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1989 Volume XIV, 4, 4º Trimestre - Acta Reumatológica Portuguesa ...

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196 LICfNIO POÇAS<br />

cos implicados no controle da Dor, mas actuam como neuromodeladores<br />

dado que intervêm na libertação igualmente doutros mediadores como a serotonina,<br />

dopamina, noradrenalina, acetilcolina. Sempre que um estimulo doloroso,<br />

qualquer que seja a sua localização, coloca em acção o sistema endomorfinico,<br />

vai provocar uma situação de analgesia geral mais ou menos evidente. É<br />

baseada nesta teoria a explicação dos efeitos terapêuticos da acupunctura, das<br />

manipulações, da estimulação eléctrica transcutânea, ou das situações atrás<br />

referidas no soldado ou no desportista.<br />

Em termos gerais e sob o ponto de vista fisiopatológico podemos distinguir<br />

três tipos de dores: por excesso de nocicepção, de desaferenciação e psicogénicas.<br />

As dores por excesso de nocicepção resultam da estimulação intensa dos<br />

receptores da dor, não havendo lesão ou disfunção do sistema nervoso.<br />

Explicam-se por lesões tecidulares ou mecânicas que libertam ao nível dos<br />

nociceptores grandes quantidades de mediadores químicos. Esta estimulação<br />

intensa e prolongada das terminações das fibras A 8 e C desenvolve um<br />

influxo doloroso que, vencendo o reflexo inibidor localizado no corno posterior,<br />

ultrapassa os sistemas endógenos da analgesia e invade as vias e os centros<br />

da dor. A maioria das dores reumáticas pertencem a este tipo. Estas dores<br />

são acalmadas pelos antinflamatórios, os analgésicos, a morfina e pela cirurgia<br />

de secção nervosa.<br />

As dores de desaferenciação estão ligadas a lesão ou disfunção do sistema<br />

nervoso periférico ou central, fora de qualquer estimulação dos nociceptores,<br />

sendo vulgarmente chamadas dores neurológicas. As algodistrofias, relativamente<br />

frequentes na patologia reumática crónica, são dores de desaferenciação.<br />

Este tipo de dores não melhoram com os antinflamatórios ou a morfina,<br />

respondendo melhor aos antidepressores, neurolépticos, tranquilizantes ou<br />

diversos modos de neuro-estimulação.<br />

As dores psicogénicas ou funcionais são as que apresentam um distúrbio<br />

psicótico ou neurótico desempenhando um papel preponderante, enquanto que<br />

as lesões somáticas estão ausentes, mínimas ou são banais. As situações mais<br />

frequentes de dores psicogénicas no âmbito da reumatologia são o sindrome<br />

fibromiálgico ou fibrosite, as espondilalgias funcionais e as dores funcionais<br />

dos membros (artralgias, nevralgias, parestesias).<br />

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Peripheral and spinal mecanisms of nociception. Besson J. M., Physiol Rev.<br />

67:67-186(1987)<br />

The neurology of joints. Wyke B., Clin Rheum. Dis, 7:223-239 (1981)<br />

Chronic pain (symposium) Postgraduate Medicine, 4 Sept. (1985)<br />

Pain, Clinical Rheumatology, April (1987)<br />

Textbook of pain, Churchill — Livingstone (1984)<br />

DOR CRÓNICA REUMATISMAL<br />

Se a dor aguda é um sintoma bem definido de uma doença, a Dor Crónica é<br />

uma abstracção, é uma experiência simultaneamente física e psicológica, de<br />

ACIA REUMATOLÓGICA PORIUGUESA

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