terragente - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
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ecologia<br />
são <strong>de</strong> luta para efetivação do Parque, con<br />
seguiu <strong>de</strong>satar o nó. Combatidos <strong>de</strong> um lã<br />
do por alguns cortadores controlados por<br />
intermediários do comércio <strong>de</strong> granito (ca<br />
minhoneiros) e <strong>de</strong> outro lado por setores<br />
do governo do Estado comprometidos com a<br />
não efetivação do Parque, atuamos entre os<br />
cortadores e nos colocamos juntos insis-<br />
tindo para que a SSMA executasse a medida<br />
requerida.<br />
0 resultado ,é que agora os cor<br />
tadores saíram do Parque, assinaram um<br />
contrato que lhes dá o direito <strong>de</strong> explorar<br />
a Região do Leprosário durante 4 anos e<br />
principalmente tem a sua situação legiti-<br />
mada e reconhecida. Como nos disse um ve<br />
lho cortador durante uma <strong>de</strong> nossas visi-<br />
tas: "Tem males que vem para bem. Eu não<br />
queria sair do Parque <strong>de</strong> jeito nenhum,mas<br />
agora reconheço que assim está melhor pa<br />
ra todo mundo".<br />
Desta forma <strong>de</strong>monstramos, mais<br />
uma vez, que ecologia e questão social não<br />
são antagônicas, mas complementares. Eco-<br />
logistas e trabalhadores unidos em função<br />
<strong>de</strong> um objetivo comum, taparam a boca na<br />
prática, dos mal intencionados e oportunis<br />
tas <strong>de</strong> todo tipo e origem que tentaram <strong>de</strong><br />
magogicamente nos jogar uns contra os oü<br />
tros alegando que os ecologistas "não tem<br />
sensibilida<strong>de</strong> social". Esse refrão muito<br />
antigo da Ditadura Militar continua ainda<br />
sendo batido por anacrônicos e/ou mal in<br />
formados.<br />
Superado o problema das pedrei-<br />
ras vamos ã outra questão urgencial do<br />
Parque: a invasão ilegal da Praia <strong>de</strong> Fora.<br />
A Praia <strong>de</strong> Fora é um dos lugares mais be<br />
los da região. Graças ao <strong>de</strong>scaso e a ir<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucessivas administra<br />
ções estaduais que não fiscalizaram e naõ<br />
pagaram até hoje os proprietários, o Par<br />
que foi sendo <strong>de</strong>predado e invadido, a Prã'<br />
ia <strong>de</strong> Fora é o melhor exemplo.<br />
Ali chegou-se ao ponto <strong>de</strong> "or-<br />
ganizar", a invasão <strong>de</strong> Terras Públicas.<br />
Criou-se uma Socieda<strong>de</strong> dos (llUI) Amigos<br />
da Praia <strong>de</strong> Fora - SAPF - que começou a<br />
ocupar e lotear terrenos como se fossem<br />
seus. 0 resultado é que on<strong>de</strong> 10 anos atrás<br />
existiam 3 construções, hoje existem mais<br />
<strong>de</strong> 1000 casa. Além dos invasores existem<br />
gran<strong>de</strong>s beneficiários da situação, como.<br />
por exemplo, a Diretoria da SAPF, presid^<br />
da pelo Sr. Toríblo Santos que sempre foi<br />
na região cabo eleitoral do partido no po<br />
<strong>de</strong>r no Estado. Dessa forma enten<strong>de</strong>mos poF<br />
que as coisas custam tanto a mudar em Itã<br />
puã. Havíamos no passado constatado que a<br />
maioria dos cortadores não tinha carteira<br />
<strong>terragente</strong> 34'<br />
<strong>de</strong> trabalho e eram semi-alfabetizados. No<br />
entanto, todos tinham título eleitoral.Iri<br />
teressante, não?<br />
Os ventos estão mudando e ago<br />
ra os lí<strong>de</strong>res do loteamento clan<strong>de</strong>stino<br />
fazem contatos com elementos <strong>de</strong> vários par<br />
tidos políticos, às vezes durante belos<br />
churrascos, no sentido <strong>de</strong> buscar apoio pa<br />
ra a permanência e a regularização do que<br />
é inaceitável e injustificável: a aproprl<br />
ação privada <strong>de</strong> terras públicas <strong>de</strong>stina"<br />
das ao lazer e a preservação ambiental.De<br />
talhe: a maioria dos usuários daà casas<br />
<strong>de</strong> veraneio da Praia <strong>de</strong> Fora moram e vo<br />
tam em Porto Alegre.<br />
Mas a criação mais sorrateira<br />
e manhosa da SAPF foi a criação <strong>de</strong> um Nú<br />
cleo <strong>de</strong> Defesa Ecológica para cuja funda"<br />
mentação convidamos várias autorida<strong>de</strong>s e<br />
Entida<strong>de</strong>s Ecológicas (po<strong>de</strong>mos afirmar que-<br />
as últimas recusaram o convite). D presi-<br />
<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sse núcleo o Sr. Ciro Spacsek a<br />
firmou em carta ao Jornal ZH que os inva-<br />
sores da Praia <strong>de</strong> Fora amam a natureza e<br />
querem <strong>de</strong>la usufruir sem a interferência<br />
<strong>de</strong> ecologistas "a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias fal<br />
sas". Pois bem, no dia 28.09.85, sábadoT<br />
os ecologistas em mais uma <strong>de</strong> suas idas<br />
semanais a Itapuã receberam da fiscaliza-<br />
ção permanente da SSMA a notícia <strong>de</strong> que<br />
naquela manhã o Sr. Ciro-, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Núcleo <strong>de</strong> Defesa Ecológica da Soe. doa A<br />
migos da Praia <strong>de</strong> Fora, foi pego tentan<strong>de</strong>ã<br />
burlar a proibição <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> materiais<br />
<strong>de</strong> construção para obras na Praia, trans-<br />
portando, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma Kombi, um saco <strong>de</strong><br />
cimento escondido <strong>de</strong> baixo <strong>de</strong> um colchão.<br />
Foi apanhado em flagrante. Por aí se me<strong>de</strong><br />
a "preocupação ecológica" <strong>de</strong> certas pesso<br />
as. Por essas e por outras é que estamos<br />
pedindo apoio <strong>de</strong> todos os ecologistas e<br />
simpatizantes para que nos aju<strong>de</strong>m a tirar<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do Parque este loteamento clan-<br />
<strong>de</strong>stino.<br />
FORA LOTEAMENTO CLANDESTINO DA PRAIA<br />
FORA.<br />
Grego1<br />
DE