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Velho Mundo Alsácia: um toque alemão na França Walter Tommasi Enófi lo tommasi@jornalvinhoecia.com.br Nesta edição vamos falar sobre a Alsácia, o paraíso dos vinhos brancos aromáticos da França. Localizada no leste da França, entre o Rio Reno e as Montanhas dos Vosgos, faz fronteira com Alemanha e Suíça. As belas aldeias medievais testemunham o atribulado percurso histórico da região e sua origem germânica, que são confi rmados tanto pelas feições de seus habitantes como pelo seu dialeto. E é claro que seus vinhos não poderiam ser diferentes. Lá são produzidos vinhos monovarietais, característicos da Alemanha, e com uvas também populares no país vizinho. Juntamente com Áustria e Alemanha, a região produz alguns dos mais conhecidos Riesling e Gewürztraminer do mundo. A região produz mais de 110 milhões de litros, sendo 78% classifi cados como AOC Alsácia, 4% AOC Alsácia Grand Cru e 18% para a AOC Crémand d’Alsácia. A AOC Alsácia Grand Cru inclui os vinhos top da região, e somente 51 vinhedos atendem as regras para terem esta denominação. Apenas quatro uvas podem ser utilizadas nos Grand Cru: Riesling, Gewürztraminer, Pinot Gris e Muscat. Como esperado, 90% dos vinhos elaborados na Alsácia são brancos, e sua maioria são de variedades aromáticas, além disso, costumam ter algum açúcar residual, especialmente os Gewürztraminer 12 e os Pinot Gris. Dessa forma, são vinhos caracterizados por aromas fl orais, com toques de especiarias e mineral, que na boca apresentam ótima acidez, costumam ser ligeiramente mais alcoólicos do que os alemães e têm aquele toque adocicado que todos nós apreciamos. A uva mais utilizada é a Riesling considerada por muitos a uva branca mais nobre do mundo, com 22% da área plantada, seguida da Pinot Blanc com 21 %, da Gewürstraminer com 18% e da Pinot Gris com 13%. A única tinta representativa na Alsácia é a Pinot Noir. Algumas safras são imperdíveis e denominadas como excepcionais, são elas: 1976, 1983, 1985, 1988, 1989, 1990, 1997. Obs: a safra de 2007 já é considerada equivalente à histórica 1997. Uma das grandes atrações turísticas da região é a badaladíssima Route des Vins d’Alsace, com 170 km de estrada cruzando 67 municípios e suas áreas viní- colas. Ela passa por Estrasburgo e Colmar, tanto no alto como no baixo Reno. Nesta região conduzirei uma viagem enoturística com 12 felizardos, de 4 a 14 de junho deste ano. Os possíveis interessados podem fazer suas reservas com a Nob Hill. E desde já se preparem para 10 dias de puro prazer. Wucherer die Ratsamkeit! Nob Hill: (11) 3165-6143 Vinho&Cia - No. 41
Andei Beto Acherboim Professor da Unip e são-paulino beto@jornalvinhoecia.com.br E bastante! Pois é, como vocês podem imaginar, beber é uma das coisas que tenho feito com certa frequência. Virou uma rotina, junto com meu trabalho em minha empresa, e, devo confessar, gosto bastante. Aposto que isso acontece com diversas pessoas no mundo do vinho – enólogos, sommeliers, produtores, importadores, jornalistas, enófi los, etc. – que, por prazer ou obrigação, fazem isso com uma constância de dar inveja aos reles mortais. Rárárá! Mas, acreditem, há dias que é tão difícil... Aposto todo meu dinheiro (sorte que é pouco!) que dez entre dez pessoas do ramo também têm seus dias de mau-humor, e aquela vontade enorme de dizer “hoje não quero beber nada!” Não é esnobismo, não é “enochatismo”, nada disso. A coisa funciona mais ou menos assim: seus fi lhos reclamam que querem brincar com você (duas joias maravilhosas, adoráveis, moleques daqueles que dá vontade de largar tudo só para “zoar” com eles); sua mulher (a minha, ô mente suja!) diz que quer pegar um cineminha, sair com os amigos, beber um chopinho... Vinho & Cia - No. 41 bebendo... (e você não pode porque tem uma degustação de um vinho x, do produtor y, importado por z); seus amigos te chamam para um futebolzinho, para um chopinho, mas hoje não dá... Parece brincadeira, mas não é. Tenho a certeza que muitos vão dizer: “ih, o Beto fi cou xarope!“, ou “xi, bateu o pino!”, ou ainda “quem esse cara acha que é. Agora cospe no prato que comeu?” Não é nada disso, repito. Mas a vontade de chegar um dia em casa de repente no fi nalzinho da tarde, pegar uma bola e chamar seu fi lho para jogar uma bolinha, não tem dinheiro que pague. E não falo isso pensando somente nas degustações que por acaso não posso comparecer. Dá vontade de fazer isso até com o trabalho, que é onde ganho meu sustento! Ou você não tem essa vontade? Se não tem, nem nunca teve, acho que andou bebendo demais... Novo Mundo E degustando... Feiras são sempre interessantes. Expovinis então, nem se fala! Como sempre nestas feiras algumas novidades muito interessantes, das quais sempre comento. Para começar, dois produtores sulafricanos, ainda sem representante no Brasil. Um – WEDDERWILL – tem só três vinhos, de ótimo nível. Notável Sauvignon Blanc, Shiraz de muito bom nível, e um corte bordalês delicioso. Espero que alguém (importador) tenha gostado. O outro – CAPE DIAMOND WINES – tem uma gama enorme de vinhos, de todos os níveis, incluindo um Chardonnay “unwoodded” interessante, um bom Pinotage, e os dois top - Cabernet Sauvignon e Shiraz muito bons. Talvez valha a pena, pela gama de produtos que tem. Ainda pela África do Sul, destaque para o delicioso MORKEL TUMARA, trazido pela D’OLIVINO, ótimo vinho, vale cada centavo. Uma das gratas surpresas nesta feira foi a WINE SOCIETY, nova importadora de vinhos australianos (que, ao que parece, não fi cará só nos vinhos destas bandas), com alguns vinhos em destaque pela qualidade e bom preço, como MAGNUS RIESLING e E-BASS SHIRAZ, e duas pechinchas imperdíveis para o dia-a dia : BANROCK STATION CHARDONNAY (bag-in-box) e KARINYA CABERNET / SHIRAZ, este, talvez, uma das grandes barganhas da feira. Há mais assunto “Expovinis”, mas o espaço, desta vez, acabou. Até a próxima! 13
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