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Inovação ambiental na gestão de embalagens de bebidas em ...

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Introdução<br />

Uma outra crítica é a categorização dos impactes ambientais numa série <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as<br />

(efeito <strong>de</strong> estufa, toxicida<strong>de</strong> huma<strong>na</strong> e ecológica, etc.), etapa esta que é actualmente<br />

comum <strong>em</strong> muitas metodologias <strong>de</strong> ACV, incluindo muitos dos softwares disponíveis.<br />

Owens, J. W. (1997), indica que, para algumas categorias (como por ex<strong>em</strong>plo, o efeito<br />

<strong>de</strong> estufa), as <strong>em</strong>issões sobre um período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po específico po<strong>de</strong>m apropriadamente<br />

ser calculadas através do uso dos equivalentes, mas para outros, como a toxicida<strong>de</strong><br />

huma<strong>na</strong> (carcinogenia, <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> metais pesados, etc.), os diferentes fenómenos e<br />

mecanismos que estão envolvidos complicam esse cálculo. Assim, invocar um<br />

mecanismo aditivo é cientificamente infundado. As críticas aprofundam-se com<br />

Finnve<strong>de</strong>n, G. (1996), que argumenta existir<strong>em</strong> muitos julgamentos subjectivos <strong>na</strong>s<br />

etapas objectivas da classificação e da caracterização.<br />

A categorização dos impactes ambientais é uma etapa necessária para po<strong>de</strong>r aferir as<br />

diferentes formas como o meio ambiente é atingido, e a utilização <strong>de</strong> equivalentes é<br />

uma simplificação encontrada para possibilitar o cálculo <strong>de</strong> uma forma realista. Claro<br />

que exist<strong>em</strong> categorias on<strong>de</strong>, pela sua objectivida<strong>de</strong> inerente, este cálculo é preciso e<br />

b<strong>em</strong> fundamentado, enquanto que outras, que envolv<strong>em</strong> mais fenómenos e que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> situações mais subjectivas, apresentam maiores dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong><br />

utilização <strong>de</strong>sta simplificação. De qualquer forma, uma maneira <strong>de</strong> minimizar este<br />

probl<strong>em</strong>a é <strong>de</strong>talhar as categorias mais subjectivas <strong>em</strong> sub-categorias focadas num<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do fenómeno ou num <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do tipo <strong>de</strong> impacte (como por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong><br />

vez <strong>de</strong> ter uma categoria <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> huma<strong>na</strong> ter uma série <strong>de</strong> categorias como<br />

carcinogenia, <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> metais pesados e <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> pesticidas).<br />

A técnica <strong>de</strong> ACV, usada apropriadamente e com parcimónia, adicio<strong>na</strong> a outros<br />

factores, como o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e o preço, um conteúdo e um contexto ambientais<br />

bastante relevantes. É muito importante que, tal como <strong>em</strong> outras técnicas – avaliação<br />

<strong>de</strong> risco, environmental impact stat<strong>em</strong>ent e análise custo-benefício –, as quais<br />

requer<strong>em</strong> uma optimização contínua para superar as suas limitações objectivas e<br />

a<strong>na</strong>líticas, se continue a criticar e a <strong>de</strong>senvolver as metodologias <strong>de</strong> ACV, <strong>de</strong> forma a<br />

aperfeiçoar o seu <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve s<strong>em</strong>pre reflectir<br />

estes limites e incorporar meios que permitam construir o consenso sobre o valor do<br />

conteúdo da metodologia, mesmo no caso do uso confi<strong>de</strong>ncial da ACV para<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto.<br />

A participação daqueles com interesses legítimos no resultado do processo <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong>ve ser incorporada no <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>na</strong> selecção das metodologias <strong>de</strong><br />

ACV. Os seus interesses e o po<strong>de</strong>r da própria estrutura po<strong>de</strong>m assegurar que a miopia<br />

inerente <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los reducionistas seja reconhecida. Se assim for, e apesar <strong>de</strong> todas as<br />

suas condicio<strong>na</strong>ntes, a ACV po<strong>de</strong> transformar-se realmente numa ferramenta para dar<br />

forma ao mundo visto por <strong>de</strong>signers, projectistas, gestores e políticos (agentes<br />

<strong>de</strong>cisores). Estas pessoas são fundamentais para <strong>de</strong>senvolver as novas tecnologias que<br />

ajudarão a criar um tipo <strong>de</strong> mundo <strong>ambiental</strong>mente mais seguro, que é aquele que a<br />

técnica <strong>de</strong> ACV preten<strong>de</strong> ajudar a construir.<br />

1.2.2.7 A informatização da ACV<br />

A realização <strong>de</strong> uma ACV <strong>de</strong> um produto exige uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação<br />

sobre os processos relativos ao fabrico e utilização do produto <strong>em</strong> análise, e sobre<br />

<strong>Inovação</strong> <strong>ambiental</strong> <strong>na</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> <strong><strong>em</strong>balagens</strong> <strong>de</strong> <strong>bebidas</strong> <strong>em</strong> Portugal 20

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