que incluía a<br />
instalação do ensino técnico comercial, agrícola e industrial, que era<br />
inexistente no Br<strong>as</strong>il.<br />
3. A REPÚBLICA, O CAOS EDUCACIONAL E A<br />
NECESSIDADE DE FORMAÇÃO DE UMA IDENTIDADE<br />
NACIONAL<br />
Nesse contexto social e político complexo e contraditório,<br />
permeado de “questões” 5 , o legado educacional que a n<strong>as</strong>cente República<br />
recebe é b<strong>as</strong>tante precário, o que contribui para o incremento dos<br />
contr<strong>as</strong>tes e para o aprofundamento d<strong>as</strong> disparidades regionais d<strong>as</strong><br />
desigualdades social e econômica que vivenciamos até os di<strong>as</strong> atuais.<br />
A proclamação da República não mudou, de imediato, o cenário<br />
herdado do Império. Foram tomad<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong> legislativ<strong>as</strong> no<br />
5 Da abolição da escravidão, eleitoral, militar, eclesiástica, política, por exemplo.<br />
116