trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
está em que o golpe presi<strong>de</strong>ncial<br />
passa pela faixa <strong>de</strong> incertezas do<br />
golpe anti-presi<strong>de</strong>ncial, 'ab' 'ovo', ou<br />
<strong>de</strong>pois.<br />
O freio para as aventuras, as do<br />
<strong>de</strong>sespero e as da ambição, está no<br />
resultado eleitoral. A orquestra, que<br />
até aqui tinha um regente consentido,<br />
<strong>de</strong>safinou-se, perplexa com os maes-<br />
tros indicados pela voz popular.<br />
Como se lembrou, a batuta está<br />
entregue a um colégio — os governa-<br />
dores. Da direção coletiva surgirá<br />
um ou surgirão muitos li<strong>de</strong>res, que se<br />
instrumentaráo <strong>de</strong>ntro ou fora do<br />
Congresso. O que eles — os novos<br />
dirigentes — ainda afio sabem é o que<br />
fazer com o chefe do Governo, nem o<br />
chefe do Governo sabe o que será<br />
feito <strong>de</strong>le. De um lado, para garantir<br />
o 'status quo', ele luta para garantir o<br />
aplauso, há pouco farto e esponlloe*.<br />
De outro lado, as fórmulas ainda-<br />
estio sendo gestadas, para que sév<br />
<strong>de</strong>cidam antes dos <strong>de</strong>bates do Coo-.<br />
gresso constituinte. O assunto é ] o,<br />
mandato presi<strong>de</strong>ncial. Qualquer qiie..<br />
ele venha a ser, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>rumá -<br />
<strong>de</strong>liberação dos governadores,-..eflV<br />
manifestação constitucional <strong>de</strong> .(9to.:<br />
Em troca, há muitos acordos' a tecei?,.<br />
os quais entram ministérios, cargos e,.<br />
verbas. Teremos, em lugar <strong>de</strong>um<br />
chefe do Governo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: dos'<br />
inquéritos <strong>de</strong> opinião pública; um'<br />
chefe do Governo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um!<br />
colégio <strong>de</strong> chefes. Em lugar <strong>de</strong> um*<br />
presi<strong>de</strong>nte consentido e plebiscilirío,<br />
um presi<strong>de</strong>nte oligarquizado, còtiíir-,<br />
mado mediante pacto <strong>de</strong> ofeediénci^.'<br />
Na dltima hipótese, a pressão popu-<br />
lar se <strong>de</strong>slocará do mandaláríoiparâ^<br />
os mandantes, sempre assente «'■<br />
premissa da náo instituciotvlizaçáo..<br />
Há a transferência do risco, náo sua,-<br />
eliminarão. O perigo esUriiT na,<br />
natural preocupação do prisioneiro'<br />
<strong>de</strong> escapar ao cerco, explorando as<br />
dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus avalistas, divi-<br />
dindo-os e, com sua divisáo, rearticu-<br />
lando os subterrâneos mais consis-<br />
tentes da tradição republicana, aque-<br />
les que o sr. Sarney, na sua "fala<br />
televisionada, qualificou <strong>de</strong> "tulé-<br />
las".<br />
A eleição <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> novembro níb<br />
trouxe a paz. Ela construiu um'<br />
enigma, <strong>de</strong>ntro do qual, como dizia o.<br />
velho Churchill, há uma charad^.r<br />
Quem vai <strong>de</strong>cifrá-la serio os gover:v<br />
nadores, os <strong>de</strong>stinatários da. cohfian-<br />
ça popular. Se lhes faltar <strong>de</strong>cisão,'<br />
enredados pelas preocupaçóe^,, .ad-<br />
ministrativas <strong>de</strong> suas províncias, 4:<br />
imobilismo não .resolverá b pfóblç-<br />
ma. Remota é a poesibilida<strong>de</strong>^<strong>de</strong> o<br />
Congresso constituinte tomae o-^refo^<br />
nos <strong>de</strong>ntes. Talvez sobre o nó górdio,<br />
não para ser cortado grossfeiramenle<br />
pela espada <strong>de</strong> Alexandre, mas,para<br />
ser <strong>de</strong>satado com paciência e,à»tú-i<br />
cia. *"■<br />
pmlómiH éo Orétm 4M A4vo«a4M da bmll' IOAl|<br />
Folha <strong>de</strong> São Paulo<br />
07.12.86<br />
Os provocadores têm cara<br />
No ba<strong>de</strong>rnaço <strong>de</strong> Brasília,<br />
a direita agiu e a esquerda levou a culpa<br />
Jorge Henrique Cartaxo<br />
Os s;u|iic's. iiuciulios r <strong>de</strong>precia-<br />
ções que maiairam as maiiiii-sia-<br />
tões (onna o Piano Cru/iulo II, no<br />
iiliimo dia 27, t-m Brasília, iorain<br />
aiiibuitios, pelo pona-vo/da Pivsi-<br />
(iciuia da República, Kniiandi)<br />
Cósai Mfs!ir!;i<br />
Assim, a CUT só loi con<strong>de</strong>nada<br />
até a^ora nas versões oliciais, em-<br />
bora esteja em ativida<strong>de</strong>, há uma<br />
semana, uma comissão lómiada<br />
pelo governo do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />
para investigar cabalmente os acon-<br />
tecimentos. Os membros <strong>de</strong>ssa co-<br />
missão, diga-se, já revelam o seu<br />
constrangimento, porque os dados<br />
colhidos ate' - agora apontam justa-<br />
mente na direção da policia cio go-<br />
vernador José Aparecido - que teria<br />
sido, alinal, a principal protagonista<br />
dos atos <strong>de</strong> violência.<br />
Têm chegado ao conhecimenio<br />
da tomissão, por exemplo, cenas<br />
como a c|ue loi lilmada pela TV<br />
Brasília, mosirando um policial es-<br />
magando a cabeça e o pescoço <strong>de</strong><br />
um molo(|ueiro, ao colocá-lo, à<br />
lorça, num camburão. Ou outras,<br />
não lilmadas mas tesienuinhadas -<br />
como ac|uela em que se envolveu o<br />
coronel Almeida, da Polícia Militar<br />
(que se recusa a lórnecer o seu<br />
nome completo). Possesso, ele loi<br />
visto, por testemunhas, incitando<br />
aos berros os seus comandados á<br />
violência, durante o confronto da<br />
polícia com os manirestantes, no<br />
Ministério da Fazenda. Sua lúria<br />
provocou a reação do presi<strong>de</strong>nte da<br />
Fcnaj, Armando Rollembcrg, que o<br />
chamou <strong>de</strong> "leviano e inesponsá-<br />
vel".<br />
Menos constrangidos do que a<br />
comissão <strong>de</strong> Aparecido, os sindica-<br />
lisias vêm mantendo suas invesiiga-<br />
ções da primeira hora, paralela-<br />
mente. E já não têm mais dúvidas<br />
sobre a ação <strong>de</strong> policiais provoca-<br />
dores á paisana, ciurame os protes-<br />
tos. Consi<strong>de</strong>ram possível, também,<br />
a ação da direiia no episódio, con-<br />
tando com a coníséncia da polícia.<br />
Nesse sentido, algumas peigunias<br />
aigumentativas até aqui têm-se<br />
mostrado irrespondíveis:<br />
1) Por que a polícia ficou parali-<br />
sada das 18h00 às 20h30, exata-<br />
mente c|uando houve os quebra-<br />
quebras, saques e incêndiosP<br />
2) Por que o seu principal alvo,<br />
quando recomeçou a ação repres-<br />
siva, loi jusiamenie os fotógrafos,<br />
que tudo viram e registraram?<br />
Neste momenU), embora man-<br />
tendo a prudência necessária, os<br />
sindicalistas já se aniscam a inlbr-<br />
mar que há elementos para se com-<br />
provar a participação, nos acomeci-<br />
mentos, <strong>de</strong> um certo policial, co-<br />
nhecido apenas pelo primeiro<br />
nome, Kléber. Pois esse Klébei, um }