educação popular e cerâmica na vila união kathia prujansky ... - UFSC
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Migração pobre para Florianópolis<br />
“Sem dúvida, a expansão urba<strong>na</strong> é uma das causas que intensificam<br />
a hibridação cultural. O que significa para as culturas latino-america<strong>na</strong>s que<br />
países que no começo do século tinham aproximadamente 10% de sua<br />
população <strong>na</strong>s cidades concentrem agora 60 ou 70 % <strong>na</strong>s aglomerações<br />
urba<strong>na</strong>s? Passamos de sociedades dispersas em milhares de comunidades<br />
rurais com culturas tradicio<strong>na</strong>is, locais e homogêneas, em algumas regiões<br />
com fortes raízes indíge<strong>na</strong>s, com pouca comunicação com o resto de cada<br />
<strong>na</strong>ção, a uma trama majoritariamente urba<strong>na</strong>, em que se dispõe de uma<br />
oferta simbólica heterogênea, renovada por uma constante interação do local<br />
com redes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e trans<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de comunicação.” 6<br />
O fluxo migratório no Brasil tem seguido as tendências de que Canclini se refere<br />
acima, com uma população urba<strong>na</strong> que pulou de 10 milhões para 120 milhões <strong>na</strong>s últimas 4<br />
décadas.7 Essa tendência migratórias não é exceção em Santa Catari<strong>na</strong>. Milhares de<br />
migrantes tem seguido este caminho, saindo do interior de Santa Catari<strong>na</strong> rumo a Capital.<br />
Teresa Kleba Lisboa, em seu estudo que incluí o processo migratório de mulheres de<br />
periferia de Florianópolis, nos traz dados que exemplificam este processo. Em Santa<br />
Catari<strong>na</strong>, o censo de 1991 apontava uma taxa de urbanização de 70%, ou seja, uma<br />
completa transformação face aos 20% das décadas de 40 e 50.8 Em 1940, 78,47% da<br />
população catarinense residia em áreas rurais (campos) e 21,53% em áreas urba<strong>na</strong>s (cidades<br />
e sedes distritais); em 1990 reverteu-se este quadro e, atualmente, há 28,75% de habitantes<br />
em áreas rurais e 71, 25% residindo em áreas urba<strong>na</strong>s. A mobilidade inter<strong>na</strong>, que ocorreu<br />
entre as décadas de 80 e 90, com as transferências intermunicipais e interregio<strong>na</strong>is, superou<br />
a casa dos 70%, indicando uma migração direta das áreas rurais para as cidades<br />
6 CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas : Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo:<br />
Editora da Universidade de São Paulo, 1998. p. 285.<br />
7 Secretaria Municipal de Habitação, Trabalho e Desenvolvimento Social de Florianópolis. Programa Habitar<br />
Brasil – BID: Projeto Bom Abrigo – Mocotó. Volume III – Participação Comunitária e Desenvolvimento<br />
Social, Parte 2 – Caracterização da Área e da Comunidade, p. 14. (elaborado por Maria Aparecida Napoleão<br />
Catari<strong>na</strong>- Assistente Social)<br />
8 Dados do IBGE, 1991. in: LISBOA, Teresa Kleba. “Heroí<strong>na</strong>s em Luta Na Conquista De Suas Glórias”...um<br />
estudo sobre o processo de “empoderamento” das mulheres <strong>na</strong>s comunidades de periferia de Florianópolis.<br />
Tese de Doutorado em Sociologia do IFCH da UFRGS. Porto Alegre, 2000. p.6.<br />
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