educação popular e cerâmica na vila união kathia prujansky ... - UFSC
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turismo sazo<strong>na</strong>l e aos migrantes com poder aquisitivo. Os migrantes pobres, por outro lado,<br />
tem que lutar diariamente por seu espaço e sobrevivência. O Centro de Estudos Cultura e<br />
Cidadania (CECA) em seu relatório sobre os problemas sócio-ambientais da Ilha de Santa<br />
Catari<strong>na</strong> relata esta trajetória migracio<strong>na</strong>l. Diz o relatório:<br />
“As transformações sócio-culturais desencadeadas a partir de então, foram<br />
aceleradas com a chegada de novos moradores ao município. Os primeiros<br />
fluxos migratórios foram basicamente de dois tipos. De um lado, os<br />
funcionários das empresas e repartições estatais recém-instaladas. Eram<br />
famílias de nível médio, oriundas dos estados vizinhos (Rio Grande do Sul,<br />
Paraná, e Rio de Janeiro), que vinham atender à demanda criada pelos novos<br />
empregos, cujas exigências a população local não supria. Estas famílias<br />
implantaram-se basicamente <strong>na</strong> Ilha e foram amparadas pelas administrações<br />
municipal e estadual que urbanizaram extensas áreas (Panta<strong>na</strong>l, Córrego<br />
Grande, Trindade e Santa Mônica) e instalaram equipamentos como escolas,<br />
hospitais, áreas de lazer e outros. Com esse fluxo migratório, passa a<br />
predomi<strong>na</strong>r um modo de vida, de organização do espaço e de valores<br />
eminentemente urbanos, criando conjuntos residenciais, terrenos, cercas,<br />
bairros e principalmente, propriedade privada onde antes haviam sítios,<br />
terras coletivas e muito verde.<br />
O segundo fluxo migratório foi formado por famílias migrantes<br />
pobres atraídas pelas possibilidades de acesso e melhoria de vida oferecidas<br />
pela Capital do Estado. Oriunda de processos de expulsão das áreas<br />
agrícolas e, em muitos casos, das pécimas condições de vida de outras áreas<br />
urba<strong>na</strong>s (Joinville, Chapecó, Lages, etc.), esta população buscava a<br />
proximidade dos equipamentos urbanos e a oferta de empregos <strong>na</strong><br />
construção civil, <strong>na</strong>s casas dos funcionários de nível médio e no comércio.<br />
Para esta população não foi criada a infra-estrutura urba<strong>na</strong> necessária, tendo<br />
ela mesma que se localizar o mais perto possível do emprego e dos<br />
equipamentos urbanos. Assim foram ocupando, prioritariamente, as encostas<br />
dos morros que circundavam o centro urbano da Ilha (estabelecendo áreas de<br />
contraste com as que já eram ocupadas pela população local), em condições<br />
de moradia bastante precárias. Atualmente, este fluxo migratório já encontra<br />
um acesso bastante restrito à Ilha, localizando-se basicamente no Continente<br />
e nos municípios vizinhos a Florianópolis: São José, Palhoça e Biguaçu.”13<br />
Devemos enfatizar que, como assi<strong>na</strong>la o CECA, os migrantes pobres se deparam<br />
com uma total falta de infra-estrutura ao chegarem em Florianópolis em busca de melhoria<br />
Desenvolvimento Social, Parte 2 – Caracterização da Área e da Comunidade, p. 2. (Elaborado por Maria<br />
Aparecida Napoleão Catari<strong>na</strong>- Assistente Social)<br />
13 CENTRO DE ESTUDOS CULTURA E CIDADANIA. Uma Cidade Numa Ilha : relatório sobre<br />
problemas sócio-ambientais da Ilha de Santa Catari<strong>na</strong> / Centro de Estudos Cultura e Cidadania – CECA.<br />
Florianópolis : Insular, 1996. pági<strong>na</strong>s 169-70.<br />
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