Vinho - Jornal Vinho & Cia

Vinho:
que negócio é esse?
Álvaro Cézar Galvão
Colunista
alvaro@jornalvinhoecia.com.br
Inaugurando a seção, com muita alegria
retorno ao Vinho&Cia, jornal
que, apesar de não ter participado da
criação, estive com ele desde os primeiros
dias e ajudei a crescer e se tornar adulto.
Falar de vinhos e do vinho como negócio
é apaixonante, e, para tanto, é preciso
lembrar que o negócio vinho é muito recente
no Brasil e ainda está engatinhando,
visto não termos ainda uma história muito
longa com esse néctar.
Para os que militam nesta área, bem
como para aqueles que participam do
vinho como apreciadores e o degustam
regularmente, resta saber que estamos
começando a pensar coletivamente, institucionalmente
no vinho.
Antes tarde do que nunca, reza o
ditado (e já não era sem tempo) que as
instituições que acolhem os produtores,
os enólogos e as associações comerciais
e de profi ssionais ligadas a essa indústria
fossem instadas a se unirem em torno de
um objetivo maior, que é tornar o vinho
mais conhecido, e, como conseqüência,
aumentar o consumo responsável por
habitante/ano, que beira aos quase nulos
2 l/hab/ano no país.
Esse número, que ainda é inexpressivo,
sofre um agravante ainda maior, que é
considerar o consumo de vinhos de mesa,
aqueles que podem usar as uvas não-viníferas
em sua fermentação.
Neste ano, na Expovinis 2009, a
maior feira do gênero da América Latina,
teve um começo de movimento, que
Vinho & Cia - No. 41
eu particularmente aplaudo, pois é uma
bandeira minha há muitos anos, que foi
o de lançar uma campanha patrocinada
pelo IBRAVIN-Instituto Brasileiro do
Vinho, de maneira institucional, com o
mote: ABRA SUA CABEÇA, ABRA UM
VINHO BRASILEIRO.
O objetivo é que, de imediato, nosso
vinho seja mostrado interna e externamente,
e se torne identifi cado tanto pelo
local de origem como por ser um produto
de qualidade. Qualidade que para alguns
ainda não foi alcançada em sua plenitude,
embora tenhamos visto o esforço que
a maioria das vinícolas tem feito nesse
sentido, seja nos cuidados inerentes às
matérias primas, seja na condução da
fermentação e nos cuidados de imagem
visual, com as rolhas, garrafas etc... E que
Vinho: Que Negócio é Esse?
trazem, sim, uma melhora muito grande
no portfólio de seus produtos.
Temos algumas vinícolas que já se
fazem conhecer no exterior, pois alguns
de seus produtos são exportados para uma
grande variedade de mercados, com a ajuda
do órgão comercial Wines From Brazil
(WFB), que agrega hoje 36 das mais representativas
vinícolas Brasileiras.
Só para se ter uma idéia, na Expovinis
2009 nos foi passado um dado do Wines
From Brazil-IBRAVIN, por sua gerente
de promoção comercial, Andréia Gentilini
Milan, que mostra bem esse novo universo
do negócio vinho.
As exportações de vinhos e espumantes
brasileiros das vinícolas que integram
o WFB somaram US$ 582 mil no primeiro
trimestre deste ano, valor 18,5% superior
aos US$ 491 mil obtidos no mesmo período
do ano passado. “É um grande resultado,
sobretudo neste período de incertezas
marcado pela crise econômica mundial”,
afi rma Andréia Gentilini.
Realizado em parceria com Agência
Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos (Apex-Brasil), o WFB
envolve 36 vinícolas, duas a mais do que
em 2008. Destas, 24 vinícolas realizaram
exportações nos primeiros três meses do
ano.
Vamos dar vivas ao vinho Brasileiro
e, por favor, nada de chamá-lo de “vinho
nacional”. É vinho Brasileiro mesmo!
Até o próximo brinde!
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