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educação popular e cerâmica na vila união kathia prujansky ... - UFSC

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Na trama dessas contradições o trabalhador migrante aprende, ganha<br />

nova perspectiva, alarga sua visão de mundo, suas relações sociais, sua<br />

consciência de si e dos outros. Neste processo de aculturação, as redes<br />

sociais – familiares, de vizinhança e redes de ONG’s – terão um papel<br />

decisivo em sua integração ao espaço e à cultura urba<strong>na</strong>.”16<br />

Ao chegarem em Florianópolis, esses migrantes do interior encontram uma outra<br />

lógica de sobrevivência. Tudo é novo e tem que ser aprendido para que eles consigam<br />

sobreviver neste novo e complexo local. As famílias vem em busca de algo melhor, mas<br />

muitas vezes se deparam com inúmeras dificuldades e passam, como diz Martins, por uma<br />

“nova desigualdade” que os submete a situações de constrangimento e perigo. Mas, no<br />

meio dessas dificuldades, redes de apoio de diversos tipos são tecidos e o novo migrante<br />

começa a se achar. Logo a adaptação e “aculturação”, como diz Lisboa, vão integrando o<br />

migrante a esse novo local.<br />

A imagem criada de Florianópolis tanto para os turistas quanto para os novos<br />

migrantes é de uma cidade maravilhosa, uma ilha mágica onde a vida é calma e a qualidade<br />

de vida prevalece. Mas, quem vive o cotidiano de Florianópolis hoje se depara com uma<br />

realidade diferente dessa. Florianópolis tem sentido <strong>na</strong> pele um agravamento sério em seus<br />

níveis de violência. Só no último ano o número de homicídios <strong>na</strong> grande Florianópolis tem<br />

quase dobrado. E isso sem mencio<strong>na</strong>r a falta de respeito com as áreas verdes e de<br />

preservação, que são colocados em segundo e terceiro plano ao “desenvolvimento”<br />

imobiliário e ao turismo sem consciência. Márcia Fantin, em seu estudo sobre Florianópolis<br />

e suas mudanças diz,<br />

“O discurso publicitário traduz em signos a mais perfeita representação do<br />

ideal do bem viver e do prazer. Se, de um lado, isto faz parte do “marketing<br />

da cidade” e da essência da ação publicitária (produzir desejos e<br />

necessidades), por outro projeta-se no imaginário coletivo social uma<br />

representação de cidade (e induz a um projeto de cidade) que acentua um<br />

“ethos” de cidade turística, cidade do lazer: ‘O melhor lugar do mundo é<br />

aqui’. Neste discurso de “mercado” Florianópolis transforma-se no “Paraíso<br />

16 LISBOA, Teresa Kleba. “Heroí<strong>na</strong>s em Luta Na Conquista De Suas Glórias”...um estudo sobre o processo<br />

de “empoderamento” das mulheres <strong>na</strong>s comunidades de periferia de Florianópolis. Tese de Doutorado em<br />

Sociologia do IFCH da UFRGS. Porto Alegre, 2000. p. 70.<br />

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