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educação popular e cerâmica na vila união kathia prujansky ... - UFSC

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“desenraizados”. “Seria justo pensar a cultura de um povo migrante em termos de<br />

desenraizamento”.29 Ao se distanciar de seu local de origem, o sujeito é obrigado a se<br />

adaptar ao novo por uma questão de sobrevivência. Nada impede que velhos costumes<br />

sejam importados pelos migrantes, mas esses vão se misturando aos novos jeitos de viver<br />

adotado nos novos locais em que vivem.<br />

Cavalcanti traz um pensamento muito interessante sobre essa conexão entre a<br />

migração e o desenraizamento. Ela afirma que tanto no passado quanto no presente, as<br />

razões pelo qual os migrantes se deslocam, a partir das declarações dos próprios migrantes,<br />

é resultado da busca de trabalho. “Se a migração é desenraizante, o desemprego é um<br />

desenraizamento em processo”.30 O desemprego, nesse sentido, é um dos grandes<br />

geradores do desenraizamento e do próprio deslocamento.<br />

Márcia Fantin, em seu livro Cidade Dividida, traz novamente a idéia de<br />

desenraizamento quando discute a inserção dos migrantes pobres que chegam em<br />

Florianópolis.<br />

“A experiência do desenraizamento vivida pelos “migrantes<br />

pobres”, que deixaram o campo e as cidades peque<strong>na</strong>s para tentar a sorte <strong>na</strong><br />

grande cidade, não repercute da mesma forma para os “de fora” pertencentes<br />

às camadas médias-universitárias.<br />

Para os migrantes, a inserção <strong>na</strong> cidade acontece através de<br />

mecanismos de conquistas dos direitos mais básicos, que vão desde o<br />

reconhecimento de um “nome” (ter uma identidade, um documento) até um<br />

lugar digno para morar. As estratégias de sobrevivência acio<strong>na</strong>das por este<br />

grupo social para viver <strong>na</strong> cidade grande são múltiplas e criativas, driblando<br />

a violência e a exclusão, reforçando redes de sociabilidade, organizando<br />

movimentos sociais, conquistando cidadania.”31<br />

29 BOSI, 1983, p. 405 citada por Cavalcanti em: p.144. CAVALCANTI, Helenilda. O desencontro do ser e<br />

do lugar: a migração para São Paulo. Em: BURITY, Joanildo A. (Org.) Cultura e Identidade: perspectivas<br />

interdiscipli<strong>na</strong>res. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.<br />

30 BOSI, 1983, p. 405 citada por Cavalcanti em: CAVALCANTI, Helenilda. O desencontro do ser e do lugar:<br />

a migração para São Paulo. Em: BURITY, Joanildo A. (Org.) Cultura e Identidade: perspectivas<br />

interdiscipli<strong>na</strong>res. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.144.<br />

31 FANTIN, Márcia. Cidade Dividida. Florianópolis : Cidade Futura, 2000. Pági<strong>na</strong> 44.<br />

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