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trabalhadores - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

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está em que o golpe presi<strong>de</strong>ncial<br />

passa pela faixa <strong>de</strong> incertezas do<br />

golpe anti-presi<strong>de</strong>ncial, 'ab' 'ovo', ou<br />

<strong>de</strong>pois.<br />

O freio para as aventuras, as do<br />

<strong>de</strong>sespero e as da ambição, está no<br />

resultado eleitoral. A orquestra, que<br />

até aqui tinha um regente consentido,<br />

<strong>de</strong>safinou-se, perplexa com os maes-<br />

tros indicados pela voz popular.<br />

Como se lembrou, a batuta está<br />

entregue a um colégio — os governa-<br />

dores. Da direção coletiva surgirá<br />

um ou surgirão muitos li<strong>de</strong>res, que se<br />

instrumentaráo <strong>de</strong>ntro ou fora do<br />

Congresso. O que eles — os novos<br />

dirigentes — ainda afio sabem é o que<br />

fazer com o chefe do Governo, nem o<br />

chefe do Governo sabe o que será<br />

feito <strong>de</strong>le. De um lado, para garantir<br />

o 'status quo', ele luta para garantir o<br />

aplauso, há pouco farto e esponlloe*.<br />

De outro lado, as fórmulas ainda-<br />

estio sendo gestadas, para que sév<br />

<strong>de</strong>cidam antes dos <strong>de</strong>bates do Coo-.<br />

gresso constituinte. O assunto é ] o,<br />

mandato presi<strong>de</strong>ncial. Qualquer qiie..<br />

ele venha a ser, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>rumá -<br />

<strong>de</strong>liberação dos governadores,-..eflV<br />

manifestação constitucional <strong>de</strong> .(9to.:<br />

Em troca, há muitos acordos' a tecei?,.<br />

os quais entram ministérios, cargos e,.<br />

verbas. Teremos, em lugar <strong>de</strong>um<br />

chefe do Governo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: dos'<br />

inquéritos <strong>de</strong> opinião pública; um'<br />

chefe do Governo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um!<br />

colégio <strong>de</strong> chefes. Em lugar <strong>de</strong> um*<br />

presi<strong>de</strong>nte consentido e plebiscilirío,<br />

um presi<strong>de</strong>nte oligarquizado, còtiíir-,<br />

mado mediante pacto <strong>de</strong> ofeediénci^.'<br />

Na dltima hipótese, a pressão popu-<br />

lar se <strong>de</strong>slocará do mandaláríoiparâ^<br />

os mandantes, sempre assente «'■<br />

premissa da náo instituciotvlizaçáo..<br />

Há a transferência do risco, náo sua,-<br />

eliminarão. O perigo esUriiT na,<br />

natural preocupação do prisioneiro'<br />

<strong>de</strong> escapar ao cerco, explorando as<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus avalistas, divi-<br />

dindo-os e, com sua divisáo, rearticu-<br />

lando os subterrâneos mais consis-<br />

tentes da tradição republicana, aque-<br />

les que o sr. Sarney, na sua "fala<br />

televisionada, qualificou <strong>de</strong> "tulé-<br />

las".<br />

A eleição <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> novembro níb<br />

trouxe a paz. Ela construiu um'<br />

enigma, <strong>de</strong>ntro do qual, como dizia o.<br />

velho Churchill, há uma charad^.r<br />

Quem vai <strong>de</strong>cifrá-la serio os gover:v<br />

nadores, os <strong>de</strong>stinatários da. cohfian-<br />

ça popular. Se lhes faltar <strong>de</strong>cisão,'<br />

enredados pelas preocupaçóe^,, .ad-<br />

ministrativas <strong>de</strong> suas províncias, 4:<br />

imobilismo não .resolverá b pfóblç-<br />

ma. Remota é a poesibilida<strong>de</strong>^<strong>de</strong> o<br />

Congresso constituinte tomae o-^refo^<br />

nos <strong>de</strong>ntes. Talvez sobre o nó górdio,<br />

não para ser cortado grossfeiramenle<br />

pela espada <strong>de</strong> Alexandre, mas,para<br />

ser <strong>de</strong>satado com paciência e,à»tú-i<br />

cia. *"■<br />

pmlómiH éo Orétm 4M A4vo«a4M da bmll' IOAl|<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo<br />

07.12.86<br />

Os provocadores têm cara<br />

No ba<strong>de</strong>rnaço <strong>de</strong> Brasília,<br />

a direita agiu e a esquerda levou a culpa<br />

Jorge Henrique Cartaxo<br />

Os s;u|iic's. iiuciulios r <strong>de</strong>precia-<br />

ções que maiairam as maiiiii-sia-<br />

tões (onna o Piano Cru/iulo II, no<br />

iiliimo dia 27, t-m Brasília, iorain<br />

aiiibuitios, pelo pona-vo/da Pivsi-<br />

(iciuia da República, Kniiandi)<br />

Cósai Mfs!ir!;i<br />

Assim, a CUT só loi con<strong>de</strong>nada<br />

até a^ora nas versões oliciais, em-<br />

bora esteja em ativida<strong>de</strong>, há uma<br />

semana, uma comissão lómiada<br />

pelo governo do Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

para investigar cabalmente os acon-<br />

tecimentos. Os membros <strong>de</strong>ssa co-<br />

missão, diga-se, já revelam o seu<br />

constrangimento, porque os dados<br />

colhidos ate' - agora apontam justa-<br />

mente na direção da policia cio go-<br />

vernador José Aparecido - que teria<br />

sido, alinal, a principal protagonista<br />

dos atos <strong>de</strong> violência.<br />

Têm chegado ao conhecimenio<br />

da tomissão, por exemplo, cenas<br />

como a c|ue loi lilmada pela TV<br />

Brasília, mosirando um policial es-<br />

magando a cabeça e o pescoço <strong>de</strong><br />

um molo(|ueiro, ao colocá-lo, à<br />

lorça, num camburão. Ou outras,<br />

não lilmadas mas tesienuinhadas -<br />

como ac|uela em que se envolveu o<br />

coronel Almeida, da Polícia Militar<br />

(que se recusa a lórnecer o seu<br />

nome completo). Possesso, ele loi<br />

visto, por testemunhas, incitando<br />

aos berros os seus comandados á<br />

violência, durante o confronto da<br />

polícia com os manirestantes, no<br />

Ministério da Fazenda. Sua lúria<br />

provocou a reação do presi<strong>de</strong>nte da<br />

Fcnaj, Armando Rollembcrg, que o<br />

chamou <strong>de</strong> "leviano e inesponsá-<br />

vel".<br />

Menos constrangidos do que a<br />

comissão <strong>de</strong> Aparecido, os sindica-<br />

lisias vêm mantendo suas invesiiga-<br />

ções da primeira hora, paralela-<br />

mente. E já não têm mais dúvidas<br />

sobre a ação <strong>de</strong> policiais provoca-<br />

dores á paisana, ciurame os protes-<br />

tos. Consi<strong>de</strong>ram possível, também,<br />

a ação da direiia no episódio, con-<br />

tando com a coníséncia da polícia.<br />

Nesse sentido, algumas peigunias<br />

aigumentativas até aqui têm-se<br />

mostrado irrespondíveis:<br />

1) Por que a polícia ficou parali-<br />

sada das 18h00 às 20h30, exata-<br />

mente c|uando houve os quebra-<br />

quebras, saques e incêndiosP<br />

2) Por que o seu principal alvo,<br />

quando recomeçou a ação repres-<br />

siva, loi jusiamenie os fotógrafos,<br />

que tudo viram e registraram?<br />

Neste momenU), embora man-<br />

tendo a prudência necessária, os<br />

sindicalistas já se aniscam a inlbr-<br />

mar que há elementos para se com-<br />

provar a participação, nos acomeci-<br />

mentos, <strong>de</strong> um certo policial, co-<br />

nhecido apenas pelo primeiro<br />

nome, Kléber. Pois esse Klébei, um }

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