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<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
Ano 5 - Número 41 - R$ 8,00<br />
ConVisão<br />
Contamos tim-tim por tim-tim<br />
como harmonizar melhor<br />
Mezzelune di brie al prosecco e funghetti, acompanhada de vinho tinto<br />
Com um menu da Vinheria Percussi em São Paulo,<br />
mostramos como identifi car melhor os ingredientes dos pratos<br />
e as características dos vinhos que infl uenciam nas harmonizações<br />
www.jornalvinhoecia.com.br<br />
Dicas de restaurantes onde beber bem e namorar
2<br />
VAMOS ELEGER AS GARRAFAS DE VINHO<br />
TINTAS, BRANCAS, ROSÉS, DOCES E ESPUMANTES<br />
MAIS BONITAS NO BRASIL<br />
REALIZAÇÃO<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
3
4<br />
Aperitivo<br />
O que há de bom<br />
Estamos no quinto ano de<br />
calendário de edições<br />
e comemoramos neste<br />
mês nosso quarto aniversário,<br />
trazendo muita informação sobre<br />
o mundo do vinho.<br />
Durante toda a nossa existência<br />
não permanecemos estáticos,<br />
estivemos sempre abertos a<br />
inovações e novos temas, sem<br />
fugir, contudo, ao espírito básico<br />
de enfocar o “assunto vinho” de<br />
modo descontraído e objetivo<br />
e ao mesmo tempo inteligente,<br />
independente e confi ável.<br />
<strong>Vinho</strong> Tinta<br />
em mais um ano do <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
Nesta edição inauguramos a<br />
seção “Tim-Tim por Tim-Tim”,<br />
que mostra passo-a-passo como<br />
harmonizar melhor um menu<br />
com vinhos.<br />
Continuamos com a maior<br />
equipe de colunistas especializados<br />
em vinhos no país. Estréia<br />
agora Álvaro César Galvão, com<br />
o tema muito interessante “o<br />
negócio vinho”. Na realidade é<br />
uma reestréia, já que o Álvaro<br />
atuou durante muito tempo em<br />
nossa área comercial.<br />
Já fomos questionados, e<br />
temos de esclarecer que o Ted<br />
Bebedor entrou em férias por<br />
um tempo. Provavelmente não<br />
aguentou o stress da pressão<br />
desse editor (sic).<br />
O Circuito <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> continua<br />
rolando em São Paulo com<br />
grande sucesso, e contamos aqui<br />
como apreciar bons vinhos em<br />
bons restaurantes e além disso ganhar<br />
taças grátis para colecionar.<br />
Como sempre há muitos<br />
artigos e muito coisa boa no<br />
<strong>Vinho</strong> & Saúde<br />
É verdade que...<br />
Regis Gehlen Oliveira, editor<br />
vinho em excesso provocar câncer?<br />
Não é possível responder<br />
esta pergunta com o<br />
conhecimento que se<br />
tem hoje. Importantes estudos<br />
recentes sobre esse assunto<br />
são controversos. Há pouco<br />
tempo o presidente do Institut<br />
National du Cancer (INCa) da<br />
França fez uma manifestação<br />
pública infeliz sobre o tema. Ele<br />
baseia sua opinião em apenas<br />
um estudo (que tem sido alvo<br />
de muitas discussões nos meios<br />
científi cos). Alguns cânceres têm<br />
relação bem defi nida com a ingestão<br />
abusiva de álcool (laringe,<br />
boca, garganta, fígado, esôfago,<br />
mama e cólon). Mas o vinho,<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong>. Você, leitor, pode<br />
apreciar com tranquilidade, acompanhado<br />
de um bom vinho.<br />
Sabemos que comemoramos<br />
mais um aniversário em razão do<br />
seu apoio. Obrigado e tim-tim!<br />
em inúmeros estudos, mostra-se<br />
uma bebida com comportamento<br />
diferente das outras.<br />
Jairo Monson<br />
Médico e escritor<br />
jairo@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
Ano 5 - Número 41<br />
www.jornalvinhoecia.com.br<br />
Editor<br />
Regis Gehlen Oliveira<br />
Publicação<br />
ConVisão<br />
Al. Araguaia, 933, 8o. and.<br />
Alphaville<br />
06455-000, Barueri, SP<br />
Colaboradores<br />
Adriana Bonilha / Álvaro C. Galvão<br />
Andréa Pio / Beto Acherboim<br />
Carlos Arruda / Cesar Adames<br />
Custódio / Daniela Zandonadi<br />
Denise Cavalcante / Didú Russo<br />
Norio Ito / Euclides Penedo Borges<br />
Fernando Quartim / Jaqueline Barroso<br />
Jairo Monson / Maria Amélia<br />
Oscar Daudt / Samuel de Souza<br />
Sérgio Inglez / Walter Tommasi<br />
Assinaturas/Propaganda<br />
(11) 4192-2120<br />
jornal@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> é uma publicação da<br />
ConVisão relativa ao segmento de<br />
vinhos e suas companhias naturais,<br />
como gastronomia, restaurantes,<br />
prazer, conhecimento, viagens e<br />
outras. Circula principalmente em São<br />
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais<br />
e Rio Grande do Sul, nos principais<br />
restaurantes e lojas especializadas.<br />
Pode ser adquirido por assinaturas<br />
ou em bancas selecionadas.<br />
Os artigos e comentários assinados não refl etem<br />
necessariamente a opinião da editoria.<br />
A menção de qualquer nome neste veículo não<br />
signifi ca relação trabalhista ou vínculo contratual<br />
remunerado.<br />
Associado à<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
São Joaquim, Santa Catarina, a mais de 1300m de altitude<br />
Aprecie com moderação<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Deixando o preconceito de lado,<br />
a gente descobre o que a altitude faz por um rosé<br />
Núbio Rosé<br />
No mundo não existe nada igual<br />
Fora do convencional, o Núbio Rosé Cabernet Sauvignon<br />
é encorpado e seco, e tem uma acidez que instiga o paladar.<br />
Já recebeu várias medalhas em degustações promovidas pelo<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> e foi o mais elogiado por jornalistas e profi ssionais<br />
em jantar do projeto Harmonizando o Terroir.<br />
É produzido com uvas plantadas em até 1300m de altitude,<br />
na fria cidade de São Joaquim, num terroir que muitos enólogos<br />
do mundo invejam e que faz toda a diferença para um rosé.<br />
Sem preconceito, no mundo não existe nada igual.<br />
SANJO: (49) 3233-0012, sanjo@sanjo.com.br, www.sanjo.com.br, São Joaquim, SC<br />
AOC <strong>Vinho</strong>s do Brasil: (11) 3044-1697, R. Prof. Atílio Inocentti, 970, São Paulo, SP<br />
5
6<br />
O Que Beber<br />
Recheie<br />
a sua adega<br />
Adega Avant Garde 90,<br />
da Art des Caves<br />
Tinto se aprecia melhor na temperatura ambiente?<br />
Se for na temperatura ambiente de caves européias em geral<br />
podemos dizer que sim. Contudo, estamos no Brasil, onde as<br />
temperaturas médias são na maioria dos períodos do ano superiores<br />
ao ideal para tintos, entre 14 0 C para os mais leves até 20 0 C<br />
para os mais encorpados.<br />
“Aqui estão indicações para se ter<br />
em casa um bom conjunto de vinhos<br />
com ótimo custo-benefício.<br />
Siga o sentido da seta para a melhor escolha<br />
pratos mais leves pratos mais consistentes<br />
<strong>Vinho</strong>s tintos (temperatura de serviço preferencialmente entre 14 o C a 20 0 C)<br />
Mais adequados a carnes, queijos consistentes e massas mais condimentadas<br />
Innominabile<br />
Lote II (R$55)<br />
Villaggio Grando: (49) 3563-1188<br />
Cumbres Andinas<br />
Cot Reserve 05 (R$98)<br />
Vinea: (11) 3059-5200<br />
<strong>Vinho</strong>s brancos e rosés (temperatura de serviço preferencialmente entre 8 a 14 0 C)<br />
Mais adequados a peixes, frango, porco, queijos delicados e massas mais leves<br />
Núbio<br />
Sauvignon Blanc (R$39)<br />
Sanjo: (49) 3233-0012<br />
Block Selection<br />
Limari Reserve (R$50)<br />
Würtemberg<br />
Riesling 08 (R$37)<br />
Wine Expert: (61) 8443-2003<br />
Amante<br />
Rosé (R$55)<br />
MM <strong>Vinho</strong>s (41) 3264-7088 Wine Society: (11) 2539-2920<br />
Casa Valduga: (54) 2105-3122<br />
<strong>Vinho</strong>s espumantes (temperatura de serviço preferencialmente entre 5 o C a 8 0 C)<br />
Mais adequados a aperitivos (os do tipo brut) e a sobremesas (os dos tipos demi-séc e Moscatel)<br />
Cava Cristalino<br />
Brut (R$33)<br />
Mosteiro de Cister<br />
Colheita Douro 05 (R$40)<br />
Bogle Petite<br />
Syrah (R$69)<br />
Espumante<br />
.Nero Brut (R$25)<br />
Cantu: (41) 3616-6000<br />
Wine Lovers: (11) 8439-3392<br />
Magnus<br />
Riesling (R$76)<br />
Nudo<br />
Cabernet Sauvignon (R$85)<br />
Goulart Grand Vin<br />
Malbec 07 (R$220)<br />
KMM: (11) 3819-4020<br />
Costazzurra: (11) 3864-1533<br />
Pericó<br />
Rosé 08 (R$45)<br />
Pericó: (49) 3233-1100<br />
Espumante<br />
Fabian Champenoise (R$32)<br />
Vinoteca: (41) 3373-3444 Domno: (54) 3462-3965 AOC <strong>Vinho</strong>s do BR: (11) 3044-1697<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Provamos antes<br />
para você beber melhor<br />
“A equipe do <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> provou vários vinhos às cegas.<br />
Cada um foi degustado considerando a sua faixa de preço.<br />
Esses foram avaliados como ótima relação custo-benefício.<br />
Fazendo bonito<br />
O Antis Cabernet Sauvignon<br />
(R$38) vem de<br />
Mendoza, Argentina. O<br />
Surazo Reserva Merlot<br />
(R$50) é do Vale do Rapel,<br />
no Chile. Ambos fazem<br />
bonito no portfólio da importadora<br />
e podem compor<br />
bem a sua adega de custobenefício.<br />
Porto Mediterrâneo:<br />
(47) 3263-0006<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Dupla acessível<br />
Se você vencer o duplo<br />
preconceito de provar vinhos<br />
com rótulos simplórios<br />
e de origem de Flores<br />
da Cunha no RS, vai se<br />
surpreender com a qualidade<br />
dos Piero Sec. Tanto<br />
o Cabernet Sauvignon<br />
quanto o Merlot são bem<br />
baratinhos e bons, embora<br />
ainda “verdes”. R$17 (Cabernet)<br />
e R$16(Merlot).<br />
Florense:<br />
(54) 3292-1766<br />
Da emblemática chilena<br />
A Carmenère é a uva emblemática<br />
chilena, mas nem sempre os seus<br />
rótulos mais em conta resultam em<br />
bons produtos. O Caliterra Reserva, do<br />
Vale de Colchagua está na linha dos que<br />
valem muito bem o dinheiro investido.<br />
R$35.<br />
Wine Premium: (11) 3040-3411<br />
Máximo de Flores da Cunha<br />
Você pode ver o preço. Você pode pedir. Você<br />
pode provar. Aí... Você pode exclamar: por R$35 é o<br />
máximo! E é o tinto Maximus, produzido em Flores<br />
da Cunha pela Panizzon: (11) 3044-1697<br />
Da emblemática espanhola<br />
A Tempranillo, como principal uva tinta da Espanha,<br />
em geral dá origem a vinhos com boa relação<br />
preço-qualidade. O Protocolo Tempranillo, de<br />
Vitoria, segue a regra. R$44.<br />
Península: (11) 3822-3986<br />
O Que Beber<br />
Da nacional portuguesa<br />
Algumas importadoras apostam em<br />
nichos, com rótulos diferenciados,<br />
dignos de serem bem conhecidos.<br />
A carioca FTP traz o português<br />
Quinta do Serrado Reserva, de<br />
Touriga Nacional, um soberbo<br />
vinho da região do Dão por R$120.<br />
FTP Wines: (21) 2233-3111<br />
Amável<br />
Duplamente atraente<br />
O nome da importadora<br />
desperta a paixão. O Polkura<br />
Syrah 2005 induz à atração:<br />
um chileno do vale de Colchagua<br />
simplesmente amável.<br />
R$95.<br />
Wine Lovers:<br />
(11) 8439-3392<br />
De Mendoza, na Argentina, saem grandes vinhos<br />
da uva Malbec, que cai tanto no gosto do brasileiro.<br />
Um bom exemplo disso é o Naiara Reserva<br />
2005, atraente pelo belo rótulo e pelo conteúdo.<br />
R$64. SP Gourmet: (11) 3375-9576<br />
7
8<br />
Tim-Tim por Tim-Tim<br />
Como harmonizar<br />
melhor<br />
“No restaurante Vinheria Percussi em São Paulo, colunistas do <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> provaram um menu com vinhos da<br />
carta sugeridos pelo sommelier Jonas. Eles contam aqui, tim-tim por tim-tim, o que combina e porquê.<br />
Veja ao lado como os ingredientes e os vinhos se relacionam e abaixo as dicas de melhor harmonização.<br />
Adriana Bonilha<br />
“O fi go ameniza o salgado do<br />
presunto e o amargor da rúcula, e<br />
se integra com o vinho sugerido”<br />
“A força do funghi na polenta<br />
supera um pouco o vinho Pinot<br />
Noir da Patagônia”<br />
“A mezzelune é bem aromática.<br />
O adocicado do damasco combina<br />
muito bem com o vinho”<br />
“O Involtini é um prato bem<br />
gostoso com o Toscano. As<br />
ervas e o corpo se integram”<br />
Cesar Adames<br />
“Na salada, o importante é<br />
misturar os ingredientes para a<br />
perfeita harmonia com o vinho”<br />
“Percebe-se que o funghi da<br />
polenta atropela o Pinot Noir,<br />
um tanto delicado para o prato”<br />
“A constância e a qualidade dos<br />
pratos são de elogiar. A harmonia<br />
com o mezzelune é ótima.”<br />
“A harmonização do Involtini<br />
com o Rosso Toscano é muito<br />
boa, bem equilibrada”<br />
Denise Cavalcante<br />
“A sensação de acidez do<br />
branco de Antão Vaz combina<br />
com a untuosidade da salada”<br />
“A combinação da polenta com<br />
o Pinot Noir não é ruim, mas<br />
não é a ideal”<br />
“O prato de mezzelune é lindo,<br />
tom sobre tom, e se equilibra<br />
muito bem com o vinho”<br />
“Com o Involtini, o vinho, que<br />
parecia meio rústico, arredondou,<br />
se afi nou”<br />
Didú Russo<br />
“A força e a estrutura da uva<br />
Antão Vaz dá a harmonia com a<br />
salada. Fica excepcional”<br />
“Uma boa experiência é provar<br />
o branco da salada com a polenta<br />
e ver que nada combina”<br />
“A combinação surpreende,<br />
pensei que o Percussi estaria<br />
superior à mezzelune. Bárbaro!”<br />
“Eu gostei bastante da harmonização<br />
do Toscano. As ervas têm<br />
no vinho e têm no prato”<br />
Regis Gehlen Oliveira<br />
“O toque do doce da salada<br />
com o docinho do vinho deixa<br />
tudo muito harmônico”<br />
“Com a polenta o Pinot Noir se<br />
integra, com o funghi precisaria<br />
de um tinto com mais potência”<br />
“As ervas e o damasco fazem o<br />
Percussi combinar com a mezzelune<br />
e os taninos não atropelam”<br />
“Quando o alecrim foi debulhado<br />
sobre a carne a harmonização<br />
fi cou perfeita. Toque de ouro!”<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Prato: Insalata di rucola, fi chi, brie, pomodori e mandorle<br />
<strong>Vinho</strong>: EA Eugênio de Almeida Branco, Alentejo, Portugal<br />
Rúcula, temperada sem<br />
vinagre, para não acidular<br />
Amêndoas,<br />
adiciona<br />
crocância<br />
Branco das<br />
uvas Antão<br />
Vaz e Arinto,<br />
em perfeita<br />
harmonia.<br />
Untuosidade,<br />
acidez média,<br />
leve doçura<br />
e sabor se<br />
integram com<br />
o prato<br />
Prato: Mezzelune di brie e damasco al prosecco e funghetti<br />
<strong>Vinho</strong>: Vinheria Percussi Reserva Especial Castas Portuguesas 05, Miolo, Brasil<br />
Mezzelune, com brie e<br />
damasco, massa neutra e<br />
destaque para o recheio<br />
Funghetti, na<br />
composição<br />
do prato fi ca<br />
neutro<br />
Creme, bem aromático,<br />
puxando o damasco,<br />
determina a harmonia<br />
com o vinho<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Figo, contrabalança o<br />
amargor da rúcula e o<br />
salgado do presunto<br />
Presunto crocante, em<br />
quantidade correta, dá<br />
um toque salgado e não<br />
supera o vinho<br />
Brie, proporciona<br />
untuosidade ao prato<br />
Tomate, agrega um pouco<br />
de acidez<br />
Sálvia, dá um toque<br />
herbáceo que se integra<br />
aos taninos do vinho<br />
Tinto das uvas Touriga Nacional,<br />
Alfrocheiro e Tinta Roriz, com<br />
bastante tanino, presença de madeira e<br />
fi nal levemente herbáceo e amargo<br />
Apresentação<br />
do prato em<br />
caçarola que<br />
vem tampada<br />
à mesa, o que<br />
concentra os<br />
aromas<br />
Alecrim,<br />
desfi ado<br />
sobre o prato<br />
proporciona<br />
o perfeito<br />
casamento<br />
com o tinto<br />
italiano<br />
Tim-Tim por Tim-Tim<br />
Prato: Polenta ai funghi<br />
<strong>Vinho</strong>: Humberto Canale Pinot Noir 2007, Patagonia, Argentina<br />
Creme, dá untuosidade<br />
e corpo<br />
Funghi, conferem o sabor<br />
diferenciado ao prato,<br />
com toques de doçura<br />
Polenta, de certa forma<br />
neutra, com suas<br />
características naturais<br />
Pinot Noir do Novo Mundo, com mais<br />
robustez do que os do Velho Mundo, um<br />
tanto alcoólico, porém um pouco aquém da<br />
estrutura do prato<br />
Prato: Involtini di manzo in salmi com patate croccanti<br />
<strong>Vinho</strong>: Rosso Sangervasio, Toscana, Itália<br />
Batata, bem crocante, de<br />
sabor neutro, dá graça e<br />
equilíbrio ao prato<br />
Ervas, dão leveza à<br />
linguiça e se integram<br />
ao vinho<br />
Involtini, carne com miolo de pão,<br />
recheada com linguiça toscana, levemente<br />
apimentada, com forte sabor<br />
Tinto das uvas Sangiovesi, Merlot<br />
e Cabernet Sauvignon, com<br />
bastante mentolado, forte herbáceo<br />
e corpo médio<br />
Para repetir você mesmo a experiência: Vinheria Percussi - Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Jardim Paulista, (11) 3088-4920, São Paulo<br />
9
“Nas próximas páginas,<br />
conheça mais com quem<br />
mais entende de vinho<br />
10<br />
Puttonyos<br />
me mordam<br />
Era uma bela manhã de outubro e o<br />
abafado calor do verão europeu já<br />
tinha dado sinais de partida. No ar,<br />
o prenúncio de dias outonais mais frescos<br />
e ventilados, com as primeiras folhas<br />
avermelhadas cobrindo as árvores. À beira<br />
da estrada uma placa tosca anotava Tokaj-<br />
Hegyalja. Busquei nos meus parcos conhecimentos<br />
de húngaro, assimilados em<br />
minhas andanças por Budapest, e consegui<br />
traduzir a indicação: sopés de Tokai. Tive<br />
que caminhar muito. Parei várias vezes<br />
para recobrar as forças, para comer o tosco<br />
pão de viagem, para dormir um pouco, até<br />
encontrar o caminho tortuoso que subia as<br />
encostas de Oremus, na entrada do castelo<br />
do príncipe da Transilvânia, onde esperava<br />
lavar-me e descansar meu esqueleto. No<br />
dia seguinte iria acompanhar a colheita<br />
das uvas da princesa Zsuzsanna.<br />
Na entrada, como combinado, estava à<br />
minha espera o pastor e vinhateiro particular<br />
da princesa, Laczkó Szepsi, que, irrequieto<br />
e apreensivo, foi logo exclamando<br />
“Seja bem vindo...vamos nos apressar...<br />
temos que nos proteger” .<br />
Estávamos nas alturas de outubro de<br />
1630 e uvas bem maduras davam vida aos<br />
belos parreirais das encostas de Oremus.<br />
O pastor estava afobado e subimos acelerados,<br />
após ele grunhir entre os dentes<br />
“Vamos ter problemas e não iremos mais<br />
colher uvas amanhã.”<br />
Após lavar-me e tirar o grosso manto<br />
de viagem, taça de vinho na mão, fi quei<br />
sabendo do iminente ataque de hordas<br />
turcas. Szepsi conhecia bem estas ações<br />
que recolhiam vinho para comercialização<br />
e, com poucas palavras, convenceu<br />
os patrões a não colher uvas até passar a<br />
ameaça. O mobiliário e os mantimentos<br />
foram levados ao abrigo subterrâneo, cujo<br />
acesso era camufl ado. Dias depois, o vigia<br />
desce dos altos da elevação de Oremus e<br />
dá conta da presença dos invasores turcos.<br />
Simulamos abandono da casa e escondemo-nos<br />
no abrigo.<br />
Fazia já quase cento e cinqüenta anos<br />
que os turcos dominavam as terras ao<br />
centro e ao sul da Hungria, fi cando apenas<br />
a magra fatia da Transilvânia sob relativa<br />
independência, mas que não fi cava livre<br />
das incursões do dominador. Os turcos<br />
chegaram, vasculharam todos os cômodos<br />
do castelo, mas, não encontrando<br />
vinho ou pertences de valor, rumaram<br />
para outras propriedades. Mal a poeira<br />
assentou, saímos do esconderijo, verifi -<br />
camos que vinhedos fi caram intocados<br />
porque o aspecto dos cachos de uva não<br />
animaram aos turcos. As uvas, murchas,<br />
estavam desidratadas (em húngaro,<br />
Aszú), com a aparência da passas, o que<br />
deixou a impressão de que a safra estava<br />
perdida. Muito se discutiu, mas, após eu<br />
ter insistido, fi cou resolvido que as uvas<br />
seriam vinifi cadas assim mesmo. O maior<br />
argumento foram as anotações antigas de<br />
Szepsi com relatos de que sessenta anos<br />
atrás, em 1571, um agricultor da região,<br />
Máté Garay, havia entregue a seu irmão<br />
János 52 cartolas de vinho elaborado com<br />
Tudodo<strong>Vinho</strong><br />
uvas desidratadas.<br />
Sem detalhes do processo, improvisamos.<br />
Em uma velha tina de madeira, acumulamos<br />
as uvas colhidas até o preenchimento<br />
total. Surpresa! Pelas frestas do<br />
fundo da tina começou a verter, pelo peso<br />
das uvas, um mosto que coletamos numa<br />
tina menor. Era um suco grosso que lembrava<br />
um xarope.<br />
Com uma velha verruma, Szepsi fez<br />
perfurações no fundo da pipa e conseguiu<br />
drenar mais. Com uma pisa sobre o monte<br />
de uvas, mais xarope escorreu na parte<br />
inferior, mosto que foi batizado de Esszencia<br />
e deixado a fermentar. Pelo altíssimo<br />
conteúdo de açúcar, a fermentação<br />
foi extremamente lenta. As uvas pisadas<br />
formavam uma pasta que o sisudo Szepsi<br />
decidiu usar para enriquecer vinhos<br />
secos.<br />
Apanhou uma caixa de madeira usada<br />
para colher uva e preencheu com cerca de<br />
25 kg da pasta, porção que denominou 1<br />
puttony. Colocou vinho seco em seis tinas<br />
e adicionou diferentes doses de pasta, obtendo<br />
seis amostras equivalentes a adição<br />
de 1, 2, 3, 4, 5 e 6 puttonyos. Estas foram<br />
deixadas macerando por alguns dias e<br />
depois de prensadas, foram colocadas<br />
em seis gönc (cartola de carvalho de 136<br />
litros) para sofrer fermentação natural.<br />
Após semanas de espera para que se<br />
completasse a fermentação, passamos<br />
à degustação dos vinhos Aszu (de uvas<br />
desidratadas). As duas primeiras não<br />
apresentaram grandes diferenças e foram<br />
superadas amplamente pela amostra com<br />
3 puttonios, um básico digno de prova. A<br />
partir daí, 4, 5 e 6 puttonyos ofereceram<br />
uma evolução nítida de predicados bem<br />
diferentes. Formaram o grupo dos Aszu<br />
3, 4, 5 e 6 puttonyos.<br />
Szepsi ainda fez amostra com 8 ou<br />
mais puttonyos e a prova indicou que<br />
a de 8 seria o máximo de adição e o seu<br />
vinho seria Aszu Esszencia. Aproximouse<br />
então uma linda cigana com uma taça<br />
deste último vinho, olhos negros, vinho<br />
rubro, eu não sabia se admirava a beleza<br />
da moça ou o néctar que ela trazia, ou se<br />
agarrava ambas, taça e cigana. Alguém me<br />
empurrava o ombro, insistentemente. Vou<br />
ou não vou, pensei. Exausto pela dúvida, o<br />
desagradável cutucar no ombro... Acordei,<br />
estava na degustação da <strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong>. Só<br />
ouvi o Regis falar:<br />
- Professor... Pro-fes-sor! Qual a sua<br />
nota para a amostra 8?<br />
Todo<br />
<strong>Vinho</strong><br />
Sérgio Inglez de Souza<br />
Escritor e consultor<br />
sergio@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Há vinte anos,<br />
os austríacos em Mendoza<br />
Euclides Penedo Borges<br />
Presidente da ABS-Rio<br />
euclides@jornalvinhoecia.com.br<br />
No corrente ano de 2009 completam–se<br />
duas décadas desde que o<br />
magnata austríaco Gernot Langes<br />
Swarowski – leia-se Cristais Swarowski<br />
– adquiriu as Bodegas Norton, em Mendoza,<br />
na Argentina.<br />
Os vinhos dessa marca, seguindo-se<br />
ao programa de modernização e melhorias<br />
dos anos noventa, conquistaram lugar<br />
no mercado internacional, de forma que<br />
hoje se pode acompanhar com seus tintos<br />
tanto um “asado” em Buenos Aires ou um<br />
churrasco em São Paulo ou no Rio, quanto<br />
umas costelinhas de cordeiro em Londres<br />
ou um pato laqueado em Beijing.<br />
A história da vinícola precede de muitos<br />
anos essa mudança.<br />
Por volta de 1890 o engenheiro inglês<br />
Edmund James Palmer Norton trabalhava<br />
na construção da estrada de ferro de Mendoza<br />
a Santiago, hoje desativada. Tratavase<br />
do trecho transandino de uma ferrovia<br />
projetada de Buenos Aires ao Pacífi co,<br />
numa época em que a vida política argentina<br />
era monopolizada por exportadores e<br />
latifundiários, nos governos Sáens Peña e<br />
Julio Roca.<br />
Tomando-se de amores pela região,<br />
Edmund resolveu estabelecer-se próximo<br />
da cidade de Mendoza, dedicando-se<br />
ao mundo das uvas e dos vinhos. Adquiriu<br />
um terreno em Luján de Cuyo, na<br />
localidade de Perdriel, trinta e poucos<br />
quilômetros ao sul da capital provincial.<br />
Importou mudas da França e aclimatou-as<br />
ali, no sopé dos Andes, criando as Bodegas<br />
Norton em 1895.<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Na primeira metade do século vinte a<br />
marca já era conhecida internamente por<br />
seus vinhos brancos leves e pelos tintos<br />
ao estilo de Bordeaux, amadurecidos<br />
longamente em grandes tonéis de madeira<br />
francesa de Nancy.<br />
O empreendimento mudou de mãos<br />
várias vezes até ser adquirido pelo grupo<br />
austríaco em 1989, quase um século<br />
depois de sua criação, por ocasião da<br />
grande virada da vinicultura argentina,<br />
que abandonou as produções gigantescas<br />
de vinhos populares para consumo interno<br />
e voltou-se para produções mais discretas<br />
de vinhos de qualidade para o mercado<br />
externo.<br />
A participação austríaca transformou<br />
a pacífi ca e tradicionalista vinícola de<br />
Perdriel em uma das cinco mais importantes<br />
de Mendoza, trocando seu perfi l<br />
anterior para vinhos mais jovens e frutados,<br />
elevando dessa forma sua presença<br />
no mercado internacional.<br />
Quando da comemoração dos cem<br />
anos do empreendimento, em 1995, a<br />
vinícola pode lançar com sucesso o tinto<br />
Perdriel del Centenário, uma mescla<br />
Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec,<br />
adaptação argentina do corte bordalês,<br />
conhecida como “la santísima trinidad de<br />
los cortes argentinos”. Nos dias atuais, o<br />
rótulo mais sofi sticado é o Perdriel Single<br />
Vineyard, que manteve o mesmo corte.<br />
Ao se iniciar o terceiro milênio os<br />
austríacos entregaram a gerência do<br />
empreendimento ao jovem e dinâmico<br />
Michael Halstrick, tendo Jorge Riccitelli<br />
como enólogo geral. Rapidamente a parcela<br />
exportada da produção passou de dez<br />
para trinta por cento, particularmente para<br />
América do Sul<br />
a Europa e para os EUA, mas com importante<br />
presença também no Brasil, onde é<br />
importado pela Expand. As diversas linhas<br />
disponíveis entre nós - Lo Tengo, Barrel<br />
Select, del Centenário, Single Vineyard,<br />
Privado – incluem vinhos na faixa de trinta<br />
a duzentos e trinta reais, tintos, brancos e<br />
de sobremesa, destacando-se os brancos<br />
de Chardonnay e Sauvignon Blanc e<br />
os tintos Malbec, Cabernet Sauvignon,<br />
Merlot, Syrah e cortes.<br />
Na província argentina de Mendoza<br />
formou-se uma espécie de resumo das<br />
Nações Unidas: a espanhola Séptima, as<br />
francesas Alta Vista e Terrazas, a portuguesa<br />
Finca Flichman, a brasileira Finca<br />
Don Otaviano (vinhos Penedo Borges), a<br />
chilena Trivento, etc... E, no centro, bem<br />
no início da rodovia Mendoza-Santiago,<br />
a austríaca Norton.<br />
11
Velho Mundo<br />
Alsácia:<br />
um toque alemão na França<br />
Walter Tommasi<br />
Enófi lo<br />
tommasi@jornalvinhoecia.com.br<br />
Nesta edição vamos falar sobre a<br />
Alsácia, o paraíso dos vinhos<br />
brancos aromáticos da França.<br />
Localizada no leste da França, entre o<br />
Rio Reno e as Montanhas dos Vosgos,<br />
faz fronteira com Alemanha e Suíça. As<br />
belas aldeias medievais testemunham o<br />
atribulado percurso histórico da região e<br />
sua origem germânica, que são confi rmados<br />
tanto pelas feições de seus habitantes<br />
como pelo seu dialeto. E é claro que seus<br />
vinhos não poderiam ser diferentes. Lá<br />
são produzidos vinhos monovarietais,<br />
característicos da Alemanha, e com uvas<br />
também populares no país vizinho.<br />
Juntamente com Áustria e Alemanha,<br />
a região produz alguns dos mais conhecidos<br />
Riesling e Gewürztraminer do mundo.<br />
A região produz mais de 110 milhões de<br />
litros, sendo 78% classifi cados como AOC<br />
Alsácia, 4% AOC Alsácia Grand Cru e<br />
18% para a AOC Crémand d’Alsácia. A<br />
AOC Alsácia Grand Cru inclui os vinhos<br />
top da região, e somente 51 vinhedos<br />
atendem as regras para terem esta denominação.<br />
Apenas quatro uvas podem<br />
ser utilizadas nos Grand Cru: Riesling,<br />
Gewürztraminer, Pinot Gris e Muscat.<br />
Como esperado, 90% dos vinhos<br />
elaborados na Alsácia são brancos, e sua<br />
maioria são de variedades aromáticas,<br />
além disso, costumam ter algum açúcar residual,<br />
especialmente os Gewürztraminer<br />
12<br />
e os Pinot Gris. Dessa forma, são vinhos<br />
caracterizados por aromas fl orais, com<br />
toques de especiarias e mineral, que na<br />
boca apresentam ótima acidez, costumam<br />
ser ligeiramente mais alcoólicos do que os<br />
alemães e têm aquele toque adocicado que<br />
todos nós apreciamos. A uva mais utilizada<br />
é a Riesling considerada por muitos a<br />
uva branca mais nobre do mundo, com<br />
22% da área plantada, seguida da Pinot<br />
Blanc com 21 %, da Gewürstraminer com<br />
18% e da Pinot Gris com 13%. A única<br />
tinta representativa na Alsácia é a Pinot<br />
Noir. Algumas safras são imperdíveis e<br />
denominadas como excepcionais, são<br />
elas: 1976, 1983, 1985, 1988, 1989, 1990,<br />
1997. Obs: a safra de 2007 já é considerada<br />
equivalente à histórica 1997.<br />
Uma das grandes atrações turísticas<br />
da região é a badaladíssima Route des<br />
Vins d’Alsace, com 170 km de estrada<br />
cruzando 67 municípios e suas áreas viní-<br />
colas. Ela passa por Estrasburgo e Colmar,<br />
tanto no alto como no baixo Reno.<br />
Nesta região conduzirei uma viagem<br />
enoturística com 12 felizardos, de 4 a 14<br />
de junho deste ano. Os possíveis interessados<br />
podem fazer suas reservas com a<br />
Nob Hill. E desde já se preparem para<br />
10 dias de puro prazer. Wucherer die<br />
Ratsamkeit!<br />
Nob Hill: (11) 3165-6143<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Andei<br />
Beto Acherboim<br />
Professor da Unip e são-paulino<br />
beto@jornalvinhoecia.com.br<br />
E<br />
bastante! Pois é, como vocês<br />
podem imaginar, beber é uma das<br />
coisas que tenho feito com certa<br />
frequência.<br />
Virou uma rotina, junto com meu<br />
trabalho em minha empresa, e, devo confessar,<br />
gosto bastante.<br />
Aposto que isso acontece com diversas<br />
pessoas no mundo do vinho – enólogos,<br />
sommeliers, produtores, importadores,<br />
jornalistas, enófi los, etc. – que, por prazer<br />
ou obrigação, fazem isso com uma constância<br />
de dar inveja aos reles mortais.<br />
Rárárá!<br />
Mas, acreditem, há dias que é tão<br />
difícil...<br />
Aposto todo meu dinheiro (sorte que é<br />
pouco!) que dez entre dez pessoas do ramo<br />
também têm seus dias de mau-humor, e<br />
aquela vontade enorme de dizer “hoje não<br />
quero beber nada!”<br />
Não é esnobismo, não é “enochatismo”,<br />
nada disso.<br />
A coisa funciona mais ou menos<br />
assim: seus fi lhos reclamam que querem<br />
brincar com você (duas joias maravilhosas,<br />
adoráveis, moleques daqueles que<br />
dá vontade de largar tudo só para “zoar”<br />
com eles); sua mulher (a minha, ô mente<br />
suja!) diz que quer pegar um cineminha,<br />
sair com os amigos, beber um chopinho...<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
bebendo...<br />
(e você não pode porque tem uma degustação<br />
de um vinho x, do produtor y,<br />
importado por z); seus amigos te chamam<br />
para um futebolzinho, para um chopinho,<br />
mas hoje não dá...<br />
Parece brincadeira, mas não é.<br />
Tenho a certeza que muitos vão dizer:<br />
“ih, o Beto fi cou xarope!“, ou “xi, bateu o<br />
pino!”, ou ainda “quem esse cara acha que<br />
é. Agora cospe no prato que comeu?”<br />
Não é nada disso, repito.<br />
Mas a vontade de chegar um dia em<br />
casa de repente no fi nalzinho da tarde,<br />
pegar uma bola e chamar seu fi lho para<br />
jogar uma bolinha, não tem dinheiro que<br />
pague.<br />
E não falo isso pensando somente<br />
nas degustações que por acaso não posso<br />
comparecer.<br />
Dá vontade de fazer isso até com o trabalho,<br />
que é onde ganho meu sustento!<br />
Ou você não tem essa vontade?<br />
Se não tem, nem nunca teve, acho que<br />
andou bebendo demais...<br />
Novo Mundo<br />
E degustando...<br />
Feiras são sempre interessantes. Expovinis<br />
então, nem se fala!<br />
Como sempre nestas feiras algumas<br />
novidades muito interessantes, das quais<br />
sempre comento.<br />
Para começar, dois produtores sulafricanos,<br />
ainda sem representante no<br />
Brasil.<br />
Um – WEDDERWILL – tem só três<br />
vinhos, de ótimo nível. Notável Sauvignon<br />
Blanc, Shiraz de muito bom nível, e<br />
um corte bordalês delicioso. Espero que<br />
alguém (importador) tenha gostado.<br />
O outro – CAPE DIAMOND WINES<br />
– tem uma gama enorme de vinhos, de<br />
todos os níveis, incluindo um Chardonnay<br />
“unwoodded” interessante, um bom Pinotage,<br />
e os dois top - Cabernet Sauvignon<br />
e Shiraz muito bons. Talvez valha a pena,<br />
pela gama de produtos que tem.<br />
Ainda pela África do Sul, destaque<br />
para o delicioso MORKEL TUMARA,<br />
trazido pela D’OLIVINO, ótimo vinho,<br />
vale cada centavo.<br />
Uma das gratas surpresas nesta feira<br />
foi a WINE SOCIETY, nova importadora<br />
de vinhos australianos (que, ao que parece,<br />
não fi cará só nos vinhos destas bandas),<br />
com alguns vinhos em destaque pela<br />
qualidade e bom preço, como MAGNUS<br />
RIESLING e E-BASS SHIRAZ, e duas<br />
pechinchas imperdíveis para o dia-a dia :<br />
BANROCK STATION CHARDONNAY<br />
(bag-in-box) e KARINYA CABERNET<br />
/ SHIRAZ, este, talvez, uma das grandes<br />
barganhas da feira.<br />
Há mais assunto “Expovinis”, mas o<br />
espaço, desta vez, acabou.<br />
Até a próxima!<br />
13
<strong>Vinho</strong> na Academia<br />
Nem só de Malbec<br />
vive a Argentina<br />
Carlos Arruda<br />
Academia do <strong>Vinho</strong><br />
arruda@jornalvinhoecia.com.br<br />
Visitando a 12ª edição do salão<br />
Wines of Argentina em Belo<br />
Horizonte, decidi me concentrar<br />
nos vinhos brancos.<br />
Detentores do monopólio dos vinhos<br />
da uva Malbec no mundo, os vinicultores<br />
argentinos se encontram hoje em uma<br />
situação ao mesmo tempo difícil e confortável:<br />
se por um lado as boas condições de<br />
produção garantem Malbecs interessantes<br />
a preços muito competitivos, a profusão<br />
de vinícolas com produtos similares nas<br />
faixas inferior e mediana de preço é um<br />
desafi o para quem quer se destacar.<br />
Em uma mostra com 16 vinícolas, pelo<br />
menos 100 Malbecs estavam disponíveis,<br />
mas os destaques não são muitos. Nãaao,<br />
eu não disse que os demais não eram bons,<br />
mas que se destacar não é fácil.<br />
Pois neste ano eu me dediquei a conhecer<br />
em detalhes os brancos argentinos<br />
(pelo menos os que estavam disponíveis)<br />
e as conclusões foram interessantes e<br />
relativamente surpreendentes.<br />
Apenas para não perder a oportunidade,<br />
volto a insistir no comportamento<br />
ideal em uma mostra de vinhos: aproveite<br />
a diversidade, experimente o que você não<br />
conhece (mesmo que os bons conhecidos<br />
estejam lá), converse com os enólogos que<br />
viajaram para te servir vinho de graça, informe-se,<br />
e, sobretudo - não beba demais,<br />
não peça apenas o “Top” não insista em<br />
repetir aquele Gran Reserva, não seja<br />
inconveniente!<br />
Já na abertura do salão havia alguns<br />
“malas” falando alto, batendo papo,<br />
bebendo rapidamente tintos opulentos<br />
e alcoólicos, como se estivessem numa<br />
14<br />
festa de família. Em meia hora já estavam<br />
bêbados e passaram as restantes 3 horas<br />
piorando seu estado, chateando a todos e<br />
envergonhando nossa cidade... O recado<br />
está dado!<br />
Fui procurar os Chardonnays presentes,<br />
pois imaginei ser a tônica entre os<br />
brancos. Primeira surpresa: a maioria de<br />
brancos era de Sauvignon Blanc, seguida<br />
dos autóctones Torrontés, Viognier, Chenin<br />
e Sémillon.<br />
Segunda surpresa: diversos espumantes,<br />
e logo pensei na forte liderança de<br />
nossas bolhas em relação às portenhas.<br />
Pois honra seja feita, os espumantes<br />
argentinos melhoraram muito. Te cuida,<br />
Serra Gaúcha!<br />
Vejamos então os vinhos que me<br />
agradaram.<br />
Alta Vista Torrontés Premium (R$35),<br />
com 14% de álcool (!) mostrou-se fresco,<br />
com boa estrutura e persistência, frutas<br />
maduras, um novo estilo. Fazem três<br />
colheitas, precoce, normal e tardia e<br />
misturam os resultados para obter frescor,<br />
estrutura e complexidade. Bastante<br />
moderno e atípico!<br />
Benvenuto de la Serna mostrou um<br />
Viognier (R$ 31) bastante fl oral, aromático<br />
e elegante e também um rosé de Cabernet<br />
Sauvignon e Malbec, com fruta bem<br />
elegante, leve fl oral, bom para comidas.<br />
Ambos por R$31, super honestos.<br />
Bodegas Septima mostrou um espumante<br />
de Chardonnay-Sémillon de boa<br />
cremosidade, com leveduras e tostados,<br />
um tanto doce na boca, mas agradável.<br />
Já o seu branco do mesmo corte estava<br />
bem típico, sem madeira, suculento e<br />
fresco, ótimo equilíbrio. Por R$19 é ótima<br />
pedida.<br />
A cooperativa Fecovita encantou com<br />
um Chardonnay rico, elegante, franco,<br />
com boa persistência e frutas frescas,<br />
que por R$ 19 é o campeão do custobenefício.<br />
A Finca El Origen mostrou um Torrontés<br />
- vinhedos em Salta a 1300m<br />
- bastante aromático e fresco, leve, mais<br />
típico. Já o seu Viognier do Valle de Uco<br />
(1200m) é untuoso, denso, com notas<br />
de madeira (repousa em chips), bastante<br />
gastronômico.<br />
La Riojana, ainda não representada<br />
por aqui, mostrava um inusitado espumante<br />
de Torrontés elaborado com método<br />
Asti (7,8% álcool) fl oral, bom equilíbrio<br />
entre frescor e doçura e boa persistência.<br />
Inovação! Também deles um Torrontés<br />
bastante fl oral, com boa acidez, persistente,<br />
mas um pouco “duro”.<br />
Nieto Senetiner mostrou competência<br />
com um Chardonnay-Viognier (R$63),<br />
persistente, pleno de frutas maduras e<br />
leve madeira, ótima estrutura. O preço é<br />
um pouco alto para um branco em nosso<br />
mercado, mas está correto. Já seu Espumante<br />
Nature (R$36) tem ótimo custo<br />
benefício: bolhas abundantes, bastante<br />
enxuto e persistente, com frutas maduras<br />
e acidez equilibrada. Honestíssimo.<br />
Bodega Norton surpreendeu com seu<br />
lançamento, um espumante Chardonnay<br />
(R$45) muito cremoso, com boa estrutura,<br />
acidez elegante. Seu Sauvignon Blanc estava<br />
bastante típico, com acidez elegante<br />
e bom equilíbrio.<br />
A Trapiche mostrou um espumante de<br />
Chardonnay, Sémillon e 10% de Malbec,<br />
com aromas de pão tostado, bastante<br />
fresco, muitas bolhas e cremosidade e<br />
um curioso fi nal de boca que lembra um<br />
vinho tinto.<br />
Saldo positivo para brancos argentinos:<br />
as principais descobertas foram<br />
os Torrontés estruturados (fugindo da<br />
tipicidade) e os bons espumantes, o que<br />
mostra uma evolução dos produtores para<br />
produtos além do Malbec.<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
<strong>Vinho</strong>:<br />
que negócio é esse?<br />
Álvaro Cézar Galvão<br />
Colunista<br />
alvaro@jornalvinhoecia.com.br<br />
Inaugurando a seção, com muita alegria<br />
retorno ao <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong>, jornal<br />
que, apesar de não ter participado da<br />
criação, estive com ele desde os primeiros<br />
dias e ajudei a crescer e se tornar adulto.<br />
Falar de vinhos e do vinho como negócio<br />
é apaixonante, e, para tanto, é preciso<br />
lembrar que o negócio vinho é muito recente<br />
no Brasil e ainda está engatinhando,<br />
visto não termos ainda uma história muito<br />
longa com esse néctar.<br />
Para os que militam nesta área, bem<br />
como para aqueles que participam do<br />
vinho como apreciadores e o degustam<br />
regularmente, resta saber que estamos<br />
começando a pensar coletivamente, institucionalmente<br />
no vinho.<br />
Antes tarde do que nunca, reza o<br />
ditado (e já não era sem tempo) que as<br />
instituições que acolhem os produtores,<br />
os enólogos e as associações comerciais<br />
e de profi ssionais ligadas a essa indústria<br />
fossem instadas a se unirem em torno de<br />
um objetivo maior, que é tornar o vinho<br />
mais conhecido, e, como conseqüência,<br />
aumentar o consumo responsável por<br />
habitante/ano, que beira aos quase nulos<br />
2 l/hab/ano no país.<br />
Esse número, que ainda é inexpressivo,<br />
sofre um agravante ainda maior, que é<br />
considerar o consumo de vinhos de mesa,<br />
aqueles que podem usar as uvas não-viníferas<br />
em sua fermentação.<br />
Neste ano, na Expovinis 2009, a<br />
maior feira do gênero da América Latina,<br />
teve um começo de movimento, que<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
eu particularmente aplaudo, pois é uma<br />
bandeira minha há muitos anos, que foi<br />
o de lançar uma campanha patrocinada<br />
pelo IBRAVIN-Instituto Brasileiro do<br />
<strong>Vinho</strong>, de maneira institucional, com o<br />
mote: ABRA SUA CABEÇA, ABRA UM<br />
VINHO BRASILEIRO.<br />
O objetivo é que, de imediato, nosso<br />
vinho seja mostrado interna e externamente,<br />
e se torne identifi cado tanto pelo<br />
local de origem como por ser um produto<br />
de qualidade. Qualidade que para alguns<br />
ainda não foi alcançada em sua plenitude,<br />
embora tenhamos visto o esforço que<br />
a maioria das vinícolas tem feito nesse<br />
sentido, seja nos cuidados inerentes às<br />
matérias primas, seja na condução da<br />
fermentação e nos cuidados de imagem<br />
visual, com as rolhas, garrafas etc... E que<br />
<strong>Vinho</strong>: Que Negócio é Esse?<br />
trazem, sim, uma melhora muito grande<br />
no portfólio de seus produtos.<br />
Temos algumas vinícolas que já se<br />
fazem conhecer no exterior, pois alguns<br />
de seus produtos são exportados para uma<br />
grande variedade de mercados, com a ajuda<br />
do órgão comercial Wines From Brazil<br />
(WFB), que agrega hoje 36 das mais representativas<br />
vinícolas Brasileiras.<br />
Só para se ter uma idéia, na Expovinis<br />
2009 nos foi passado um dado do Wines<br />
From Brazil-IBRAVIN, por sua gerente<br />
de promoção comercial, Andréia Gentilini<br />
Milan, que mostra bem esse novo universo<br />
do negócio vinho.<br />
As exportações de vinhos e espumantes<br />
brasileiros das vinícolas que integram<br />
o WFB somaram US$ 582 mil no primeiro<br />
trimestre deste ano, valor 18,5% superior<br />
aos US$ 491 mil obtidos no mesmo período<br />
do ano passado. “É um grande resultado,<br />
sobretudo neste período de incertezas<br />
marcado pela crise econômica mundial”,<br />
afi rma Andréia Gentilini.<br />
Realizado em parceria com Agência<br />
Brasileira de Promoção de Exportações<br />
e Investimentos (Apex-Brasil), o WFB<br />
envolve 36 vinícolas, duas a mais do que<br />
em 2008. Destas, 24 vinícolas realizaram<br />
exportações nos primeiros três meses do<br />
ano.<br />
Vamos dar vivas ao vinho Brasileiro<br />
e, por favor, nada de chamá-lo de “vinho<br />
nacional”. É vinho Brasileiro mesmo!<br />
Até o próximo brinde!<br />
15
“Nas próximas páginas,<br />
fi que por dentro do que<br />
acontece pelo país<br />
Sequência de portugueses<br />
Portugal investe na divulgação de<br />
seus produtos no país. <strong>Vinho</strong>s da<br />
Madeira, do Porto e do Douro<br />
estiveram presentes em jantares e<br />
feirinhas dirigidas a profi ssionais<br />
em algumas cidades brasileiras.<br />
Em São Paulo, o instituto IDVP<br />
promoveu um grande evento no<br />
Hotel Unique, com estandes de<br />
provas e palestras com degustações,<br />
cheias de novidades.<br />
A Ilha da Madeira trouxe ao<br />
restaurante La Vecchia Cucina<br />
produtores para falar dos seus<br />
rótulos únicos no mundo.<br />
O enófi lo José Maria Santana<br />
conduziu mais um evento de<br />
divulgação dos vinhos do Porto e<br />
do Douro no Porto Rubaiyat.<br />
16<br />
Verdes e tintos<br />
A importadora Santar prepara<br />
novidades portuguesas para o<br />
mercado. Do grupo Enopor, lança<br />
o interessante Moura Basto Branco,<br />
da região dos <strong>Vinho</strong>s Verdes.<br />
Na linha dos tintos, a nova safra<br />
do Cabeça de Toiro promete despertar<br />
a atenção. (11) 3227-7355.<br />
Mais antigos<br />
Safras mais antigas da linha Surazo<br />
são a aposta da importadora<br />
Porto Mediterraneo, que trouxe<br />
ao Brasil o experiente enólogo<br />
Emilio de Solminihac. O Reserva<br />
5 Big Reds 2003, por cerca<br />
de R$55, feito com 5 uvas, é um<br />
achado. (47) 3263-0006.<br />
VINHO & PIZZA É NA PRESTÍSSIMO!<br />
WINE BAR - CARTA COM 200 RÓTULOS - TAÇAS ESPECIAIS<br />
COTAÇÃO NO GUIA ONDE BEBER DO VINHO&CIA<br />
AL. JOAQUIM EUGÊNIO DE LIMA, 1135, (11) 3885-4356, JARDINS, SÃO PAULO<br />
Brasildo<strong>Vinho</strong><br />
Acontece<br />
Espumantes e balada<br />
O Café de La Musique no Itaim<br />
Bibi em São Paulo abriu suas<br />
portas para receber convidados<br />
do <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong>. No clima da balada<br />
que acontece na casa, cerca<br />
de 40 pessoas puderam conferir<br />
os espumantes premiados no<br />
Festival realizado no início do<br />
ano, junto com os pratos do chef<br />
Reginaldo Soares. Esse Dia Especial<br />
contou com participação<br />
dos rótulos Pericó Rosé, Salton<br />
Poética – que foram incluídos<br />
na carta pelo sommelier Rodrigo<br />
Martins – Valdo Prosecco,<br />
Prosecco Moinet IGT Extra Dry,<br />
Ponto Nero, Fabian Champenoise,<br />
Moinet Rosé e Don Felipe<br />
Rosé.<br />
Bistrô com clima romântico<br />
O jovem chef Arthur Sauer inaugurou<br />
nesse ano seu restaurante<br />
nos Jardins em São Paulo. Após<br />
passagens por casas renomadas<br />
na Europa, Estados Unidos e<br />
Brasil, partiu para um projeto<br />
com decoração bonita, moderna<br />
e ao mesmo tempo com toques<br />
clássicos, revestida de clima<br />
romântico. A cozinha é de bom<br />
nível, e traz alguns pratos interessantes.<br />
Funghi em 160 páginas<br />
A chef Silvia Percussi, proprietária<br />
da Vinheria Percussi,<br />
uma das maiores conhecedoras<br />
de cogumelos do Brasil, lança<br />
o livro Menu di Funghi – 100<br />
receitas. Em 160 páginas,<br />
variadas técnicas de preparo<br />
de diversos pratos à base de<br />
funghi são divulgadas pela<br />
chef. Está à venda nas principais<br />
livrarias por R$75.<br />
Loja com Personal Wine<br />
Os sócios Amilton Rogério e Aidan<br />
Nunes escolheram o bairro<br />
dos Jardins, na zona sul de São<br />
Paulo, para o endereço da mais<br />
nova loja da Total <strong>Vinho</strong>s.<br />
Com aproximadamente 600<br />
rótulos de bebidas, entre vinhos<br />
e destilados, oferece serviços<br />
para facilitar a escolha dos vinhos,<br />
sobretudo pelas pessoas<br />
com menor conhecimento sobre<br />
o assunto. Conta com Personal<br />
Wine, que recomenda rótulos<br />
e dá dicas de harmonizações,<br />
e Personal Wine Assistant,<br />
profissional que, além das<br />
orientações dadas na loja, também<br />
faz visitas agendadas aos<br />
domicílios.<br />
A carta não é muito ampla, com<br />
preços comportados. Como<br />
alguns restaurantes, foca-se em<br />
opções de uma só importadora<br />
(no caso o grupo Mistral), o que<br />
pode ser bom administrativamente<br />
para o restaurante, mas<br />
enfadonho para o consumidor.<br />
Roux Bistrô<br />
Al. Ministro Rocha Azevedo,<br />
1101, Jardins, São Paulo<br />
(11) 3062-3452<br />
A loja dispõe de rótulos entre<br />
R$23 e R$4 mil reais, e também<br />
acessórios e alimentos finos,<br />
como queijos, azeites e massas.<br />
Inaugura agora ao fundo uma<br />
área destinada a grupos, com mesinhas,<br />
decoração de bom gosto<br />
e uma cozinha bem montada.<br />
Sem custo do espaço, é possível<br />
utilizar o local para levar um chef<br />
ou preparar pratos e acompanhar<br />
com vinhos ao preço das prateleiras<br />
da loja.<br />
Total <strong>Vinho</strong>s<br />
R. Dr. Melo Alves, 268<br />
Jardins, São Paulo<br />
Tel: (11) 3081-3305<br />
De 2a. a sáb. das 10h às 20h.<br />
<strong>Vinho</strong> e moda<br />
<strong>Vinho</strong> e moda harmonizaram com<br />
glamour em São Paulo no coquetel<br />
benefi cente que a importadora<br />
Wine Lovers ofereceu em<br />
parceria com a designer Silvana<br />
Bedran. Com estilo e descontração,<br />
fi zeram uma exposição de<br />
elegantes e sofi sticadas bolsas<br />
de perfi l contemporâneo, acompanhada<br />
de bons vinhos, como o<br />
Bogle Petite Syrah 2006 (R$ 69).<br />
Wine Lovers: (11) 8439-3392<br />
Em Bag in Box<br />
Chega ao mercado mais uma opção<br />
de vinho na embalagem Bag<br />
in Box, o Stanley Tradicional Dry<br />
Red 2007 Riverland. Vem em<br />
caixa de 4 litros, útil sobretudo a<br />
restaurantes, que podem oferecer<br />
vinhos em taça com menor probabilidade<br />
de deterioração, visto<br />
que o sistema mantém o líquido<br />
sem contato com o ar mesmo<br />
após aberto. R$112.<br />
Wine Society: (11) 2539-2920<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Guia em SP<br />
Itaim Bibi / Jardins Moema / V. Mariana Vl Mada / Pinheiros<br />
Bar des Arts<br />
Charmoso e requintado, dividido em<br />
três ambientes: restaurante, galeria<br />
para eventos e uma romântica área<br />
ao ar livre, ideal para se tomar um<br />
bom vinho. Cozinha mediterrânea<br />
elaborada pelo restaurateur e sócio<br />
Giancarlo Bolla. Cerca de 200 rótulos<br />
entre 30 e mais de 1000 reais.<br />
R. Pedro Humberto, 9, Jd. Paulistano<br />
(11) 3074-6363 Não fecha.<br />
Esch Café<br />
Cozinha contemporânea, templo do<br />
charuto, misto de bar, restaurante<br />
e tabacaria, com bela decoração. A<br />
carta oferece desde rótulos simples<br />
até vinhos top do Novo e Velho<br />
Mundo. Predominam rótulos do<br />
Chile, Argentina, Portugal e Itália.<br />
Menu autoral do chef.<br />
Alameda Lorena, 1899, Jardins<br />
(11) 3062-2285. Não fecha<br />
Tertúlia<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Onde Beber em SP<br />
Litoral Campos do Jordão<br />
Adega atraente de madeira e vidro ao<br />
fundo do salão da bonita churrascaria<br />
rodízio do grupo da Barbacoa. Cerca<br />
de 120 rótulos bem selecionados e<br />
com preços razoáveis, maioria entre<br />
30 a 70 reais. Bom serviço de mesa<br />
e de taças. Ambiente bem climatizado,<br />
bar e recepção agradáveis. Não fecha<br />
Av. Bartolomeu de Gusmão, 187<br />
P. da Praia, (13) 3261-1641, Santos<br />
Brisa - Jequitimar<br />
Cerca de 60 rótulos bem selecionados<br />
para acompanhar a comida de<br />
buffet do restaurante mais movimentado<br />
do hotel Sofi tel Jequitimar, com<br />
ambiente clean, bonito, bem climatizado.<br />
Maioria dos vinhos na faixa<br />
de 60 a 110 reais, metade tinto, com<br />
margem bem elevada. Não fecha.<br />
R. Marjory da Silva Prado, 1100<br />
(13) 2104-2000. Guarujá<br />
Innominato Osteria<br />
Pequena e simpática cantina com<br />
nome inspirado em personagem do<br />
romance italiano Os Noivos. Ótima<br />
cozinha artesanal e boa variedade<br />
de vinhos, com mais de 200 rótulos,<br />
a maioria degustada e aprovada pelo<br />
chef-proprietário Paulo Zan. Preços<br />
na faixa de 20 a 500 reais.<br />
R. Joinville, 561, (11) 5571-9839<br />
Fecha dom/jantar e 2a.<br />
Bráz<br />
Uma das melhores pizzas de São<br />
Paulo e delicioso pão de calabresa.<br />
A adega climatizada conta com cerca<br />
de 50 rótulos, com preços que variam<br />
de 35 a 400 reais, a maioria na faixa<br />
entre 50 a 70. Ambiente agradável,<br />
que convida à apreciação de um<br />
bom vinho.<br />
R. Graúna, 125, (11) 5561-1736.<br />
Fecha almoço.<br />
Cotações<br />
Excepcional local onde beber<br />
Muito bom local onde beber<br />
Bom local onde beber<br />
Local com atrativo para beber<br />
Local onde beber<br />
Serviço de vinhos<br />
a variedade<br />
vinhos baratos<br />
rótulos especiais<br />
taças e adega climatizada<br />
orientado por sommelier<br />
carta orientativa<br />
a sobrepreço<br />
Lola Bistrot<br />
Os vários rótulos em taça, que podem<br />
ser apreciados no balcão ou à mesa,<br />
são destaque no bistrô francês. A<br />
adega de madeira, vista pelo vidro<br />
ao fundo do salão clean, chama a<br />
atenção. Mais de 200 vinhos descritos<br />
na carta, sobretudo do Velho Mundo.<br />
Preços variados, de R$40 a R$2 mil.<br />
R. Purpurina, 29, (11) 3034-6407<br />
Fecha sab almoço / dom jantar<br />
La Tratoria<br />
Local para se beber vinhos simples e<br />
despretensiosos, de marcas tradicionais.<br />
Carta com cerca de 60 rótulos,<br />
que variam na faixa de 20 a 70 reais.<br />
Cantina típica italiana com atendimento<br />
pronto e simpático, com<br />
ênfase nas tradicionais massas que<br />
agradam o público.<br />
R. Antônio Bicudo, 50, Pinheiros, (11)<br />
3088-3572. Fecha seg e ter-jan.<br />
Araucária<br />
Carta abrange principais produtores<br />
(novos e tradicionais) bem representados.<br />
Boa seleção de espanhóis e<br />
chilenos.Cozinha franco mediterrânea<br />
com ingredientes da serra<br />
e clássicos. Ambiente sofi sticado,<br />
com bela vista para o bosque do<br />
hotel Senac.<br />
Av. Frei Orestes Girardi, 3549, Capivari,<br />
(12) 3668-6000. Jan de 5a a sáb<br />
Davos<br />
Carta abrangente, com seleção de<br />
vinhos bem pontuados em guias<br />
internacionais e as opções mais bem<br />
aceitas.<br />
Construção típica suíça, com lareira e<br />
música ao vivo. Fondues e clássicos<br />
da cozinha francesa em ambiente<br />
romântico e aconchegante<br />
Av. Macedo Soares, 340, Capivari<br />
(12) 3663-1824. Fecha às 4as.<br />
O clima e a arte<br />
do vinho<br />
em Campos do Jordão<br />
Num refúgio nas montanhas de Campos do Jordão,<br />
a apenas 450m do centro, a Pousada La Toscana<br />
une o clima da se a com a arte do vinho.<br />
São apenas 12 quartos, cada um com o nome de uma uva:<br />
Sangiov e, Trebbiano, Canaiolo, Dolc o, Cabern ...<br />
Ah!... Entrar no clima da pousada e do vinho,<br />
curtir a d oração rústica no tilo da Toscana,<br />
preguiçar-se numa cama Box Serta King Size,<br />
deliciar-se com um café da manhã colonial,<br />
sentir os cosméticos da linha Vin age,<br />
participar de pal tras agendadas sobre vinhos...<br />
Pousada La Toscana<br />
(12) 3663-6650, r ervas@pousadalatoscana.com.br<br />
www.pousadalatoscana.com.br<br />
Campos do Jordão, SP<br />
17
Roteiro<br />
No mês mais romântico do ano<br />
o amor paira no ar, inspira os<br />
apaixonados, e uma taça de vinho<br />
em um restaurante com clima de cupido,<br />
harmonizada com um menu especial, pode<br />
ser um boa maneira para compartilhar<br />
sentimentos com a pessoa amada.<br />
Há vários restaurantes com boa<br />
carta que se diferenciam pela atmosfera<br />
romântica não apenas no Dia dos Namorados<br />
mas também durante o ano todo.<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> indica alguns pelo país.<br />
No Rio de Janeiro, no bairro de Santa<br />
Tereza, o Aprazível surpreende. Embora<br />
tenha capacidade para 200 pessoas, é uma<br />
casa tranquila. Cinco ambientes fazem do<br />
local um retiro agradável para os apreciadores<br />
da cozinha brasileira, com seus<br />
elementos tropicais. No jardim, com vista<br />
para a Baía de Guanabara, no salão com<br />
aparência rústica, no disputado Gazebo, na<br />
varanda ou até mesmo no primeiro pátio,<br />
ao ar livre, há tranquilidade para conversar<br />
e namorar. Possui carta de vinhos com 44<br />
brasileiros e 50 estrangeiros, porém Pedro<br />
Hermeto, sócio do restaurante e fi lho da<br />
18<br />
Onde beber bem<br />
e namorar<br />
Por Adriana Bonilha<br />
Nós mulheres somos românticas!<br />
Será que nossos cara-metades já se<br />
deram conta disso?<br />
Ouvi uma piada da semelhança<br />
entre mulheres e homens e um aparelho<br />
eletrônico, que o primeiro teria vários<br />
botões de sintonia e o segundo apenas<br />
liga-desliga. Achei perfeita a comparação<br />
e diria que o romantismo é um<br />
desses botões, que devem estar sempre<br />
bem sintonizados.<br />
No mês de junho temos uma data<br />
chef Ana Castilho, tem um carinho especial<br />
pelos nacionais. A média de preço<br />
dos vinhos nacionais está nos R$70 e dos<br />
importados em R$140.<br />
No bairro de Copacabana, o Vermentino<br />
que leva a esse romantismo. Mas precisamos<br />
de datas para receber ou dar fl ores?<br />
Para presentear, com bens materiais, ou<br />
mesmo com carinho e atenção àqueles que<br />
amamos? Diria que não e que muitas vezes<br />
bastam 3 palavrinhas: EU TE AMO.<br />
Agora sabemos que esses momentos<br />
românticos são maximizados quando<br />
criamos uma situação especial: uma<br />
viagem, um local, um bom vinho, uma<br />
música, ou...<br />
Em nosso último encontro, falamos de<br />
Campos do Jordão, Monte Verde, Petrópolis,<br />
lugares de serra e que nos atraem ao<br />
tem clima especial. Da cozinha italiana<br />
saem seus pães e massas confeccionados na<br />
própria casa. Peixes frescos, como cherne,<br />
salmão, linguado, pargo e vermelho, são<br />
servidos com preparo delicado e alguns<br />
frutos do mar, na grelha.<br />
Eu te amo, você me ama!<br />
aconchego. Mas não precisamos sair de<br />
nossos habitats para os encontrarmos.<br />
E principalmente nas proximidades<br />
do Dia dos Namorados, os restaurantes<br />
criam e recriam.<br />
Em São Paulo, terra de onde escrevo,<br />
o Chef Rouge, nos Jardins, assume esse<br />
cenário. Para simbolizar o amor, decora<br />
a casa com tulipas vermelhas, e oferece<br />
cardápio harmonizado com Moët &<br />
Chandon Rosé Imperial servida em taças<br />
criadas por designer.<br />
O Felix Bistrot, na Granja Viana, onde<br />
Chef Rouge<br />
O menu pode ser harmonizado com<br />
uma das suas 450 garrafas de vinhos, divididas<br />
em duas eurocaves para tintos com<br />
capacidade de 200 cada e uma de 50 para<br />
brancos, com preço médio de R$80, sob<br />
os cuidados do sommelier Saraiva.<br />
podemos nos aconchegar à beira da<br />
piscina, cria 3 menus e, para agradar<br />
as mulheres — que dizem (?!) adoram<br />
doces —, oferece uma degustação com<br />
sete tipos de doces diferentes.<br />
Mas essas são pequenas dicas.<br />
Você deve ter o seu cantinho preferido,<br />
o lugar especial que quer conhecer, ou<br />
velas na sua casa esperando por aquele<br />
momento para serem acesas.<br />
Não se esqueça das duas taças de<br />
vinho, do decanter e do amor a dar.<br />
E tim-tim!<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Aprazível<br />
Em Porto Alegre, no bairro Moinhos<br />
de Vento, o Constantino tem ambientes<br />
para vários climas. No verão é possível<br />
aproveitar o seu jardim, com mesas ao<br />
ar livre, e no inverno o aconchego das<br />
lareiras, com sofás e adega. Os pratos<br />
da culinária contemporânea podem ser<br />
acompanhados por alguns dos aproximadamente<br />
80 rótulos, que vão desde R$35<br />
até quase R$600, guardados em adega<br />
climatizada. O serviço é feito com taças<br />
especiais, com o auxílio de decanters.<br />
Na romântica cidade de Gramado, a decoração,<br />
a cozinha mediterrânea e os vinhos<br />
do La Table D’Or formam um conjunto<br />
único. O seu ambiente é sofi sticado e acon-<br />
Chef Rouge<br />
R. Bela Cintra, 2238<br />
(11) 3081-7539, Jardins, São Paulo<br />
Fecha 2a feira<br />
Felix Bistrot<br />
R., José Félix de Oliveira, 555<br />
(11) 4702-3555, Granja Viana, Cotia<br />
Fecha dom e 2a no jantar<br />
Aprazível<br />
R. Aprazível, 62, Santa Tereza<br />
(21) 2508-7334, Rio de Janeiro<br />
Fecha 2a<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
chegante, com um jogo de branco e preto<br />
que confi rma a sua proposta diferenciada.<br />
As mesas carregam um charme especial,<br />
com belos cristais e peças de porcelana. A<br />
carta traz ao todo cerca de 150 rótulos, de<br />
vários países, entre R$30 e R$600. O sommelier<br />
Carlos Freire mantem as garrafas na<br />
adega climatizada, localizada na sala vip do<br />
“casarão branco”. O cardápio, criado e pilotado<br />
pelo chef-proprietário Paulo Gradin, é<br />
uma verdadeira viagem pelo Mediterrâneo.<br />
Contempla pratos muito bem elaborados,<br />
estudados e adaptados pelo próprio Paulo,<br />
criterioso nas harmonizações dos ingredientes,<br />
o que coloca o La Table D’Or no<br />
mesmo nível das cozinhas dos bons restaurantes<br />
das principais capitais.<br />
Vermentino<br />
R. Tonelero, 76 - 2º piso, Copacabana<br />
(21) 2549-3313, Rio de Janeiro<br />
Fecha 2a<br />
Constantino Café<br />
R. Fernando Gomes, 44<br />
Moinhos de Ventos, Porto Alegre<br />
(51) 3346-8589. Fecha no almoço<br />
La Table D’Or<br />
R. Carrieri, 525, Planalto<br />
(54) 3286-6263, Gramado<br />
De 5a a sáb jantar, dom almoço<br />
Roteiro<br />
Namorados, uai!<br />
Por Andréa Pio<br />
Nada combina mais com o Dia dos Namorados do que um bom vinho. Um<br />
espumante então, nem se fala. Restaurantes em Belo Horizonte, como o Ah!Bon<br />
e o Via Destra, que dispõem de ótimas cartas de vinhos, oferecem menus elaborados<br />
e que prometem satisfazer os desejos mais contidos.<br />
No Ah!Bon, mesmo que o nome da casa remeta à França, o cardápio vai<br />
muito além disso. A adega para os vinhos também, pois repousam solenemente<br />
exemplares exclusivos e raridades do Velho e Novo Mundo. A proposta do chef<br />
Léo Mendes é menu elaborado exclusivamente para a data e que contempla<br />
sugestões dos quatro cantos do planeta. Fazendo juz ao nome da casa, saborosas<br />
amousse bouche, mini entradinhas que divertem a boca enquanto se aguarda<br />
demais pratos, não foram esquecidas. Sugestões orientais como o Vermelho Thai<br />
(peixe ao curry tailandês, abacaxi e camarão grelhados acompanhado de arroz<br />
jasmim) prometem colocar mais tempero e deixar a noite ainda mais caliente.<br />
Ah!Bon: R. Fernandes Tourinho, 801, Lourdes, (31) 3281-6260<br />
Na Trattoria Via Destra, a ordem do chef Rubens Beltrão é surpreender e<br />
satisfazer paladares exigentes e nostálgicos. O destaque para o Dia dos Namorados<br />
são os petiscos italianos que o chef buscou nos seus cadernos de receitas,<br />
todos recheados com lembranças afetivas dos bons tempos em que morou na<br />
Itália. Nessa captura inclui, entre outros, um antipasto marinaio, capítulo à<br />
parte, com destaque para os sabores do Mediterrâneo. Tudo foi pensado nos<br />
mínimos detalhes para uma perfeita harmonização, tanto para os petiscos quanto<br />
para demais pratos, entre eles a Fantasia Veneziana, sugestão do chef que é<br />
pura sedução. Isso porque, a carta de vinhos é extensa e contempla rótulos de<br />
expressivos produtores dos quatro cantos do planeta.<br />
Via Destra: Av. do Contorno, 3588, Santa Efi gênia, (31) 3214-0934<br />
19
Circuito <strong>Vinho</strong> &<strong>Cia</strong><br />
Mais um mês de bons vinhos<br />
O<br />
Circuito <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
continua a todo vapor.<br />
Em bons restaurantes é<br />
possível apreciar bons vinhos,<br />
selecionados pela equipe do<br />
jornal.<br />
Em cada local estão dois rótulos<br />
em promoção, com indicação<br />
de harmonizações. Pedindo<br />
uma garrafa de um dos vinhos,<br />
se ganha inteiramente grátis<br />
uma taça-padrão de degustação,<br />
gravada com o nome do restaurante.<br />
Dessa forma, ao pedir mais<br />
vinhos da promoção é possível<br />
colecionar taças do local. Circular<br />
pelos vários restaurantes<br />
do Circuito permite colecionar<br />
taças com gravações diferentes.<br />
Resumindo, participar do Circuito<br />
permite apreciar bons vinhos a<br />
bons preços, explorar as harmonizações<br />
sugeridas e, além disso,<br />
levar brindes para casa.<br />
Na cidade de São Paulo são<br />
três os restaurantes que participam<br />
do Circuito <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong>: La<br />
Marie, Matterello e Prestíssimo.<br />
Em Campos do Jordão faz parte o<br />
Charpentier, do Hotel Frontenac,<br />
e em Santos o Piccola Forneria.<br />
Em cada casa, no chamado<br />
“Dia Especial”, uma vez ao<br />
mês ocorre uma degustação comentada<br />
pelos fornecedores de<br />
vinhos. Integram o Circuito as<br />
importadoras D’Olivino, Porto<br />
Mediterrâneo, Península e Wine<br />
Lovers, e as vinícolas Pericó,<br />
Sanjo e Villaggio Grando.<br />
APOIO COMERCIAL:<br />
20<br />
em bons restaurantes<br />
A promoção está sendo boa não<br />
somente para o público, mas<br />
também para os restaurantes e<br />
fornecedores de vinhos. Os comentários<br />
abaixo dizem tudo.<br />
“A ação é muito boa e a divulgação<br />
também. A idéia das<br />
taças é muito convidativa e dá a<br />
oportunidade do cliente fazer sua<br />
coleção se quiser concluir o Circuito<br />
em todos os restaurantes”<br />
Gustavo Capuano, D’Olivino<br />
“Estou participando porque realmente<br />
vejo o cliente apreciando<br />
meu vinho em busca de entender<br />
melhor a Espanha. Acredito<br />
ser o momento da Espanha!”<br />
Juan Rodriguez, Península<br />
“A ação realmente está tendo<br />
boa divulgação, e enquanto<br />
estivermos com a parceria devemos<br />
incentivar o consumidor a<br />
apreciar nosso vinhos, inclusive<br />
agora no Dia dos Namorados,<br />
Tânia Camargo, Pericó<br />
“A participação é interessante<br />
para a divulgação. A equipe do<br />
restaurante vendeu bem, e deverão<br />
fi car 4 rótulos nossos na<br />
carta de vinhos do Matterello”<br />
Julio César Schimdt<br />
Porto Mediterrâneo<br />
“Achamos muito bom este<br />
trabalho do jornal e realmente<br />
temos a oportunidade de<br />
apresentar ao consumidor a<br />
qualidade dos nossos vinhos”<br />
Catia Gramuglia, Wine Lovers<br />
Silvia P. Andrade e João Batista de Andrade<br />
no Matterello durante o Dia Especial do Circuito <strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong><br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Para colecionar taças é só circular...<br />
Charpentier (Capivari, Campos do Jordão)<br />
Av. Dr. Paulo Ribas, 295, (12) 3669-1000 (Hotel Frontenac)<br />
“Através desta promoção nossos<br />
clientes estão tendo a oportunidade<br />
de conhecer e apreciar ótimos<br />
vinhos de produção nacional”<br />
Vera Lúcia Duarte,<br />
Charpentier<br />
Matterello (Vila Madalena, São Paulo)<br />
R. Fidalga, 120, (11) 3813-0452<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
“Ficamos surpresos com os resultados<br />
de venda no almoço e os<br />
clientes foram muito receptivos.<br />
Conseguimos com esta ação<br />
oferecer uma promoção especial<br />
com vinhos a preços justos. Vamos<br />
continuar!”<br />
Vera e chef Difonzo, La Marie<br />
Prestíssimo (Jardins, São Paulo)<br />
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 1135, (11) 3885-4356<br />
“A proposta é boa e com excelente<br />
aceitação, tanto pelos vinhos<br />
quanto pela coleção, que incentiva<br />
o cliente a comprar o produto”<br />
Gugu Barbosa,<br />
Piccola Forneria<br />
Circuito <strong>Vinho</strong> &<strong>Cia</strong><br />
La Marie (Pinheiros, São Paulo)<br />
R. Francisco Leitão, 16, (11) 3086-2800<br />
Piccola Forneria (Canal 5, Santos)<br />
Av. Almirante Cochrane, 62, (13) 3271-1200<br />
21
Pelo País<br />
Criar e degustar:<br />
Denise Cavalcante<br />
<strong>Jornal</strong>ista<br />
denise@jornalvinhoecia.com.br<br />
Com a quantidade de informações<br />
que temos que absorver atualmente<br />
ficou muito complicado<br />
encontrar tempo para estudar um assunto<br />
a fundo. <strong>Vinho</strong> é um dos meus assuntos de<br />
interesse sobre o qual não consigo dedicar<br />
o tempo que eu gostaria. Mas existe uma<br />
maneira maravilhosa de resumir vários livros<br />
em alguns dias: um “curso intensivo”<br />
de uma maneira muito lúdica e certamente<br />
mais instrutiva: viagens guiadas.<br />
Várias empresas de turismo montam<br />
grupos para visitar diversos países<br />
produtores de vinho. Em fevereiro fi z<br />
uma imersão em vinícolas no Chile e na<br />
Argentina com o grupo dos Degustadores<br />
Sem Fronteiras, conduzido por Aguinaldo<br />
Zackia Albert. As vinícolas visitadas<br />
22<br />
uma viagem temática<br />
foram cuidadosamente selecionadas e o<br />
atendimento ao grupo foi especial.<br />
Em oito dias visitamos nove vinícolas,<br />
degustando vinhos maravilhosos, como o<br />
Almaviva e o Catena. A chilena Haras De<br />
Pirque ou a argentina Ruca Malen oferecem<br />
lindas imagens de natureza para se<br />
guardar de suas paisagens. A Haras Del<br />
Pirque fi ca entre duas cadeias de montanhas,<br />
uma delas cobertas de neve. À<br />
frente, vinhedos e grandes piquetes onde<br />
corriam cavalos puro-sangue de criação<br />
do proprietário da Bodega. Na Ruca<br />
Malen almoçamos num terraço cercado<br />
de vidro com a imagem da cordilheira à<br />
frente e um enorme vinhedo, carregado<br />
com cachos de uva, ao lado.<br />
Em cada visita tínhamos uma completa<br />
aula de produção de vinho, e apesar dos<br />
métodos e tecnologias parecerem iguais,<br />
cada uma criava um detalhe diferente<br />
que tornavam seus vinhos especiais. Na<br />
Casa Marin, Chile, foi a enóloga/proprietária<br />
Maria Luz Marin quem conduziu a<br />
degustação. Seus fantásticos vinhos são<br />
produzidos perto do pacífi co, no Vale de<br />
San Antonio, região emergente chilena, e<br />
captam o aroma marinho, conferindo uma<br />
certa salinidade aos brancos. O Pinot Noir<br />
não tem igual.<br />
Na Argentina, na degustação na Bodega<br />
Achaval Ferrer, provamos vinhos da<br />
barrica e safras ainda não engarrafadas, e<br />
pudemos perceber o padrão de evolução<br />
dos bons vinhos dessa bodega. Em uma<br />
experiência inédita, na vinícola Família<br />
Zucardi colhemos uvas com as bandejas<br />
penduradas no pescoço. Claro que para<br />
nós, como prêmio pelo cansativo trabalho<br />
de 15 minutos de colheita de syrah, cujo<br />
resultado foi mais fotos do que uvas, havia<br />
uma apetitosa mesa com queijos, pães,<br />
azeitonas e vinhos, que imagino não seja<br />
proporcionada aos funcionários.<br />
O enólogo nos deu uma aula sobre<br />
solo, plantio e adaptação de uvas para o<br />
frio e calor, muito instrutiva, mostrando<br />
como é possível tornar um deserto em uma<br />
área fértil e produtiva. Seria uma boa lição<br />
para nossos homens públicos fazerem o<br />
mesmo no nordeste. Enfi m...<br />
A Bodega Vistalba, em Lujan de<br />
Cuyo, produz vinhos de cortes variando<br />
as uvas entre Cabernet Sauvignon, Merlot,<br />
Malbec e Bonarda, absolutamente<br />
impressionantes, estilo Velho Mundo,<br />
equilibrados, redondos e persistentes. Esses<br />
vinhos obtiveram notas altíssimas em<br />
premiações mundiais e pude saboreá-los<br />
no restaurante da vinícola, o La Bourgogne,<br />
premiado como o melhor restaurante<br />
de vinícola do mundo.<br />
Sendo a maioria das vinícolas nova, as<br />
arquiteturas totalmente diferentes já valem<br />
a visita. Melhor ainda fi ca se podemos<br />
degustar in loco seus vinhos. Não existe<br />
nada melhor do que desfrutar a delícia de<br />
viajar em grupo de pessoas interessadas<br />
no mesmo tema, com o conforto de ter os<br />
programas pré-determinados, ônibus nos<br />
esperando para ir e vir, as melhores degustações<br />
nos aguardando em cada vinícola e<br />
a atenção dos proprietários para o grupo.<br />
A próxima viagem dos Degustadores sem<br />
Fronteiras será para a Espanha, com muita<br />
degustação. Existem algumas outras empresas<br />
que montam estes grupos temáticos<br />
que tornam as viagens mais interessantes.<br />
Atualmente, a atenção ao turista em<br />
cidades como Mendoza, na Argentina,<br />
é maravilhosa, oferecendo também uma<br />
fantástica gastronomia.<br />
Informações de viagem:<br />
www.degustadoresemfronteiras.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
De ousadias<br />
e determinação!<br />
Fernando Quartim<br />
Diretor da SBAV-SP<br />
quartim@jornalvinhoecia.com.br<br />
Não sou dos afi cionados da autoajuda,<br />
mas às vezes ela nos dá<br />
algumas dicas para explicar<br />
certas atitudes ou posturas que causam<br />
admiração.<br />
Do final de um verso de Augusto<br />
Branco:<br />
“Bom mesmo é ir à luta com determinação,<br />
abraçar a vida com paixão,<br />
perder com classe<br />
e vencer com ousadia,<br />
porque o mundo pertence a quem se<br />
atreve<br />
e a vida é “muito” para ser insignifi<br />
cante.”<br />
Ou ainda, do livro Liberdade de Ser,<br />
da Eliane de Araujo, falando também de<br />
ousadia:<br />
“Ousar ser diferente quando todos<br />
seguem um padrão”.<br />
“Ousado é aquele que tem a coragem<br />
de expressar a própria luz, sem se esconder<br />
à sombra dos outros”.<br />
Pois é, determinação e ousadia foram<br />
duas qualidades que encontrei no chef<br />
Shin Koike, do restaurante Aizomê.<br />
Nascido em Tóquio, Shin já trazia<br />
no sangue as experiências de seu pai que<br />
tinha, por lá, um sushi-bar. Aqui no Brasil<br />
Shin trabalhou em diversos restaurantes<br />
japoneses e montou o A1, no Shopping<br />
Top Center da Avenida Paulista, e, agora,<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
há pouco mais de um ano, está com o<br />
Aizomê. Como recompensa de sua determinação<br />
na busca da qualidade, já ganhou<br />
o título de melhor japonês da cidade pela<br />
revista Veja.<br />
Shin tem fascínio pela culinária francesa<br />
e faz uma magnífi ca releitura dos<br />
clássicos japoneses. Entende que, além<br />
do sabor, a aparência dos pratos faz da<br />
refeição uma bela experiência.<br />
A culinária japonesa é considerada<br />
a mais sofi sticada do mundo e sempre<br />
exerceu fascínio e desafi o aos amantes<br />
dos vinhos, pois não é tão fácil sua harmonização.<br />
Além disso a cultura do saquê nos<br />
distrai na hora da escolha da bebida para<br />
acompanhar as iguarias japonesas.<br />
Confesso que na maioria das vezes que<br />
escolhi vinho para acompanhar uma refeição<br />
em restaurante japonês fi quei entre os<br />
brancos. Como eu adoro os Sushis e, talvez,<br />
por falta de imaginação, criei um paradigma:<br />
vinho em restaurante japonês é branco!<br />
Recentemente recebi um convite de<br />
minha amiga Alessandra Casolato, da<br />
CH2A, para uma degustação que me<br />
deixou, de início, muito curioso.<br />
Dizia o convite que o Provence Club<br />
Brasil e o restaurante Aizomê convidavam<br />
para uma “experiência enogastronômica”<br />
de harmonização dos rosés de Provence<br />
com o melhor da cozinha japonesa na instigante,<br />
criativa e personalíssima releitura<br />
da culinária tradicional do Japão realizada<br />
pelo chef Shin Koike.<br />
Estavam ali os ingredientes necessários<br />
para o desafi o perfeito. E eu estava<br />
cético, com uma ligeira desconfiança<br />
cultural a respeito dos rosés e com meu paradigma<br />
brancófi lo. Tudo estava reunido<br />
em uma proposta em que Shin completava<br />
o outro componente de sua personalidade:<br />
a ousadia!<br />
Foi da arte culinária de Shin a proposta<br />
da harmonização de seus pratos com pelo<br />
menos cinco vinhos rosés. Shin nos brindou<br />
com oito pratos, iniciando com um<br />
robalo recheado de ricota e aliche, toques<br />
Aizomê: Al. Fernão Cardim, 39 - Jardim Paulista - (11) 3251-5157 - São Paulo<br />
Circuito do <strong>Vinho</strong><br />
de zests siciliano e molho nori. Seguido<br />
de Creme de batatas e diversos cogumelos<br />
salteados no azeite trufado; Medalhão de<br />
camarão e lula; Salada de frutos do mar;<br />
Sushi com tataki de mignon ao wasabi e<br />
crocante de alho poró; Filé de pargo com<br />
creme de bacalhau empanado ao molho<br />
de lichia e limoncello; Bolinho de arroz<br />
com unagui e fois gras e, para fi nalizar,<br />
um Siri mole frito e “ebishinjo” ao molho<br />
licoroso de ameixa. Tudo isso, meu caro<br />
leitor, muito bem harmonizado com os<br />
rosés da Provence!<br />
Mudei meus conceitos e quebrei meu<br />
paradigma!<br />
Salve a feliz coincidência do término<br />
das comemorações do centenário da imigração<br />
japonesa e o Ano da França (no<br />
caso Provence) no Brasil!<br />
O Aizomê pode integrar o Circuito<br />
do <strong>Vinho</strong>, onde encontramos um ótimo<br />
serviço em ambiente bastante agradável,<br />
em que o vinho, sempre presente, faz um<br />
fi nal feliz!<br />
23
Nas Ondas do Rio<br />
O que acontece<br />
na cidade maravilhosa<br />
Jaqueline Barroso<br />
Enófi la<br />
jaque@jornalvinhoecia.com.br<br />
Meu recanto favorito<br />
Toda vez que entro na rua General Glicério<br />
para visitar a Lorangerie meu coração<br />
já começa a bater mais tranqüilo, absorvo<br />
a energia fantástica do lugar onde, para<br />
mim, irei morar algum dia. Primeiro, que<br />
a rua é tudo de bom e, segundo, que estou<br />
indo ver os amigos, beber uma taçinha,<br />
comer coisas deliciosas, levar e trazer<br />
novidades. É com este astral todo que a<br />
Lorangerie comemorou em maio seu 4º<br />
ano de sucesso e alegria, sob a batuta dos<br />
sócios proprietários Valdiney Ferreira e<br />
Robert Ureth. A loja preparou um mês de<br />
muitas promoções, degustações e comemorações,<br />
para, com carinho, receber seus<br />
clientes amigos.<br />
www.lorangerie.com.br (21) 2505-5000<br />
R. General Glicério, 364 – loja A – Laranjeiras<br />
Amigo do vinho<br />
Importadores e distribuidores de vinhos<br />
cariocas estão juntos mais uma vez para<br />
organizar uma grande degustação sobre<br />
o tema “Amigos do <strong>Vinho</strong>”. É uma ótima<br />
oportunidade para conhecer lançamentos,<br />
voltar a provar alguns dos vinhos favoritos<br />
e encontrar os amigos (que é tudo de<br />
bom). São oferecidas dezenas de rótulos<br />
da África do Sul, Argentina, Brasil, Chile,<br />
Espanha, França, Itália, Portugal e Suiça.<br />
No convite também está inclusa uma taça<br />
comemorativa e um buffet de especialidades<br />
espanholas, já que o evento será na<br />
Casa de Espanha (ai, Jesus!). Os amigos<br />
são os seguintes: Vitis Vinífera, Vini Rio,<br />
Cava de <strong>Vinho</strong>s, Porto Leblon, Volantis<br />
e Confraria Carioca. O super evento será<br />
em 23 de junho das 18 às 22h na Casa de<br />
24<br />
Espanha – convite individual R$ 90,00.<br />
(21) 2256-0558 e (21) 2235-7670<br />
Sugestão: vá de táxi.<br />
Grimberg e seus bistrôs<br />
Há mais ou menos uns três anos, quando<br />
José Grimberg e André (fi lho e sócio),<br />
donos das franquias da Expand do Centro<br />
e Niterói, abriram a segunda loja na rua<br />
Erasmo Braga, resolveram que também<br />
haveria um bistrô dentro da loja. Foi um<br />
sucesso logo de cara. Pois bem, de tanto<br />
os clientes pedirem, agora Grimberg e<br />
André abriram os bistrôs dentro das lojas<br />
da Senador Dantas e da Miguel de Frias de<br />
Niterói. Pronto, todo mundo feliz! Tenho<br />
muito carinho por ambos, pois foi na loja<br />
da Senador Dantas desses dois gentlemen<br />
que comecei a minha carreira no vinho. Só<br />
tenho a agredecer! Lojas:<br />
R. Senador Dantas, 100A<br />
R. Erasmo Braga, 299<br />
R. Miguel de Frias. 169, Icaraí, Niterói<br />
expandcentrorio@virtualexpo.com.br<br />
Majórica, tradição e qualidade<br />
Pois é assim que a Churrascaria Majórica<br />
no alto da sua maturidade (47 anos) continua<br />
“bombando”. Desde o ano passado a<br />
casa vem realizando mensalmente eventos<br />
e jantares harmonizados, organizados pelo<br />
diretor de eventos Edvaldo Neves.<br />
“A Majórica é tradição, mas também<br />
é atual e antenada, por isso realizamos<br />
jantares harmonizados temáticos mensais,<br />
para que nossos clientes também possam<br />
conhecer as novidades enogastronômicas”,<br />
diz Edvaldo.<br />
Já tiveram eventos com os temas indiano,<br />
francês, português e espanhol, e todos<br />
absolutamente lotados!<br />
Confi ram a programação pelo telefone:<br />
(21) 2205-6820<br />
R. Senador Vergueiro, nº 15.<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Nova carta<br />
O professor Celio Alzer, da<br />
ABS-Rio, assinou a nova carta<br />
do tradicional restaurante Picolino,<br />
de Cabo Frio, na Região dos Lagos.<br />
Para apresentar a carta e a nova<br />
adega a seus clientes, Bené e Denise<br />
ofereceram um coquetel que contou<br />
com a presença de um sem-número<br />
de enófi los. Sonia Linhares foi uma<br />
das convidadas que apreciou os petiscos<br />
e espumantes da noite.<br />
Deutz e Ramos Pinto<br />
Um dos mais sofi sticados e divertidos<br />
almoços dos últimos tempos aconteceu<br />
sob a promoção conjunta das importadoras<br />
Casa Flora e Franco-Suissa, para<br />
apresentação dos champagnes Deutz<br />
e dos vinhos da Casa Ramos Pinto.<br />
Almoço caprichado do chef Roland Villard<br />
harmonizou com os excepcionais<br />
rótulos apresentados. O evento contou<br />
com a presença de Jorge Rosas que nos<br />
brindou com as histórias que ligam a<br />
centenária vinícola portuguesa<br />
ao Rio de Janeiro.<br />
No clima<br />
Miolo Gamay 2009<br />
A Miolo promoveu um requintado<br />
coquetel para o lançamento da nova<br />
safra 2009 do Miolo Gamay, que neste<br />
ano conta com a consultoria do papa do<br />
gamay, Henry Marionnet. O vinho,<br />
perfeito para o clima carioca, foi muito<br />
aplaudido pelos enófi los presentes.<br />
Teresa Jóia, vice-presidente da<br />
Confraria Amigas do <strong>Vinho</strong>, foi uma das<br />
que fi caram rindo à toa com ele.<br />
Wine Society<br />
O empresário Ken Marshall<br />
comandou uma degustação com os<br />
novos rótulos da carteira da Wine<br />
Society, que objetiva popularizar os<br />
vinhos australianos em nosso mercado.<br />
O evento, ocorrido na Escola<br />
do Pão, na Lagoa, afora os excepcionais<br />
Shiraz, mais me surpreendeu<br />
pelos deliciosos e minerais Riesling<br />
da Liesingham Wines.<br />
Rio 40 Graus<br />
dos enoeventos<br />
Lenda viva<br />
John Duval, que durante 29 anos<br />
produziu o vinho australiano mais<br />
emblemático, o Penfolds Grange, agora<br />
empresta seus conhecimentos à chilena<br />
Viña Ventisquero para a produção de<br />
seus dois vinhos ícones: o Pangea e o<br />
Vertice. Para apresentar as novas safras,<br />
a Importadora Cantu ofereceu uma<br />
degustação-almoço no Fasano al Mare,<br />
onde os enófi los cariocas puderam<br />
conhecer a fi losofi a de trabalho do<br />
cultuado enólogo.<br />
Leia mais no site:<br />
www.enoeventos.com.br<br />
Oscar Daudt<br />
Enófi lo<br />
oscar@jornalvinhoecia.com.br<br />
25
<strong>Vinho</strong> é Arte<br />
Olhares<br />
de fi m de outono<br />
Maria Amélia Duarte Flores<br />
Enóloga<br />
maria.amelia@jornalvinhoecia.com.br<br />
Poucas estações do ano brincam com<br />
os sentidos como o outono. O outono<br />
começa trazendo os primeiros<br />
aromas do inverno, as lareiras começam a<br />
ser utilizadas. Aqui no Rio Grande do Sul<br />
a brisa começa a ser mais fria, as noites já<br />
convidam a um vinho, quem sabe chocolate,<br />
e ao sair à noite há de se prever um<br />
agasalho. Para mim o outono é a estação<br />
de redescobertas. O tom das folhas é<br />
encantador: subir a serra, ver o Vale dos<br />
Vinhedos com seu colorido multicor é<br />
emocionante. São tons laranja, vermelhos,<br />
amarelos, cobrindo as colinas feito uma<br />
colcha bordada, que não há como defi nir<br />
onde começa ou termina.<br />
Para quem vai a Mendoza, a neve<br />
começa a surgir na cordilheira; o mesmo<br />
efeito de cores acontece nos vinhedos e o<br />
contraste é encantador: montanhas nevadas,<br />
vinhedos com suas folhas secas. Conforme<br />
a intensidade do verão, cada outono<br />
pode ser diferente: é a magia do terroir.<br />
Ainda há colheita em alguns locais quando<br />
o clima permite. São as famosas colheitas<br />
de outono, que geralmente resultam nos<br />
saborosos vinhos de sobremesa.<br />
O vinho imita a arte e a natureza e já<br />
traz em sua cor as nuances outonais: estou<br />
agora a admirar um moscatel tardio, e é<br />
26<br />
impressionante o tom que o vinho adquire.<br />
A própria uva, praticamente passifi cada,<br />
dita suas normas. Ainda há tintos também<br />
sendo colhidos, em algumas regiões muito<br />
específi cas.<br />
O outono é o período de férias dos<br />
enólogos, afinal a safra exige muito<br />
trabalho e concentração; muitos viajam,<br />
outros estudam, se recompõem do can-<br />
saço da safra. Também é momento de<br />
avaliação nas vinícolas, da qualidade da<br />
vindima, organização de vendas para a<br />
nova estação.<br />
Os apreciadores organizam suas adegas,<br />
preparando-se para as noites mais<br />
frias, especiais para os grandes vinhos. De<br />
vinhos espumantes também, ao contrário<br />
de dez anos atrás. Não estão mais apenas<br />
nas festas de fi nal de ano, estão nas quatro<br />
estações, na abertura de cada jantar.<br />
Sim, o outono é a estação do vinho,<br />
é perfeito para brancos encorpados, para<br />
tintos leves ou fortes, ou Porto. A estação<br />
é cenário perfeito para um piquenique no<br />
parque, ver as folhas caírem, as cores da<br />
natureza, uma ótima companhia, ou um<br />
grande espumante rosé. Saúde!<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Saboreando<br />
estrelas<br />
Andréa Pio<br />
<strong>Jornal</strong>ista e editora do guia Uai<br />
andrea@jornalvinhoecia.com.br<br />
Uma pizzaria<br />
A La Pizzeria 68 oferece múltiplos ambientes,<br />
onde circula muita gente bonita<br />
e com vários tipos de sede: de paquera,<br />
por pizzas elaboradas bem como suas<br />
vertentes — paninis, focaccias etc —, mas<br />
principalmente com muita sede por vinhos<br />
exclusivos. Logo na entrada um enorme<br />
balcão abriga munição sufi ciente para<br />
diversos tipos de drinks. O cenário inclui<br />
ainda cantinhos especiais, com sofás, pufs<br />
e mesinhas, bem ao estilo lounge, para<br />
conversas sussurradas.<br />
Um bistrô<br />
O Gomide é inspirado nos autênticos<br />
bistrôs: o sofá lateral, não só atende a<br />
várias mesas menores, como termina em<br />
curva, complementando uma enorme<br />
mesa para 10 comensais. Revela que<br />
somente esse objeto decorativo remete<br />
àquelas casas parisienses.<br />
Entretanto, a proposta do Gomide<br />
vai além: o cardápio tem acento francoitaliano<br />
e a carta de vinhos passeia pelos<br />
quatro cantos do planeta.<br />
A empreitada é dos amigos Tomaz<br />
Gomide e Marcos Calmon, que resolveram<br />
reproduzir alguns clássicos da<br />
culinária francesa e italiana na íntegra, e<br />
sem distorções.<br />
A escolha para o elenco das iguarias<br />
não foi por acaso. “O que realmente<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
Curtição à parte, é o ambiente dedicado<br />
aos carrões e lambretas, fabricados<br />
entre 1927 e 1957, que a proprietária<br />
divide com quem também ama esses carangos.<br />
A bem equipada adega de vinhos,<br />
que pode ser vista nos e entre os dois<br />
níveis, superior e inferior, e também pelo<br />
jardim que fi ca ao fundo, não é apenas<br />
pura contemplação, é para ajoelhar e<br />
pedir a benção. Mas é neste fundo, num<br />
estiloso deck protegido por ombrelones,<br />
com jardim e cascata, que fi ca o “puxadinho”<br />
chiquetésimo Veuve Clicquot da 68.<br />
Fãs incondicionais das borbulhas podem<br />
bebericar toda a linha da Maison, do brut<br />
Yellow Label aos Vintages, passando<br />
pela prestigiosa cuvée La Grande Dame.<br />
Um espetacular cardápio, elaborado pelo<br />
mestre pizzaiolo Carlo Zangrando, com<br />
delícias que incluem variados ceviches<br />
a base de frutos do mar e de peixes,<br />
além das novas coberturas que coroam<br />
os discos de massa assados em forno à<br />
lenha, harmonizam com os borbulhantes<br />
e demais vinhos.<br />
contribuiu foi a memória gustativa, a lembrança<br />
de saborear pratos tradicionais, que<br />
sempre fi zeram parte do nosso cotidiano”,<br />
revelam. Assim, o Steak au Poivre (com<br />
batatinhas sautée) é bastante apimentado,<br />
mesmo. Tournedos Rossini e Fettuccini ao<br />
Paillard são outras gratas alegrias para paladares<br />
nostálgicos. Le plateau de fromage<br />
(prato de queijos importados: roquefort,<br />
brie, grana padano e camembert), Le<br />
plateau de charcuterie (misto de embutidos:<br />
Prosciutto di Parma, Campesino,<br />
Diavoleta e Sopressata), além de foie gras<br />
grelhado, marinado ao Jerez e ao natural,<br />
e pratos a base de peixes e frutos do mar,<br />
são as recentes novidades do chef China.<br />
A Tarte de Pomme Vert (torta de maçã<br />
verde com sorvete de macadâmia e calda<br />
de menta) é pecaminosa, porém deixar de<br />
saboreá-la é um pecado.<br />
Foto: Rafael Motta<br />
Foto: Fernanda Nasser<br />
Uai!<br />
27
“Nas próximas páginas,<br />
viva mais além<br />
das garrafas de vinhos<br />
28<br />
EmBoa<strong>Cia</strong><br />
Como<br />
nos esquentamos no frio?<br />
As mulheres são geralmente mais<br />
friorentas! Precisamos de um<br />
bom casaco e um belo cobertor<br />
(de orelhas, é claro!) para nos aquecermos.<br />
Nesta época de comemorações românticas,<br />
como o Dia dos Namorados,<br />
podemos incluir o vinho como uma das<br />
possibilidades do ser humano, não só das<br />
mulheres, para aumentar a temperatura.<br />
Neste exato momento que vos escrevo<br />
está 15º C dentro do ambiente. Lá fora?<br />
Nem quero saber! A brisa e a umidade<br />
devem baixar em 6 graus. É muito frio!<br />
E com isso vejo a meu lado, em um deva-<br />
neio, labaredas de uma lareira... Mas sinto<br />
o real aroma do Merlot na taça à minha<br />
frente. Uma cor rubi, um toque herbáceo,<br />
que chamam ao pequeno gole que preenche<br />
as papilas e começa a me aquecer.<br />
Penso na viagem de férias e um local<br />
ainda mais frio. Quem sabe Gonçalves,<br />
Petrópolis, Campos do Jordão? Mais frio?<br />
Então Cordilheira dos Andes, Patagônia,<br />
Portillo, Alpes Franceses ou Suíços?!<br />
Com minha imaginação posso ir longe.<br />
Um passeio por trilhas entre a neve, em<br />
uma tarde ensolarada, onde o resplandecer<br />
do céu com um sol de início de tarde faz<br />
com que até tiremos os casacos.<br />
Que tal nesse momento sacar da cesta<br />
de pic-nic suas taças e propor o brinde<br />
ao Shiraz, ou melhor, ao Sol que irá nos<br />
envolver.<br />
Após aproveitar esse sol e descer pelas<br />
geladas montanhas sentindo a brisa da<br />
velocidade sobre os esquis, nada melhor<br />
do que retornar e — após se aquecer<br />
— manter as altas temperaturas com um<br />
Tannat.<br />
Como viram, a temporada de esqui já<br />
começou por aqui. Pena que a temperatura<br />
não passe dos 7 ou 8, não tenhamos<br />
a neve para nos esfriar e, com isso, a<br />
desculpe para nos aquecer. Mas será que<br />
você precisa dessa desculpa? Eu não!<br />
Tim-tim e boa viagem! E que não seja só<br />
na imaginação.....<br />
Viajando<br />
com <strong>Vinho</strong><br />
Adriana Bonilha<br />
Colunista<br />
adriana@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 41
Viva<br />
a branquinha<br />
Cesar Adames<br />
Consultor gastronômico<br />
adames@jornalvinhoecia.com.br<br />
O<br />
mercado de cachaças vai de vento<br />
em popa pelo que vi durante<br />
a Brasil Cachaça realizada em<br />
conjunto com a Expovinis no começo do<br />
mês de maio passado.<br />
Um dos stands mais visitados era o do<br />
Armazém Vieira, que tem uma linha de<br />
cachaças espetacular. Sua produção vem<br />
da ilha de Santa Catarina desde o tempo<br />
em que aportou o Capitão Shelvocke<br />
com seu navio Speedwell em 1719 para<br />
refazer seus suprimentos. Foi o primeiro<br />
navegador que registrou a produção local<br />
em um livro publicado em 1726. A aguardente<br />
produzida na ilha aumentou sua<br />
notoriedade na metade do século XVIII<br />
com a imigração açoriana e madeirense,<br />
que aprimorou seu processo de fabricação.<br />
<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 41<br />
A edifi cação do entreposto marítimo, Armazém<br />
Vieira, em 1840, à beira mar no<br />
Saco dos Limões, na Ilha de Santa Catarina,<br />
constitui-se num importante marco<br />
na comercialização entre as diferentes<br />
freguesias da região, como também com<br />
os grandes navios veleiros internacionais<br />
que aportavam na Ilha para se abastecer de<br />
água, café, farinha de mandioca, açúcar,<br />
carnes, verduras, apetrechos náuticos e da<br />
imprescindível cachaça.<br />
A cachaça era servida em doses no<br />
balcão do Antigo Entreposto Marítimo,<br />
que a fornecia em botijas de barro seladas<br />
com garapa de cana e em barris que iam de<br />
80 a 300 litros, feitos de madeira nativa:<br />
sassafrás, ariribá e grápia.<br />
Nos últimos vinte anos, após ser restaurado<br />
e declarado patrimônio histórico,<br />
o Armazém Vieira passou a engarrafar<br />
essa cachaça, em garrafas de vidro, para<br />
o mercado nacional e internacional. Atualmente<br />
os tonéis de ariribá e grápia, localizados<br />
na adega nos fundos do Armazém<br />
Vieira produzem sete tipos de cachaças:<br />
Germana<br />
A Germana, fabricante mineira de cachaça<br />
com 25 anos de tradição, lançou duas cachaças:<br />
a Germana Eduardo Costa Edição<br />
Especial e a cachaça Eduardo Costa.<br />
Os produtos levam o nome do cantor<br />
sertanejo Eduardo Costa, mineiro de Belo<br />
Horizonte e apreciador da bebida. O in-<br />
Charutos & Destilados<br />
Safi ra - Cachaça especialmente elaborada<br />
para a realização de caipirinhas e coquetéis<br />
é envelhecida 3 anos em madeira,<br />
onde se destaca a presença da madeira<br />
Grápia.<br />
Esmeralda - Envelhecida 4 anos, na qual<br />
fi ca realçada a presença da madeira Ariribá,<br />
indicada para ser apreciada à temperatura<br />
ambiente, acompanhando pratos com<br />
frutos-do-mar. Quando gelada, cremosa, é<br />
companheira ideal para ostras.<br />
Tradicional - Foi a primeira cachaça<br />
engarrafada no Armazém Vieira, e está<br />
no mercado desde 1987. é a pioneira<br />
a se impor no mercado de cachaças de<br />
qualidade.<br />
Rubi - Cachaça madura, com 8 anos<br />
de envelhecimento. A manifestação dos<br />
aromas complexos em formação atiçam<br />
a curiosidade do degustador.<br />
Terra - Envelhecida 12 anos em tonéis nativos,<br />
bem equilibrada, com interessantes<br />
aromas complexos.<br />
vestimento para a produção das cachaças<br />
foi de aproximadamente R$ 900 mil.<br />
A cachaça Germana Eduardo Costa é<br />
envelhecida cinco anos em barris de carvalho<br />
e apresenta tonalidade dourada. Considerada<br />
uma cachaça premium, ela será<br />
vendida por aproximadamente R$120.<br />
Onix - Uma Cachaça com 16 anos de<br />
envelhecimento tem características únicas<br />
que pede um momento único, de profunda<br />
refl exão.<br />
Armazem Vieria Canavieira – Lançada<br />
durante a feira somente para exportação.<br />
Já a cachaça Eduardo Costa é envelhecida<br />
dois anos em barris de umburana e<br />
com um preço mais acessível: R$14.<br />
As cachaças são fabricadas na Fazenda<br />
Vista Alegre localizada no município<br />
de Nova União, há 60 quilômetros de<br />
Belo Horizonte.<br />
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Comportamento<br />
Pernod 65º<br />
......................................<br />
Didú Russo<br />
Confraria dos Sommeliers<br />
didu@jornalvinhoecia.com.br<br />
Na minha juventude, que foi outro<br />
dia, gostava demais da boemia.<br />
Isso era fi nal da década de sessenta,<br />
e a minha bebida era o Pernod, que<br />
ainda vinha com 65º de álcool. O mundo<br />
andava ainda em voltas ao rock, mas de<br />
repente surgiu um movimento de valorização<br />
da nossa cultura, algo como está<br />
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acontecendo agora com a cachaça. Surgiram<br />
os endereços de samba e os melhores<br />
de São Paulo eram no Bexiga: Catedral do<br />
Samba e Telecoteco na Paróquia.<br />
Para vocês terem idéia do tempo que<br />
isso faz, o Martinho da Vila dava canja lá<br />
cantando coisas que não eram suas, pois<br />
estava no início de carreira com aquela<br />
música que falava do vestibular... Bem,<br />
lá na Catedral havia o Martinho da Vila e<br />
o Benito di Paula... Lembram-se? “Trabalhei<br />
o ano inteiro e ela jurou desfi lar pra<br />
mim...” estava bombando.<br />
Bem, mas acontece que o Telecoteco<br />
estourou de repente e lá fomos nós... Eu<br />
bebia, como disse, nessa época Pernod 65º<br />
copo long drink repleto de gelo picado e<br />
Pernod. Nossa! Era o máximo, pois para<br />
quem gostava de se embriagar, o Pernod<br />
trazia uma nova perspectiva, já que ele ia<br />
te amortecendo e depois é que te deixava<br />
louco... Era especial.<br />
Eu sempre fumei charutos. Na minha<br />
vida já fumei mais de U$ 200 mil em<br />
charutos e não me arrependo, outros U$1<br />
milhão gastei com vinhos e viagens e o<br />
resto foi com umas bobagens que não me<br />
lembro direito...<br />
Bem, voltando ao Telecoteco. Cantava<br />
o Benito di Paula, mas o Didú estava com<br />
o quarto ou quinto copo long-drink de<br />
Pernod 65º em cima da mesa e cantando<br />
o grande sucesso do ano que era do Gilberto<br />
Gil... “Chô chuá, cada macaco no<br />
seu galho...” e eu lá em cima da mesa até<br />
conseguir que o Benito di Paula cantasse<br />
o sucesso. De repente, surge um cheirinho<br />
incrível e sedutor de churrasco!<br />
Puxa vida, que grande idéia, são duas<br />
da manhã e até agora não comi nada, um<br />
churrasquinho vai cair como uma luva...<br />
Bem, olho para a minha mão que fumaçava...<br />
Era o meu dedo médio e indicador<br />
que fumegavam com a brasa do meu charuto<br />
que tostava meus próprios dedos... E<br />
eu feliz e amortecido pelo Pernod olhava<br />
admirado para aquela cena... E Cho chuá<br />
cada macaco no seu galho...<br />
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