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902-911 - Universidade de Coimbra

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V<br />

Editor<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

Consi<strong>de</strong>rações<br />

! Não vae longe o tempo em que<br />

o país se manifestou publica e imponentemente<br />

contra a péssima<br />

administração dos governos, cuja<br />

critica severamente expen<strong>de</strong>u em<br />

comícios e reprezentações e em<br />

termos <strong>de</strong> tão brioza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />

que até para velhos e scepticos o<br />

momento foi <strong>de</strong> revigoradôra esperança.<br />

írmanaram-se néssa campapanha,<br />

cuja iniciativa coube ao partido<br />

republicano, todas as classes e<br />

todos os partidos na opozição; e o<br />

protesto formulado não vizava restritamente<br />

a obra do governo atuaj<br />

ou ainda mais excluzivamente as<br />

suas propostas fazendarias, mas<br />

atinjia dirétamente, percucientemente,<br />

a obra <strong>de</strong> todos os governos,<br />

fosse qual fosse a sua proveniência,<br />

que á um largo periodo se vêm suce<strong>de</strong>ndo<br />

no po<strong>de</strong>r.<br />

Progressistas e rejeneradores,<br />

todos os partidos monárquicos, fôrão<br />

com publica a<strong>de</strong>zão dos seus<br />

proprios a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>clarados responsáveis<br />

na situação critica do país.<br />

Com a documentação larga e in<strong>de</strong>s-,<br />

mentivel oue a istória fornece, todos<br />

os políticos do rejimen fôrão acuzados<br />

<strong>de</strong> fazer uma administração<br />

perdularia, imoral, ruinoza, esbanjando<br />

na tavolajem duma politica<br />

<strong>de</strong> quadrilheiros e na sustentação<br />

<strong>de</strong> exijencias e caprichos faustozos,<br />

toda a massa da riqueza publica.<br />

Com factos viziveis, com dados colhidos<br />

em peças oficiais e recolhidos<br />

pela simples observação, provou-se-<br />

Ihes que, apezar do gravame pezado<br />

das contribuições e da calmaria<br />

absoluta em que temos vivido, o<br />

país estava sem exercito, sem marinha,<br />

sem instrução, individado,<br />

com uma burocracia que o <strong>de</strong>vasta,<br />

com uma politica <strong>de</strong> corrutos e cretinos<br />

que o envergonha e empobrece,<br />

com um réjimen que fás dêle<br />

um<br />

feudo escravizado á vonta<strong>de</strong><br />

discricionária dum senhor, <strong>de</strong>s<br />

cuidozo e áspero.<br />

E' <strong>de</strong> recentíssima data essa<br />

campanha em que, con<strong>de</strong>nando-se<br />

vigorozamente o passado, se recla<br />

mávão, em palavras enerjicas, pro<br />

cessos novos <strong>de</strong> corajóza onestida<strong>de</strong><br />

e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia, um governo <strong>de</strong><br />

ómens que só aos interesses do país<br />

olhassem, <strong>de</strong>sprezando, calcando<br />

com patriotismo e probida<strong>de</strong> todas<br />

as exijencias e todas as solicitações<br />

cujo <strong>de</strong>íerimento os prejudicasse.<br />

Não se condnou só o governo<br />

do sr. Intze, os seus processos, as<br />

suas propostas: pela mesma justa e<br />

pezada sentença fôrão atinjidos todos<br />

os governos <strong>de</strong> todos os partidos,<br />

e, em ultima analize, indiscutivelmente,<br />

o rejimen que êsses partidos<br />

servem e <strong>de</strong> cuja confiança<br />

excluziva os seus governos vivem.<br />

Deante dêsse protesto caiu o<br />

ministro da fazenda, agarrado ás<br />

suas propostas, que passados dias<br />

o prezi<strong>de</strong>nte do concelho, que com<br />

élas fôra solidário, arguia <strong>de</strong> inoportunas.<br />

E emquanto o país afirjnava,<br />

<strong>de</strong> continuo, a sua má von-<br />

ta<strong>de</strong> ao governof pedindo a sua<br />

queda como ne$asto aos interesses<br />

da nação, a Cofoa manifestava-lhe,<br />

no lance <strong>de</strong> saída do sr. Teixeira<br />

<strong>de</strong> Souza, a sua confiança, conce<strong>de</strong>ndo-lhe<br />

a recompozição que guindou<br />

aos coi uchéos ministeriais o sr.<br />

Afonso Pequito.<br />

Sim, era clara a situação • dum<br />

lado o país, do outro o governo e a<br />

Corôa, estreitamente aliados pelo<br />

processo duma tranzação custoza.<br />

Soube-se <strong>de</strong>pois: o sr. Pequito<br />

é um ministro caríssimo: <strong>de</strong>u por<br />

êlfi o país a soma linda <strong>de</strong> mil e<br />

sàsctntos contos, que el-rei gastará<br />

com pareimonia em próxima excursão<br />

:<br />

*<br />

Entrados no periodo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />

eleitoral, quando já os políticos<br />

tresuão nas correrias doidas da<br />

galopinajem ou, mais pacíficos e<br />

conciliadores, acordão solenemente<br />

em repartirem-se, como amigos, os<br />

paes da patria que á zona respétiva<br />

cabe fornecer, vem a pêlo inquirir<br />

déssa massa protestante, que se<br />

comprimiu nos comícios e em reprezentações<br />

e assembleias graves<br />

gastou os mais luzidos tropos da coléção<br />

a tais uzos <strong>de</strong>stinada, qual<br />

será a sua atitu<strong>de</strong> em frente do<br />

áto a realizar em 26 <strong>de</strong> junho proximo.<br />

Vae apoiar, nas urnas, os ómens<br />

indicados pelos partidos cuja áção<br />

nefasta reconheceu e verberou ?<br />

Esquecendo os <strong>de</strong>zabafos <strong>de</strong> á<br />

tão brevíssimo tempo, vai dar os<br />

seus votos aos indivíduos a quem<br />

publicamente exprimiu já um voto<br />

enérjico <strong>de</strong> censura ?<br />

Parece-nos que é um cazo para<br />

esclarecer, para que com verda<strong>de</strong><br />

possamos aquilatar do valor e da<br />

sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cej tas manifestações,<br />

em que tem avído sempre reticencias<br />

e tranzijencias puzilamines, e<br />

em que a recomendação para que<br />

se não faça politica ob<strong>de</strong>ce a esse<br />

espirito <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong> jezuitica e<br />

<strong>de</strong> covardia acomodatícia, què são<br />

a carateristica dominante <strong>de</strong> certos<br />

exploradores conhecidos.<br />

Todos os que andárão protestando<br />

contra os <strong>de</strong>sperdícios e as<br />

impu<strong>de</strong>ncias dos governos, todos<br />

os que, incendidos em patriótica<br />

cólera, os ameaçárão com a revolução<br />

salvadora, vão agora sufragar<br />

nas urnas nomes cuja politica foi<br />

tão estrondozamente <strong>de</strong>sconceituada<br />

?<br />

Fizemos ás manifestações do<br />

comércio, com a in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia que<br />

sempre uzamos na critica dos sucessos<br />

ocorrentes, os comentários<br />

que se nos afigurárão justos.<br />

A ocazião propórciona-se á justificação<br />

dêsses comentários, em<br />

que muitos virão um azedo espírito<br />

<strong>de</strong> impertinência jacobina;<br />

todos vamos começar a certificarnos<br />

se sim ou não a campanha do<br />

comércio foi um movimento <strong>de</strong> vulto,<br />

pela sua sincerida<strong>de</strong> e pelo seu<br />

patriotismo, ou uma grotesca teatrada<br />

em que o país inamemente<br />

arranchou.<br />

Esperemos.<br />

Partido republicano<br />

Como foi anunciado n'outro numero<br />

do nósso jornal, as comissõis paroquiais<br />

republicanas do Porto; elejêrão á dias a<br />

comissão municipal. Esse facto indicará<br />

o propózito <strong>de</strong> abrir um periodo <strong>de</strong> alivida<strong>de</strong><br />

na politica republicana, em que se<br />

juntem e provem todas as vonta<strong>de</strong>s e<br />

todas as <strong>de</strong>dicaçõis e se a<strong>de</strong>xtrem numa<br />

lúta porfiáda todos os esforços?<br />

Nunca a óra foi tão oportuna para<br />

uma mobilização <strong>de</strong> forças. Nunca o partido<br />

républicano foi tão anciózamente<br />

chamado a intervir e a redobrar <strong>de</strong> vigôr<br />

na sua arremetida contra o rejimen.<br />

Graves responsabilida<strong>de</strong>s lhe cabem,<br />

pois e á confiança do pais, iniludivelmente<br />

afirmada, cumpro que êle corresponda<br />

com uma atitu<strong>de</strong> que plenamente<br />

a ju tifique.<br />

É pela organização e reconstituição<br />

dos seus núcleos <strong>de</strong> atividá<strong>de</strong>, pela agregação<br />

<strong>de</strong> todos os seus elementos em<br />

dispersão, que o partido républicano<br />

á-<strong>de</strong> levantár-se, robustecêr-se e triunfár.<br />

Mas não basta também que êsses núcleos<br />

se formem. É necessário que se<br />

dêem um programa e que o executem<br />

•orno amôr e tenacida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> fórma a não<br />

constituírem inúteis agrupaçõis <strong>de</strong>corativas.<br />

E não é ainda bastante que èsses<br />

núcleos seconstitúão e entrem com ação,<br />

com mais ou menos vigôr e êxito, para<br />

que se dê por completo a óbra <strong>de</strong> união<br />

Com essa atitu<strong>de</strong> dos republicanos<br />

nos congratulamos, lembrando-lhes que<br />

precizão, antes <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong> ser omens a<br />

valer, com muita probida<strong>de</strong>, muita abnegação<br />

e muito civismo.<br />

D'O Liberal:<br />

Pois sim. Peor do que isto disse<br />

o ilustre fundibulario do Liberal ao<br />

seu patrão <strong>de</strong> ôje, sr. Intze Ribeiro.<br />

Viu-se <strong>de</strong>pois que o obétivo <strong>de</strong><br />

tanta barulheria éra aumentar o<br />

preço da venda...<br />

E ainda avêmos <strong>de</strong> vêl-o, com<br />

sr. Judicibus, a fazerem <strong>de</strong> parceria<br />

serviço da policia.<br />

E' dum estofo. ..<br />

PÁHl<br />

Logo após a dissolução do parlamento,<br />

as trombêtas progressistas dérão sinal<br />

<strong>de</strong> um orrendo, féro, injente e temerôzo<br />

combate ao governo.<br />

Ouve pânico, na perspétiva do que<br />

seria a sangoeira eleitoral...<br />

Agora, porém, as trombêtas já tócão<br />

a cessar fôgo.<br />

Yeja-se, em vários jornais:<br />

Typ. Demoeratica<br />

ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

Viajem rejia<br />

Á muito que se vem falando<br />

numa viajem ao Brazil, que s?Ha o<br />

jreço posto pela corôa á sua coníança<br />

dispensada ao governo.<br />

Dadas as circumstancias precarias,<br />

difícil mas em que o país se<br />

encontra, <strong>de</strong>batendo-se aflitivamente<br />

numa crize multiforme tal viajem<br />

reprezenta um verda<strong>de</strong>iro atentado<br />

e significa que ás reclamações do<br />

jaís, para que se entre num caminho<br />

novo <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> governativa,<br />

só obtém dos altos po<strong>de</strong>res o<br />

mais duro e cruel <strong>de</strong>sprezo.<br />

Confirmão-se os anúncios <strong>de</strong>ssa<br />

viajem. Cançado da vida monotona<br />

<strong>de</strong>sta al<strong>de</strong>ola insípida que é o seu<br />

país, el-rei exprimiu <strong>de</strong>zejos <strong>de</strong> abalar<br />

até ao Brazil, escolhendo a ocazião<br />

excelente <strong>de</strong> vizitar a expozição<br />

<strong>de</strong> S. Luiz e tocar, em excurção<br />

alegre, alguns portos <strong>de</strong> França.<br />

Mas para que se não diga que<br />

somos suspeitos na apreciação <strong>de</strong>sse<br />

extraordinário facto, fale por nós<br />

um jornal monárquico, cujos consi-<br />

républicana; mas é precizo que antes <strong>de</strong><br />

tudo começemos, nós, os ómens, por fazer<br />

o absoluto e sincero sacrifício <strong>de</strong> todas<br />

as paixõis e por afirmar, com u:n solene<br />

compromisso d'onra, a intenção fórte duina<br />

«Está feito o acordo entre pro <strong>de</strong>randos convém rejistar.<br />

gressistas e regeneradores no dis- O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro, importrito<br />

<strong>de</strong> Castelo Branco. Cada um tante diário portuense, monárqui-<br />

dêstes partidos elejerá 3 <strong>de</strong>putados.»<br />

co publicou á dias um artigo com<br />

gran<strong>de</strong> onestidáue e dum mlranZijente<br />

Socegue, pois, o monte Artabro, re-<br />

a rubrica — Viajem inoportuna —^<br />

civismo.<br />

colha socegadamente ao seu leito o me- em que o facto é severamente es-<br />

Só assim êsses núcleos partidários drôzo Guadiana, e <strong>de</strong>ixem as mães recalpelisado. serão uma garantia <strong>de</strong> produtiva ceiózas <strong>de</strong> apertar ao peito a filharada.<br />

triunfante atividá<strong>de</strong>.<br />

Aceitando, em principio, as van-<br />

Tudo correrá pelo melhor ...<br />

Se os ómens que os constituem, não<br />

tajens <strong>de</strong>ssa viajem, que serviria o<br />

tivérem, cada um e tôdos, formado c<br />

estreitar os laços que nos ligam ao<br />

propózito <strong>de</strong> lealmente se enten<strong>de</strong>rem<br />

prestando-se a omenajem duma mutua e<br />

fortificante confiança, dando-se em todos<br />

os lances oportunos mostras <strong>de</strong> soli<br />

darieda<strong>de</strong>, êsses núcleos progressivamente<br />

irão per<strong>de</strong>ndo a «ua força, acabando<br />

Confirmão gazetas:<br />

Brazil e a valorizar a importancia<br />

da colonia portuguêza na republi-<br />

«E' certo que será eleito <strong>de</strong>puca sul americana, o Primeiro <strong>de</strong><br />

tado governamental o sr. dr. Zefe- Janeiro friza nestes termos a inoporrino<br />

Candido, diréctor da Época.» tunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal excursão:<br />

por <strong>de</strong>zaparecer sem <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> si<br />

memória <strong>de</strong> quaisquer trabalhos úteis. A in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia da nossa terra..<br />

Só o momento não era oportuno, por<br />

Sem essa força coeziva <strong>de</strong> con-<br />

Propomos que na lista on<strong>de</strong> figurar o<br />

varias razões facilmente reconhecíveis.<br />

fiança e <strong>de</strong> respeito, os ómens, ainda<br />

nome do sr. Zeferino Candido entre tam-<br />

As circunstancias do país, tanto nas ques-<br />

que aparentemente juntos para <strong>de</strong>termi<br />

bém o do sr. Carneiro <strong>de</strong> Moura, dirétor<br />

tões economicas como sob o ponto <strong>de</strong><br />

nadas operacõis, estarão <strong>de</strong> fáto ostilmente do Liberal.<br />

vista moral, não são realmente dispostas<br />

afastados; e assim, a ação dêsses núcleos Ficão muito bem os dois inimigos do para júbilos e festas, á viajem tinha <strong>de</strong><br />

trás o vicio orijinário da indisciplina sr. Intze Ribeiro...<br />

ser n'uma fórma que acarretaria dispên-<br />

moral dos que a promovem e á-<strong>de</strong> iogí<br />

dios nada compatíveis com a situação do<br />

camente per<strong>de</strong>r-se sem resultados per<br />

tesouro publico; <strong>de</strong>mais, quando emba-<br />

duráveis.<br />

No proximo domingo terá logar na raços tão graves aflijem a nossa politica,<br />

Sejamos ómens. E' por ahi que Avenida do Caes o festival a favôr das não po# aver o <strong>de</strong>sprendimento e o ani-<br />

obra <strong>de</strong> rejeneração partidaria que an créches <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

mo alegre que uma excursão <strong>de</strong> gala<br />

damos pregando á-<strong>de</strong> começar-se, para A i<strong>de</strong>ia, recebida carinhosamente pe requer. Por isso, aplaudindo em princi-<br />

que não séjão- efémeros todos os esforços las senhoras da nossa primeira sociedapio um plano <strong>de</strong> viajem muito simpático<br />

feitos e todos os resultados obtidos. <strong>de</strong>, vae ter uma realização brilhante. ao publico <strong>de</strong> Portugal e á nossa colonia<br />

Não basta que nos junte, para traba Por ôje limitamo-nos a transcrever o no Brazil, em consciência se achava bem<br />

lhos, o motivo d'uma eleição ou nos reú- programa.<br />

o adiamento <strong>de</strong> tal projéto para ensejo<br />

na, como espétadores, o facto <strong>de</strong> qual- No próximo numero trataremos mais que se <strong>de</strong>sejaria fosse em breve.<br />

quer manifestação partidária.<br />

<strong>de</strong>zenvolvidamente d'esta fésta que pro- Assim, a noticia telegrafica, que no<br />

" 0 que é indispensável é que nos méte ser uma festa <strong>de</strong> primavéra, <strong>de</strong> nosso ultimo numero inserimos, dizendo<br />

aproxime, sempre e bem intima e since- mocida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> belêza.<br />

confirmar-se a viajem próxima <strong>de</strong> el-rei,<br />

ramente, o culto dos princípios, a leal-<br />

causou uma extranheza ,que leal e verda<strong>de</strong><br />

das intenções, a justiça dos cara- Batalha <strong>de</strong> flores em automoveis e da<strong>de</strong>iramente aqui <strong>de</strong>vemos consignar.<br />

téres, essa armonia que vêm do amor a trens.<br />

0 embaraço, que <strong>de</strong>vir estorvar a visita<br />

um i<strong>de</strong>al comum e se fortifica no empenho<br />

do seu triunfo.<br />

Temos poupado mais os nossos adversários<br />

do que nos temos poupado uns<br />

aos outros.<br />

Separou-nos durante muito tempo<br />

uma suspeição continua e irritante.<br />

Don<strong>de</strong> vinha essa suspeição ? Quasi sem-<br />

Jogo da roza entre amazonas e cava em questão, nunca foi maior do que é<br />

leiros.<br />

'4gora. As condições do país, sob o ponto<br />

Corrida infantil em velocípe<strong>de</strong>s. <strong>de</strong> vista da politica, são d'uma clara e<br />

Corrida <strong>de</strong> potes.<br />

grave crize que se não resolverá tão<br />

Corrida <strong>de</strong> sacos.<br />

cedo. Não é 11'esta conjuntura que el-<br />

Para os n.°' 4.° e 5.° á prémios <strong>de</strong> rei <strong>de</strong>ve abandonar os negocios nacionaes<br />

l$o00, lôOOO réis, 500 réis.<br />

que requerem a solicita atenção e a<br />

Preço <strong>de</strong> entrada para piões: mais sensata prudência.<br />

pre parecia orijinar-se um <strong>de</strong>sejo mau Uma fila <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras 300, duas filas De resto não está apagado <strong>de</strong> todo<br />

<strong>de</strong> dissolução. Avolumavão-se pequenos 200 réis. Espetadores <strong>de</strong> pé, 100 réis esse fogo <strong>de</strong> protesto que tão intensa-<br />

inci<strong>de</strong>ntes, accrescentando-se-lhes falsos Preço <strong>de</strong> entrada para trens:<br />

mente aqueceu todo o paiz com a exi-<br />

pormenores infamantes: urdião-se siste- Carro com duas pessoas 1(5500, com jencia <strong>de</strong> agravamentos tributários. E as<br />

maticamente <strong>de</strong>preciações: e era <strong>de</strong> con- quatro pessoas 3$000 réis, com 6 pes próprias regiões oficiaes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> longo<br />

tinuo uma guerra <strong>de</strong> intriga nos basti- soas 4)5000 réis.<br />

tempo pouco sensíveis aos movimentos<br />

dores e cenas permanentes <strong>de</strong> ipocrizia A inscrição para trens acha-se aberta do publico, sentiram <strong>de</strong>sta vez tão ener-<br />

amavel fóra dêles.<br />

na confeitaria Teles, rua Ferreira Borjica a expressão da vonta<strong>de</strong> popular que<br />

Esse periodo <strong>de</strong> crize parece ter ges, — até ao dia 20.<br />

se julgou oportuno, no intuito <strong>de</strong> acal-<br />

passado. Reconstituem-se todos os nú- Os trens <strong>de</strong>vem vir enfeitados a camar esse ardor <strong>de</strong> revindicações, fazer<br />

cleos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> que avião <strong>de</strong>szaparepricho. <strong>de</strong>mitir um ministro e <strong>de</strong>pois dissolver o<br />

cido, vai-se fazendo uma politica <strong>de</strong> atração<br />

e <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>alida<strong>de</strong>.<br />

No local averá uma barraca on<strong>de</strong> parlamento. N'estas disposições do animo<br />

senhoras ven<strong>de</strong>m flores.<br />

publico, um acta que represente <strong>de</strong> parte


das altas individualida<strong>de</strong>s nacionais- um<br />

propósito <strong>de</strong> festa e uma cansa lie <strong>de</strong>spesa<br />

não pô<strong>de</strong> ser senão <strong>de</strong> aspera antipatia.<br />

Para mais, o projéto aparece noti<br />

rindo com pormenores pouco justificáveis<br />

Não se trataria duma simples viajem ao<br />

Brozil, com o nriico o estimável proposito<br />

<strong>de</strong> unir mais em amisa<strong>de</strong>s as duas na<br />

ções e satisfazer a afétuóia vonta<strong>de</strong> da<br />

consi<strong>de</strong>rável colonia portuguêza em aclamar<br />

o supremo reprezentántè da patria<br />

querida. Dizia o telegrama, que nos foi<br />

enviado <strong>de</strong> Lisboa, que sua majesta<strong>de</strong><br />

visitaria também alguns portos da França<br />

e iria ainda á exposição <strong>de</strong> S. Luiz.<br />

Acrescentava que só tres navios seg<br />

rião nesta viajem para IIÍIO avolumar as<br />

<strong>de</strong>spezas elevadíssimas da excursão. Ora<br />

se a simples ida ao Brazil era consi<strong>de</strong><br />

rada agora como dispensada pelos mo<br />

tivos expostos, a viajem com outros in<br />

tentos <strong>de</strong> mero prazer impressiona muito<br />

<strong>de</strong>sfavoravelmente. São apenas tres os<br />

navios <strong>de</strong> guerra <strong>de</strong>stinados a essa mis<br />

são; ^omludo èles par;: tal fim ocazio<br />

narão*gaslos <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> contos, que<br />

se não compa<strong>de</strong>cem com o estado lasti<br />

moso 'das nossas finanças.<br />

O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro preten<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sviar da corôa a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tal <strong>de</strong>satino, cuja lembrança<br />

atribue aos aulicos, sempre<br />

solícitos em imajinar meios <strong>de</strong><br />

captar as bôas graças do Paço; e<br />

numa curvatura amavel <strong>de</strong> bom monárquico,<br />

espera que el-rei não<br />

eaira no erro <strong>de</strong> irritai*<br />

a opinião paMfca com<br />

festas e <strong>de</strong>spezas, egunn*<br />

do no piais só a eurlmr«çc.s<br />

e mizerias.<br />

E' a eterna mentira da ccrôa<br />

iludida!<br />

Desistimos <strong>de</strong> apensar mais largos<br />

comentários ás reflexões justas<br />

do jornal monárquico, chamando<br />

para estes factos a atenção do país.<br />

Po<strong>de</strong>ríamos inquirir dos jornais<br />

monanquicos dos vários partidos, o<br />

que pensam da projetada viajem.<br />

Não obteríamos resposta, como<br />

não a obtiveram aquelles que os interrogaram<br />

sobre a funesta con»<br />

fusão dos dois erários.<br />

Frizamos este racto: quando o<br />

país, numa gran<strong>de</strong> campanha patriótica,<br />

reclama moralida<strong>de</strong> no po<strong>de</strong>r,<br />

afirmando não estar disposto á pagar<br />

mais um ceitil para a orgia governativa,<br />

o monarca dispõe-se a<br />

esbanjar numa ostentosa viajem <strong>de</strong><br />

recreio alguns milhares <strong>de</strong> contos<br />

<strong>de</strong> réis.<br />

Que o país medite!<br />

I®raças da S. a rezerva<br />

A folha oficial publicou uma circular<br />

do ministério da guerra aos commandos<br />

das dhizõi; militares, convocando para<br />

serviço ordinário, por óO dias, em cada<br />

distrito <strong>de</strong> recrutamento, 200 praças da<br />

2. a reserva.<br />

Exposição agrícola<br />

O estado concorre á exposição agrícola,<br />

que a-<strong>de</strong> ter logar na Quinta Nacional<br />

d' Agricultura, por ocasião dos<br />

festejos da Rainha Santa, com os exem<br />

piares <strong>de</strong> pecuaria que póssue nas cou<strong>de</strong>larias<br />

<strong>de</strong> Vizeu e <strong>de</strong> Anadia.<br />

Tribuna! Comercial<br />

Reúne na próxima quinta feira ojurj®<br />

comercial désta comarca, para intervir na<br />

rezolução <strong>de</strong> diversos inci<strong>de</strong>ntes na fallencia<br />

<strong>de</strong> José dos Santos Carneiro, da<br />

Varzea <strong>de</strong> Goes e julgar a ação comercial<br />

que José da Cunha, negociante, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

movz contra Joáé Carvalho e mulher<br />

do Botão.<br />

Manobras militares<br />

Diz-se que nos exercícios que 110<br />

próximo outono se realizam no Bussaco,<br />

Penacova e Mortágua, para o que um<br />

grupo <strong>de</strong> oficiais do estado maior anda<br />

levantando o plano do campo <strong>de</strong> mano-<br />

bras, tomarão parte as tropas da 5. a<br />

divizão militar, entre as quaes o grupo<br />

<strong>de</strong> artilharia 3, aquartelado nesta cida<strong>de</strong>.<br />

T 1 JBl 3S2 J&. T H. O<br />

Agora<br />

que vamos ter nesta^cda<strong>de</strong>,<br />

ainda mais uma vèS, a companhia do<br />

teatro D. Amélia, e com a peça <strong>de</strong> Julio<br />

Dantas, a Sevéra, é ocazião <strong>de</strong> algu 11a<br />

coiza dizermos àqueles que <strong>de</strong>sconheceu<br />

0 entrech r > <strong>de</strong> -péça, e a quem o papão<br />

malidicencia tem incutido tanto médo.<br />

Quando a Sevéra foi pósta em cenn<br />

no teatro D. Amélia, uma gran<strong>de</strong> parte<br />

do público que frequenta essa' caza dé<br />

espébculos, manifestou-se abértamente<br />

favora-vel, aplaudindo enfúziastícamente<br />

a nova produção <strong>de</strong> Julio Dantas, emquanto<br />

uma cutra parte fazia propalar<br />

acintózamentc coizas orriveis acerca da<br />

peça, isto na impossibilida<strong>de</strong> Je a patear.<br />

Uns diziam a moralizadora, outros<br />

achavam que era o contrario.<br />

Recorda-nos bem, qUe um amigo<br />

nosso, rapás iritelijenlissimo, nos dizia,<br />

numa carta, resposta a uma outra em<br />

que lhe falavamos da Sevéra, o seguinte:<br />

«A peça é bôa, bêlamente feita e<br />

muito embora digão qualquer coiza <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sfavorável, a verda<strong>de</strong> é que aqueles<br />

que não gostam, não é pelo que a peça<br />

tenha <strong>de</strong> imoral, mas sim porque, para<br />

pituitarias costumadas a Peqn d'Espagne<br />

e a violeta ic Parma, é bastante <strong>de</strong>sagradável<br />

o 'cheiro do alecrim e da alfazema.<br />

A' mistura-com fidalgos d'alta<br />

linhajem como era o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marialva.<br />

Daí a guerra.»<br />

Orá digamos francamente, este nosso<br />

amigo tinha imensa razão quando tal<br />

escrevia.<br />

A poça na verda<strong>de</strong> nada tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoralizador;<br />

logo no í.° ato, um ato <strong>de</strong><br />

aprezentação, o sr. Julio Dantas nada<br />

mais fás que nos mostrar os typos com<br />

quem mais privava o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marialva,<br />

aparecendo também a Severa, que está<br />

realmente bem <strong>de</strong>zenhada.<br />

Em todos os restantas atos, cenas<br />

d'amor intenso que os dois rmtrião um<br />

pelo outro, e em que a Severa mostra<br />

ás vêzes quanto <strong>de</strong> grandióza tinha a<br />

sua alma para com os <strong>de</strong>sgraçados, a<br />

quem dava tudo o que podia e ainH<br />

mesmo o que não podia, sofrendo privaçõis<br />

só para que todos quantos via, vivendo<br />

mizeravelmente, as não sofressem<br />

junto d'ella.<br />

Por fira, no 4.° ato, vem a morte,<br />

esgare supremo <strong>de</strong> todas as vaida<strong>de</strong>s<br />

mundanas, arrebata a Severa nas suas<br />

potentes garras, mostrando então o<br />

con<strong>de</strong> Marialva-, o amôr enorme que essa<br />

mulher lhe fizera ter, por ela, uma <strong>de</strong>zerdada<br />

da sorte, e a quem a mizéria<br />

levou até ao mais ínfimo da escala social.<br />

Assim acaba a peça, on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

numero <strong>de</strong> pessoas só via cenas <strong>de</strong>smoralizadôras<br />

I<br />

Quanto a nós, diremos, que <strong>de</strong>smoralizados<br />

é sim tudo quanto nos fala em<br />

adultério, em amores ilícitos, e 110 emanto,<br />

vêmos que tudo isso agrada, tudo<br />

1 bom, sem que ája sequer uma palavra<br />

<strong>de</strong> reprovação.<br />

Não seremos nós aquêles que neguem<br />

á emprèza os maiores louvores por nos<br />

REZTSTEXCIA — Bocnin^o, 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> IOO!<br />

LIVRO PROIBIDO<br />

Ltiquidaeão d a um esefitôi*<br />

Á dias apareceu, afixado ás -.esquinas,<br />

um cartas caricatural em (pie uma figura<br />

orrenda <strong>de</strong> beleguim segurava brutalmente<br />

pelas gue<strong>de</strong>lhas três cabêças <strong>de</strong>cepadas,<br />

A curiozida<strong>de</strong> atirou me a vista para<br />

á e mais se acirrou em frente ao anuncio<br />

do Livro Proibido, pelo titulo sujesiimanle<br />

e pelo facto da póna, apezar <strong>de</strong><br />

tudo, sempre prestijióza do sr. Fialho<br />

d'Almeida :i'êle colaborar.<br />

Arranjei o livro e li-o rapidamente,<br />

com intermitencias <strong>de</strong>zoladas e ferozes.<br />

Os senhores que o lérão também estão<br />

a perceber porquê.<br />

Uma coiza que me tem custado a<br />

compreen<strong>de</strong>r é como o sr. Fialho com<br />

uma reputação prestigióza <strong>de</strong> escritor<br />

que n'esta nossa terra tem feito uma das<br />

melhores prózas, que é dado lèr aos nossos<br />

ôliios inebriados, se baixa a acamaradar-se<br />

com idiotas <strong>de</strong> autentica orijem,<br />

cuja força <strong>de</strong> prestijio intelétivo consiste<br />

unicamente no reclame berrado n'uma<br />

insistência <strong>de</strong>scarada por jornais <strong>de</strong> cotação.<br />

E chego muitas vêzes a encontrar a<br />

explicação misteriozamente escondida em<br />

fraquezas complacentes e compromissos<br />

tortuózos contraídos nas intimida<strong>de</strong>s viciózas,<br />

em requintes <strong>de</strong> <strong>de</strong>jenerescencia<br />

<strong>de</strong> literatos á A<strong>de</strong>lsward...<br />

Mas aqui não. Por razões respeitantes<br />

aos dois companheiros do sr. Fialho,<br />

da côr.tinjida d'um e <strong>de</strong> real inversão<br />

no outro d'aq'ueltès predicados tizicos que<br />

constituem a belêza do moço « que é lizonja<br />

da carne e vale bem a da mulher,<br />

oiro por oiro,» não é permittido admitir<br />

esse cazo e só se entend.i, pois, por<br />

<strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>ciziva, a tal ponto inesperada.<br />

O que necessario. se tórna acentuar,<br />

porém, é que é imperdoável a cumplicida<strong>de</strong><br />

do sr. Fialho n'essa pouca vergonha<br />

liíeraria que lhe sei virá somente<br />

para quebrar os <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros liames que,<br />

porventura, ainda o ligassem, por con<br />

diçõis do seu temperamento insubmisso<br />

e por reminiscências do seu combate<br />

ou ado, ás aspiraçtis e ás sympatías<br />

da mocida<strong>de</strong> pensante.<br />

O Livro Proibida vem-nos revelar sim<br />

plesfnente que o Sr. Fialho lastimózainente<br />

liquida n'um erotismo insexual<br />

<strong>de</strong>lirante, ficando assim confirmado, dum;:<br />

maneira poziliva, o que a propózito do<br />

mesmo senhor á muito se murmura <strong>de</strong><br />

iinoralida le epizodiça em alcovas heliogabalianas.<br />

Se a sua próza se aprezenía plasticamente<br />

perfeita, mo<strong>de</strong>lar, porque o sr.<br />

Fialho tem acentuadas qualida<strong>de</strong>s d'artista<br />

que se revélão a cada traço da sua<br />

pena inconfundível, éla, todavia, profundamente<br />

<strong>de</strong>smereceu da outra, da an-<br />

preferida, triumfal das mulhéres ; e que<br />

êle queria vêr esses rapazes a quem ac<br />

cuza <strong>de</strong> <strong>de</strong>vassidão <strong>de</strong>smarcada, e que<br />

eu não <strong>de</strong>fendo mas fundamente <strong>de</strong>ploro<br />

pela sua situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>bochados e inúteis<br />

a que fôrão levados por razões esterilizar<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> educação e por influencias<br />

<strong>de</strong>letérias do meio, ria sua intimida<strong>de</strong><br />

com mise en scène <strong>de</strong> missa negra, para<br />

satisfação das suas rievroses satiriazicas.<br />

Não é assim que se fará a obra qne<br />

é necessário realizar e 11a qual estão<br />

empenhadas as melhores e mais corajôzas<br />

almas que á sobre a terra, combatendo,<br />

muitas vezes violentamente, contra<br />

os vícios d'uma socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>rivão<br />

própria nente da sua organização<br />

vicióza e produzem os rebentos tnonstruózOs<br />

e a dissolvencia moral que no<br />

seu seio <strong>de</strong>ploravelmente se assinálão.<br />

Vê-se bem que o sr. Fialho aproveitou<br />

o ensejo para remeter á publicida<strong>de</strong><br />

meia du.zia <strong>de</strong> epizódios que a sua<br />

indiscrição, <strong>de</strong> blagueur impenitente não<br />

queria restrinjir ao gózo pervérso da<br />

esfera limitada dos seus corifeus.<br />

Enrodilhou-os, para o efeito, na inexcedida<br />

abilida<strong>de</strong> d'uma fórma luzida, no<br />

fogo <strong>de</strong> vistas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>raçõis pretendidamente<br />

morais e élas afétivamente lá<br />

andão, rejistadas já, no mênu folião dos<br />

gaudios bor<strong>de</strong>lêscos.<br />

Não á intuitos <strong>de</strong> rejeneração social,<br />

não á combate á lús <strong>de</strong> principios generózos,<br />

não á indicação admissível <strong>de</strong> soluçõis<br />

terapêuticas para o mal que nos<br />

enferma; á unicamente o prurido <strong>de</strong>svergonhado<br />

do escândalo, a perfídia <strong>de</strong><br />

uma exploração sem pieda<strong>de</strong>, o expediente<br />

enfermiço d'um assalto á gloria<br />

perdida, pelo excitante.<br />

E como obra <strong>de</strong> escanlalo éla vem<br />

marcar a élape, extrema da baixêza a<br />

que pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>scer um escritor que esteve<br />

bem alto, em logar <strong>de</strong> muito sol e <strong>de</strong><br />

muita vida, dominando p los fulgores im<br />

previstos, sempre inéditos do talento, no<br />

meio da forte e sã paizajem portuguêza<br />

que êle soube interpretar como ninguém,<br />

face a face ao absurdo e á vilania que. não<br />

perdoava e que tem vindo por aí abaixo,<br />

<strong>de</strong> roldão, no meio da escolta dos seus<br />

serafins com olheiras, que acompanham<br />

fielmente o ijolo entoando arias panegíricas<br />

e salisfazendo-llie ternamente as<br />

exijencias doentias I<br />

Aos outros nada á que dizer. Insignificantes<br />

sem escrúpulos aproveitaram<br />

jubijózamente a camaradagem do sr.<br />

Fialho, como se èle fosse aquéja figura<br />

glorióza com arranques soberbos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nodo e galhardias magnificas <strong>de</strong> artista<br />

«pie se assinalou intensamente na literatura<br />

portuguêza.<br />

Aquéla mizéria...<br />

<strong>Coimbra</strong>.<br />

Tiro e sporí<br />

Carlos Olavo.<br />

e Santos; «serviços médicos, da ambulancia<br />

dos Bombeiros Voluntários.<br />

Vigora o regulamento <strong>de</strong> corridas da<br />

União Velocipédica Portuguêza.<br />

São fiscaes das pistas todos os socios<br />

do «Sport-Club».<br />

Os prémios são oferecidos pelo «Sport-<br />

Club e pelos srs. Adriano Marques, Francisco<br />

Nazareth, Alberto Maia e Benjamim<br />

Braga, e pelo Grupo dos XX, esperando<br />

se também um do sr. Bicardo Garcia &<br />

Gomes, presi<strong>de</strong>nte do júri nestas corridas.<br />

Á noute averá sarau na sé<strong>de</strong> do «Sport-<br />

Club,» sendo por essa occasião distribuídos<br />

os prémios aos vencedores das<br />

ridas, ceremonia a que se seguirá um<br />

baile, para o qual estão feitos bastantes<br />

convites.<br />

E' a seguinte a or<strong>de</strong>m do sarau:<br />

— ino do Sport-Club, oferecido por<br />

Jozé Elizeu, executado por um sexteto;<br />

movimentos livres pelas alunas da Escola<br />

Central; atlética, por Jozé Rodrigues,<br />

M. Bacelar e professor João d'Azevedo;<br />

torniquete, por Jozé Elizeu; movimentos<br />

livres, jinastica <strong>de</strong> Schencher, pelos alunos<br />

do Colejio Mon<strong>de</strong>go; duplo, por Antonio<br />

Machado e Francisco Pimentel; paralelas,<br />

por João d'Azevedo, Jozé Elizeu<br />

M. Bacelar, Amândio Curto, Fernando <strong>de</strong><br />

Castro, Eduardo Batista e Adriano Gouveia.<br />

GOJNTOL P A I V A<br />

Novida<strong>de</strong> farmacêutica—registado<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />

e cromicas, sanguíneas ou puru<br />

lentas.<br />

Cura rapida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do esto-<br />

mago.<br />

A' venda na farmácia e drogaria:<br />

Rodrigues da Silva, 16 — <strong>Coimbra</strong>.<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

Ss^ola Industrial Brotero<br />

O conselho <strong>de</strong>sta Escola, que reuniu<br />

em 7 do corrente, <strong>de</strong>liberou que o ser-<br />

viço <strong>de</strong> exames na presente época fosse<br />

distribuído da seguinte forma:<br />

«Português»—!. 0 <strong>de</strong> junho—Charles<br />

Lepierre, Eujonio <strong>de</strong> Castro e dr. Ama<strong>de</strong>u<br />

Feraz <strong>de</strong> Carvalho.<br />

«Francês» - 3 e 4 <strong>de</strong> junho — dr.<br />

Ama<strong>de</strong>u Ferraz <strong>de</strong> Carvalho, Charles Lepierre<br />

e Eugénio <strong>de</strong> Castro.<br />

«Arimélica e Geometria»—6 <strong>de</strong> junho<br />

—Dr. Francisco da Costa Pessoa, Dr. Sidónio<br />

Bernardino Cardoso da Silva Paes<br />

e Dr. Jozé Alberto Pereira <strong>de</strong> Carvalho.<br />

«Principios e fizica e química — 7 <strong>de</strong><br />

junho—Dr. Jozé Alberto Pereira <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Dr. Francisco da Costa Pessoa e<br />

Dr. Sidonio Bernardino Cardoso da Silva<br />

Pais.<br />

«Fizica e mecariica industrial»—8, 9<br />

e 11 <strong>de</strong> junho—Charles Lepierre, Dr.<br />

Sidonio Bernardino Cardozo da Silva Pais<br />

e Dr. Francisco da Costa Pessoa.<br />

«Química industrial» 13 e 14 <strong>de</strong> junho,<br />

com pratica 6, 7 e 8 —Dr. Fnncisco<br />

da Costa"Pessoa, Dr. Jozé Alberto Pereira<br />

<strong>de</strong> Carvalho e Charles Lepierre.<br />

«Dezeriho elementar» -1 e 2 <strong>de</strong> junho<br />

=Artur Prat, Augusto Carvalho da Silva<br />

Pinto e Antonio Augusto Gonçalves.<br />

Desenho, ornamental—4 e 5 <strong>de</strong> julho<br />

— Augusto Carvalho da Silva Pinto, Antonio<br />

Augusto Gonçalves e Artur Prá.<br />

Dezenho arquitétonico — 8 e !t <strong>de</strong><br />

julho— Antonio Augusto Gonçalves, Artur<br />

Prá e Augusto Carvalho da Silva<br />

Pinto.<br />

tiga, cheia <strong>de</strong> emoçõis fortes, da vivaci- Recebemos o n.° 281 désta explendida<br />

da<strong>de</strong> impressionista-do seu feitio intenso revista <strong>de</strong> educação fizica <strong>de</strong> que é diré-<br />

<strong>de</strong> alemtejano rebel<strong>de</strong>, das palpitaçõis do tor o sr. Anselmo <strong>de</strong> Souza.<br />

sangue novo que o assinalávão em auda- Agra<strong>de</strong>cemos.<br />

"azer ver uma peça tão jenuinamente<br />

portuguêza, a qu,om <strong>de</strong> á muito está<br />

saturado <strong>de</strong> teatro francês.<br />

cias supremas.<br />

A <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncia é manifesta. E' a clorózc<br />

provocada pelas voluptuozida<strong>de</strong>s esgotantes.<br />

Sport-Cluh<br />

E' outro, Fialho, banaboia enterrado<br />

pas comodida<strong>de</strong>s burguezas que dissol- A gran<strong>de</strong> entuziásmo para as corri-<br />

Esteve enfermo com um forte ataque vem, imoralizadó nos meios viciózos que das e sarau que esta nova socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reumatismo o estimado e consi<strong>de</strong>rado bastárd£o, sem a inerjia antiga, sem <strong>de</strong>s- promove para oje e aos quaes damos em<br />

prendimento, sem o arremesso impe- seguida o programa.<br />

dirétor do Coléjio Mondêgo, sr. Diamantuôzo<br />

<strong>de</strong> lutador mediévico qne o distino<br />

Diniz Ferreira. Acha se quasi com-<br />

1.* Desfile jeral <strong>de</strong> todos os corretinguia.<br />

empali<strong>de</strong>cido, sivilizado até a dores.pletamente<br />

restabelecido, com o que alma, com um ar repugnante <strong>de</strong> sibarita 2.<br />

muito me congratulo.<br />

insatisfeito.<br />

O sr. Diamantino Ferreira é um ver- Eu tenho, ás vêzes, a impressão que<br />

da<strong>de</strong>iro amigo das creanças, um <strong>de</strong>sve-<br />

o verda<strong>de</strong>iro Fialho, o <strong>de</strong> tantas pajinas<br />

vibrantes e magnificas, o panfletário, o<br />

lado protétor e bemfcitor <strong>de</strong>las.<br />

artista, morreu; e que êsse ómem q<strong>de</strong><br />

para aí anda uzando o seu nome e servindo-se<br />

dos títulos nobiliárquicos do seu<br />

Concurso iVaciosal <strong>de</strong> Tico talento e do seu prestijio é um malandro<br />

complicado <strong>de</strong> farçante com o propózito<br />

ruim <strong>de</strong> <strong>de</strong>sonrar a sua memória e que<br />

Déve realizar-se, segundo nos consta<br />

<strong>de</strong>via respon<strong>de</strong>r em policia corrécional<br />

em 24, 25 e 26 <strong>de</strong> Junho o Concurso<br />

por abuzo <strong>de</strong> confiança.<br />

Nacional <strong>de</strong> tiro em Lisboa. Sobreoprogramma,<br />

conferenciárão com o jeneral<br />

Lencastre <strong>de</strong> Menezes, dirétor jeral da O Livro Proibido ó sujida<strong>de</strong> pegada,<br />

arma tnrifanteria, o prezi<strong>de</strong>nte da União <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios camilhas do sr.<br />

dos Atiradores Civis e o capitão Vergueira Fialho .até es confins san<strong>de</strong>us do sr. Pen-<br />

dirétor da carreira do tiro. Parece ter teado.<br />

ficado acente que o concurso se realizará O critico dos Gatis atirando-se <strong>de</strong>za-<br />

por clasíes- e que á distribuição <strong>de</strong> prébriíi-amente aos podres sociais que êle vê<br />

mios, presidida por S. M. El-rei, prezi- em toda a parle, em todas as classes, em<br />

<strong>de</strong>nte onorário da União se imprimirá todos os ómens, em todas as mulhéres,<br />

gran<strong>de</strong> solenida<strong>de</strong>.<br />

não se lhe percebe um intuito sadio e<br />

Afi n <strong>de</strong> facilitar o serviço da car- legitimo fundado e inspirado em princireira,<br />

a classificação do campeonato espios que conteem em si todos os elemencolar,<br />

o dós torneios da União será feita tos <strong>de</strong> reparação, <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> re<strong>de</strong>n-<br />

pela do concurso, f^o ultimo domingo <strong>de</strong> ção que ão <strong>de</strong> fazer d'uma socieda<strong>de</strong> que<br />

maio, é suspensa a instrução <strong>de</strong> tiro fundamentalmente não presta, uma socie-<br />

para dar logar a que os atiradores se da<strong>de</strong> armonica, bôa e feliz.<br />

póssão exercitar no mês <strong>de</strong> Junho aos Parece até que o único motivo que o<br />

alvos do concurso.<br />

faz espumar <strong>de</strong> fúria é a concorrência<br />

a —Corrida <strong>de</strong> «Juniors amadores»<br />

(8 voltas). l.°, 2.° e 3.° prémios.<br />

3. a —Campeonato do «Sport-Club»<br />

(Reservada) 12 voltas. Premio único<br />

—«Gran<strong>de</strong> medalha <strong>de</strong> campeão» - para<br />

ser disputada tres anos seguidos.<br />

4. a — Corrida <strong>de</strong> «Honra» (Profissionais)<br />

offerecida á «União Velocipedica<br />

Portuguêza. 15 voltas. l.°, 2.° e 3.° prémios.<br />

5. a — Corrida «Nacional (Seniors amadores)»<br />

offerecida ao mais <strong>de</strong>votado propagandista<br />

da velocipédia, Ricardo Garcia<br />

á Gomes. 10 voltas. l.°, 1.° e 3.°<br />

prémios.<br />

6. a —Corrida <strong>de</strong> motocycletes até á<br />

força <strong>de</strong> 2 '/« cavalos, oferecida a José<br />

Bento Pessoa, 20 voltas. 1.° e 2.° prémios.<br />

7. a Repara... Lê .. Traía-33<br />

dos teus interesses<br />

18 aisos são passados<br />

<strong>de</strong>pois que<br />

As cmslipaçjõis, bronquites, rouquidòis<br />

ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />

encomodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcatrão, compostos (Stcboçãdos<br />

Milagrosos) on<strong>de</strong> )bs ifeitos maravi-<br />

— Corrida «Negativa» — (Rezerlhosos do alcatrão, jenuinamente medicivada<br />

para os socios do «Sport Club». l.° nal, junto a outras substancias apropria-<br />

2.° e 3.° prémios.<br />

das, se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />

eficácia.<br />

«Presi<strong>de</strong>nte». Ricardo Garcia á Go- E tanto assim, que os bons rezultádos<br />

«vogaes», dr. Arruando Leal Gonçalves obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alca-<br />

e João <strong>de</strong> Azevedo; «juiz <strong>de</strong> partida, Jotrão, compostos (Rebuçados JMiiazé<br />

Trigueiros <strong>de</strong> Marlet; «juiz <strong>de</strong> chegrozos) são confirmados, não só por<br />

gada». Benjamim da Costa Braga; «<strong>de</strong>le- milhares <strong>de</strong> pessoas que os lêem uzádo,<br />

gado junto dos corredores, João <strong>de</strong> Me- mas também por abalizádos facultativos.<br />

nezes Parreira; «contador <strong>de</strong> voltas,» Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />

Manoel Mesquita; «cronometristas», A<strong>de</strong>- Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />

lino Ferrão e Josjé Ferreira <strong>de</strong> Carvalho pelo correio ou fóra do' Porto, 220 réis.


P u M i c a ç ô i s<br />

Pela act editada Livraria Clássico<br />

Editora, <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> que ô <strong>de</strong>pozitário<br />

em <strong>Coimbra</strong> o sr. João Rodrigues <strong>de</strong><br />

Moura Marques, proprietário da conceituada<br />

Livraria Académica, foram postas<br />

á venda as seguintes Obras:<br />

Conselhos aos dirijidos por Leão <strong>de</strong><br />

Foltois.<br />

E' uma compilação interessante <strong>de</strong><br />

vários escriptos do gran<strong>de</strong> pensador<br />

russo, cuja obra e cuja doutrina tem<br />

provocado no mundo pensante tão largos<br />

<strong>de</strong>bates<<br />

Em vários contos, artigos, diversos<br />

notulos Foltois esclarece pontos vários<br />

da sua doutrina, mal apreendidos ou<br />

diverjentemente interpretados. E para<br />

todos os que se interéssão pela obra do<br />

eminente escriptôr, o volume agora publicado,<br />

em corréta tradução portuguêza,<br />

é indispensável, com um bom elemento<br />

<strong>de</strong> elucidação.<br />

Magdnlena — por Albino dos Santos.<br />

E' um pequeno poemeto em 3 sonetos<br />

E' velho e gasto o tèma, e frouxos<br />

os versos em que o autôr o enquadra.<br />

Auto Pastoril — Por Pedrozo Rodrigues.<br />

Auto Pastoril, agora publicado em 2. a<br />

edição, falou já largamente o nosso colaborador<br />

sr. João <strong>de</strong> Barros.<br />

Trás a mais a opinião <strong>de</strong> imprensa<br />

e duas novas <strong>de</strong>dicatórias: ao sr. Viscon<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> S. Luis <strong>de</strong> Braga e aos interpretes<br />

<strong>de</strong> peças.<br />

PASSATEMPO<br />

É magnifico o sumário do n.° 82<br />

d'ésta ilustração editada, em Lisboa, pelos<br />

Gran<strong>de</strong>s Armazéns Grand éla. A sua Crónica<br />

<strong>de</strong>ve interessár a todo o trabalhador<br />

do comércio por advogar o encerramento<br />

por lei, ao domingo. 0 résto do texto,<br />

em que figura em concurso literário, o<br />

nome laureado <strong>de</strong> D. Ana <strong>de</strong> Cástro i<br />

Ozório, é um mimo. Principia uma narrativa<br />

istórica, A mõrte do Lidador, <strong>de</strong><br />

Alexandre Erculano. Trás colaboração<br />

<strong>de</strong> Sá Pereira, Eduardo <strong>de</strong> Aguilar e<br />

Dominó Ver<strong>de</strong>, bem como uma infinidá<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s gravuras relativas aos acontecimentos<br />

russo japonêzes.<br />

0 Passatempo continua anunciando a<br />

tombola com um primeiro premio <strong>de</strong><br />

cem mil réis em dinheiro para ser conferido<br />

ao assinante cujo numero <strong>de</strong> as-<br />

sinatura seja egual at) numero da sórte<br />

gran<strong>de</strong> da Loteria <strong>de</strong> Santo Antonio, cm<br />

junho.<br />

Todos que assinem o Passatempo até<br />

ao dia 5 <strong>de</strong> junho proximo, teem direito<br />

a êsse sortêio que além dêsse prémio,<br />

comporta uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quadros a oleo, luvas, etc."<br />

Um ano 1$000 réis. Um semestre<br />

500 réis. Po<strong>de</strong>ndo enviar se em carta ou<br />

vale do correio a Grandéla & C. a —Lisboa.<br />

0 MUNDO ELEGANTE<br />

Sumário do numero 10,<br />

correspon<strong>de</strong>nte a 5 <strong>de</strong> maio<br />

Texto<br />

D. Maria Emilia Seabra <strong>de</strong> Castro,<br />

por Xaviér <strong>de</strong> Carvalho. — Correio da<br />

Moda e elegancia, por mes<strong>de</strong>moiseles<br />

Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza — 0 conselheiro<br />

Tomás <strong>de</strong> Souza Róza, ministro<br />

d! Portugal em Paris.—Uma portuguêza<br />

<strong>de</strong> 111 anos, D. Crizostoma Rita d'Andra<strong>de</strong>,<br />

por Albino Leite.—Canção das Maias,<br />

por D. João <strong>de</strong> Castro. — Personalida<strong>de</strong>s<br />

(25) Folhetim da "BEZISTENGIA,<br />

II. DE BALZAC<br />

0 EXCOMUNGADO<br />

VIII<br />

A lcl>i*e na caina<br />

— Deixa lá: é ura boémio que, á<br />

força <strong>de</strong> mentir, fála verda<strong>de</strong> algumas<br />

vêzes sem saber . .<br />

E os dois amigos continuárão o seu<br />

caminho, <strong>de</strong>ixando o mendigo sacudir-se<br />

á vonta<strong>de</strong>.<br />

Quando ch 9 »<br />

9.30<br />

10,30<br />

11<br />

11,30<br />

12<br />

12.30<br />

1><br />

D<br />

»<br />

»<br />

D<br />

tar<strong>de</strong><br />

10<br />

11 »<br />

11,30 »<br />

12 »<br />

12,30 tar<strong>de</strong><br />

1 »<br />

1<br />

1,30<br />

2<br />

2,30<br />

3<br />

3,30<br />

T><br />

1><br />

»<br />

»<br />

»<br />

1,30 »<br />

2 »<br />

2,30 »<br />

3<br />

3,30 »<br />

4 t<br />

4<br />

4,30<br />

5<br />

5,30<br />

6<br />

7,30<br />

8<br />

»<br />

»<br />

<<br />

»<br />

»<br />

><br />

»<br />

noite<br />

4,30 »<br />

5 ><br />

5,30 »<br />

6,30 »<br />

7,30 »<br />

8,30 noite<br />

9,30 ><br />

9,30<br />

10<br />

»<br />

t<br />

10 »<br />

10,30 »<br />

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.<br />

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />

e Estação B<br />

Partidas<br />

da R, Infante d, Augusto' da Estaçãí B<br />

6 h tar<strong>de</strong> 6'' e 58 m tar<strong>de</strong><br />

8, noite S 1 ' e 45 m noite<br />

1<br />

i<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a estação B dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />

Partidas<br />

Do largo das Ameias da estação B<br />

3 h 10 m manhã<br />

m<br />

ra<br />

5 ,55<br />

8,10<br />

2 ,30<br />

3 ,: 6<br />

4 ,35<br />

?<br />

»<br />

tar<strong>de</strong><br />

><br />

»<br />

ai xÁ<br />

-2<br />

ryj a-Q<br />

Oi Oi cj<br />

T3 3<br />

r. 0<br />

5,37<br />

6 ,25<br />

6,40<br />

8,10<br />

12,15<br />

»<br />

I<br />

»<br />

noite<br />

»<br />

t- rfi<br />

cz<br />

ice<br />

c<br />

íC J2 "O<br />

, SC<br />

ira<br />

c


ína da Curia (Mogofores—Anadia)<br />

§ulfatoda—Caleica<br />

A única anaíysada no paiz, similbante á afasnada agua ds OMTBEXÉViLLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

IXD1CAÇÔES<br />

Para USO interno:—Arthntismo, Gotta, Lithiase nrica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

i<br />

Para USO externo:—Em differentes espécies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

As analyses chimica e microbiologia foram feitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. mQ sr. Charles Lepierre.<br />

A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Vinhos iiitos<br />

Vinhos brancos<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

ISsaa FerBvirít Borges<br />

da Empr-eza líiiMa I Salvaterra <strong>de</strong> Magas<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete . .<br />

Trineadèiro •<br />

Clarete .<br />

Marialva .<br />

(SEM GARRAFA)<br />

ItCZI&TENCJ&f^BoiiiJri&ro, 1® <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> Sf**>SI<br />

Garafa y2 gar<br />

HO<br />

130<br />

ISO<br />

17o<br />

Fernão Pires.<br />

140<br />

Sauterne 170<br />

Diagalves.<br />

Marialva . . .<br />

180<br />

10<br />

Licoroso branco 2 0<br />

» tinto £ .<br />

Vinhos lioorozcs<br />

Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />

i50<br />

Pimentel í 500<br />

Vinagre { Branco<br />

90<br />

Azeite<br />

) Azeite d'Oliveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

j u d uuvcii Oliveira a reijuu; Feijão)<br />

300<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPCS<br />

Preços especíaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j o s<br />

Sucursal sta Alia<br />

li<br />

27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CAZA ACADÉMICA, ds J. A. da Gosta Finto<br />

A única que em Portugal efétua seguros<br />

postaes, para todas as cabaças <strong>de</strong><br />

distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />

Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />

C o i m t o r a<br />

Fumeiro ds lleitejo<br />

(50<br />

70<br />

80<br />

90<br />

80<br />

90<br />

í 00<br />

100<br />

Recebeu mais uma remessa da ma-<br />

gnifica qualida<strong>de</strong>, - <strong>de</strong> que é uma re •<br />

ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />

Luzitana.<br />

PIV>GFvED! VIMOS DE PASTO<br />

C O I M B R A<br />

Installação provisoria: rua da Soía n.° 8.<br />

câiEijssrTJXKra^<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

Para coajsEsaMo e ex.p©rÈaçã©<br />

Vendas por junto e a miúdo<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> veada a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

Marcas<br />

o o<br />

t<br />

cá S<br />

u<br />

Garrafa<br />

<strong>de</strong> litro<br />

Garrafa<br />

foordaleza<br />

O mérito;<br />

medalha <strong>de</strong> cobre na Exposição niwtrictai <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 188-1<br />

S9, Elsia <strong>de</strong> «Soão Cabreira, Sl-COlJIBIll<br />

A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoal mais<br />

habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões para retretes,<br />

vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />

grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />

etc., etc.<br />

Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />

P r e ç o s e o o n o m i c o s<br />

A C Y T I L E N E<br />

Carbureto <strong>de</strong> cilcio francês, rendimentogarantido da 300 litros por kilo,<br />

os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />

Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessorios<br />

NOVA LUZ A GAZOLINA<br />

P o d e r illuminante: ICO vellas p o r lo±o


Editor<br />

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redaecão e Administração - Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Democratica<br />

jL ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

* "í 5.i|<br />

N.° 903 COIMBRA—Quinta-feira, 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1901 IO. 0 ANO<br />

COfFRONTOS<br />

Como argumento para valorizár<br />

e impôr os seus intuitos e os'seus<br />

omens, ganhando, com ixibiçõis<br />

graves <strong>de</strong> puritanos em folha, a<br />

confiança do país, ingénuo por vezes<br />

ainda ao cabo <strong>de</strong> tão tremendos e<br />

seguidos logros, os encarregádos<br />

<strong>de</strong> batêr o réclamo da rejenéração<br />

— liberal acentúão com entono o<br />

<strong>de</strong>sinterésse dos seus marechais,<br />

abandonando com espartana virtu<strong>de</strong><br />

a meza fárta dos rotativos, para<br />

virem mor<strong>de</strong>r, erofcamente, o pão<br />

duro e negro do ostracismo.<br />

Gran<strong>de</strong>s, sonoras pajávras conságrão<br />

o fácto-, como impondo só<br />

por si um partido, como valendo<br />

pela mais segura das garantias <strong>de</strong><br />

coerencia e probida<strong>de</strong> no futuro.<br />

E, ao que dizem, dá-lhes esse<br />

fácto orgulho, esse orgulho fórte<br />

qúe ergue os ómens sãos num<br />

aprumò bélo, e os impõi, e os engrandéce,<br />

e os fáz triunfar.<br />

Olhemos para êles, olhemos<br />

para nós, e vejamos bem quem<br />

mais razõis. tem <strong>de</strong> gritár alto o<br />

orgulho <strong>de</strong> si.mesmo, da sua vida<br />

<strong>de</strong> onra, <strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> sacrificio, vivida<br />

no culto dum alto i<strong>de</strong>al, andada<br />

ngt estrada acopla .. e dm<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vêr, gasta no ardôr dum<br />

V puro e eroico combate.<br />

A' nêsta falanje da Quimera-—<br />

como nos apelidárão—ómens cheios<br />

<strong>de</strong> talento, <strong>de</strong> sabêr, <strong>de</strong> finas qualidá<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> espirito, <strong>de</strong> fortes predicádos<br />

<strong>de</strong> caráter, trabalhadores<br />

pobres e intelijentes <strong>de</strong> várias clásses<br />

e categorias. São tôdos uns<br />

românticos, uns alucinádos, uns<br />

perdidos, tipos cândidos <strong>de</strong> poetas,<br />

tipos excecionais <strong>de</strong> revoltádos,<br />

esbanjando o seu tempo a oihár as<br />

estrêlas, <strong>de</strong>sbaratando a sua vida a<br />

sonhár béías cidá<strong>de</strong>s nas nuvens...<br />

Não têm os cabedais lárgos da<br />

maior párte dos apóstolos do franquismo,<br />

cujo <strong>de</strong>sinteresse taz o<br />

assombro e as <strong>de</strong>licias dos panejinstas<br />

entusiástas. Ráros, <strong>de</strong> entre êles,<br />

possuem bens a garantir-lhes a vida<br />

<strong>de</strong>zafogáda, sem a persistência dum<br />

trabálho onrádo. E' <strong>de</strong> pobres a<br />

gran<strong>de</strong> maioria, <strong>de</strong> pobres orgulhosos<br />

que mourêjão <strong>de</strong>nodadamente<br />

para se mantêrem e aos seus, man-<br />

' tendo imaculáda a <strong>de</strong>voção do seu<br />

i<strong>de</strong>al, a soberba aítaneria do seu<br />

caráter, a linha sçvéra da sua nobre<br />

intranzijencia.<br />

Podíão ven<strong>de</strong>r-se. Intelijencias<br />

luzidas, talentos brilhantes, caráteres<br />

<strong>de</strong> eleição, professores, oradô<br />

' res publicistas, tudo isso daria para<br />

um leilão concorrido on<strong>de</strong> a monarquia<br />

tudo adquiriria por bom preço<br />

Dominaríão ostentozamente na<br />

alta politica, teriam a sua côrte <strong>de</strong><br />

aduladores, logáres pingues em<br />

sindicátos, cocotescáras, triunfos todos<br />

os dias. Era o ruido, a riquêza, a<br />

cdória. E quando não evolucionassem<br />

para tão lonje, tantos que vivem<br />

esquécidos por êsse país fora, invencíveis<br />

na sua bélá intranzijencia,<br />

po<strong>de</strong>riam nas suas terras campar <strong>de</strong><br />

caciques, arrepanhando os logáres<br />

das irmanda<strong>de</strong>s, fazendo o sucesso,<br />

em vês <strong>de</strong> creárem uma situação <strong>de</strong><br />

modéstia, <strong>de</strong> ostilidá<strong>de</strong>, quantas vêzes<br />

<strong>de</strong> aberta pobrêza.<br />

» Pois não, ó injénuos admiradores<br />

dos varõis fortes, que trágão o pão<br />

negro do franquismo!<br />

Pássão a vida a sonhár, tôdos<br />

os que um dia pouzárão o seu<br />

olhár no brilho duma estrêla e a<br />

amárão com um amôr i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />

loucos comtemplativos.<br />

E a quantos não prostou já a<br />

morte, <strong>de</strong>pois duma vida inteira <strong>de</strong><br />

sonho e <strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> abnegação e<br />

entuziásmo, sempre com os olhos<br />

voltádos para a clarida<strong>de</strong> astrál <strong>de</strong>ssa<br />

quimera, que um dia lhes pren<strong>de</strong>u,<br />

num encanto in<strong>de</strong>cifrável, os ólhos<br />

da alma. . .<br />

Desprézã^ o ruído, <strong>de</strong>sprézãg a<br />

riqueza. VÍvem perdidos, ignárádos,<br />

esquécidos,,, trabalhando com ardor<br />

êles que podíão cevár-se na panria<br />

dasdireçõisjerais e nas lamas fe&eis<br />

das companhias.<br />

- Os cretinos e os mariolas que<br />

se grimpáram, a encontrõis <strong>de</strong> audácia<br />

e.a rastejamentos <strong>de</strong> salafrários<br />

Sêm pudôr, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhão os, insultão-os,<br />

e, quando são po<strong>de</strong>r,<br />

perséguem-os e roubão-os.<br />

Ej quando miram das cumiadas<br />

*do seu estolido <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m este batalhão<br />

on<strong>de</strong> pelejamos, lançam a velha<br />

phrale mçntiroza: «não t%m<br />

omenf. »"*" —<br />

Os «omens» são eles — raça<br />

bastarda <strong>de</strong> omunculos sem alma e<br />

sem carater, cuja abjeção resalta<br />

brutalmente <strong>de</strong> entre todas as suas<br />

pompas guisalhantes.<br />

Mas não os vençem !<br />

Esse amor da Quimera fortaleceu-os.<br />

E <strong>de</strong> tão abituados a olharem<br />

para o alto, para as nuvens e para<br />

as estrellas, trazem sempre erguida a<br />

cabeça, que nem a adversida<strong>de</strong><br />

mais crivei é capaz <strong>de</strong> lh'a fazer<br />

Daixar. E <strong>de</strong> tão perdidos nò seu<br />

sonho, não sentem a secussão brutal<br />

dos <strong>de</strong>salentos maus e das tentações<br />

preversas, os empuxões rijos das<br />

dificulda<strong>de</strong>s dolorozas.<br />

Lutam, sofrem, vivem a vida<br />

amargurada dos intransijentes e dos<br />

fortes num pais <strong>de</strong> covar<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

poltrões.<br />

E ninguém os quer conhecer!<br />

E nem elles se réclamam as<br />

suas virtu<strong>de</strong>s, nem cantores as<br />

exalçam em ladainhas servis!<br />

Esses pobres-diabos dos republicanos<br />

portuguêzes, essa jente anónima<br />

que anda p'ra aí a sonhar e a<br />

pregar loucuras, por elas lutando e<br />

pa<strong>de</strong>cendo, merece acazo que lhe<br />

<strong>de</strong>staquem o <strong>de</strong>zinteresse para o<br />

imporem como garantia valorisante<br />

dum partido ?<br />

Não, ó patriotas insignes! Os<br />

varões illustres cuja vida cabe aos<br />

Plutarcos enquadrar em artística<br />

moldura, salientando com gran<strong>de</strong><br />

instrumental <strong>de</strong> palavras sonoras o<br />

seu <strong>de</strong>sinteresse, são assim do feitio<br />

do pobresinho do sr. João Franco,<br />

mais do sr. Jozé Novaes que oferece<br />

jantares <strong>de</strong> tres contos <strong>de</strong> reis.<br />

O <strong>de</strong>zinteresse, a abnegação, o<br />

sacrificio — é isto !<br />

Esses republicanos que p'ra ai<br />

vivem, caturras, impenitentes, maus<br />

no seu orgulho ferós <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s,<br />

não se aproximam sequer <strong>de</strong>les.<br />

Po<strong>de</strong>m passar fome, morrer <strong>de</strong><br />

fome: porque são uns doidos varridos:<br />

podiam muito hem morrer <strong>de</strong><br />

indijestão.<br />

Nós somos os doidos. Os- onestos,<br />

os in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, os fortes são<br />

« eles » — a gente do sr. João<br />

Franco.. .<br />

Coatratlicçoes<br />

O sr. dr. Pinto <strong>de</strong> Mesquita,<br />

orando no Ce?itro do Chiado, confessou<br />

ter averiguado <strong>de</strong> perto o<br />

seguinte perigo, para que não sabemos<br />

se s. ex. a reclama a corregedoria,<br />

a lei <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> fevereiro e outros<br />

remedios energicos do genial<br />

invento do seu chefe:<br />

O orador passa a referir-se ainda a<br />

um outro perigo; e vae expôl-o, resultado<br />

das suas próprias observações, e sob<br />

sua exclusiva responsabilida<strong>de</strong>. Esse perigo<br />

é o do paiz enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>ve ir<br />

além do nosso i^gal; que precisa, em<br />

summa, <strong>de</strong> medidas radicaes para salvar-se.<br />

Elie, orador, acompanhou o§ comícios<br />

<strong>de</strong> protesto contra as medidas <strong>de</strong><br />

fazenda ; e posto que fossem promovidos<br />

pelas classes conservadas, no Porto,<br />

como em Braga, como em <strong>Coimbra</strong> e Vigeu.<br />

o orador nobva que havia sempre<br />

^n grito — o di-%pirapó a tfwaídas<br />

mais radicaes.<br />

Ora era natural que sendo o<br />

movimento contra as propostas da<br />

fazenda promovido pelo franquismo,<br />

como affirmou o Jornal da Noite,<br />

fosse para o franquismo que essas<br />

assembleias apelassem.<br />

Mas apelaram abertamente, claramente<br />

para a Republica.<br />

E' que o franquismo continua a<br />

guardar silencio sobre a confusão<br />

dos dois erários.<br />

O Sp. Carateiro<br />

Informam gazetas varias :<br />

« Tomou posse do lugar<br />

<strong>de</strong> chefe da I a repartição<br />

<strong>de</strong> instrucção publica, o<br />

sr. dr. Carneiro <strong>de</strong> Moura.»<br />

E' o mesmo Carneiro que o sr. Hintze<br />

tosquiou com querelas e violências <strong>de</strong><br />

varia casta, quando, elle pulava em cabriolas<br />

<strong>de</strong> insolência feroz.<br />

Passou a ser um Carneiro <strong>de</strong> estima<br />

— exemplar notável que foi enriquecer<br />

a collecção <strong>de</strong> animaes <strong>de</strong> custoso preço,<br />

que o Estado sustenta por excentricida<strong>de</strong>s<br />

zoolojicas.<br />

E fica, como se vê, aos cuidados superiores<br />

do sr. Abel d'Andra<strong>de</strong> ..<br />

Posse<br />

Depois <strong>de</strong> provas onestas e brilhantes,<br />

em que as suas aptidõis e recursos<br />

inteletuais se afirmarão com plena segurança,<br />

foi nomeado professor catedratico<br />

da Escola <strong>de</strong> Farmácia, tomando á dias<br />

posse, o nosso prezado amigo e correlijionário<br />

sr. Manuel Fernan<strong>de</strong>s Costa.<br />

Logar conquistado pelo meio lejitimo<br />

du;r. concurso publico, que exije larga<br />

e intelijente preparação, o nosso amigo<br />

á-<strong>de</strong> <strong>de</strong>zempenhal-o com o saber <strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>u mostras valiozos e com a justiça que<br />

é apanagio do seu carater.<br />

A Rezistencia envia ao seu correlijionário<br />

cor<strong>de</strong>ais parabéns.<br />

, -<br />

Agitação do paiz<br />

A Associação Comercial e Industrial<br />

<strong>de</strong> Vizeu, composta dos cidadãos mais<br />

prestimosos d'aquela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tão nobres<br />

tradiçõeis, aprovou em sessão extraordinaria<br />

<strong>de</strong> f* <strong>de</strong> maio a seguinte moção:<br />

A Assembleia Jeral da Associação<br />

Comercial o Industrial <strong>de</strong> Vizeu, reunida<br />

em sessão extraordinária no dia 8 <strong>de</strong><br />

maio <strong>de</strong> 1904:<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o jornál 0 Comercio<br />

<strong>de</strong> Vizeu, que se publica nésta cidá<strong>de</strong>,não<br />

é orgã.o da clásse comércial;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que num artigo insértd<br />

no número 1549 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril e fioutros<br />

que se seguirão, em números imediatos,<br />

não só se insulta a dignida<strong>de</strong>, o caráter<br />

da clásse, mas também se disvirtúãb por<br />

fórma <strong>de</strong>primente os nossos <strong>de</strong>veres cívicos,<br />

como cidadãos;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que não podêmos,<br />

atenta a opinião <strong>de</strong> distintos advogados,<br />

retirár-lhe o titulo que elegalmente usa;<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a responsabilida<strong>de</strong><br />

perante os tribunais se lhe não po<strong>de</strong>rá<br />

exijir, pela convicção inabalável em que<br />

estamos <strong>de</strong> que seria um Têsta <strong>de</strong> Férro<br />

a assumir a responsabilidá<strong>de</strong> dos artigos<br />

citádos;<br />

Consi<strong>de</strong>rando finalpiente, que em fáce<br />

na cotação morál, em que é tido semelhante<br />

jornál, não po<strong>de</strong>mos, sem quebra<br />

da nossa dignidá<strong>de</strong>, reflamár uma explicação<br />

leál e cavalheiróza.<br />

Rezolveu por un immidá<strong>de</strong>:<br />

1.°—Dár a és ta moção a maior publicida<strong>de</strong><br />

em ' jôrnáis "do distrito, nos <strong>de</strong><br />

ásboa e Porto <strong>de</strong> maiór circulação.<br />

2 "—Desprezar por çpmpléto qualquer<br />

anonimato ofensivo da íolétividá<strong>de</strong>, publi-<br />

-cádo por tal jomá' r<br />

3.° Cazo o autor dos artigos citados<br />

sèja pessoa digna <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração e venha<br />

assumir a responsabilidá<strong>de</strong>, assim<br />

como <strong>de</strong> futuro sendo publicados idênticos<br />

artigos e em idênticas circunstancias,<br />

autorizar a Diréção désta Associação a<br />

<strong>de</strong>zagravár a colétividá<strong>de</strong> perante o tribunais<br />

para o que esta assembleia Jeral<br />

lhe confere um vóto <strong>de</strong> confiança e dá<br />

plenissimos po<strong>de</strong>res.<br />


2 REKISTMC11 — Quinta-friru, IO <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1004<br />

baixo cortezanismo<br />

<strong>de</strong>ve dizer-se.<br />

o que <strong>de</strong> principal<br />

Mas por isso mesmo são os umcos<br />

que os governos perseguem, e vexam, e<br />

roubam, e o<strong>de</strong>iam com esse odio profundo<br />

dos bandoleiros que se sentem<br />

<strong>de</strong>scobertos no melhor da operação.<br />

A imprensa republicana tem «feito o<br />

seu <strong>de</strong>ver, fazendo uma obra <strong>de</strong> justiça<br />

e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. A imprensa franquista,<br />

que é <strong>de</strong> mais fresca data, tem feito<br />

simplesmente o seu jngo, tranzijindo e<br />

cumplicitando, pelo silencio, em gran<strong>de</strong>s<br />

escandalos e atentados.<br />

Aspemos, pois, esta verba da conta<br />

franquista.<br />

*<br />

Que o franquismo provocou, pela sua<br />

propaganda, o movimento, contra as<br />

propostas <strong>de</strong> fazenda, é verba nova e<br />

cheia na fatura que apresenta.<br />

E' uma mentirola, da mesma fazenda<br />

grosseira das que o sr. Martins <strong>de</strong> Car<br />

valho expediu para as folhas do partido,<br />

durante a excursão do chefe por terras<br />

do norte, centro e sul.<br />

Que a marca d'esta é da mesma empreza<br />

que fabricou as outras, numa<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spreoccupação <strong>de</strong> espirito e<br />

inacessível a escrupulos tolos...<br />

Andou o sr. João Franco a comer<br />

jantares, muitos jantares, com infinda vei<br />

discursos aos postres, cortados pelos<br />

aplauzos ruidozos <strong>de</strong> loquelas bem molhadas.<br />

E vae no fim, os gloriozos convivas<br />

dêsses agapes memorandos arrotaram tão<br />

estrondosamente, numa concordância tão<br />

forte, que as propostas <strong>de</strong> fazenda, mais<br />

o seu autor, caíram em pó ao som terri<br />

fico d'aquele protesto intestinal...<br />

O franquismo alribue-se o movimento<br />

contra as propostas <strong>de</strong> fazenda, mas o<br />

niileo |>aríido que promoveu<br />

cernidos foi o partido republicano,<br />

e foram os seus oradores os<br />

mais prestantes auxiliares dos comícios<br />

convocados pelo commerçio e aqueles<br />

que mais aplauzos colheram.<br />

O sr. João Franco e a sua corte não<br />

apareceu nessas assembleias. Só o sr.<br />

Pinto <strong>de</strong> Mesquita falou duas ou tres<br />

vezes. Os outros marechais íicáram-se<br />

por casa, que a Corôa—com C gran<strong>de</strong><br />

podia não gostar da aventura.<br />

A mentirola não exije mais<br />

a n notação.<br />

larga<br />

Chega a ser uma torpeza—que o pais<br />

não pô<strong>de</strong> pagar.<br />

Risque-se!<br />

*<br />

Infere o franquismo a sua força eleitoral<br />

da manutenção duma reforma feita<br />

contra elle em ditadura, como preten<strong>de</strong><br />

volorizar a acção das suas conferencias<br />

pelo motivo <strong>de</strong> élas terem provocado<br />

advertências ilegaes <strong>de</strong> dois ministros.<br />

Ora sendo assim, é logico inferir a<br />

força do partido republicano <strong>de</strong> vários<br />

actos odiosos em que o sr. João Franco<br />

collaborou.<br />

Para os republicanos fez o ilustre<br />

chefe da regeneração liberaleira uma lei<br />

eleitoral <strong>de</strong> excepção, semelhante á que<br />

agora diz dificultar-lhe o acesso á urna,<br />

mais a lei celebre <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> fevereiro:<br />

para elles creou s. ex. a a correjedoría:<br />

peiseguiu-os, violentou-os nos seus direitos,<br />

<strong>de</strong>fraudou-os nos seus interesses,<br />

foi duma estúpida brutalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabo<br />

d'or<strong>de</strong>ns vinolento.<br />

O sr. João Franco que agora invoca<br />

as advertências ou proibições ilegaes dos<br />

ministros para valorizar a sua politica,<br />

esqueçe-se da sua celebre circular aos<br />

lentes republicanos, da <strong>de</strong>missão que<br />

<strong>de</strong>u a alguns funcionários que cometiam<br />

o nefando <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> pertencerem ao nosso<br />

partido, etc., etc.<br />

Então era alguma cousa esse partido<br />

republicano?<br />

Fóra, pois, com esta exijencia da<br />

lista impu<strong>de</strong>nte!<br />

O franquismo fala do seu trabalho<br />

ones'o.<br />

Estão a ver o sr. Martins <strong>de</strong> Carvalho<br />

a subir as escadas do Século, presurozo,<br />

a prevenir que tivessem cuidado com<br />

as noticias que do Porto mandassem<br />

sobre as manifestações feitas ao nosso<br />

correligionário sr. Bernardino Machado,<br />

amputando-lhes o que necessário fosse<br />

para que a coisa não <strong>de</strong>stacasse...<br />

Era preciso assim para a propaganda<br />

do franquismo-explicava s. ex. a a um<br />

cavalheiro quê o acompanhava, ex-administrador<br />

numa terra do norte e agora<br />

advogado no Porto.<br />

Tire lá essa verba <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> I<br />

Assim, verifica-se que o país nada<br />

tem a pagar, e antes lhe cabe o direito<br />

<strong>de</strong> arguir o franquismo do crime <strong>de</strong><br />

burla.<br />

Essa conta corrente <strong>de</strong> benefícios e<br />

vantagens que apresentou ao país, na<br />

data commemoratjva da festança inaugu-<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agudas<br />

e crónicas, sanguíneas ou puru<br />

lentas.<br />

Cura rapida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />

A' vencia na farmácia e drogaria;<br />

Rodrigues da Silva, - <strong>Coimbra</strong>.<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

LITERATURA I ARTE 1<br />

ra!, era uma verda<strong>de</strong>ira escròquerie ar<br />

mada á boa fé do publico ingénuo.<br />

Era uma conta <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iro tos<br />

quiador, que. colhendo maré asada, im<br />

pinje ao freguez gato por lebre, e no<br />

fim ainda lhe carrega no preço, num abus<br />

<strong>de</strong> situação apertada.<br />

.\a Ktezcrva<br />

O sr. Emídio Julio Navarro <strong>de</strong>clara<br />

soldado licenceado do pai tido progres<br />

sista.<br />

A julgar pelo que custa essa sua con<br />

dição, <strong>de</strong> ínativida<strong>de</strong> se o chamão ao<br />

serviço átivo come por um rejimento.<br />

Deixem-no na rezerva!<br />

Corridas velocipédieas<br />

Com uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor intenso<br />

abrazante, realízárão-se no ultimo do<br />

mingo as annunciadas corridas velocipé<br />

dicas, promovidas pelo Sport-Club.<br />

Ao Caes confluiu numeroza multidão<br />

que se espraiou rumorejante e interessada<br />

por todo aquelle local, seguindo com entuziastica<br />

curiozida<strong>de</strong> as disputas dos<br />

co! r dôres.<br />

Ouve ligeiros inci<strong>de</strong>ntes barulhentos<br />

um conflito <strong>de</strong> mais tomo com a policia<br />

que levantou gran<strong>de</strong> alvoroto e, na pista<br />

queda> frequentes dos corredores.<br />

0 resultado foi o seguinte:<br />

Corrida <strong>de</strong> Juniores amadores — 8<br />

voltas —1.° premio, Antonio da Cruz<br />

2.°, Manoel <strong>de</strong> S. Miguel; e 3.°, Eduardo<br />

Baptista.<br />

Corrida reservada — Campeonatonlo<br />

Sport-Club, 12 voltas — premio único<br />

(gran<strong>de</strong> melalha <strong>de</strong> campeão, para ser<br />

disputada 3 annos successivos) Alberto<br />

Baptista Gonçalves, que ficou só em<br />

campo por se ter inutilizado a maquina<br />

logo a 5. a Sonetos <strong>de</strong> Candido Guerreiro — Am a cíeu<br />

Etatalha <strong>de</strong> Flores<br />

Sanches Barreto — Editor — <strong>Coimbra</strong>, 1904.<br />

Promete ser uma festa <strong>de</strong> sensação<br />

Tres livros <strong>de</strong> versos<br />

E' esse um livro que preten<strong>de</strong> ser pela animação que <strong>de</strong>spertou no nosso<br />

filozofico; e que, pela <strong>de</strong>maziada retórica meio e o entuziásmo que produziu em toda<br />

dos seus versos, pelo colorido forte que a população <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

a imajinação do autor dá a tudo, pelas A instituição das Creches, a favor <strong>de</strong><br />

PoeMiaw escolhidas <strong>de</strong> Afonso Lopes imajens complicadas, pela evi<strong>de</strong>nte su- quem reverte o seu produto mais uma<br />

Vieira — Viuva Tavaies Cardozo — Editora perficialida<strong>de</strong> da sua filozofia, não con- vês é alvo das simpatias que tem entre<br />

— Lisboa — 1904.<br />

segue realizar a sua pretenção. Talvês o<br />

conseguisse, se o Poeta tivesse envere-<br />

o publico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. E séja-nos licito<br />

dizer que toda essa simpatia é bem ca<br />

0 sr. Afonso Lopes-Vieira é um poeta dado por outro caminho: veja-se o bom bida.por que "a Creche <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tem<br />

elejiaco, por cujo talento — comovido, ele- soneto que começa:<br />

sabHo manter-se credora <strong>de</strong> todas as<br />

gante e maleável eu tenho uma gran<strong>de</strong><br />

manifesiçõis que lhe fáção pela corréção<br />

simpatia. Simpatia que inabalavelmente <br />

velocipedia, o súbdito hespanhol sr. Ri- ajudando a exprimi-la; e íica-nos, 110 fim,<br />

cardo Garcia y Gomez, 10 voltas - I.°<br />

« Eu sòlto um ahl <strong>de</strong> espanto alegre e novo, Bancos.. £00 »<br />

a impressão dum pedaço intenso <strong>de</strong> vida<br />

premio, João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram; 2.°<br />

« Perante esse seu modo extranho e audiz, De pé 100 »<br />

intensamente expresso.<br />

Manoel <strong>de</strong> S. Miguel f 3.° Luciano Pinto.<br />

« Como sacce<strong>de</strong> no thealro ao poi o<br />

Entre as (Tuas poezias a diferença e<br />

Corrija <strong>de</strong> motocy <strong>de</strong>ites, da forpa <strong>de</strong><br />

< Quando vê augmentar a luz do gnz.<br />

enorme; e tão palpavel, que dará logo a<br />

Às pessoas que <strong>de</strong>zejárem entrár na<br />

2,5 cavallos, oferecida ao notável cyclista quem as ler uma i<strong>de</strong>ia certa <strong>de</strong> como é « No entanto po<strong>de</strong> crer, não sou assim batalha das flores com automoveis, car-<br />

José Bento Pessoa — 20 voltas - I gran<strong>de</strong> o talento do autor e <strong>de</strong> como êle fás « Tão <strong>de</strong>shonesto e bravo ws amores, ruájens, cavalos, ou bicicletes, dévem<br />

premio, Alberto Baptista Gonçalves; 2.°, mal na voluntaria amputação a que o « Succe<strong>de</strong> entrar ás vezes num jardim. inscrevêr-se sem <strong>de</strong>mora na Confeitaria<br />

João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram.<br />

sujeita, entregando-se ao amor <strong>de</strong> pro- « E ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> pizar as flores. Téles, rua Ferreira Bórjes (Calçada).<br />

Corrida Negativa, reservada para os cessos poeirentos—e insigriificativos para<br />

Pe<strong>de</strong>-se para fazerem ornamentar as<br />

socios do Sport-Club; havia um único Arte mo<strong>de</strong>rna.<br />

« Que a sua voz tão límpida me diga<br />

suas carruajens.<br />

premio que pertenceu a Eduardo Ba-<br />

Essa balada antiga<br />

Não é permitida a entrada <strong>de</strong> trens<br />

tista.<br />

« Que termina collada á minha bocca . . .<br />

Os corredores dérão algumas quedas, Por tudo o que disse, suponho que<br />

com tejadilho.<br />

nao sendo <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> os ferimentos se compreen<strong>de</strong>rá bem a alegria que tive<br />

Concluída a batalha <strong>de</strong> flores os veí-<br />

Mas, ao lado d'estas, outras sem si-<br />

sofridos.<br />

em não encontrar nas «Poezias Escolhiculos<br />

que se quizerem conservar <strong>de</strong>ntro<br />

gnificação nem brilho:<br />

O -serviço d'ambulancia era dos bomdas» aquelas <strong>de</strong> que não gostava. E, se<br />

do recinto, estacionarão no local que lhes<br />

beiros voluntários.<br />

excetuar a »Inscrição para o túmulo dum<br />

fôr <strong>de</strong>stinado.<br />

« Teus olhos pretos<br />

Durante as corridas tocou a filarmó-<br />

gato» e o «Bemdito,» absolutamente sem<br />

No local avèrá barracas em que Se-<br />

« Ctmo a ferrugem negra das laranjas » ;<br />

nica Bóa-União.<br />

valor, em todas as outras á imajens muito<br />

nhoras ven<strong>de</strong>rão flores.<br />

bélas e uma ternura gran<strong>de</strong> e melan-<br />

Para os n.<br />

cholica pelos ómens e peia Natureza.<br />

As melhores compoziçõis são para<br />

O balão do Ferrameista<br />

mim: o "Fado Politico», <strong>de</strong> que já falei,<br />

«Vós <strong>de</strong> Lonje», duma ancieda<strong>de</strong> vaga<br />

Di-vse que na próxima terça feira o penetrante, a curióza e interessante<br />

Ferramenta fará nésta cida<strong>de</strong> uma as- «Poezin dos Realejos» e os dolorozos<br />

cenção no seu balão. O local escolhido «Falla-lós».<br />

dizem ser o Largo <strong>de</strong> D. Luís.<br />

Se assim fôr, o local é o melhor da<br />

cida<strong>de</strong> e o dia muito bem escolhido por<br />

ser nesse dia que a festa do Espirito<br />

Santo em Santo Antonio tem mais concorrência<br />

não só da jente do campo como<br />

da cida<strong>de</strong>.<br />

Um grupo <strong>de</strong> académicos promove<br />

para ôje uma afetuosa festa a A<strong>de</strong>lina<br />

Abranches, a distinta atriz que tão onesta<br />

e brilhantemente se está impondo em<br />

soberbas creaçôis.<br />

Será distribuído um numero único<br />

com larga e variada colaboração.<br />

GONOL PAIVA<br />

Novida<strong>de</strong> farmacêutica—registado<br />

os 5.° e (>.° á prémios pecuniários<br />

<strong>de</strong> 2$00


4 BEKISTEWCIA - $ninta-feira, 1!> <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1Ô04<br />

Aguas da Csaría<br />

Abriu no dia lo o estabelecimento<br />

termal das aguas da Curia, a 2 kilometros<br />

da estação <strong>de</strong> Mogofores, no centro da<br />

formóza rejião da Bairrada, servido por<br />

uma béia estrada, e com carros á chegada<br />

<strong>de</strong> todos os comboios.<br />

aguas da Curia, inteiramente similhantes-<br />

ás <strong>de</strong> Contrexéville, são, como<br />

élas, aplicados nas diferentes manifestaçõis<br />

<strong>de</strong> artritismo, e estão tendo uma<br />

gran<strong>de</strong> aceitação no pais, sendo já muito<br />

conhecidas e uzadas em <strong>Coimbra</strong>. Tomão-se<br />

em jejum e ás refeiçõis, e são<br />

duma extraordinaria áção fortificante, diurética<br />

e dij estiva. Como purificadoras do<br />

sangue, com uma mineralização tão rica,<br />

não á nenhumas no pais que se lhe avantajem,<br />

tal é a opinião do distinto chimico<br />

e professor Charles Lepierre.<br />

A época termal promete este ano ser<br />

muito animada na Curia, on<strong>de</strong> funcionará<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 1.° <strong>de</strong> junho o Hotel Santos, instalação<br />

mo<strong>de</strong>sta, emquanto a empreza não<br />

começa a construção do Gran<strong>de</strong> Hotel<br />

projétádo.<br />

A diréção jeral <strong>de</strong> instrução publica<br />

não creará, nos liceus do reino, quaisquei<br />

atritos aos alunos que ali estejam<br />

a terminar os seus cursos, no intuito <strong>de</strong><br />

lhes <strong>de</strong>fifcultar a entrada nas escolas superiores.<br />

Acentuárão-se as melhoras do sr dr<br />

Henriques da Silva, que entrou já em<br />

franca convalescença.<br />

O sr. Bispo Con<strong>de</strong> solicitou a nomea<br />

ção do engenheiro sr. Theophilo Goes<br />

para vogal da comissão das obras <strong>de</strong><br />

restauração da bé Velha.<br />

Concurso <strong>de</strong> tiro<br />

Ainda não está <strong>de</strong>finitivamente assente<br />

o dia em que ha<strong>de</strong> realisar-se o concurso<br />

<strong>de</strong> tiro nacional. Healisa-se porem<br />

por todo.o mes <strong>de</strong> junho e disso prevenimos<br />

ds atiradores Civis <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para<br />

este concurso ha já muitos valiosos prémios<br />

para os concorrentes que mais se<br />

distinguirem, sendo alguns <strong>de</strong>lles oferecidos<br />

pelas magestadcs, ministérios do<br />

Reino, Guerra e Marinha, Camara Municipal,<br />

Direcção Geral dos Serviços <strong>de</strong><br />

Manteria, União dos Atiradores Civis<br />

PortúguezeS, Grupo Patria, Grupo Suisso,<br />

Escola Pratica <strong>de</strong> Manteria, etc.<br />

Além <strong>de</strong>stes primos hverá um outro<br />

oferecido por uma comissão, <strong>de</strong> senhoras<br />

que para elle subscreveu cada uma com<br />

a quantia <strong>de</strong> 500 réis.<br />

Todos os atiradores concorrentes, em<br />

virtu<strong>de</strong> do regulamento do Tiro Nacional,<br />

teem a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> regressar pelos caminhos<br />

<strong>de</strong> Ferro do Estado ás suas terras<br />

gratuitamente. Segundo consta, o ministro<br />

da Guerra ohtexe também da compa-,<br />

nhia real £0 por cento <strong>de</strong> abatimento nas<br />

passagens dos atiradores concorrentes.<br />

O praso para a entrega <strong>de</strong> requerimentos<br />

solicitando admissão aos exames<br />

singulares do Lyceu, começa em 1 <strong>de</strong><br />

junho e vae até 15 do mesmo mez, sendo<br />

a propina <strong>de</strong> cada exame <strong>de</strong> 2$660 réis.<br />

Foi concedida a aposentação <strong>de</strong>finitiva,<br />

com o or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> 4:200$000 réis annuaes,<br />

aos professores da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />

srs. drs. Bernardo <strong>de</strong> Albuquerque e<br />

Pereira Dias.<br />

Os candidatos que prelendão ser admittidos<br />

á matricula nas Escolas Normaes,<br />

<strong>de</strong>vem apresentar os seus requerimentos<br />

<strong>de</strong> 4 a 13 <strong>de</strong> junho, na Secretaria das<br />

mesmas Escolas.<br />

Parece certo que o governo concorre<br />

3 exposição agrícola que se <strong>de</strong>ve realizar<br />

por ocazião das festas da Rainha Santa,<br />

na Escola Nacional <strong>de</strong> Agricultura, com<br />

os exemplares <strong>de</strong> pecuaria que possue<br />

na cou<strong>de</strong>laria <strong>de</strong> Vizeu e <strong>de</strong> Anadia.<br />

Reúne no dia 25 do corrente a congregação<br />

facial da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />

para a nomeação dos jurys para os<br />

actos.<br />

T O U H A 3 3 A<br />

Reúne• amanhã o curso do 4.° ano<br />

jurídico, para lhe serem distribuídos os<br />

bilhetes para a tourada com que este<br />

curso festeja a terminação das suas aulas.<br />

Os cartazes anunciando esta tourada,<br />

são <strong>de</strong>zenho do académico Alvaro <strong>de</strong><br />

Castro. Já e*tão a litografar e dizem ser<br />

primorózos.<br />

Tomarão posse dos seus logares-<strong>de</strong><br />

professores efètivos da Escola <strong>de</strong> Farmácia,<br />

para que ultimamente foram nomeados,<br />

os srs. drs. José Cypriano Rodrigues<br />

Diniz e Manuel Fernan<strong>de</strong>s Costa.<br />

Voz «la Justiça<br />

Entrou no seu 3.° anno <strong>de</strong> publicação<br />

este nosso presado collega da Figueira<br />

da Foz, que com tanto brilho e <strong>de</strong>nodo<br />

combate pela <strong>de</strong>mocracia.<br />

As nossas saudações.<br />

D O BRAZIL<br />

Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />

<strong>de</strong> á 12 anos, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />

e varias pessoas <strong>de</strong> minha família <strong>de</strong><br />

doenças no estomago e nos intestinos<br />

recorri a muitos remedios, passando 4<br />

anos sem encontrar alivio a meus males;<br />

finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />

dc dr. Heinzelmen, remedio feito com<br />

ervas dos mátos do Brazil. conseguindo<br />

me curar radicalmente em poucas semanas.<br />

Por ser verda<strong>de</strong>, para bela dos<br />

que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />

publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />

Pedro Aguiar <strong>de</strong> Meio<br />

(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />

As pílulas do dr. Heinzelman feitas<br />

com vejetais das matas brazileiras, eurão<br />

em pouco tempo todas as moléstias do<br />

estomago, fígados e intestinos.<br />

Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />

£ilva & C.\ Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />

Repara... Lê... Trata-se<br />

dos teus interesses<br />

13 aaos sâo passados<br />

<strong>de</strong>pois que<br />

is c instipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />

ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />

encotnodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes cóm o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcatrão, compostos (11 eííoçádos<br />

ílilagrOzos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />

do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />

junto a outras substancias apropriadas,<br />

se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />

eficácia.<br />

E tanto assim, que os bons rezulládos<br />

obtidos com uzo dos Sacharnli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />

compostos (iftebuçádos JIi!agrOzos)<br />

são confirmados, não só por<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />

mas também por abalizádos facultativos.<br />

Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />

pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />

>Iodà Illii$ti c àdà<br />

Jornal das famílias — Publicação semanal<br />

Diretor a: D. LEONOR MALDONADO<br />

Condições da assinatura : por ano com<br />

1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />

mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />

com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />

5$t)00 réis.<br />

Semestre, 26 números com 900 gravuras<br />

em preto e coloridas; 20 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 2ti números<br />

com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2$500<br />

réis.<br />

Trimestre, l i números com i50 gravuras<br />

em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 13 números<br />

com 200 gravuras do bordados, 1^300<br />

réis.<br />

[ Cada número da Moda Ilustrada o<br />

acompanhado dum número do Petil Eco<br />

<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />

em todos os géneros, roupas do corpo,<br />

<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />

croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />

fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se<br />

na Moda Ilustrada, a tradução em português<br />

daquelle jornal.<br />

Assina-se em todas as livrarias do<br />

reino na do editor — Antiga Casa Ber<br />

trand Jozé Bastos,—rua Garrétt, 73 e<br />

75, Lisboa.<br />

Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

ORARIO PROVIZÓRIO<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a rua Infante D, Augusto<br />

P a r t i d a s<br />

0 largo das Ameias Darualnfante D, Augusto<br />

G h e 30 m m<br />

manhã 7 h manhã<br />

7 »(a) 7,30 ><br />

7,30 > 8 »<br />

8 » 8,30 » (b)<br />

8,30 » 9<br />

9.30 D 10 " »<br />

10,30 D 11 »<br />

11 K 11,30 »<br />

11,30 p 12 »<br />

12 1> 12,',0 tar<strong>de</strong><br />

12,30 tar<strong>de</strong> 1<br />

1 > 1,30 »<br />

1,30 » 2 »<br />

2 » 2,30 »<br />

2,30 » 3<br />

3 D 3,30 »<br />

3,30 4 »<br />

4 » 4,30 »<br />

4,30 » 5 »<br />

5 » 5,30 »<br />

5,30 .» 6,30 »<br />

0 » j 7,30 »<br />

7,30 » 8,30 noite<br />

8 noite 9,30 »<br />

9,30 » 10 »<br />

10 j 10,30 »<br />

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />

D. Augusto.<br />

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.<br />

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />

e Estação B<br />

P a r t i d a s<br />

da R. Infante d. Augusto' da Estação<br />

6 h tar<strong>de</strong><br />

8, noite<br />

6 h e 58 m tar<strong>de</strong><br />

S h e 45 m noite<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a estação B- dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />

P a r t i d a s<br />

Do largo das Ameias da estação<br />

3» 10 manhã<br />

5 ,55 »<br />

8,10<br />

2 ,30 tar<strong>de</strong><br />

3,: 6<br />

4 .35<br />

5 ,37<br />

6 ,25<br />

6,50<br />

8,10<br />

12,15<br />

A 03<br />

02 t/j<br />

O<br />

iS 'o o<br />

M G,-Q<br />

o<br />

~<br />

®<br />

5<br />

s<br />

cn o<br />

o<br />

a -2 -p<br />

es s <strong>de</strong> ferro á<br />

rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />

Estação B dos caminhos f'e ferro á<br />

Caza do Sal — 20 réis.<br />

A assinatura para os bilhetes pessoais<br />

está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />

12$000; e 9&000 réis para os menores <strong>de</strong><br />

14 anos e ereados, sendo estes últimos<br />

le logáres na plantaforma dos carros.<br />

o <strong>de</strong> mobili<br />

M a Q u i n t a ú a C u m e a d a<br />

DOS<br />

Her<strong>de</strong>iros do Fallecido Araujo<br />

Domingo, 8 <strong>de</strong> maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tar<strong>de</strong>, e mais<br />

dias seguidos durante o mez <strong>de</strong> maio, ven<strong>de</strong>m-se por baixos preços os<br />

seguintes objectos:<br />

Um guarda louça, um aparador, um fogão <strong>de</strong> cozinha com cal<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> cobre, uma fornalha <strong>de</strong> ferro, um fogareiro <strong>de</strong> cobre, differente bateria<br />

<strong>de</strong> cozinha, um fogão <strong>de</strong> sala com seu respectivo cano <strong>de</strong> zinco, uma<br />

commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro<br />

leitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, seis mezas <strong>de</strong> sala com pedra mármore, dois consolles<br />

com pedra mármore, uma meza <strong>de</strong> damas, um rico jogo <strong>de</strong> gamão e<br />

outros <strong>de</strong> damas, <strong>de</strong> pau preto, com pedras <strong>de</strong> marfim, quatro ricos<br />

quadros para sala, mais seis ditos, uma alampada para entrada <strong>de</strong> casa,<br />

seis candieiros <strong>de</strong> metal antigos, quatro figuras <strong>de</strong> gesso em tamanho<br />

natural com suas respectivas columnas, um piano bom para estudo,<br />

estantes para musica, duas banheiras, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> creança, lavatórios<br />

toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro <strong>de</strong> crystal.<br />

Uma capella completa com rica talha, e um orgão portátil, duas<br />

alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para-igreja, differentes<br />

castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> sola,<br />

com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (ca<strong>de</strong>irinha),<br />

oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica <strong>de</strong><br />

cimento, uma bomba para elevação <strong>de</strong> agua, uma gaiola-viveiro, gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro avulso, uma collecção <strong>de</strong> torneiras <strong>de</strong> metal, ma<strong>de</strong>iras<br />

<strong>de</strong> castanho, dois contadores <strong>de</strong> pau preto, algumas mezas do mesmo<br />

pau antigas, trez retretes volantes, uma meza elastica <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m,<br />

para 12 ou 30 pessoas, uma jardineira com pedra mármore, um par <strong>de</strong><br />

jarras antigas, differentes redomas, mezinhas <strong>de</strong> cabeceira com pedra<br />

.mármore, meza <strong>de</strong> abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios commodas<br />

para arrecadação <strong>de</strong> roupas, colchão <strong>de</strong> arame e outros <strong>de</strong> lã,<br />

bal<strong>de</strong>s e regadores, ca<strong>de</strong>iras retretes, e mais miu<strong>de</strong>zas que estarão<br />

patentes e que tudo se ven<strong>de</strong>rá por preços resumidos.<br />

C ò r c s d o s f a r ó i s<br />

Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />

Vermãha, estação B..<br />

Branca, Caza do Sal.<br />

Amare\o escuto, reservado.<br />

Des<strong>de</strong> o dia 1 <strong>de</strong> Maio na estação da<br />

Rua do Infante D. Augusto recebem-se<br />

encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />

a gran<strong>de</strong> e pequena, velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />

do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />

haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />

Só se recebem volumes cujo pezo<br />

máximo não seja muito superior a cem<br />

kilos.<br />

Ileeebem-se ammeios para serem<br />

lixados iso Interior <strong>de</strong><br />

iodos os carros em circulação<br />

peSo preço aanal <strong>de</strong><br />

IS^OOQ réis, seisdo os<br />

anúncios e seios por conta<br />

do anunciante.<br />

O MUNDO BLBCIAKT-G<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Rélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Preles).<br />

Redátores das'secções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />

D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />

Rregero, Paris.<br />

Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />

ALFAIATE<br />

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />

e estranjeiras.<br />

Confeções para ómens e crianças,<br />

pelos últimos figurinos.<br />

Vestes para ecleziasticos.<br />

Camizas, gravatas, suspensórios e<br />

diversos artigos para ómem.<br />

PREÇOS RGZUllIDOS<br />

»<br />

Fabrica <strong>de</strong> Ceramíca da Pampillioza<br />

(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong>-feíro)<br />

Mourão Teixeira Lopes & 0. a<br />

Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />

as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />

<strong>de</strong> construção<br />

Os produtos désta fabrica, especializando<br />

a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem<br />

se pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />

prima e esmero do fabrico,,obtido<br />

pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />

Remetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />

as requisitar.<br />

ESCRITORIO E DEPOZITO:<br />

Rua <strong>de</strong> Alexandre Eiculano, S36<br />

PORTO<br />

Fabriea: PAMPILHOZA do BOTÃO<br />

Telegramas: .KERAMOS — Porto<br />

Telefone 532<br />

Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> — Bazilio<br />

Xavier Andra<strong>de</strong> & F. os<br />

ARRENDAMENTO<br />

Frutuôzo da Costa Alemão, arrenda<br />

em praça particular no dia 29 do corrente<br />

pelas 10 horas, na sua caza, praça<br />

do Comércio n.° 59, 2.° o seu prédio<br />

sito na rua da Madalena proximo da estação<br />

nova. Recebem-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já propostas<br />

em carta fechada. Dá esclarecimentos o<br />

procurador Rocha Ferreira, rua da Sofia,<br />

56.<br />

Azilo <strong>de</strong> mendicida<strong>de</strong><br />

No dia 22 do corrente mès <strong>de</strong> maio,<br />

ao moio dia, na secretaria dò Azilo <strong>de</strong><br />

Mendicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, perante a comissão<br />

administrativa, ão-<strong>de</strong> arrendar-se<br />

em praça-todas as cazas e lojas do mesmo<br />

Azilo que terminão 6 seu arrendamento<br />

pelo proximo S. João.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 4901.<br />

O Secretario,<br />

João Augusto cCAtmeida Araujo Pinto.<br />

Mestre <strong>de</strong> tecidos <strong>de</strong> lã<br />

Preciza-se <strong>de</strong> um bem prático e que<br />

saiba a fundo do seu ofício na Fábrica<br />

<strong>de</strong> Lanifícios <strong>de</strong> Lor<strong>de</strong>llo.<br />

Rua <strong>de</strong> Serralves n.° 2í5 — Porto.


Água da Guria<br />

(Mogofores—Anadia)<br />

REZISTENCIA - $niata-feii a, 1» <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> lOOl<br />

Sulfatada—Calcica<br />

A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

E«tnhelecimento l>aliiear a 2 Kilonietros da estação


Editor<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

ELEIÇÕIS<br />

Perante o fementido movimento<br />

eleitoral que se vai preparando, por<br />

or<strong>de</strong>m do governo combinado com<br />

os progressistas, como os factos o<br />

<strong>de</strong>monstráo, parecerá á primeira<br />

vista que se impõe a abstenção<br />

eleitoral dos republicanos, que não<br />

<strong>de</strong>verám tomar parte na fárçada<br />

torpe, cinicamente enscenada nó"<br />

gabinete do ministro do reino. Assim<br />

o parecerá e certamente correlijionarios<br />

nossos serám <strong>de</strong>sta opinião,<br />

convencidos, <strong>de</strong> que resultaram<br />

ineficazes e <strong>de</strong> todo perdidos<br />

quaisquer esforços que se empreguem<br />

numa campanha eleitoral.<br />

Sob o ponto <strong>de</strong> vista restrito<br />

<strong>de</strong> triunfos eleitorais, dadas a veniaga<br />

do rotativismo monárquico,<br />

a corrução politica que lavra. e as<br />

frau<strong>de</strong>s dós recenseamentos, averá<br />

mo^ivps <strong>de</strong> razão nos qué assim<br />

pensarem. Mas é bem certo também<br />

que, embora o partido republicano<br />

rezolva não concorrer em<br />

massa á Urna das politicas batotas,<br />

<strong>de</strong>verá <strong>de</strong>ixar aos agrupamentos<br />

locais a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> apreciarem as<br />

conveniências partidarias que póssâo<br />

recomendar, nó momento, esta<br />

atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração e afirmação<br />

<strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong> perante a urna.<br />

localida<strong>de</strong>s averá on<strong>de</strong> será<br />

talvês inoportuna esta <strong>de</strong>monstração;<br />

outras ha em que tomar parte<br />

rias eleiçõis se impõi como uma necessida<strong>de</strong>.<br />

Dever-se-á, porém, <strong>de</strong>ixar passar<br />

a ocazião em que os partidos<br />

monárquicos, que governam com<br />

as suas clientelas domesticadas, se<br />

preparam para clamar ao país que<br />

Os républicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

conscios do seu alto <strong>de</strong>ver e da sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> moral néste gran<strong>de</strong><br />

momento da politica portuguêza,<br />

encontrão-se unidos e <strong>de</strong>cididos a<br />

empregár tôdos os seus esforços,<br />

<strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> vaidá<strong>de</strong>s ingrátas e nocivas,<br />

a bem da organisação do<br />

partido. Nésta orientação trabálhão,<br />

nórteádos somente pelo cumprimento<br />

do seu <strong>de</strong>vêr, com o que não<br />

tázem mais do que seguir o exemplo<br />

dos seuscorrelijionários <strong>de</strong> tôdo<br />

o país.<br />

Urje que se realize ésta obra <strong>de</strong><br />

organização; e enten<strong>de</strong>m os républicanos<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> que, presente-<br />

Radiante...<br />

O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro, na<br />

« Tar<strong>de</strong>, » jovial e pan<strong>de</strong>go como<br />

um melro que é :<br />

A primeira arremetida das oposições<br />

foi leonina: combinan-se, seria uma<br />

vez, hão só o governo, mas o partido rejenerador<br />

! Em 2(3 do proximo mez <strong>de</strong><br />

junho, entre o S. João e o S. Pedro,<br />

apagava-se na istória o nome da coletivida<strong>de</strong><br />

politica que mais a enche <strong>de</strong> gloria<br />

nos últimos 50 anos — o nome da<br />

« rejeneração!»<br />

A «rejeneração» a encher a istória.<br />

..<br />

Perdoará o incisivo pamfeletario,<br />

mas a «rejeneração» á data<br />

não faz mais do que encher-lhe o<br />

copo.<br />

E não é pequena a tarefa. . .<br />

Republicanos <strong>de</strong> Vizeu<br />

Os nossos prezados correlijionarios<br />

<strong>de</strong> Vizeu, entre os quais avultão elementos<br />

<strong>de</strong> indiscutível valia, elejêrão á dias<br />

as suas comissõis paroquiais e municipal,<br />

que ficárão assim compostas:<br />

Comissão municipal<br />

Efétivos —Alfredo Lobão, proprietário<br />

; José Perdigão, negociante; Virjilio<br />

Botelho, negociante; Jozé da Silva Pereira,<br />

negociante; Ricardo Pais Gomes,<br />

advogado.<br />

Substitutos — Antonio Simõis, capitalista<br />

; Antonio Marques Gue<strong>de</strong>s, negociante<br />

; Antonio Gomes Nogueira, negociante<br />

; Francisco Roque Coelho, farma<br />

ceutico; Bernardo Ribeiro <strong>de</strong> Souza, farmacêutico.<br />

Typ. Democratiea<br />

ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

do d.r. Nunes da Ponte, se reunirão <strong>de</strong><br />

dicadissimos republicanos para tratar <strong>de</strong><br />

trabalhos <strong>de</strong> reorganização, sendo <strong>de</strong> esperar<br />

que, tanto naquéla cida<strong>de</strong> como<br />

em outros pontos da Beira Baixa, se<br />

constitúão núcleos republicanos importantes.<br />

De algumas localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> província<br />

tem o dirétor dêste jornal recebido cartas<br />

<strong>de</strong> correlijionarios que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> á muito,<br />

pe<strong>de</strong>m que se trate a serio <strong>de</strong> trabalhos<br />

<strong>de</strong> reorganização republicana. 0 dr. João<br />

<strong>de</strong> Menezes tenciona ir a algumas déssas<br />

localida<strong>de</strong>s, bem como, logo que lhe seja<br />

possivel, realizar conferencias <strong>de</strong> propaganda<br />

fóra <strong>de</strong> Lisboa.<br />

0 nosso ilustre correlijionário sr. dr.<br />

Nunes da Ponte enviou a seguinte carta,<br />

em resposta á circular enviada pela commissão<br />

municipal:<br />

com eles está a opinião, <strong>de</strong>ver-se-á,<br />

dizíamos, <strong>de</strong>ixar passar este momento<br />

sem claramente <strong>de</strong>monstrar<br />

que tal afirmação é tredamente<br />

falsa? Certamente, não.<br />

; Des<strong>de</strong> que o partido republicano,por<br />

i odiosas leis adre<strong>de</strong> preparadás<br />

para expulsar os republicanos<br />

do parlamento, se encontra rta impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fazer triuntar os<br />

seus candidatos, reprezentantes da<br />

opinião esclarecida e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

do país, tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> por outra<br />

forma fazer ver ao país que, se outra<br />

fòsse a moralida<strong>de</strong> politica <strong>de</strong><br />

quem governa, as representações<br />

republicanas não po<strong>de</strong>riam ser-nos<br />

roubadas. Corre-lhe esse <strong>de</strong>ver e<br />

cumpri-lo-á, tanto mais que em<br />

nada obsta a que tal se faça o facto<br />

<strong>de</strong> concorrerem á urna as localida<strong>de</strong>s<br />

que assim o enten<strong>de</strong>rem conveniente.<br />

O partido républicano entrou em<br />

uma fráze nova <strong>de</strong> organização que<br />

a tôdos cumpre auxiliar e promo<br />

vêr. Não á républicano tyue no rao j<br />

mente, como fácto significativo <strong>de</strong><br />

organização e concentração <strong>de</strong> elementos<br />

<strong>de</strong> combáte, embora tenhão<br />

a certeza dos atropelos da lei e da<br />

falcificacão dos recenseamentos, é<br />

conveniente levárem á urna os seus<br />

votos pela Républica. Os nossos não<br />

se compram a dinheiro nem a favores,<br />

nem se obteem por quaisquer<br />

pressõis; sám livres e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

7 manifestação » <strong>de</strong> consciências<br />

livres.. E' assim que nós os queremos<br />

. Serám poucos ? Terám a<br />

alta significação <strong>de</strong> outros tantos<br />

carateres onestos e-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes^<br />

que se não vergam a ambições <strong>de</strong><br />

interesses nem a corrupções <strong>de</strong> galopins.<br />

Frei «Jacinto<br />

O sr. Jacinto Candido, jeral da<br />

or<strong>de</strong>m dos nacionalistas, vae brevemente<br />

peregrinar pelo Norte em<br />

«tournée » eleitoral.<br />

Isto o que oficialmente consta.<br />

Porque particularmente se boqueja<br />

que s. ex.<br />

mento presente, tenha o direito <strong>de</strong><br />

rezervár as enerjias e <strong>de</strong>dicações,<br />

que todas são <strong>de</strong>vidas ao partido,<br />

que o mesmo é que á Nação. E<br />

nenhum á que as rezérve. Enpenhádos<br />

como nos encontramos tô<br />

dos nésta obra santa da rejenéração<br />

nacional, tôdps vimos trazer á grandióza<br />

construção o coeficiente do<br />

nósso esforço.-<br />

a vae em viajem <strong>de</strong> propaganda.<br />

do « Depurativo Dias<br />

Amado. . . »<br />

O Dr. Carneiro<br />

De vários jornais:<br />

«0 sr. dr. Carneiro <strong>de</strong> Moura,<br />

diretor do Liberal, con<strong>de</strong>na a guerra,<br />

fruto das ambições e egdismos<br />

dinásticos, reputando-a impossível<br />

para o futuro, graças aos progressos<br />

da <strong>de</strong>mocracia.»<br />

Este Carneiro que falia em a?nb<br />

iço is e" egoísmos dinásticos, mais nos<br />

progressos da <strong>de</strong>mocracia, é dos mais<br />

bravos exemplares das manadas.<br />

Monarchicos, em cujos pastos abundantes<br />

tem engordado e crescido.<br />

Agora anda a pregar a pás.<br />

PorqUe elle sabe quanto lhe<br />

conveio cessai as hostilida<strong>de</strong>s com<br />

o sr. Intze Ribeiro. . .<br />

Pè<strong>de</strong>-nos um leitor que lhe digamos<br />

quanto ganha atualmente o<br />

sr. Carneiro <strong>de</strong> Moura.<br />

Estamos á espera <strong>de</strong> saber<br />

quanto ganha s. ex. a Viajem rejia<br />

Ainda não vimos fixar-se na imprensa<br />

bfl.cioza <strong>de</strong>smentido convincente ao boato<br />

da próxima viajem rejia, que o dadivozo<br />

governo do sr. Uintze oferece ao soberano<br />

como paga reconhecida da confiança <strong>de</strong><br />

que tem recebido inequívocas provas.<br />

Parece, pois, que a viajem se fará,<br />

dispen<strong>de</strong>ndo-se compita alguns milhares<br />

<strong>de</strong> contos <strong>de</strong> reis.<br />

0 pais que protestou ainda ha bem<br />

pr?aco, numa campanha ruidosa contra o<br />

<strong>de</strong>sbarato dos dinheiros públicos, <strong>de</strong>ve<br />

attentar no facto, significativo do <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m<br />

com que todos os altos po<strong>de</strong>res olham<br />

as suas reclamações. E para sua completa<br />

edificação, <strong>de</strong>ve ainda reflectir na<br />

atitu<strong>de</strong> d'aquela imprensa que, invetivando<br />

o governo com gran<strong>de</strong> liberalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> palavrões duros, se abstém <strong>de</strong> comentar,<br />

mesmo ao <strong>de</strong> leve, o assumpto,<br />

passando-lhe longe, ao largo, sem receio<br />

<strong>de</strong> que, tocando-.o, vão pelos ares todos<br />

uS seus planos e esperanças <strong>de</strong> tomar o<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

0 assumpto é escabrozo, e quaisquer<br />

consi<strong>de</strong>rações que se lhe façam pó<strong>de</strong>in<br />

injustamente attinjir a Corôa, que continua<br />

naquele engano d'alma em que os<br />

governos a teem e que é a <strong>de</strong>sgraça do<br />

pais...<br />

Nós aguardamos mais apropinquado<br />

lance <strong>de</strong> comentarmos o sucesso.<br />

PersegHíçõis no exercito<br />

Vários jornais têm anunciado perseguiçõis<br />

no exército, levadas a cabo pela<br />

intolerância ferós do Marechal <strong>de</strong> Trajouce.<br />

Tudo é possivel, e nem para extranhezas<br />

dá, a consumar-se, i) facto já tão<br />

comentado, visto que a atitu<strong>de</strong> do exercito,<br />

tendo favorecido largamente o seu<br />

próprio <strong>de</strong>sprestijio e enfranquecimento,<br />

<strong>de</strong>u mais audacia aos ditadores ministeriais<br />

para o insultarem e perseguirem.<br />

Á quem acredite numa reação salutar<br />

e condigna.<br />

Talvês, mas duvidamos. O exercito<br />

ainda se não abituou a <strong>de</strong>sprezar or<strong>de</strong>ns<br />

ilegais e a <strong>de</strong>volver sem respostas certos<br />

recados umilhantes...<br />

Esteve nesta cida<strong>de</strong> o distinto literato<br />

sr. Julio Dantas.<br />

Chegou no domingo a Lisboa, vindo<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, o sr. coronel comandante<br />

como diretor do rejimento <strong>de</strong> infantaria 23, Guilherme<br />

do «Liberal» para <strong>de</strong>pois fazer- Vitorio <strong>de</strong> Freitas.<br />

mos a conta.<br />

Sua ex.<br />

Mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já po<strong>de</strong>mos afirmar<br />

que é um Carneiro <strong>de</strong> exijente alimentação,<br />

e capás <strong>de</strong> tosquiar os<br />

proprios parceiros. . .<br />

a Comissõis paroquiais<br />

Oriental<br />

Efétivos — Antonio da Silva Sequeira,<br />

cirurjião-<strong>de</strong>ntista; Antonio Martins, industrial<br />

; Manoel Rodrigues Bastos, comerciante.<br />

Substitutos — Antonio Francisco Pereira,<br />

industrial; Jozé d'Albuquerque<br />

(Santo Ivo); industrial.<br />

Oci<strong>de</strong>ntal<br />

Efétivos—Alberto Jozé da Silva Basto,<br />

industrial; Antonio Lourenço Simõis, comerciante;<br />

Manoel da Silva Léi, industrial.<br />

Substitutos — António da Silva Martins,<br />

industrial; Eduardo Gomes, industrial.<br />

Aos nossos prezados correlijionarios<br />

enviamos as mais afétuózas saudações<br />

pelos seus trabalhos <strong>de</strong> organização, que<br />

é indispensável e urjente promover e<br />

realizar em todo o país. E é com gran<strong>de</strong><br />

prazer que noticiamos a próxima constituição,<br />

em varias terras, <strong>de</strong> importantes<br />

núcleos, <strong>de</strong>stinados á <strong>de</strong>feza efétiva das<br />

i<strong>de</strong>ias republicanas, <strong>de</strong>fèza que por meio<br />

<strong>de</strong> conferencias e outros processos <strong>de</strong><br />

propaganda se exten<strong>de</strong>rá e afervorará<br />

crescentemente. E é dispensável o encarecimento<br />

pleno da obra <strong>de</strong> reconstituição<br />

dos antigos agrupamentos partidarios.<br />

Já o dissémos: é assim que o partido<br />

republicano á-<strong>de</strong> fortificar-se e vencer.<br />

Mas, já o dissémos também é preeizo<br />

que esses núcleos-que se constituem não<br />

tenhão uma existencia <strong>de</strong>corativa, inútil,<br />

que se impônhão um programa, que o<br />

executem com <strong>de</strong>cizão e perseverança,<br />

que tenhão iniciativa e tatica.<br />

Irão pouco e<br />

a^aba <strong>de</strong> tirar ponto para o<br />

exame que vem fazer para jeneral, e em<br />

que <strong>de</strong>certo manterá os bons créditos <strong>de</strong><br />

que goza <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu curso que foi distinto,<br />

e no <strong>de</strong>zempenho <strong>de</strong> varias comis<br />

sões <strong>de</strong> serviço.<br />

: Ex.<br />

poucif conquistando terreno.<br />

Serão ôje um grupo minusculo,<br />

que os caciques po<strong>de</strong>rózos olharão com<br />

estúpido <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m, mas <strong>de</strong> grupo se transformarão<br />

em lejião, e ámanhã serão triunfadores<br />

aclamados os vencidos <strong>de</strong> ôje.<br />

Para <strong>de</strong>ante I Com muita fé e muita<br />

tenacida<strong>de</strong>, com animo forte para todos<br />

os sacrifícios e disposto a todas as repulsas<br />

e a todas as <strong>de</strong>rrotas, unindo-nos<br />

cada vês mais estreita e efétivamente<br />

para uma gran<strong>de</strong> -einprêza a que <strong>de</strong>vem,<br />

sacrifiear-se sem ezitaçõis todàs >as <strong>de</strong>ssi<strong>de</strong>ncias<br />

e melindres, vamos erguer o<br />

país para uma gran<strong>de</strong> e purificadora<br />

campanha contra esta ignóbil politica <strong>de</strong><br />

quadrilheiros que nos avilta, bomos ôje<br />

a única esperança. On<strong>de</strong> vàmos gritar<br />

palavras <strong>de</strong> protesto, dizer palavras <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>, logo somos aclamados com sinais<br />

claros <strong>de</strong> a<strong>de</strong>zão entuziastica<br />

0 pais será comnosco, se rezolutamenle<br />

nos dispuzermos a acordal-o com<br />

o ruido vibrante dum gran<strong>de</strong> protesto.<br />

Unamo-nos! On<strong>de</strong> ouver republica<br />

nos, que êles se agrupem e trabalhem<br />

com todo o entuziásmo e toda a esperança,<br />

certos <strong>de</strong> que o seu trabalho frutificará<br />

béla e largamente.<br />

Sejamos todos e<br />

*<br />

só pela Republica 1<br />

Do nosso ilustrado coléga 0 Debate:<br />

Também na Guarda, on<strong>de</strong> esteve o<br />

dirétor d' 0 Debate, e sob a prezi<strong>de</strong>ncia<br />

mn snr. dr. Severiano José da Silva—Vara<br />

satisfazer os <strong>de</strong>zejos <strong>de</strong> v. ex. a ,<br />

expressos na sua circular <strong>de</strong> 14 do corrente,<br />

começarei por respon<strong>de</strong>r a v. ex. a<br />

que, soldado combatente do partido republicano,<br />

sou partidario <strong>de</strong> todas as<br />

lutas sérias, mas adversario intranzijente<br />

<strong>de</strong> todas as batotas in<strong>de</strong>corozas.<br />

Ora se as eleiçõis neste nosso pais,<br />

nunca primarão, nem pelo voto consciente<br />

do nosso povo, mergulhado ainda<br />

ôje numa medieval ignorância, nem pela<br />

còrreção dos nossos governos monárquicos,<br />

empenhados quasi sempre criminozamente<br />

na conservação do seu predomínio,<br />

é certo qúe se regulárão' em<br />

tempo por leis que permitíão, por um<br />

esforço supremo <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s, que erguessem<br />

a vós no parlamento alguns reprezentantes<br />

lejítimos dos círculos que<br />

lhes confiavam os diplomas.<br />

A' proporção, porém, que o povo<br />

das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s se foi <strong>de</strong>mocratizando<br />

e qué esses esforços supremos se<br />

fôrão repetindo, os governos da monarquia<br />

fôrão substituindo essas leis por<br />

outras cada vez menos liberaes, até ao<br />

ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretarem ditatorialmente a<br />

obuoxia lei vijente que acabou por cerrar<br />

por completo as portas do parlamento a<br />

quem quer que tosse que se não sujeitasse<br />

ao carimbo aviltante do placet ministerial.<br />

Noutro qualquer país cávizado da<br />

Europa, que porventura se não ouvesse<br />

revolucionado perante tão <strong>de</strong>zaforada<br />

audacia, não averia talvez meia dúzia<br />

d'omens dignos e graves, que aceitassem<br />

um diploma <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado lavrado em tão<br />

mizeraveis condiçõis.<br />

Mas não é ainda esse o motivo primordial<br />

que me leva a pronunciar contra<br />

a nossa intervenção na eleição politica<br />

que se vai finjir.<br />

Com semelhante lei e claro que não<br />

podíamos mandar um único dos nossos<br />

correlijionarios ao parlamento; mas podíamos<br />

aproveitar o ensejo para afirmar<br />

mais uma vez os nossos principios, alargar<br />

a nossa propaganda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong>zenrolar<br />

o nosso programa d'administração,<br />

fomentar a cohezão das nossas<br />

forças, lutar emfim, que é a primeira<br />

cnndição <strong>de</strong> vida d'um partido politico<br />

que procura realizar aspiraçõis e se<br />

propõe fazer triunfar i<strong>de</strong>ias.<br />

Outras razõis ainda me <strong>de</strong>terminão<br />

[•no meu modo <strong>de</strong> vêr. E' que essa mesma<br />

lei draconeana é vilmente sofismada.<br />

Os recenseamentos sãq jeralmente<br />

falsificados com o mais impu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>spejo<br />

e as operaçõis d'escrutinio são ;em<br />

muitas assembleias transformadas em<br />

actos <strong>de</strong> uma baixa e in<strong>de</strong>cente «eserdquerie».<br />

Para presidir a certas e <strong>de</strong>terminadas<br />

mezas eleitorais, <strong>de</strong>stinadas à falcatrua<br />

repugnante, escolhem-se essas infijnas<br />

e reles figuras d'uma galopinajem<br />

anónima e <strong>de</strong>spejada, que do meio da<br />

força publica que as ampara e proteje,<br />

alar<strong>de</strong>iam a sua petulante audacia, roubando<br />

cinica e impunemente os votos dos<br />

eleitores in<strong>de</strong>fezos.<br />

E é sobre este lamaçal <strong>de</strong> infamias<br />

que se ergue o po<strong>de</strong>rio dos partidos rotativos,<br />

e se apertam os laços siamezes


<strong>de</strong> todos os bandidos polilieos que trem<br />

levado o país á ruína vergonhoza em<br />

que se encontra ôje.<br />

Ora incomodar um partido inteiro,<br />

sem a mais lijeira esperança <strong>de</strong> vitoria,<br />

expondo os nossos correlijionarios a prezenciarem<br />

resignadamente o roubo ignóbil<br />

dos votos que <strong>de</strong>pnzeram ria urna,<br />

roubo cometido na prezente conjuntura,<br />

unicamente "para que os arautos agaloados<br />

d'essa safada quadrilha <strong>de</strong> politiqueiros<br />

mizeraveis possam clamar reverentes,<br />

perante o Senhor que os manda,<br />

a gloria ipócrita <strong>de</strong> terem exterminado<br />

os últimos vestijios do republicanismo do<br />

Norte, parece-nos tarefa <strong>de</strong>maziadamente<br />

dispensável.<br />

Não; o que é precizo é iniciar um<br />

largo movimento <strong>de</strong> protesto e <strong>de</strong> reaçãn<br />

contra semelhante infamia, tanto mais<br />

que todos reconhecem ôje que essa revoltante<br />

batota se pratica no criminozo<br />

intuito <strong>de</strong> protelar in<strong>de</strong>finidamente nas<br />

mãos d'uma oligarquia <strong>de</strong>testada a faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r explorar livre e <strong>de</strong>zassombradamente<br />

o país.<br />

Para isso po<strong>de</strong>ríamos e <strong>de</strong>veríamos<br />

apelar <strong>de</strong> novo para todos os portuguezes<br />

onestos, para as forças vivas da Nação,<br />

que bem acabam <strong>de</strong> mostrar quanto<br />

lhes repugna a continuação do sistema<br />

<strong>de</strong> piihagem em que vivemos, e sobretudo<br />

para aqueles que teem por nobre<br />

missão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a patria dos seus inimigos<br />

tanto externos como internos, e sem<br />

cujo apoio tão patente ignominia á muito<br />

teria <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> se consentir.<br />

Fechar por via <strong>de</strong> taes processos as<br />

portas do parlamento a quem quer que<br />

possa lejilimamente reprezentar o povo,<br />

em pais que se diz reprezentativo, é<br />

levar ao requinte do cinismo a <strong>de</strong>sfaçatez<br />

do absolutismo.<br />

A um movimento d'essa natureza<br />

associar-se-iam certamente todos aquelles<br />

a quem repugna a torpeza d'essa mistificação<br />

aviltante, a que os nossos omens<br />

públicos chamam pompozamente — eleição—e<br />

que todos conhecem como a mais<br />

in<strong>de</strong>coroza batota.<br />

Foz, 19-5—904.<br />

Pela Republica!<br />

De V. Ex. s ,<br />

Correlijionario venerador,<br />

J. Nunes da Ponte.<br />

Vem <strong>de</strong> alistar-se na imprensa republicana<br />

o nosso prezado coléga Semana<br />

Alcobacense.<br />

Abertamente, e uma nobre e patriótica<br />

<strong>de</strong>cizão, fás a profissão da sua nova<br />

fé, que promete <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r com todo o<br />

entuziásmo e intranzíjencia.<br />

Saudamos muito afétuózamenteo novo<br />

camarada <strong>de</strong> luta.<br />

Parabéns.. -<br />

Uma comissão <strong>de</strong> senhores do Jardim<br />

Zoolojico foi aprezentar ao sr. Pequito<br />

felicitaçõis pela sua ascenção nos conselhos<br />

da coroa.<br />

Não tem reparado que os cavalheiros<br />

do Limoeiro são menos amaveis?<br />

Que nos conste nunca mandarão <strong>de</strong>putação<br />

aos colegas que tão alto tem<br />

conseguido grimpar-se...<br />

Centro Eleitoral Republicano<br />

José Falcão<br />

Devem inaugurar-se brevemente neste<br />

«Centro» series <strong>de</strong> conferencias e palestras<br />

instrutivas, que abrirão uma epoeha<br />

<strong>de</strong> entusiástica e perseverante propaganda<br />

nesta cida<strong>de</strong>.<br />

Sabemos que ao Centro Jozé Falcão<br />

vão fazer conferencias alguns dos vultos<br />

mais prestigiozos do partido republicano,<br />

versando com a sua notável proficiência<br />

assunto^ <strong>de</strong> politica e administração.<br />

Nomeação<br />

Foi nomeado medico da colonia Villa-<br />

Fernando o sr. dr. João <strong>de</strong> Matos Cid.<br />

Ao agraciado, que reúne apreciaveis<br />

qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carater e largos recursos<br />

<strong>de</strong> saber, enviamos o nosso cartão <strong>de</strong><br />

parabéns.<br />

Empreitadas<br />

Foi adjudicada ao sr. Joaquim dos<br />

Santos Machada, d'Abrunheira, a obra<br />

<strong>de</strong> calcetamento e conslreção <strong>de</strong> passeios<br />

da rua <strong>de</strong> Lourenço d'Almeida Azevedo.<br />

A adjudicação foi feita pela quantia<br />

dc 1. í iOíOCO réis.,<br />

© espirito<br />

Tulherias<br />

Não foi em 1869, como erradamente<br />

saiu no ultimo artigo, mas em 1870,<br />

no proprio ano da quéda do império, que<br />

teve logar o plebiscito Em 18CW fôrão as<br />

eleições jerais, que reprezentárão, por<br />

assiin dizer, o <strong>de</strong>spertar da França.<br />

A preocupação excluziva do imperador<br />

era afogar, era <strong>de</strong>struir os republicanos.<br />

Em França avia mais partidos.<br />

Mas o mais perigozo <strong>de</strong> todos era o republicano.<br />

0 gran<strong>de</strong> perigo é essel dizia bastas<br />

vezes o imperador.<br />

E era. Era o gran<strong>de</strong> perigo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1793! 0 gran<strong>de</strong> perigo para todas as<br />

monarquias europeias 1 A Republica era<br />

a meta, era o objetivo, era o fim! A<br />

Revolução feriu <strong>de</strong> morte o espirito monárquico.<br />

Aniquilou o para sempre.<br />

Quantas torrentes <strong>de</strong> sangue vertido,<br />

quantas somas fabulozas <strong>de</strong>sperdiçadas,<br />

quantos prejuízos <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m, quantas<br />

<strong>de</strong>sgraças, quantos crimes, por se<br />

não compreen<strong>de</strong>r esta verda<strong>de</strong> !<br />

Adiar soluçõis, impostas pela fatalida<strong>de</strong><br />

das circunstancias e do tempo, é<br />

o maior erro que se pô<strong>de</strong> cometer na<br />

vida dos indivíduos ou na vida dos povos.<br />

Erro que se paga sempre com juros<br />

exorbitantes, arrancados mais do que á<br />

nossa bolsa; também á nossa onra, também<br />

ao nosso sangue!<br />

0 gran<strong>de</strong> perigo é essel dizia o imperador.<br />

Tudo, menos rnpublicanos I<br />

Contra os republicanos se fês êsse<br />

odiozissimo golpe d'estado <strong>de</strong> dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>*<br />

zernóro,acompanhado e seguido,na França<br />

inteira, <strong>de</strong> assassinatos, <strong>de</strong> infamias, <strong>de</strong><br />

atrocida<strong>de</strong>s sem nome.<br />

Contra os republicanos se fês a campanha<br />

da Criméa, isto é, como dis Taxile<br />

Delord na sua Istoire Ilmtrée du Second<br />

Ernpire, para que a França esquecesse<br />

o dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, e o exercitó os seus<br />

antigos chefes.<br />

Contra os republicanos se fês a guerra<br />

<strong>de</strong> Italia, isto é, como dis ainda o citado<br />

istoriador, para que a França esquecesse<br />

a sua liberda<strong>de</strong> perdida.<br />

Contra os republicanos se organizou<br />

a expedição do México, isto é, para ce<strong>de</strong>r<br />

ás manobras, para satisfazer as exijencias<br />

dos clericais, uma das forças em<br />

que se apoiávão as Tulherias, na sua<br />

guerra ferós, e constante, á <strong>de</strong>mocracia.<br />

Contra os republicanos se fés a guerra<br />

<strong>de</strong> 1870, isto é, para apagar o efeito das<br />

eleições <strong>de</strong> 18B9, do plebiscito <strong>de</strong> 1870,<br />

do assassinato <strong>de</strong> Vitor Noir, para <strong>de</strong>sfazer<br />

a onda <strong>de</strong> indignação e <strong>de</strong> revolta,<br />

que tinhão produzido tantas infamias,<br />

tantos crimes, onda que crescia <strong>de</strong> instantes<br />

a'instantes, que se avolumava,<br />

que se alíeava, emfim, a correr, ameaçando<br />

pavorozamente, como um castigo<br />

<strong>de</strong> Deus. cair com estrondo, cair com<br />

fúria, esmagando-as, subvertendo-as, sobre<br />

as Tulherias.<br />

Contra os republicanos se <strong>de</strong>u a capitulação<br />

<strong>de</strong> Metz e a capitulação <strong>de</strong><br />

Sédan.<br />

A Republica era um espetro, que se<br />

erguia ameaçador, que se erguia orrendo,<br />

aos olhos das Tulherias. Era precizo tirar<br />

d'ali o espetro, corre-lo, afujenta-lo, mata-lo,<br />

que as Tulherias querião viver<br />

tranquilas, querião dormir <strong>de</strong>scançadas.<br />

Para isso tudo se fazia. Tudo era admissível.<br />

Tudo era licito. Tudo ! Tudo!<br />

Fazia-se uma lei <strong>de</strong> imprensa, que<br />

não <strong>de</strong>ixasse escapar nada pela malha.<br />

Mas, mesmo assim, em surdina, chegava<br />

cá fóra um lijeiro protesto? Jornais apreendidos<br />

e suprimidos. Portas das tipografias<br />

fechadas e seladas. Jornalistas e tipógrafos<br />

expulsos á coronhada. No melhor<br />

cazo, um policia á porta da tipografia<br />

para não <strong>de</strong>ixar sair ninguém, salvo'o<br />

outro policia, o que estava lá <strong>de</strong>ntro,<br />

para levar, á censura, a primeira folha<br />

que se imprimisse!<br />

Não imajine ninguém que, por mais<br />

que o pareça, estamos fazendo a istória<br />

<strong>de</strong> outros paizes. Nós estamos fazendo a<br />

istória da França no segundo império,<br />

fstoria <strong>de</strong> rigoroza verda<strong>de</strong>. Lê-<strong>de</strong>, e<br />

vereis! os livros já por nós citados, e<br />

todos aquêles que quizer<strong>de</strong>s.<br />

Chuz! Ruz 1 Nem palavra. Nem pio.<br />

Pedia-se licença para uma reunião? Negada<br />

a licença. Projétava-se fazer a reunião<br />

sem licença? Ocupado militarmente<br />

o local da reunião. No melhor cazo,<br />

dava-se a licença? Dissolvida a reunião,<br />

á primeira palavra mais viva que se<br />

pronunciasse. Nem acompanhar os mortos<br />

ao cemiterio. Os pobres mortos! As<br />

ruas apinhávão-se <strong>de</strong> tropa para impedir<br />

o cortejo fúnebre. Os cemiterios érão<br />

ocupados militarmente, para impedir, não<br />

já os discursos, mas os soluços, mas as<br />

lagrimas, mas o ultimo a<strong>de</strong>us, á beira<br />

tia sepultura. Os pobres mortos! E os<br />

StttZI&TEiVCl A llonúngo, 22 <strong>de</strong> llaio <strong>de</strong> 1004<br />

jornais recebião or<strong>de</strong>m para não dizer<br />

palavra no dia seguinte.<br />

A liberda<strong>de</strong> eleitoral era como a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> imprensa, era como a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reunião, como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

associação, como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> catedra,<br />

como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tribuna. As Tulherias<br />

não querião republicanos na camara!<br />

Mas a vós <strong>de</strong> Vitor Hugo, a vós <strong>de</strong><br />

Quinet, e d'outros, a d'esses dois sobretudo,<br />

trovejava do exilio, e chegava á<br />

França, por mais guardas fiscaes que<br />

ouvesse na fronteira, e mais beleguins a<br />

espiar os comboios e os correios. Respondia-Ihe<br />

o silencio. Mas esse silencio<br />

era como o silencio dos tumulos. Metia<br />

mêdo!<br />

0'! Silencio sepulcral, silencio orroroso,<br />

que, <strong>de</strong>mais, tinha este contra: <strong>de</strong>ixava<br />

que se ouvisse o bramir da consciência<br />

!<br />

E as Tulherias, apavoradas, procuravam<br />

gente que as <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse, que as<br />

apoiasse. E as Tulherias recorriam a<br />

todos os réclames, a todos os expedientes<br />

<strong>de</strong> popularida<strong>de</strong>. E as Tulherias, para<br />

embriagar, para esquecer, lançavatn-se<br />

n'um rodopio <strong>de</strong> festas, rfuma vida doida<br />

<strong>de</strong> prazeres, custasse o que custasse,<br />

estimulando as classes ricas, e todos os<br />

viciosos, ao mesmo rejimen <strong>de</strong> gôzos e<br />

folganças.<br />

0 amôr do oiro, diz Taxile, tornou<br />

se o sentimento dominante das classes<br />

elevadas, e, até, d'aquelas que se gabavam<br />

<strong>de</strong> ter por regras únicas da vida o<br />

<strong>de</strong>zinteresse e a onra. As pessoas <strong>de</strong><br />

negócios, acrescenta, uzavam dos meios<br />

<strong>de</strong> influencia, que dão a intriga e a corrução,<br />

para obter monoplios, privilejios,<br />

outros <strong>de</strong> natureza equivalente. Os empregados<br />

<strong>de</strong> categoria venciam por tres<br />

e mais empregos. E esta socieda<strong>de</strong> nova,<br />

escreve ainda o referido istoriador, este<br />

mundo exquisito, composto d'altos funcionários<br />

com tríplices vencimentos, <strong>de</strong><br />

financeiros enriquecidos por processos<br />

in<strong>de</strong>corozós, <strong>de</strong> traficantes <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m,<br />

<strong>de</strong> intrigantes e cortezãs, espalhava<br />

o oiro a mãos cheias e vivia em festas<br />

permanentes.<br />

Ao par e passo que a mizeria publica<br />

crescia! O preço dos jeneros alimentícios,<br />

da carne sobretudo, chegou a um ponto<br />

assustador. As abitações dos pobres tornaram<br />

se mizeraveis e caríssimas, por<br />

isso que nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s os bairros<br />

velhos foram substituídos por bairros<br />

opulentos. Cazas novas, mas ele rendas<br />

elevadas, sem ninguém pensar em construir<br />

cazas ijienicas e baratas para as<br />

mais Ínfimas classes sociaes. Os rendimentos<br />

do estado não chegavam para<br />

tamanhas vorajens <strong>de</strong> loucuras. Os municípios<br />

endividavam-se extraordinariamente.<br />

Portanto, novos impostos, crescendo<br />

dia a dia, agravavam a infelis situa<br />

ção do povo.<br />

As Tulherias, ao mesmo tempo que<br />

continuavam nas suas cruéis ezijencias<br />

<strong>de</strong> dinheiro, engulindo o que era licito e<br />

o que era ilícito, finjiam ter dó das multidões,<br />

e orgartisavam kermesses, benefícios,<br />

subscrições, mealheiros em favor<br />

iFelas.<br />

A imperatriz, sabendo tudo, diz Taxile,<br />

que se pô<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r no < Sacré<br />

Coeur, era uma mulher piedoza, <strong>de</strong> profunda<br />

<strong>de</strong>voção temendo a Deus e amando<br />

os pobres. Lançou-se, <strong>de</strong> braços abertos,<br />

no partido clerical. Os bispos tiveram<br />

nela a sua amiga, o seu baluarte, a<br />

sua força. Por sua intervenção se impozeram,<br />

mandaram, governaram. Aliados,<br />

ela e eles, no santo ardor da fé contra<br />

os republicanos, contra os livres pensadores<br />

1 Era ela, é sempre Taxile que c<br />

refere, quem fazia lêr, e assinalava a<br />

seu marido, os artigos menos agradaveis<br />

ao trono e ao altar, incitando o imperador<br />

a fazer sjiprirrrr os jornaes que os<br />

publicavam. Os padres reinavam, com<br />

toda a amplitu<strong>de</strong>. O dogma da Imaculáda<br />

Conceição foi recebido, em toda a França<br />

com estrondosas manifestações oficiaes<br />

<strong>de</strong> Jubilo. O clero recebe or<strong>de</strong>ns para<br />

ensinar ás creanças, nas escolas, os arti -<br />

gos do «Silabus». Do «Silabus», do<br />

« Silabus », o supremo atentado á dignida<strong>de</strong><br />

umana I<br />

Amôr, com amôr se paga. Ao batisado<br />

do príncipe imperial assistiram 86<br />

bispos! O imperador, viajando, não<br />

atravessava uma diocese sem que o bispo<br />

viesse, ; á frente do clero, saudar o «Salvador<br />

da socieda<strong>de</strong> »<br />

0 recrutamento dos a<strong>de</strong>ptos fazia-se<br />

entre omens sem escrupulos, aventureiros<br />

sem valor moral, jeralmente <strong>de</strong> medíocre<br />

valor inteletual. Também, o que<br />

o imperador preferia eram «omens <strong>de</strong><br />

pulso! »<br />

Saint Arnaud avia sido caixeiro viajante,<br />

comediante, mestre <strong>de</strong> armas, etc.<br />

Magnan, outro aventureiro. Fleuri, um<br />

« viveur», foi feito ajudante do imperador<br />

só por montar bem a cavalo. Espi<br />

nasse, um imbecil, foi feito presi<strong>de</strong>nte<br />

do conselho só por ser um soldado bru-<br />

L I T E R A T U R A & A R T E<br />

K ATUCHA<br />

Cheia <strong>de</strong> graça e frêsca como as rozas<br />

Viveu tecendo, sob o olhar <strong>de</strong> Deus,<br />

Os sonhos que nas tar<strong>de</strong>s silenciozas<br />

— Jezus sonhou, fitando os claros ceos.<br />

Ouviu, tremendo, a muzica dos ninhos,<br />

Amou, cantando, as lúcidas es'pra"ças,<br />

Como a sorrir, á beira dos caminhos<br />

— Jezus amou, <strong>de</strong>scalço, entre as creanças.<br />

Depois, maldita, por têr muito amado,<br />

O dôce e triste, <strong>de</strong> que o mundo ria,<br />

Chorou o pranto que na crus pregádo.<br />

— Jezus chorou na ora da agonia.<br />

Errante, pelos sonhos, perseguida,<br />

Quantas vêzes, nas noites dolorozas,<br />

Se não lembrou que fôra noutra vida<br />

Cheia <strong>de</strong> graça e frêsca como as rozas. . .<br />

Espirito gentil que pelo mundo<br />

Como Jezus, sonhou, amou, chorou. . .<br />

Ergue p'ra o sol o teu olhar profundo<br />

Cristo resuscitou!<br />

( Do numero único<br />

A<strong>de</strong>lina Abranches) CARLOS AMARO.<br />

tal, capaz <strong>de</strong> todas as violências para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

o trono.<br />

Toda essa gente era festejada, favorecida,<br />

agrupada num fim único: combater<br />

os republicanos.<br />

A monarquia resumia a sua vida neste<br />

ponto: afujentar o espetro, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se<br />

da Republica.<br />

Era a sua obcecação. Nesse intuito<br />

arriscou tudo, jugo» tudo. Violências,<br />

festas, corruções, batalhas, miravam só a<br />

isto: vencer, ou, pelo menos, adormecer<br />

a opinião.<br />

Quando a opinião acordou enfurecida,<br />

quando em 186g, elejeu uns poucos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>putados republicanos, entre eles Gambeta<br />

e Rochefort, quando a quinta parte<br />

do exercito, no plebiscito <strong>de</strong> 1870, se<br />

manifestou contra o império, apezar <strong>de</strong><br />

todas as corruções e brutalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caserna,<br />

a monarquia jogou a ultima cartada<br />

: a guerra <strong>de</strong> 1870.<br />

E jogou-a como o batoteiro reduzido<br />

aos extremos da infamia.<br />

Razaine, em Metz, foi o requinte da<br />

pulhice. Napoleão, em Sédan, não lhe<br />

ficou a <strong>de</strong>ver nada.<br />

Este biltre, que, nas vesperas do<br />

golpe <strong>de</strong> estado, do dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />

dizia aos militares, que tinham a<strong>de</strong>rido<br />

á conspiração: «Je ne vous dirais pas:»<br />

Slarehez, je vous suls : « mais je<br />

vous dirais: » tle marche, sulvezmol!<br />

não teve força moral, nem fizica,<br />

para montar a cavalo, e cair vencido<br />

como um ornem, ou morto, á frente das<br />

suas tropas.<br />

Só teve esse grito <strong>de</strong> angustia, esse<br />

grito <strong>de</strong> dôr, <strong>de</strong> fraqueza, <strong>de</strong> urriilhação,<br />

<strong>de</strong> covardia, que Zola na «Debacle » lhe<br />

atribue:<br />

01 ce cânon, ce cânon, qui ne cesse<br />

pas I<br />

Contra os republicanos, isto é, contra<br />

a liberda<strong>de</strong>, contra a verda<strong>de</strong>, contra o<br />

direito, não dizia: «Marche, eu vos sigo,»<br />

Dizia: «Eu marcho, segui-me.» Contra o<br />

inrnigo da patria não sabia marchar, nem<br />

seguido dos outros, nem seguindo os outros!<br />

Sabia carpir, sabia lamentar o tiro<br />

do canhão, que lhe ajitava a bexiga e os<br />

rins, para acabar por escrever ao rei.<br />

da Prússia, ao Monsieur mon Frère ele,<br />

le bom Frère Napolèon, remetendo-lhe a<br />

sua espada, que só para esse ato ignóbil<br />

saia da bainha!<br />

A' óra em que o pobre cabo João, o<br />

valente cabo João, o cabo <strong>de</strong> esquadra<br />

intemerato e fiel, o cumpridor austero<br />

do <strong>de</strong>ver, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantas fadigas, <strong>de</strong><br />

tantos sofrimentos, <strong>de</strong> tantas dôres, <strong>de</strong><br />

tantos perigos, só confiava no pôr do sol<br />

como termo <strong>de</strong> martírios.<br />

Ce cochon <strong>de</strong> soleil!.<br />

Qiiand il será couc.hê e qríil fera muit,<br />

on ne se balra plus, peut étre !<br />

E o sol põe-se, emfim. Emfim ! Emfim<br />

!<br />

A ce cochon <strong>de</strong> soleil, le vóila donc<br />

qui se conche.<br />

Emfim! Emfim 1<br />

Como este grito sujestivo vale só poti<br />

si por um poema !<br />

A noite traz a paz, o <strong>de</strong>scanço, uma<br />

trégua d'algumas óras. Paz e <strong>de</strong>scanço<br />

para os mortos, que não serão pisados<br />

a patas <strong>de</strong> cavalo. E paz e <strong>de</strong>scanço<br />

para os vivos, qne irão daí a pouco,<br />

quando as aves romperem o canto alegre<br />

da alvorada, cair, por sua vez, ao lado<br />

<strong>de</strong>les. Morrer por um frascario sem pudor.<br />

0 vil frascario! Morrer pelas Tulherias,<br />

um antro <strong>de</strong> vícios e vergonhas.<br />

Morrer, enviando aos filhos, á mulher<br />

amada, o ultimo suspiro. Como WeísS,<br />

ali, aos olhos <strong>de</strong> Inriqueta, fuzilado contra<br />

um muro, como um cão! Como o<br />

sargento, Onorio, lá em cima, sobre a.<br />

peça, agarrando a carta <strong>de</strong> Silvina, no<br />

ultimo estertor, e apertando-a contra o<br />

coração!<br />

Pôr do sol <strong>de</strong> ignominia, nascer do<br />

sol <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mção.<br />

0 império morria ao anoitecer. A<br />

Republica surjia com a aurora.<br />

E a Republica foi, para a França, uma<br />

verda<strong>de</strong>ira re<strong>de</strong>nção!.<br />

•' '• Í iíff!f;> ! j iíífilJjÇIOlQ<br />

Pelo licen<br />

D'O Povò d'Aveiro. <br />

O prazo para a entrega <strong>de</strong> requerimentos<br />

para os exames <strong>de</strong> instrução<br />

primaria do 2.° gráu é <strong>de</strong> 15 a ^0 do<br />

proximo més <strong>de</strong> Junho, e <strong>de</strong> 20 a 30 do<br />

mesmo mês para a entrega das relações<br />

dos alunos propostos para exame do 1.°<br />

gráu.<br />

Os alunos só pó<strong>de</strong>m ser propostos a<br />

exame do 1.° gráu pelos professores lega'mente<br />

inscritos na secretaria da inspéção,<br />

ou pelos chefes <strong>de</strong> familia, quando<br />

a educação dos candidatos ao exame se<br />

ája efétuadi no ensino domestico.<br />

Consta que, ao contrario do que era<br />

esperado, este ano só po<strong>de</strong>rão fazer exame<br />

do 2.° gráu os alunos que tiverem feito<br />

o ano passado o 1° rráu, não a\endo,<br />

portanto, portaria que dispense a aprezentação<br />

do ceitificado d'exame do 1.°<br />

gráu no áto da entrega dos requerimentos<br />

para o 2.°.<br />

Os exames do 1.° gráu terão logar<br />

nas escolas durante o mês <strong>de</strong> Julho e os<br />

do 2.° no mês d'Agosto.<br />

Rrevemente serão publicados editais<br />

regulaudo a fórma dêsses exames.<br />

Foi pedida autorização para serem<br />

removidos da ca<strong>de</strong>ia da Figueira da Fós<br />

para a <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> os prezos Joaquim<br />

Marques e Inácio d'Assumção.<br />

0 Grupo Muzical Jozé Mauricio, comemora<br />

no proximo domingo o ti. 0 aniversario<br />

da sua fundação.


GONOL PAIVA<br />

Novida<strong>de</strong> fârmaeeutieâ.—registado<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />

e crónicas, sanguíneas ou puru<br />

lentas.<br />

Cura rápida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />

A' venda na farmácia e drogaria:<br />

Rodrigues da Silva, ^-<strong>Coimbra</strong>,<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

COMUNICADO<br />

Papinhas alteradas<br />

Tem alguns jornais dado noticia que<br />

a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tinha apreendido<br />

farinhas <strong>de</strong> nossa marca, consi<strong>de</strong>radas<br />

impróprias para consumo pelo laboratorio<br />

<strong>de</strong> ijiéene, por se acharem alteradas e<br />

orrutas, pela áção do tempo, cumpro-nos<br />

<strong>de</strong>clarar ao publico em jeral e em especial<br />

aos nossos estimados clientes, que<br />

não somos moajeiros, mas sim fabricantes<br />

<strong>de</strong> massas alimentícias, e <strong>de</strong>baixo<br />

-tíêste titulo nos achamos matriculados.<br />

Compramos trigos rijos próprios para<br />

esta industria e não para panificação;<br />

dêles extraímos semola <strong>de</strong> primeira, se-;<br />

gunda e terceira qualida<strong>de</strong>, com que fabricamos<br />

massas alimentícias das tres<br />

classes l.\2. a e 3. a .<br />

Os reziduos que ainda produzem estes<br />

trigos além da semola, são tres qualidaes<br />

<strong>de</strong> pó que pela sua baixa qualida<strong>de</strong> já<br />

não servem para massas, e que nós <strong>de</strong>nominamos<br />

farinha rija, mas que não tem<br />

semelhança Com a farinha fina própria<br />

para panificação, -nem a ven<strong>de</strong>mos como<br />

tal, visto que o seu preço é 40 70 menos<br />

que aquéla; e os restos ainda produzidos<br />

pela moajem do trigo.são quatro tipos,<br />

<strong>de</strong> rolão.e farelo, e tanto estes como<br />

aquélas tres qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pó são por<br />

nós pastas no mercado á venda, e se o<br />

publico as consome ou não, em uzo proprio,<br />

é çazo que nós não .po<strong>de</strong>mos prever<br />

nem remediar, e nem mesmo as consi<strong>de</strong>ramos<br />

prejudiciais á saú<strong>de</strong> quando estejão<br />

em bom estado <strong>de</strong> conservação.<br />

HS MSTKSÍÇIA — Aomingo, £3 <strong>de</strong> Maio )<br />

9,30 D 10 »<br />

10,30 > 11 »<br />

11 í 11,30 > • "<br />

11,30 » 12 f<br />

12 » 12,30 tar<strong>de</strong><br />

12,30 tar<strong>de</strong> 1 »<br />

1 » 1,30 D<br />

1,30 D 2 »<br />

2 » 2,30 »<br />

2,30 » 3 ><br />

: a,3 • D | 3,30 D<br />

mobília<br />

Wa IJasiuia 0,30 n' 1 f?;efíòO<br />

0 » 7,30 »<br />

7,30 T> 8,30 noite<br />

8 noite 9,30 M<br />

9,30 > 10 »<br />

10 > 10,30 I<br />

(a) Directo da Casa do Sal árua do Infante<br />

D Augusto.<br />

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.,<br />

Carreiras diretas entre a R, do infante d. Augusto<br />

-<br />

Rua<br />

Ferreira, Borjes.<br />

1 • B<br />

P a r t i d L a s<br />

da R. Infante d. Augusto |<br />

G h da Estação<br />

tar<strong>de</strong><br />

0'' e 58<br />

8, noite<br />

m tar<strong>de</strong><br />

8 h e 45 m noite<br />

Carreiras entre, o largo das Ameias<br />

e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />

Partidas<br />

Do largo das Ameias<br />

3 h I 0 m Domingo, 8 <strong>de</strong> maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tar<strong>de</strong>, e mais<br />

dias seguidos durante o mez <strong>de</strong> maio, ven<strong>de</strong>m-se por baixos preços os<br />

seguintes objectos:<br />

Um guarda louça, um aparador, ura fogão <strong>de</strong> cozinha corp cal<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> cobre, úmà fornalha <strong>de</strong> ferro, um fogareiro <strong>de</strong> cobre, differente bateria<br />

<strong>de</strong> cozinha, um fogão <strong>de</strong> sala com seu respectivo cano <strong>de</strong> zinco, uma<br />

commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro<br />

leitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, seis mezâs <strong>de</strong> sala com pedra mármore, dois consolles<br />

com pedra mármore, uma meza <strong>de</strong> damas, um rico jogo <strong>de</strong> gamão e<br />

outros <strong>de</strong> damas, <strong>de</strong> pau preto, com pedras <strong>de</strong> marfim, quatro ricos<br />

quadros para sála, mais seis ditòs, uma alampada para entrada <strong>de</strong> casa,<br />

seis candieiros <strong>de</strong> metal antigos, quatro figuras <strong>de</strong> gesso em tamanho<br />

natural com .sua-s respectivas columnas, um piano bom para estudo,<br />

estantes pará musica, duas banheiras, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> creança, lavatórios<br />

toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro <strong>de</strong> crystal.<br />

Uma capella completa com rica talha, e um órgão portátil, duas<br />

alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para igreja, differentes<br />

castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> sola,<br />

com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (ca<strong>de</strong>irinha),<br />

oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica <strong>de</strong><br />

cimento, uma bomba para elevação <strong>de</strong> agua, uma gaiola-viveiro, gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro avulso, uma collecção <strong>de</strong> torneiras <strong>de</strong> metal, ma<strong>de</strong>iras<br />

<strong>de</strong> castanho, dois contadores <strong>de</strong> pau preto, algumas mezas do mesmo<br />

pau antigas, trez retretes volántes, uma meza elastica <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m,<br />

para 12 bu Jõ" péssôas; uriia jardineira com pedra mármore, um par <strong>de</strong><br />

larras antigas, differentes redomas, mezinhas <strong>de</strong> cabeceira com pedra<br />

mármore, meza <strong>de</strong> abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios commodas<br />

para arrecàdação <strong>de</strong> roupaí, c'olchão <strong>de</strong> árame e outros <strong>de</strong> lã,<br />

bal<strong>de</strong>s e regadores, ca<strong>de</strong>iras retretes, e mais miu<strong>de</strong>zas que estarão<br />

patenteá e que tudo se ven<strong>de</strong>rá por preços resumidos.<br />

Còrcs dos faróis<br />

Ver<strong>de</strong>,-indica á Alta.<br />

Vermelha, estação B.<br />

Branca, Caza do- Sal-.<br />

Amarelo escuro, reservado. -<br />

Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampiliioza<br />

(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />

Mourão Teixeira Lopes & ÇL"<br />

Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />

Des<strong>de</strong> o dia 1 dé Maio na estação d.a as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />

Rua do Infante XK Augusto réçehem-'se í <strong>de</strong> construção<br />

encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />

a gran<strong>de</strong> e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõk<br />

do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que Os -produtos désta fabrica, especiali-<br />

haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte. zando a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, im-<br />

da estação B Só se recebem. volumes cujo pezo põem-se pela excelente qualida<strong>de</strong> da ma-<br />

máximo não seja muito superior a cem téria prima e esmero do fabrico, obtido<br />

kilos. , . .<br />

pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfei-<br />

manhã<br />

' Cfi<br />

Cv CS<br />

çoado.<br />

5 ,55 ».<br />

D<br />

-'a) 02<br />

t/j O Recebem se amuados para se-<br />

8 ,10<br />

fíemetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />

ÍS "5 '3<br />

rem Ovados «o interior <strong>de</strong><br />

2,30 tar<strong>de</strong><br />

as requisitar.<br />

»<br />

o aj 3 a<br />

todos os carros eni-circula<br />

3 ,::0<br />

-o<br />

cão pejo |»reço aamaS <strong>de</strong><br />

4 .35<br />

f rt><br />

ESGRITORIO E DEPOZITO:<br />

~ <br />

5,37<br />

— c -a ®<br />

1S.$000 réis, sendo os Rua «le Alexandre Ercnlano, 330<br />

anuncio* e sêlos por conta<br />

PORTO<br />

0 ,25 re O ^<br />

0,40 ><br />

c/J 42<br />

do annnciante.<br />

Fabriea: PAMPILH0ZA'do BOTÃO<br />

8,10 noite<br />

3 - §3 C <br />

Telegramas: KERAMOS —Porto<br />

12 ,15<br />

iça .a<br />

Telefone 532<br />

O .!ll .\ » 0 ELEGAMTE<br />

Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> - Bazilio<br />

REVISTA AUINZEN^L ILUSTRADA Xavier Andra<strong>de</strong> & F.<br />

j V l'K i<br />

Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong> Modas, Mu|ica,JBélas-ártes, literatura<br />

indicado neste orario é consi<strong>de</strong>rado ex e atualida<strong>de</strong>s.<br />

raordinario.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Tatoéla do procos Dirétor —A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Préles)'.<br />

Largo das Ameias ou Caza do Sal á Redátores. das^séCíÇQes: Moda e vida<br />

Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Rua do Infante D. Augusto — 40 réis, Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermí-<br />

Largo das Ameias, Caza do Sal ou nia Souza.<br />

Rua Infante D. Augusto ao Mercado - L Redátora ô Correspon<strong>de</strong>nte etri Portu-<br />

30 réis.<br />

gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazometro ao Redáção e administração : 30 bis* Rua<br />

Largo <strong>de</strong> D. Luís — 30 réis.<br />

Bregero, Paris.<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro ao<br />

Mercado — 20 réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />

Cargo das Ameias ou Mercado — 50 AntoniD Ribeiro das Neves Machado<br />

réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />

ALFAIATE<br />

rua Infaute D. Augusto — 80 réis. Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />

Caza do Sal — 20 réis.<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas na-<br />

A assinatura para os bilhetes pessoais<br />

cionaes e estranjeiras.<br />

está aberta pelos preços anuais


4 REZISTJEMCIA — Domingo, <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1904<br />

Água da Guria (Mogofores—Anadia)<br />

§nlfata


Editor<br />

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Democratica<br />

ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

N.° 905 COIMBRA—Quinta-feira, 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904 IO." ANO<br />

 luta tremenda...<br />

Em informação mo<strong>de</strong>sta e breve<br />

o Diário <strong>de</strong> Noticias diz constarlhe<br />

que, no continente, está feito o<br />

acordo entre progressistas e »ejeneradôres<br />

para as próximas eleiçõis.<br />

A luta tremenda e feróz que se<br />

anunciou, em retumbantes proclamaçõis<br />

belicosas, o combate ruidoso<br />

e sangrento em que os paladinos<br />

das duas façõis rotativas se<br />

bateriam com o <strong>de</strong>nodo alucinado<br />

<strong>de</strong> beluarios antigos, esse esperado<br />

e ululante <strong>de</strong>gladiar <strong>de</strong> terás, umas<br />

contra outras lançadas na disputa<br />

da presa opima, liquidou assim nesta<br />

baixa comedia <strong>de</strong> velhos amigos que<br />

se compoem, apóz um assomos <strong>de</strong><br />

represalia, bebendo-lhe <strong>de</strong> rijo em<br />

agape <strong>de</strong> festiva reconciliação.<br />

A violência tremenda do golpe<br />

<strong>de</strong> estado, os <strong>de</strong>satinos, as imoralida<strong>de</strong>s,<br />

os atentados que constituem<br />

toda a istória <strong>de</strong>ste governo, e <strong>de</strong><br />

que numa ora fugaz <strong>de</strong> irritação se<br />

fez tamanho alar<strong>de</strong>, tudo isso se<br />

<strong>de</strong>liu da memoria dos adversarios<br />

do sr. Intze, que breve reataram<br />

o idilio daquelle amor ar<strong>de</strong>nte que<br />

por tão largo tempo os juntou. . .<br />

Não chegárão a tomar armas.<br />

A lembrança <strong>de</strong> tão bela camaradajem,<br />

com os proventos da governança<br />

repartidos amigavelmente,<br />

enterneceu-os e lançou-os, em lagrimas,<br />

nos braços uns dos outros.<br />

Tudo correrá, pois, calmamente,<br />

sem os órridos episodios <strong>de</strong> sangue<br />

que o embate dos dois exercitos inimigos<br />

<strong>de</strong>ixava advinhar.<br />

A nomeação dos senhores <strong>de</strong>putados<br />

será novamente confirmada<br />

pelo ministério do reino.<br />

O parlamento continuará a ser<br />

a mesma casa <strong>de</strong> má nota) ignóbil e<br />

suja, on<strong>de</strong> uns sujeitos aviam a<br />

correspondência particnlar, outros<br />

réclamam os seus vinhos, on<strong>de</strong> o<br />

sr. Serjio faz as suassonécas reparadoras,<br />

o sr. Claro da Rica impinje,<br />

em primeira edição, as suas sandices,<br />

e vários outros representantes<br />

da nação arrotam consoladamente,<br />

em todos os tomo, num alivio <strong>de</strong> importunos<br />

afrontamentos . . .<br />

O paiz continua, também, no seu<br />

fautàl <strong>de</strong> espetador comedido, a ver<br />

como os seus lejitimos representantes<br />

lhe zelam inflamadamente os<br />

interesses e lhe <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a pele<br />

das unhas maldosas que preten<strong>de</strong>m<br />

arrancal-a.<br />

; , *<br />

E é assim a politica dos grupos<br />

monárquicos. Entendidos, dispõem<br />

dos <strong>de</strong>stinos do paiz, sem pensarem<br />

sequer na possibilida<strong>de</strong> duma reação<br />

salutar que lhes encangalhe as<br />

combinatas amistosas.<br />

O paiz para eles nada vale, nem<br />

direitos lhe reconhecem a intervir<br />

para pleitear com amor os seus interesses.<br />

E esta segurança, este<br />

estupidamente, garanfem-lhes uma<br />

compata massa abstencionista. Os<br />

protestos, a espaços erguidos por<br />

certas classes, não os amedrontam,<br />

porque eles sabem, por velha experiencia,<br />

que esses <strong>de</strong>clamadores,<br />

chegada á óra dos trabalhos eleitoraes,<br />

entupem e vão na sua gran<strong>de</strong><br />

maioria auxilial-ós nas urnas.<br />

Assim, da abstenção estúpida<br />

<strong>de</strong> uns, da incoerencia criminosa<br />

<strong>de</strong> outros, resultou esta situação<br />

miserável : o paiz é, todo elle, uma<br />

viloria on<strong>de</strong> campam vitoriosamente<br />

os senhores da governança.<br />

Ainda á pouco o paiz, em pezo,<br />

protestou contra os <strong>de</strong>svarios dos<br />

governos. Que importa? Esse mesmo<br />

país vae affirmar agora nas<br />

urnas a sua confiança a esses governos<br />

con<strong>de</strong>nados. Porque, como<br />

dissémos, os senhores que protestão<br />

em comícios e baforam ameaças<br />

nas laudas graves <strong>de</strong> sonorozas<br />

reprezentaçõis, são os primeiros<br />

que põem a sua influencia ao dispor<br />

<strong>de</strong>ssa jente, aliciando e comprimindo,<br />

muito a seu- contento e<br />

muita da sua iniciativa.<br />

E unem-se todos, cerradamente,<br />

como se um inimigo terrível se<br />

aproximasse, quando alguém fala<br />

em republicanos.<br />

Isso não! Para lhes impedir a<br />

entrada no parlamento coligam-se<br />

todos os bandos monárquicos; e os<br />

graves varões que armam em patriotas,<br />

e têm cóleras flamantes em<br />

assembleias publicas, e queimam<br />

tropos, e fazem ameaças, não esitam<br />

em apoial-os, <strong>de</strong>cididamente,<br />

com um gran<strong>de</strong> ardor fanatico.<br />

E não querem que nós, os republicanos,<br />

façamos politica!<br />

Ilustríssimos. . .<br />

Serviço d'el-rei!<br />

Consta-nos que o sr. João Franco<br />

en<strong>de</strong>reçou circular conspicua aos seus<br />

correlijionarios <strong>de</strong> varias localida<strong>de</strong>s, reeomendando-lhes<br />

com instancia que não<br />

votem nos repub'icanos.<br />

Omens dum só rosto e duma só'fé,<br />

os austeros rejeneradores liberais não<br />

careceriam <strong>de</strong> prevenção.<br />

Mas o sr. Fianco cumpre as or<strong>de</strong>ns<br />

do seu senhor, acamaradando com todos<br />

os políticos monárquicos no tocante a fazerem<br />

provas <strong>de</strong> obdiencia servil e a disputa<br />

rem-se com <strong>de</strong>nodo os serviços do<br />

amo.<br />

Que onra, senhores» que onra se<br />

ele lhes mandasse fazer os <strong>de</strong>spejos 1<br />

De vários jornais<br />

Batalha <strong>de</strong> flores.<br />

Realizou-se no ultimo domingo, como<br />

prenunciáramos, a batalha <strong>de</strong> flores em<br />

beneficio das «Créches», a simpatica instituição<br />

que tão carinhózamente vem interessando<br />

por si a população <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>.<br />

E, para regozijos será qu« nunca<br />

esse interesse <strong>de</strong>zapareça, que mais a<br />

mais avulte o concurso prestimôzo <strong>de</strong><br />

todos os espíritos elevádos, para que a<br />

meritória instituição se mantenha e prosperamente<br />

floresça, espalhando com<br />

crescente liberalida<strong>de</strong> os seus benefícios.<br />

Pela perseverança e pelo entuziasmo<br />

que têm posto no propozito <strong>de</strong> <strong>de</strong>zafogãr<br />

a existencia das «Créches», os seus<br />

<strong>de</strong>dicados trabalhadores merecem ser<br />

com inteira justiça louvados, como merecem<br />

que todos lhes prestem a colaboração<br />

indispensável á sustentação da sua<br />

obra.<br />

Festa duplamente atraente, pela novida<strong>de</strong><br />

da diversão e pelo fim alto a que<br />

vizava, ao Cais afluiu irnia multidão enorme,<br />

que se apo<strong>de</strong>rou do recinto vedado,<br />

enchendo as ca<strong>de</strong>iras e acotovelando-se<br />

no espaço <strong>de</strong>stinado aos peões, e que se<br />

alargou ainda cá fóra, <strong>de</strong>nsamente, exten<strong>de</strong>ndo-se<br />

pela ponte, acocorando-se<br />

nas iminencias da cida<strong>de</strong>, premindo-se<br />

nas janelas.<br />

O aspeto era extremamente pitoresco<br />

cheio <strong>de</strong> animação e <strong>de</strong> vida, rezaltando<br />

na beleza da tar<strong>de</strong> lumirioza e serena.<br />

Carros, automóveis,, cavaleiros, apareceram<br />

em gran<strong>de</strong> numero, com enfeitos<br />

artísticos e jilgmis <strong>de</strong> apreciavel<br />

bom-gosto, remessando-se flores, num<br />

torneio jentil omje era grato "ser ferido<br />

...<br />

Todos os "números do programa fo-<br />

ram rigorozamente cumpridos, <strong>de</strong>spertando<br />

alguns verda<strong>de</strong>iro entuziasmo E a<br />

festa <strong>de</strong>correu sempre sem o minimo<br />

inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>zagradavel, calmamente, talvez<br />

sem essa nota estridula <strong>de</strong> alegria<br />

popular, tão <strong>de</strong> encarecer em todas as<br />

diversois.<br />

Pelo êxito da sua festa, cor<strong>de</strong>almente<br />

felicitamos a direção das «Creches»<br />

sempre tão ativa e solicita em buscar<br />

para a sua obra novos recursos <strong>de</strong><br />

vida.<br />

O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro, estatelado na<br />

«Tar<strong>de</strong>», a babar-se, com tremuras na<br />

voz espaçada, diz coizas líricas á Rainha<br />

e mostra gran<strong>de</strong> pasmo bajulador pela<br />

famóza peça oratoria com que el-rei abriu<br />

Q Congresso .Marítimo.<br />

Nunca o sr. Serjio esquece o seu papel<br />

<strong>de</strong> esfregão.<br />

Ainda mesmo nos momentos mais<br />

críticos...<br />

Começou no domingo a tradiccional<br />

romagem do Espirito Santo. Todos ;os<br />

dias o caminho <strong>de</strong> Santo Antonio dos<br />

Olivaes se coalha <strong>de</strong> carripanas atochadas<br />

<strong>de</strong> povoléu, e <strong>de</strong> ranchadas alegres,<br />

em <strong>de</strong>scantes, tangendo violas e tilintando<br />

campainhas.<br />

O local da romaria offerece um aspecto<br />

soberbo, com a sua multidão borborinhante,<br />

espraiando-se e repartindo-se<br />

terrenos fóra, as suas tendas pitforescas,<br />

as suas danças alacres.<br />

O sr. comissário <strong>de</strong> policia oficiou ao<br />

« A Coroação da Virjem do digno prezi<strong>de</strong>nte da camara, notificandolhe<br />

o facto, que reprezenta um abuzo da<br />

Sameiro será feita em nome do Companhia do Gás, <strong>de</strong> se encontrarem<br />

Santo Padre pelo seu represen- frequentemente apagados muitos candieitante<br />

em Portugal, o sr. Núncio ros da iluminação publica e outros com<br />

Apostólico.<br />

lús muito frouxa.<br />

Suas majesta<strong>de</strong>s as rainhas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>m supremo com que os par- D. Amélia e D. Maria Pia enviam<br />

tidos do rejimen o maltratam, vem jóias para a corôa que vae ser ofe- A<strong>de</strong>lina Abranches /\<br />

da lição antiga que <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> atos recida á Virjem. »"<br />

\<br />

Com este titulo fica <strong>de</strong> rezerva para<br />

sempre repetidos.<br />

Vejam agora se vão fazer pas-<br />

o proximo numero um bélo assunto, que<br />

O <strong>de</strong>sprezo que uns tantos afirsar a Virjem por receptadora das não inserimos ôje por absoluta falta <strong>de</strong><br />

mam pela politica, impru<strong>de</strong>ntemente jóias <strong>de</strong> D. Miguel. . .<br />

espaço.<br />

No EXTREMO ORIENTE<br />

A GUERRA . .<br />

Dum magnifico artigo <strong>de</strong> Bruno<br />

inserto na Vós Publica, -com a rubrica<br />

— A vitoria dos russos está na<br />

<strong>de</strong>rrota dos russos — <strong>de</strong>stacamõs o<br />

seguinte trecho:<br />

«Se a Rússia vencer finalmente, esta<br />

vitoria é uma abdicação da umana intelijencia<br />

por isso que ela mostrará que<br />

pouco importam o, estudo e a ciência,<br />

visto como a ultima palavra ficará sempre<br />

rezervada para a força brutal do numero.<br />

Porem as nações europeas que<br />

aplaudam essa estúpida vitoria ao analfabetismo<br />

russo sobre a ilustração japonêza<br />

<strong>de</strong>veriam reparar em que elas próprias,<br />

por isso que menos numerozas em<br />

sua população do que o colosso cego do<br />

moscovitismo, se colocam á mercê da<br />

infindável orda dos mujisck-s 'iriuofantes,<br />

que voltarão contra elas as armas a um<br />

aceno <strong>de</strong> seu pai temporal e espiritual,<br />

como o é o tzar, imperador e pontífice.<br />

De nada vale, pois, a ciência que tem <strong>de</strong><br />

sucumbir sob a esmagadora pressão do<br />

numero boçal, inerte mas eficás, <strong>de</strong>cisivo<br />

e <strong>de</strong>finitivo. Este espetaculo seria <strong>de</strong>smoralizador,<br />

como <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agora é <strong>de</strong>testável<br />

que a «víle iumiêre» faça votos pelo<br />

triunfo das trevas.<br />

Mas a vitoria da Rússia, sobretudo<br />

pana quem será <strong>de</strong>zastrozissima é para<br />

os... russos.<br />

O que Convém sobretudo aos russos<br />

é, na verda<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>rrota da Rússia.<br />

Porquanto a .vitoria da Rússia importaria<br />

a confirmação e.o robustecimento,<br />

pelo. prestijio da glorja militar, do rejime<br />

politico e administrativo na Rússia vijente,<br />

isto é a perpetuação in<strong>de</strong>fenida do<br />

arbítrio e da tirania, a terminação <strong>de</strong>spiedoza<br />

da opressão tradicional, o renqvamento<br />

<strong>de</strong>,vitalida<strong>de</strong> da autocracia.<br />

Pelo contrario, a <strong>de</strong>rrota da Rússia<br />

pô<strong>de</strong> sér que promova na jente militar<br />

ali uma exasperação <strong>de</strong> dôr patriótica<br />

que a leve a insurjir-sê contra o atual<br />

estado <strong>de</strong> coisas, iuaugurando no seu<br />

<strong>de</strong>sgraçado paiz instituiçõis liberais e<br />

emancipando enfim o conjunte nacional,<br />

na sua parte europeia, extraindo da vitoria<br />

do Japão a Russiá o constitucionalismo,<br />

como da vitoria da Prússia a França<br />

tirou a republica. »<br />

Xlauuel Teixeira da Cunha<br />

De uma Mielita Crónica faleeeu ontem<br />

este bemquisto industrial e onrado cidadão.<br />

Foi um <strong>de</strong>votado apostolo do movimento<br />

associativo sendo por varias vezes<br />

prezi<strong>de</strong>nte da Associação dos Altistas,<br />

do Montepio Conimbricense e <strong>de</strong> outras<br />

Associaçõis <strong>de</strong> que fazia parte. No seu<br />

funeral que se realizou ontem pelas 5<br />

óras da tar<strong>de</strong> emcorporárão-se as Associaçõis<br />

dos Artistas, e Montepio e numerozos<br />

cavalheiros <strong>de</strong> todas as classes que<br />

tinhão pelo carater onrado do extinto a<br />

maior consi<strong>de</strong>ração.<br />

A' enlutada íamilia os nossos, sentidos<br />

pezames.<br />

No dia 9 do proximo mês <strong>de</strong> junho,<br />

<strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r-se, nos paços do concelho,<br />

á arrematação, em ásta publica, da reparação<br />

do povimentò da estrada que dó<br />

bairro <strong>de</strong> Santa Ana condus á Crus <strong>de</strong><br />

Celas, bem como a coustrução dum aqueduto<br />

na mesma estrada.<br />

Egualmente se dará <strong>de</strong> empreitada<br />

a construção <strong>de</strong> latrinas e uma caza para<br />

guarda no Parque <strong>de</strong> Santa Crús, sendo<br />

a baze <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong> 44:f$000 réis.<br />

E' provável que. por cauza do serviço<br />

<strong>de</strong> exames, as aulas do liceu centrai<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> tenhão <strong>de</strong> encerrar-se no<br />

dia 18 do proximo mês <strong>de</strong> junho. .<br />

CARTA ABERTA<br />

!l W!<br />

Ill: mo Ex. 1M Sr. J. Dantas<br />

Sabendo que V. Ex. a galantemente<br />

nos blindara pela soberba patèSda, da<br />

noite <strong>de</strong> áO <strong>de</strong> maio, quando se <strong>de</strong>zenrolava<br />

emscena a pornogrnphica Severa, venho<br />

agra<strong>de</strong>cer-lhe, como um dos pateantes.<br />

as suas amaveis referencias e a<br />

situação nobremente altiva creada pôr<br />

Y. F.xii'este ligeiro torneio <strong>de</strong> dissidências<br />

artísticas. Assim com o seu brin<strong>de</strong>,<br />

agra<strong>de</strong>cendo a nota ostil por mim Ian-,<br />

çada á sua festa, cõlocou-me n'um campo'<br />

alto <strong>de</strong> combate que só encontra similar,<br />

em galhardia, nas paginas da istória, no<br />

recontro <strong>de</strong> gentilezas e rancôres chamado<br />

Fontenói.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, esse brin<strong>de</strong> pronunciado<br />

n'um jantar on<strong>de</strong> cabotinos e littérafos,<br />

corujinhas sem ninho e sem talento,<br />

proôuravam incensa-lo, tinha só<br />

por fim <strong>de</strong>monstrar que, n'esté mtrndo<br />

mais vale o rir dos cynicos e a doblez<br />

dos frágeis., que a integrida<strong>de</strong> doã fortes<br />

e a virilida<strong>de</strong> dos sãos.<br />

E como a rir encara esta situação,<br />

em que o ridículo põe já guizalheiras,<br />

vae Saber as razões que'me levaram a<br />

patea-ló, na noite <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> maio, quando<br />

a sua figura <strong>de</strong> atidor mendicante<br />

surgio em scena.<br />

Raixe Y. Ex. a da pia dos seus i<strong>de</strong>aes<br />

artísticos, on<strong>de</strong> chafurda, para que eu<br />

mais mão a mão lhe possa explicar o<br />

motivo <strong>de</strong> tão irreverente, quão insolito<br />

facto.<br />

Precisarei, talvez, dizer-lhe primeiramente,<br />

ê para o collocar mais á vonta<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> que não tenho peça absolutamente<br />

nenhuma para levar á cena, nem mnti<br />

vos <strong>de</strong> pretendidos amores clan<strong>de</strong>stinos<br />

me tolhem <strong>de</strong> bem alto dizer <strong>de</strong> minha<br />

justiça. Assim, estará Y. Ex. a perfeitamente<br />

<strong>de</strong>scançado" ao ler estas minhas<br />

linhas,- não pensando no perigo iminente<br />

d'umá leitura <strong>de</strong> peça cjue eu, em óras<br />

<strong>de</strong> fornicoques <strong>de</strong> escriptor, tenha composto<br />

ou extratado <strong>de</strong> romances em voga.<br />

Para não o massar em extremo entrarei<br />

no assumpto.<br />

No meio d'estes caracteres frustres,<br />

quasi alforrecas, sem a convicção do que<br />

vale o trabalho, na luta por um logar,<br />

capazes <strong>de</strong> se fazerem capachos, era ne^<br />

cessario que alguém, selvagem e ru<strong>de</strong>mente,<br />

lhe viésse dizer da plateia, na melor<br />

peia <strong>de</strong>sagradavel do assobio e da pateada,<br />

que alguém ha não dando os seus<br />

aplausos a esse grupo <strong>de</strong> rameiragem<br />

que vae ao asalto da gloria, como se a<br />

arte fose tavolajem ou mêza <strong>de</strong> monte.<br />

Foi um momento terrível esse da<br />

pateada, um momento <strong>de</strong> execução Capital:<br />

era uma justiça gran<strong>de</strong> e alta a ex,er<br />

cutar. Doloroso, <strong>de</strong> certo. Ninguém é<br />

algoz <strong>de</strong> coração leve e muito menos sem<br />

magua. A palida serenida<strong>de</strong> da justiça<br />

é também um pouco a pali<strong>de</strong>z do horror.<br />

Comprehen<strong>de</strong>rà todo o dó que <strong>de</strong> mim<br />

se apo<strong>de</strong>rou ao ter <strong>de</strong> fazer» esta execução."<br />

* '<br />

imagine agora quando uma mulherse<br />

mette <strong>de</strong> premeio a pedir mesericordia...<br />

a pieda<strong>de</strong> agarra-nos péla nuçà ;<br />

ôscila-se entre a,bonda<strong>de</strong> e a justiça!<br />

Sér bom è fácil, justo é dificílimo.<br />

E' doloroso, imensamente doloroso. Não<br />

calcula, não calcula que eu bem sei, a<br />

magua enorme que me inspirou quando<br />

a A<strong>de</strong>lina Abranches, meigamente, o trazia<br />

adiante, súplice-, <strong>de</strong> braços estendidos,<br />

pedindo' para si as palmas que sobre<br />

ella vinham como incitamento á Sua<br />

corajem <strong>de</strong> artista sincera, batida pela<br />

malva<strong>de</strong>z e pela inveja. Que- cobar<strong>de</strong> situação<br />

em que eu vi V. Ex. a !<br />

Faz-me dó, creia. Tive até a i<strong>de</strong>ia<br />

re<strong>de</strong>mptora <strong>de</strong>, conjunctamente com um<br />

grupo <strong>de</strong> amigos <strong>de</strong>cididos, o raptar para<br />

o livrar a tão terrível vergonha.<br />

Não pou<strong>de</strong> ser... o peor foi para V.<br />

Ex. a que tão miserável figura reprezentou<br />

n'este entremez.<br />

Outros motivos ouve para a pateada<br />

e esses dizem-se em tão poucas


2 RCSZISTKMCIA — Quiii ta-feira, 2ii <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> l»OI<br />

A S E V É R A<br />

COMUNICADOS<br />

palavras que muitos se admirarão <strong>de</strong> não<br />

lerem collaborado.<br />

Se se tratasse <strong>de</strong> fazer resurjir<br />

esse mundo <strong>de</strong> fidalgos pandilhas e trazer<br />

para a socieda<strong>de</strong> d'oje essas rameiras<br />

coroadas em scena; se a arte estivesse<br />

tão baixa que necessitasse <strong>de</strong> recorrer<br />

a todos os meios <strong>de</strong> mercantilismo<br />

ignóbil <strong>de</strong> que V. Ex. a se serve ; se<br />

uma obra em que não á uma saída digna,<br />

um personajem com moral que se<br />

aproveite, um facto significando dignida<strong>de</strong>,<br />

fosse uma obra d'arte; se o facto<br />

<strong>de</strong> aproveitar esta porcaria que em<br />

todos nós existe — a ten<strong>de</strong>ncia para a<br />

pronografia — não fosse uma baixeza ;<br />

ainda, se me dissesse que era peça para<br />

ser reprezentada entre rameiros é fadistas,<br />

encontrar-me-ia sempre do lado dos<br />

que aplau<strong>de</strong>m.<br />

Jâ vê Y. Ex. a como fácil sou <strong>de</strong> contentar<br />

n'este ponto em que estamos em<br />

<strong>de</strong>zacordo.<br />

A sua peça embora muitos queiram<br />

que estejam bem architetada e outros lhe<br />

<strong>de</strong>em palmas por ter ter tido umas tantas<br />

reprezentaçõis em Lisboa, tem para<br />

nós a consi<strong>de</strong>ração d'uma peça reprezentada<br />

em qualquer alfurja do Bairro Alto.<br />

Que significa, que elevação tem, on<strong>de</strong><br />

a reivindiçação <strong>de</strong> qualquer coisa gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ensinamento para esta socieda<strong>de</strong> que<br />

se esbrôa ? Que preten<strong>de</strong>, que procura<br />

essa peça on<strong>de</strong> só á canalhice, pelintrice<br />

elevada á categoria <strong>de</strong> vicio galante:<br />

Creia V. Ex. a , e com magna o digo,<br />

não vejo por on<strong>de</strong> lhe pegue apesar da<br />

bôa vonta<strong>de</strong> que tenho em correspon<strong>de</strong>r<br />

amabilida<strong>de</strong> por amabilida<strong>de</strong>. Mas pô<strong>de</strong><br />

coutin.uar porque muita gente séria o<br />

aplaudio.<br />

Ainda á poucos dias em conversa no<br />

caes um celebre lente <strong>de</strong> medicina o <strong>de</strong>fendia.<br />

Puz, todavia, <strong>de</strong> parte esta <strong>de</strong>feza<br />

atten<strong>de</strong>ndo a que seria para justific;<br />

r um amigavel abraço dado no palco<br />

e porque, pela situação especial em que<br />

se encontra na faculda<strong>de</strong>, a isso se vio<br />

obrigado por <strong>de</strong>ver d'officio. Attente Y.<br />

Ex. s que o ilustre medico é lente <strong>de</strong><br />

partos. A Severa foi um parto infeliz.<br />

A <strong>de</strong>feza da parte do conceituado clinico<br />

é natural.<br />

De Y. Ex. 1<br />

sendo acuzado <strong>de</strong> roubar dois castiçais,<br />

nunca mais pou<strong>de</strong> mostrar uma celebre<br />

custodia <strong>de</strong> prata lavrada da colejiada<br />

Reprezentou-se no sabado pela pri-<br />

<strong>de</strong> Guimarães don<strong>de</strong> lhe vinha este nome, Sr. redator da «Rezistencia»—Coimmeira<br />

e provavelmente ultima vês, em<br />

como po<strong>de</strong>ria vir-lhe outro armario oa bra.—Junto induzo os comunicados e<br />

<strong>Coimbra</strong>, a zarzuéla <strong>de</strong> costumes tauro-<br />

cortina. Este maluco como lhe chamão, <strong>de</strong>claração (copia), cujos enviei ao «Primachicos<br />

— A Sevéra que, como se sabe,<br />

anda a juntar dinheiro para uma pan<strong>de</strong>meiro <strong>de</strong> Janeiro», em consequência <strong>de</strong><br />

é <strong>de</strong>pois do entalanço dos Crucificados<br />

gazinha com a Sevéra, como o seu coléga duas noticias publicadas n'este jornal,<br />

e antes da pepineira do Serão nas La-<br />

dos Anjos andava á procura do badalo. em* correspondência d'esta cida<strong>de</strong>, que<br />

ranjeiras, um dos menos aplaudidos ori-<br />

O bélo ar da Mouraria curou-o dos aci- me diziam respeito; rogo pois a v. o iavor<br />

jinais dêsse autor infelis, Julio Dantas.<br />

<strong>de</strong>ntes e apanhando um tremendo boléo da publicação d'estas no seu apreciado<br />


«Ioraiai tle Abraattcs<br />

Entrou no seu 5.° ano da publicação<br />

o nosso prezado confra<strong>de</strong> Jornal <strong>de</strong><br />

Abrantes, que tão nobremente peleja pela<br />

cauza republicana.<br />

Àfetuozas saudaçõis ao valente camarada,<br />

com votos sinceros por larga e<br />

fortunoza vida.<br />

Realízão-se no sábado, na <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />

os exames <strong>de</strong> grego dos alumnos<br />

do 5.° ano Telójico srs. Antonio Figueira,<br />

e Olimpio Yieira <strong>de</strong> Mello.<br />

Vae gran<strong>de</strong> entuziasmo para a tourada<br />

que o curso do 4.° ano jurídico realiza<br />

na Figueira, no proximo dia 2.<br />

Os bilhetes tem sido vivamente disputados.<br />

P l I B U C A Ç O E S<br />

Por que saiu muito incorreta a<br />

nota aqui publicada sobre varias<br />

obras da conceituada Livraria C lassica<br />

Editora, <strong>de</strong> que é <strong>de</strong>positário<br />

em <strong>Coimbra</strong> o sr. João Rodrigues<br />

<strong>de</strong> Moura Marques, proprietário da<br />

acreditada Lvvrcvria Académica, voltamos<br />

oje a publical-a:<br />

Conselhos aos dirigidos — por<br />

Tolstoi 1 vol<br />

E' uma compilação interessante <strong>de</strong><br />

vários escritos do gran<strong>de</strong> pensador russo<br />

cujo nome é universalmente conhecido e<br />

cuja obra tão largos e acalorados <strong>de</strong>bates<br />

tem provocado no mundo pensante.<br />

Em varias cartas, artigos, diversas<br />

nótulas, Tolstoi esclarece pontos vários<br />

da sua doutrina, mal aprendidos ou<br />

divergentemente interpretados, com um<br />

gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> raciocínio e <strong>de</strong> clareza.<br />

E em todas as suas palavras se afirma o<br />

apostolo ar<strong>de</strong>nte dum gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />

pacificação e <strong>de</strong> amor, cuja realisação<br />

à-<strong>de</strong> obter-se, segundo ele, pela «não<br />

rezistencia ao mal pelo mal.<br />

Este ponto da sua doutrina acen<strong>de</strong>u<br />

disputas ar<strong>de</strong>ntes, e nos «Conselhos aos<br />

dirijidos» Tolstoi explica ainda, largamente,<br />

como os seus princípios tem sido<br />

por vezes mal compreendidos, principalmente<br />

esse principio fundamental da<br />

sua obra.<br />

Para todos os que se interessam pela<br />

obra do gran<strong>de</strong> escritor, o volume que<br />

a Livraria Classica Editôra, <strong>de</strong> Lisboa,<br />

vem <strong>de</strong> publicar em correta tradução<br />

portuguêza, é indispensável como em<br />

bom elemento <strong>de</strong> interpretação.<br />

Madalena — por Albino dos San<br />

tos — E' um poemeto, em 3 cantos. O<br />

têma é velho e os versos frouxos. A edição<br />

excelente.<br />

Auto Pastoril — por Pedrozo<br />

Rodrigues —2. a edição. Do Auto Pasto :<br />

ril falou já largamente o nosso colaborador<br />

João <strong>de</strong> íiarros.<br />

O Mundo alegante<br />

Sumario do n.° U, correspon<strong>de</strong>nte a 20<br />

<strong>de</strong> maio :<br />

TEXTO<br />

S. A. I. a Con<strong>de</strong>ssa d'Eu, por Otávio<br />

Men<strong>de</strong>s. — Correio da Moda e elegancia,<br />

por Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza. — Crónica<br />

Pariziense, por Luciano C. <strong>de</strong> Castro.<br />

— Guerra Junqueiro, por Xavier <strong>de</strong><br />

Carvalho. — Personalida<strong>de</strong>s brazileiras,<br />

dr. Antonio <strong>de</strong> Lemos (Pará), dr. Silvério<br />

Jozé <strong>de</strong> Nery (governador do Estado do<br />

Amazonas). " Manoel Coelho <strong>de</strong> Castro<br />

(Manáos), -dr. Nelson dc Sena (Bélo Orizonte),<br />

dr. conego João <strong>de</strong> Barros, vigário<br />

do Rozario (S. Paulo), por A. <strong>de</strong> Souza.<br />

—-M. me Ibrantina Cardona, por Xavier<br />

tle Carvalho. — M. me Eliza Guillobel, por<br />

A. <strong>de</strong> Souza.—Álbum poético.—Espuma<br />

amarga, p'or Cristóvão Aires.— Aos me<br />

dicos, por Candido <strong>de</strong> Figueiredo.—Noite,<br />

por Ibrantina Cardona.—Quimeras ainda,<br />

por Albertina ParaizO.— Magna dôr, por<br />

Elvira Gama. —Olhos pretos, por Diogo<br />

Souto. — Oração intima, por Manuel Jozé.<br />

—M. 1; * Valentine Yerfain.por A. <strong>de</strong> Souza.<br />

— Os nossos figurinos e bordados por<br />

Mes<strong>de</strong>moísellés Amélia e Erminia <strong>de</strong><br />

Souza. —Facécias, por João Risonho —<br />

Passatempo^charadas, por Lnzitano, dr.<br />

Obscuro e R. A. L—Paris-Portugal-Brazil.<br />

A nossa carteira, por Rigoletto.<br />

GRAVURAS<br />

Atris Maria Pia d'Almeida (na capa)<br />

— S. A. I. a Con<strong>de</strong>ssa d'Eu. — O poeta<br />

Guerra Junqueiro.— Doutor Antonio <strong>de</strong><br />

R12XISTEWC1A — Oiiinía-IVi r;», 36 «le Maio <strong>de</strong> 1 9 0 4 11<br />

Lemos.— Doutor Nelson G. <strong>de</strong> Sena.—<br />

Doutor Silvério Jozé <strong>de</strong> Nery.— Manoel<br />

Coelho <strong>de</strong> Castro. — Cónego doutor João<br />

<strong>de</strong> Barros.—Madame Ibrantina Cardona.<br />

Madame Eliza Guillobel. — M. Ue Valentine<br />

Verlain, atris do teatro <strong>de</strong> Vau<strong>de</strong>vílle—M."<br />

e Marthe Regnier, atris do teátro<br />

<strong>de</strong> Vau<strong>de</strong>ville.—Com o pé no estribo,<br />

quadro <strong>de</strong> Léon Girar<strong>de</strong>t — Vinte e um<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> modas compreen<strong>de</strong>ndo: coruhos<br />

bluzas, toileltes para passeio, termas,,<br />

gar<strong>de</strong>n-parti, ceremonia, vizita,<br />

chapéus, etc.<br />

Sete <strong>de</strong>zenhos <strong>de</strong> bordados, compreen<strong>de</strong>ndo<br />

nomes, brazõis, emblemas,<br />

quadrados para carteira, etc.<br />

MUZICA<br />

Grand-Prix, por Desmarquoy.<br />

FOLHA SUPLEMENTAR COLORIDA<br />

Duas elegantes toiletes <strong>de</strong> passeio.<br />

O Mundo Elegante, assina-se em todas<br />

as livrarias <strong>de</strong> Portugal e Brazil ou pedindo<br />

a assinatura dirétamente para Paris,<br />

dirijindo-se a A. DE SOUZA, 30 bis,<br />

rtie Bergère. Preço por ano ou 24 números<br />

í»,000 reis, moeda portuguêza.<br />

A C . O M H ;<br />

Acabárão-se as doenças, dó estomago,<br />

do figado, dos intestinos, dores <strong>de</strong> cabeça<br />

indijistõis, cólicas, palpitaçõis do coração<br />

e falta <strong>de</strong> apetite, porque as pilulas antidispéptícas<br />

do d r. Heinzelman cúrão todas<br />

essas doenças em pouco tempo;'não<br />

sendo necessário nem diéta nem resguardo,<br />

pois êsse remédio sendo feito<br />

com érvas do Brazil é tão po<strong>de</strong>rôzo e<br />

atúa tão eficásmente no organismo que<br />

moléstias que durárãô anos ce<strong>de</strong>m com<br />

um vidro Ou dois dêsse medicamento.<br />

As pilulas do dr. Heinzelman, médico<br />

farmacêutico, encontrão-se nas boas farmácias.<br />

Depósito em <strong>Coimbra</strong>: srs.<br />

Rodrigues da Silva & C.\<br />

Repara... Lê • Trata-se<br />

dos teus interesses<br />

18 anos são passados<br />

<strong>de</strong>pois que<br />

is c mlipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />

asma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />

«ncomodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcatrão, compostos (Reboçãdos<br />

Milagrosos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />

do alcatrão, jenuinamente mediei<br />

naf, junto a outras substancias apropriadas,<br />

sé evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />

eficácia.<br />

• E tanto assim, que os bons rezultádos<br />

obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />

compostos (Rebuçados Milagrosos)<br />

são confirmados, não só por<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />

mas também por abalizados facultativos.<br />

Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />

pelo correio ou fóra do Porto, 220 réi§"<br />

AOS QUE SOFREM<br />

A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />

dores no estomago, no figado, <strong>de</strong>zarranjo<br />

dos intestinos, dores <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />

canceira?,indijestõis e moléstias ner<br />

vozas, aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />

do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />

com vejetais do' Brazil, como o<br />

unico e mais eficás dos remédios conhe<br />

eidos para curar rapidamente as moléstias<br />

já <strong>de</strong>zignadas. Em minha numeroza clinica<br />

tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />

rezultados.<br />

Dr. Abel M. Faria.<br />

Encontram-se nas bôas farmacias<br />

Ajentes em <strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />

Silva & C. & R. Ferreira Borjes.<br />

O MUMS9© EK.JJtliXTK<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRAÍDÂ '<br />

DE<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Preles).<br />

Redátores das secções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />

D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />

Bregero, Paris.<br />

Alodà Tlluátfàdà<br />

Jornal das famílias — Publicação semanal<br />

Diretõra: D. LEONOR MALDONADO<br />

Condições da assinatura : por ano com<br />

1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />

mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />

com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />

m m réis.<br />

Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />

em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 2ii números<br />

com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2$500<br />

réis.<br />

Trimestre, números com h òO gravuras<br />

em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 13 números<br />

com 260 gravuras do bordados, 1)5300<br />

réis.<br />

Cada número da Moda Ilustrada 9<br />

acompanhado dum número do Petil Eco<br />

<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />

em todos os géneros, roupas <br />

3 ,;;6<br />

4 ,35 »<br />

5,37<br />

6 ,25<br />

6,40<br />

8,10 noite<br />

12 ,15<br />

PartidLas<br />

estação B<br />

05 m<br />

C/3 O<br />

i2 'S "S<br />

m ~ i 1<br />

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-e -o §<br />

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J£ „ ã<br />

ira JS<br />

o> o<br />

Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong><br />

indicado neste orario é consi<strong>de</strong>rado ex<br />

raordinario.<br />

Tatoéla cio preços<br />

Largo das Ameias ou Caza do Sal á<br />

Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á<br />

Rua do Infante D. Augusto— 40 réis,<br />

Largo das Ameias, Cáza do Saf ou<br />

Rua Infante D. Augusto ao Mercado —<br />

30 réis.<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazonietro ao<br />

Largo <strong>de</strong> ft.1 Luís — 30 réis.<br />

Largo <strong>de</strong>, D. Çarlos ou Gazómetro ao<br />

Mercado — 2t) réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />

Largo das Ameias ou Mercado — 50<br />

réis.,<br />

Estação B dos" Câminhns dê ferro á<br />

rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />

Estação B dos caminhos f'e ferro á<br />

Caza do Sal, — 20 réis.<br />

' A assinatura para os bilhetes pessoais<br />

está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />

12$000; e 9$000 réis para os menores <strong>de</strong><br />

14 anos e creados, sendo estes últimos<br />

le logares na plantaforma dos carros.<br />

Còres dos faróis<br />

Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />

Vermelha, estação B.<br />

Branca, Caza do Sal.<br />

Amarelo escuro, reservado.<br />

Des<strong>de</strong> Ò dia 1 <strong>de</strong>'Maio na estação da<br />

Rua do Infante D. Augusto recebem-se<br />

encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spaclios para<br />

a gran<strong>de</strong>.e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />

do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />

haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />

Só se recebem volumes cujo pezo<br />

máximo não seja muito superior a cem<br />

kilos.<br />

Recebem-se anuneios para serem<br />

fixados, no interior <strong>de</strong><br />

todos os earros em circulação<br />

pelo preço anual <strong>de</strong><br />

ÍS^OOO réis, sendo os<br />

anúncios e selos por eonta<br />

do anunciante.<br />

Loteria <strong>de</strong> santo Antonio<br />

SANTA CASA<br />

DA<br />

MISERICÓRDIA DE LISBOA<br />

60:000$000<br />

Extracção a 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />

Bilhete», a 30|i000 réis<br />

Vigésimo» a I$5«0 réis<br />

A Commissão administrativa da loteria,<br />

incun\l)e-se <strong>de</strong> remçtter qualquer<br />

encomménda <strong>de</strong> bilhetes ou vigésimos,<br />

logo que ella seja acompanhada, da sua<br />

importancia e mais 75 réis para o seguro<br />

dp. correio.<br />

Quem comprar IO ou mais bilhetes<br />

inteiros tem uma tommissão <strong>de</strong> 3 p. c.<br />

Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos ao<br />

secretario.<br />

Remettem-se listas a todos os compradores.<br />

Lisboa, 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />

O Secretario,<br />

José Murinello.<br />

Pulverizadores estrangei-<br />

geiros legítimos<br />

~ s r<br />

Marcas Yermoel e Gobet<br />

A 8 : 0 0 0<br />

Ven<strong>de</strong> José Lopes ds Garvalbo.<br />

Praça <strong>de</strong> Rodrigues Lobo<br />

Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampilhóza<br />

(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> feria)<br />

Mourão Teixeira Lopes & 0. a<br />

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as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />

<strong>de</strong> construção<br />

Os produtos désta fabrica, especializando<br />

a TELHA, tipo dá Marselha, impõem-se<br />

pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />

prima e esmero do fabrico, obtido<br />

pelo .processo mais ,mo<strong>de</strong>rno e apeffeiçoado.<br />

'V ' . '. : * — .. (í<br />

Remetem-se tabêlas <strong>de</strong> preços a quem<br />

as requisitar. -<br />

ESCRITORIO E DEPOZITO:<br />

Rua <strong>de</strong> Alexandre Erculano. 236<br />

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Fabriea.: PAMPILHÓZA do BOTÃO<br />

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E INDUSTRIAL<br />

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Ama<strong>de</strong>u <strong>de</strong> Vasconcelos<br />

( MARIOTE )<br />

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NA EUROPA<br />

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Gapitão Enrique Batista A<br />

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O PELOURINHO<br />

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CRITICA Á NOSSA HISTORIA POLITICA<br />

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<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

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casa na rua <strong>de</strong> Ferreira Borges, n.°<br />

185, i.°, vindà da capital on<strong>de</strong> foi<br />

fazer o seu sortido para. a prezente<br />

estação, a bem conhecida ModlStS<br />

<strong>de</strong> Lisboa, que tem. a onra <strong>de</strong><br />

aprezentar ás damas Conimbricenses,<br />

um sortido em ChspeOS M0dêlOS<br />

da mais alta novida<strong>de</strong> e finíssimo<br />

gosto para todos os preços.<br />

Traz também gran<strong>de</strong> sortido <strong>de</strong><br />

cascos, flores e outros artigos <strong>de</strong><br />

novida<strong>de</strong> em conféçõis para chapéus,<br />

que ven<strong>de</strong> por preços excessivamente<br />

baratos.<br />

Pé<strong>de</strong> ás exm. as Damas a fineza<br />

<strong>de</strong> não comprarem sem primeiro<br />

verem o seu enorme sortido.


4 REZISTENCIA — Quinta-fcira, 24$ <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1904<br />

Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />

Sulfatada—Calcica<br />

A única anaiysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

GNlabelecimento balnear a 2 kilometros da estação <strong>de</strong> lloffofore»<br />

Can o» á ebegada <strong>de</strong> todos OH comboio»*<br />

INDICAÇÕES<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesieaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangae, não ha nenhuma no paiz qne<br />

se lhe avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />

nem pelo transporte<br />

A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

4, Rua Ferreira Borges<br />

filos ia Empreza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> laoos<br />

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Palhete . .<br />

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Clarete .<br />

Marialva .<br />

Fernão Pires.<br />

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Marialva .<br />

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Pimentel<br />

Vinagre \ Branco<br />

Azeite ) Aze:ite d'01iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

) d'01iveira Feijão)<br />

PJ^oQ^EDl VINHOS<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

Garafa |y, gar<br />

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130<br />

150<br />

170<br />

140<br />

170<br />

180<br />

180<br />

260<br />

250<br />

500<br />

90<br />

300<br />

Preços espeefaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — João Borjes<br />

Sucursal na Alta<br />

27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CÂZÀ ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. A. da Costa Pinto<br />

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Installação provisoria: rua da Sota n 0 8.<br />

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100<br />

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BRANCOS E TINTOS<br />

Para consumo e exportação<br />

Vendas por junto e a miúdo<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> Tenda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>


Editor<br />

MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Democratica<br />

ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />

N.° 906 COIMBR×Domingo, 29 <strong>de</strong> maio áe 1904 IO. 0 ANO<br />

0 ACORDO<br />

Está feito o acordo entre rejeneradores<br />

e progressistas para as<br />

próximas eleições, e para quem<br />

tenha conhecimento dos processos<br />

á muito em voga na politica portuguêza<br />

não representa esse acontecimento<br />

uma aberração propicia<br />

a estranhezas e a comentários indignados.<br />

Sem duvida certos fatos á que,<br />

ainda que velhos e <strong>de</strong> nossa muita<br />

intimida<strong>de</strong>, nos revoltam e enojam<br />

quando se exhibem; mas o que nós<br />

preten<strong>de</strong>mos acentuar é que o accôrdo,<br />

mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem já<br />

voado pelo ar setas, farpões e vários<br />

tiros inimigos, não dão matéria<br />

nova para afogueamentos <strong>de</strong> cólera<br />

puritana.<br />

Porque, reparando bem na istotoria<br />

da politica do rejimen, acharemos<br />

que o acordo <strong>de</strong> todos os<br />

seus ómens data <strong>de</strong> lonje, e que a<br />

momentanea diverjencia em questõis<br />

<strong>de</strong> lana caprina não exclue <<br />

concordância fundamental <strong>de</strong> pro<br />

cessos e orientação pelo que toca<br />

á exploração do país.<br />

As ameaças <strong>de</strong> ostilida<strong>de</strong>s feras<br />

que uns aos outros fazem é uma<br />

velha comedia. Pó<strong>de</strong>m ter amúos.<br />

Exijencias não satisfeitas pó<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>terminar caseiras tempesta<strong>de</strong>s<br />

Mas porque um procedimento mais<br />

estrondoso, no sentido <strong>de</strong> difficultar<br />

a acção governativa do grupo no<br />

po<strong>de</strong>r, importaria para o grupo ba<br />

rulhento o perigo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconceituado<br />

perante a suprema torça que<br />

presi<strong>de</strong> á rotação, rezulta que o ataqueque<br />

se fazem tem o caracter duma<br />

leve escaramuça para inglez ver,<br />

lembra uma manobra com tiroteios<br />

<strong>de</strong> polvora seca.<br />

O acôrdo dos monárquicos<br />

velho, é <strong>de</strong> sempre, e o que á tal<br />

vez a distinguir é a abilida<strong>de</strong> em<br />

disfarçal-o melhor ou peior, o cuidado<br />

maior ou menor em vestir-lhe<br />

'aparências guerreiras.,<br />

Um <strong>de</strong>putado <strong>de</strong>clarou, na ul<br />

tima lejislatura, que não conhecia<br />

ninguém no seu circulo e que se<br />

estava ali era tão somente por ace<br />

<strong>de</strong>ncia jentil do Ministério do reino<br />

E todos sabem <strong>de</strong> resto que os go<br />

vernos, e não o pais, é que faz as<br />

eleições, <strong>de</strong> tal forma que a maioria<br />

<strong>de</strong> ôje é a minoria <strong>de</strong> ámanhã;<br />

e todos sabem também que é firme<br />

o acôrdo entre todos os monárquicos<br />

para manter este statu-quo, obstando<br />

por todas as formas a que a<br />

manifestação livre do sufrajio possa<br />

perturbar esta cómoda e pacífica<br />

funçanata.<br />

Depois ão-<strong>de</strong> ter notado que os<br />

que na opozição combatem a obra<br />

dos governos, raríssimo <strong>de</strong>stroem,<br />

quando guindados ao po<strong>de</strong>r, essa<br />

obra; e, bem ao contrario, a <strong>de</strong>fendam<br />

e ampliam, esquecendo as suas<br />

fogosas <strong>de</strong>blaterações, os seus compromissos,<br />

as suas promessas.<br />

O que significa esta atitu<strong>de</strong>,<br />

senão a existencia dum acôrdo fundamental<br />

<strong>de</strong> processos ?<br />

Os attentados, os <strong>de</strong>satinos, as<br />

imoralida<strong>de</strong>s com tanto ardôr <strong>de</strong>nunciados,<br />

para logo se esquecem;<br />

e, no po<strong>de</strong>r, os bravos poritanos<br />

não fazem mais do que augmentar<br />

o<br />

numero <strong>de</strong>ssas feias cousas, tão<br />

combatidas, tão verberadas.<br />

Não á liberda<strong>de</strong>s, porque os partidos<br />

monárquicos acordárão em suprimil-as.<br />

Golpe que um lhes vibrasse,<br />

era golpe que os outros secundaríão,<br />

com raiva. Não á credito, porque<br />

os partidos monárquicos acordárão<br />

em fazel-o <strong>de</strong>saparecer pela pratica<br />

igual <strong>de</strong> <strong>de</strong>satinos semelhantes,<br />

ístamos reduzidos á condição <strong>de</strong><br />

um povo miserável, sem nada que<br />

o imponha ao respeito <strong>de</strong> extranhos<br />

mesmo ao entuziástico amôr dos<br />

seus, porque os partidos monárquicos<br />

acordárão na adoção duma mesma<br />

politica, que avia <strong>de</strong> leval-o<br />

fatalmente a este fim in<strong>de</strong>coroso.<br />

Emfim, o acôrdo vem <strong>de</strong> lonje, tem<br />

existido sempre. Nas pequenas terreolas<br />

provinciànas, os políticos<br />

ainda se esmurram por vêzes com<br />

alma. Mas na alta política todos<br />

êles se enten<strong>de</strong>m, porque existe o<br />

acôrdo que lhes garante a fruição<br />

<strong>de</strong> regalias e benesses mesmo em<br />

tempo <strong>de</strong> ostracismo.<br />

E <strong>de</strong> acôrdo com os partidos<br />

monárquicos, sancionando-lhes os<br />

processos, exorando-os com ã sua<br />

confiança, está a Corôa, sem a qual<br />

êles não po<strong>de</strong>ríão vivêr.<br />

De fórma que o acôrdo está <strong>de</strong><br />

á muito estabelecido entre os partidos<br />

monárquicos e a Corôa contra<br />

o paiz, que para êles nada reprezenta,<br />

e entra como ínfima comparsaria<br />

nas baixas comedias que promovem.<br />

O acôrdo <strong>de</strong> agora não é, pois,<br />

um fato novo, para admirações<br />

cóleras, mas é um fato que convém<br />

pôr em <strong>de</strong>staque, para que o país<br />

compreenda a triste figura que está<br />

fazendo.<br />

-^Centra Eleitoral Republicano Jozé Falcão<br />

CONFERENCIA<br />

O nosso eminente correi!<br />

glossário sr. dr. BSernardino<br />

Is achado realiza ámanhã, se<br />

gnnda-feira, pelas 8 horas da<br />

laolle, «iaa conferencia no<br />

«Centro IíSeitoral Stepubllca<br />

no», cujo tema será: Eleições<br />

A esta eonfereueia outras<br />

se seguirão, feitos por vários<br />

republicanos prestijiozisslmos.<br />

Parece que estão quebradas as<br />

relações entre a Santa-Sé e a França—<br />

a filha primojenita da Igreja.<br />

Nós sempre <strong>de</strong>sconfiamos que<br />

esta filha havia <strong>de</strong> envergonhar a<br />

familia, <strong>de</strong>ixando-se levar nos bra-<br />

ços do Satan revolucionário.<br />

Atinjiu a maiorida<strong>de</strong>, e<br />

Valeram as investações a retel<br />

lar domestico.<br />

Safou-se.<br />

Desgostos...<br />

nao<br />

a no<br />

Terminam no dia 21 <strong>de</strong> junho as aulas<br />

na Escola Nacional <strong>de</strong> Agricultura.<br />

« O MUNDO»<br />

Foi apreendido este nosso prezado<br />

colega e <strong>de</strong>nodado batalhador<br />

da causa republicana.<br />

Percorremos com escrupulosa<br />

inquizitorial atenção o numero<br />

vitimado pela fúria policiasca do<br />

sr. Intze Ribeiro: relemol-o com o<br />

interesse anciôzo <strong>de</strong> quem busca<br />

ilar as razôis dum fato insólito: e,<br />

mau grado todas as nossas pesquizas<br />

e longas cojitaçôis, não lobrigamos<br />

o motivo que justificasse a<br />

3rutalissima medida.<br />

O Mundo tratava <strong>de</strong> cazos vários<br />

da nossa politica, sem exaltação,<br />

com um comedimento, que<br />

está lonje da linguajem <strong>de</strong>stemperada<br />

<strong>de</strong> certos senhores, em momento<br />

em que o ostracismo a prolonga<br />

em excesso, e o estomago<br />

bazio provoca tresloucamentos furiozos.<br />

Nada que explicasse a apreensão,<br />

avia, o que significa que o<br />

odio velho do sr. Intze Ribeiro não<br />

cançou e se dispôi a serias exibiçóis<br />

perseguidoras, no duplo intento <strong>de</strong><br />

vingar antigos incomodos e obter o<br />

silencio pará certas tramóias.<br />

Escuzado será afirmar o nosso<br />

prezado coléga a nossa solidarieda<strong>de</strong><br />

e o protesto veemente contra o<br />

covardíssimo atentado.<br />

Parece que o sr. Pequito se<br />

dispõe a apresentar plano fazendario<br />

<strong>de</strong> tomo.<br />

Mas Pequito provadamente débil<br />

para o esforço <strong>de</strong> altas cavalarias,<br />

é neste caso um pseudonimo.<br />

Quem será o autor da obra<br />

anunciada ?<br />

Não <strong>de</strong>sponta na imprensa oficiosa<br />

<strong>de</strong>smentido algum sobre a<br />

anunciada viajem rejia.<br />

Para tranquilizar os ânimos dos<br />

patriotas forretas digam ao menos<br />

que Sua Majesta<strong>de</strong> vae ao extranjeiro<br />

em. . . comissão gratuita.<br />

E fica tudo satisfeito.<br />

Se já lá tem ido tanta jente.<br />

O sr. Teixeira <strong>de</strong> Souza vae<br />

arpoar ovação rija em Celeiros,<br />

Sabrosa, Alijó, Sanfins, etc., etc.<br />

O sr. Campos Enriques anda por<br />

Santo Tirso e outras localida<strong>de</strong>s a<br />

colher o triumfo.<br />

Estão a ver a politica portuguêza<br />

reduzida a um combate <strong>de</strong><br />

filarmónicas em arraial minhoto<br />

Anda em jornais que o financeiro<br />

Burnay vae <strong>de</strong> conta do go<br />

verno negociar um emprestimo no<br />

extranjeiro.<br />

Mais um serviço que o ilustre<br />

con<strong>de</strong> <strong>de</strong>bitará ao pais, a que com<br />

tão patrióticas intenções procura<br />

sempre ser util.<br />

Pelas intenções do nobre ju<strong>de</strong>u<br />

ficamos nós.<br />

Nele é tudo puro: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as intenções<br />

ás virjens do Centenario...<br />

Partido republicano<br />

Desataviadamente, em amotações simples,<br />

<strong>de</strong> lonje vimos prégando a necessida<strong>de</strong><br />

do partido republicano se organizar<br />

solidamente, propondo-se a execução<br />

d'uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> rejeneração e <strong>de</strong><br />

justiça.<br />

Num momento <strong>de</strong> amargura e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zalento, quando a consumação d'uma<br />

enorme infamia caia pezadamente, como<br />

uma <strong>de</strong>sgraça assoladora, sobre tantas<br />

almas crentes, á pouco ainda gritando<br />

cóleras e cantando esperanças, nós encontramos<br />

forças bastantes para opôr ao<br />

grito concitador da <strong>de</strong>bandada a vós animoza<br />

<strong>de</strong> reunir. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então que só<br />

palavras <strong>de</strong> incitamento temos <strong>de</strong>ixado<br />

aqui, tocadas da sincerida<strong>de</strong> que nasce<br />

da <strong>de</strong>voção pura e serena do nosso<br />

i<strong>de</strong>al.<br />

A patria sofrera mais um golpe brutal.<br />

Crescera a sua <strong>de</strong>sventura. E isso<br />

bastava para que d'ela nos aproximássemos<br />

mais, enternecidamente, na participação<br />

d'essa dôr que nos tocava, não<br />

com lagrimas nos olhos, dobrados por<br />

comoção entorpecedora, mas direitos e<br />

fortes, com a alma erguida e o espirito<br />

a retemperar-se num proposito <strong>de</strong> jeneroza<br />

vindita.<br />

Vieram com essas concitações <strong>de</strong><br />

moço entuziásmo palavras melancólicas,<br />

notas azedas <strong>de</strong> ceticismo, duros conceitos<br />

<strong>de</strong> revolta ?<br />

E' que a obra a fazer exijia, para<br />

que não fosse uma artificioza construção,<br />

<strong>de</strong> aparências vistozas mas <strong>de</strong> alicerces<br />

oscilantes e vigamentos gastos, que se<br />

falasse alto a linguajem clara e ríspida<br />

da Verda<strong>de</strong>. Era preciso dizer tudo,<br />

confessar tudo, para que não continuas<br />

semos <strong>de</strong>sunidos e inúteis, mentindo uns<br />

aos outros, mentindo a nós proprios., repelindo<br />

como incomoda a realida<strong>de</strong> dos<br />

fatos, guardando com ardor a nossa intolerância,<br />

favorecendo por mil processos<br />

a nossa própria dissolução.<br />

Para os nossos omens apelamos,<br />

porque por eles essa obra <strong>de</strong>via começar.<br />

Que se juntassem todos, pedíamos,<br />

não para constituírem simplesmente<br />

um núcleo, um centro, uma comissão,<br />

não para se pren<strong>de</strong>rem pelos laços frágeis<br />

d'uma camaradajem aci<strong>de</strong>ntal; mas<br />

pata se confundirem na comunhão sincera<br />

d'um mesmo i<strong>de</strong>al, para se i<strong>de</strong>nti<br />

ficarem na mesma aspiração <strong>de</strong> o impo<br />

rem triunfante, pai»a que enfim d'esse<br />

amor a um principio luminozo e alto,<br />

pren<strong>de</strong>ndo-os na mesma sedução, viesse<br />

o mutuo amor entre eles, como um bom<br />

fruto nascido já d'um congraçarnento fecundo<br />

e belo <strong>de</strong> todos os espíritos sãos<br />

e.<strong>de</strong> todas as almas elevadas...<br />

Formar núcleos, exten<strong>de</strong>l-os, levar a<br />

toda a parte palavras <strong>de</strong> revolta e <strong>de</strong><br />

crença, educar e levantar a massa indi<br />

ferente e ignorante, crear carateres, for<br />

mar corações, impor o nosso programa<br />

e os nossos omens, aproveitar todos os<br />

ensejos <strong>de</strong> protesto e <strong>de</strong> luta, fazer emfim<br />

um gran<strong>de</strong> e perseverante apostolado<br />

da nossa causa, tudo isso preconisamos<br />

e queremos.<br />

Mas preliminarmente reputamos que<br />

era preciso, para tal empreza, que nos<br />

robustecessemos, vestindo para a luta o<br />

arnez impervio d'urna autorida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

todos os pérfidos ataques viessem <strong>de</strong>sfa^<br />

zer-se, armando-nos da arma po<strong>de</strong>rosa<br />

d'um exemplo dominador que vencesse<br />

<strong>de</strong>ciziv.imeute os nossos adversarios.<br />

Fazer omens, melhorar os omens<br />

Éramos fracos, vergavamoí , constranjidos,<br />

manietados, ao peso duro^ <strong>de</strong> mil<br />

preconceitos tristes, sob a carga <strong>de</strong> mil<br />

misérias ?<br />

Alijar esse gravame que nós. tolhia,<br />

endireitar o torso dobrado, reanimar a<br />

alma combalida <strong>de</strong> vicios e <strong>de</strong> azedas<br />

tristezas—eis o que nos cumpria fazer.<br />

E no mesmo ponto ôje e sempre insistiremos.<br />

Precizamos unir-nos, mas unirnos<br />

e enten<strong>de</strong>r-nos com a sincerida<strong>de</strong>, a<br />

lealda<strong>de</strong>, a justiça que <strong>de</strong>vem pôr na<br />

pratica os verda<strong>de</strong>iros omens <strong>de</strong> bem<br />

<strong>de</strong> convicções.<br />

Nem vaida<strong>de</strong>s, nem invejas, nem ambições.<br />

Á' altura do nosso i<strong>de</strong>al, sempre,<br />

ganhando para nós proprios, pela<br />

norma da nossa vida, o respeito que lhe<br />

é <strong>de</strong>vido.<br />

Omens que se juntam para uma obra<br />

<strong>de</strong> Verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Justiça, nunca omens<br />

que se reúnem para o lance d'uma aventura<br />

em que os egoísmos <strong>de</strong> uns e a<br />

cupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> outros tenham interesses ou<br />

ourarias a arpoar.<br />

Eis o que precisamos <strong>de</strong> ser.<br />

O exemplo, por mais que o neguem,<br />

abala, comove, contajia.<br />

Ainda mesmo num meio dissoluto<br />

como o nosso, o exemplo exerce uma<br />

reação salutar, é um combate ao mal, é<br />

um meio <strong>de</strong> eficaz protesto.<br />

Sejamos o exemplo, para sermos os<br />

mais fortes, para sermos emfim os ven- í*<br />

cedores. Porque dos mais fortes será<br />

inevitavelmente, tar<strong>de</strong> ou cedo, a vitoria,<br />

e os mais fortes serão os mais onestos e<br />

os mais justos, todos os que viverem e<br />

lutarem com a pureza, o <strong>de</strong>sinteresse, a<br />

serenida<strong>de</strong> dos crentes.<br />

Ter um i<strong>de</strong>al, é viver para ele, e<br />

dar, para que ele triunfe, uma gran<strong>de</strong><br />

abnegação, , a própria vida. E não se<br />

compreen<strong>de</strong> que sejampequenos os omens<br />

que se dizem a<strong>de</strong>ptos d'um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al,<br />

porque, se o professam sinceramente,<br />

á sua gran<strong>de</strong>za á <strong>de</strong> refletir-se neles,<br />

eleval-os, transfigural-os.<br />

Sejamos o exemplo.<br />

Andão separados por egoísmos, ambições,<br />

intrigas, os nossos adversarios?<br />

Sejamos o exemplo da armonia, da<br />

união, da solidarieda<strong>de</strong>, o exemplo forte<br />

e enorme <strong>de</strong>' como a força d'uui gfSm<strong>de</strong> *<br />

principio aproxima os omens e os liga<br />

num entendimento seguro <strong>de</strong> in<strong>de</strong>strutível<br />

cordialida<strong>de</strong>.<br />

Combatemos a iniquida<strong>de</strong>, arremeçamos<br />

à corrução os farpões dos nossos<br />

escrupulos e m revolta, prégamos a<br />

guerra á intolerância feroz que asphixia<br />

e <strong>de</strong>prime, ferimos com dureza o abastardamento<br />

d'um povo bal<strong>de</strong>ado a uma<br />

abjeção profunda ?<br />

Sejamos o exemplo da justiça, da<br />

onestida<strong>de</strong>, da liberda<strong>de</strong>, do civismo.<br />

Tudo isto sinceramente, <strong>de</strong> toda a nossa<br />

alma, sem exibições pompozas, <strong>de</strong>ixando<br />

que o nosso alto exemplo resplan<strong>de</strong>ça e<br />

cative pelo seu brilho.<br />

Sem isto nada faremos. Jentilezas,<br />

amabilida<strong>de</strong>s, ipocrisia, mentira—tudo á<br />

marjem: a verda<strong>de</strong>, só a verda<strong>de</strong>, sempre<br />

a verda<strong>de</strong>. Doe, por vezes, ofen<strong>de</strong><br />

melindres, amachuca vaida<strong>de</strong>s, pisa brios<br />

jentilhomescos ? Mas por fim triunfa, e<br />

convence, e é amada.<br />

Para nos lançarmos na gran<strong>de</strong> empreza<br />

precisamos , repetimos, robustecer-nos:<br />

ser verda<strong>de</strong>iros, ser fortes, ser<br />

omens. E esta união <strong>de</strong> nós todos obtem-se<br />

sem que ninguém precise abdicar<br />

opiniões sinceramente perfilhadas nem<br />

recalcar forçadamente melindres sentidos<br />

com onestida<strong>de</strong>. Opiniões afirmam-se e<br />

discutem-se. A' <strong>de</strong>sacordo? Muitas vezes<br />

a discussão, franca e sincera,serve a<br />

apagal-o. Ao contrario, o silencio fal-o<br />

viver. E importa acaso <strong>de</strong>saire para<br />

alguém ou é mostra <strong>de</strong> fraqueza a diverjencia<br />

inci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> doutrinas? Não. O<br />

que não é justo, e até é dissolvente, é a<br />

exijencia do silencio, a subordinação a maximas<br />

oficiaes por um obnoxio principio<br />

<strong>de</strong> disciplina atrofiante e barbara.<br />

Entendamo-nos assim, mantendo toda<br />

a nossa autonomia, e tendo como regulador<br />

da nossa atitu<strong>de</strong> um único interesse:<br />

o do nosso i<strong>de</strong>al.<br />

Vamos <strong>de</strong>pois para a luta, e o triunfo<br />

virá. Quando? Não importa. O<br />

nosso <strong>de</strong>ver é lutar: lutemos. Sem<br />

adiar, mas também sem precipitar. Com<br />

corajem, mas também com tatica. Com<br />

entuyasmo, mas também sem impaciências.<br />

Revolvamos o terreno, <strong>de</strong>sfaçamos-lhe<br />

as leiras aridas e duras, rasguemos-lhe<br />

o ventre em sulcos fundos e atiremos<br />

para lá a semente. Ela ha <strong>de</strong> jerminar<br />

e florescer. Quando? Não <strong>de</strong>sesperemos.<br />

Se estações passarem sem que o


solo pareça abrir-se para <strong>de</strong>ixar "erguerse<br />

a <strong>de</strong>sejada e bemdita seara, não nos<br />

revoltemos, não lancemos sobre ele a<br />

nossa maldição indignada, não o abandonemos<br />

ao ataque das ervajens parasitas.<br />

Não. Esperemos. Continuemos a atáolental-o<br />

com o suor do nosso esforço<br />

perseverante, crendo sempre que um<br />

dia ele será á terra fecunda e imensa<br />

on<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> bracejar,<br />

sob bênçãos <strong>de</strong> luz creadora, na plena<br />

força do seu triunfo formidável.<br />

Sejamos omens ! Sejamos omens !<br />

Parece estar resolvido, <strong>de</strong>finitivamente,<br />

que o sr. Croneau do<br />

Arsenal da Marinha, abala para<br />

França.<br />

Ora é sabido que o ilústre enjenheiró<br />

se abonava com protéções<br />

<strong>de</strong> alta valia; e como no nosso país,<br />

extranjeirinho que <strong>de</strong> tal se gabe,<br />

só transpõe fronteira mediante abundoza<br />

in<strong>de</strong>mnisação, — vi<strong>de</strong> trombones<br />

e tenores vários — sempre <strong>de</strong>sejaríamos<br />

saber quanto custa a<br />

retirada do sr. Croneau. . .<br />

Estiveram nesta cida<strong>de</strong> os nossos<br />

prestimozos correlijionarios srs. dr,_ Florido<br />

Toscano, <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia e<br />

Manuel Antonio das Neves, <strong>de</strong> Santarém.<br />

Também esteve nesta cida<strong>de</strong> o nosso<br />

prezado assignante sr. João Alçada Mouzaco,<br />

da Covilhã.<br />

Enlace<br />

0 sr. Viscon<strong>de</strong> da Marinha Gran<strong>de</strong><br />

pediu em casamento para seu filho sr.<br />

Enrique <strong>de</strong> Barros, a sr. a D. Maria<br />

Cristina Arriaga, filha do nosso venerando<br />

correlijionario sr. dr. Manuel d'Arriaga.<br />

Tem experimentado algumas melhoras<br />

o sr. dr. Luís Pereira da Costa, exgovernador<br />

civil d'este distrito.<br />

Vae ser lançado a publico, pela co-<br />

' missão administrativa da Associação Académica,<br />

um largo manifesto encarecendo<br />

as vantagens da associação e apelando<br />

para a aca<strong>de</strong>mia afim <strong>de</strong> que preste todo<br />

o seu concurso para o seu levantamento.<br />

Joaquim António dl'Aguiar<br />

Passou no dia 26 o aniversário<br />

da morte <strong>de</strong>ste estadista liberal que<br />

refrendou o <strong>de</strong>creto que abolia as<br />

or<strong>de</strong>ns relijiózas em Portugal.<br />

Mais <strong>de</strong> uma vês, em <strong>Coimbra</strong>,<br />

se comemorou esta data, tomando<br />

parte nessa comemoração a Associação<br />

Liberal e outras que mantinham<br />

um culto sagrado pela liberda<strong>de</strong>.<br />

Este ano passou indiferente; e<br />

para que festejar aquela data, se a<br />

liberda<strong>de</strong> e os <strong>de</strong>cretos contra as<br />

or<strong>de</strong>ns relijiózas já não existem ?<br />

Comercio do Porto<br />

Comemora no dia I e 2 <strong>de</strong> junho<br />

proximo, as suas bodas d'oiro, o nosso<br />

presa do colega portuense « O Comercio<br />

do Porto, » realisando-se nesse dia<br />

gran<strong>de</strong>s festejos em sua onra.<br />

0 programa dos festejos é o seguinte:<br />

No dia 1 <strong>de</strong> junho, pelo meio dia —<br />

Na Sé Catedral, a ceremonia relijiosa,<br />

celebrada pelo Ex. mo prelado da diocese,<br />

em congratulação pelo aniversario que<br />

passa e em sufrajio pelos batalhadores<br />

do jornal, que <strong>de</strong>sapareceram no tumulo.<br />

No mesmo dia pelas 3 horas da tar<strong>de</strong>—Nas<br />

salas da redação do Comercio<br />

do Porto, a distribuição dos prémios conferidos<br />

aos concorrentes aos concursos<br />

literário e <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>, que este jornal<br />

abriu.<br />

No dia 2 <strong>de</strong> junho, pela '1 hora da<br />

tar<strong>de</strong>—No Monte das Antas, a inauguração<br />

solemne do primeiro núcleo do Bairro<br />

Operário do Bomfim—o terceiro dos<br />

bairros operários fundados no Porto, por<br />

•ntciativa do Comercio do Porto.<br />

RE2EISTEWC1A — Oninta-feira, «le Maio «le S»OÍ<br />

^Palavras <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida<br />

Julgo que a minha constante abstenção,<br />

em cinco anos, <strong>de</strong> tudo que se referisse<br />

a estudantes e a Aca<strong>de</strong>mia, me<br />

confere uma excepcional e previlijiada<br />

situação <strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong>, sempre que<br />

queira falar <strong>de</strong>les. E é néssa certeza que<br />

pela primeira vês o faço<br />

E para mim, que não concorri para<br />

recitas <strong>de</strong> quintanistas, que não chorei<br />

compunjidamente na óra fatal da Balada,<br />

que não me embebe<strong>de</strong>i com tristeza e<br />

vinho, na classica noite <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida aos<br />

salgueiros do Mon<strong>de</strong>go, para mim, serão<br />

as imperfeitas, as poucas palavras d'este<br />

artigo o meu a<strong>de</strong>us a <strong>Coimbra</strong>. E penso<br />

que ellas significarão mais sauda<strong>de</strong>, mais<br />

amor á doce e amorosa paizajem, e até<br />

mais respeito pela tradição — do que<br />

essa pública noite <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>ga rija, em<br />

que se dá o abraço final entre as expontâneas<br />

ternuras, que o Champagne da<br />

Vinícola provoca em larga escála.<br />

Assim seja 1<br />

Não vale a pena repetir aqui que<br />

muita e muita da jente que uza capa e<br />

batina é covar<strong>de</strong>, imbecil, sem dignida<strong>de</strong>,<br />

sem corajem, sem audacia. Todos o sabem.<br />

E não é para ela que estou a escrever,<br />

porque <strong>de</strong>certo per<strong>de</strong>ria o meu<br />

tempo. Mas para a meia dúzia <strong>de</strong> onestos<br />

e <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes — ou que o preten<strong>de</strong>m<br />

ser -que ficão ainda em <strong>Coimbra</strong>.<br />

Nas mãos d'esses está a força capás<br />

<strong>de</strong> melhorar o meio -assim eles tenhao<br />

a enerjia, a corajem preciza para dominar<br />

os outros. Dominá-los com orientação<br />

e com razão-pois o que falta á maioria,<br />

facilmente impressionavel, — irijénua e<br />

sincera, afinal <strong>de</strong> contas—-é quem a leve<br />

para o bom caminho. Por isso eu venho<br />

aqui falar aos que talvês tenhão envergadura<br />

para a dirijir.<br />

Mas que as minhas observaçõis não<br />

vão parecer conselhos pedantes; quereria<br />

que élas caíssem nas consciências <strong>de</strong>spretenciozamenle—<br />

e tão naturalmente<br />

como cáem das arvores os frutos muito<br />

maduros, pelas serenas tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outon o,<br />

luminozas e discretas.<br />

O que falta em <strong>Coimbra</strong> é entuziásmo,<br />

dignida<strong>de</strong>, e a convicção arreigada e segura<br />

<strong>de</strong> que a mocida<strong>de</strong> portuguêza <strong>de</strong>ve<br />

educar-se a si própria.<br />

Entuziásmo — não á, porque todo o<br />

caloiro vem para aqui com a mira no<br />

emprego publico. E' o que lhe ensinárão<br />

os páis. E veja-se a sabujice, o carinho,<br />

o olho esbogalhado que á sempre em<br />

volta do filho do Sr. Ministro cfEstado<br />

ou do Sr. Titular Influente. Decerto não<br />

me quérem persuadir—não é verda<strong>de</strong>?—<br />

<strong>de</strong> que os barulhos dos últimos dois<br />

anos, em que a valente Aca<strong>de</strong>mia se<br />

meteu, tivérão outro fim que não fosse<br />

arranjar umas feriazinhas inesperadas...<br />

Educação — ainda menos á. Não lh'a<br />

dando aquêles que lh'a <strong>de</strong>vião dar, não<br />

tendo nobres e alevantados exemplos a<br />

seguir, o estudante encontra-se <strong>de</strong>zamparado<br />

num meio dissolvente e estéril,<br />

em que é necessariamente conduzido á<br />

batota e ao vinho. Isto mesmo disse Alberto<br />

Pinheiro, á cinco anos, no Correio<br />

da Noite. •<br />

E' precizo vir para aqui disposto a<br />

lutar contra todas as más influencias —<br />

<strong>de</strong> professores e condiscípulos — influencias<br />

<strong>de</strong>primentes para o carater, para a<br />

intelijencia, para a livre expansão do<br />

pensamento. Só com o proprio esforço<br />

<strong>de</strong>ve contar o estudante português, e<br />

principalmente o da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, para<br />

se fazer ornem- — consciente, onesto e<br />

forte.<br />

Emquanto á dignida<strong>de</strong> —basta dizer<br />

que o ano passado, quando foi das reuniõis<br />

académicas por cauza do novo regulamento<br />

das faltas, alguém <strong>de</strong> muita<br />

e reconhecida autorida<strong>de</strong>, lembrou a dois<br />

rapazes que propuzessem numa assembleia<br />

jeral o pedido <strong>de</strong> cursos livres ao<br />

governo, em logar duma modificação<br />

qualquer no regulamento. Assim, todos<br />

se compromelerião a aceitar, na maxima<br />

liberda<strong>de</strong>, a maxima responsabilida<strong>de</strong>.<br />

Ficárão furiozos, os dois, sintetizando<br />

vigorozamente a opinião <strong>de</strong> todos: «que<br />

a vida não está para massadas! que tinhão<br />

<strong>de</strong>pois muito que fazer! que já não<br />

avia o <strong>de</strong>scanso do ponto <strong>de</strong>corado com<br />

vagar!» etc, etc...<br />

Ora, á em <strong>Coimbra</strong>* um grupo <strong>de</strong><br />

inteletuais — grupo mesclado e <strong>de</strong> tendências<br />

varias, mas que é unizono em<br />

<strong>de</strong>clarar que isto ê tudo uma tropa, que<br />

não vale a pena trabalhar peles outros,<br />

que não se consegue nada que seja bom<br />

ou justo na estupidês ambiente. Assim é.<br />

E assim pensei eu também — do que não<br />

me arrependo, porque nunca me arrependo<br />

do que não tem remedio; mas<br />

muito gostaria agora <strong>de</strong> convencer os<br />

que ficão <strong>de</strong> que fis mal e <strong>de</strong> que me<br />

n'este teatro tem resoado, e a incondi-<br />

custa olhar para trás sem ver, nos cinco TEATRO cional admiração d'este publico.<br />

anos que passarão, um <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> ação<br />

(por <strong>de</strong>svalioza, por ineficás que fosse) 'ADELINA ABRANCHES Restanos dizer da Fédora na ultima<br />

noite.<br />

em toda a minha vida <strong>de</strong> estudante. Mea<br />

culpa I<br />

IA ilustre atris A<strong>de</strong>lina Abranches, Má peça, trabalho fraco <strong>de</strong> Lucília e<br />

que acaba <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>ixar, foi recebida regular <strong>de</strong> Brazão. Cáza ás moscas, e<br />

Mas quero ao menos que n meu erro<br />

em <strong>Coimbra</strong> com excecionais manifesta- maçada no restrito auditório.<br />

sirva para alguma coisa; quero que esse<br />

çõis <strong>de</strong> agrado, bem po<strong>de</strong>ndo dizer-se<br />

grupo que se julga superior aos outros,<br />

que nunca o nosso publico <strong>de</strong>monstrou João Rosa, no papel <strong>de</strong> Custodia, da<br />

—e em que só um ou dois rapazes teem<br />

a algum artista <strong>de</strong> teatro a sua admi- Sevéra, foi merecida e justamente muito<br />

tentado impôr as .mas i<strong>de</strong>ias á multidão,<br />

ração, a sua estima e o seu entuziásmo, aplaudido.<br />

<strong>de</strong>zanimando logo, — quero que esse grupo<br />

por uma forma tão brilhante e unanime.<br />

entenda quanto é inútil a sua tarefa <strong>de</strong><br />

malidicencia, e como é incoerente dizer<br />

Na primeira noite, a seguir ao Adver- Tanto no hotel, como no seu camarim,<br />

mal dum meio que êles — os superiores I<br />

sário, a que o publico assistiu com certa A<strong>de</strong>lina Abranches foi cumprimentada e<br />

frieza, apezar do belo trabalho <strong>de</strong> Bra- felicitada por um sem numero <strong>de</strong> pessoas,<br />

— ajúdão largamente a corromper.<br />

zão no encantador dialogo <strong>de</strong> toda a peça quasi excluzivamente académicos.<br />

Disto não me acuzo eu—porque nunca<br />

surjiu em scena a gran<strong>de</strong> atris para re-<br />

disse a ninguém o que não pensasse,<br />

prezentar a Anedota, <strong>de</strong> Marcelino. Ao Na primeira noite, em que A<strong>de</strong>lina<br />

nunca neguei, por trás das costas dum<br />

seu aparecimento foi vibrantemente sau- reprezentou a Anedota, foi profusamen-<br />

camarada, o que frente a frente afirmára;<br />

dada por uma salva <strong>de</strong> palmas prolon te distribuido no teatro um numero úni-<br />

nem nunca tive da Arte a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />

gadissima, que obrigou A<strong>de</strong>lina a <strong>de</strong>scer co, em luxuoza edição, consagrado á<br />

éla é uma coiza boa para discussõis <strong>de</strong><br />

repetidas vêzes á ribalta, sendo-lhe já gran<strong>de</strong> atriz, e colaborado pelos distin-<br />

café. Acuzo-me somente <strong>de</strong> não ter lu-<br />

nessa ocazião lançados alguns ramos <strong>de</strong> tos aca<strong>de</strong>mieos, alguns bem conhecidos<br />

tado. E' precizo combater sempre, lutar<br />

rozas. A extraordinaria artista foi admi- no mundo d is letras: Annibal Soares,<br />

sempre. Aos vinte anos nunca á motivos<br />

ravel no <strong>de</strong>zempenho d'esse pequeno ato, Mauuel <strong>de</strong> Sousa Pinto, Gomes da Silva,<br />

para <strong>de</strong>zesperar. E não fica bem evocar<br />

em que tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do talento do inter- Antonio Maria Pereira Júnior, Manuel<br />

tão liricamente a paizajem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

prete.<br />

Monteiro, Carlos Amaro, Mário <strong>de</strong> Vas-<br />

e não se importar que éla seja apenas<br />

um cenário bom em que reprezenta uma<br />

Não houve minúcia, o mais insigniconcelos,<br />

Alvaro <strong>de</strong> Castro, Carlos Olavo<br />

companhia reles.<br />

ficante <strong>de</strong>talhe que escapasse á sua finís-<br />

Carlos <strong>de</strong> Mendonça, Alberto Costa (Padsima<br />

observação, para nos dar, cheio <strong>de</strong><br />

Zé) e Campos Lima.<br />

E'precizo onrá-la — fazendo-a amar<br />

naturalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, Era illustrado com um <strong>de</strong>senho—ca-<br />

pela beléza que éla <strong>de</strong>ixa nos coraçõis.<br />

esse garoto que á viva força quer entrar ricatura <strong>de</strong> A<strong>de</strong>lina, a quem foi olíereci-<br />

Passamos aqui a mocida<strong>de</strong>—como dizem<br />

para o teatro, e improvisa, á pressa, do um exemplar especial, em papel do Ja-<br />

as baladas — e da mocida<strong>de</strong> não fica um<br />

uma trajedia que enternece o impiedozo pão, assinado pelos autores.<br />

rasto luminozo, a memoria dum entu-<br />

emprezário.<br />

A todos os artistas do teatro D. Améziásmo<br />

sincéro. E' triste. E os únicos<br />

Foi grandioza, imponente, a manilia foi egualmente oferecido um exemplar<br />

culpados são aquêles que, julgando-se<br />

festação final.<br />

bem como ao Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> S. Luiz <strong>de</strong><br />

superiores, nada fazem para isso. Des<strong>de</strong><br />

que partiu d'aqui o grito violento e livre<br />

A<strong>de</strong>lina, obrigada a permanecer em<br />

Braga.<br />

da Escola <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> — tudo emu<strong>de</strong>ceu,<br />

cêna mais <strong>de</strong> uni quarto d'óra, era acla-<br />

para todo o sempre.<br />

mada entuziásticamente, n'um <strong>de</strong>lírio, ao A ilústre atris A<strong>de</strong>lina Abran-<br />

passo que <strong>de</strong> todos os lados choviam<br />

Não pensem os literatos académicos<br />

ches, antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

sobre ela, juncando o palco, braçados<br />

— reclames vivos aos cafés da Baixa —<br />

<strong>de</strong> flores, linoissimos ramos, e <strong>de</strong>zê- enviou ao nosso amigo sr. Anibal<br />

que, por terem estudado na <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

nas <strong>de</strong> capas dos estudantes, no meio Soares a seguinte cárta.<br />

Antéro, João <strong>de</strong> Deus, Teófilo Braga e<br />

<strong>de</strong> salvas <strong>de</strong> palmas estrondózas, e vivas<br />

tantos outros, isto <strong>de</strong> escrever se bebe<br />

freneticos ao seu nome gloriosíssimo.<br />

« <strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />

no ar do Penedo da Sauda<strong>de</strong> ou na agua<br />

Ela agra<strong>de</strong>cia, sorrindo, comovida,<br />

da Lapa dos Esteios. E' precizo trabalhar,<br />

Ill.<br />

essa vibrantíssima ovação, como <strong>de</strong>gual<br />

e amar, mais do que a própria vaida<strong>de</strong>,<br />

não á memoria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os saudózos tempos<br />

a sua Arte — sem se fiar em elojios <strong>de</strong><br />

do teátro académico.<br />

companheiros das noitadas, nem nas palavras<br />

amaveis <strong>de</strong> jornais. E amar a sua<br />

Ao fim, como a gran<strong>de</strong> atris fôsse<br />

Arte — não é somente fazer apoteózes ao<br />

esperada no átrio do teátro por uma<br />

sr. Julio Dantas e coroa-lo pagãmente <strong>de</strong><br />

enorme massa <strong>de</strong> estudantes, saiu por<br />

flores — o que, se lhe dava o ar dum<br />

outra porta, acompanhada até ao ótel por<br />

Baco anémico e <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte, não podia<br />

um grupo <strong>de</strong> amigos e admiradores.<br />

senão entristecê-lo pela nenhuma autori-<br />

Em a noite seguinte, representação<br />

da<strong>de</strong> das pessoas que lhe fizérão a mani-<br />

do Amlet, a tal classica corôa <strong>de</strong> glória<br />

festação. Amar a Arte — é viver por éla<br />

do Brazão, que passaremos em claro.<br />

com todas as forças do espirito, com todo<br />

Dizêr mal é sempre dolorozo.<br />

o entuziásmo, com todas as crenças, e<br />

A trajédia <strong>de</strong> Shakspeare apenas serve<br />

ter por êla uma adoração diversa do que<br />

a Brazão, que ali anda, pela cena, sem-<br />

seja o amor aos colarinhos altos e aos<br />

pre <strong>de</strong> olhar parado, a modos <strong>de</strong> quem<br />

cigarros extranjeiros.<br />

não percebe nada d'aquilo, para cabalmente<br />

nos certificar da robustês dns seus<br />

Amem-na os moços Artistas como pulmõis e solidas articulaçõis <strong>de</strong> braços,<br />

<strong>de</strong>vem, e amem os outros a Vida, quei- Quanto a Boza Damasceno, com franrão-na<br />

digr.a e sincera e nobre, sem queza, o cazo rezulta simplesmente em<br />

tranzijencias nem mentiras. Gastem a <strong>de</strong>scaramento.<br />

sua enerjia numa áção persistente e se-<br />

E' ser injenua <strong>de</strong> mais.<br />

ria, que, por isso mesmo, será fecunda.<br />

Sueira a ilustre senhora abolir da<br />

Nada tão simples, nada tão claro como<br />

sua corôa <strong>de</strong> glorias esse <strong>de</strong>smantelado<br />

consegui-lo. E ser-lhes-á <strong>de</strong>pois uma glo-<br />

florão, ou annunciar-se nos programas<br />

rioza lembrança pensar que <strong>de</strong>ixárão em<br />

uma carinhoza avó da ofélia.<br />

<strong>Coimbra</strong> mais alegria e mais consciência<br />

A seguir, apparece nos novamente<br />

do que tinhão encontrado. Mais alegria,<br />

A<strong>de</strong>lina na Severa, do sr. Julio Dantas.<br />

mais consciência, mais entuziásmo; e<br />

também mais largo e livre movimento — De toda aquela farrapajem dramatica,<br />

e não apenas esse <strong>de</strong> curvar a espinha, é tão gran<strong>de</strong> o seu talento, que ela con-<br />

muito uzado, e que é, segundo dizem, o segue fazêr imenso.<br />

melhor para <strong>de</strong>zenvolver os músculos do Noite mais agitada que a primeira,<br />

estomago.<br />

d'aplauzos entuziasticos a A<strong>de</strong>lina, e <strong>de</strong><br />

pateada ao auctor, que á sombra d'uma<br />

Maio, 190i.<br />

gran<strong>de</strong> atriz, perante quem todos se curvam,<br />

quiz fazer colheita <strong>de</strong> loiros, com<br />

João <strong>de</strong> Barros. que entrásse gloriosamente em Lisboa.<br />

Enganou-se, porem. Ouve muito<br />

quem aplaudise, alguns por motivos bem<br />

curiosos e pitorescos, mas justiça foi<br />

Uma comissão da meza da ir- feita, como cumpria.<br />

manda<strong>de</strong> da Rainha Santa solicitou O sr. Dantas chegou a ser erguido<br />

dos srs. bispo con<strong>de</strong> e governador em braços, embrulhado n'uma meia dú-<br />

civil a sua cooperação valiosa para zia <strong>de</strong> admiradores (1). que tentaram me-<br />

os luzidos festejos que tenciona levar<br />

ter-lhe nas mãos ramos <strong>de</strong> flores, momentos<br />

antes oferecidos a A<strong>de</strong>lina, e que<br />

a efeito nos dias. 7 a 10 <strong>de</strong> julho. a gran<strong>de</strong> atriz colocara a um dos lados<br />

A corporação dos bombeiros da cêna. Mas a pateada era bem sono-<br />

voluntários tenciona abrilhantar ra.<br />

estas festas, com urrigran<strong>de</strong> festival, Apezar <strong>de</strong> todas estas escabrosida<strong>de</strong>s,<br />

em que haverá números diversos A<strong>de</strong>lina teve outra noite <strong>de</strong> ruidoso e incontestável<br />

triumfo.<br />

e atraentes.<br />

Como na primeira, foi coberta <strong>de</strong> ílôres<br />

e capas; como na primeira o seu nome<br />

foi gritido e aclamado por todas as<br />

bôcas.<br />

O oficial do exercito sr. Alfredo Leão<br />

A gloriosa Artista atravesou o átrio<br />

Pimentel publicou recentemente o Ma-<br />

do teatro, em meio <strong>de</strong> salvas <strong>de</strong> palmas,<br />

nual do Colono, construções, Estudo da<br />

pizando as capas dos estudantes, que lhe<br />

rejião, etc., etc., livro interesante e util<br />

eram arejadas aos pés, sendo acompanha-<br />

para todos que não servir no ultramar.<br />

da <strong>de</strong>pois por enorme multidão <strong>de</strong> académicos,<br />

que a vitoriavam durante todo o<br />

trajeto redobrando o entuziasmo á porta<br />

Finou-se no dia 26 a sr. D. Terêza do otel, cuja escada, coberta <strong>de</strong> capas,<br />

Carolina Pinto mãi do sr. Alfredo Maria ella subiu no meio d'um entusiasmo in-<br />

Pinto e sogra do sr. João Sarmento. <strong>de</strong>scritível.<br />

A finada era senhora <strong>de</strong> muitas vir- A sublime Artista, a primeira atriz<br />

tu<strong>de</strong>s e viuva do já falecido Abel Pinto portuguêza <strong>de</strong> hoje, pou<strong>de</strong> partir <strong>de</strong><br />

da Abrunheira.<br />

<strong>Coimbra</strong>, na convicção, <strong>de</strong> que triumfára<br />

A's famílias enlutadas, e especialmente absolutamente, conquistando pelo legiti-<br />

ao sr. João Sarmento e Alfrêdo Pinto, os mo direito do seu primacial talento, os<br />

nossos pezames.<br />

mais unanimes e calorosos aplausos que<br />

m0 e hxr Sr.<br />

Não encontro palavras que<br />

sejão bem a expressão do meu<br />

agra<strong>de</strong>cimento a V. Ex." e aos<br />

seus companheiros, pelas enternecedôras<br />

e inolvidáveis provas <strong>de</strong><br />

simpatia <strong>de</strong> que jenerosãmente fizérão<br />

alvo a minha umil<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>.<br />

Entre as amarguras<br />

do passado e as que porventura<br />

meespérão no futuro, á-<strong>de</strong> lembrai -<br />

me sempre, compensando-as em<br />

gran<strong>de</strong> parte e servi?ido-me <strong>de</strong><br />

estimulo para o trabalho, o acolhimento<br />

calorôzo e amoravel dos<br />

estudantes <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Obrigada<br />

<strong>de</strong> todo o coração. — A<strong>de</strong>lina<br />

Abranches. »<br />

GONOL PAIVA<br />

Novida<strong>de</strong> farmacêutica —registado<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />

e crónicas, sanguíneas ou purulentas.<br />

Cura rapida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />

A' venda na farmácia e drogaria,<br />

Rodrigues da Silva, — <strong>Coimbra</strong>.<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

Festas «la EiaiasSia Sa.5ia<br />

Continuam com ativida<strong>de</strong> os preparativos<br />

para as festas da Rainha Santa<br />

prometendo este ano ser brilhantes.<br />

A meza da Real Confraria está confecionando<br />

o programa oficial que breve<br />

será dado a publico, apresentando alguns<br />

números novos.<br />

0 fogo preso que se á-<strong>de</strong> queimar na<br />

ocasião, parece que será dado a um pirotécnico<br />

<strong>de</strong> Viana do Castelo.<br />

A' i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> iluminar á moda do Minho<br />

a Avenida Navarro, que seria <strong>de</strong> um<br />

efeito <strong>de</strong>slumbrante quando bem ezecutado.<br />

Na rua do Viscon<strong>de</strong> da Luz. constituiu-se<br />

a comissão, que ficou assim composta:<br />

Miguel José da Costa Braga, José<br />

Gomes da Cunha, Julio Machado Feliciano,<br />

Manuel Joaquim Vilaça, João Men<strong>de</strong>s,<br />

José Francisco, Manuel José Dantas Guimarães,<br />

Manuel Ferreira Mateus e Correia<br />

dc Borjes,<br />

Vai ser posto a concurso o logar <strong>de</strong><br />

amanuense da secretaria da camara <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong> ;om o vencimento <strong>de</strong> 160#0QQ<br />

reis.


1 obra do sr. J. Dantas<br />

A minha carta, irritante e irritável,<br />

rezultado duma ajitação, pouco nos meus<br />

hábitos teve muito do movimento impensado<br />

<strong>de</strong> cólera. A exaltação, que algu-<br />

.mas discussois parciais produziram, fês<br />

com que ela surjisse violenta bem contra<br />

a minha vonta<strong>de</strong> atual: serena e razoavel.<br />

Agora, procurarei ser calmo e<br />

<strong>de</strong>monstrar que o que na carta se contem,<br />

embora duma ma. eira ajitadá, é<br />

uma verda<strong>de</strong> tão clara como a mais tranquila<br />

è límpida agua.<br />

Pelas diversas facetas porque a obra<br />

do Sr. J. Dantas, se po<strong>de</strong> olhar, em nenhuma<br />

(lelás se <strong>de</strong>scóbrem indicios motivantes<br />

<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração, para uma critica<br />

séria. É' {lôzitíVamente uma b&nca<br />

rota inteletual, bem documentada em<br />

provas, esta que se manifesta no sr. J."<br />

Dantas. Voltando-nos para ela com a boa<br />

vonta<strong>de</strong> dé <strong>de</strong>ixar umas palavras que signifiquem<br />

ao menos, o que em todos os<br />

trabalhos é louvável, a perseverança e a<br />

onestida<strong>de</strong> nem essas mesmo po<strong>de</strong>rão<br />

vir lançar conforto na dissecação <strong>de</strong>sta<br />

coifi tão mizerável e tão digna <strong>de</strong> comizeração.<br />

Porque o sr. J. Dantas talvês,<br />

no intuito <strong>de</strong> fazer um Cirano femenino<br />

nem sequer conseguio rendilhar literariamente<br />

uma còizá que tivesse, pelo<br />

menos, o valor <strong>de</strong> bijouteria. Yem num<br />

calão refês, falso, impotentemente realizar<br />

uma coiza mesquinha on<strong>de</strong> só a nossa<br />

pieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ir salva-lo, E pieda<strong>de</strong> que<br />

nos vem da convicção assente <strong>de</strong> que o<br />

sr. J. Dantas não é <strong>de</strong> todo <strong>de</strong>sprovido<br />

<strong>de</strong> intelijencia e critério.<br />

E se pelo ábito <strong>de</strong> fazêr essa obra<br />

<strong>de</strong>sonesta ainda <strong>de</strong> todo não per<strong>de</strong>u um<br />

certo pudor, muitas vezes a sós corará<br />

<strong>de</strong>ante da «Severa» e do «Serão» e<br />

queimalos-ia <strong>de</strong> bom grado se a memoria<br />

dos outros não estivesse acordada. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />

que essas peças po<strong>de</strong>m ser<br />

reprezentadas e muitas po<strong>de</strong>remos receber<br />

em idênticas condiçõis mas o sr. J.<br />

Dantas po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ter um logar mais<br />

elevado que nós, os que o pateam, lhe<br />

<strong>de</strong>sejamos, como pe<strong>de</strong> a sua mocida<strong>de</strong> e<br />

o seu talento. E todos os que isto lhe<br />

disserem os po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar como amigos,<br />

e amigos <strong>de</strong>zejozos <strong>de</strong> o ver marcar<br />

um logar, sem ganancia no teatro português.<br />

Porque não ha-<strong>de</strong> o Snr. J. Dantas,<br />

mesmo com essa queda para <strong>de</strong>senhar<br />

doentes e maníacos, procurar na historia<br />

portuguêza typos que seriam licções moraes,<br />

gran<strong>de</strong>s elementos <strong>de</strong> rehabilitação<br />

para esta socieda<strong>de</strong> já <strong>de</strong> braço dado<br />

com tudo o que é abjecto e indigno. Mesmo<br />

estudando essas catastrophes mora ÍS,<br />

essas <strong>de</strong>pressões da vida d'uma nacionalida<strong>de</strong>,<br />

on<strong>de</strong> sempre existe, occulto filão,<br />

a «nergia latente, a força encrisalada que<br />

rebentará n'um periodo mais ou menos<br />

largo, quando as condições exteriores a<br />

sulicitarem, ainda encontrará motivos para<br />

acções dramaticas empolgantes. Mas a<br />

diíSculda<strong>de</strong>, quando a tratar estes assumptos,<br />

é saber, na talagarça do drama,<br />

fazer seguir este tenue e imperceptível<br />

fio que liga períodos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />

e gran<strong>de</strong>za atravez as impurezas e<br />

<strong>de</strong>scalàbros d'uma quadra doentia.<br />

E é esta vida sombria das socieda<strong>de</strong>s,<br />

impercetivel a maior, parte, que o dramaturgo<br />

<strong>de</strong>ve fazer avultar na peça para<br />

a tornar d'uma simples parodia photographica,<br />

n'uma obra <strong>de</strong> arte e arte social.<br />

Foi o <strong>de</strong>sconhecimento d esta obscura<br />

vitalida<strong>de</strong> nas socieda<strong>de</strong>s que fez chamar<br />

á ida<strong>de</strong> media epocha <strong>de</strong> barbaria e confusão.<br />

E que enorme vida latente ella<br />

conservava em si,vindo rebentar na floração<br />

explendida da renascença. O passar<br />

para o palco aspectos parcelares d'uma<br />

socieda<strong>de</strong> n'um dado periodo historico,<br />

o mais exatamente possivel, sem fazer<br />

correr por toda a peça, como um liame<br />

que a ligue e uma razão que a justifique<br />

a vida geral a que pertencem, resultará<br />

sempre uma obra sem interesse e sem<br />

valor. Assim uma peça histórica po<strong>de</strong> tra<br />

jer para a scena as falências mais cla-<br />

' ras dutna raça, porque a intelijencia do<br />

autor saberá mostrar no tom médio da<br />

obra a enerjia que existe adora ecida e<br />

os fatores inconcientes que lhe darão<br />

vida.<br />

Por mais nojentas e abjetas que sejam<br />

as cenas <strong>de</strong>zenroladas e mais ignóbeis<br />

os personajens, estará a reabilitar<br />

a peça. a torna-la moral e social, a gran<strong>de</strong><br />

lição <strong>de</strong> que aí mesmo existe alguma<br />

coiza bôa que convém estudar para com<br />

o seu conhecimento nos abilitar para o<br />

futuro, conscientemente, a fazer frutificar.<br />

Dos maiores monturos nascem os<br />

mais brancos li rios.<br />

Não é analize do monturo que convém<br />

fazer: é ás condiçõis exteriores que<br />

golicitarana a semente, á vida surda que<br />

ela contem que se <strong>de</strong>ve dirijir o nosso<br />

estudo.<br />

E' esta orient;i(; : !o que nos parece<br />

mais razoavel e que no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>stas<br />

consi<strong>de</strong>raçõis seguiremos.<br />

CARTA<br />

REKVSTEXCIA— <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1004 Í5<br />

ALVARO DE CASTRO.<br />

Do illustre presi<strong>de</strong>nte das Grechas <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong>, sr. Dr. Filomeno da Camara<br />

Mello Cabral, recebemos a carta que em<br />

seguida publicamos:<br />

Sr. redator<br />

Peço-lhe a fineza <strong>de</strong> publicar no seu<br />

muito lido jornal, a induza carta que<br />

oie mesmo diriji ao ilustre diretor da<br />

«Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>».<br />

Por este favor se confessa<br />

De v., etc.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 28-5-904.<br />

Filomeno da Camara.<br />

Sr. Dr. Teixeira d'Abreu, digníssimo<br />

diretor da «Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>».<br />

Sob a epigrafe — Um Governador<br />

Civil nas mãos d'um policia Um caso<br />

joco serio — publica a «Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>»<br />

no seu ultimo numero uma noticia<br />

que, para produzir o efeito a que aspira,<br />

isto é, para fazer acreditar num escândalo<br />

ou ridiculo, em que figura como<br />

protagonista o sr. governador civil <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong>, faz duas afirmações, urna fundamentalmente<br />

gratuita e absolutamente<br />

falsa, a outra <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> valor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que a primeira <strong>de</strong>sapareça. E' acusado<br />

o ilustre funcionário: 1.° <strong>de</strong> querer entrar<br />

no recinto d'um festival, promovido<br />

a favor da Creche <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, sem pagar<br />

o bilhete d'entrada; 2.° <strong>de</strong> castigar<br />

com prisão o guarda que, no <strong>de</strong>sempenho<br />

rigorozo dos seus <strong>de</strong>veres, o <strong>de</strong>tevé<br />

por o não conhecer.<br />

Oponho, sr. redator, á primeira afirmativa,<br />

um <strong>de</strong>smentido formal Alguns<br />

dias antes do festival procurei o Dr. Cid,<br />

<strong>de</strong>svelado protetor da Creche, para lhe<br />

pedir que assistisse á nossa festa e aceitasse<br />

um bilhete que a direção tomára a<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> lhe oferecer. Sua ex. a prometeu<br />

ir, e encarregou-me <strong>de</strong> lhe reservar<br />

para a sua familia tres ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />

números seguidos. Dois dias <strong>de</strong>pois do<br />

festival, logo que nos encontrámos, o sr.<br />

governador civil pagou os tres bilhetes<br />

encomendados e entregou-me 5$000 reis,<br />

donativo com que <strong>de</strong>sejava contribuir<br />

para o pruduto da nossa festa <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />

Yeja v. ex. a quanto dista da verda<strong>de</strong><br />

a primeira acuzação 1<br />

Emquanto á segunda, o fato reduzse<br />

a ter a primeira autorida<strong>de</strong> do distrito<br />

mandado substituir um guarda que<br />

o não conheceu.<br />

Como v. ex. a vê, pelas circunstancias<br />

acima referidas, assiste-me a obrigação<br />

<strong>de</strong> restabelecer a verda<strong>de</strong> dos factos, no<br />

mesmo logar em que se fez uma narrativa<br />

<strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> fundamento.<br />

Eis o motivo justificativo d'esta carta.<br />

De resto, o elevado talento e reconhecida<br />

dignida<strong>de</strong> do sr. governador civil, qualida<strong>de</strong>s<br />

que o levantaram tão novo aos<br />

logáres da maior responsabilida<strong>de</strong> no<br />

majisterio e na administração, e que<br />

farão d'ele um dos omens mais prestimozos<br />

do nosso país, dispensavam esta<br />

carta como <strong>de</strong>feza, porque a acuzação<br />

não seria acreditada; mas a minha consciência<br />

é que a não dispensa como ato<br />

<strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> reparação.<br />

Creio que v. a acolherá como tal, e<br />

lhe dará a onroza publicida<strong>de</strong> nas colunas<br />

do seu acreditado jornal, pelo que<br />

se confessa reconhecido o<br />

De v., etc.<br />

Filomeno da Camara.<br />

Guerra Junqueiro<br />

Do Mundo elegante transcrevemos<br />

o artigo <strong>de</strong> Xavier <strong>de</strong> Carvalho,<br />

que acompanha um magnifico<br />

retrato <strong>de</strong> guerra Junqueiro.<br />

E' uma omenajem justíssima,<br />

<strong>de</strong>vida ao jenio do gran<strong>de</strong> poeta,<br />

cuja obra têm ôje um renome universal<br />

e que, onrando gloriozamente<br />

o seu país, leva fóra déle o<br />

seu nome, envolto um alto aclamadôr<br />

Nunca n'este largo periodo <strong>de</strong> vinte<br />

annos <strong>de</strong> cronista nos vimos tão embaraçados<br />

como no atual momento. Santo<br />

Deus!<br />

Como resumir em meia dúzia <strong>de</strong> linhas<br />

toda a impetuosa, toda a alucinante<br />

admiração que nos ulula n'alma dian-<br />

te d'esse jenial espirito <strong>de</strong> semi-<strong>de</strong>us da<br />

Poezia nas leiras latinas que é Guérra<br />

Junqueiro. Ele que enche todo um século<br />

com as suas rimas brilhantisimas, dia<strong>de</strong>madas<br />

d'oiro puro correndo como um<br />

Nilo em revolta por toda a nossa literatura<br />

fóra, enchendo d'um renoveau <strong>de</strong><br />

fé e d'arte as almas da mocida<strong>de</strong>.<br />

IrmSo jemio <strong>de</strong> Hugo e <strong>de</strong> Tolstoi, <strong>de</strong><br />

Zola e <strong>de</strong> Goete, á n'esse poeta extraordinário<br />

o protesto <strong>de</strong> todas as almae em<br />

prol da pieda<strong>de</strong> e da justiça. Estranho<br />

jenio em que a rebeldia romântica na<br />

sua expressão culminante e suprema se<br />

casa—noivado excelso! com a infinita<br />

misericórdia, a espaços i<strong>de</strong>alista mas<br />

quasi sempre umana.<br />

O seu nome resoa como um clarim<br />

vitorioso. E' mais do que um simbolo,<br />

é toda a síntese da Alma Mo<strong>de</strong>rna.<br />

Na sua doce figura <strong>de</strong> Santo abremse<br />

os seus dois olhos d'águia que são<br />

ao mesrro tempo como duas largas janelas<br />

<strong>de</strong> ceu pelas quaes po<strong>de</strong>mos antevér,<br />

ai <strong>de</strong> nós bem longiquamente ainda! o<br />

amanhã radioso d'integra.l liberda<strong>de</strong>, porque<br />

anciamos nós os enamorados da<br />

Ação e do Sonho.<br />

Guerra Junquéiro! Ao lê-lo sentimos<br />

a noss'alma mergulhada em pleno azul.<br />

Pouco a pouco, as linhas <strong>de</strong> letras, os<br />

carateres tipográficos dos seus psemas<br />

<strong>de</strong>zaparecem, esvaem-se, diluídos como<br />

que n'uma névoa espiritualisada e<br />

nós todos embevecidos na musica alada<br />

das suas rimas aleluiaes, imajinamos<br />

ouvir as estrelas a cantar, os lírios dialogando<br />

com a aurora, o sol discutir com<br />

Deus-Todo-o Po<strong>de</strong>roso em quanto lejiões<br />

<strong>de</strong> criancitas loiras, nimbadas <strong>de</strong> luar,<br />

sarabandam n'um recanto do Paraizo, ao<br />

som d'uma orquestra invisível <strong>de</strong> arcanjos.<br />

E' o poeta divino que e u rimas translúcidas<br />

até oje melhor interpretou o extasis<br />

das flores e dos astros.<br />

O seu ultimo trabalho Oração d Lua<br />

<strong>de</strong>ve ser lido como todas as orações,—<br />

<strong>de</strong> joelhos. Tivemos óje o prazer, ó, o<br />

infinito e dulcissiimo prazer, d'estreitarmos<br />

n'um ar<strong>de</strong>nte amplexo <strong>de</strong> carinho o<br />

seu bello peito amigo,—do querido amigo,—do<br />

querido amigo <strong>de</strong> vinte anos <strong>de</strong><br />

leal e sã camaradajem. Aqui o temos<br />

<strong>de</strong> novo em Paris em pleno boi<strong>de</strong>bard<br />

palmilhando o trotoir por on<strong>de</strong> corre em<br />

vagalhão espumante a enxurrada <strong>de</strong> toda<br />

a cívilisação. Saudamos o gran<strong>de</strong> pensa<br />

t'or, o jenial poeta, a intelijencia rara<br />

d'eleito o niestre sublime.<br />

( De « O Mundo Elegante » )<br />

Médicos <strong>de</strong> 1894<br />

Xavier <strong>de</strong> Carvalho.<br />

Os médicos que concluíram a sua<br />

formatura na universida<strong>de</strong> em 1894 reunem-se<br />

nesta cida<strong>de</strong> nos dias 31 do corrente<br />

e 1 <strong>de</strong> junho, no ótél Avenida, para<br />

festejar aquela data. Do programa<br />

das festas que tencionam realizar <strong>de</strong>stacamos:<br />

passeio em carros pelos suburbios<br />

da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vizitam os pontos<br />

mais apreciaveis recordando esses belos<br />

dias da mocida<strong>de</strong> que aqui passaram, e<br />

jantar na Lapa dos Esteios don<strong>de</strong> regressaram<br />

em barcos iluminados à Veneziana.<br />

UNIVERSIDADE<br />

Reuniu na ultima quarta feira a<br />

congregação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />

para a constituição dos júris<br />

que ão <strong>de</strong> funccionar nos atos<br />

dos diversos anos da mesma faculda<strong>de</strong><br />

e que começam no dia 9<br />

do proximo mez.<br />

Também reuniu a congregação<br />

da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicina sobre o<br />

mesmo assumpto ficando assim constituídos<br />

os júris:<br />

MEDICINA<br />

Ano—l. a ca<strong>de</strong>ira -Drs. Basilio<br />

Freire, Filomeno da Camara e Egas-<br />

Moniz.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Filomeno da Camara,<br />

Basilio Freire e Egas-Moniz.<br />

2. Ano—3. a ca<strong>de</strong>ira=Drs. Silva Basto,<br />

Campos <strong>de</strong> Carvalho e Antonio <strong>de</strong><br />

Padua.<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Raimundo Mota,<br />

Lucio Rocha, e Anjelo da Fonseca.<br />

5. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Costa Alemão, Raimundo<br />

Mota e Lopes Vieira.<br />

3.° «ano»—Drs. Luis Pereira, Lucio<br />

Rochá, Antonio <strong>de</strong> Padua e Anjelo da<br />

Fonseca.<br />

4.° «ano»—Drs. Daniel <strong>de</strong> Matos,<br />

Souza Refoios, Santos Viegas, e Elizio <strong>de</strong><br />

Moura.<br />

5.° «ano»—Drs. Costa Alemão, Lopes<br />

Vieira e Serras e Silva.<br />

A faculda<strong>de</strong> rezolveu que o sr. dr.<br />

Elizio <strong>de</strong> Moura fosse lambem arguente<br />

nos atos do 3.° ano medico, na ca<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> Patolojia Jeral, emquanto durar o impedimento,<br />

por doença, du sr. dr. Luis<br />

Pereira, catedratico <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ira.<br />

DIREITO<br />

1. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Calisto, Enriques<br />

da Silva e Pedro Martins.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Pedro Martins,<br />

Guilherme Moreira, Marnoco e Souza.<br />

3. 1 ca<strong>de</strong>ira —Drs. Teixeira d'Abreu,<br />

Tavares e Reis.<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira —Drs. Marnoco, Guilherme<br />

Moreira e Alvaro Vilela.<br />

5. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Moreira, Dias da<br />

Silva e Alvaro Vilela.<br />

6. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Marnoco e Souza,<br />

Tavares e Pedro Martins.<br />

7. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Alberto dos Reis,<br />

Calisto e Guimarãis Pedroza-<br />

3.° «ano» —Drs. Assis Teixeira, Guimarãis<br />

Pedroza e Tavares.<br />

4.° *ano» —Drs. Fernan<strong>de</strong>s Vás,<br />

Paiva Pita e Alberto dos Reis.<br />

5.° «ano»—Drs. Enriques da Silva,<br />

Dias da Silva, e Alvaro Vilela e um dos<br />

lentes da Faculda<strong>de</strong> por turno ao 4.° argumento.<br />

Bombeiros Voluntários<br />

k <strong>Coimbra</strong><br />

Tendo esta corporação resolvido<br />

mandar dizer uma missa por alma<br />

da falecida D. Maria <strong>de</strong> Jezus<br />

Borges d'01iveira, Benemerita e<br />

bemfeitora que foi <strong>de</strong>sta corporação,<br />

convidão-se os Ex. mos Socios Benemeritos<br />

Onorarios e protetores, a<br />

onrarem com a sua prezença este<br />

ato religioso, na próxima 2. a feira,<br />

dia 30, ás 9 oras da manhã, na<br />

Igreja <strong>de</strong> S. Bartolomeu.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte da Direcção.<br />

Manuel Bernardo Loureiro.<br />

novo serviço <strong>de</strong> comboios n<br />

ia beira Alta<br />

JVTodà Illustrada<br />

Jornal das famílias — Publicação semanal<br />

Diretor a: D. LEONOR MALDONADO<br />

Condições da assinatura : por ano com<br />

1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />

mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />

com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />

5$000 réis.<br />

Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />

em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 2Í> números<br />

com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2)5500<br />

réis;<br />

Trimestre, 1 'i números com 450 gravuras<br />

em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 13 números<br />

com 260 gravuras do bordados, 1$300<br />

réis.<br />

Cada número da Moda Ilustrada d<br />

acompanhado dum número do Petil Eco<br />

<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />

em todos os géneros, roupas do corpo,<br />

<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />

croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />

fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se<br />

na Moda Ilustrada, a tradução em português<br />

daquelle jornal.<br />

Assina-se em todas as livrarias do<br />

reino na do editor — Antiga Casa Bertrand<br />

Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e<br />

75, Lisboa.<br />

AOS QUE SOFREM *<br />

A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />

dôres no estomago, no fígado, <strong>de</strong>zarranjo<br />

dos intestinos, dôres <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />

canceiras,indijestõis e moléstias nervozas,<br />

aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />

do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />

com vejetais do Brazil, como o<br />

único e mais eficás dos remedios conhecidos<br />

para curar rapidamente as moléstias<br />

já <strong>de</strong>zignadas. Em minha numeroza clinica<br />

tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />

rezultados.<br />

Dr. Abel M. Faria.<br />

Encontram-se nas bôas farmacias.<br />

Ajentes em .<strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />

Silva & C. a R. Ferreira Rorjes.<br />

A Companhia da Beira Alta com o<br />

fim <strong>de</strong> facilitar as viajens a Luzo aos<br />

passajeiros proce<strong>de</strong>ntes das linhas da O 1HUI90 ELECÍAKTE<br />

Companhia Real ou a elas <strong>de</strong>stinados,<br />

estabelece no novo orario, que começa a<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

vigorar no dia 1 <strong>de</strong> junho proximo, um<br />

comboio <strong>de</strong> ida e volta entre Pampilhosa<br />

DE<br />

e Luzo.<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

O comboio d'ida, que tem o n.° 25, e atualida<strong>de</strong>s.<br />

parte <strong>de</strong> Pampilhoza ás 9,49 da tar<strong>de</strong> e Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

chega a Luzo ás 10,05, correspon<strong>de</strong>ndo S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

em Pampilhoza cam o expresso n.° 55 Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

da Companhia Real que sae <strong>de</strong> Lisboa Preles).<br />

ás 5,25 da tar<strong>de</strong> e chega á Pampilhoza Redátores das sécções: Moda e vida<br />

ás 9.49.<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

O comhoio <strong>de</strong> regresso, que tem o trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

n.° 2G, parte <strong>de</strong> Luzo, as 10,45 d? tar<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermí-<br />

e chega a Pampilhoza ás H, corresponnia Souza.<br />

<strong>de</strong>ndo nesta estação com o comboio n.° 8 Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portu-<br />

(correio) da Companhia Real que sae da gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Pampilhoza ás 11,20 da tar<strong>de</strong> e chega a Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />

Liobòa R ás 5,50 da manhã.<br />

Bregero, Paris.<br />

Além disso os passajeiros <strong>de</strong> Luzo<br />

com <strong>de</strong>stino ao Porto, teem o comboio<br />

n.° G que parte daquela estação ás 9,07<br />

Lotenia <strong>de</strong> santo Antonio<br />

da tar<strong>de</strong> e chega á Pampilhoza ás 9,25,<br />

on<strong>de</strong> passa a correspon<strong>de</strong>r com o da<br />

Companhia Real n.° 55 que parle <strong>de</strong> Pampilhoza<br />

ás 9,13 e chega ao Porto, ás 11,<br />

40 da tar<strong>de</strong>.<br />

SANTA CASA<br />

Repara... Lê... Traía-se<br />

dos teus interesses<br />

a?sos são passados<br />

<strong>de</strong>pois que<br />

is c nstipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />

dsma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />

encornodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcatrão, compostos (R elboçádos<br />

Mfiagrézos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhósos<br />

do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />

junto a outras substancias apropriadas,<br />

se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />

eficácia.<br />

E tanto assim, que os bons rezultádos<br />

obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />

compostos (SlebiB^ádos Milagrosos)<br />

são confirmádos, não só por<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />

mas também por abalizádos facultativos.<br />

Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />

pelo eorreio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />

MISERSC9RD1Â DE LISBOA<br />

G0:000$000<br />

Extracção a 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />

Bilbetes a SOSOOO réis»<br />

Vigésimos a I S.IOO róis<br />

A commissão administrativa da loteria,<br />

incumbe-se <strong>de</strong> remetter qualquer<br />

encommenda <strong>de</strong> bilhetes ou vigésimos,<br />

logo que ella seja acompanhada da sua<br />

importancia e mais 75 réis para o seguro<br />

do correio.<br />

Quem comprar IO ou mais bilhetes<br />

inteiros tem uma tommissão <strong>de</strong> 3 p. c.<br />

Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos ao<br />

secretario.<br />

Remettemse listas a todos os com.<br />

pradores.<br />

Lisboa, 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />

O Secretario,<br />

José Murinello.


4<br />

Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />

Sulfatada—Calcica<br />

A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

Estabelecimento balnear a 2 kilometros «1a estação <strong>de</strong> Hogoforc»<br />

Carros» á chegada <strong>de</strong> todos os comboios»<br />

INDICAÇÕES<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliary Engorgitamentos hepathieos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />

se lhe avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. mo sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia uão se altera, nem pelo tempo,<br />

neiu pelo transporte<br />

A' Yenda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Vinhos tintos. •<br />

Vinhos brancos<br />

Vinhos licorozos<br />

Vinagre-<br />

Azeite • •<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

4, Rua Ferreira Borges<br />

la <strong>de</strong> <strong>de</strong> lais<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

(SEM GARRAFA)<br />

Palhete<br />

Trinca<strong>de</strong>iro<br />

Clarete<br />

Marialva *<br />

Fernão Pires. .<br />

Sauterne<br />

Diagalves<br />

Marialva<br />

Licoroso branco<br />

» tinto<br />

Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Tlieodorico<br />

Pimentel<br />

Branco<br />

) Azeite d'01iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

' j d'01iveira Feijão)<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

Garafa<br />

d 10<br />

130<br />

ISO<br />

170<br />

140<br />

170<br />

180<br />

IcO<br />

250<br />

250<br />

500<br />

90<br />

300<br />

Preços especíaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j e s<br />

Sucursal na Alta<br />

37—RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. A. da Costa Pinto<br />

NHOS DE PASTO<br />

Ca-EJKTXJllSrOS<br />

V* gar<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

80<br />

90<br />

100<br />

100<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

Para consumo e exportação<br />

COIMBRA Vendas por junto e a miúdo<br />

Installação provisoria: rua da Sota n 0 8.<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> venda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

Marcas<br />

0 0<br />

i-<br />

c1 S<br />

U<br />

Garrafa<br />

<strong>de</strong> litro<br />

Garrafa<br />

bordalesa I<br />

«S s<br />

'O 1 6 1 12<br />

Tinto GRANADA . 600 120 • 80<br />

» CORAL... 600 120 — 80 —<br />

Branco AMBAR.. 650 — — 100 —<br />

- TOPÁZIO- — — — 120 —<br />

Distribuição gratuita aos domicílios,<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong>, em<br />

compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong>,<br />

garrafas.<br />

Nos preços indicados não vaeincluida<br />

a importancia do garrafão (360<br />

réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />

a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />

que se recebem pelo cnsto.<br />

Prevenção. — Os garrafões le<br />

vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />

nas rolhas das gàrrafas e garrafões<br />

vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />

fogo, ao lado e na parte superior.<br />

F0N0GRAF0S<br />

Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />

n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />

magníficos Fonografos Etlísoaa <strong>de</strong> diferentes<br />

preços e tamanhos.<br />

Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />

com lindas óperas, cançonetas, monologos,<br />

etc., nacionaes e estranjeiros que<br />

ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />

<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />

Sempre cilindros com muzicas novas<br />

e muito escolhidas.<br />

Mário Machado<br />

CirurgiSo <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />

bôca e <strong>de</strong>ntes.<br />

Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />

âs mais luxuozas.<br />

Consultório — Largo da Sé Velha.<br />

P r o c o s m ó d i c o s<br />

Fumeiro do íhtejo<br />

Recebeu mais uma remessa da ma-<br />

gnifica qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma re-<br />

ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />

Luzitana.<br />

Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />

A única que em Portugal eíétua seguros<br />

postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />

distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />

Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />

O o i m " b r a<br />

FARMACIA ASSIS<br />

SERVIÇO PERMANENTE<br />

Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />

Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />

acába <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />

0 seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />

das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />

quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />

como estranjeiros; está a pár do<br />

<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a tereupatica<br />

dia a dia vão experimentando e<br />

por isso possue uma coléção variáda das<br />

mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />

qúimicos.<br />

O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />

feito por pessoal competentemente abilitado,<br />

sob a diréção do seu administrador.<br />

Esta caza encarrega se <strong>de</strong> mandar os<br />

medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />

assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clínicos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />

ou da noute.<br />

Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />

Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />

54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />

(Em frente ao rco d'AImedina)<br />

Abriu este novo estabelecimento<br />

on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />

e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />

quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />

fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />

Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

em flanellas e panos pretos para capas e<br />

batinas, para todos os preços.<br />

Artigos para ómenj como camisaria,<br />

gravatas, luvas, etc.<br />

Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />

este estabelecimento.<br />

Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />

ALFAIATE<br />

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />

e estranj eiras.<br />

Confeções para ómens e crianças,<br />

pelos últimos figurinos.<br />

Vestes para ecleziasticos.<br />

Camizas, gravatas, suspensórios e<br />

diversos artigos para ómem.<br />

PREÇOS RI33EUMIDOS<br />

Pastelaria e confeitaria Téles<br />

150—Rua Ferreira Borges—156<br />

COIMBRA<br />

Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encon<br />

tra-se á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concernentes<br />

a estabelecimentos désta naturêza.<br />

l>Òces <strong>de</strong> ovos com os mais finos recheios.<br />

Woees <strong>de</strong> fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, secos e cristalizados.<br />

Fabricam-sc gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s.<br />

Variada pastelaria em todos os generos, especializando os <strong>de</strong> tolhado.<br />

GaZantiues diversas. Téte d A eh ar. Patê <strong>de</strong> Lievre e Foie.<br />

Saucisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />

Pão <strong>de</strong> 16, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />

Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />

marcas.<br />

Amêndoas, bombas, choeoiates, queijos, chãs, etc., etc.<br />

Caíé, toeTaidLas o oerveias<br />

Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />

na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />

FABRICA DE TELHÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />

Pedro da Silva Pinho <strong>Coimbra</strong><br />

Premiado na Exposição <strong>de</strong> Cerainica Portugneza. no Porto,<br />

cm 1882. com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />

medalha <strong>de</strong> colire na Exposição OiNtrictal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1SS4<br />

8», Itua <strong>de</strong> João Cabreira, 31—COIMBRA<br />

A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoa mais<br />

habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões para retretes<br />

vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />

grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />

etc., etc.<br />

Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />

P r e ç o s o c o n o m l c o s<br />

ACYTILENE<br />

Carbureto <strong>de</strong> cálcio francês, rendimentogarantido da 300 litros por kilo,<br />

os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />

Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessorios<br />

NOVA LUZ A GAZOLINA<br />

P o d e r i l l u m í n a n t o : IOO v e l l a s p o r b i c o<br />

O A S T O : O i'éis p o r ó r a<br />

Mandam-se grátis catalogos e preços correntes<br />

A. RI VIBRE)<br />

RUA HE S. Paulo. 9, A\i)Ut<br />

W<br />

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6<br />

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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Editor Typ. Demoeratica<br />

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL<br />

Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

__________ 1<br />

N.° 907 COIMBRA—Quinta-feira, 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />

Praxes académicas<br />

/<br />

Pouco e pouco, <strong>de</strong> ano para<br />

ano, têm <strong>de</strong>zaparecido justamente<br />

certos uzos e praxes académicas,<br />

<strong>de</strong> vaga frequente e tradicional na<br />

vida da nova mocida<strong>de</strong> universitária,<br />

cuja feição ridícula, estúpida e<br />

barbara era <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> a provocar a<br />

indignada revolta <strong>de</strong> todos os espíritos<br />

sãos.<br />

Por largo tempo perdurarão<br />

esses uzos e praxes, a tal ponto<br />

enraizados, que a sua pratica e<br />

observancia se guardava com entuziásmo,<br />

constituindo como que<br />

uma grata preocupação da maior<br />

parte dos estudantes. E, todavia,<br />

nada mais ridículo, nada mais cruel,<br />

nada mais estúpido do que certos<br />

<strong>de</strong>sses uzos, postos em pratica com<br />

um furor <strong>de</strong> energúmenos,'que todos<br />

se <strong>de</strong>leitão com exibiçõis <strong>de</strong><br />

brutalida<strong>de</strong>.<br />

Aceite a ierarquia, que apartava<br />

em graus diversos, a massa académica,<br />

os que nessa ierarquica ocupávão<br />

logar mais baixo estávão<br />

sujeitos a toda a sorte <strong>de</strong> caprichozas<br />

exijencias que ao espirito dos<br />

seus riifipviMer «miriisse. <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Q<br />

impropério contun<strong>de</strong>nte ao ponta-pe<br />

brutal, atirado com a força <strong>de</strong> bestas<br />

picadas por moscardos.<br />

O tempo foi passando e subvertendo,<br />

<strong>de</strong>rogando, esse ignóbil codigo<br />

<strong>de</strong> magnificas selvajerias, que<br />

aliás provocávão entuziasticas <strong>de</strong>tezas,<br />

quando alguém lhes marcava<br />

a torpeza e a covardia que formávão<br />

a sua esseneia.<br />

O canelão á Porta-Ferrea, que<br />

dava ao novato a impressão <strong>de</strong> que<br />

ia entrar, não num estabelecimento<br />

sciéntifico mas numa cocheira, on<strong>de</strong><br />

bestas em alas festejassem o recemvindo<br />

mortal com salvas reais <strong>de</strong><br />

rijos coices, á anos já que <strong>de</strong>zapareceu,<br />

por efeito <strong>de</strong> medidas salutares<br />

da autorida<strong>de</strong> académica e<br />

por efeito mesmo duma natural repugnância<br />

que o áto iaspirava.<br />

Mas sobrevivencias réstáo ainda,<br />

e bem lamentaveis, <strong>de</strong>sse amontoado<br />

<strong>de</strong> bestialida<strong>de</strong>s que se enfeixávão<br />

com o rotulo <strong>de</strong> praxes<br />

bar com sobrevivencias que ainda<br />

perdúrão, e que este ano que vem<br />

<strong>de</strong> findar se afirmárão com certo<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

Assim, não era raro encontrarse,<br />

ao dobrar duma esquina, um<br />

grupo <strong>de</strong> académicos, embiocados<br />

nas suas capas negras, acocorandose<br />

em silencio, á espreita da preza<br />

almejada—o novato. Se por acazo<br />

infelis algum passava, os valentes<br />

embargávão-lhe o passo, e <strong>de</strong> rosto<br />

velado, para maior mostra da sua corajem,<br />

um dêles castigava com palmatoadas<br />

tòdos a audacia extranha,<br />

dum novato andar na rua àquela óra<br />

emquanto os camaradas da aventura<br />

eroica formávão circulo, <strong>de</strong><br />

mócas erguidas, numa solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

grupo secreto.<br />

Ora pozitivamente é precizo que.<br />

isto <strong>de</strong>zapareça, para onra <strong>de</strong> toda a<br />

corporação a quem taes uzos aviltão<br />

e para bem duma cida<strong>de</strong> que não<br />

é para aí um brugo pôdre, don<strong>de</strong><br />

impunemente se permitão assaltos<br />

<strong>de</strong> mariolas <strong>de</strong> pôlpa.<br />

Essas troupes que ainda este ano<br />

manobrarão pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

á caça <strong>de</strong> novatos, <strong>de</strong>nunciando os<br />

intuitos baixos <strong>de</strong> quem se <strong>de</strong>leita<br />

com tal entretenimento, não pó<strong>de</strong>m<br />

continuar na liberda<strong>de</strong> que as autorida<strong>de</strong>s<br />

complacentes lhes têm indiretamente<br />

cônceuiy.y.<br />

E' precizo que se persigão e<br />

castiguem os autores <strong>de</strong>ssas covar<strong>de</strong>s<br />

emboscadas, e que se persigão e<br />

castiguem com dureza que seja<br />

bastante a um ensinamento salutar<br />

e perdurável.<br />

Olhem para o fato as autorida<strong>de</strong>s,<br />

e oxalá que no proximo ano<br />

letivo não tenhamos já o <strong>de</strong>sgosto<br />

<strong>de</strong> prezenciar <strong>de</strong>ssas selvajerias,<br />

que, <strong>de</strong>sonrando quem as pratica,<br />

por egual atentão contra o bom<br />

nome <strong>de</strong>sta terra.<br />

Apoiado!<br />

0 nosso prezado e ilustradissimo<br />

coléga, Poio <strong>de</strong> Aveiro, referindo-se á<br />

apreensão do Mundo, escreve estas justas<br />

palavras:<br />

«Não á então remedio contra os<br />

abusos, contra os <strong>de</strong>srespeitos, contra<br />

os atentados sem nome cometidos<br />

pelo governo contra aimprensa<br />

républieana? Á. Um gran<strong>de</strong> remedio,<br />

Sabem on<strong>de</strong> está? Na forte e solida<br />

organização <strong>de</strong> Partido Républicano.»<br />

De plenissimo acordo. Os governos<br />

redobrárão <strong>de</strong> fúria contra os republicanos<br />

quando êstes começaram a dár provas<br />

evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> fraqueza, disolvendo-se,<br />

scindindo-se em capelinhas, recebendo,<br />

<strong>de</strong>sunidos e sem autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer<br />

especie, os golpes do po<strong>de</strong>r.<br />

Unão-se, e saibão ripostár <strong>de</strong>vidamente<br />

á violência, que os atentados <strong>de</strong><br />

toda a or<strong>de</strong>m que excecionalmente os visão,<br />

não se repetirão com a frequência<br />

e a semeerimonia insultante com que<br />

hoje se suce<strong>de</strong>m.<br />

Dos republicanos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> preparemse<br />

uma :ondição <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixárão<br />

per<strong>de</strong>r por uma lamentável e criminosa<br />

abdicação.<br />

E como nota o Povo <strong>de</strong> Aveiro, uma<br />

cousa basta: juizo.<br />

Não será tempo srs. republicanos se<br />

se disporem a tomal-o. pondo remate<br />

<strong>de</strong>cidido ás suas intermináveis loucuras?<br />

Quando se resolverem...<br />

Us ia explozão<br />

O sr. dr. Anjelo da Fonseca que<br />

estudou as lezõis observadas na<br />

mulher e nas crianças vitimas da explozão<br />

das bombas ao coléjio novo,<br />

conclue assim o seu trabalho:<br />

Nos dois cadáveres existião feridas<br />

contúzas e queimaduras. As primeiras<br />

são, como sabemos, comuns a todos os<br />

explozivos. Produzem-se por dois mecanismos,<br />

diferentes na esseneia, mas que<br />

ordinariamente se conjugão e entrecruzão<br />

no efeito. Sabemos que no momento da<br />

<strong>de</strong>tonação as matérias que envolvem e<br />

acompanhão a substancia exploziva se<br />

convertem em projecteis animados <strong>de</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. E são estes projécteis<br />

que interrompem a continuida<strong>de</strong><br />

dos tecidos, que rásgão a péle, dilacérão<br />

as carnes e fraetúrão os óssos. Arrástão<br />

comsigo matéria gazôza que, dilatandose,<br />

<strong>de</strong>scola o tecido celular e fendilha<br />

as massas musculares. Alem disso,<br />

segundo as experencias <strong>de</strong> Vieille e<br />

Satreau, a explozão nos primeiros momentos<br />

jera o vazio em uma area limitada<br />

e só <strong>de</strong>pois é que os gázes produzidos<br />

<strong>de</strong>terminão uma iperpressão violenta, A<br />

<strong>de</strong>pressão brusca orijina dilataçõisgazósas<br />

que arrastão num turbilhão colossal as<br />

roupas d-as vitimas, chegando a <strong>de</strong>spi-las<br />

por completo. A iperpressão projécta-as<br />

a distancia, altera os aparelhos, abála os<br />

orgãos, modifica os sistemas, <strong>de</strong>zorganiza<br />

os tecidos, perturba as funçõis e <strong>de</strong>stróe<br />

as células.<br />

IO. 0 ANO<br />

Cínerra «resj9C|ueiro<br />

v<br />

TFÍ Í 4<br />

E' oje que se efetua na gran<strong>de</strong> capital<br />

da Republica francêza, o banquete em<br />

onra <strong>de</strong>ste jenial poeta, e para o qual á<br />

numerozas a<strong>de</strong>zõis.<br />

Prezidirá Jaurés.<br />

Fecharam na ultima terça feira os<br />

trabalhos escolares na <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

O ano letivo que findou foi safaro <strong>de</strong><br />

acontecimentos interessantes, que dêem<br />

matéria para um balanço e correlativo<br />

comentário. Passou sem algum d'esses<br />

inci<strong>de</strong>ntes que lançam a curiozida<strong>de</strong> publica<br />

em alvoroço e são além d'isso mostras<br />

<strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> força. De ano para<br />

ano a nossa mocida<strong>de</strong> universitária <strong>de</strong>riva<br />

á pacatez sorna dos lyceus <strong>de</strong> província,<br />

calmos, quazi <strong>de</strong>zertos, anulandose<br />

e corrompendo-se numa vida inútil e'<br />

atrofiadora.<br />

Este ano não ouve nada. O inci<strong>de</strong>nte<br />

do franquismo, bem triste e vergonhozo,<br />

serviu a provar como a aca<strong>de</strong>mia está<br />

<strong>de</strong> consciências — uma bancarrota quazi<br />

jeral.<br />

Que mais ouve?<br />

A' sim, ouve reeita do quinto ano,<br />

e a Tuna abalou, por varias terras, a<br />

zangarrear muzicatas e a reprezentar<br />

porcarias.<br />

Isto é <strong>de</strong> todos os anos...<br />

Que ao menos os rapazes levem ao<br />

fim d'um ano, alguma couza <strong>de</strong> bom aos<br />

seus: a alegria d'um sucesso feliz nos<br />

seus atos.<br />

Parece <strong>de</strong>finitivamente assente este<br />

programa <strong>de</strong> salvação publica Viajem do<br />

sr, D. Carlos á exposição <strong>de</strong> S. Luiz e<br />

ao Brazil, e viajem da senhora I). Maria<br />

Pia a Roma.<br />

Os nossos parabéns ao pais, com particulares<br />

felicitaçõis ás suas forças vivas<br />

pelo êxito dos seus protestos ruidozos.<br />

Dr. Bernardino SIaciaaslo<br />

Este nosso respeitabilissimo correligionário,<br />

eminente professor e publicista,<br />

realiza no proximo domingo, na Povoa<br />

do Varzim, uma conferencia na Associação<br />

Comercial, que lhe foi solicitado pelos<br />

empregádos do comércio daquéla localida<strong>de</strong>.<br />

I»aHido Republicano<br />

O prestijiôso republicano terá mais<br />

uma vés ensejo <strong>de</strong> ver como é jeralmen-<br />

Reuniram ante-ontem as comissõis pate apreciádo e respeitado o seu alto esroquiais<br />

republicanas <strong>de</strong> Lisboa para sepirito e o seu integro caráter.<br />

rem consultadas pela comissão municipal<br />

sobre as próximas eleiçõis.<br />

Depois <strong>de</strong> lido vario expediente entrou-se<br />

na discussão do assunto para que<br />

Uma comissão <strong>de</strong> jornalistas procurou<br />

propriamente fôra convocada a reunião,<br />

o sr. prezi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> conselho para lhe<br />

correndo acalorado o <strong>de</strong>bate, em que<br />

notificar que a sua associação protestava<br />

opiniõis diversas se embateram, <strong>de</strong>fen-<br />

enerjicâmente contra a aprehensão do<br />

académicas, sobrevivencias que é <strong>de</strong>ndo uns a abstenção, propondo outros Mundo.<br />

precizo <strong>de</strong>struir <strong>de</strong> vês, ája embora a luta.<br />

Agora é que está garantida a liber-<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a certos A corrente mais prepon<strong>de</strong>rante, se da<strong>de</strong> "<strong>de</strong> pensamento. #<br />

meios duros <strong>de</strong> repressão.<br />

gundo vemos no nosso colega «O Mundo», Caramba!<br />

foi pela luta, apezar <strong>de</strong> todas as condi-<br />

A quem propugne a manutençõis <strong>de</strong>spavorav^is em que necessariação<br />

das praxes académicas. Des mente tem <strong>de</strong> travar-se.<br />

Está em <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> vizita a sua<br />

cobrem-lhescertapoezia. Achão que Ao cabo <strong>de</strong> larga discussão foi por irmã, a sr.<br />

o seu <strong>de</strong>zaparecimento é nocivo á unanimida<strong>de</strong> resolvido que se significasse<br />

aos corpos superiores do Partido que os<br />

vida dos estudantes. E com gran<strong>de</strong> republicanos <strong>de</strong> Lisboa mantém o seu<br />

força <strong>de</strong> lojica intentão provar os respeito pela eleição, <strong>de</strong>sejam ar<strong>de</strong>nte-<br />

ferenhos praxistas, que esses uzos, mente que se acceita a luta atual, apezar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o coice á Porta-Ferrea até a <strong>de</strong> todo, confiando e ocotando no entanto<br />

cmboscada das troupes, <strong>de</strong>vem man- as rezoluçõis <strong>de</strong>sses corpos nujentos.<br />

ter-se e afervorar-se para maior gloria<br />

dos ómens <strong>de</strong> ámanhã.<br />

Os quartanistas da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> me<br />

São raros, mas existem. Claro dicina forão celebrar o ponto ao Bussaco<br />

que não merecem resposta taes ale- ontem, com um gran<strong>de</strong> jantar na mata.<br />

gaçõis, que só po<strong>de</strong>m ser feitas por Os quartanistas <strong>de</strong> Direito que ante<br />

indivíduos sem escrupulos e sem di- ontem fizérão a queima das fitas no largnida<strong>de</strong>,<br />

com ten<strong>de</strong>ncias para brigar go da Feira, realizão ôje na Figueira da<br />

Fós uma tourada.<br />

em feiras, <strong>de</strong> varapau ao alto, e la-<br />

Tanto na Figueira, como em <strong>Coimbra</strong><br />

<strong>de</strong>jar por becos e alfurjas, em está esta festa <strong>de</strong>spertando verda<strong>de</strong>iro<br />

arruadas vinolentas e ruidozas. interésse, avendo dificulda<strong>de</strong> em arran-<br />

E' precizo, pois, dizíamos, acajar até bilhetes <strong>de</strong> sói.<br />

a As queimaduras varíão na extensão,<br />

aci<strong>de</strong>nte e até cérto ponto constituem<br />

A.UUI1I.UU CV<br />

um signal importante no inquérito medico-<br />

sr. Frutuozo Lobo,que morreu vitinm»^<br />

legal.<br />

pela tubereulóze pulmonar <strong>de</strong> que vinha<br />

sofrendo á longos anos.<br />

Os líquidos, táis como o petróleo e<br />

O sr. FrutuôzO Lobo éra uma figura<br />

mesmoo o álcool e éters produzem<br />

muito conhecida no meio coimbrão, ali-<br />

queimaduras profundas, porque as matéando<br />

probida<strong>de</strong> comercial e onradés nas<br />

rias liquidas projétadas embebem as rou-<br />

suas tranzáçõis, á maior jentileza e fino<br />

pas e a combustão continua após a explo-<br />

trato.<br />

zão.<br />

Depois <strong>de</strong> terminada a ultima em-<br />

As maquinas a vapôr produzem lepreza<br />

<strong>de</strong> carros americanos, o sr. Frusões<br />

com aspe to diferente: a agua pulvetuoso<br />

Lobo, que fora administrador déla<br />

rizada a uma alta temperatura é proje-<br />

e que conseguira levanta-la da <strong>de</strong>cadência<br />

tada a distancia, <strong>de</strong>zorganisa a péle, pe-<br />

em que se acháva, abriu um café na<br />

nétra nas cavida<strong>de</strong> naturais, dá aos teci- Sofia, quasi exclusivamente frequentado<br />

dos o aspeto e o cheiro <strong>de</strong> carne cozida, por académicos ou professores a quem<br />

mas não queima as roupas nem <strong>de</strong>ter- cativara pçla sua obsequiozida<strong>de</strong>jeneróza<br />

mina chama como os liquidos inflamá- durante a vida <strong>de</strong> estudante.<br />

veis.<br />

O nosso pezame á familia enlutáda.<br />

Com os gazes, acetiléne, gaz <strong>de</strong> iluminação<br />

e, outros, as vitimas sáo envolvidas<br />

por chamas; estas, se <strong>de</strong>terminão<br />

incêndio imediato, extinguem-se rápida- Na segundo feira passada, reuniu-se<br />

mente e por isso as lezõis dispersas por em Lisboa, na expozição da localida<strong>de</strong><br />

todo o corpo são mais superficiaes que Nacional <strong>de</strong> Bélas Artes, o juri para dis-<br />

as prece<strong>de</strong>ntes.<br />

tribuir os prémios dados aos expozitôres.<br />

Finalmente, as substancias explozi- As mais. altas ^distruiçõis coubérão<br />

vas propriamente ditas, aquélas que tem este ano a ebrei e ao nós^o conterrâneo<br />

a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> jerar instantaneamente Costa Motta pelo busto exposto <strong>de</strong> Frei<br />

um volume <strong>de</strong> gaz colossal, a dinamite, Manuel do Cenáculo que se <strong>de</strong>strua á<br />

o fulminato <strong>de</strong> mercúrio, as polvoras clp- bibliotéca publica <strong>de</strong> Évora, para on<strong>de</strong> o<br />

ratadas e outras, ^ão as que <strong>de</strong>terminão mandou fazer o sr. dr. Baraôna.<br />

lezõis <strong>de</strong> queimadura mais restritas é Congratulano aos por mais este su-<br />

menos profundas. A lezão é produzida césso artístico do nósso patrício.<br />

pela alta temperatura <strong>de</strong>zenvqlvida no<br />

fenomeno expfozivo. Nos dois exemplares<br />

que estudámos avia queimàduras <strong>de</strong>ste<br />

jénero: eram muito nítidas na mãi, Companhia eqaesíre<br />

D. Mariana da Camara e a<br />

on<strong>de</strong> a rubefáção da fácé posterior da<br />

seu filho o sr. D. Vicente da Camara, o<br />

perna esquerda indicava uma queimadu- Acaba <strong>de</strong> chegar a esta cida<strong>de</strong> tendo<br />

ra do primeiro grau e as flitenas do pé, já montado um esplendido circo <strong>de</strong><br />

ilustre escritor dramatico D. João da Ca-<br />

outrasdo segundo grau.<br />

veirão na alameda da Portajem, a commara.<br />

Résta-nos indicar a cauza da morte:<br />

panhia equestre, ginasta, acrobatica, cómica<br />

e coreográfica sob a direção <strong>de</strong><br />

Na mãi, as lezçis da perna esquerda<br />

Enrique Dias, ex-diretor dos colizeus <strong>de</strong>.<br />

<strong>de</strong>terminarão uma abundante perda <strong>de</strong><br />

r A diréção da Associação Académica<br />

Lisboa e Porto e conhecido emprezario<br />

'sangue que produziu uma anemia a§úda.<br />

acaba <strong>de</strong> distribuir profusamento um<br />

<strong>de</strong> circos. Deu ontem o seu primeiro es-<br />

Não encontrámos lezõis nos centros nem<br />

extenso manifesto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo com ardor<br />

petaculo com trabalhos muito apreciaveis<br />

nos orgãos mais essenciais á vida e por<br />

a necessida<strong>de</strong> da sua reorganisação em<br />

e <strong>de</strong> valor, tencionando aprezentar no-<br />

isso .filiamos.a 'morte na emorrajia que<br />

novas e solidas bazes.<br />

vos, sempre variados e atraentes, du-<br />

acompanhou a rutúra da artéria tibial e<br />

De espaço nos referiremos ao assumrante<br />

os quinze dias que espera damo-<br />

das veias satélites.<br />

pto.rar-se<br />

nesta cida<strong>de</strong>,' <strong>de</strong> on<strong>de</strong> retirará<br />

A pequena morreu <strong>de</strong> comoção cere-<br />

para a feira d'Evora.<br />

bral, atestada pela emorrajia disseminada<br />

no cérebro que tève logar com integrida<strong>de</strong><br />

da caixa craneafta.<br />

Pela ultima or<strong>de</strong>m do exercito fôrão<br />

colocados no rejimento <strong>de</strong> infantaria 23,<br />

Banhos <strong>de</strong> Luzo<br />

com,sé<strong>de</strong> nésta cida<strong>de</strong>, os srs. capitães Por ser gran<strong>de</strong> o serviço <strong>de</strong> actos,<br />

Cruz, e tíoulad, respétivamente <strong>de</strong> infan- parece estar assente que fexarão no dia Abriu ontem o estabelecimento ter*<br />

taria e 24.<br />

18 do corrente as aulas do Liceu. mal do Luzo,<br />

CP / ri<br />

/ // /i


3<br />

A obra do sr. Julio Dantas<br />

ii<br />

Na esteira dos principios espostos no<br />

numero antece<strong>de</strong>nte, vamos ver como a<br />

peça do sr. Julio Dantas não é nem po<strong>de</strong><br />

ser consi<strong>de</strong>rada uma boa obra <strong>de</strong> teatro.<br />

Sendo, manifestamente, o intuito do autor<br />

cerzir historias, umas <strong>de</strong>scritas em<br />

folhetins, outras recolhidas da tradição<br />

oral, a respeito <strong>de</strong> dois dos personagens<br />

da peça; adubando tudo com um mau<br />

calão; e <strong>de</strong>ixar entrever, aqui e ali,<br />

uma in<strong>de</strong>cenciasita, não po<strong>de</strong> ter-se outra<br />

i<strong>de</strong>ia senão que o sr. J. Dantas procurou<br />

agradar ao publico, lisonjeando o<br />

seu gosto <strong>de</strong>pravado.<br />

O fado, <strong>de</strong> vez em quando, a quebrar<br />

a monotomia <strong>de</strong> Indo aquilo, e<br />

mãos cheias <strong>de</strong> dinheiro a dar brilho á<br />

festa constituem os maiores atrativos da<br />

peça.<br />

Visando somente a puchar a atenção<br />

do espetador, pelo escabrozo das cenas<br />

e pela ru<strong>de</strong>za da frase, construída em<br />

calão, é até mal feita tecnicamente.<br />

E' d'uma carpinteiragem rudimentar<br />

própria d'um principiante. Abusa do<br />

truc, da repetição da mesma frase para<br />

tirar valor <strong>de</strong> certas situações; e, como<br />

em todas as peças do sr. J. Dantas, ha<br />

um maniaco para expremer a sentimentalida<strong>de</strong><br />

do espetador. Emfim!<br />

A obra funda-se toda num principio<br />

<strong>de</strong> exploração.<br />

O publico gosta <strong>de</strong> fado? Gosta <strong>de</strong><br />

calão e touradas, faias e rameiras? Então<br />

é um instante, pensou o sr. J. Dantas,<br />

e fez esta linda coisa que se viu.<br />

Não quiz moralisar, educar, levantar o<br />

nivel ihteletual <strong>de</strong> tudo isto: serviu-se<br />

das condições que existiam para fazer<br />

mercantilismo.<br />

Patuou com a pouca vergonha para<br />

por ela ganhar. Não procurou bater o<br />

vicio, lutar contra a <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncia; auxiliou-a<br />

para por ella viver.<br />

Só os fracos, os inermes, se <strong>de</strong>ixam<br />

ir na corrente que procura arrasta-los<br />

para uma triste queda.<br />

Os fortes lutam, agitam por cima <strong>de</strong><br />

tudo as suas convicções, evangelisam<br />

pela i<strong>de</strong>ia e levam pureza ás almas pela<br />

palavra: são os revoltados.<br />

E' ver esse gran<strong>de</strong> vulto nacional<br />

que se chama Gil Vicente verberando e<br />

zurzindo a malva<strong>de</strong>z e os prejuízos d'um<br />

TTTTTo lio l n lllli.' llrl!^ CII1 cozida<br />

uzada pele bom &il, porque nesse<br />

tempo não estavam ainda creadas estas<br />

estratificações <strong>de</strong> linguajem, ôje corres<br />

pon<strong>de</strong>nles a cada classe da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

tal maneira que é um dos aspetos mais<br />

carateristicos d'elas e constituindo a sua<br />

fisionomia.<br />

E não se vá imajinar que este fato<br />

da linguajem não tem importancia como<br />

fator sugestivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradamento, pois<br />

está <strong>de</strong>monstrada a influencia enorme<br />

que exerce nos indivíduos esta adaptação<br />

moral a um calão nascido e frutificado<br />

num meio cheio <strong>de</strong> vicios e <strong>de</strong> tôrpe<br />

existencia. E' mais <strong>de</strong> meio caminho<br />

andado para o <strong>de</strong>scalabro final a incrustação<br />

no cerebro d'alguem, essa linguajem<br />

quasi sempre pitoresca e muitas<br />

vezes naturalista com que os da vida<br />

imunda se fazem enten<strong>de</strong>r.<br />

A espressão, a forma <strong>de</strong> traduzir<br />

pelo pensamento um certo numero <strong>de</strong><br />

fatos, torna-se natural e o espirito aceita-a.<br />

Mais tar<strong>de</strong> a pratica do facto, abituado<br />

como está o espirito á sua reprezentação,<br />

faz-se sem repugnancia e sem<br />

nojo.<br />

Fica-se preparado a praticar atos qne,<br />

sem este treno, inspirariam mais furte<br />

repugnancia.<br />

E' olhando, por este ponto <strong>de</strong> vista,<br />

que eu reprovo mais uma vez a peça do<br />

sr. J. Dantas.<br />

Alvaro <strong>de</strong> Castro.<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Reuniu ontem o conselho da faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> teolojia, que distribuiu pelo seu<br />

corpo docente o serviço <strong>de</strong> exames e<br />

átos pela seguinte forma :<br />

1." ano — l. a ca<strong>de</strong>ira —Drs. Men<strong>de</strong>s<br />

dos Remedios, Alves da Ora e Araujo e<br />

Gama.<br />

1." ano - 2. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Araujo<br />

e Gama, Alves da Ora e Men<strong>de</strong>s dos<br />

Remedios.<br />

I o ano - Grego — Drs. Araujo e Gamn,<br />

Bernardo Madureira e Alves dos<br />

Santos.<br />

2.° ano — 3. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Porfírio<br />

da Silva, Araujo e Gama e Alves dos<br />

Santos.<br />

2." ano — Ebreu—Drs. Oliveira Guimarães,<br />

Porfírio da Silva e Men<strong>de</strong>s dos<br />

Remedios,<br />

REZISTENCIA<br />

2." ano (antigo rejimen) Drs. Porfírio<br />

da Silva, Avelino Calisto e Alves<br />

dos Santos.<br />

3." ano — Drs. Bernardo Madureira,<br />

Alves da,Ora e Alves dos Santos.<br />

4." avo - Drs. Luis Maria, Oliveira<br />

Guimarães e A. <strong>de</strong> Vasconcelos.<br />

5.° ano - Drs. Manuel <strong>de</strong> Jezus Lino,<br />

P;.iva Pita, A. <strong>de</strong> Vasconcelos e Oliveira<br />

Guimarães.<br />

Ética Cristã — Drs. A. <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

Alves da Ora e Alves dos Santos.<br />

Os jurys <strong>de</strong> átos na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

ficárão assim constituídos:<br />

1.° anno—l. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Bazilio<br />

Freire, Filomeno da Camara, Egas Monís.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Filomenoda Camara,<br />

Egas-Moniz.<br />

2.°âno—3. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Silva Basto,<br />

Campos <strong>de</strong> Carvalho, Antonio <strong>de</strong> Pádua.<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira — Dr?. Raymundo Mota.<br />

Lucio Rocha, Angelo da Fonseca.<br />

5. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Costa Alemão, Raimundo<br />

Môta, Lopes Vieira.<br />

3.° âno - Drs. Luis Pereira, Lucio<br />

Rocha, Antonio <strong>de</strong> Pádua, Anjelo da Fonseca.<br />

4.° âno—Drs. Daniel <strong>de</strong> Má tos, Souza<br />

Refoios. Santos Viegas, Ilizio <strong>de</strong> Moura.<br />

5.°'âno (14. a e I5. a ca<strong>de</strong>iras)—Drs.<br />

Costa Alemão, Lopes Vieira, Sérras e<br />

Silva. Formaturas—Toda a faculda<strong>de</strong>.<br />

Concerto<br />

E' no proximo sabado, pelas 9 horas<br />

da noite, que se realiza na vasta s;.la da<br />

associação comercial d'esta cida<strong>de</strong>, o brilhante<br />

concerto promovido pelo distinto<br />

tenor portuguez sr. Joaquim Tavares.<br />

Neste concerto, que pelos elementos<br />

reunidos <strong>de</strong>ve ser esplendido, toma parte,<br />

além <strong>de</strong> Joaquim Tavares, um magnifico<br />

sexteto organisado por Augusto Paes, e<br />

os exm. os srs. Vasco Rocha (violino), Henrique<br />

Corte Real (piano), Antonio da Costa<br />

Lança (flauta) e Francisco Macedo (piano).<br />

O programa é o seguinte:<br />

l, a parte, n. a 1—Preludio da Opera<br />

Carmen, G. Biset; Sexteto, n.° 2—Opera<br />

Salvatore Rosa forma sublime (i. a ato),<br />

C. Gomes, Sr. Joaquim Tavares, n.° 3—<br />

Solo para flauta, Sr. Lança; n.' 4—Solo<br />

para violino Serenata Húngara <strong>de</strong> V. Jon-<br />

cia di Lamermoor (aria final; Donizeti b)<br />

Pastoral poisia popular portuguêza <strong>de</strong> J.<br />

V. da M' tia Sr. J. Tavares.<br />

Intervalho <strong>de</strong> 20 Minutos, 2. a parle,<br />

n.° i—Petit Gavote, Sexteto, n.° 3—Romanza<br />

da Opera Luiza Miler, G. Verdi<br />

sr. J. Tavares, n.° 3—Solo para flauta,<br />

sr. Lança, n.° 4 Sexteto, n.° 5 a) Cavatina<br />

d» Opera I Lombardi, Verdi, b) a ce<br />

lebre Canção do exilio escripta expressamente<br />

para a voz do tenor Tavares será<br />

cantado em portuguez; Sr. Tavares.<br />

Este programa po<strong>de</strong>, por motivo imprevisto,<br />

ser alterado. Os bilhetes <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

ja se acham á venda na Mercearia Luzitana<br />

dos srs. Gaito á- Canas, Rua do Cego,<br />

n. 7.<br />

Garraiada na Figueira<br />

E' oje que se realiza na Figueira a<br />

garraiada promovida pelo curso do 4.°<br />

anno jurídico.<br />

Vai gran<strong>de</strong> animação e interesse por<br />

esse divertimento que promete correspon<strong>de</strong>r<br />

á espetativa jeral.<br />

Os comboios da manhã e da tar<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vem ir d'esta cida<strong>de</strong> apinhados <strong>de</strong> passajeiros.<br />

<<br />

GONOL PAIVA<br />

Novida<strong>de</strong> farmacêutica —registado<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />

e crónicas, sanguíneas ou puru<br />

lentas.<br />

Cura rapida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />

A' venda na farmácia e drogaria<br />

Rodrigues da Silva, — <strong>Coimbra</strong>.<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

No dia do «ponto», realizou-se á<br />

noite a fésla das «látas», apezar <strong>de</strong> ter<br />

cessado o motivo que lhe <strong>de</strong>u orijem.<br />

Conquanto o «ponto» seja agóra em<br />

todas as faculda<strong>de</strong>s no mesmo dia, á<br />

noite não faltávão latas a arrastar pelas<br />

ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, enchendo-aS di alegria<br />

ruidóza que é da praxe nesta noite finai<br />

do ano létivo<br />

SERVIÇO CORREIO<br />

A partir <strong>de</strong> ôje começará e vigorar o<br />

nôvo orário <strong>de</strong> expedição, receção, tira -<br />

jens das caixas e marcos postais, e distribuição<br />

das correspondências aos domicílios<br />

:<br />

EXPEDIÇÃO<br />

As 3 óras da manhã, <strong>Coimbra</strong> ao<br />

Porto, Beira Aila, Minho e Douro - 8,15<br />

da manhã, <strong>Coimbra</strong> a Lisboa, linha doeste<br />

e Figueira da Fós.— ti da tar<strong>de</strong>, <strong>Coimbra</strong><br />

ao Perto. — 6 da tar<strong>de</strong> (comboio rápido)<br />

Leste e Beira Baixa. — 11,15 da<br />

noule, <strong>Coimbra</strong> a Lisboa, linhas d'Oeste,<br />

Sul e Sueste e Figueira da Fós.<br />

RECÉÇÃO<br />

As 3 óras e 45 da manhã, Lisboa a<br />

<strong>Coimbra</strong>, linhas d'Oeste, Sul e Sueste,<br />

Leste, Beira Baixa e Figueira da Fós. —<br />

8,50 da manhã, Porto a <strong>Coimbra</strong>. 6.50<br />

da tar<strong>de</strong>, Lisboa a <strong>Coimbra</strong>, linha doeste<br />

e Figueira da Fós. —6,50 da tar<strong>de</strong>,<br />

(comboio rápido), Beira Alta e Porto.—<br />

12 da noute, Porto a <strong>Coimbra</strong>, Minho e<br />

Douro.<br />

TIRAJENS<br />

Ás 4,15 da tar<strong>de</strong> e 8,15 da noute:<br />

Fazem-se tirajens da caixa jeral, cinco<br />

minutos antes da óra da expedição para<br />

lodos os correios.<br />

DISTRIBUIÇÕIS DOMICILIARIAS<br />

Ás 7,J0 e 10 da manhã e ás 7,30 da<br />

tar<strong>de</strong>.<br />

As correspondências para os concelhos<br />

<strong>de</strong> Arganil, Poiares, Gois, Pampilhoza<br />

da Serra, Louzã, Miranda do Cor<br />

vo, Con<strong>de</strong>ixa, Penacova e Penéla são<br />

expedidas ás 5,30 da manhã e recebidas<br />

ás 7,30 da tar<strong>de</strong>.<br />

Apanha, congrésso 1— «O Popular <strong>de</strong><br />

11 <strong>de</strong> maio trazia este suelto acerca do<br />

Congrésso <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>:


O HUiDf K - L E O A M T E<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

e alualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

fS. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Diretor — A. <strong>de</strong> Souza (Gny <strong>de</strong><br />

EPreles).<br />

Redátores das sécções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

i rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermi-<br />

Lnia Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />

D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />

Bregero, Paris.<br />

D O BRAZIL<br />

[• Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />

<strong>de</strong> á 12 anos, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />

e varias pessoas <strong>de</strong> minha familia <strong>de</strong><br />

doenças no estomago e nos intestinos<br />

recorri a muitos remedios, passando 4<br />

anos sem encontrar alivio a meus males;<br />

finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />

do dr. Ileinzelmen, remedio feito com<br />

érvas dos matos do Brazil. conseguindo<br />

me curar radicalmente em poucas semanas.<br />

Por ser verda<strong>de</strong>, para bem dos<br />

que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />

publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />

Pedro Aguiar <strong>de</strong> Melo<br />

(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />

As pilulas do dr. Heinzelman feitas<br />

com vejetais das malas brazileiras, curão<br />

em pouco tempo todas as moléstias do<br />

estomago, fígados e intestinos.<br />

Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />

Silva & C.% Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />

União Vinícola io Dão<br />

Parceria <strong>de</strong> lavradores dos, melhores<br />

vinhos portuguêzes, á venda na<br />

Mercearia LU2ITA1A<br />

(Depózíto único em <strong>Coimbra</strong>)<br />

A's Damas Elegantes<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

Já chegou a esta cida<strong>de</strong> á sua<br />

casa na rua <strong>de</strong> Ferreira Borges, n.°<br />

185, i.°, vinda da capital on<strong>de</strong> foi<br />

fazer o seu sortido para a prezente<br />

estação, a bem conhecida Modista<br />

<strong>de</strong> Lisboa, que tem a ônra <strong>de</strong><br />

aprezentar ás damas Conimbricenses,<br />

um sortido em Chapeos Mo<strong>de</strong>los<br />

dâ mais alta novida<strong>de</strong> e finissimo<br />

gosto para todos os preços.<br />

Traz também gran<strong>de</strong> sortido <strong>de</strong><br />

cascos, flores e outros artigos <strong>de</strong><br />

novida<strong>de</strong> em conféçõis para chapéus,<br />

que ven<strong>de</strong> por preços excessivamente<br />

baratos.<br />

Pé<strong>de</strong> ás exm. as Damas a fineza<br />

<strong>de</strong> não comprarem sem primeiro<br />

verem o seu enorme sortido.<br />

ilKZI.^TEXCIl - Çuin(a>r«íra, 2 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> lOOl<br />

Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

ORARIO PROVIZÓRIO<br />

Carreiras entra o largo das Ameias<br />

e a rua Infante D. Augusto<br />

Do largo das Ameias<br />

PartidLas<br />

Da rua Infante D. Augusto<br />

6 h e 30 m manhã 7 h manhã<br />

7 »(«) 7,30 »<br />

7,30 D S »<br />

8 D 8,30 » (b)<br />

8.30 » 9 »<br />

9.30 D 10<br />

10,30 » 11 »<br />

H D 11,30 »<br />

11,30 » 12 »<br />

12 » 12,30 tar<strong>de</strong>.<br />

12.30 tar<strong>de</strong> 1 »<br />

1 J> 1,30 »<br />

a «1<br />

1,30 J> 2<br />

2 » 2,30 »<br />

2,30 » 3<br />

I<br />

3 T> 3,30 »<br />

3,30 » 4 »<br />

4 » 4,30 »<br />

4,30 5 »<br />

5 » 5,30 »<br />

5,30 » 0,30 »<br />

6 » 7,30 »<br />

7,30 » 8,30 noite<br />

8 noite 9,30 »<br />

9,30 » 10 »<br />

10 D 10,30 »<br />

(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />

D Augusto.<br />

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.<br />

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />

e Estação B<br />

da R. Infante d. Augusto<br />

6 h tar<strong>de</strong><br />

8, noite<br />

PartidLas<br />

da Estação B<br />

6' 1 e 58 m tar<strong>de</strong><br />

8 U e 45 noite<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a estação B dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />

Do largo das Ameias<br />

3 h 10"<br />

5 ,5o<br />

8,10<br />

2 ,30<br />

3 ,:


Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />

Sulfatada—Calciea<br />

A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

Estabelecimento balnear a 8 ltilometros da estação <strong>de</strong> .Uogofores<br />

Carros tV chegada <strong>de</strong> todos os comboios<br />

INDICAÇÕES<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Eni differe?ites especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangue não ba nenhuma no paiz que<br />

se Ihs avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />

nem pelo transporte<br />

A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Vinhos tintos -<br />

Vinhos brancos<br />

Vinhos licorozos<br />

Vinagro<br />

Azeite • •<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

oa <strong>de</strong><br />

4, IIiia Ferreira Borges<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete .<br />

Trinea<strong>de</strong>iro<br />

Clarete .<br />

Marialva .<br />

i Fernão re Pires.<br />

.) Sa<br />

Sauterne.<br />

Diagalves<br />

Marialva<br />

(SEM GARRAFA)<br />

Licoroso branco<br />

» tinto;<br />

Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Tlieodorico<br />

Pimentel<br />

{ Branco<br />

Azeite d'01iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

d Oliveira Feijão) . . . . . . .<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

REZI&TEWCIA —guinta-fcfra 3 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1SM»1<br />

Garafa |


Editor<br />

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL<br />

ENCIA<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Demoeratica<br />

ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

N.° 908 COIMBRA—Domingo, 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO. 0 ANO<br />

PELA LUTA<br />

Como vimos do reláto sumario<br />

da assembleia magna das comisSôis<br />

paroquiais républicanas <strong>de</strong> Lisboa,<br />

prepon<strong>de</strong>rou entre os nossos correlijionarios<br />

do capital a i<strong>de</strong>ia da lúta<br />

eleitoral, como omenajem ao prinóipio<br />

bazilar da <strong>de</strong>mocracia e como<br />

trabalho preparatório <strong>de</strong> mais larga<br />

ativida<strong>de</strong> partidária.<br />

Pelo que neste jornal já se escreveu,<br />

e pela <strong>de</strong>liberação quázi<br />

unanimemente aceite em assembleia<br />

das commissõis paroquiais republicanas<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, on<strong>de</strong> temos logar<br />

mo<strong>de</strong>sto se bem que na imprensa<br />

as não representemos pois que aqui<br />

mantemos a mais completa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia,<br />

somos incondicionalmente<br />

pela lúta eleitoral, não <strong>de</strong>sconhecendo<br />

aliás as condiçõis <strong>de</strong> precária<br />

<strong>de</strong>zigualda<strong>de</strong> em que éla vai travar-se,<br />

nem tendo iluzôis sobre os<br />

seus rezultados finais.<br />

Defen<strong>de</strong>mos, porem, a luta em<br />

todos os campos e sempre que ensejo<br />

se nos <strong>de</strong>pare a feri-la.<br />

Não é por um instinto belicôzo<br />

<strong>de</strong> andar a todo o instante em contendas<br />

; é simplesmente porque julgamos<br />

que concorrer a essas lutas,<br />

disputar todos os postos, perturbar<br />

o inimigo com a nossa prezença, é<br />

um meio <strong>de</strong> nos aproximarmos e<br />

conhecermos, <strong>de</strong> realizar a disciplina<br />

das nossas forças, <strong>de</strong> mante-las<br />

numa efétivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o ponto<br />

conveniente, e mui lojica, afigurase-nos,<br />

para um partido que tem<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já uma missão <strong>de</strong> vijilancia e<br />

fiscalização.<br />

Sabemos que os recenseamentos<br />

estão viciados, conhecemos as<br />

violências <strong>de</strong> uzo dos eleiçoeiros monárquicos,<br />

as pressõis, os subornos,<br />

as frau<strong>de</strong>s no proprio ato eleitoral,<br />

praticados, a coberto da policia, por<br />

insignes vilõis, apartados com tato;<br />

na fiandulajem <strong>de</strong> baiucas duvidózas;<br />

sabemos que contra nós, republicanos,.<br />

á a coligação <strong>de</strong> todos<br />

os partidos e o odio <strong>de</strong> todos os<br />

marmanjos, as leis <strong>de</strong> excéção e a<br />

tropa fandanga dos espiõis <strong>de</strong> ínfima<br />

casta; mas sabemos também que foi<br />

pelo procésso duma abstenção injustificável,<br />

triste, <strong>de</strong>zagregadôra, que o<br />

partido republicano se enfranqueceu<br />

extraordinariamente, dando força<br />

aos governos para contra êle confeiçoarem<br />

leis infames e açularem<br />

a matilha, <strong>de</strong>nsa e brava, dos cachorros<br />

<strong>de</strong> varia raça, a quem engórdão<br />

e tratão como animais <strong>de</strong><br />

estima e velhos na cáza.<br />

Des<strong>de</strong> que o partido republicano<br />

começou a abster-se <strong>de</strong> afirmaçóis,<br />

que significaríão evi<strong>de</strong>ntemente<br />

que êle mantinha o seu posto<br />

e proseguia no cumprimento do seu<br />

gran<strong>de</strong>, do seu sagrado <strong>de</strong>ver; <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que á preocupação <strong>de</strong> servir a cauza<br />

républicana se substituiu, absorvente<br />

e tenás, a preocupação das<br />

personalida<strong>de</strong>s, á i<strong>de</strong>ia dum gran<strong>de</strong><br />

partido, forte, unido, intelij entemente<br />

guiado e proficuamente afirmandose<br />

em todos os lances, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

formar grupêlhos e erguer espelhi-<br />

nhas, ao culto entusiasta e puro dos<br />

principios a abdicação <strong>de</strong>primente<br />

nos ómens, o partido republicano<br />

começou a <strong>de</strong>cair, aprezadamente,<br />

per<strong>de</strong>ndo a coesão, inutilizando muitos<br />

dos seus melhores auxiliares,<br />

afastando <strong>de</strong> si a confiança publica<br />

que, no entanto, apezar <strong>de</strong> tudo,<br />

não cessa <strong>de</strong> para elle apelar, numa<br />

ultima e vehemente exorção.<br />

Os governos <strong>de</strong> S. Majesta<strong>de</strong><br />

entrárão-nos em cáza e roubárãonos,<br />

em socego, não como bandoleiros,<br />

mas como jente <strong>de</strong> justiça que<br />

fás o seu oficio. Ninguém se lhes<br />

opôs. Nós <strong>de</strong>ixamos-lhes a porta<br />

aberta, escancarada, num <strong>de</strong>scuido<br />

bem português; e enquanto êles<br />

fazíão a rapina dos nossos direitos,<br />

dos nossos interésses, das nossas<br />

liberda<strong>de</strong>s, e suspendíão sobre a nossa<br />

cabeça, ameaçadoramente, a espada<br />

<strong>de</strong> leis draconianas, nós permanecíamos<br />

<strong>de</strong> braços cruzados, inativos,<br />

tranqui-los, satisfeitíssimos por<br />

sentirmos ainda a camiza sobre a<br />

péle.<br />

Que diabo! ainda erão generozos,<br />

nem tudo nos levávão...<br />

Contra essa abstenção nos pronunciamos<br />

muito a temos combatido;<br />

e respeitando, como bons <strong>de</strong>mocratas<br />

que nos consi<strong>de</strong>ramos, as<br />

doutrinas em contrario, nãc abdicamos<br />

<strong>de</strong> bem alto apregoar a nossa<br />

opinião.<br />

A atitu<strong>de</strong> dos republicanos <strong>de</strong><br />

Lisboa, como a atitu<strong>de</strong> dos republicanos<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, merece os nossos<br />

aplausos.<br />

E' preeizo lutar, que só por esse<br />

meio conseguiremos impôr-nos e<br />

mostrar que alguma coiza valemos.<br />

Seremos <strong>de</strong>rrotados ?<br />

E' preciso que nos aventuremos<br />

a <strong>de</strong>rrotas para vencermos. Lutar<br />

só*com a certeza da vitoria é dou<br />

trina bizarra e cómoda. E é bem<br />

certo que, ainda mesmo <strong>de</strong>rrotados,<br />

alguma couza teremos lucrado nessas<br />

tentativas, contestem-no embora<br />

altos e honrados espíritos que enobrecem<br />

o nosso i<strong>de</strong>al.<br />

Não vamos inutilmente incomo<br />

dar os nossos correlijionarios —<br />

dis-se.<br />

Mas se assim continuarmos a<br />

pensar, se não se ão-<strong>de</strong> exigir a<br />

todos fadigas e sacrifícios, abnegação<br />

e trabalhos, então <strong>de</strong>zesperemos<br />

do triunfo, que <strong>de</strong>certo não<br />

virá, como maná celestial, em generóza<br />

dadiva do Ceo.<br />

Depois, tão pouco nos temos incomodado,<br />

e tão pouco temos sido<br />

incomodados para trabalhos que<br />

ao partido e ao país interessem,<br />

que não é muito que agora ponhamos<br />

termo á <strong>de</strong>licióza madraçaria<br />

e comecemos a gastar, com tino, a<br />

rezerva' <strong>de</strong> enejrias que <strong>de</strong>vemos<br />

ter acumulado em tão largo periodo<br />

<strong>de</strong> abstenção e <strong>de</strong> pás .. .<br />

Os republicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> vão<br />

á urna, e essa <strong>de</strong>liberação tomou-se<br />

livremente, sem subordinação a influencias<br />

<strong>de</strong> ninguém, como convém<br />

que se faça em boa <strong>de</strong>mocracia.<br />

Estamos com êles, aplaudindo-os<br />

e pondo ao seu serviço a<br />

préstimo da nossa cooperação mo<strong>de</strong>sta.<br />

Bodas <strong>de</strong> Oiro<br />

Celebrárão-se no Porto as bôdas <strong>de</strong><br />

Oiro do Comércio do Porto, jornal que<br />

tem sabido or.rar a invr 'nsa- portuguêza<br />

pela sua atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> civismo, nobre e levantado,<br />

em todas as situaçõis difíceis do<br />

nosso pais.<br />

A Rezistencia, enviando ao seu coléga<br />

do norte as mais cor<strong>de</strong>ais felicitaçõis por<br />

se vêr tão onrado ao fim <strong>de</strong> vida tão longa,<br />

no nósso país em que o jornalismo<br />

vive mesquinhamente, no meio <strong>de</strong> indiferença<br />

publica, quando não lutando contra<br />

o seu ódio,' <strong>de</strong>spertado pelos mais vis<br />

interésses, não esquéçe também que o<br />

Comércio do Porto é um exemplo a admirar<br />

na solicitu<strong>de</strong> carinhóza pelos seus<br />

empregados, no cuidado em protejer os<br />

que mais sofrem por mais abandonados,<br />

por mai? umil<strong>de</strong>s.<br />

A Rezistencia, que ainda á pouco viu<br />

com tanto orgulho na expozição <strong>de</strong> ijiéne<br />

abérta em <strong>Coimbra</strong> por ocazião do congrésso<br />

da lúta contra a tuberculoze, a<br />

imprensa portuguêza tão ourada pela<br />

iniciativa jeneróza da couslrução <strong>de</strong> bairros<br />

operários noPôrto, feita tão auspiciózamente<br />

pelo Comércio do Porto; que<br />

admira a ativida<strong>de</strong> fecunda <strong>de</strong> incentivo<br />

ao ensino agrícola dado por este jornal,<br />

não se contentando com discursos estéreis<br />

ou inúteis, on<strong>de</strong> éra necessário a<br />

áção, sente-se ôje felis por po<strong>de</strong>r, dizer<br />

palavras sincéras <strong>de</strong> pás e <strong>de</strong> justiça a<br />

uni coléga que milita em campo oposto,<br />

mas que tem sabido conservar sempre<br />

a dignida<strong>de</strong> profissional, o respeito pela<br />

imprensa nas suas relaçõis jornalísticas,<br />

o amor pelo interésse do seu pais.<br />

De lonje, a Rezistencia envia ao Comércio<br />

do Porto as mais vivas e calorózas<br />

saudaçõis.<br />

Partido Republicano<br />

Tendo as commissõis paroquiais<br />

republicanas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> rezolvido<br />

em uma das suas sessõis do mês<br />

passado ir á urna nas próximas eleiçõis<br />

para <strong>de</strong>putado, a comissão dirijente<br />

do partido na sua ultima sessão<br />

aprovou aquela <strong>de</strong>liberação e<br />

rezolveu que se convocasse uma sessão<br />

<strong>de</strong> todas as comissõis para se<br />

assentar <strong>de</strong>finitivamente nos nomes<br />

dos candidatos a aprezentar ao su<br />

frájio.<br />

Rezolveu tanibem^ em manifestos<br />

espalhados profuzamente, aconselhar<br />

os eleitores <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a<br />

manifestarem-se nq dia 26 com in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />

e patriotismo. A to<br />

dos os republicanos, pois, cumpre<br />

o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da sua esfera <strong>de</strong><br />

acção fazer quanto pu<strong>de</strong>rem para<br />

que a afirmação que se vai fazer na<br />

urna, nesta cida<strong>de</strong> seja imponente.<br />

A comissão sabe que os ca<strong>de</strong>rnos<br />

porque são feitas as eleiçõis estão<br />

muito viciados , neles faltão<br />

muitos dos votantes republicanos<br />

mas esse motivo não é bastante<br />

para obstar a um acto <strong>de</strong> disciplina<br />

e afirmação indispensável neste<br />

momento.<br />

Foi concedida licença <strong>de</strong> 30 dias para<br />

tratar <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong> no estranjeiro ao sr.<br />

dr. Jozé Bruno Cabedo <strong>de</strong> Lencastre,<br />

lente da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Matematica da universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

FRANQUISMO<br />

Na Rezistencia, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Maio<br />

findo (n.° 900), escrevíamos, sob a<br />

epígrafe Progressistas (& Franquistas:<br />

«De resto o sr. João Franco tem,<br />

como o Paço, um orrôr aos républicanos.<br />

Ainda agora, sabemol-o,<br />

tratando-se <strong>de</strong> eleiçõis o mostrou<br />

bem, com gran<strong>de</strong>s palavras <strong>de</strong> esconjuro<br />

...» (<br />

O nosso coléga o Mundo confirma,<br />

no seu editorial <strong>de</strong> ante-ontem,<br />

as nossas palávras, fazendo a<br />

revelação interessante <strong>de</strong> como o<br />

sr. João Franco se recuzou a prestar<br />

o seu apoio á comissão <strong>de</strong> comerciantes,<br />

que se propúnha fazer<br />

eleger pelos dois círculos do Porto<br />

dés <strong>de</strong>putados <strong>de</strong> protésto: — três<br />

progressistas, três franquistas, um<br />

nacionalista e três républicanos.<br />

Conhecíamos o fato, como das<br />

palavras reproduzidas acima se in<br />

fére; e êle mostra bem o que é o<br />

sr. João Franco e o que é a politica<br />

do seu partido, on<strong>de</strong> aliás á bélos<br />

espíritos e nobres caratéres.<br />

Somente chega a ser lastimavel<br />

a cegueira dêsses indivíduos, que<br />

permanecem adscritos ao autoritarismo<br />

dum eortezão medíocre, que<br />

põe a monarquia acima do pais e que<br />

ámanhã á<strong>de</strong> arrancar a péle ao con<br />

tribuinte para pagar os estouvamentos<br />

cazos do seu senhor.<br />

E andam estes puritanos a <strong>de</strong>clamar<br />

ruidózamente contra o acordo<br />

rotativista, quando é absolutamente<br />

certa e evi<strong>de</strong>nte a sua cumplicida<strong>de</strong><br />

com essa gente!<br />

Fálão alto os fatos. E á-<strong>de</strong><br />

ser difícil <strong>de</strong>smenti-los...<br />

ftontra as propostas <strong>de</strong> fazenda<br />

Realiza-se ôje no Salão da Porta do<br />

Sol, no Porto, um comicio promovido<br />

pela comissão eleita naquéla cida<strong>de</strong> em<br />

19 <strong>de</strong> fevereiro passado, não só para<br />

protestar contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />

mas também contra as más administraçõis<br />

dos governos da monarquia.<br />

O fim <strong>de</strong>ste comicio é para a comissão<br />

dar conta dos seus trabalhos que<br />

fôrão, como todo o país sabe, valiozissimos.<br />

Não acabárão ainda os motivos porque<br />

a comissão foi eleita, por isso é <strong>de</strong> esperar<br />

que se não dissolva e seja reconduzida<br />

no seu pôsto que tanto onrou.<br />

O pais tem inteira confiança nesta comissão<br />

como o manifestou exurberantemente.<br />

Caminho <strong>de</strong> ferro d'Arganil<br />

O Conimbricense, <strong>de</strong> ontem, trás um<br />

magnifico artigo sobre a construção do<br />

caminho <strong>de</strong> ferro d'Arganil. Nesse artigo,<br />

cuja leitura aconselhamos a todos os<br />

abitantes d'esta cida<strong>de</strong>, istoria-se as<br />

vêzes que <strong>Coimbra</strong> tem sido vitima da<br />

sua imprevidência e aviza-se do perigo<br />

que a ameaça com a tal re<strong>de</strong> ferro-viaria<br />

do sul do Mon<strong>de</strong>go.<br />

E' um assunto que urje tratar e para<br />

que chamamos a atenção d'aqueles a quem<br />

os interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> estão confiados.<br />

A Rezistencia acompanhará Coim-s<br />

bra nas suas justas reclamaçõis e rejistará<br />

com louvor qualquer áto, parta <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> partir, em beneficio d'esta cida<strong>de</strong>,<br />

cujos interésses <strong>de</strong>vem estar acima <strong>de</strong><br />

qualquer paixão partidária.<br />

Uma carta<br />

Meu caro Pereira:<br />

Peço-lhe a publicação <strong>de</strong>ssa<br />

carta que recebi do meu amigo<br />

João <strong>de</strong> Barros. Um abraço dum<br />

amigo e uma carta com esse <strong>de</strong>zassombro,<br />

trás-nos sempre um refrijério<br />

nestas lútas em que a vaia e<br />

o sôco muitas vezes são o melhor<br />

argumento.<br />

Agra<strong>de</strong>cendo estas bôas e sincéras<br />

palavras <strong>de</strong> João <strong>de</strong> Barros<br />

peço-lhe, mais uma vês, a publica-<br />

ção da carta.<br />

a<br />

Seu amigo<br />

Alvaro <strong>de</strong> Castro.<br />

Figueira, 3 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904.<br />

Meu amigo<br />

Se a corajem e a serenida<strong>de</strong> fossem<br />

precizas para a sua bela vassourada<br />

nessa cabotinajem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

sei que v. encontraria estímulos e força<br />

<strong>de</strong> animo, mais do que suficientes,<br />

no seu amor pela Arte e na sua onestida<strong>de</strong>.<br />

Mas apenas é preeizo muito<br />

<strong>de</strong>sprezo; e dêle tem v. dado incontestáveis<br />

e brilhantíssimas provas.<br />

No entanto, penso que não lhe<br />

<strong>de</strong>zagradará saber que tenho seguido<br />

a sua campanha <strong>de</strong> saneamento com<br />

funda simpatia e real interesse. Sendo<br />

a nossa amiza<strong>de</strong> excluzivamente literaria,<br />

tendo nós ambos feito uma<br />

tradução do espanhol que foi recuzada<br />

em D. Maria, e colaborado na «Revista<br />

Novat com o mesmo entuziásmo e<br />

egual <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

— sinto uma gran<strong>de</strong> satisfação em<br />

ver mais uma vês justificados o meu<br />

respeito pelo seu caráter e a minha<br />

admiração pelo seu talento.<br />

Sem a menór i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> o aconselhar—porque<br />

V. não preciza <strong>de</strong> conselhos—<strong>de</strong>ixe-me<br />

dizer-lhe que déve<br />

ligar a essa jente toda—(que é, literariamente,<br />

da peiór espécie, — da<br />

espécie dos cabotinos natos) — unicamente<br />

a necessaria importancia para<br />

a inutilizar. Ou, pelo menos, para<br />

explicar <strong>de</strong> modo claro e nítido as<br />

profundas diferenças que nos sepárão<br />

déla. A raça <strong>de</strong> Judas talvês dure<br />

sempre; mas é bom que se fique sabendo<br />

que não somos nós que atraiçoamos,<br />

pelas boas graças das emprêzas<br />

teatrais e dos autores com<br />

reclame, rquêles altos principios <strong>de</strong><br />

trabalho e <strong>de</strong> probida<strong>de</strong> em que se<br />

<strong>de</strong>ve inspirar uma verda<strong>de</strong>ira obra<br />

<strong>de</strong> Arte.<br />

Faça <strong>de</strong>sta carta o uzo que lhe<br />

aprouvér, na certêza <strong>de</strong> que eu terei<br />

um gran<strong>de</strong> prazer se V. mostrar publicamente<br />

que eu sou cada vês mais<br />

seu admirador e seu amigo.<br />

João <strong>de</strong> Barros.<br />

Afétuózas lembranças para o Carlos<br />

Olavo, que tão entuziásticamente<br />

o acompanha e que me meréce o<br />

mesmo respeito e a mesma simpatia.<br />

Durante o mês <strong>de</strong> maio findo fôrão<br />

requizitados e concedidos no governo civil<br />

d'este distrito, 153 passaportes, sendo<br />

15 para as nossas possessõis d'Africa e<br />

138 para a republica do Brazil.<br />

Nos cinco mezes <strong>de</strong>corridos <strong>de</strong>ste<br />

ãno forão passados (570, sendo 587 para<br />

o Brazil e 83 para Africa,<br />


CARTA RE LONJE<br />

ItEZISTENCi l—Domingo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1004 /<br />

Reprezentação proporcional<br />

um erro pensar assim. Deixem as coizas<br />

seguir o seu curso que se ouvér enga- ÓSPEDES<br />

nos, os enganados não serão por certo<br />

os républicanos.<br />

Estão já nesta cida<strong>de</strong> a maior parte<br />

dos bacharéis, que se formárão em Di-<br />

A' urna, pois! O povo conhece bem<br />

O partido républicano e a<br />

reito em 1879, a cujo grupo pertence o<br />

quem o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com lealda<strong>de</strong> e abnegação.<br />

nosso amigo e valiôzo correlijionário sr.<br />

abstenção<br />

dr. Eduardo Vieira.<br />

não se ilúdão nem queirãe iludir os outros.<br />

A<strong>de</strong>rirão á sirnpatica festa <strong>de</strong> confraternida<strong>de</strong><br />

os srs. drs. Abilio Maximino da<br />

Premita-me sr. redátor que um mo Dentro do partido républicano urna<br />

Costa Pontes, conservador em Moncorvo;<br />

désto republicano cheio <strong>de</strong> fé num futuro só i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve existir—<strong>de</strong>rribar a monar-<br />

Alfredo Augusto Freire <strong>de</strong> Carvalho, juis<br />

proximo <strong>de</strong> rejuvenescimento e re<strong>de</strong>nção quia que é o inimigo da patria que<br />

<strong>de</strong> Direito em Fornos <strong>de</strong> Algodres; Alva-<br />

do-no&so pais e <strong>de</strong> ardor pelas lutas <strong>de</strong> pro- amamos e.queremos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r da avilta<br />

ro <strong>de</strong> Moura Coutinho d'Álmeida Eça,<br />

paganda e organização do partido que ção e ruína em que se encontra.<br />

professor em Aveiro; Alip.o Antonio Dio-<br />

todos os bons republicanos <strong>de</strong>zéjão ar Para isso unamo-nos sem preocupago da Silva, pároco em Vila Franca <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntemente, venha, nas colunas do seu çõis nem <strong>de</strong>speitos e numa abalada vio Xira; Antonio Alves <strong>de</strong> Oliveira Guima-<br />

<strong>de</strong>nodado jornal a Rezistencia, emitir lenta sem reparar no numero, vamos rãis, juis <strong>de</strong> Direito em Alcobaça; Anto-<br />

sua opinião'! sobre a questão mais trans para a frente conquistar almas e prepanio Domingos Jacinto Maia, aba<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cen<strong>de</strong>nte que neste momento ajita as fa rar os espíritos para um gran<strong>de</strong> dia <strong>de</strong> Paranhos; Antonio Centeno, proprietário;<br />

langes <strong>de</strong>mocráticas.<br />

lús e <strong>de</strong> justiça.<br />

Antonio Joaquim da Silva, juis <strong>de</strong> Direito<br />

Abstenção ou não ahstenção é o grito<br />

em Celorico <strong>de</strong> Basto; Antonio Carneiro<br />

que se ouve nos arraiais républicanos 1-0-904. Z. <strong>de</strong> Oliveira Pacheco, advogado em Santo<br />

Que é a abstenção? A morte e<br />

Tirsn; Antonio Eduardo <strong>de</strong> Souza Godi<br />

esfacelamento do partido que se lança<br />

nho, juis <strong>de</strong> Dimito em Tavira; Antonio<br />

•nos seus braços e adorméce á sua som- Batalha <strong>de</strong> flores<br />

José Viana, proprietário em Lisboa; An<br />

bra mortífera.<br />

tonio <strong>de</strong> Magalhãis Mexia, conservador em<br />

A abstenção só se explica quando um Da carta <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para a Gazela Almada; Antonio Marcelino Durão, juis<br />

partido está preparado para fazer uma da Figueira, retiramos o que a propozito <strong>de</strong> Direito em Carrazêda <strong>de</strong> Andais; An-<br />

revolução armada. D'outro modo é um da batalha <strong>de</strong> flores, dis o seu correstonio Jozé Machado, proprietário; Anto<br />

contrasenso.<br />

pon<strong>de</strong>nte, com o que concordamos, pe- nio Augusto Meiréles, proprietário em<br />

Alégão os que quérem a abstenção dindo vénia para transcrever:<br />

Fafe; Augusto Correia da Silva Melo,<br />

que ir á urna <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um golpe <strong>de</strong> es<br />

chefe da sécção nos Proprios Nacionais;<br />

lado, como á pouco fés o partido que A Assocíaçqo dos Bombeiros "Volun- Augusto Fre<strong>de</strong>rico Rodrigues Lima, sub-<br />

está no po<strong>de</strong>r', é reconhecer esse áto artários rezolveu já realizar um festival na director do Ministério dos Estranjeiros;<br />

bitrário contra o qual todos <strong>de</strong>vião pro Avenida Navarro, por ocazião das festas Bento Ferreira da Silva Guimarãis, con-<br />

testar. Assim é na verda<strong>de</strong>, não o con- da Bainha Santa, fazendo parte d'esse servador em Oliveira d'Azeméis; Domintesto,<br />

mas para a abstenção -ser um áto<br />

numero uma batalha <strong>de</strong> flores. As entragos<br />

Jozé Go. çalves Pereira, juis <strong>de</strong> Di-<br />

significativo, e ter fôrças#éra preciso que<br />

das no recinto serão pagas revertendo o<br />

reito em Vouzela; Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caria (Ber-<br />

todos os partidos da opozição néla cola-<br />

produto liquido a favor do cofre da mesnardo),<br />

proprietário; Dionizio <strong>de</strong>. Moura<br />

borassem lealmente.<br />

ma Associação e da Assistência aos tu-<br />

Coutinho <strong>de</strong> Almeida Eça, conservador<br />

Fês-se isto ? Não.<br />

em Estarreja; Eduardo Nunes, Arcebispo<br />

berculózos.<br />

Tivemos a coligação liberal, em ou<br />

d'Evora; Eduardo* da Silva Vieira, advo-<br />

Contra a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> repetir esta diver-<br />

tros tempos, áto politico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> algado<br />

e notário em <strong>Coimbra</strong>; Francisco<br />

são me manifestei já, por enten<strong>de</strong>r que<br />

cance, mas que teve a opozição <strong>de</strong>nodada<br />

Julio <strong>de</strong> Souza Pinto, juis <strong>de</strong> Direito em<br />

ela <strong>de</strong>ve ser excluziva da Creche, que a<br />

<strong>de</strong> parte d!aquel.es que ôje querem<br />

Soure; Francisco Augusto <strong>de</strong> Matos Mas-<br />

iniciou. Repetir a batálha <strong>de</strong> flores, numa<br />

abstenção. Lembro-me bem que nessa<br />

carenhas Mancélos, juis <strong>de</strong> Direito no<br />

época em que poucas á e quando faltam<br />

luta, em que ómens <strong>de</strong> intelijencia e co-<br />

Sabugal; Francisco David Cal<strong>de</strong>r, pro-<br />

os elementos para se fazer uma festa suração,<br />

républicanos ar<strong>de</strong>ntes, saidos das<br />

fessor em Lamego; Florêncio Monteiro<br />

perior á que se fês, é tirar-lhe a novi-<br />

escólas, com o fogo dos seus poucos<br />

Vieira <strong>de</strong> Castro, recebedor em Fafe;<br />

da<strong>de</strong> e o interesse. Mas o mal não é só<br />

anos, inutilizarão os seus efeitos, fazendo<br />

Francisco Vieira <strong>de</strong> Souza Rego, advo-<br />

este, á outro peor, que é o <strong>de</strong> se preten-<br />

retirar da vida ativa do partido, ómens<br />

gado em Alvaiázere; Francisco Xavier<br />

<strong>de</strong>r levar a efeito esse festival dando<br />

experimentados e <strong>de</strong> valor real como<br />

<strong>de</strong> Castro Faria, proprietário em Vila do<br />

lartilha nos lucros á Assistência aos tu-<br />

Edifardo d'Abreu e outros.<br />

Con<strong>de</strong>; João Correia d'Almeida, proprje<br />

berculózos, que nenhum beneficio, até<br />

Se combatêrão então a çoligação<br />

tárjo na Mealhada; João das Neves, advo-<br />

ôje tem prestado a <strong>Coimbra</strong>. Temos ins-<br />

liberal e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m ôje a abstenção, pergado<br />

na Covilhã; João Catanho <strong>de</strong> Menetituiçõis<br />

nesta cida<strong>de</strong> que bem precizão<br />

gunto, que motivo especial averá para<br />

zes, advogado em Lisboa; João Ribeiro<br />

do auxilio publico, mas todas fôrão es-<br />

esse fáto ?<br />

Dias da Costa, juis <strong>de</strong> Direito em Figueiró<br />

quecidas para se lembrarem <strong>de</strong> protejer<br />

A abstenção no tempo da coligação<br />

dos Vinhos; Joaquim Bernardo dos San-<br />

uma instituição que presta bons serviços,<br />

éra mal quando o partido vinha <strong>de</strong> uma<br />

tos, proprietário em Lagoa; Joaquim Ba-<br />

mas não a <strong>Coimbra</strong>, que ainda está á<br />

jornada infelis.<br />

tista Leitão, advogado em Anadia; Joa-<br />

espera do prometido dispensário que,<br />

Então justifieava-se porque o partido<br />

quim José Coelho <strong>de</strong> Carvalho^ proprie-<br />

em boa verda<strong>de</strong>, não é do que mais aqui<br />

preparava-se bem ou mal para uma retário<br />

em Lisboa; Jozé Batista d'Almeida<br />

se preciza.<br />

volução armada.<br />

Pereira Zagalo, juis <strong>de</strong> Direito em<br />

Ainda se ouvesse esperanças <strong>de</strong> fun-<br />

Oje, infelismente, o partido républi-<br />

Vila Nova d'Ourem; Jozé <strong>de</strong> Menezes<br />

dar um sanatório em <strong>Coimbra</strong>..., mas<br />

cano, sem diréção efétiva, tendo ido á<br />

Tovar Faro e Noronha, juis <strong>de</strong> Direito<br />

nisto não se fala.<br />

urna por mais que uma vès, reconhecen-<br />

em S. Pedro do Sul; Inácio Alberto Jozé<br />

Fáção os bombeiros voluntários o<br />

do a necessida<strong>de</strong> absoluta e inadiavel <strong>de</strong><br />

Monteiro, juis <strong>de</strong> Direito em Moncorvo;<br />

seu festival, mas que po<strong>de</strong> muito bem<br />

entrar no caminho da lúta <strong>de</strong>ntro da<br />

Jozé Maria Barboza <strong>de</strong> Magalhãis, advo-<br />

ser luzida e interessante sem a batalha<br />

or<strong>de</strong>m, vir prégar-se abstenção é um<br />

gado e sub-diretor do ministério da jus-<br />

das flores, véjão bem a quem vão asso-<br />

contracenso. .<br />

iça; Jozé Augusto Cardozo Pina Cabral,<br />

ciar-se. Lembrem-se que por cá muito conservador em Alcobaça; Jozé Gonçal-<br />

Se este contrasenso tem como baze<br />

quem precize e que não tem o bafejo ves Barboza <strong>de</strong> Castro, advogado no<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpa, ter o partido républicano<br />

real, que vale tudo.<br />

Porto; Jozé Aureliano Borjes Antunes <strong>de</strong><br />

uma votação insignificante, não me paréce<br />

Matos, advogado em Lisboa; Luis Figuei-<br />

razão poileróza para se prégar a abstenredo<br />

da Guerra, <strong>de</strong>legado do procurador<br />

ção. Nas condiçõis em que se encontrão<br />

réjio em Monsão; Luis Pereira do Vale<br />

os recenseamentos eleitorais, falsificados Dr. Bernardino Machado<br />

Júnior, juis <strong>de</strong> Direito em Valença; Luis<br />

ao sabor <strong>de</strong> quem os fás, com uma lei<br />

Augusto Amorim, professor em Viana;<br />

eleitoral adré<strong>de</strong> preparada para nos ex- Por motivo <strong>de</strong> afazêres vários, que Manuel d'Azevedo Araujo e Gama. lente<br />

poliar, é claro que não po<strong>de</strong>mos ter imprevistamente sobreviérão, não pou<strong>de</strong> da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>; Manuel <strong>de</strong> Castro Gui-<br />

gran<strong>de</strong>s votaçõis. O pais sabe isso per- este nosso respeitabilissimo correlijionámarãis, proprietário em Lisboa; Manuel<br />

feitamente e" no estranjeiro não <strong>de</strong>scorio ir fazer á Povoa <strong>de</strong> Varzim a confe- Duarte Areoza, secretário da 2<br />

nhecem estes fátos, portanto sabe-se que rencia para ôje.<br />

essa \ótação não significa a verda<strong>de</strong>. Brevemente, porem, conta o ilustre<br />

Em França, no ultimo periodo do im- Drofessôr <strong>de</strong>sempenhar-se do encargo<br />

pério <strong>de</strong> Napoleão, o pequeno, também que sobre si tomou, com aquéla nobre<br />

0 partido republicano estava fóra da lei gentilêza que o carateriza.<br />

e os seus ómens mais eminentes perseguidos<br />

ferósmente.<br />

Nem um <strong>de</strong>putado linha no parlamento<br />

e a républica fês-se.<br />

Sentou práça na armada o sr.<br />

Diz-se foi a guerra quem precipitou Infante D. Ma/iuel, que em breves<br />

os acontecimentos, mas quem nos dis a anos será almirante.<br />

nós que amanhã, acontecimentos inespe- Que pena já estar <strong>de</strong>scoberto o<br />

"rrdos nao darão logar á proclatííaçõo da caminho marítimo para a índia!<br />

republica em Portugal?<br />

Mais o Brazil!<br />

O fogo alastra, a temperalura que<br />

se respira é sufocante e bastará um pe- Porque sua Alteza, a bordo do<br />

queno rastilho p'ara atear o incêndio que D. Carlos, com o Pimpão na esteira,<br />

tudo pô<strong>de</strong> subverter.<br />

a coxeár, era capás <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />

Dôze <strong>de</strong> março em <strong>Coimbra</strong> não será isso tudo.<br />

1 m avizo?<br />

Assim terá que limitár-se a <strong>de</strong>s-<br />

Organize-se o partido républicano<br />

politica e eleitoralmente, vá á urna todas cobrir, como seu Augusto Pae,<br />

as vêzes que se lhe ofereça ocazião; por- alguma especie nova <strong>de</strong> bezúgos.<br />

que indo á urna, movimenta os seus<br />

soldados, dá-lhes disciplina e afirma a<br />

sua existencia. Dê-se-llie comando e direção<br />

que é o que necessita para a sua<br />

unida<strong>de</strong> e expansão.<br />

São poucos os votos que obteem agora?<br />

Mas que importa, acaso vimos para<br />

mostrar uma força que não temos?<br />

Os senhores abstencionistas receião<br />

que o governo aproveite a ocazião <strong>de</strong><br />

uma pequena votação do partido républifcan


Circo Portuense<br />

Este circo situado ao largo do Príncipe<br />

D. Carlos, e do qual é diretor D.<br />

Enrique Dias, tem dado, com enorme<br />

concorrência, espétáculos todas as noites<br />

ás 9 óras.<br />

Ontem realizou-se a 2. a aprezentação<br />

da jinasta senhorita Clotil<strong>de</strong> Dias e do<br />

cavalo Aro.<br />

Todas as noites ás 9 óras á espétáculos,<br />

e aos domingos e dias santificados<br />

realizão-se dois, um ás 4 óras da tar<strong>de</strong><br />

e outro ás 9 da noite.<br />

Também todas as terças-fèiras á soirée<br />

<strong>de</strong> gala e ás"sextas espétáculos da móda.<br />

Tómão parte nos espétáculos os engraçados<br />

Clowéns—Martini e Loti.<br />

O prèço para a entrada é: Ca<strong>de</strong>iras,<br />

310; jeral, 130.<br />

Faleceu sexta feira nesta cida<strong>de</strong>, o<br />

sr. Jozé Antonio d'01iveira, irmão do sr.<br />

Bernardo Antonio d'01iveira. Também<br />

faleceu Ontem a espoza do sr. Manuel<br />

Antonio d'Abreu, solicitador nesta comarca.<br />

Têm-se acentuado as melhoras do sr.<br />

dr. Luís Pereira da Costa.<br />

Artigo<br />

ftezervamos para o proximo numero<br />

a publicação do artigo do sr. Carlos<br />

Olavo, que temos já em nosso po<strong>de</strong>r e<br />

que não pubjiçàmos apenas por falta <strong>de</strong><br />

espaço.<br />

SERVIÇO COMBINADO<br />

Imponentes festas do quinquajesiino<br />

aniversario da Definição Dogmatica da<br />

Imaculada Conceição em Braga, nos dias<br />

10, 11 e 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1894, com a<br />

assistência dos arcebispos, bispos e outros<br />

altos digna ta rios do reino.<br />

Gran<strong>de</strong> peregrinação nacional á Virjem<br />

do Sameiro.<br />

N'esla peregrinação que sairá da<br />

Cathedral, será conduzida a riquíssima<br />

Corôa d'Oiro oferecida pela nação á Virjem:<br />

Cerimonia da Coroação, missa Campal,<br />

sermõis pelo arcebispo d'Evora e<br />

v;ir'03 bispos, majeslóza procissão abrindo<br />

por um carro triunfal com figuras allegoricas<br />

e <strong>de</strong>slumbrantes iluminaçõis.<br />

Bilhetes <strong>de</strong> ida e volta a preços muito<br />

reduzidos, vali('os para ida nos dias 8 a<br />

11, volta nos dias 12 a 15, inclusivé.<br />

Preços com o imposto do sêlo incluído<br />

:<br />

Figueiía da Fós a Braga e volta,<br />

5$000 réis em 1.» classe, 4$2t-,0 em 2."<br />

classe e 24770 em 3. a classe, Santa Comba,<br />

54440. 3)5(930 e 24570,- Carregal,<br />

5$770, 4$180 e 24730, Nélas, 6429o,<br />

4)8550 e 24980, Mangual<strong>de</strong>, 64630 réis,<br />

44790 e 34150, Gouvéa, 74050, 54100 e<br />

34340, Fornos, 742; O, 54250 e 34450,<br />

Celorico, 747-Q, 54580 e 34660, Vila<br />

Franca das Naves, 84100, 54850 e 34840,<br />

Guarda, 84770, 64330 e Mi50 réis.<br />

27) Folhetim da "HEZISTENCIA,,<br />

0 EXCOMUNGADO<br />

VIII<br />

A léhre na fiira»<br />

Naquèle momento passava-se á porta<br />

do castélo uma outra cena tão cómica<br />

como a outra éra patética:'Savoisy tinha<br />

conseguido reunir já todos os serviçais<br />

<strong>de</strong> Ombert, que estávão na casté'o e do<br />

alto da escada, como <strong>de</strong> um púlpito, dizia-lhes:<br />

Vosso patrão, meus amigos, vai<br />

ser excomungado. Ora sabeis o que é<br />

um excomungado ? E' um ómem que só<br />

pelo contáto .fás danár as almas; é necessário<br />

fujir. dêle, é uma péste; o seu<br />

olhar prodús a morte e>erna, e nenhum<br />

<strong>de</strong> vós, espéro, á <strong>de</strong> querer arriscar a<br />

sua salvação... Tu, falcoeiro, disse êle<br />

a Grild, déves <strong>de</strong>ixar fujir os falcõis,<br />

porque são do excomungado; tu, qne<br />

andas recebendo o dizimo, não déves<br />

ocupar-te da fazenda do impio, éla pertence<br />

a Deus, e o excomungado ao diabo.-<br />

Todos os qué lhe prestarem serviços ficarão,<br />

excomungados como êle, e..<br />

Quando ia a continuar, ouviu-se um<br />

gran<strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> caválos^ a ponte levadiça<br />

baixou com estrondo, e Ombert entrou<br />

jAíoáà 1 l i t i g a d a<br />

Jorijal das famílias — Publicação semanal<br />

Diretôra: D. LEONOR MALDONADO<br />

Condições da assinatura : por ano com<br />

1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />

mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />

com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordado^-<br />

54000 réis.<br />

Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />

em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 26 números<br />

com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 24500<br />

réis.<br />

Trimestre, 13 números com 'i<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Proles).<br />

Bedátores das sécções: Moda e vida<br />

Mundarja Parisiense, bordados e todos os<br />

rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portu-<br />

gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração: 30 bis, Bua<br />

Bregero, Paris.<br />

CONFIANÇA<br />

Deus queira que poucos do que esta<br />

<strong>de</strong>claração lêrem, necessitem <strong>de</strong> recorrer<br />

a remedios para seus soffrimentos do<br />

estomago; durante mais <strong>de</strong> dois anos<br />

estive entre a vida e a morte por cauza<br />

<strong>de</strong> fortíssimas dóres <strong>de</strong> estomago só tomando<br />

um pouco <strong>de</strong> leite, pois qualquer<br />

outro alimento era vomitado imediatamente.<br />

Bec^rri a muitos especialista<strong>de</strong>s,<br />

doenças <strong>de</strong> estomago, nada conseguindo<br />

e ficando cada vês peor; finalmente, por<br />

conselho do dr. Abel M. Faria, meu ultimo<br />

medico, tomei as pilulas antidispéticas<br />

do dr. Heinzelman sendo tão gran<strong>de</strong> o rezultado<br />

dêste po<strong>de</strong>rozo remédio, feito com<br />

vejetais do Brazil, que em menos <strong>de</strong> dois<br />

meses, completamente bom, comendo<br />

perfeitamente e sem nenhuma dôr.<br />

Américo <strong>de</strong> Assis Lobo.<br />

Depozito em <strong>Coimbra</strong> das pilulas <strong>de</strong><br />

Heinzelman:<br />

Srs. Bodrigues da Silva & C. a Rua<br />

Ferreira Borjes.<br />

KKZiSTEXCIA — Pomfngo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904<br />

Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

ÒRARIO PROVIZÓRIO<br />

Carreiras entre o"krg-o das Ameias<br />

e a rua Infante D, Augusto<br />

Do largo das Ameias<br />

Partidas<br />

6 h e 30 m manhã<br />

7<br />

7,30<br />

8<br />

8,30<br />

9,30<br />

10,30<br />

u<br />

1 i ,30<br />

12<br />

12.30<br />

1<br />

1,30<br />

2<br />

2,30<br />

3<br />

3,30<br />

4<br />

4,30<br />

5<br />

5,30<br />

6<br />

7,30<br />

8<br />

9,30<br />

10<br />

»<br />

j i<br />

2><br />

><br />

»<br />

» ' . j<br />

tar<strong>de</strong><br />

. P :<br />

»<br />

noite<br />

Darua Infante D. Augusto<br />

7h<br />

7,30<br />

8<br />

8,30<br />

9<br />

10<br />

11<br />

11^30<br />

12<br />

manhã<br />

»<br />

j><br />

í<br />

»<br />

»<br />

t T<br />

, is,<br />

12,30 tar<strong>de</strong><br />

1 »<br />

1,30 ><br />

2 »?:<br />

2,30 »'<br />

3<br />

3,30<br />

4<br />

4,30<br />

li ' "<br />

5,30<br />

6.30<br />

7,30<br />

8,30 noite<br />

9,30 »<br />

10 »<br />

10,30 »<br />

(P)<br />

(a) Directo da Casa do Sal áj;ua do Infante<br />

D. Augusto. %<br />

(i) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.<br />

Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />

e Estação B<br />

Partidas<br />

t : i J.<br />

da R, Infante d, Augusto 1<br />

6 h tar<strong>de</strong><br />

8, noite<br />

da Estação B<br />

e 58 m tar<strong>de</strong><br />

8 h e 45 m noite<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />

Partidas<br />

Do largo das Ameias da estação B<br />

3 h 10 a<br />

5 ,5o<br />

8,10<br />

2 ,30<br />

3 ,1 6<br />

4 .35<br />

5 ,37<br />

6 ,25<br />

6,40<br />

8,10<br />

12 ,15<br />

manhã<br />

%<br />

D<br />

tar<strong>de</strong><br />

»<br />

*<br />

><br />

D<br />

noite<br />

x. m<br />

cr ro<br />

t/i O<br />

c/3 Cl-<br />

O , 0 3 j<br />

Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong><br />

tntUcado neste orario é consi<strong>de</strong>rado extraordinário.<br />

Tatoéla cie preços<br />

Largo das Ameias ou Caza do Sal á<br />

Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á<br />

Bua do Infante D. Augusto — 40 réis,<br />

Largo das Ameias, Caza do Sal ou<br />

Bua Infante D. Augusto ao Mercado —<br />

30 réis.<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazometro ao<br />

Largo <strong>de</strong> D. Luís — 30 réis.<br />

Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro ao<br />

Mercado — 20 réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />

Largo das Ameias ou Mercado — 50<br />

réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />

rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />

Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />

Caza do Sal — 20 réis.<br />

A assinatura para os bilhetes pessoais<br />

está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />

124000; e 94000 réis para os menores <strong>de</strong><br />

14 anos e creados, sendo estes últimos<br />

le logáres na plantaforma dos carros.<br />

Còros dos faróis<br />

Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />

Vermêlha, estação B.<br />

Branca, Caza do Sal.<br />

j^narelo escuro, reservado.<br />

Des<strong>de</strong> o dia 1 <strong>de</strong> Maio na estação da<br />

Bua do Infante D. Augusto recebem-se<br />

encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />

a_gran<strong>de</strong> e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />

do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />

haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />

Só se recebem volumes cujo pezo<br />

máximo não seja muito superior a cem<br />

kilos.<br />

Recebem-se anúncios para serem<br />

fixados SEO interior <strong>de</strong><br />

todos os carros em circulação<br />

pelo preço anual <strong>de</strong><br />

18$00© réis, sendo os<br />

anúncios e sêlos por conta<br />

do anunciante.<br />

COMUNICADO<br />

Constando-me que alguém mal<br />

intencionado tem propalado o boato<br />

<strong>de</strong> que <strong>de</strong>vido ao falecimento <strong>de</strong><br />

meu marido Manoel Teixeira da<br />

Cunha, o estabelecimento <strong>de</strong> funileiro<br />

que possue na Rua do Viscon<strong>de</strong><br />

da Lús se encerrava.<br />

Declaro para todos os efeitos<br />

que é falso semilhante boato, con-<br />

se f£ tinuando com o estabelecimento<br />

c on<strong>de</strong> espero continuar a merecer a<br />

S<br />

confiança dos ex.<br />

. fc®<br />

o<br />

ICC<br />

CJ»<br />

JS<br />

O<br />

mos freguezes da<br />

caza.<br />

Viuva Manuel Teixeira da Cunha.<br />

O ENSINO SCIENTIFICO<br />

E INDUSTRIAL<br />

PRINCIPAIS DESCOBERXAS DE I903<br />

POR<br />

Ama<strong>de</strong>u <strong>de</strong> Vasconcelos<br />

( MARIOTE )<br />

Preço 79» réis franco <strong>de</strong> porte<br />

ELEIÇÕES E PARLAMENTOS<br />

NA EUROPA<br />

PELO<br />

Gapitão EríWqae Batista<br />

É o trabalho mais completo publicado na Eur<br />

Preço, lUíOO réis, franco<br />

<strong>de</strong> porte<br />

O P E L O U R I N H O<br />

PELO<br />

Dr. Antonio Claro<br />

CRITICA Á NOSSA HISTORIA POLITICA<br />

DESDE 1817<br />

E' um grosso volume <strong>de</strong> 520 pag.<br />

Perco, I|ÍOOO réis, franco <strong>de</strong> porte<br />

Pedidos á livraria FIGUEIRINHAS JÚNIOR<br />

75, R. das Oliveiras 77<br />

PORTO<br />

Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampilhoza<br />

(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />

Mourão Teixeira Lopes & C."<br />

Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />

as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />

<strong>de</strong> construção<br />

Os produtos désta fabrica, especializando<br />

a TELIIA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem-se<br />

pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />

prima e esmero do fabrico, obtido<br />

pelo professo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />

Remetem-se tabelas <strong>de</strong> preços a quem<br />

as requisitar.<br />

ESCRITORIO E DEPOZITO :<br />

Rua <strong>de</strong> Alexandre Krculano, 23G<br />

PORTO<br />

Fabriea: PAMPILHOZA Ao BOTÃO<br />

Telegramas: KERAMOS — Porto<br />

Telefone 532<br />

Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>—Bazilio<br />

Xavier Andra<strong>de</strong> & F. 0$<br />

a gran<strong>de</strong> galope até ás escadas do cas- O barão, espantado <strong>de</strong> ver os seus a prêzar percorreu os jardins num mitélo;<br />

o caválo estava coberto <strong>de</strong> suor, e<br />

— Celerados 1 gritou-lhes o con<strong>de</strong>.<br />

dois adversários em pé ranjeu os <strong>de</strong>ntes nuto, apezar do embaraço que lhe cau-<br />

a especie <strong>de</strong> cóta <strong>de</strong> málha que o cobria<br />

Aveis <strong>de</strong> sêr enforcados nas tílias do<br />

e exclamou:<br />

závão as armas.<br />

parecia um vestido <strong>de</strong> néve, porque a<br />

mosteiro, e a Yossa abadia á-<strong>de</strong> ser re-<br />

— Por S. Martinho, o diabo proteje- Ao chegar <strong>de</strong>baixo das tílias, viu o<br />

espuma do caválo saia por lodosos pontos.<br />

duzida a cinzas.<br />

vos! mas apanha, sedutor infame! con<strong>de</strong> que dava a mão a Savoisy para —A' Luiis! dizia Savy na barca, fize-<br />

— Tráição, exclamava Ombert cheio E fês um bóte circular para apanhar trepar ao muro. Adivinhou então porque mos uma rapaziáda.<br />

<strong>de</strong> furor, tráição, mátem, mátem, morte a cabêça do con<strong>de</strong>.<br />

as sentinélas tinhão avizado.<br />

ao ábito branco !...<br />

—E' tempo <strong>de</strong> dar por isso, <strong>de</strong>pois das<br />

Neste momento, Catarina abriu os Deu um salto, mas a lança feriu apenas<br />

Era seguido por uma <strong>de</strong>zena dè ca-<br />

coizas feitas, respon<strong>de</strong>u o con<strong>de</strong>. Mas<br />

olhos, <strong>de</strong>u um grito agudo, e Savoisy, a murálha em que se partiu.<br />

valeiros, os únicos que tinhão podido,<br />

ouve: não ê o danado barão que nos pro-<br />

que tinha pegado numa ca<strong>de</strong>ira, garan- Subindo então para o terrásso com<br />

gráças á bonda<strong>de</strong> dos caválos, chegar<br />

vo :a com as suas ameaças?<br />

tiu mais uma vês o con<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois em- rapidês, saltou para o caválo e partiu a<br />

até ali.<br />

—Antes <strong>de</strong> três óra:, porão o conpurrou<br />

mais uma vês o terrível barão galope.<br />

vento a saquei<br />

Ao aspéto do castelão, cujas feiçõis exclamando :^-Fóje, Luis f...<br />

Esperáva chegár pelo caminho <strong>de</strong> Os dois viajantes passárão quazi por<br />

<strong>de</strong>nunciávão a raiva, Savoisy correu a 0 con<strong>de</strong>, abrindo a janela, saltou para cima ao mosteiro primeiro que os dois <strong>de</strong>baixo dos olhos <strong>de</strong> Ombert, e. éste,<br />

avizár o con<strong>de</strong> no momento em que este o jardim ; Savoisy intimou-o. Ombert fi- monjes.<br />

inutilizado pela raiva, dizia lhe impre-<br />

colocava Catarina sobre um dos moveis cou mudo, os lábios embranquecíão por A asperêza e os, perigos do ^caminho caçõis.<br />

do quarto, e foi seguido por Ombert, que, baixo da espuma e os ólhos <strong>de</strong>spedíão <strong>de</strong>ixárão-lhe a esperança <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> adága na mão, chispáva <strong>de</strong> furôr e se<br />

—E' ele, disse Savoisy: seguir-nos-á<br />

relampatos.<br />

os fujitivos, enterrou as esporas nos<br />

esforçava por alcançar o monje.<br />

até ao sitio em que <strong>de</strong>zembarcarmos; fin-<br />

Por fim saiu gritandoí A caválo, per- flancos do caválo, e, saindo do castélo jamos antes ir para o outro lado.<br />

A cena ft i tão rápida, que todos os côrrão <strong>de</strong>pressa o cêrco e mátem todos tocou a trompa com força a chamár os Quando o barão viu que os dois be-<br />

espétadôres ficárão estupéfátos nomes.no; os monjes sem remissão... Bertram, Jac- cavaleiros. Estes não compreen<strong>de</strong>ndo neditinos ião para o outro lado do rio,<br />

logar, e os ómens d'armas esperávão asques, ... e vós, senhor <strong>de</strong> Prauiilly, a raiva tal, não entendêrão o toque e con- voltou para o castéllò á ré<strong>de</strong>a solta. Os<br />

or<strong>de</strong>ns do barão.<br />

galope. Estão no jardim e não po<strong>de</strong>m tinuárão a vijiár em volta das fortificaçôis. beneditinos voltarão para o convento.<br />

—Perdidos! Perdidos! gritou Sa- escapar. Boch ! Não sáia ninguém! Es- O barão chegou só ao pôrto <strong>de</strong>ante Esta cêna po<strong>de</strong> ser comparada á faisca<br />

voisy.tou<br />

traído, estou traído.<br />

<strong>de</strong> Marmoutiers, e, na impaciência em que cai em um tonel <strong>de</strong> pólvora.<br />

E ouviu-se a vós retumbante do ba- A rapidès com que se sucedíão as que vinha, fês Giby subir o atalho peri- 0 barão, que provavelmente não tirão<br />

que apareceu quasi logo <strong>de</strong> espáda or<strong>de</strong>ns era igualada pela préssa com que gôzo. O póbre animal jemia sob o pêzo nha pensado senão em rffetêr mêdo ao<br />

erguida.<br />

as executávão.<br />

do dôno, cujo furor parecia partilhar. mosteiro, ostentando forças imponentes,<br />

O seu furôr transformoTFse em <strong>de</strong>s- N'esse momento as sentinélas das duas Ali Ombert sentiu redobrar a cólera, jurou a <strong>de</strong>struição dos relijiózos; e éra<br />

prezo orrivel ao ver a mulher nos braços guaritas, que <strong>de</strong>itárão os caminhos, que ao ver os dois monjes que tinhão <strong>de</strong>s- tal o seu furôr que, <strong>de</strong> caminho, carre-<br />

do monje.<br />

levávão ao mosteiro, dêrão o sinal <strong>de</strong> prendido a barca dêle e vogávão trangou sobre alguns ren<strong>de</strong>iros que levávão<br />

Deixou cair a adaga sobre Savoisy, alarme.<br />

quilamente pelo rio; a corrente levava-os ao castélo as rendas em frutos, e mandou<br />

este como <strong>de</strong>fèza não aprezenfou mais: Ombert saltou para o jardim com um rapidamente e a barca ia tanto mais que fossem para o castélo os viveres <strong>de</strong>s-<br />

do que a róca apanhada á pressa e que impulso que o fês ir <strong>de</strong> um tèrráço para <strong>de</strong>pressa que éra impelida pelo vento do tinados aos relijiQzos.<br />

ficou fendida <strong>de</strong> meio a meio. ' outro, e, como o tigre que se lança sobre éste.<br />

(Continúa).


4<br />

Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />

Sulfatada—Cálcica<br />

A única analysada na paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> GONTREXÉVILLE,<br />

nos Yosges (França)<br />

Estabelecimento balnear a 2 Kilometros da estação <strong>de</strong> fflogofore»<br />

Carro» á chegada <strong>de</strong> todos os comboios<br />

IIDICAÇÕES<br />

Para USO interno:—Arthràismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />

se lhe avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />

nem pelo traasporte<br />

K venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

4, Rua Ferreira Rorgfes<br />

Vinhos da Empina Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> lagos<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete<br />

Í Marialva<br />

(SEM GARRAFA)<br />

ÍK? e i r o : : : : : : : ; : : : m<br />

i Fernão Pires<br />

Vinhos brancos! Sautern^ ; ; ; ; ; ; ; ; ; ;<br />

Marialva<br />

tinto!<br />

Vinhos licorozosj Moscate]-Favaíos\Dou/o) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />

Vinagre-<br />

Azeite • •<br />

\ Branco<br />

Pimentel<br />

Azeite d'0!iviira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

d"01iveira Feijão)<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

REZISTENCIA—Domingo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904<br />

Garafa l /2 gar<br />

110 60<br />

130 70<br />

150 80<br />

17o 90<br />

140 80<br />

170 90<br />

180 100<br />

10 100<br />

—<br />

i50 —<br />

500 —<br />

90 —<br />

300<br />

Preços especíaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — «Toào Borjes<br />

Sucursal asa Alta<br />

27 —RUA FERREIRA BORJES —29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CÂZÂ ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Pinto<br />

OS DE PASTO<br />

PRteG!?vEDl<br />

f S ^<br />

(p IMB^A<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

Para consumo e exportação<br />

Vendas p° r UIlío e a<br />

j<br />

Installação provisoria: rua da Sota n° 3. #<br />

• •IUII » — —<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> vend a a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

Garrafa Garrafa<br />

jèé £ <strong>de</strong> litro bordaleza<br />

Marcas tu — —ri<br />

1 6 1 12<br />

Tinto GRANADA . 600 120 80 —<br />

» CORAL • * 600 120 80 —<br />

Braneo AMBAR.. 650 100 —<br />

» TOPÁZIO- — • 120<br />

Nos preços indicados não vae i ncluida<br />

a importancia do garrafão (360<br />

réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />

a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />

que se recebem pelo cnsto.<br />

i Prevenção. — Os garrafões le-<br />

Distribuição gratuita aos domicílios, vam o carimbo cia A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das garrafas e garrafões<br />

compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />

garrafas | ao e na parte superior.<br />

FONOGRAFO<br />

Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />

n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />

magníficos Fonografos iMisou <strong>de</strong> diferentes<br />

preços e tamanhos.<br />

Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />

com lindas óperas, cançonetas, monologos,<br />

etc., nacionaes e estranjeiros que<br />

ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />

<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />

Sempre cilindros com muzicas novas<br />

e muito escolhidas.<br />

Mari© M a c h a d o<br />

Cirurgião <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />

bôca e <strong>de</strong>ntes.<br />

Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />

às mais luxuozas.<br />

Consultório — Largo da Sé Velha.<br />

Preços módicos<br />

Fumeiro do ilemtejo<br />

Recebeu mais uma remessa da ma-<br />

gnifica qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma re-<br />

ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />

Luzitana.<br />

Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />

A única que em Portugal eíétua seguros<br />

postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />

distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />

Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />

<strong>Coimbra</strong><br />

FARMACIA ASSIS<br />

SERVIÇO PERMANENTE<br />

Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />

Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />

acaba <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />

O seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />

das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />

quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />

como estranjeiros; está a pár do<br />

<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a lereupatica<br />

dia a dia vãn experimentando e<br />

por isso possue uma coléção variáda das<br />

mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />

qúimicos.<br />

O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />

feito por pessoal competentemente abilitado,<br />

sob a diréção do seu administrador.<br />

Esta caza encarrega se <strong>de</strong> mandar os<br />

medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />

assim como <strong>de</strong> chamar qíalquer dos clínicos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />

ou da noute.<br />

Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativa,-<br />

Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />

54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />

(Em frente ao rco d'Almedina)<br />

Abriu este novo estabelecimento<br />

on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />

e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />

quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />

fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />

Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

em flanellas e panos pretos para capas e<br />

batinas, para todos os preços.<br />

Artigos para ómem como camisaria,<br />

gravatas, luvas, etc.<br />

Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />

este estabelecimento.<br />

Antonio Ribeiro das Mes Machado<br />

ALFAIATE<br />

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />

e estranjeiras.<br />

Confeções para ómens e crianças,<br />

pelos últimos figurinos.<br />

Vestes para ecleziasticos.<br />

Camizas, gravatas, suspensórios e<br />

diversos artigos para ómem.<br />

PREÇOS RESUMIDOS<br />

Pastelaria e confeitaria Téles<br />

150—Rua Ferreira Borges—156<br />

COIMBRA<br />

Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra-se<br />

á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concer<br />

nentes a estabelecimentos désta natureza.<br />

Dôces <strong>de</strong> OVOS com os mais finos recheios.<br />

Doees <strong>de</strong> frueta <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, secos e cristalizados.<br />

Fabricam-se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s<br />

Variada pastelaria em todos os generos, especializando os <strong>de</strong> folhado<br />

CíaEautines diversas. Téte d'Achar. Patê <strong>de</strong> Uevre e Foie<br />

Saucisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />

Pão <strong>de</strong> 10, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />

Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />

marcas.<br />

Amêndoas, bombas, chocolates, queijos, chás, etc., etc.<br />

Café, tootoidas o c e r v e j a s<br />

Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />

na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />

FABRICA DE TELHÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />

l*4'


Editor<br />

PUBLÍCA-SE A O S D O M I N G O S E QUINTAS-FEIRAS<br />

MANUEL D OLIVEÍRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />

RECORDANDO...<br />

Assinalava á tempos um publi<br />

cista ilústre uma enlermida<strong>de</strong> grave<br />

da nossa jente — fatal <strong>de</strong> memória<br />

— enfermida<strong>de</strong> que têm<br />

ativamente colaborador com a cor<br />

rução dos governos para ésta nossa<br />

situação mizeranda.<br />

O pôvo português sófre, <strong>de</strong> facto,<br />

a influencia nociva <strong>de</strong>ssa moléstia.<br />

Esquece lacilmente, como quem<br />

não tem escrupulos, nem assomos<br />

<strong>de</strong> pudor, nem revoltas <strong>de</strong> brio, todas<br />

as afrontas <strong>de</strong> que o fazem alvo,<br />

todos os ludíbrios <strong>de</strong> que o tórnão<br />

vitima.<br />

Momentaneamente exaspera-se<br />

grita, ameaça: é um <strong>de</strong>zafôgo efemero:<br />

a tranquilida<strong>de</strong> fas-se rápido,<br />

rápido se fas o esquecimento.<br />

Ora o esquecimento, se em da<br />

dos cazos pô<strong>de</strong> significar clemencia,<br />

jenerosida<strong>de</strong>, grandêza <strong>de</strong> alma,<br />

implica em jeral — e nos povos<br />

principalmente — talta <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong>.<br />

Esquecer nesses cazos é perdoar;<br />

e o perdão, levado alem <strong>de</strong><br />

certos limites, é uma indignida<strong>de</strong><br />

e uma covardia.<br />

Assim tem esquecido, assim tem<br />

perdido o nosso pôvo; indignamente<br />

e . covar<strong>de</strong>mente.<br />

Tem-lhe feito tudo, e, se por vêzes<br />

as afrontas, os atentados, as infamias,<br />

o inflâmão,e á logar a supôr<br />

onrados <strong>de</strong>zagravos, pouco tempo<br />

volvido êle mostra-se esquecido <strong>de</strong><br />

tudo, prestando aos seus insulta<br />

dôres o apoio da sua simplicida<strong>de</strong><br />

Factos e princípios que <strong>de</strong>veríão<br />

ter sempre prezêntes, como<br />

reguladores fieis <strong>de</strong> sua atitú<strong>de</strong>, não<br />

lhes os recorda a sua débil memória,<br />

compromissos publicamente assumidos,<br />

e cujo cumprimento, se impõi<br />

como uma terminante exijencia<br />

<strong>de</strong> onra, para logo os esquece, um<br />

triste <strong>de</strong>sprêezo por si proprio, pela<br />

sua dignida<strong>de</strong> pelos seus interésses,<br />

seu futuro.<br />

Tudo lhe tem feito. Por vêzes<br />

promete vingar-se — e então á palavras<br />

fortes <strong>de</strong> protesto, claras pro<br />

messas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sforço, propózitos <strong>de</strong><br />

permanente inconciliação. Mas a<br />

sua memoria atraiçoa-o: êle esquece<br />

logo/E anda assim, como um<br />

velho maníaco, inofensivo <strong>de</strong><br />

quem nada se tema, <strong>de</strong> quem todos<br />

riem, que se explora e se cóbre <strong>de</strong><br />

zumanamente <strong>de</strong> vaias.<br />

Assim, pelos proce<strong>de</strong>ntes numerózos,<br />

— a istória dos últimos anos<br />

é uma constante prova da falta <strong>de</strong><br />

memoria da nossa jente; não é afrontôzo<br />

supôr que esse gran<strong>de</strong> movimdhto<br />

contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />

e em jeral contra os processos<br />

administrativos <strong>de</strong> todos os governos,<br />

estará já esquecido, e que,<br />

o proximo ato eleitoral, a celebrar<br />

em 26 do corrente, em vês <strong>de</strong> ser o<br />

pretexto <strong>de</strong>ssa afirmaçãojiotavel <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>coro e <strong>de</strong> patriotismo, que altivamente<br />

marcasse a coerencia'dos protestantes,<br />

será simples motivo para<br />

muitas <strong>de</strong>stas provárem que já se<br />

esquecerão da campanha ruidóza<br />

em que se metêrão, uns ficando in-<br />

diferentes, outros não <strong>de</strong>zitando em<br />

apoiar nas urnas o governo.<br />

E' cruel a afirmação! A lição dos<br />

fatos autoriza a julgá-la exáta.<br />

Muitos protestos se têm levantado<br />

a falta <strong>de</strong> perzeverança <strong>de</strong> coerência-,<br />

<strong>de</strong> brio, o que tudo se pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>zignar<br />

com a expressão—falta <strong>de</strong><br />

memoria — tem feito, porem, que<br />

eles passem <strong>de</strong>pressa, sem efeito,<br />

improfícuos, estereis.<br />

Mas, como ainda na ipóteze<br />

mais <strong>de</strong>sfavorabel, algumas excéçóis<br />

po<strong>de</strong>mos todavia resalvar, aos<br />

que pròventura ainda têm memoria<br />

e consciência e dignida<strong>de</strong>, nos<br />

dirijimos,lembrando-lhes o compromisso<br />

soléne e publico que sobre si<br />

tomárão.<br />

Vão realizar-se brevemente as<br />

eleiçõis jerate. São aprezentados os<br />

mesmos candidatos monárquicos,<br />

isto é reprezentantes <strong>de</strong> todos aquêles<br />

partidos cuja obra governativa<br />

foi justa e cruélmente dissecada em<br />

todos os comícios, maniféstos e representaçóis:<br />

serão aprezentados<br />

também 'candidatos republicanos,<br />

isto é, reprezentantes dum partido<br />

que, sem as responsabilida<strong>de</strong>s ignominiózas<br />

<strong>de</strong> qualquer dos bandos<br />

do existente, têm sempre estado<br />

ao lado do pais, <strong>de</strong>ien<strong>de</strong>ndo-o contra<br />

todós. os vexamçs e extorsõis.<br />

Entre esses candidátos do acordo<br />

monárquico, prontos a sancionar<br />

todos os vilêzas do govêrno, e<br />

os candidatos do partido republicano,<br />

os únicos aptos para uma campanha<br />

<strong>de</strong> saneamento, têm os que<br />

ainda não perdêrão a memoria, <strong>de</strong><br />

escolher,<br />

Essa escolha tem lójicamente <strong>de</strong><br />

recair nos candidatos republicanos.<br />

Ou então nós temos <strong>de</strong> assentar que<br />

todos esse protestos e todos esses<br />

ruidos fôrão uma mizeravel comédia.<br />

AGRADECIMENTO<br />

Os proprietários do Comércio do POKlo,<br />

reconhecendo a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer direta e pessoalmente a todos<br />

os seus colegas da imprensa, ás corporaçôis<br />

e pessoas que ms cumprimentárão<br />

por motivo do qninquajenario da fundação<br />

do Comércio do Porto, servem-se d'este<br />

meio para tributar publicamente a todos<br />

o mais profundo reconhecimento.<br />

Porto, 4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />

Ijsfersra© Shislre<br />

Francisco Carqueja<br />

Bento Carqueja.<br />

Continua a experimentar melhoras<br />

o sr. Con<strong>de</strong> da Covilhã, que se<br />

encontra ospedado no otel BragançU,<br />

on<strong>de</strong> foi acometido da doença<br />

que o retem nesta cida<strong>de</strong>. Seus<br />

filhos srs. Con<strong>de</strong> do Refujio, Alexandre<br />

e Candido Calheiros viérão<br />

vizitar seu pai, em companhia do<br />

sr. dr. Alberto Rato.<br />

Estimamos as melhoras do ilustre<br />

infermo.<br />

0 rendimento do imposto do real dágua<br />

do concelho <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, no mês <strong>de</strong><br />

maio foi <strong>de</strong> 782$778 reis, menos reis,<br />

2.90766, do que ren<strong>de</strong>u no mesmo mêz do<br />

ãno passado.<br />

Mauzoléu <strong>de</strong> ÁIYCS Correia<br />

Do Debate:<br />

A Patria — suprimida pelo atual govêrno—a<br />

que suce<strong>de</strong>u o Mando, abriu<br />

urna subscrição para ser levantado um<br />

monumento a Alves Corrêa, o intrépido<br />

, ornalista republicano que sempre com-<br />

)ateu Com tenacida<strong>de</strong>, correndo os maiores<br />

perigos e suportando os maiores<br />

sacrifícios, pela cauza republicana.<br />

A piedóza iniciativa dos seus amigos,<br />

entre os xquais, dos mais <strong>de</strong>dicados<br />

foi, por certo, França Borjes, não foi<br />

improfícua.<br />

Brevemente <strong>de</strong>ve estar concluído o<br />

monumento cujo <strong>de</strong>zenho—segundo se<br />

rezolven em assembleia dos subscritores<br />

—é <strong>de</strong> Antonio Augusto Gonçalves a<br />

quem pô<strong>de</strong> eli imar-se, com justiça, um<br />

gran<strong>de</strong> artista.<br />

Da fátura tio mauzoleu se encarregou<br />

o nosso correlijionário Cazimiro Ji.zé<br />

Sabidoque.com um raro <strong>de</strong>sprendimento,<br />

se <strong>de</strong>zempénha da tarefa em condiçõis<br />

não vulgares. O mauzoléu valerá mi ito<br />

mais do que, a importância da subscrição,<br />

acrescida dos respétivos juros.<br />

Depen<strong>de</strong>, pois, apenas, da concluzão<br />

do mauzoléu, a trasladação dos ré-tos<br />

mdrtais <strong>de</strong> Alves Corrêa, ôje <strong>de</strong>pozitádos<br />

no jazigo d'um seu amigo provado e<br />

correlijionário <strong>de</strong>dicadíssimo, o sr. Magalhãis<br />

Ba^to.<br />

Justo é que. no dia em que se inau<br />

gure o monumento, prestem omenajem<br />

á memoria tio intemerato jornalista<br />

républicano e' mais ima vès louvem os<br />

que soubèrão ourar essa memoria.<br />

Grupo do Livre Pensamento<br />

Goníereaoia inaagaral<br />

No proximo sabado, 11, pelas 8<br />

e meia da noite, terá logar a inauguração<br />

d'este grupo, com uma<br />

conferencia do ilustre jornalista <strong>de</strong><br />

Lisboa, Eliodoro Salgado, que para<br />

isso virá expréssámente a esta ci<br />

da<strong>de</strong>.<br />

O tema da conferencia é—o livre<br />

pensamento—e o local da reunião<br />

o Centro Eleitoral Republicano, no<br />

largo da Freiria.<br />

A entrada é franca.<br />

O sr. Eliodóro Salgado é um<br />

dos vultos mais conhecidos do par<br />

tido republicano pela sua intranzijencia<br />

e pela <strong>de</strong>dicação partidária<br />

<strong>de</strong> todos os momentos.<br />

Como propagandista o sr. Eliodoro<br />

Salgado é dos primeiros, falando<br />

sempre com elevação e raros<br />

conhecimentos dos assuntos que<br />

tráta.<br />

Curso dísiriílico <strong>de</strong> 4§S5§ e Sfrií<br />

Não publicamos ôje uma noticia<br />

sobre as festas promovidas por este<br />

Curso, por que adoeceu inesperadamente<br />

osr. Dr. Teixeira <strong>de</strong> Carvalho.<br />

Por este motivo pedimos <strong>de</strong>sculpa<br />

<strong>de</strong> qualqur erro <strong>de</strong> revizão.<br />

Cla»c© IPoríHeuse<br />

Este circo continua bastante animado<br />

dando espetáeulos, como já aqui noticiamos,<br />

todas as noites ás 9 óras.<br />

Na passada terça-feira apareceu em<br />

publico, pela primeira vès, o Cão Touro<br />

domesticado pelo clonw Martini.<br />

Consta-nos que é no proximo domingo<br />

1 2, que


Associação Commerçial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

Reuniu ontein a assembleia jeral da<br />

Associação Comercia! para lhe ser prezente<br />

o relatório dos <strong>de</strong>legados que fôrão<br />

a Lisboa reprezentnr esta Associação, na<br />

reunião que teve logar na sé<strong>de</strong> da Associação<br />

•Industrial Portu; uêza convocada<br />

pela camara municipal >ía Covilhã para<br />

ser disculido o projéto da Associação dos<br />

Enjenheiros Civis Portuguêzes sobre a<br />

rê<strong>de</strong> ferroviário, no sul do Mon<strong>de</strong>go.<br />

A reunião estéve bastante concorrida.<br />

Antes da or<strong>de</strong>m do dia, o sr. Prezi<strong>de</strong>nte<br />

da comissão <strong>de</strong> vijilancia do comércio<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para protestar junto<br />

com as comissõis <strong>de</strong> vijilancia <strong>de</strong> Lisboa<br />

e Porto contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />

<strong>de</strong>u conta dos trabalhos <strong>de</strong>sta comissão<br />

e pediu para a assembleia se pronunciar<br />

sobre se esses trabalhos tem o seu<br />

apoio.<br />

Posto o assunto á discussão pediu a<br />

palavra o sr. Francisco Vilaça da Fonseca,<br />

mostrando a importancia dos trabalhos<br />

e fazendo vêr que ainda não estão<br />

concluídos.<br />

O sr. Cassiano Ribeiro disse que, interpretando<br />

o sentido do comércio <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong>, propunha que a assembleia<br />

désse uru voto <strong>de</strong> confiança á comissão<br />

para ela continuar no <strong>de</strong>zempénho do seu<br />

mandato sendo aprovado por unanimida<strong>de</strong><br />

esse voto. Agra<strong>de</strong>cendo o sr. Pedro<br />

Ban<strong>de</strong>ira prezi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ssa comissão.<br />

Entrando na or<strong>de</strong>m da nojite foi lido<br />

o relatório dos <strong>de</strong>legados e os documentos<br />

concernentes a este assunto. O sr. Vilaça<br />

pediu uns esclarecimentos sobre a<br />

atitu<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>legados, em Lisboa, que<br />

lhe fôrão dados pelos srs. Cassiano Ribeiro<br />

e Barata.<br />

Depois disso, o sr. Vilaça, fazendo<br />

uso da palavra, disse que o procedimento<br />

dos <strong>de</strong>legados que fòrão a Lisboa meréce<br />

a aprovação da assembleia, pela fórma<br />

corréta como comprírão as instruçõis que<br />

lhes fôrão dadas e mostrou a importancia<br />

que tèin para <strong>Coimbra</strong> o projéto <strong>de</strong><br />

tal re<strong>de</strong> ferro-viaria. Continuando, <strong>de</strong>monstrou<br />

com um estudo minuciòzo que<br />

sobre tão momentôzo assunto fez — que<br />

para <strong>Coimbra</strong> o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>nominado<br />

no tal projéto <strong>de</strong> Arganil -Lousã<br />

e Porto <strong>de</strong> Mós prejudica ést? cida<strong>de</strong>.<br />

E' indispensável protestar contra ele.<br />

Se este caminho <strong>de</strong> férro fôr aprovado,<br />

<strong>Coimbra</strong> ficará prejudicadissima,<br />

porque pelo norte tem a linha da Beira<br />

Alta com o seu entroncamento na Pampilhoza<br />

e pelo sul o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong><br />

Arganil e Porto <strong>de</strong> Moz com o entroncamento<br />

na Louzã; <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong>,<br />

que <strong>de</strong>via pela sua importancia sèr o<br />

centro <strong>de</strong> todas as linhas do caminho <strong>de</strong><br />

ferro 110 centro do pais, será esbulhada<br />

d'esse movimento e, como premio <strong>de</strong><br />

consolação, terá um ramal para a Louzã.<br />

Já se não mantém a construção do caminho<br />

<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Arganil <strong>de</strong> via larga<br />

como foi dada por lei e que já <strong>de</strong>via estar<br />

concluída, nem se mantém o caminho<br />

<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Santa Comba-Dão a <strong>Coimbra</strong><br />

mandado estudar pelo sr. Emídio Navarro<br />

que vinha compensar <strong>Coimbra</strong> do prejuízo<br />

que lhe cauzou o entroncamento da<br />

Beira Alta, na Pampilhoza. Nada d'isso<br />

se mantém, mas em compensação, como<br />

para expoliar mais uma vêz esta formoza<br />

cida<strong>de</strong>, projéta-se um caminho <strong>de</strong> ferro<br />

que partindo <strong>de</strong> Coja vá a Santa Comba-<br />

Dão e siga pelo ramal <strong>de</strong> Vizeu para<br />

Traz os-Montes.<br />

Isto só se concebe como um propózito<br />

firme <strong>de</strong> prejudicar ésta cida<strong>de</strong>.<br />

<strong>Coimbra</strong> ficará <strong>de</strong> braços cruzados<br />

n'um assunto tão momentôzo? Não <strong>de</strong>ve<br />

e por is.so propõem que se nomeie uma<br />

gran<strong>de</strong> comissão com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agregar<br />

a si todas as pessoas que inten<strong>de</strong>r,<br />

e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estudado bem o assunto se<br />

reclame do governo as provi<strong>de</strong>ncias<br />

necessárias.<br />

Propõi para essa comissão as mezas'<br />

da direção e d'assemb!eia jeral, e os srs.<br />

Valentim José Rodrigues, Jozé Antonio<br />

Dias Pereira, Antonio Domingos Graça,<br />

Antonio Jòsé Fernan<strong>de</strong>s, Pedro Ferreira<br />

Dias Ban<strong>de</strong>ira, João Simões da Fonseca<br />

Barata, Annibal <strong>de</strong> Lima e Cassiano<br />

Ribeiro.<br />

Que esta comissão lerá como fun immediato<br />

procurar por si e por técnicos<br />

que para isso consulte, saber se as propostas<br />

em discussão serão suscetiveis <strong>de</strong><br />

modificação, <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong> fique<br />

sendo o centro <strong>de</strong> todo o movimento fer<br />

ro-viario ao sul do Mon<strong>de</strong>go e testa da<br />

linha a fazer por Santa Comba para<br />

Traz os Montes.<br />

Falárão ainda sôbre o assunto outros<br />

cavalheiros, e sendo por indicação da assembleia<br />

agregado,á comissão o proponente,<br />

foi a sua propista aprovada por<br />

aclamação.<br />

Discutiu se <strong>de</strong>pois o pedido da camara<br />

municipal da Covilhã para que se oficássç<br />

ao Ministro das obras publicas para<br />

qne seja creado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já um fundo especial<br />

para a construção <strong>de</strong>ste caminho <strong>de</strong><br />

ferro, ficando a direção encarregada <strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r a esses telegramas em armonia<br />

com as propostas aprovadas.<br />

O seu prezi<strong>de</strong>nte apresentou um oficio<br />

do centro comercial <strong>de</strong> Santos (Brazil)<br />

participando que esta associação, no<br />

propozito <strong>de</strong> estreitar as relaçõis entre<br />

os dois paizes, vai abrir uma expozição<br />

permanente <strong>de</strong> artigos relativos ao comercio<br />

e á sua industria, e pe<strong>de</strong> para que<br />

a Associação Comercial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> protecione<br />

este cometimento. Por proposta<br />

do sr. Cassiano Ribeiro, rozo|veu-se que<br />

se désse conhecimento pela imprensa,<br />

d'esta expozição, aos industriaes e exporladóres<br />

<strong>de</strong>ste distrito, e a diréção<br />

<strong>de</strong>sse todos os esclarecimentos que lhe<br />

solicitassem sobre o assunto.<br />

E, não avendo mais nada a tratar, foi<br />

levantada a sessão.<br />

Respon<strong>de</strong>ndo<br />

Á dias um amigo, aproposito désta<br />

contenda, consi<strong>de</strong>rava :—«E' fácil terminá-la.<br />

Agarra-^e na'queixada dum dêles<br />

e varre-se tôdos os outros.»<br />

Para o elleito o que vae servir é a<br />

queixada do Agapito. Não o largamos<br />

mais emquanto o campo não ficár limpo<br />

dêstes co.rpos que o abstruem e <strong>de</strong>stes<br />

cérebros que o <strong>de</strong>sacredítão.<br />

E' o mais estúpido <strong>de</strong> tôdos e o mais<br />

pérfido. Pó<strong>de</strong>m as criancinhas chorár ao<br />

pé <strong>de</strong>le, pô<strong>de</strong> a mizéria crescer em lamentos<br />

e em gritos, pô<strong>de</strong> ouvir dizer que<br />

ccnlenáres dômens cairão sob as balas,<br />

chamando uma reivindicação lejitima e<br />

jerieroza, o Agapito ficará quêdo, frio,<br />

olhando com um olhar <strong>de</strong> parvajola numa<br />

cara inexpressiva <strong>de</strong> Damazo Salcè<strong>de</strong>,<br />

sem unffi intermitência comovida que indique<br />

a existencia dum coração.<br />

Tem qualida<strong>de</strong>s para afrontar uma<br />

jeraçãojá <strong>de</strong> si <strong>de</strong>zonrada por tanto <strong>de</strong>sinteresse<br />

e tanta indiferença. Dá-me a impressão<br />

daquele personajem da comédia<br />

<strong>de</strong> Feydau que dizia a tudo:—X! eu cá<br />

por mim, pff\<br />

Dis se literato e fás tersos, como se<br />

aquéla álma <strong>de</strong> cortiça podésse dispen<strong>de</strong>r<br />

o que constitue a qualida<strong>de</strong> primacial da<br />

poezia: o sentimento; e <strong>de</strong>screve contos<br />

como se tivésse espirito sequer para as<br />

exijencias mo<strong>de</strong>lares d uma próza cuidada.<br />

Assim, no seu Auto Pastoril, o que<br />

não é banalida<strong>de</strong> insignificativa é parvoíce<br />

rematada como aquéla imajem que termina<br />

pela espuma rjerar a estréla!<br />

As suas prózas, são umcaubriolar tremendo/le<br />

disparates constituindo pensamentos<br />

fantásticos próprios dum ómem<br />

que não pensa coiza nenhuma, e no meio<br />

dos quais o Agapito, transformado num<br />

extranho Jozué da literatura, manda, num<br />

momento, <strong>de</strong>scer e subir o sol, <strong>de</strong>zenca<strong>de</strong>ar<br />

e acalmar tempesta<strong>de</strong>s, um pavor<br />

cósmico, emfim, que poria o dr. Bombarda<br />

na pista dum doido, se não estivéssemos,<br />

simplesmente, na prezença dum burro.<br />

O sen folheto não é mnis do que isto:<br />

<strong>de</strong>tri. tos amontoados, baixêzas ejaculadas,<br />

o <strong>de</strong>spejar do caneco cloaciuo qué<br />

no Agapito reprezenta -o papel que o<br />

espir ito' reprezenta nas outras pessoas.<br />

Não rebate um fado, não aprezenta<br />

um argumento, não tem graça, amontoa<br />

insultos unicamente, como um arrieiro<br />

encardinado.<br />

Eu disse que o Agapito se tinha reenzado<br />

a colaborar no numero A<strong>de</strong>lina<br />

Aorawhes para não <strong>de</strong>zagradar á empe<br />

za Rozas e Brazão, «n<strong>de</strong> tem um auto<br />

que quer levar á cèna e acentuei que<br />

isto era uma <strong>de</strong>zonestida<strong>de</strong>. O Agapito<br />

não respon<strong>de</strong>u.<br />

Manifestei o <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> discutir a obra<br />

dn sr. Julio Dantas> porque na sua <strong>de</strong>fêza<br />

estava a justificação dos que aplaudião,<br />

como no seu ataque a justificação dos<br />

que pateávão. O Agapito não discQtiu.<br />

Eu citei a má ação que representava<br />

o facto*<strong>de</strong> terem sido roubadas as flores<br />

offerecidns á A<strong>de</strong>lina Abranches, para<br />

osfogozos manifestantes glorificarem com<br />

elles o sr. Julio Dantas. 0 Agapito não<br />

contestou.<br />

E não se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u porque não tinha<br />

<strong>de</strong>fèza, como não discutio porque não<br />

sabe discutir.<br />

O publico já formou o seu juizo e já<br />

<strong>de</strong>spediu a sua sentença. O Agapito fica<br />

marcado pelo seu proprio folheto que o<br />

revelou inteiro, na sua indignida<strong>de</strong> e na<br />

sua chatêza intelétual.<br />

O sr. Jozé Aires, apareceu efétivãmente<br />

no Tribuno Popular. Não a<strong>de</strong>anta<br />

mais do que o sr. Jozé Bruno.<br />

Repare, no entanto, que quem não<br />

tem i<strong>de</strong>ias são os senhores, que nada<br />

-Oisintaaici ta, 0


COMUNICADO<br />

Sr. redutor do jornal Rezistencia —<br />

Venho rogar a v. a fineza <strong>de</strong> mandar<br />

publicar no seu jornal o que abaixo escrevo,<br />

cópia d'uma mesma notícia que<br />

nesta mesma data enviei para o Conimbricense,<br />

para esclarecimento <strong>de</strong> Verda<br />

<strong>de</strong>s, e do que me confesso gratamente<br />

reconhecido;<br />

De v., etc.—<strong>Coimbra</strong>, 5—5 fi(h.—<br />

Antonio dos Santos Sá.<br />

Em uma local inserta no jornal o Conimbricense,<br />

<strong>de</strong> 4 do corrente e subordinada<br />

ao título—Bombeiros Voluntários—<br />

dis constar-lhe aí que o sr. Manuel Bernardo<br />

Loureiro, prezi<strong>de</strong>nte. da direção da<br />

benemérita Associação, <strong>de</strong> Bombeiros Voluntários<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, vai abandonar essa<br />

prezi<strong>de</strong>ncia, <strong>de</strong>sgostozo por intrigas movidas<br />

contra a sua administração, que<br />

toda a jente reconhece ter sido sempre<br />

em beneficio da cotetivida<strong>de</strong> e em prejuízo<br />

da sua b Isa Ora sendo eu um dos<br />

signatarios d'um oficio enviado ao sr.<br />

Manuel Bernardo Loureiro, como prezi<strong>de</strong>nte<br />

d'esta Associação, oficio que foi<br />

assinado por 36 socios, quero restabelecer<br />

a verda<strong>de</strong> dos factos que talvês <strong>de</strong>sgostassem<br />

o sr. Loureiro, mas que ele<br />

não tem razão alguma para isso. antes<br />

pelo contrário, até se <strong>de</strong>via regozijar em<br />

mandar aprezentar as contas como se<br />

lhe pedia, que isto só tinha em mira livrar-lhe<br />

a sua responsabilida<strong>de</strong> e mesmo<br />

para se não darem factos como os que<br />

ainda á pouco se dérão no seio d'esta<br />

agremiação e que o sr. Loureiro bem<br />

conhece. E para isso, sr. redátor. junto<br />

envio cópia do mesmo oficio que lhe fui<br />

enviado e que como v. verá, está redijido<br />

em termos até onrozos para o sr. Ber<br />

nardo Loureiro.-<br />

Faço esta <strong>de</strong>claração para que não<br />

ája más interpretaçõis e para que se não<br />

diga que <strong>de</strong>ntro da coletivida<strong>de</strong> a que<br />

pertenço se anda com intrigas para <strong>de</strong>sgostar<br />

este ou aquele individuo. Nós só<br />

temos em mira o bom andamento d'esta<br />

Associação, para que ela continue com o<br />

seu nome bem levantado, como o que<br />

felísmente tem tido até ôje.<br />

Fará v. o uzo d'esta que enten<strong>de</strong>r,<br />

<strong>de</strong>sculpando o tempo que lhe tenha tomado.<br />

v. ; * 1 • > -<br />

<strong>Coimbra</strong>, o <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1U04.<br />

Copia do oficio:<br />

Antonio dos Santos Sd.<br />

Ill. rao e ex. mo sr. prezi<strong>de</strong>nte da Associação<br />

Umanítária dos Bombeiros Voluntários<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>-Os socios dlesta Associação,<br />

abaixo assinados, pe<strong>de</strong>m, para<br />

que no mais curto prazo <strong>de</strong> tempo, lhes<br />

seja aprezentado em assembleia jeral o<br />

relatório e contas d'esta Associação como<br />

<strong>de</strong>termina o art. 19.° dos nossos estatutos<br />

e que dis: «A diréção aprezentará<br />

todos os anos, no 4.° domingo <strong>de</strong> janeiro,<br />

á assembleia jeral, por intermédio do<br />

conselho fiscal, as contas da sua jerencia<br />

e um relatório circunstanciado <strong>de</strong> todos<br />

os factos importantes que se <strong>de</strong>rem no<br />

mesmo periodo. A' anos que este artigo,<br />

como v. ex.* bem sabe, não tem sido<br />

cumprido e nós precizamos. saber do regular<br />

andamento d'esta Associação, para<br />

que não ája motivos para reclamaçõis<br />

como aquélas que se dérão ainda á pouco<br />

tempo.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />

(Seguem-se 36 assinaturas).<br />

27) Folhetim à2 "BEZISTENCÍâ,,<br />

IX<br />

Rocl»e-CorS»oii em gnérra<br />

. Neste meio tempo o basíarãoaquietou-se<br />

um pouco, eniqnanto voltáua ao castélo,<br />

e começou a reflétir na cêna que acabava<br />

<strong>de</strong> passar-se.<br />

O cavalo ia a passos lentos, e Ombert<br />

estáva tão préocupádo, que se julgava<br />

sozinho, apezar <strong>de</strong> caminhar ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong><br />

cinco ou seis camponêzes colétores do<br />

dizimo, a quem éra dalgúma fórma indiferente<br />

levar o seu trigo, o vinho, etc,<br />

ao castélo ou ao mosteiro; levando os<br />

burros afieante, não se áirevião ao falár;<br />

porque a cada movimento <strong>de</strong> Ombert<br />

tinhão mêdo <strong>de</strong> receber as contuzõis, que<br />

o seu senhor éra liberal em distribuir.<br />

Chegando ao pé do castélo, enconlràrão<br />

o mendigo garrotádo, e Bertran, que,<br />

com uma córda na mão, <strong>de</strong>scia do cavalo,<br />

provavelmente para enforcár o pobre<br />

Ómem,<br />

183E25IéiTEKTCIA— Qu/nta-feira, 9 «le Janho <strong>de</strong> l»Oi<br />

SERVIÇO COMBINADO<br />

Imponentes festas do quinquajesimo<br />

aniversario da Definição Dogmatica da<br />

Imaculada Conceição em Braga, nos dias<br />

íO, 11 e 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1894, com a<br />

assistência dos arcebispos! bispos e outros<br />

altos dignatarios do reino.<br />

Gran<strong>de</strong> peregrinação nacional á Virem<br />

do Sameiro.<br />

N'esta peregrinação que sairá da<br />

Cathedral, será conduzida a riquíssima<br />

Corôa d Oiro oferecida pela nação á Virem^<br />

Cerimonia da Coroação, missa Campaj.<br />

sermõis pelo arcebispo d'Evora e<br />

vários bispos, majestóza procissão abrindo<br />

por um carro triunfal com figuras allegoricas<br />

e <strong>de</strong>slumbrantes iluminaçõis.<br />

Bilhetes <strong>de</strong> ida e volta a preços muito<br />

reduzidos, valit'os para ida nos dias 8 a<br />

II, volta nos dias 12 a 15, inclusivé.<br />

Preços com o imposto do sêlo in-<br />

cluído :<br />

Figueita da Fós a Braga e volta,<br />

50000 réis em 1.» classe, 402)0 em<br />

classe e 20770 em 3. a classe, Santa Comba,<br />

504ÍO, 3.0930 e 20570, Carregal,<br />

40180 e *073O, Nélas, 6029o,<br />

10550 e 20980, Mangual<strong>de</strong>, 60630 réis,<br />

40790 e 30150, Gouvêa, 70050, 50100 e<br />

30340, Fornos, 702; 0, 50250 e 30450,<br />

Celorico, 707iO; 50580 e 30660, Vila<br />

Franca das Naves, 80100, 50850 e 30840,<br />

Guarda, 80770, 60130 e 40150 réis.<br />

.. Lê .. Trats-se<br />

dos tens interesses<br />

1 2 aaos são passados<br />

<strong>de</strong>pois que<br />

As constipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />

ásma, lòssejs, coqueluche, influenza e outros<br />

encomodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcairão, compostos (ISeboçádos<br />

Mtlagrozos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />

do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />

junto a outras substancias apropriadas,<br />

se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />

eficácia.<br />

E tanto assim, que os bons rezultádos<br />

obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />

compostos (B£elmçá«los 39ilagrOsos)<br />

são confirmados, não'só por<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />

mas também por abalizádos facultativos.<br />

Farmácia Qrieaial — S. Lazaro — Porío<br />

Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />

pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />

M o d a Illu^tíada<br />

Jornal das familtas — Publicação semanal<br />

Diretòra: I). LEONOR MALDONADO<br />

Condições da assinatura : por ano com<br />

1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />

mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />

com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados-<br />

ÍÍ0COO réis.<br />

Semestre, 26 números com 9!)0 gravuras<br />

em preto e coloridas ; 26 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 20 números<br />

Tinha esfferárlo pelo barão para o fazer.<br />

Os camponêzes olhavâo indiferentemente<br />

para êste espétáculo ; mas o mendigo,<br />

ao avistar o barão pôs-se a gritar:<br />

-— Olá ! Caro senhor, <strong>de</strong>ixareis nêsta<br />

aflição o melhor dos vossos amigos, nêste<br />

momento sobretudo em que contais tão<br />

poucos!<br />

Ombert não dizia palávra, e Bertram,<br />

interpretando este silencio a seu módo,<br />

tinira enfiado o nó fatal ao pescoço do<br />

mendigo, quando o barão levantou os<br />

olhos e exclamou:<br />

— Bertram, <strong>de</strong>ixa em pás êsse animal<br />

imundo; que vá fazer-se enforcar a<br />

outra parte, porque falou verda<strong>de</strong>. .<br />

Por S. Martinho 1 Meu cão vélho, se tivésses<br />

menlido ter te-ia feito escorchár<br />

por quatro cavalos I<br />

— Ouvi, senhor I replicou o mendigo,<br />

que o ómem d'armas soltava, quereis um<br />

bom conselho?.., ge matastes os dois<br />

beneditinos pon<strong>de</strong> vos ao lárgo; porque<br />

sereis vós o esearteládo por quatro caválos.<br />

— Ora! disse o barão» Então, <strong>de</strong>pois<br />

do nôvo remado a péle dum monje subiu<br />

tanto <strong>de</strong> valôr?'<br />

A êsta resposta, o mendigo levantou<br />

os ombros, e viraido para o barão os<br />

com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 20500<br />

réis.<br />

Trimestre, l;t números com 450 gra,<br />

vuras em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />

cortados, tamanho natural, 13 números<br />

com 260 gravuras do bordados, 10300<br />

réis.<br />

Cada número da Moda Ilustrada é<br />

acompanhado dum número do Petil Eco<br />

<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />

em todos os géneros, roupas do corpo,<br />

<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />

croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />

fantasia, rendas, etc,, etc. Encontra-se<br />

na Moda Ilustrada, a tradução em por<br />

tuguês daquelle jornal.<br />

Assina-se em todas as livrarias do<br />

reino na do editor - Antiga Casa Ber<br />

trand Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e<br />

75, Lisbôa.<br />

o H U X B O I : L I : < > Í Í \ T E :<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Diretor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Preles).<br />

Redátores das sécções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />

D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração : 30 bis, ftua<br />

Bregero,,Paris.<br />

DO BRAZIL<br />

Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />

<strong>de</strong> á 12 arios, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />

e varias pessoas <strong>de</strong> minha familia <strong>de</strong><br />

doenças no estomago e nos intestinos<br />

recorri a 'muitos remedios, passando 4<br />

anos sem encontrar alivio a meus males;<br />

finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />

dc dr. Heinzelmen, remedio feito com<br />

érvas dos mátos do Brazil. conseguindome<br />

curar radicalmente em poucas semanas.<br />

Por ser verda<strong>de</strong>, para bem dos<br />

que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />

publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />

Pedro Aguiar <strong>de</strong> Melo<br />

(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />

As pilulas do dr, Heinzelman feitas<br />

com vejetais das matas brazileiras, çurão<br />

em pouco tempo .todas as moléstias do<br />

estomago, fígados e intestinos.<br />

Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />

^ilva i C.\ Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />

VENDA M PRÉDIO<br />

Ven<strong>de</strong> se urn prédio composto <strong>de</strong><br />

cazas com gran<strong>de</strong> jardim á frente e quintal<br />

em volta, diferentes árvnres <strong>de</strong> fruto<br />

e parreiras, com canalização d'agiia e<br />

gás, na~rua <strong>de</strong> Lourenço Azevedo, d'esta<br />

cida<strong>de</strong>, pertencente a Manuel Maria Sardinha<br />

Cal<strong>de</strong>ira e suas filhas.<br />

Quem o preten<strong>de</strong>r dirija-se por carta<br />

ao ex. m0 sr. Dr. Eduardo da Silva Vieira,<br />

advogado nesta cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando ao<br />

preço maior porque lhe convém fazer a<br />

compra. \<br />

seus ólhos pequeninos e vêr<strong>de</strong>s dum módo<br />

muito espressivo. disse-lhe, inlerrompendo-o<br />

com um jêsto <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>:<br />

— Matastes-los 9<br />

— Não! disse o barão com jésto <strong>de</strong><br />

rnáo umôr.<br />

— E'ra, todavia, uma béla ocazião,<br />

replicou o mendigo friamente ; mas, accrescentou,<br />

básta I<br />

Daqui a algum tempo tornar-nos-emos<br />

a vêr no caminho <strong>de</strong> Paris, e, como á<strong>de</strong><br />

ir mais <strong>de</strong>préssa do que eu. pósso ir indo<br />

arleante ; quando for<strong>de</strong>s ao palácio <strong>de</strong> S<br />

Paulo apelár d.í confiscação dos vossos<br />

domínios, talvês precizeis <strong>de</strong> Jehan <strong>de</strong><br />

Réchin. A<strong>de</strong>us, meu filho, Montjoie<br />

Saint Denis não está longe.<br />

Os camponêzes estávão muito adn.irados<br />

da audácia do mendigo, que, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> tèr dito a<strong>de</strong>us aç barão, lhe voltou<br />

as costas, com um sanguefrio maravilhôzO;<br />

<strong>de</strong>pois, dirijiu-se para o caminho<br />

que leváva á estráda <strong>de</strong> Orléans.<br />

— Que <strong>de</strong>vo fazer <strong>de</strong>ste mizerável?<br />

perguntou Bertram, que se preparáva<br />

para çorrér atrás do mendigo.<br />

— Que vá para o diabo! respon<strong>de</strong>u<br />

Ombert pensativo... Este pagão sábe<br />

bastantes coizas que eu ignoro.<br />

Dando então uma esporada no cavàlo<br />

Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

ORARIO PROVIZÓRIO<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a rua Infante D. Augusto<br />

PartidLas<br />

] largo das Ameias Da rua Infante D, Augusto<br />

6 h e 3U m manhã 7 h manhã<br />

1<br />

7,30<br />

»(a)<br />

t<br />

7,30<br />

N<br />

»<br />

»<br />

8<br />

8,30<br />

»<br />

><br />

8,30<br />

9<br />

» («O<br />

»<br />

9,30<br />

10,30<br />

11<br />

><br />

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9<br />

10<br />

11<br />

11,30<br />

»<br />

»<br />

»<br />

11,30 » 12 1<br />

12<br />

12.30<br />

»<br />

tar<strong>de</strong><br />

12,50 tar<strong>de</strong><br />

1 »<br />

1 t 1,30 ><br />

1,30<br />

2<br />

2,30<br />

3<br />

» 2 ><br />

» 2,30 i<br />

j> 3 »<br />

• » { 3,30 ><br />

3,30 » 4 »<br />

4 » 4,30 »<br />

4,30 » 5 » '<br />

5<br />

5,30<br />

> 5.30<br />

> i 6,30<br />

»<br />

i<br />

6 » 7,30 »<br />

7,30 > 1 8,30 noite<br />

8 noite 9,30 »<br />

9,30 > 10 »<br />

10 » 10,30 »<br />

(a) Directo da Gasa do Sal á rua'do Infante<br />

D. Augusto.<br />

(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />

Casa do Sal.<br />

Carreiras diretas entre a R, do infante d, Augusto<br />

e Estação B<br />

da R. Infante d. Augusto<br />

6' 1 tar<strong>de</strong><br />

8, noite<br />

Partidas<br />

da Estação B<br />

6 !l e 58 m tar<strong>de</strong>'<br />

8 h e 45 m noite<br />

Carreiras entre o largo das Ameias<br />

e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />

Do largo das Ameias<br />

3 h Í0 n<br />

5 ,55<br />

8 ,10<br />

2,30<br />

3 ,r*6<br />

4 .35<br />

5 ,37<br />

6 ,25<br />

6 , l .O<br />

8 ,10<br />

12 ,15<br />

Partidas<br />

manhã<br />

><br />

»<br />

tar<strong>de</strong><br />

»<br />

»<br />

; »<br />

noite<br />

><br />

da estação<br />

J2<br />

t/3 "C .<br />

a> c«<br />

m _o<br />

J2 !TJ "5 Q


2 K I C Z V S T E X C I A Q u f n t a - f r i r a , U d e J H D I I U d e 1 9 0 4<br />

ua da Guria (Mogofores—Anadia)<br />

Sulítitada-Calcica<br />

A única anaiysada no paiz, sinillhante á afamada agua ds CONTREXÉVILLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

INíaStcIeciiiiénIo bnlncnr a 2 kiloiuetroN da estação <strong>de</strong> Hogo fores<br />

Carros ú cliegada <strong>de</strong> todos o» comboio»<br />

YHTDICAÇÕICS<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />

se lhe avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica forain feitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />

iiean peio transporte<br />

A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

4, i l u a F e r r e i r a I S o r j j e s<br />

litite da Emppeza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong><br />

Vinhos tintos —<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete . . .<br />

Trinca<strong>de</strong>iro .<br />

Clarete .<br />

Marialva .<br />

Fernão Pires.<br />

Vtahos branco,.) «"J- ; ;<br />

Marialva .<br />

(SEM GARRAFA)<br />

Licoroso branco .<br />

» tinto .<br />

Vinhos Iicorozast • Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />

( Pimentel<br />

Vinagre \ Branco<br />

. ] Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

d'OIiveira Feijão)<br />

Pf^oG^EDI<br />

*T<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM «ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

Garafa :Vi gar<br />

HO<br />

130<br />

150<br />

17u<br />

140<br />

170<br />

180<br />

1;0<br />

S&O<br />

250<br />

500<br />

90<br />

300<br />

Preços espeeíaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j e s<br />

Sucursal na Alta<br />

27—RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

GAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. L da Costa Pinto<br />

C O I M B R A<br />

Insiallação provisoria: rua da Sota n ° 8.<br />

VINHOS DE PASTO<br />

G-ESTUIKTO©<br />

60<br />

70<br />

80<br />

90<br />

80<br />

90<br />

100<br />

100<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

Para consumo e exportação<br />

Yendas por junto e a miúdo<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> vend a a mludo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1004).<br />

Garrafa<br />

<strong>de</strong> litro<br />

Garrafa<br />

bordaleza<br />

Marcas >-• —<br />

rt<br />

rh «<br />

- —<br />

T- 1 6 1 12<br />

Tinto GRANADA • COO 120 80* —<br />

» CORAL • •• 600 120 80 —<br />

Braneo ÂMBAR.. 650 — 100 —<br />

> TOPÁZIO- — - — - - — 120<br />

Distribuição gratuita aos domicílios,<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em<br />

compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong><br />

garrafas<br />

Nos preços indicados não vae i ncluida<br />

a importancia do garrafão (360<br />

réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />

a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />

que se recebem pelo cnsto.<br />

Prevenção. Os garrafões levam<br />

o carimbo aa A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />

nas rolhas das garrafas e garrafões<br />

vae o emblema da A<strong>de</strong>ga imprtsso a<br />

fogo) ao lado e na parte superior.<br />

ê<br />

Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />

n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />

magníficos Fotografas Hdison <strong>de</strong> diferentes<br />

preços e tamanhos.<br />

Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />

com findas óperas, cançonetas, monologos,<br />

etc., nacionaes e estranjeiros que<br />

ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />

<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />

Sempre cilindros com muzicas novas<br />

e muito escolhidas.<br />

ÍWJ&ififl-fiW 11<br />

Cirurgião <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />

boca e <strong>de</strong>ntes.<br />

Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />

âs mais luxuozas.<br />

Consultório — Largo da Sé Velha.<br />

P r e ç o s rriõclicos<br />

Fumeiro io íhtejo<br />

Recebeu mais uma remessa da magnifica<br />

qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma reven<strong>de</strong>dora<br />

em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />

Luzitana.<br />

Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />

A única que em Portugal etétua seguros<br />

postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />

distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />

Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />

C o i m b r a<br />

FARMACIA ASSIS<br />

SERVIÇO PERMANENTE<br />

Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />

Esta caza <strong>de</strong>pois das modilicaçõis que<br />

acába <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />

O seu propriétario fornecendo-se dirêtamente<br />

das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />

quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />

como estranjeiros; está a pár do<br />

<strong>de</strong>zenvolvimeiito que a quimica e a tereupatica<br />

dia a dia vão experimentando e<br />

por isso possue uma coléção variáda das<br />

mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />

qúimicos.<br />

O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />

feito por pessoal competentemente abilitado,<br />

sob a diréção do seu administrador.<br />

Esta caza encarrega-se <strong>de</strong> man 'ar os<br />

medicamentos a caza <strong>de</strong> seus freguezes,<br />

assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clinicos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />

ou da noute.<br />

Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />

Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />

54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />

(Em frente ao rc» d'AImedina)<br />

Abriu esle novo estabelecimento<br />

on<strong>de</strong> se executa (om a máxima perfeição<br />

e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fátos para ómem e criança, para os<br />

quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />

fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />

Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

em flanellas e panos pretos para capas e<br />

batinas, para todos os preços.<br />

Artigos para ómem como camisaria,<br />

gravatas, luvas, etc.<br />

Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />

este estabelecimento»<br />

Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />

ALFAIATE<br />

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />

e estranjeiras.<br />

Confeções para ómens e crianças,<br />

pelos últimos figurinos.<br />

Vestes para ecleziasticos.<br />

Camizas, gravatas, suspensórios e<br />

diversos artigos para ómem.<br />

FREVOS REZCU1DOS<br />

HnanaaManasma<br />

Pastelaria e confeitaria feles<br />

150—Rua Ferreira Borges—156<br />

COIMBRA<br />

Nesta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra-se<br />

á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concer<br />

nentes a estabelecimentos désta naturêza.<br />

Doces <strong>de</strong> ovos com os mais finos recheios.<br />

Doces <strong>de</strong> fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, sêcos e cristalizados.<br />

Fabricam -se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s<br />

Variada pastelaria em todos OS geíieros, especializando os <strong>de</strong> folhado.<br />

Cialaatiues diversas. Téte d'Achar. B B atè <strong>de</strong> Uevre e Fole.<br />

Saueisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />

Pão <strong>de</strong> IO, peto sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />

Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores ííseos das principaea<br />

marcas.<br />

Amêndoas, bombas, chocolates, quedos, chás, etc., etc.<br />

Caíé, toolDícias o oorvoi as<br />

Deposito dos prodnetos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />

na Couraça <strong>de</strong> Li!)oa, 32<br />

FABRICA DE TELIlOES, MANILHAS E TIJOLOS<br />

Pedro tia ^iSwn Pinho <strong>Coimbra</strong><br />

Premiado na Expo«ieão <strong>de</strong> Ceramica Portuguêza, no Porto,<br />

em 18SÍ, com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />

medalha <strong>de</strong> colire na Expotiiçãu Ihstriclal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1884<br />

Rua <strong>de</strong> dtoão Cabreira, 31—COIMBRA<br />

A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoa mais<br />

habilitado para construcçào e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhôes, manilhas, siphões para retretes<br />

vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />

grossos para construcçôes e chaminés, tachos para cosinhà á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />

etc., etc.<br />

Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />

Preços ooonomieos<br />

A C Y T I L E N E<br />

Carbureto <strong>de</strong> cálcio francês, rendimentogarantido*d3 300 litros por kilo,<br />

os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />

Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessortos<br />

NOVA LUZ A GAZOLINA<br />

Po<strong>de</strong>r illuminante: IOO veHas por ibioo<br />

G-ASTO: 5 r«3is por óra<br />

Mandam-se grátis catalogos e preços correntes<br />

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RUA I»E S. Paulo, Hf. 0 O, 1.» AKD.tR<br />

t»<br />

S<br />

©<br />

« •<br />

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u<br />

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s<br />

9<br />

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!3<br />

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CJD<br />

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L I S B O A<br />

COMPANHIA GERAL DE SEGUROS<br />

Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong><br />

Cassiano Augusto M. Ribeiro<br />

Rua Ferreira Borges, lGo, l."<br />

Tomam-se seguros <strong>de</strong> prédios, mobílias<br />

e estabelecimentos contra o risco<br />

<strong>de</strong> incêndio.<br />

8$ Provérbios explicados<br />

PREÇO 120 RÉIS, franco <strong>de</strong> porte<br />

E' um livrinho muitíssimo util a tc-<br />

• los os professores e alumnos.<br />

Livraria editora <strong>de</strong> Figueirinhas Junoir<br />

— Rua das Oliveiras — Porto.<br />

Oonsyitúi io <strong>de</strong>ntário<br />

Rtia Ferreira Eorge»<br />

Herculano Carvalho<br />

Medico pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

REZISTENCIA<br />

CONDIÇÕES D'ASSINATURA<br />

(PAGA ADIANTADA)<br />

Com estampilha, no reino :<br />

Ano<br />

Semestre . . . .<br />

Trimestre . . . .<br />

Sem estampilha:<br />

Ano<br />

Semestre .<br />

Trimestre . .<br />

2)5700<br />

1)5350<br />

G80<br />

2#i00<br />

10200-<br />

000<br />

Brazil e Africa, ano . . 3.5(300 réis<br />

-lhas adjacentes, . . 3)5000 »<br />

ANÚNCIOS<br />

Cada linha, 30 réis; repetições, 20<br />

réis; para os senhores assinantes, <strong>de</strong>sconto<br />

<strong>de</strong> S0 por cento.<br />

Comunicados, 40 réis a linha<br />

Réelames, 60 » »<br />

Anuneiam-se gratuitamente todas < as<br />

publicações com cuja remessa este jornal<br />

fôr onrado.<br />

Avulso, 4.0 rõiei


Editor<br />

MANOEL DOLIVEIRA AMARAL<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Democratica<br />

ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />

N.° 9IO COIMBRA—Quinta-feira, 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO." ANO<br />

Candidatos republicanos<br />

São candidatos republicanos<br />

pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />

que se realízão no dia 26, os<br />

seguintes cidadãos:<br />

ISenardino Luis Ia»<br />

chado G«limarâis (Dr.) professor<br />

dá <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Manuel <strong>de</strong> Arriaga<br />

(Dr;), advogado.<br />

Afonso Augusto d a<br />

Costa (Dr.), professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />

Antonio jozé <strong>de</strong> Almeida<br />

(Dr.), medico.<br />

Paolo Jozé<br />

(Dr.), advogado.<br />

latos r<br />

Ao S.ufrájio dos eleitores do<br />

círculo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> aprezenta o<br />

partido republicano os nomes que<br />

acima ficão.<br />

Não são <strong>de</strong>sconhecidos. Dispênsão<br />

bem aprezentaçõis difuzas e<br />

laudatorias, memoriais on<strong>de</strong> se lhes<br />

exaltem as virtu<strong>de</strong>s e méritos e se<br />

peça que lh'os reconhêção e consagrem.<br />

Não são aventureiros que, mordidos<br />

da ambição <strong>de</strong> triunfar, abalárão<br />

dos seus burgos para fisgarem<br />

na política,com o arpão da audácia<br />

<strong>de</strong>svergonhada, uma situação cómoda<br />

e brilhante: são ómens, na<br />

exceção dinificadôra désta palavra,<br />

são caratéres, são consciências.<br />

Quer dizer: são excéçõis. Al<br />

tas excéçõis. Porque num pais on<strong>de</strong><br />

a venda é fácil, caratéres e consciências<br />

são raríssimas. Investigando<br />

bem no pessoal numerozissímo<br />

do Existente, é difícil colher, pára<br />

amostra, um nome que seja uma<br />

sínteze <strong>de</strong> ônra ou <strong>de</strong> intelijência.<br />

Os cretinos e os marmanjos têm<br />

triunfado.<br />

São êles quem reinão e mandão,<br />

nas suas mãos pouco fortes<br />

pouco escrupulozas e pouco ábeis<br />

andão os <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> todo um<br />

povo.<br />

São êles os ministros, os pares,<br />

os <strong>de</strong>putados, os dirétores jerais,<br />

os supremos magnates <strong>de</strong>ste granducado<br />

sem egual. Á-os até que<br />

são principes,afóra o sangue,que é<br />

<strong>de</strong> vilõis sem nome.<br />

Os onestos e os superiores tem<br />

sido excluídos ou <strong>de</strong>formados. O<br />

Rejimen não quer ómens, quer manequins.<br />

Não quer quem o eleve:<br />

quer apenas quem lhe obe<strong>de</strong>ça.<br />

Assim não á á sua volta ómens.<br />

Move-se, sim, uma turba vária<br />

copioza <strong>de</strong> lacaios—jente em quem<br />

o estomago é a gran<strong>de</strong> força <strong>de</strong>terminante.<br />

Os nomes que o partido repu<br />

blicano aprezenta não são obscuros,<br />

são brilhantes. Mas o renome<br />

dos que gózão , a admiração e o<br />

,-espeito que todos 'lhes préstão,<br />

Apreensão do Jornal<br />

"O MUNDO,,<br />

Dr. Daniel <strong>de</strong> Matos<br />

são o fruto do seu proprio esforço,<br />

o rezultado natural do seu incontestável<br />

valor. Esses nomes não<br />

viérão para as aclamaçóis da pu- Porque concórdão com a no§sa<br />

blicida<strong>de</strong>, mercê dos processos <strong>de</strong>- maneira <strong>de</strong> pensar, transcrevemos<br />

primentes com que na política mo- do nosso querido coléga <strong>de</strong> Lisboa<br />

narquica se en<strong>de</strong>uzão trampolinei- O Debate as palávras que sobre a<br />

ros consi<strong>de</strong>rados e cretinos reco- apreensão <strong>de</strong> O Mundo publicou em<br />

nhecidos: viérão na fama justa <strong>de</strong> seu numero <strong>de</strong> terça feira. Frázes e<br />

gran<strong>de</strong>s e lejitimos triunfos, nas indignaçõis para que? Transcrever o<br />

omenajens <strong>de</strong> justiça que lhes érão artigo <strong>de</strong> que se quer evitar a publi-<br />

tributadas.<br />

cida<strong>de</strong> é castigar afilaucia<strong>de</strong> quem,<br />

Ser um óinem, é em Portugal abuzando do po<strong>de</strong>r, atenta arbi traria-<br />

coiza rara e gran<strong>de</strong>. A fraquêza é mente contra um direito garantido<br />

muita. Muitas são as tentaçõis e os e regulado pela lei.<br />

Falcão<br />

precipícios. Os sólidos caratéres que Que toda a imprensa cumpra o<br />

ainda érão antigamente uma porção seu <strong>de</strong>ver, nós cumpriremos o nosso<br />

consoladora, perdêrão todo o seu tornando-nos assim solidários com<br />

vigor e brilho. Os que réstão mar- o alvitre aprezentado pelo esclarecão<br />

excéçõis notáveis.<br />

cido coléga.<br />

Pois os nomes dos candidatos<br />

republicanos são os nomes <strong>de</strong> ver- Foi novamente apreendido pela poli<br />

da<strong>de</strong>iro^ òmens — <strong>de</strong> caráter, <strong>de</strong> cia, e por or<strong>de</strong>m do governo, o jornal<br />

republicano O Mundo. A' dias, os perió-<br />

conciencia, <strong>de</strong> convicçôis.<br />

dicos do Lisboa e do Porto, quando o<br />

Estabelêção o confronto. Apro- mesmo jornal sofreu idêntica violência,<br />

ximem-nos dos dos candidatos mo- protestarão. A Associação dos Jortialistas<br />

nárquicos e méçáo toda a profunda associou-se a esse protesto. Vê se que, a<br />

diferença que os aparta.<br />

esse protesto, o governo não ligou a<br />

menor consi<strong>de</strong>ração.<br />

Todos que têm protestado con- Dissemos que, a melhor maneira <strong>de</strong><br />

a imprensa <strong>de</strong>monstrar a sua solidarietra<br />

a tresvariada diréção dos negoda<strong>de</strong><br />

quando qualquer jornâl, monárquico<br />

cios públicos e reclamado uma vida ou republicano, fosse apreendido, seria<br />

nova em que se repárem, pelos pro- a suspensão imediata <strong>de</strong> todos os jornais.<br />

cessos enérjicos duma administra- Não sabemos se. concordon ou disção<br />

onrada, os males inúmeros que cordou dá nossa p vpoeta (]«alqu«fCOÍóga.<br />

um largo reinado <strong>de</strong> corrúção tem Era boa, èra má?<br />

Não o discutamos agora.<br />

atraído sobre este país, têm agora Entretanto, lembraremos outro pro-<br />

ensejo <strong>de</strong> afirmar e provar a sua cesso pratico <strong>de</strong> protestar.<br />

coerência, a sincerida<strong>de</strong> dos seus Um jornal é apreendido? Porque?<br />

protéstos, a verda<strong>de</strong> das suas pala- Para se evitar a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong><br />

vras.<br />

terminado artigo. Pois bem !• Contrarie-se<br />

o propózito das autorida<strong>de</strong>s reprodu-<br />

Votar nos candidatos monárzindo o artigo que <strong>de</strong>u logar á apreensão<br />

quicos, é votar pór que no po<strong>de</strong>r do jornal.<br />

continuem a vigorar as mesmas<br />

normas <strong>de</strong> vida. Os membros da<br />

ultima lejislatura são, mercê <strong>de</strong><br />

acordo estabelecido, os membros<br />

<strong>de</strong> lejislatura próxima. Quer dizer:<br />

todos os que, diréta ou indiréta<br />

mente, sancionárão o plano fazendário<br />

dêste govêrno, todas as suas<br />

imoralida<strong>de</strong>s e todos os seus atentados,<br />

são, como agra<strong>de</strong>cimento,<br />

reconduzidos nos seus logares <strong>de</strong><br />

reprezentantes da nação!<br />

Sê-lo-ão sem um significativo<br />

protesto do pais?<br />

O ensejo para que esse protesto<br />

se afirme não falta.<br />

O partido republicano aprezenta<br />

os seusxandidatos.<br />

Quem quizer votar com onra<br />

com in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia e com patriotismo,<br />

tem <strong>de</strong> preferi-los.<br />

1<br />

quartos <strong>de</strong> sentinela aplicada aos mandarins,<br />

encolheu os ombros, vizivelmente<br />

enfadado, e respon<strong>de</strong>u-lhe:<br />

—Deixa-te estar, aguenta-te. Também<br />

eu estou farto <strong>de</strong>le, por ser muito Este ilustre professor <strong>de</strong> medici-<br />

mal creado, e aguento-me— na, tão conhecida pelo seu saber e<br />

Foi na Cochinchina que isto se ilustração, como pela sua <strong>de</strong>dicação<br />

passou, á anos...<br />

O 2.° mandarim tinha, pelos mo- pela universida<strong>de</strong> e pelo ensino, acados,<br />

a escola que o Ilustrado ôje atriba <strong>de</strong> oferecêr ao muzéu <strong>de</strong> igiéne<br />

bue ao sr, Intze Ribeiro.<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> um centritugadôr<br />

<strong>de</strong> Gerber para analize do leite.<br />

Não terá sido este o artigo que E' mais um fácto da sua propa-<br />

<strong>de</strong>terminou a apreensão d 'O Mundo} ganda átiva pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Nêsse cazo diga o sr. Intze qual atacar a tubereulóze nas substancias<br />

é, para o transcrevermos.<br />

alimentares.<br />

Este aparêlhó estêve na expozição<br />

<strong>de</strong> ijiéne, realizada durante o<br />

liizea <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s congrésso, obra que mostra a ativi-<br />

No muzeu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s do Instida<strong>de</strong><br />

ea audácia jeneróza do sr. drtuto,<br />

terminou-se a cobertura envidra- Daniel <strong>de</strong> Mátos.<br />

çada do pequêno pátio posterior, para A maior parte dos objétos ex-<br />

on<strong>de</strong> vai sêr removido um retábulo <strong>de</strong> pépostos fôrão comprados pelo sr.<br />

dra <strong>de</strong> renaseênça reprezentando Cristo dr. Daniel <strong>de</strong> Mátos em Portugal<br />

com a crús ás costas.<br />

no extranjeiro á sua custa; a<br />

Está bastante mutiládo, faltando algumas<br />

cabêças do grupo, sendo mesmo assim expozição <strong>de</strong> ijiéne pelo seu efeito<br />

para extranhar a conservação relativa; <strong>de</strong> propaganda sobre todo o publico<br />

porque tem ç.stádo abandonádo numa das tanto o que tinha ^lustração, como<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncias do quartel <strong>de</strong> infantaria 23. o ignorante, foi sem duvida a parte<br />

No clnustro do mesmo quartel, encon-<br />

orincipal do congrésso, a <strong>de</strong> rezultra-se<br />

uma pédra com inscrição que bom<br />

seria recolher também.<br />

tados mais imediatos.<br />

No coléjio <strong>de</strong> S. Paulo avia na porta A seguir transcrevêmos na ínte-<br />

principal uma inscrição comemorativa da gra o artigo que a este respeito infundação<br />

do coléjio.<br />

sére o numero <strong>de</strong> 15 do corrente<br />

Essa pedra tinha sido pedida pelo<br />

muzeu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s, mas foi lhe re- do Movimento Medico.<br />

gada com o pretexto <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>via Os artigos dosr.dr. Serras e Silva<br />

<strong>de</strong>ixar em lugar rezervádo no edifício não se mutílão; <strong>de</strong>vem lêr-se intei-<br />

que então andáva em óbras para Club ros.<br />

Académico.<br />

A sua linguajem é simples e<br />

Supômos que a inscrição <strong>de</strong>verá estar<br />

em qualquer <strong>de</strong>pozito das obras pu- clára como déve sêr a do verda<strong>de</strong>iblicas<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

ro professor; os artigos são cheios<br />

Bom Seria arquivá-la.<br />

<strong>de</strong> ensinamênto e dévem sêr lidos<br />

Paréce não se pensar na reconstru- por tôdos.<br />

ção do antigo teátro académico; andão os<br />

ânimos, como <strong>de</strong> costume entre portu-<br />

Transcrever não é concordar, srs. guêzes, em óbra <strong>de</strong> maior vulto; não<br />

O laboratório <strong>de</strong> ijiéne tomou a seu<br />

monárquicos. Po<strong>de</strong>m mesmo, .os que déve por isso a vêr dificulda<strong>de</strong>s.<br />

cargo o serviço <strong>de</strong> ariálizes alimentares,<br />

no distrito <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, em novêmbro<br />

transcrevem o artigo, <strong>de</strong>clarar que re-<br />

p. p. com excéção das analizes do leite,<br />

pelem as afirmaçõis nêle contidas e con-<br />

pela boa razão <strong>de</strong> que sendo pouco nutradita-lo<br />

com a maior enerjia. O essen-<br />

SSasEÍ* Aaíossi®<br />

merôzo o pessoal <strong>de</strong>ste la borato rio. (direcial,<br />

porém, é transcreve-lo.<br />

tor, um analista e um servente) não éra<br />

Dis se que O Mundo, <strong>de</strong> domingo, Os meninos do côro da Sé fizérão a possivel efétuar, pelo aparêlhó <strong>de</strong> Mar-<br />

foi apreendido por inserir um pequeno costumada festa a Santo-António, que sechand e pela <strong>de</strong>slocação com éter, um<br />

artigo intitulado:<br />

gundo sua erudita opinião, foi também serviço regular. Tornavarse necessário<br />

XA COCHWCIÍWA coreiro na Sé <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

um centrifugador, como o <strong>de</strong> Gprber,<br />

Um áto d i solidarièdá<strong>de</strong>, muito para que em pouco tempo dá a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Portanto, <strong>de</strong> acordo com a nossa pro-<br />

louvar neste meio coimbrão em que manteiga em um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong><br />

posta, o que nos compete fazer?<br />

solidarieda<strong>de</strong> é, como dis o outro, lêtra amostras, mas o laboratório riâo dispu-<br />

, Transcreve-lo.<br />

mórta . . .<br />

nha <strong>de</strong> vérba suficiente para adquirir<br />

O artigo é o segninte:<br />

Os repiques do's sinos érão enterne- este instrumênto que não custa mênos <strong>de</strong><br />

Ha Cocbincttina cedôres. Na véspera, ouve foguêtes e 50$000 réis, para efétuar simultanea-<br />

Uma operação sobre os tabacos<br />

muzica dos meninos orfãos.<br />

mente 8 <strong>de</strong>terminaçõis. O Laboratório<br />

está fazendo felizes os po<strong>de</strong>rózos di Os pobres pequenos lá tocavão, como <strong>de</strong> ijiéne, creádo recêntemente pela re-<br />

Cochinchina. A' conta da operação,<br />

podião, coitados; mas os instrumentos, forma da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, tem <strong>de</strong> dotação,<br />

o nénê, mano do grã lama já partiu<br />

que são maiores, rião-se dèles e <strong>de</strong>zafi com o Muzeu <strong>de</strong> Ijiéne, a quantia, <strong>de</strong><br />

para a Europa, sobretudo para estu-<br />

nàvão, quando querião, já se vê<br />

300$000 réis, que mal chegaria para<br />

dar na capital francêza os progressos<br />

Os pobres pequenos não tem culpa. ocorrer ás <strong>de</strong>spezas <strong>de</strong> reajentes e ma-<br />

da arte do amor barato. E breve a<br />

Não lhe rálhem.<br />

terial gastos no ensino. Para que pudés-<br />

mamã do grã-lama vae egualmente<br />

Antes eles que os sinos, que, pela se encarregar-se das análizes sanitárias<br />

viajar, com larguèza porque o 1.°<br />

gâna, dévem sêr os mesmos dos jezui (que era uma vergonha têr«m <strong>de</strong> se fa-<br />

tas!...<br />

zer fóra <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, por não avêr aqui<br />

mandarim julga que essa viajem lhe<br />

#<br />

nem material nem pessoal conveniên e)<br />

á-<strong>de</strong> facilitar uma con<strong>de</strong>coração que<br />

Em <strong>Coimbra</strong> S. Antonio aprezenta-se éra necessário proce<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>spezas <strong>de</strong><br />

Conlinúão as óbras <strong>de</strong> restauração no lhe dá as onras <strong>de</strong> príncipe.<br />

claustro da Sé-Vélha, obra do século<br />

trajado <strong>de</strong> vária fórma.<br />

montajem e instalaçõis, e, para isso, não<br />

Entretanto, o povo da Cochinchina<br />

XIII que tinha sido barbaramênte par vae passando inclemências para pagar<br />

Ao cimo da rua das Fangas está <strong>de</strong> avia dinheiro. A inspéção dos Serviços<br />

tida e entaipada, quando se fês a impren os impostos.<br />

Franciscano, rezado, <strong>de</strong> pé para a frente Sanitários tomou a louvável iniciativa <strong>de</strong><br />

sa da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> em têmpos do mar<br />

o lábio a sorrir como quem canta: obtêr do Governo a verba <strong>de</strong> 400$Q0O<br />

réis, afim <strong>de</strong> se darem os primeiros pas-<br />

quês <strong>de</strong> Pombal.<br />

O Ilustrado, falando da grosseria Ponha aqui, ponha aqui o seu pezinho sos, e no ãno económico <strong>de</strong> 903 a 90i a<br />

Anda-se pondo a <strong>de</strong>scobérto toda uma do sr. Intze Ribeiro, fês-nos lembrar Ponha aqui, ponha aqui, ao pé do meu quantia <strong>de</strong> 380$000 réis para comple-<br />

ála do claustro.<br />

ontem um epizódio da Cochinchina<br />

mênto <strong>de</strong> instalação. Um laboratório, po-<br />

Nas <strong>de</strong>moliçõis tem-se encontrado capi- aqui á anos.<br />

enquanto o menino Jezus lhe puxa uma<br />

rem, não pô<strong>de</strong> montar-se com tão pequêteis,<br />

fragmentos <strong>de</strong> aroos e colunas que E' o 2.° mandarim daquêle país orelha.<br />

nas sômas, e sobretudo não pô<strong>de</strong> funcio-<br />

tem sido cuidadózamente recolhidos, e um ditador prepotente que <strong>de</strong>pois E' o santo da lenda das fogueiras nar, tão barato, por gran<strong>de</strong> que seja a<br />

serão integrádos na reconstrução e res- <strong>de</strong>u em liberal e que, tendo tido a Coimbrãs.<br />

economia. A camara <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, tão sotauração<br />

fulúra.<br />

mania <strong>de</strong> engran<strong>de</strong>cer o grã-lama, Na sé está <strong>de</strong> menino <strong>de</strong> côro, pe lita em questõis <strong>de</strong> ijiene, ofereceu a con-<br />

Quafido estífér compléta a restauração, ôje dis mal dêle, embora se lhe curve quenino, com um menino Jezus quazi do tribuição anual <strong>de</strong> 300$000 réis, para<br />

a Sé-Vélha terá o encanto nôvo d'uma respeitozissimo.<br />

tamanho dêle, muito branco, com mêdo que os jéneros aljmenticios da cida<strong>de</strong> po-<br />

óbra dárte, sem egual em <strong>Coimbra</strong>, e o O mandarim que tinha a pasta da talvês dalgum senhor cónego.<br />

déssein ser convenientemente fiscalizá-<br />

sr. Bispo Con<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá justamente or- marinha—ômem profundamente ca- Em Santa Crus está vestido <strong>de</strong> frá<strong>de</strong> dos. Todas estas contribuiçõis, a que<br />

gulhar-se <strong>de</strong> ter dádo um onrôzo exemtólico—-não po<strong>de</strong>ndo tolerar o cruzio.<br />

veio ainda juntar-se a boa vonta<strong>de</strong> do Reiplo<br />

a todo o episcopado português, tão mandarim — titular da pasta do inte- E' capás a boa <strong>de</strong>voção <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, mandando fazêr al-<br />

alheado das tpadiçõis relijiózas e artísticas rior — falou na sua <strong>de</strong>missão ao grã- <strong>de</strong> o imajinar estudante e lá o témos, guns trabalhos á custa da verba <strong>de</strong>stinados<br />

que fundarão a nossa pátria.<br />

lama. Este, que tinha a teoria dos<br />

sócio náto da Associação Académica<br />

X


da a obras, todas estas contribuiçõis não<br />

permitem ainda ao Laboratório nascente<br />

uma vida <strong>de</strong>safogada. Os recursos orçamentais<br />

não consêntem que se vá mais<br />

lonje, por isso <strong>Coimbra</strong> tem consumido<br />

até ôje o leite que a onestidá<strong>de</strong> das leiteiras<br />

tem querido vendêr-lhe. Aguádo um,<br />

azèdo e <strong>de</strong>composto outro, assim temos<br />

vivido, sem beneficiar dos progressos da<br />

tenica que permite <strong>de</strong>scobrir as frau<strong>de</strong>s<br />

e as avarias dum alimento tão preciôzo<br />

como é o leite.<br />

Vai remediar-se esse mal, preencherse<br />

essa lacuna, não por uma nova provi<strong>de</strong>ncia<br />

do Estado, <strong>de</strong>sse idolo <strong>de</strong> quem<br />

tudo esperamos teimózamente, mas por<br />

jenorozidá<strong>de</strong> dum particular, por oférta<br />

dum ómem, apaixonado por todas as<br />

cauzas justas, <strong>de</strong>vorado apostolo do bem,<br />

a que consagra o sçu esforço, <strong>de</strong>zinteressadamente,<br />

assim como os recursos do<br />

seu sabêr e até, como agora, os da bôlsa.<br />

A ijiéne não se faz sem dinheiro e<br />

quando o Estado não pô<strong>de</strong> ou não quer<br />

dá-lo, para <strong>de</strong>fèza dos mais caros e lejitimos<br />

interésses dos povos, é consolador 1<br />

vêr esse <strong>de</strong>ve/ do Estado cumprido por<br />

quem nenhuma obrigação especial tinha<br />

<strong>de</strong> concorrer para a <strong>de</strong>fèsa e protéção<br />

da saú<strong>de</strong> publica. O Dr. Daniel <strong>de</strong> Matos<br />

oferecendo ao laboratório <strong>de</strong> Ijiéne da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> um instrumento que permite<br />

submeter quotidianamente, á analise,<br />

o leite do consumo, praticou uma boa<br />

áção, prestou um gran<strong>de</strong> serviço á cida<strong>de</strong>,<br />

serviço que ninguém lhe agra<strong>de</strong>cerá,<br />

que ninguém apreciará, nem mesmo<br />

aquêles, cuja existeníia virá talvez a <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r<br />

do efeito benéfico dum tal donativo.<br />

Quando a cfda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hamburgo estabelecia<br />

a filtração da água em 1893 e<br />

a <strong>de</strong> Zurich em 1^87, estas cida<strong>de</strong>s eféctuávão<br />

um melhòraménto <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pendião.<br />

como a estatística <strong>de</strong>monstrou mais<br />

tar<strong>de</strong>, a economia anual <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> ÍOOO<br />

vidas na primeira e <strong>de</strong> 800 na segunda.<br />

Estes milhares <strong>de</strong> indivíduos, que dévern<br />

a sua existencia a um lai melhoramênto<br />

sanitário, nunca agra<strong>de</strong>cerão aos seus<br />

bemfeitôres, porque nem mesmo saberão<br />

que <strong>de</strong>vem a vida á filtração da agua<br />

que bébeml<br />

Julgámos pelas aparências e o que<br />

se não vê vale quázi sèmpre mais do<br />

que se vê. Pouco impórtão ao Dr. Daniel<br />

<strong>de</strong> Mátos os agra<strong>de</strong>cimêntos dos beneficiádol<br />

pelos serv'ços que a sua jenerozidá<strong>de</strong><br />

lhes prestou; nem êle nunca<br />

saberá os nomes daquêles que mais tar<strong>de</strong><br />

pôssão <strong>de</strong>vêr-lhe também a vida, mas<br />

o que êle sabe é que praticou unia boa<br />

áção, uma ação util, <strong>de</strong> que o aplau<strong>de</strong><br />

a sua consciência; e, para os ómens<br />

<strong>de</strong> elite, o aplauzo da própria consciência<br />

vãle muito mais que todos os aplauzos<br />

do mundo, que todos os lonvôres<br />

dos ómens que umas vêzes se engânão<br />

e outras nos quérem enganár. Não abundão<br />

em Portugal os donativos a favor<br />

das coizas <strong>de</strong> instrução ou <strong>de</strong> ijiéne publica.<br />

Uns não pó<strong>de</strong>m, outros ou não<br />

quérem ou não sabem fazer uzo frutífero<br />

do seli dinheiro.<br />

0 Dr. Daniel <strong>de</strong> Mátos não pertence<br />

ao número dos que dão e que gastão<br />

por sumptuozidá<strong>de</strong>, como os fidalgos<br />

do antigo rejimen; trabalhador infatigável,<br />

adquiriu a alta sciencia <strong>de</strong> saber o<br />

valôr ao dinheiro. Saber ganhar, por<br />

um trabalho onésto, e saber gastár nobremente<br />

em beneficio do seu pais, é<br />

uma sciencia quazi <strong>de</strong>sconhecida entre<br />

nós, mas que existe nos paizes progresivos<br />

e que é uma condição do seu<br />

progresso e da sua fôrça. Quando os<br />

indivíduos trabalhão, e contão mais consigo<br />

do que com os socorros do Estado<br />

ou com as bôas graças do monarca,<br />

os paizes tórnão-se gran<strong>de</strong>s. Um livro<br />

excelente.que todos os nossos políticos<br />

<strong>de</strong>vião meditar, termina pelos seguintes<br />

períodos, que fecharão também este artigo:=«<br />

Fazer ómens áptos ao mesmo<br />

tempo para ganhar dinheiro pelo trabalho<br />

e para <strong>de</strong>spendê-lo largamente no<br />

interésse publico déve ser o fim mais<br />

elevado da educação e do educador. É<br />

conjuntamente o melhor meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar<br />

os nossos filhos das funçõis públicas<br />

e <strong>de</strong> os dirijir para as situaçcis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

que assegurão maior dignida<strong>de</strong><br />

e mais influencia social».<br />

Serras e Silva.<br />

Dis-se que a Associação dos Artistas<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> fará uma expozição <strong>de</strong> todos<br />

estandartes <strong>de</strong> todas as associaçois, socieda<strong>de</strong>s<br />

ou grupos que tenha ávido nesta<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

A expozição estará aberta durante<br />

as festas da Rainha Santa, por o que a<br />

Associáção vai oficiar á camara municipal<br />

pedindo-lhe auxilio para reparar a frontaria<br />

e empedrar as eutrádas,<br />

O ano passado estava eu no jantar do<br />

primeiro ano medico, quando...<br />

E' verda<strong>de</strong>! Eu nunca contei isto.<br />

Foi uma tar<strong>de</strong> muito aíégré. Emquanto<br />

na mêza se comia e bebia alegremente,<br />

<strong>de</strong>baixo d'uma nogueira um<br />

grupo <strong>de</strong> gaiteiros tocava módas injéuuas<br />

d'al<strong>de</strong>ia. Quando tudo estava mais ani<br />

mado, levanton-se um novato e disse com<br />

um ar<strong>de</strong> malícia entre alegre e triste:<br />

Meus senhores! A mocida<strong>de</strong> morreu<br />

em <strong>Coimbra</strong>. Os rapazes já não bébem<br />

e perdêrão <strong>de</strong> todo o bom ábito <strong>de</strong> comêr<br />

fóra d'óras.<br />

Meus senhores! A aca<strong>de</strong>mia é uma<br />

instituição fúnebre e familiar... Os estudantes<br />

já não riem. Não á quem saiba<br />

tocar o fado. .Cantar, isso então, já ninguém<br />

fás!....<br />

Sabeis quem eu encontro <strong>de</strong>scuidado<br />

<strong>de</strong> noite, ás vezes, pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

sabeis os únicos que sábem ainda cantar<br />

e rir, comêr e beber á farta e alégremente,<br />

sabeis quem não sabe rezistir a<br />

uma guitarrada.quem conhéce cantil as esquecidas,<br />

são os bacharéis que aqui vem<br />

<strong>de</strong> vês em quando vêr, como a jente é<br />

aborrecida; agora.<br />

Por isso, senhôres, ao ver-vos tão<br />

alégres, e tendo observado com intelijencia<br />

as provas que ten<strong>de</strong>s dado <strong>de</strong><br />

conhecer as régras <strong>de</strong> comèr e beber<br />

á farta sem perdèr a alegria, eu não<br />

vejo aqui novatos <strong>de</strong> medicina em 1903<br />

vejo aqui os bacharéis <strong>de</strong> i907.<br />

E' por êles, é por nós todos que eu<br />

bêbol<br />

Lembráva-me isto ao vê-los chegar,<br />

com tanta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> darem outra vês<br />

um abraço <strong>de</strong>spreocupado <strong>de</strong> amigos.<br />

Na verda<strong>de</strong>, só com a vinda dos bacharéis<br />

formádos ê que esta térra tem<br />

outra vés a antiga feição <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

escoláres.<br />

Passárão toda a noite <strong>de</strong> 5 a renovar<br />

relaçõis, a procurár <strong>de</strong>baixo dos traços<br />

vincados pela ida<strong>de</strong> a frescura dos<br />

rostos antigos dos amigos. Mal se <strong>de</strong>itárão;<br />

e logo pela manhã* era <strong>de</strong> vêr a<br />

alegria que ia pelo ótel Avenida, as corridas,<br />

os gritos, os abraços e as lágrimas.<br />

Parecia um, ótel antigo, pela abertura<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, em tempo em que os<br />

estudantes gostávão <strong>de</strong> se encontrar <strong>de</strong><br />

novo, <strong>de</strong>pois da auzencia das férias.<br />

A's 8 e meia lá fôrão para a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />

estranhando todos o progresso<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Ao passárem pelo liceu senlirão-se<br />

outra vez estudantes e dissérão os seus<br />

ditos <strong>de</strong> troça, a que os caloiros respon<strong>de</strong>rão<br />

com uma manifestação dé simpatia,<br />

dando vivas aos colégas.<br />

Eles rião muito alégres.<br />

*<br />

A's nóve óras da manhã começa na<br />

real capéla da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> a missa<br />

rezada pelos condiscípulos mortos e pela<br />

sr. a D. Amancia Alpoim.<br />

Celebrou o sr . arcebispo d'Evora<br />

acolitado pelos seus condiscípulos o sr.<br />

Teófilo Salomão, cónego capitular da sé<br />

do Porto e Alípio António Diogo da Silva,<br />

pároco em Vila Franca.<br />

A' missa em que tomou parte<br />

todo o pessoal da real capéla, assistirão<br />

da tribuna os srs. reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

e Bispo-Con<strong>de</strong>.<br />

O sr. Eduardo Bélo Ferrás cantou<br />

uma «preghiera» <strong>de</strong> Perosi á lavanda.<br />

Depois da elevação cantou o sr. padre<br />

Almada, chantre da real capéla o «O saialuraris<br />

hóstia», e ao ofertório um grupo<br />

coral dos orfãos da mizericórdia entoárão<br />

o «Tota pulchra».<br />

Durante a missa esteve ao orgão o sr.<br />

Jozé Maria Cazimiro <strong>de</strong> Abreu.<br />

No fim <strong>de</strong> missa, os condiscípulos<br />

<strong>de</strong>sfilarão <strong>de</strong>ante do sr. dr. Augusto<br />

Eduardo Nunes beijando-lhe o anel, prova<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ferencia e amiza<strong>de</strong> a que <strong>de</strong>bal<strong>de</strong><br />

se quis furtar o sr. arcebispo d'E'vora.<br />

Passando <strong>de</strong>pois ao claustro dos jerais<br />

tirarão um grupo.<br />

*<br />

D'ali viérão para a baixa e já não<br />

quizérão separar-se e fôrão almoçar juntos<br />

ao Otél Avenida.<br />

Fòi uma testa fóra do programa, festa<br />

<strong>de</strong> alegria, çortáda por frázes altas, istórias<br />

que não tinhão fim.<br />

Ao café o Sr. dr. Barboza <strong>de</strong> Maga-<br />

Ihãis propôs que a óbra <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, que<br />

o curso fizesse, consistisse em um donati<br />

v o ás créches <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, cujo alcance<br />

encareceu.<br />

Aprovado por unanimida<strong>de</strong>. A subscrição<br />

atinjiu rápidamente 2790000 reis.<br />

Continua-se a rir. Comêção a chegar os<br />

cumprimentos, do sr. Bispo Con<strong>de</strong>, Ca-<br />

REZfSTEWCl^ — $ ninia-feira, <strong>de</strong> «Junlio <strong>de</strong> IttOft<br />

mara municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, dr. Oliveira<br />

Chaves e Castro, Paes da Silva, Garrett,<br />

Fernan<strong>de</strong>s Vás, Assis Teixeira, e mais e<br />

mais e mais.<br />

Nomeão-se eomissõis para ir agra<strong>de</strong>cer<br />

os cumprimentas e enviar para o<br />

Primeiro <strong>de</strong> janeiro o comovido telegrama<br />

ao sr. Joze <strong>de</strong> Alpoim:<br />

«Teus condiscípulos á 25 anos, reunidos,<br />

ôje, em <strong>Coimbra</strong>, lamentão lua falta,<br />

principalmente pela cruciante dcK que a<br />

motivou e em que sinceramente te acompanhão.<br />

Depois <strong>de</strong> ora e meia mêtem-se em<br />

/•arcos e vão vizitar a cida<strong>de</strong> e os arre<br />

dóres.<br />

#<br />

Eu, que tinha prometido vi-los ajudar<br />

na <strong>de</strong>coração, ponho me a trabalhar emquanto<br />

eles se não rezolvem a sair.<br />

A todo o momênto chegávão cartas<br />

repassadas <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>, reveladoras da<br />

mais franca e leal solidarieda<strong>de</strong>, cheias<br />

da amiza<strong>de</strong> boa, cujo valôr só se apren<strong>de</strong><br />

na lula amarga da vida.<br />

Emquanto eu vou dispondo flores,alégre<br />

por os vêr, mais velhos do que eu,<br />

vibrar nesta <strong>de</strong>scuidóza vida <strong>de</strong> rapazes,<br />

o Eduardo Vieira méxe-se atarefado <strong>de</strong><br />

um lado para o outro; pára abraçado a<br />

qualquer condiscípulo que encontra, segurando-o<br />

por os cotovelos e dis-lhe, os<br />

olhos e a bôca cheios <strong>de</strong> rizo : Tem tudo<br />

corrido muito bem!<br />

Como se alguém o tivesse contradito,<br />

acrescenta: Ein ? 1 Não áchas?<br />

E, ao abraço e á alegria do outro que<br />

se ri com êle daquele dia tranquilo e felís,<br />

socéga e dis contente: Também tú?l<br />

Os outros estão muito contentes !<br />

Vai para o outro abraço: Este diabo!<br />

Lembras-te, quando uma vês...<br />

E coméção as istórias da sua vida<br />

académica, que êles contão com a mesma<br />

alegria antiga com que as contárão já uma<br />

vês, em nóvos, em tempos <strong>de</strong> férias, áos<br />

tius e*ás namoradas.<br />

Chega uma cárta; é<strong>de</strong> Jozé Joaquim<br />

Leal Castello Branco que não pô<strong>de</strong> vir e<br />

manda com os seus vótos <strong>de</strong> uma fésta<br />

alégre ltr.000 réis para sêrem distribuídos<br />

por 16 pobres.<br />

Vem logo o Vieira ter comigo a dizerme<br />

que é muito bom, e «pie nunca ouve<br />

curso como dêle, e lárga-me para ir fóra<br />

falar a um condiscípulo que viu passar á<br />

pouco.<br />

Mas volta logo com outra carta e lê:<br />

Meu caro l ieira<br />

Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ccmparecêr aí<br />

no dia 6 do corrente, para tomár párte<br />

nas manifestaçõis com que o nósso curso<br />

soleniza o 25.° aniversário da côncluzão<br />

dos trabalhos académicos, para os quais,<br />

aliás contribui com muito prazêr, péço<br />

que, em meu nôme, saú<strong>de</strong>s os nossos<br />

condiscípulos, emquanto eu, no mesmo<br />

dia, môndarei servir do meu jantar aos<br />

prèzos das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>sta vila, e aos alunos<br />

do azilo <strong>de</strong> infancia <strong>de</strong>svalida, sufragando<br />

a alma dos que já nos precedêrão<br />

no caminho da eternida<strong>de</strong> I<br />

Abráça-te, <strong>de</strong>zejando cor<strong>de</strong>almente<br />

que para ti e para os nossos condiscípulos<br />

<strong>de</strong>côrrão sem o mínimo inci<strong>de</strong>nte<br />

todos os festejos, o<br />

Teu velho amigo<br />

muito affeiçoado,<br />

Artúr da Cós ta Souza Pinto Bastos.<br />

Acába <strong>de</strong> lêr, tira as lunêtas para me<br />

vêr melhor e acrescenta: Vês? Mêsmo<br />

erri Oliveira <strong>de</strong> Azemeis os pobres se ão<strong>de</strong><br />

lembrar do nosso cúrso.<br />

Abraça me como se eu tivesse vindo<br />

<strong>de</strong> fóra, e me não tivesse visto á<br />

muito.<br />

E eu abraço-o como se fôsse também<br />

do curso dêle.<br />

Admiro tanta bonda<strong>de</strong>, tanta <strong>de</strong>dicação<br />

<strong>de</strong> todo o momento, tanta amiza<strong>de</strong> e<br />

ponho-me a olhar para êle e a dizer com<br />

os condiscípulos: Está na mesma !<br />

— E tú? diz-me êle, que me ouviu a<br />

falár alto.<br />

- Eu também I Comtigo, com êstes e<br />

com os que viérem daqui a 50 ânos. Vocês,<br />

formados, até parécem melhores ...<br />

Ele ri-se e trás-me um condiscípulo :<br />

— O meu condiscípulo Joaquim Bernardo<br />

dos Santos... Lembras-te?. .<br />

Se eu me lembráva! Mas pus-me a<br />

olhar para êle, e êle para mim a dizer<br />

que tinha uma i<strong>de</strong>ia...<br />

Também eu! Éra conhecido no curso<br />

pelo terror dos caloiros e fòra um dos<br />

meus pezadêlos no principio da minha<br />

vida <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Vou dispondo os festõis <strong>de</strong> flores que<br />

enláção as colunas da gran<strong>de</strong> sála <strong>de</strong><br />

jantar.<br />

Sobre um guarda-prátas, <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração<br />

do renascimento, os criados colócão<br />

caládamente flores.<br />

• *<br />

Chega um telegrama. Eduardo Vieira<br />

abre e diz que ó do Coelho <strong>de</strong> Carvalho.<br />

Um que não pô<strong>de</strong> dormir, com a<br />

preocupação da fésta lê:<br />

«Circunstancias imprevistas impedirão-me<br />

<strong>de</strong> estar em <strong>Coimbra</strong> ôje, mas<br />

<strong>de</strong> tôdo o coração me associo á comemoração<br />

das nossas bodas <strong>de</strong> prata com<br />

a poliandrica Minérva.<br />

COELHO DE CARVALHO.<br />

4<br />

Riem. Contão-se cázos nóvos.<br />

Chè a á mêza um palácio <strong>de</strong> chocolate,<br />

em que sóbem trepa<strong>de</strong>iras floridas<br />

<strong>de</strong> assucar,<br />

O criado põi-o na mêza com um jésto<br />

medido, <strong>de</strong> ritual; colóca-lhe em baixo<br />

um guardanapo em dobras <strong>de</strong> fantazia,<br />

Fica-se um pouco a olhar para êle e<br />

vai buscar ílôres para alegrar a montanha<br />

<strong>de</strong> linho branco engomado que o<br />

guardanapo fás aquéla construção injenua<br />

<strong>de</strong> chocolate.<br />

Eu saio sem ninguém dar por mim.<br />

*<br />

A' 7 Oras começou o jantar anunciado<br />

por uma jirandola <strong>de</strong> foguêtes.<br />

No corêto do Caes a muzica do 23<br />

rompia com o ino académico seguido pelo<br />

ino do curso.<br />

O menú, que tinha impréssa uma vista<br />

jeral <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, tinha os seguintes dizères:<br />

Banquete no Otel Avenida<br />

IMOSXTti<br />

Potages<br />

Saint Germain<br />

Consommé a la Vi doire<br />

Hors d'oeuvre<br />

Pètits friands<br />

Relevé »<br />

Poisson sauce crevetlcs<br />

Entrées<br />

Fileis <strong>de</strong> baeuf à la Godard<br />

Medaillons <strong>de</strong> veau á la financiere<br />

Crouslales <strong>de</strong> foie gr as a la gelée<br />

Legumes<br />

Asperges au sauce blanc<br />

Roti<br />

Dindon au cresson<br />

Entremets<br />

Pouding d la parisienne<br />

Dombe glacêe d l ananás<br />

Pat is serie assortie<br />

Vins" '<br />

Coral, Granada, Ambár, Topázio,<br />

Porto, Ma<strong>de</strong>ira, Champagne, Liqueurs.<br />

Correu na maior alegria, para o que<br />

contribuiu a forma amável como o sr. arcebispo<br />

(ÍEvora, cujo rosto resplan<strong>de</strong>cia<br />

<strong>de</strong> alegria, <strong>de</strong>zafiava os condiscípulos,<br />

sendo o primeiro a rir á recordação dos<br />

tempos <strong>de</strong>spreocupados <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Era êle quem prezidia, tendo á sua<br />

direita o sr. dr. Paes da Silva e á esquèrda<br />

o sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Vás.<br />

Quando ao champagne osr. arcebispo<br />

d'Evora levantou a táça, calárão-se todas<br />

as conversas para ouvir apenas a sua vós<br />

que serenamente se referia á <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />

ao ensino, ás éras <strong>de</strong> boa camaradajem,<br />

inicio <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>s tão fortes, terminando<br />

por beber pela prosperida<strong>de</strong> do<br />

primeiro estabelecimento scientifico dt<br />

país.<br />

A seguir a este discurso que foi cortado<br />

<strong>de</strong> aplauzos e coroado com uma<br />

gran<strong>de</strong> ovação no final, seguiu-se-lhe o<br />

sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Vás, agra<strong>de</strong>cendo e<br />

bebendo pelos seus antigos discípulos.<br />

Seria impossível <strong>de</strong>talhar os brin<strong>de</strong>s<br />

sucessivos <strong>de</strong> Francisco Julio <strong>de</strong> Souza<br />

Pinto, Bento Teixeira da Silva Guimarãis,<br />

Barboza <strong>de</strong> Magalhãis.-João Catanho<br />

<strong>de</strong> Menézes, Aureliano <strong>de</strong> Matos,<br />

Antonio Jozé Viana, Antonio Centeno, Alvaro<br />

<strong>de</strong> Moura Coutinho, Eduardo da<br />

Silva Vieira, Manuel <strong>de</strong> Araujo e Gama,<br />

João das Néves, Alípio Antonio Diogo da<br />

Silva, Teófilo Salomão.<br />

Durante o jantar chegárão senhoras<br />

das famílias dos antigos bacharéis, ocupando<br />

as ca<strong>de</strong>iras colocadas em volta da<br />

sala, sendo-lhes servidos dôces e champagnes.<br />

As conversas animâo-se, nisto ouve-se<br />

fóra a muzica que toca o ino do curso, e<br />

o dr. Eduardo Vieira recita a letra <strong>de</strong><br />

Barboza <strong>de</strong> Magalhãis:<br />

Emigrando do lar da família,<br />

De ólhos fitos na estrêla da glória,<br />

Assentámos as têndas do estúdo<br />

Entre can tos d'amôr e vitória.<br />

Encontrámo-nos todos no câmpo,<br />

On<strong>de</strong> a lúta enobrece e consóla ;<br />

E cinco ânos voárão lijeiros<br />

Nos alégres convívios da escóla.<br />

Vai findar a festiva.campanha,<br />

E com éla a febril mocida<strong>de</strong> :<br />

Mas levamos, do a<strong>de</strong>us tia partida,<br />

A mais viva e profunda saudá<strong>de</strong> .<br />

ÇÔRO<br />

Compauh«irns nas lút.is da sciência,<br />

Enlacêmos os bráços e as mãos.<br />

E saibamos, nos dias d'auzencia,<br />

Recordar e-te abraço <strong>de</strong> irmãos.<br />

E eles ficão-se a recordar.<br />

No fim as palmas e os abiaços.<br />

Pouco antes do jantar tinhão sabido<br />

que frequentava o liceu o estudante Aureliano<br />

Lopes Mira Fernan<strong>de</strong>s, que órfão<br />

<strong>de</strong> pai, conseguia sustentar pela lécionação<br />

a mãi e os irmãos.<br />

Rezolvêrão que lhes fôsse entregue a<br />

quantia <strong>de</strong> perto <strong>de</strong> 800000 reis, que<br />

crescia da subscrição que tinhão aberto<br />

para a sua fésta.<br />

Como se vê, não ouve um só instante<br />

que a prezença d'este curso não fosse<br />

assinalada por um áto <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />

Os brin<strong>de</strong>s cruzávão-se. Pouco a pouco<br />

erguêrão-se os convivas a falár com<br />

as senhoras, renovávão-se as efuzõis, as<br />

aprezeritaçõis e pelas onze óras a sála<br />

ficáva <strong>de</strong>zérta, emquanto êles se -espa-<br />

Ihávão aos grupos pela cida<strong>de</strong>.<br />

#<br />

A solidarieda<strong>de</strong>, e amiza<strong>de</strong> que ligáva<br />

este curso viu-se bem na forma gradual<br />

e lenta como sairão <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> quazi á<br />

fôrça, levados pelas condiçõis da sua<br />

vida.<br />

Ainda no dia imediato se reunirão em<br />

numero <strong>de</strong> 17 a almoçar no Avenida.<br />

Depois forão tirar um grupo á fotografia<br />

Santos.<br />

Ai acentuou-se mais uma vês a sua<br />

filantropia. Encontrando se por acazo ai<br />

o sr. dr. Adriano <strong>de</strong> Carvalho, professor<br />

do liceu, este sr. agra<strong>de</strong>ceu o serviço<br />

prestado ao aluno, elojiando o seu aproveitamento<br />

e caráter; e, vendo o interésse<br />

que tomávão, trouxe-lhes <strong>de</strong>pois o sr. Aureliano<br />

Lopes Mira Fernan<strong>de</strong>s que quis<br />

vir agra<strong>de</strong>cêr pessoalmente.<br />

Rezolverão então os preze^tes estabtílecer-lhe<br />

uma mensalida<strong>de</strong> até á Concluzão<br />

da sua formatura, fazendo logo<br />

a circular seguinte, que foi enviada a<br />

todos os condiscipulos:<br />

Caro condiscipulo e amigo:<br />

Frequenta o 7.° âno do Liceu <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong> o estudante Aureliano Lopes Mira<br />

Fernan<strong>de</strong>s que, ao extraordinário mérito<br />

literário, atestado pelos professores que o<br />

considérão o primeiro estudante d'aquêle<br />

estabelecimênto, reúne ótimas qualida<strong>de</strong>s<br />

morais. Órfão <strong>de</strong>.~pai .e_. sem meios<br />

alguns <strong>de</strong> fortuna, êsse estudante provê<br />

com o trabalho <strong>de</strong> lécionação á subsistência<br />

própria, bem como á <strong>de</strong> mãi e irmãos.<br />

Informádos d'estas circumstancias,um<br />

grupo <strong>de</strong> condiscipulos nossos, que ainda<br />

no dia 7 do corrente se encontrávã.o n'esta<br />

cida<strong>de</strong>, tomarão a jeneróza rezolução <strong>de</strong><br />

promovêr entre o nósso curso uma subscrição<br />

para um subsidio mensal durante os<br />

cinco ânos da formatura -a esse estudante.<br />

Fixou-se a quota mensal <strong>de</strong> 300 réis<br />

por cada subscritor, po<strong>de</strong>ndo os que rezt<strong>de</strong>m<br />

fóra <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> entrar com a anuida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 30600 réis, como por comodida<strong>de</strong><br />

própria fizérão a maioria dos iniciadores.<br />

Encarregados por êsse grupo, vimos<br />

solicitar a sua a<strong>de</strong>zão a este ato <strong>de</strong> filantropia,<br />

esperando receber a finêza d'uma<br />

resposta.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />

A comissão <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> :<br />

Manuel <strong>de</strong> Azevedo Araujo e Gama<br />

Francisco Julio <strong>de</strong> Souza Pinto<br />

Manuel Duarte Areóza<br />

Antonio <strong>de</strong> Magalhãis Mexia<br />

Eduardo da Silva Vieira.<br />

Rezolvêrão mais reunir-se em <strong>Coimbra</strong>,<br />

quando se formasse o seu protejido.<br />

Eis muito sumariamente a <strong>de</strong>scrição<br />

das féstas das bodas <strong>de</strong> prata do curso<br />

do quinto ano teolójico-juridico <strong>de</strong> 1879.<br />

*'<br />

A Rezistencia, que por doença dos<br />

seus redátores tem tido a sua publicação<br />

interrompida, não quis <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> arquivar<br />

nas suas pájinas, com os seus cumprimentos,<br />

a expressão da sua admiração<br />

e aplauzo por átos <strong>de</strong> tão alta filantropia.<br />

Associação Comercial<br />

Reuniu-se oje a comissão encarregada<br />

pela Associação Comercial <strong>de</strong> vijiar pelos<br />

interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> ameaçados pela<br />

construção do caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Arganil.<br />

Foi eleito prezi<strong>de</strong>nte o sr. Valentim<br />

Jozé Rodrigues.<br />

Rezolveu reunir-se todos os dias ás<br />

6 óras da tar<strong>de</strong>"para estudar o assunto;<br />

pedir o auxilio <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> competência<br />

profissional para a auxiliar na parte<br />

técnica dos trabalhos, e solicitar.superiorj<br />

mente os esclarecimentos indispensáveis<br />

j para esses estudos.


Baultos <strong>de</strong> Luz»<br />

Estão em distribuição o Relatório do<br />

médico (iirétôr técnico do estabelecimen<br />

to e as contas da direção da jerencia <strong>de</strong><br />

1903. formando um livro <strong>de</strong> 63 pájinas,<br />

que quereríamos vêr editádo com mais lá<br />

xo, e com mais abundancia <strong>de</strong> cázos clinicos,<br />

que não dévem faltar a atestar a<br />

excelência <strong>de</strong>stas águas em doenças do<br />

estômago, dos rins, da péle, na escrufuloze<br />

e nô reumatismo.<br />

Oje o reclame é indispensável do progresso<br />

<strong>de</strong> qualquer estação termal; ninguém<br />

se arrisca a ir passáruma vilejiatúra<br />

a sitio que não conheça, tôdos quérem<br />

curar-se alegremente, ninguém córre ao<br />

acázo <strong>de</strong> se aborrecêr.<br />

Se nos não enganamos, um relatorio<br />

anterior, inserindo em gravura coriózos<br />

aspétos da máta, êra exemplo mais para<br />

seguir do que o a.tuál; não que este séja<br />

<strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> interesse para os médicos<br />

ou para os que se ocúpão do progrésso<br />

*la emprèza; mas porque lhe falta a <strong>de</strong>monstração<br />

prática da belèza da rejião<br />

que é menos conhecida do que pô<strong>de</strong> parecèr<br />

á primeira vista.<br />

O relatório vem mesmo <strong>de</strong>zaeompa<br />

nhado <strong>de</strong> elemênt os essenciais.<br />

Assim os <strong>de</strong>zénhos do sr. Raúl Mèndonça<br />

não fôram juntos ao relatório.<br />

A economia, em caços <strong>de</strong>stes, ionvérte-se<br />

em pura pêrda.<br />

Feitas . estas consi<strong>de</strong>raçois, ditadas<br />

pelo interésse que sempre nos mercèrão<br />

estas águas, informando sempre os nossos<br />

leitores <strong>de</strong> todo o trabalho e átas<br />

daí assemblêas jeráis, apezar <strong>de</strong> nunca<br />

termos lido <strong>de</strong>sses fátos informaçõis oficias<br />

ou oficiózas, vamos dar i<strong>de</strong>ia do<br />

movimento désta estação balnear, uma<br />

das mais dignas <strong>de</strong> ser vúitáda pelos<br />

doentes, pela excelência das suas águas,<br />

pela bonda<strong>de</strong> do seu clima, pela belêza<br />

e encanto da paizajem.<br />

Como mais <strong>de</strong> uma vês temos acçji<br />

tuado, o movimo dos banhos aumenta <strong>de</strong><br />

ãno para ãno.<br />

O consumo da agua termal, cujo va<br />

lôr terapeutico coméça a ser mais co<br />

nhecido, foi em 1<strong>902</strong> <strong>de</strong> 458:650 litros<br />

e em 1903 <strong>de</strong> 812:035 litros. Quázi duplicou<br />

o'consumo.<br />

A emprêza das águas tem introduzi<br />

do importantes melhoramentos, e a esta<br />

ção balneária <strong>de</strong> Luzo é das mais impor<br />

tantes do pais pela belêza e importancia<br />

das suas instalaçõis.<br />

O sr. dr. Antonio Gonçalves da Cu<br />

nha Ferrão aprezenta a seguinte nóta<br />

das óbrâs necessárias:<br />

«Entre éstas dèvo citar a instalação<br />

d'uma segunda sála para douches, ficando<br />

uma para"cada séxo. visto que a que possuímos<br />

é insuficiente para o movimênto<br />

atuál, como por vêzes tenho verificado.<br />

«Esta instalação paréce-me relativa<br />

mente fácil, visto termos cázas on<strong>de</strong> éla<br />

po<strong>de</strong> adaptár-se.<br />

«Pelos dois <strong>de</strong>zénhos, juntos a êste<br />

relatório, e que dêvo á muita obzequiosid<br />

; a<strong>de</strong> do distinto enjenheiro e meu amigo,<br />

ex. m0 sr. Raul Mendonça, facilmênte se<br />

verá como, em dois dos compartimêutos<br />

do anéxo, se po<strong>de</strong> instalar uma sála <strong>de</strong><br />

douChes, dividindo um dos compartimêntos<br />

em cabines, e montando no outro os<br />

aparêlhos para tal fim necessários.<br />

«Revestir por meio d'azuléjos, e até<br />

á altúra <strong>de</strong> dois metros aproximadamente,<br />

os corredores, sála e compartimentos<br />

tanto <strong>de</strong> primeira como <strong>de</strong> segunda clásse,<br />

no estabelecimênto antigo.<br />

« Substituir, no mesmo estabelecimento,<br />

as tinas <strong>de</strong> terceira classe, feitas<br />

d'azulèjos,por tintas <strong>de</strong> mármore, formádas<br />

<strong>de</strong> cinco péças, cujas uniõis <strong>de</strong>verão<br />

ser boleádas ou arredondádas, evitandose<br />

assim os cantos e os ângulos.<br />

«Segundo informação que tenho, éstas<br />

tinas po<strong>de</strong>m obtêr-se pela terça párte, do<br />

custo das tinas inteiriças; e, pelo que respeita<br />

a aceio e ijéne, quazi que lhes<br />

correspon<strong>de</strong>m.»<br />

Não são êles porem <strong>de</strong> primeira urjeneia,<br />

e, como está, o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> Luzo, se é pequeno já para a concorrência<br />

que vai aumentando cada \ ês mais;<br />

é todavia notável no pais pelo conforto,<br />

aceio e dilijência no serviço.<br />

Bom seria que em Luzo se formasse<br />

um pequeno gabinete <strong>de</strong> observaçõis metereolojicas,<br />

cujos trabalhos acabássem<br />

com êrros tradicionais e inveterados, e<br />

se dotasse o gabi.nête <strong>de</strong> consultas com<br />

o material necessário para uma exploração.<br />

clinica regular e frutuóza.<br />

Pela belêza da sua situação, pela comodida<strong>de</strong><br />

e baratèza dos óleis, pela excelencia<br />

das suas águas, Luzo é uma estação<br />

d'águas rara, não só em Portugal,<br />

como na Europa.<br />

Está quazi restabelecido o nosso amigo<br />

e redatpr Antonio Maria Pereira Jupior.<br />

Carros auacrJeajsos<br />

REZIHTEIVCIA- Çiiínta-feira, 16 <strong>de</strong> Junlio <strong>de</strong> 1904<br />

Esta emprèza, cujos esforço- por bem<br />

servir o -publico so niVão persistentemente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, v.u fa/.êr aquizição<br />

<strong>de</strong> três locomoveis, prescindindo<br />

assim da Iráção, animal, <strong>de</strong> eu^io tão<br />

ran<strong>de</strong> e tão dispendióza <strong>de</strong> sustentar.<br />

O continuar com a tráçáo animal,<br />

correspon<strong>de</strong>ria á runa da companhia,<br />

ógo que se estabelecêsse um serviço<br />

mais constante para a alta, on<strong>de</strong> as inclínaçõis<br />

são gran<strong>de</strong>s e extensas.<br />

Alem disso a tráção pelas locomoveis,<br />

que ôje sé fás sem perigo, e com toda a<br />

comodida<strong>de</strong> e facilida<strong>de</strong>, correspon<strong>de</strong> a<br />

um Verda<strong>de</strong>iro beneficio ijiénico por sêr<br />

muito mais limpo que a dos muares, que<br />

nas cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>*, sobretudo no \e ão,<br />

infétão o ar e o sólo.<br />

O sr: Andra<strong>de</strong> com a construção da<br />

inha americana prestou um verda<strong>de</strong>iro<br />

serviço á cida<strong>de</strong>, animando-a e valorizando<br />

teremos pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçõis.<br />

Com a introdução das locomoveis<br />

pó<strong>de</strong>-se alargár a área em exploração,<br />

aumentando assim as vantàjens para<br />

<strong>Coimbra</strong>.<br />

Bom será que a camara, tantas vêzes<br />

tem mostrado o seu interésse pelos serviços<br />

públicos, ajudasse o'emprezário, que,<br />

só por si, dificilmente po<strong>de</strong>rá levar a cabo<br />

emprêza <strong>de</strong> tanta utilida<strong>de</strong> publica.<br />

© restaurador<br />

Do «Novidá<strong>de</strong>s», noticiando a inscrição<br />

d'el-rei como sócio da «Associação<br />

Prótétôra dá Primeira Infanda:»<br />

«Com a recente inscricãô <strong>de</strong> sócio<br />

protétôr <strong>de</strong> sua Majesta<strong>de</strong> El-Rei <strong>de</strong>u-se<br />

uma coincidência notável. O numero <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m que coube a Sua Majestá<strong>de</strong> foi<br />

!:()40, que reprezenta uma dáta tão glorióza<br />

para o pôvo português.»<br />

Paréce um reclame ao restaurador do<br />

cabêlo.<br />

O «Novidá<strong>de</strong>s», que tem a sua abilidá<strong>de</strong>,<br />

ás vêzes paréce tão estúpido como<br />

os outros...<br />

Na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nos dias<br />

9, 11, 13 e 14 <strong>de</strong> junho, tizéiam átos e<br />

ficaram aprovados os seguintes académicos<br />

:<br />

Fiacnldadc <strong>de</strong> Teolojia<br />

1.° ano — l. a ca<strong>de</strong>ira — Eduardo<br />

Augusto Ferreira Senrela, José Marques<br />

DiaS Júnior, Antonio Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira<br />

distinto: Carlos Esteves d'Azevedo, José<br />

Francisco Soares, Francisco Moreira dos<br />

Santos, Francisco Lopes Enriques Soares.<br />

Terminárão os átos nesta ca<strong>de</strong>ira.<br />

2.° ano —3. a ca<strong>de</strong>iraAlmiro José<br />

Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos. Periodo transitorio<br />

— Antonio Ferreira, José do Patrocínio<br />

Dias Prezunto e Antônio Pereira<br />

da Silva.<br />

3.° ano — Anibal Ferreira da Silva<br />

e Sá, Artur Leite <strong>de</strong> Amorim, João Antonio<br />

Diniz Viclorino.<br />

5.° ano—Adriano Antonio Gomes, Anjelo<br />

António da Silva.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direit»<br />

1.° ano — i. a ca<strong>de</strong>ira: Adalberto<br />

Soares do Amaral Pereira. Adriano Antero<br />

Cardoso Vieira, Afonso <strong>de</strong> Gouveia<br />

d'Andra<strong>de</strong> Pissarra, distinto: Almiro<br />

José Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos, Alvaro<br />

Bordálo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Sá, Ama<strong>de</strong>u «Augusto<br />

Quaresma Ventura, Amador Pegado<br />

dé Souza Barrozo, Américo da Silva<br />

Castro, Antonio Augusto <strong>de</strong> Carvalho Meireles,<br />

Antonio Fernan<strong>de</strong>s Duarte e Silva,<br />

distinto; Antonio Ferreira Augusto Júnior,<br />

Antonio <strong>de</strong> Meireles Garrido.<br />

2.° ano—Periodo transitorio—- Alberto<br />

Pereira d'Almeida, Alberto Rodrigues<br />

Ferreira da Silva, Antonio Falcão<br />

Garcia, Antonio Men<strong>de</strong>s Salgueiro, An<br />

tonio Nunes. Ricca, Arnaldo , da. Rocha<br />

Garcia <strong>de</strong> Lima, Diogo <strong>de</strong> Gouveia Sarmento,<br />

Francisco Augusto <strong>de</strong> Melo Alcoforado,<br />

Francisco«d'Aviia Negrão, Joaquim<br />

Alves Carneiro, José Malheiro Cardoso<br />

da Silva, Augusto Corrêa da Silva Leitão,<br />

Antonio da Silva Tavares, Joaquim Rodrigues<br />

da Silva Leite Júnior, Jozé Ma<strong>de</strong>ira<br />

Montez, José Pereira da Costa Bastos,<br />

Luiz Augusto Lopes Ramires, Raul<br />

Manuel Teixeira, Manuel do Quental Calheiros,<br />

Àchiles João Gonçalves Fernan<strong>de</strong>s,<br />

Carlos d'AÍbuquerque Cardozo d'Almeida,<br />

Carlos Anibal <strong>de</strong> Souza Rego,<br />

José Joaquim d'Oliveira Bastos, Paulo<br />

Teixeira <strong>de</strong> Queiroz, João dos Santos<br />

Apostolo, Vitor Carlos da Fonseca.<br />

Terminaram os átos dêste anno do<br />

periodo tranzitòrio-<br />

3.° ano — Abel da Fonseca Alen-tunato G>n>; 5>oiçá, Biltanr A a m ;to<br />

P<br />

coão Bordalo, Abilio Eujenio Pontes,<br />

Acácio d'01iveira Moz, Adolfo Alexandrino<br />

da Conceição, Adriano Gomes Ferreira<br />

Pimenta, Agostinho <strong>de</strong>"Jesus Gonçalves<br />

Rapazote, Albertino Augusto Rodrigues<br />

da Costa, Alberto <strong>de</strong> Barcelos e<br />

Noronha, Alfredo Francisco Iglesias Men<strong>de</strong>s<br />

da Silva, Alfredo Maria Rego. Alvaro<br />

Gregorio da Silva Lucas, Alvaro Pereira<br />

Dias Ferreira, Antero Maria Bordalo<br />

<strong>de</strong> Vilhena. Antonio Anastácio Bento<br />

da Costa Janior, Antonio Apolinário<br />

Ferreira da Silva Oleiro, Antonio Emilio<br />

Rodrigues Aleixo, Antonio Ferreira da<br />

Costa Agavez, Antonio Joaquim Coutela<br />

Júnior, Antonio Jnze Abelho'Mexia, Antonio<br />

Luiz Gomes da Silva, Antonio Luiz<br />

Rebêlo.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

4.° ano —Abe! da Cruz Pereira do<br />

Vale, Abilio Ribeiro <strong>de</strong> Almeida, Alfonso<br />

dos Santos Monteiro, Agostinho <strong>de</strong> Pina<br />

e Sousa, Alberto Carlos <strong>de</strong> Pinho, Alberto<br />

Diniz da Fonseca, Alberto Novais<br />

da Costa Leite, Alfredo Ferreira Cortez,<br />

Alipio Jozé Santiago, Antonio Cardozo <strong>de</strong><br />

Jirão, João Enrique Pinheiro.<br />

5.° ano — Abraão Mauricio <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Adriano <strong>de</strong> Campos Enriques,<br />

Adriano Vieira Coelho, Afonso Armando<br />

<strong>de</strong> Seixas Vidal, Manuel Carreiro dó<br />

Rego, Afonso <strong>de</strong> Gouveia Pinto Mascarenhas,<br />

Alberto <strong>de</strong> Campos Melo, Alberto<br />

Cardozo <strong>de</strong> Souza Araujo, Alberto Marques,<br />

Alberto Pinto Gouveia, Alvaro Juio<br />

Barboza, Amílcar Barca Martins da<br />

Cruz da Rocha Peixoto.<br />

Ribeiro.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira, exames<br />

poldo Jerardo Martips.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

teoricos: Leo-<br />

Exames práticos: Licinio Cantarino,<br />

José Joaquim Ferreira <strong>de</strong> Melo Botelho.<br />

2,° ano, 3. a ca<strong>de</strong>ira : Carlos Duque.<br />

Periodo tranzitòrio: Aparicio Rebelo<br />

dos Santos..<br />

Terminaram os átos dêste ano do periodo<br />

tranzitòrio.<br />

Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho — 1.°<br />

ano — Jozé Paulo Teixeira do Amaral,<br />

Bernardino <strong>de</strong> Sôna Martins, Mário <strong>de</strong><br />

Sá Chaves, distinto; Manuel Jozé da<br />

Costa Júnior, distinto; Jaime dos Santos<br />

Páto, distinto; Anibal da Conceição<br />

Costa e Silva Pinto dos Santos, Jerónimo<br />

Pinto Montenegro Carneiro, Viriato<br />

Augusto Ta<strong>de</strong>u, distinto; Jozé Augusto<br />

Beja Neves, distinto; Veríssimo Freitas<br />

da.Silva, Manuel Nave Catalão, Miguel<br />

Vaz Pereira Pinto Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Bacelar,<br />

Eurico Cunha Barbeito da Silva,<br />

Luiz Augusto. Casimiro <strong>de</strong> Freitas, Afonso<br />

Aires <strong>de</strong> Gouveia Alcoforado.<br />

Faltou ao exame um aluno.<br />

2.° anó — Abilio Augusto da Silva<br />

Barreiro, João Antonio <strong>de</strong> Matos Romão,<br />

José Paes d'Almeida Graça, distinto;<br />

Luiz Emilio Ramires, João Soares<br />

Brandão.<br />

Faculsla<strong>de</strong> dc Filozoíla<br />

Agra<strong>de</strong>cimento<br />

O con<strong>de</strong> da Covilhã, e seus filhos,<br />

penhoradissimos pelas muitas<br />

próvas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração e <strong>de</strong> estima<br />

que lhe fôrão dispensádas pelas<br />

pessoas <strong>de</strong> suas relaçõis, durante a<br />

doença que o acometeu nésta cida<strong>de</strong>,<br />

que, ou o vizitárão, ou pedirão<br />

infonnaçõis do seu estádo <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, tendo <strong>de</strong> se retirár para cása<br />

por conselho <strong>de</strong> seus médicos, a<br />

tôdos maniféstão, por ésta iórma, o<br />

seu vivo reconhecimento, e oferécem<br />

a sua cása, visto não o po<strong>de</strong>rem<br />

fazêr pessoálmente, como <strong>de</strong>vêr e<br />

gráto lhes éra. E, com particúlár<br />

gratidão, testemúnhão o seu agra<strong>de</strong>cimento<br />

ao distincto médico, ex. mo<br />

dr. Armando Gonçálves, que, tão<br />

proficiente e solicitâmente, se ouve<br />

em tão aguda crize; bem como<br />

muito apértão a mão ao seu diléto<br />

amigo e médico <strong>de</strong> sua cása, o ilo<br />

'<br />

lustre dr. Albérto Deodáto da Cósta<br />

Ráto, da Covilhã, que tão <strong>de</strong>dicádamente<br />

quis, mais uma vês, vir dárlhes<br />

a próva da sua amizá<strong>de</strong> e prováda<br />

competencia.<br />

Coimhra, 13' <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

2.° ano. Periodo transitorio — Apa-<br />

•<br />

1. ' ano—i. a ca<strong>de</strong>ira, exames prati<br />

cos — Jozé Nogueira Menezes <strong>de</strong> Almeida,<br />

Jozé Pinto Meira, Manuel Lourenço<br />

Dias, Jozé Luiz dos Santos Moita, Antonio<br />

Batista dos Remédios, Jàzé Joaquim<br />

<strong>de</strong> Moraes Miranda, (os dois últimos re<br />

petem os átos para po<strong>de</strong>r exercer clinica<br />

em Portugal. São médicos por universida<strong>de</strong><br />

estranjeiras).<br />

Ouve uma reprovação.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira, exames práticos: Antonio<br />

Batista dos Remedios, Jozé Joaquim<br />

<strong>de</strong> Morais Miranda, (médicos por uni<br />

versida<strong>de</strong>s estranjeiras).<br />

2.° ano — 3.* ca<strong>de</strong>ira - Fernando<br />

Duarte Silva <strong>de</strong> Almeida Ribeiro, distinto;<br />

Francisco Pedro <strong>de</strong> Jesus, Geraldino<br />

da Silva Baltazar Brites, distinto: João<br />

Gonçalves Pereira; 3. a ca<strong>de</strong>ira: Adolfo<br />

<strong>de</strong> Lemos Viana, Alberto Bastos da Costa<br />

e Silva, Jozé Augusto <strong>de</strong> Lemos Peixoto,<br />

distinto; Jozé Tavares .Lucas do Couto,<br />

distinto, Manuel Jozé <strong>de</strong> Macedo Barboza,<br />

D. Maria da Gloria Paiva, distinta.<br />

3." ca<strong>de</strong>ira, Alberto Cupertino Pessoa,<br />

Alexandrino Lopes Russo.<br />

5. a ricio Rebêlo dos Santos, Jozé Augusto<br />

<strong>de</strong> Oliveira e Vasconcelos.<br />

2.° ano—4.<br />

ca<strong>de</strong>ira, exames práticos — Adolfo<br />

<strong>de</strong> Lemos Viana, Alberto Bastos da<br />

Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa<<br />

Alexandrino Lopes Russo, Alfredo Lopes<br />

<strong>de</strong> Matos Chaves, Alfredo Soares Couceiro.<br />

3.° ano — Exames práticos: Abilio<br />

Augusto da Silva Barreiro, Alvaro Augusto<br />

Santiago, Antonio da Cunha Saraiva<br />

d'0!iveira Batista, Arnaldo Nogueira Lemos,<br />

Arnaldo Vieira Neves Cruz, Abilio<br />

Augusto da Fonseca Silva Barreiro, Alf<br />

bano Augusto Santiago, Carlos Balbino<br />

Dias, Carlos da Costa Araujo Chaves,<br />

Domingos da Costa Martins, Eduardo da<br />

Silva, forres, Enrique Luiz Doria Omem<br />

Corte Real.<br />

a ca<strong>de</strong>ira: Armindo Afonso<br />

Tavares, Augusto Camossa Nunes<br />

Saldanha, Jozé Cristino, distinto; Diniz<br />

Severo Correia <strong>de</strong> Carvalho, Jozé Ber<br />

nardo Lopes, Francisco d'Almeida Pessanha,<br />

(abilitado para exame no anno létivo<br />

<strong>de</strong> 1895-1896), Jaime dos Santos Pato,<br />

Raul Queimada Souza.<br />

Periodo tranzitòrio: Baltazar Augusto<br />

Ribeiro.<br />

3.° ano — Rotanica -Adolfo Correia<br />

Soares, Franscisco d'Almeida Pessanha.<br />

Manuel Justino <strong>de</strong> Carvalho Pinto Coelho<br />

Vale e Vasconcelos, Jozé Maria Barboza<br />

Tamagnini <strong>de</strong> Mstos Encarnação, Baltazar<br />

Augusto Ribeiro, .Joaquim Artur dos<br />

Santos Machado, Alberto <strong>de</strong> Sá Marques<br />

<strong>de</strong> Figueiredo, Izáura Batista <strong>de</strong> Figueiredo<br />

e Oliveira, Jozé Augusto d'0!iveira<br />

e Vasconcelos, Antonio Luiz Machado<br />

Guimarães, Francisco Cortez Pinto.<br />

4.° anno — Zoolojia — Adolfo Correia<br />

Soares,'Manuel Justino <strong>de</strong> Carvalho Pinto<br />

Coelho Vale e Vasconcelos.<br />

Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho — 1.*<br />

anno; Fernando' Baeta Bissaia Barreto<br />

Roza, João-Augèsto Ornélas e Vasconcélos,<br />

distinto; Jozé Maria Gomes Estima,<br />

Manuel Lopes Marçal Júnior, Carlos Elias<br />

da Gosta Júnior; Gustavo Duriez, Esteves<br />

Pereira, A<strong>de</strong>lino da Silva Lopes, David<br />

<strong>de</strong> Souza Gonçalves Júnior.<br />

Faltaram 2 alumnos ao exame.<br />

2.° ano—periodo tranzitòrio: Fernando<br />

Vasques da Cunha Braamcamp <strong>de</strong><br />

Mancelos, Antonio Joaquim Machado <strong>de</strong><br />

Eo«p Cerqueira.<br />

4.° ano Abilio Augusto Ferreira<br />

<strong>de</strong> Magalhães e Américo <strong>de</strong> Sousa Camões,<br />

Antonio Ruiva! Safedía, Armando<br />

Macedo, Augusto Maria Gouveia dos<br />

Santos, Bernardo d'Aguilar- Teixeira Cardozo,<br />

Bernardo Augusto Loureiro Polonio,<br />

Calixto <strong>de</strong> Souza Brandão.<br />

5.° ano,' exames práticos — Afonso<br />

<strong>de</strong> Melo e Silva Amorim, Agostinho Ferreira<br />

Coutinho, AlDerto <strong>de</strong> Barros Castro,<br />

Alberto Sabino Ferreira, Augusto<br />

Rodrigues Almiro, Filipe Cezar Augnsto<br />

Baião" João Antonio Pinto Bugalho, Jozé<br />

<strong>de</strong> Carvalho Omem, Jozé Gomes Lopes,<br />

Jozé d'Oliveira Xavier, Alberto <strong>de</strong> Barros<br />

Castro, Alberto Sabino Ferreira.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> SIatemàíica<br />

1.° ano, ,2, 3 ca<strong>de</strong>ira —átos práticos—<br />

José <strong>de</strong> Sá Paes do Amaral, Luiz<br />

Augusto Casimiro <strong>de</strong> Freitas, Leopoldo<br />

Jerardo Martins, Serjio d'Assumção<br />

Moraes e Castro, Carlos Augusto Mascarenhas<br />

Gomes, José Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />

Amaral, Viriato Augusto Ta<strong>de</strong>u, Alvaro<br />

<strong>de</strong> Freitas Morna, José Augusto <strong>de</strong> Beja<br />

Neves, Antonio José Bernar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miranda,<br />

i. a ANUNCÍO<br />

Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comarca<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />

2.° officio, vão á praça, para serem<br />

vendidos em.âsta pública, no dia 26 *<br />

do corrente, por 11 óras da manhã,<br />

á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />

lanço acima da avaliação, os seguintes<br />

prédios:<br />

Uma caza <strong>de</strong> abitaçao, sita no logar<br />

e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />

avaliada em sessenta mil reis.<br />

Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />

logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />

Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />

abatido o fôro, em trinta mil<br />

reis.<br />

Fôrão penhorados na execução<br />

por custas, que o Ministério Publico<br />

nesta comarca, move contra Mário<br />

Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />

no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />

a quem pertencem respótivamente,<br />

para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />

42:370 reis e custas acrescidas.<br />

Pelo prezênte são citados quaisquér<br />

credores incertos, para assisti real<br />

á praça.<br />

T I P O G R A F O<br />

Muito abilitado em compozição<br />

e impressão, preciza-se para dirijir<br />

uma boa oficina recentemênte montada<br />

n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />

Antonio d'Almeida, e Silva, ter- Prefére-se individuo que tenha já<br />

minando com o estabélcimento que estado a dirijir outras boas tipogra-<br />

possuía na rua da Sofia, faz venda fias e que dê os melhores referen-<br />

do balcão, armação, balanças, pezos, cias sobre as suas abilitaçõis e<br />

arções e bancadas.<br />

comportamento.<br />

Para tratar ná mesma rua da Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />

Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban- Ex.<br />

<strong>de</strong>ira n.° 61.<br />

ca<strong>de</strong>ira, Fernando Baeta Bissaia Óarreto<br />

Roza distinto, Carlos Augusto Mascarenhas<br />

Gomes, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira<br />

do Amaral, João Lopes Fernan<strong>de</strong>s Manuel,<br />

Alfredo <strong>de</strong> Meio Pereira <strong>de</strong> Carva<br />

lho.<br />

Faltou ao ponto um aluno e ouve duas<br />

reprovaçõis.<br />

ano. Periodo tranzitorio — For-<br />

,no Sr. Augusto Luis Martha,<br />

Praça do Comércio.<br />

BANDEIRA ENCARNÁDA Á JANÉLA<br />

No próximo domingo é segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se<br />

liquidação dos seguintes objétos:<br />

Um guárda vestidos com espêlho, uma cama <strong>de</strong> mógno para<br />

casádos, cinco.camas <strong>de</strong> fé.rro com amarélos sendo duas para casádos,<br />

duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala,<br />

um lavatório -tuáléte com pédra, duas mezinhas <strong>de</strong> cabeceira, uma<br />

escrivaninha, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço, dois armários <strong>de</strong> cozinha, um<br />

fogão, uma banheira <strong>de</strong> zinco para creança, um relójio <strong>de</strong> sála, um<br />

baú <strong>de</strong> couro, mêzas <strong>de</strong> sála, um piãno para estúdo, um cobertor <strong>de</strong><br />

damásco, uma imájem <strong>de</strong> Santo Albérto, e outra <strong>de</strong> S. João, diferentes<br />

louças, um sofá e duas poltronas estofádas.<br />

Redomas, quádrós, lantérnas para janélas, um relójio antigo em<br />

ébano.<br />

Três reposteiros <strong>de</strong> sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda<br />

antiga <strong>de</strong> pau prêto e mais objétos que esiârão patentes nos dias acima<br />

indicádos dês<strong>de</strong> as 11 da manhan ás 8 da noute.<br />

N. B.— Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirados, porque é<br />

urjente <strong>de</strong>spijár a cása, '


PPvoQ^EDi<br />

ET<br />

PRo<strong>de</strong>^E<br />

<strong>Coimbra</strong><br />

installação provisoria: rua da Sota n° 8.<br />

VIMOS DE PASTO<br />

G - B N I T I N - O S<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

Para consumo e exportação<br />

Vendas por junto e a miado<br />

Tabella «le preços <strong>de</strong> veada a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

° I Garrafa Garrafa<br />

'•55 <strong>de</strong> litro bordaleza<br />

Marcas u —, —<br />

ce<br />

T3 i 6 1 12<br />

Tinto GRANADA • 600 120 80<br />

» CORAL • • • 600 120 — * 80 —<br />

Braneo ÂMBAR •. 650 — — 100 —<br />

» TOPÁZIO- — — 120 —<br />

j Nos preços indicados não vae i ncluida<br />

a importancia do garrafão (360<br />

réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />

. a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bor-<br />

! daleza), que se recebem pelo cnsto.<br />

Prevenção. — Os garrafões le-<br />

Distribiáção gratuita aos domicilios, vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das gàrra/as e garrafões<br />

compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />

garrafas fogo, ao I a do e na parte superior.<br />

Agua da Curia<br />

(Mogof ores—Anadia)<br />

K E Z I i T E ^ C l l — fninla«lVii*a, 16 <strong>de</strong> JnnSio <strong>de</strong> 1 9 0 1<br />

Sulfatada—Calcica<br />

A única analysaria no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> G0NTREXÉV1LLE,<br />

nos Vosges (França)<br />

Estabelecimento balnear a 2 kilomctros tia estação <strong>de</strong> llogofores<br />

Carros* á chegada <strong>de</strong> todo* os comboio»<br />

lUíBICAÇÔES<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesicaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes espeeies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Coma purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />

se lhe avantaje<br />

As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex.T sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia uão se altera, nem pelo tempo,<br />

nem pelo transporte<br />

A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

" Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

Vinhos tintos - • -<br />

Vinhos brancos-<br />

Vinhos licorczos<br />

Vinagre•<br />

Azeite • •<br />

4, Itua Ferreira Ilorg , c§<br />

da Emoreza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> Maoos<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete<br />

Trinca<strong>de</strong>iro<br />

Clarete<br />

Marialva<br />

(SEM GARRAFA)<br />

Fernão Pires ,<br />

Sauterne<br />

Diagalves<br />

Marialva<br />

Licoroso branco<br />

» tinto!<br />

Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Ttieodorico<br />

Pimentel<br />

Branco . . . . .<br />

Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof.- Dr. Francisco<br />

d'01iveira Feijão)<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

Garafa l /i gar<br />

no (50<br />

130 70<br />

150 80<br />

170 90<br />

140 80<br />

170 90<br />

ISO 100<br />

ltO 100<br />

250<br />

250 —<br />

500<br />

—<br />

90 —<br />

300<br />

Preços especíaes para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — João Borjes<br />

ftucursal na Alta<br />

27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Finto<br />

Pastelaria e confeitaria Téles<br />

150—Jiua Ferreira Borges—156<br />

COIMBRA<br />

Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra<br />

-se á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos coiícer<br />

nentes a estabelecimentos désta naturêza.<br />

I>Òces <strong>de</strong> OTOS com os mais finos recheios.<br />

l)OCCS (le fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, sêcos e cristalizados.<br />

Fabricam-se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s.<br />

Variada pastelaria ean todos os generos, especializando os <strong>de</strong> iolhado.<br />

Galantines diversas. Téte d'Achar. B»atè <strong>de</strong> Lievre e Foie.<br />

Saucisses. JPudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />

f ã © <strong>de</strong> 10, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />

Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />

marcas.<br />

Amêndoas, bombas, chocolates, queijos, chás, etc., etc.<br />

Caíé, iboToidas o c o r v o i a s<br />

Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />

na Couraça <strong>de</strong> Lihoa, 32<br />

FABRICA DE TELIIÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />

Pedro d st Silva Piíifro Colanfera<br />

Premiado na Kxpo&ição <strong>de</strong> Ceramiea Portuguêza. no Porto,<br />

em 1883. com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />

medalha <strong>de</strong> cobre na Exposição Bistrictal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1884<br />

3®, Siua <strong>de</strong> *©ão Cabreira, 81—COIMBRA<br />

A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoa mais<br />

habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões p«ra retretes<br />

vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tjijolos<br />

grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />

etc., etc.<br />

Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />

Procos eoonomioos<br />

A C Y T I L E N E<br />

Carbureto <strong>de</strong> Cálcio francês, rendimentogarantido da 300 litros por kilo,<br />

os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />

Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessonos<br />

NOVA LUZ A GAZOLINA<br />

Po<strong>de</strong>r illum laxante: IOO vellas por bico<br />

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Mandam-se grátis catalogos e preços correntes<br />

A . RIVIÉRE<br />

KUA OE SÍ. Paulo. RÍ. 0 O. I.» AIV'DAR<br />

©<br />

s<br />


Editor<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />

Candidatos republicanos<br />

São candidatos republicanos<br />

pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />

que se realízâo no dia 26, os<br />

seguintes cidadãos:<br />

Bernardino Luis Machado<br />

C*uimarãis (Dr.) professor<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Manuel <strong>de</strong> Arriaga<br />

(Dr.), advogado.<br />

Alonso Aug-usto d a<br />

Costa (Dr.), professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />

Antonio jozé <strong>de</strong> Almeida<br />

(Dr.), medico.<br />

Paulo Jozé Falcão<br />

(Dr.), advogado.<br />

Em Portugal, mercê dos processos<br />

<strong>de</strong> violência e corrução uzados<br />

pelo Po<strong>de</strong>r, a politica provocou<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>sprezos. Desvirtuou-selhe<br />

a significação eleváda e púra<br />

Esta expressão — politica — passou<br />

a <strong>de</strong>zignar um amontoado <strong>de</strong> pra<br />

ticas indignas, <strong>de</strong> abilida<strong>de</strong>s torpes,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spotismos revoltantes. Como<br />

seus reprezêntantes indicárão-se vi<br />

lõis <strong>de</strong> vária classe e aparência,<br />

dês<strong>de</strong> o conselheiro, que na capita'<br />

trafica em larga escála, aos cágados<br />

que nas rejedorías sertanéjas se<br />

pronuncião com a autorida<strong>de</strong> na<br />

barriga.<br />

O conceito alto da politica foi<br />

posto <strong>de</strong> parte, e esta palavra pas<br />

sou a ter fóros duma das obscenida<strong>de</strong>s<br />

arrepiantes. A politica <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />

ser uma sinteze <strong>de</strong> principios;<br />

para ser uma profissão lucrativa <strong>de</strong><br />

vários salafrários inúteis, umagazúa,<br />

um alcouce.<br />

Admitido tal significado, e provado<br />

que a essência dos factos estava<br />

fielmente concor<strong>de</strong> com tal<br />

indicação, a politica provocou a abstenção,<br />

crescente duma gran<strong>de</strong><br />

mássa <strong>de</strong> indivíduos, a quem enojava<br />

a cumplicida<strong>de</strong> em tais trapáças.<br />

E eis porque a imoralida<strong>de</strong> cresceu,<br />

os atentados redobrárão <strong>de</strong><br />

violência e frequência, e o país <strong>de</strong>rivou<br />

a esta vergonhóza situação,<br />

que fás pena e fás nauzéas, que<br />

contrista e revolta.<br />

Ficárão em campo, sem peias,<br />

sem ameáças, os sujeitos que da<br />

politica se senhoreárão como bom<br />

filão a explorar.<br />

Manobrárão á vonta<strong>de</strong>. Afirmárão,<br />

falsificárão, subornárão, roubárão.<br />

E rirão da Justiça, dos códigos,<br />

dos vários podêres organizádos<br />

ripara assegurar os direitos dos cidadãos.<br />

Érão mariolas, traficantes,<br />

gatunos, mas ao abrigo da lei, com<br />

visto dos podêres públicos e licênça<br />

do ordinário. /<br />

Assim a politica portuguêza se<br />

transformou em terrível encruzilháda,<br />

on<strong>de</strong> nem mesmo <strong>de</strong> bacamarte<br />

aperrado é seguro pôr a salvo a vida<br />

e a carteira.<br />

Ora este estado <strong>de</strong> coizas á<br />

muito que vem fomentando protéstos<br />

e reclamaçõis. Á um mal estar<br />

formidável. Os mais calmos temperamentos<br />

se conjestiónão em crizes<br />

arrebatadas. E que é preeizo moraizar<br />

a politica, dignificál-a, restituir-lhe<br />

o significado justo, arrancála<br />

das mãos da matulájem que a<br />

prostituiu, é ôje uma opinião jeral,<br />

repetida com insistência, gritada<br />

com <strong>de</strong>zespêro. Mas moralizar a<br />

politica importa con<strong>de</strong>nar os políticos<br />

que a <strong>de</strong>smoralizárão. Protestar<br />

contra êles é tudo. Fazer aseléção,<br />

<strong>de</strong>sprezá-los, pô-lós ao canto, e trazer<br />

para a frente, para a lús, os que<br />

tenhão sido preteridos e roubados,<br />

precizamente porque lhes sobrem<br />

cabedais <strong>de</strong> intelijencia e caráter,<br />

é a gran<strong>de</strong> missão a realizar.<br />

Bater a indiferença e o <strong>de</strong>zalento<br />

que relegárão para uma inativida<strong>de</strong><br />

funésta uma rná^sa enorme <strong>de</strong> cidadãos,<br />

eis o ponto por on<strong>de</strong> é preeizo<br />

rompêr.<br />

Nem sempre os que grítão contra<br />

a imoralida<strong>de</strong> da politica se dispõem<br />

a combater efétivamente essa<br />

imoralida<strong>de</strong>. Antes a auxilíão e<br />

mantém, esquecendo as suas palavras<br />

com vergonhóza facilida<strong>de</strong>. Se<br />

os compromissos tomados em lance<br />

<strong>de</strong> protéstos se cumprissem, se os<br />

fátos acompanhassem coerente e<br />

onradamênte as palavras, outra seria<br />

a nossa situação.<br />

Nas eleiçõis se tem principalmente<br />

revelado a doblês <strong>de</strong> caráter<br />

<strong>de</strong> muitos. E é em virtú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa<br />

doblês que os protestos <strong>de</strong> certa<br />

or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong> certas classes são <strong>de</strong>zautorizádos<br />

e impotêntes para compelir<br />

os govêrnos á adóção <strong>de</strong> nóvas<br />

praticas administrativas.<br />

Assim é preeizo que todos sáibão<br />

cumprir, e cumprir onradamente<br />

os seus <strong>de</strong>vêres cívicos. Intervir<br />

na politica, com onra e com<br />

patriotismo, não é cumplicitar com<br />

as suas torpêzas, é procurar levanta-la,<br />

purifica-la.<br />

Todos os que protéstão tem<br />

obrigação <strong>de</strong> ser coerêntes, e assim,<br />

em todos os momêntos propícios,<br />

manifestarém-se praticamente em<br />

armonia com as suas opiniõis.<br />

Aquêles que <strong>de</strong>smentem, por<br />

átos, as suas palávras, serão tudo<br />

menos ómens <strong>de</strong> bem e <strong>de</strong> convicçõis.<br />

E é por se não terem juntado<br />

todos os ómens <strong>de</strong> bem e <strong>de</strong> ccnvicçõis<br />

que a politica <strong>de</strong>sceu tanto.<br />

No momênto, tem todos os que<br />

reclâmão contra esta politica <strong>de</strong><br />

bandidos e <strong>de</strong>zéjão uma politica <strong>de</strong><br />

onra e <strong>de</strong> patriotismo, ocazião excelênte<br />

<strong>de</strong> provarem a sua sincerida<strong>de</strong>,<br />

lavrando um magnifico protésto.<br />

Vão realizar-se as eleiçõis, <strong>de</strong>ntro<br />

em breve, a 26 do corrente. O<br />

partido republicano aprezênta os<br />

seus candidatos—nomes todos con<br />

sagrados pelas altas qualida<strong>de</strong>s que<br />

os abrilhantão e pelo exemplo da<br />

sua vida, enobrecida no culto intranzijênte<br />

d'uma i<strong>de</strong>ia.<br />

Votar nos candidátos republicânos<br />

é votar contra a corrução<br />

dominante e pelo advênto duma<br />

politica nova <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> e liber-<br />

da<strong>de</strong>: é lavrar um protesto digno<br />

contra todos os atentados, todas as<br />

vergonhas e todas as extorsõis <strong>de</strong><br />

que o pais tem sido vitima, e <strong>de</strong><br />

que ainda á pouco se fês com duro<br />

rigor o famôzo inventário: é consagrar<br />

uma alta prova <strong>de</strong> justiça a<br />

nomes <strong>de</strong> ómens que todo o país<br />

conhece e admira pela excecionalida<strong>de</strong><br />

dos seus nobres predicados: é<br />

emfim dar aos governantes uma<br />

sevéra lição, mostrando-lhes que os<br />

seus abuzos, os seus <strong>de</strong>sprêzos, as<br />

suas violências não pássão impunes,<br />

e que o país não abdicou ainda da<br />

sua lejitima soberania para ser tratado<br />

como um passivo e ignóbil re>banho<br />

<strong>de</strong> escravos.<br />

Votár nos candidátos monárquicos,<br />

é votár pela permanência duma<br />

politica <strong>de</strong> bandoleirismo audaciôzo<br />

que tem explorádo e vexádo o<br />

país, <strong>de</strong>ixando-o sem exército, sem<br />

marinha, sem instrucção, sem crédito,<br />

aos acázos da caprichóza loucura<br />

<strong>de</strong> cínicos e megalomanos incuráveis:<br />

é votar pela confuzão dos<br />

dois erários, pela correjedoria, pelo<br />

rejimen do convénio, da reação relijioza,<br />

do contrato Wiliams, das<br />

embaixadas á China, <strong>de</strong> todas as<br />

vergonhas e <strong>de</strong> todos os escandalos<br />

que teem <strong>de</strong>zonrado o nosso nome:<br />

é votar contra a Liberda<strong>de</strong> e a Justiça<br />

pelo prcviléjiu e pela iniquida<strong>de</strong>,<br />

contra a onestida<strong>de</strong> e o civismo pela<br />

corrução e o abastardamento: é<br />

sancionar todo o Passado <strong>de</strong> inqualificáveis<br />

vilanias>é votar contra um<br />

futuro <strong>de</strong> reivindicaçõis nobilitadôras.<br />

Os eleitores do circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

são chamados a escolher, e<br />

francamente lhes diremos que quem<br />

fôr onesto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e patrióta<br />

á-<strong>de</strong> escolher os candidátos républicanos.<br />

Eles não temem discussõis<br />

nem confrontos. Eezafião o<br />

odio dos adversários, com a serena<br />

corajem <strong>de</strong> quem está bastante alto<br />

para que a lama lhe chegue. São<br />

reprezentantes d'um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, cuja <strong>de</strong>fêza<br />

teem feito com um brilho e uma<br />

grandêza moral que não <strong>de</strong>páiâo<br />

egual no campo adverso.<br />

Fáção o confronto. E escôlhão<br />

com consciência, com onra e com<br />

patriotismo:<br />

A' xirna poios oanciídatosrepulblicanos!<br />

Apreençõis<br />

Revolta-nos ,esta ipocrizia amavel em<br />

uzo 11a imprensa portuguêza <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçar<br />

condolências aos coléjas vitimados<br />

pela fúria do Po<strong>de</strong>r.<br />

Palavra-, palavras, palavras. Uma<br />

indignação postiça que agrava mais a<br />

revolta sincéramente sentida pelos que<br />

não sofrem a condição <strong>de</strong> escravos que<br />

os governos pretên<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ferir-lhes.<br />

Mostras fracas <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que<br />

não rezistem á menor prova séria e é<br />

apenas um anteparo para a covardia do<br />

maior numero.<br />

0 «Mundo» e o «Debate» tem sido<br />

apreendidos, Escuzado é dizêr que protestamos<br />

contra o assalto; mas escuzado<br />

é também insistir em que, dispostos a<br />

um protesto sério, e efétivo, qualquer<br />

que ele seja nos repugna estar todos os<br />

dias a lamuriar as velhas frazes <strong>de</strong> estilo.<br />

Para o que quizerem, menos para<br />

comedias.<br />

• Centro Eleitoral Republicano<br />

3ozi Falcão<br />

TVo Ceaír» «Fozé Falcão são<br />

fornecidos iodos os dias, das<br />

8 oras da noite em <strong>de</strong>ánte,<br />

quaisquer esclarecimentos e<br />

informaçôis áeerca do áto eleitoral,<br />

po<strong>de</strong>ndo ali ser consultados<br />

por tôdos os eleitores<br />

os recenseamentos das respétivas<br />

freguesias.<br />

Os benefícios do rejimen<br />

Aos oloitoros<br />

Não à exercito<br />

«0 exército não está bem vestido,<br />

está mal calçado, o que é talvês peior<br />

do que estar <strong>de</strong>scalço, está <strong>de</strong>zarmado,<br />

não tem rezérvas em condiçõis <strong>de</strong> soli<strong>de</strong>s,<br />

não tem <strong>de</strong>pózijos, não tem quadros<br />

inferiores.em armonia com as unida<strong>de</strong>s<br />

contribuídas não pô<strong>de</strong> mobilizar-se nem<br />

sequer instruir-se como déve e como<br />

quér...Í<br />

(Carta do tenente-Cororiel Xavier<br />

Machado, publicado em apênso do Diário<br />

Ilustrado <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904.)<br />

Não ú marii)ba<br />

« Nem um navio <strong>de</strong> combate, a não<br />

ser um cruzadôr que talvês se possa empregar<br />

ao largo; <strong>de</strong>fêza torpe<strong>de</strong>ira.núla.<br />

Nem organização, nem pessoal <strong>de</strong>vidamente<br />

abilitado, nem a instrucção preciza.<br />

E' ama triste verda<strong>de</strong>,^ mas é preeizo<br />

que o país saiba que se <strong>de</strong>zenga<br />

nem os não profissionais, se, vendo esses<br />

poucos navios que possuimos, imaginão<br />

que éles pó<strong>de</strong>m reprezentar alguma couza<br />

como elementos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fêza.<br />

Não servirão senão para sacrificar<br />

aquêles que, pela onra da ban<strong>de</strong>ira que<br />

<strong>de</strong>fendém, queirão morrêr pela Patria no<br />

dia em que a Patria morrêr. »<br />

(Conferência do eapitão-tenente da<br />

Armada, João Batista Ferreira, extratado<br />

no Diário Ilustrado.)<br />

São palavras <strong>de</strong> monárquicos<br />

— para que em espíritos rezistente<br />

mente injénuos não fiquem suspeitas<br />

<strong>de</strong> que <strong>de</strong>svirtuamos ou menti<br />

mos.<br />

Não á exército.<br />

Não á marinha.<br />

Em compensação temos as instituiçõis<br />

monarquicas constitucionais.<br />

. .<br />

Vótem por élas!<br />

Ros comicios realizados<br />

contra as medidas da fazenda<br />

provárão-se as responsabilidã<br />

<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os partidos na<br />

situação <strong>de</strong> ignominia e <strong>de</strong><br />

ruina que esmaga o pais.<br />

Votár#nos candidatos aprezentãdos<br />

por esses partidos é<br />

fazer uma afirmação <strong>de</strong> crimi<br />

rcoza cumplicida<strong>de</strong>.<br />

Têm andado açodados os grosbonnets<br />

políticos cá do burgo.<br />

Parece até que o acôrdo rotativísta<br />

í a finjir, e que a lista leva jeites duma<br />

memorável conflagração.<br />

0 que é que os fará andar assim,<br />

em tão laborióza azáfama, batendo á porta<br />

dos eleitores pancadinhas respeitozas,<br />

com o seu melhor sorrizo e as suas palávras<br />

máis dôces?<br />

E' a intervenção dos républicanos na<br />

lista eleitoral ?<br />

Pedimos mil <strong>de</strong>scolpas, meus senhôres,<br />

se é essa a orijem das doidas correrias.<br />

Não era intenção nossa incommodar...<br />

Typ. Democratiea<br />

ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />

A FARÇADA<br />

A reação vem <strong>de</strong> têr a sua óra<br />

<strong>de</strong> êxito ostensivo e arrogante.<br />

Impudêntemente, sob o pretexto<br />

<strong>de</strong> comemorar o quinquajenario da<br />

Definição dogmatica da Imaculada<br />

Conceição, éla ascen<strong>de</strong>u ao monte<br />

Sameiro pela simples ancia do exibicionismo.<br />

Com o intuito aparênte <strong>de</strong> consagrar<br />

é radicar mais a submissão<br />

cultual por um facto que a ciência,<br />

a razão e a istoría repelem para o<br />

domínio do absurdo e irrizorio, não<br />

fês mais do que patenteár a sua<br />

força e a sua audacia com o orgulho<br />

inflexível <strong>de</strong> quem vê aluir e<br />

findar irremedialmente o arbitrario<br />

po<strong>de</strong>rio e a supremacia intranzijente<br />

d'outr'ora.<br />

A singular ipocrizia com que<br />

preten<strong>de</strong>u exaltar a fé n'essa manifestação<br />

injustificável não mascarou<br />

e ocultou também a manigancia<br />

capcióza das vaida<strong>de</strong>s e interésses,<br />

postos em jogo, e bem altos e evi<strong>de</strong>ntes<br />

para atestar irredutivelmente<br />

a vilêza e a insincerida<strong>de</strong> dos seus<br />

propózitos.<br />

Todavia, repetimos, a reação<br />

'cercada das regalias e privilejios,<br />

que n'este pais largamente se conce<strong>de</strong>m<br />

a tudo o que se bazeie n'um<br />

principio inaceitavel e mau, teve<br />

os seus momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sforçado<br />

triunfo.<br />

Para que fosse o mais retumbante<br />

possivel não faltárão, n'um<br />

espirito <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> disciplinada,<br />

as simpatias excepcionais d'altissimas<br />

figuras, o concurso unanime<br />

dos chefes da Igreja, o beaterio<br />

aristocrático e galanteios núcleos<br />

d'organização clerical e a comparência<br />

ou a<strong>de</strong>são dos seus elementos<br />

d'ação.<br />

E' certo. Mas não obstante isso<br />

este triunfo foi simplesmente <strong>de</strong><br />

farça.<br />

Repare-se nessa Aca<strong>de</strong>mia em<br />

que por vezes se <strong>de</strong>u largas a uma<br />

loquacida<strong>de</strong> inconveniente e inverozimil,<br />

atente-se na macaqueação<br />

reles ç^ridicula, sem objetivos muito<br />

<strong>de</strong>votos, das procissõis noturnas<br />

á Lour<strong>de</strong>s, e n'esses cortejos, acentuadamente<br />

pagãos, que constituirão<br />

nóvos e in<strong>de</strong>fetiveis <strong>de</strong>poimentos<br />

da mariolatria com essa mirabolante<br />

cena da coroação, que não<br />

veio a ser o fecho apoteotico da<br />

pantomima, como se projetava, em<br />

virtu<strong>de</strong> da inabalavel e impassível<br />

contrarieda<strong>de</strong> da Natureza.<br />

Dir-nos-ão porem que nem tudo<br />

foi exteriorização ufanante, nem<br />

conquista astucióza <strong>de</strong> certos fins,<br />

ainda ocultos, dada a afluência respeitável<br />

dos fieis a manifestar o<br />

crescente e arraigado sentimento<br />

religiôzo da nação.<br />

O'! não nos iludamos.<br />

Essa multidão que acorreu ás<br />

chamadas festas jubilares não reprezenta<br />

o fervor da crença, mas personifica<br />

a Inconsciência que, aproveitando<br />

o ensejo excelente, se precipitou<br />

naturalmente para o <strong>de</strong>sfrute<br />

d'um íestival raro com <strong>de</strong>slumbramentos<br />

espetaculózos e pompózos,


2 REZISTENCIA — Domingo, 19 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 15ÍOI<br />

São sempre <strong>de</strong> reconhecido interesse<br />

para as localida<strong>de</strong>s que as promovem as expoziçõis<br />

e <strong>Coimbra</strong> como centro <strong>de</strong> uma<br />

granne e rica rejião agrícola, mais interésse<br />

<strong>de</strong>ve ter.<br />

E' <strong>de</strong> esperar que oste certamen seja<br />

muito concorrido e que os srs. agricultores<br />

venhão dar-lhe o brilho e a importancia<br />

que meréce.<br />

0 sr. Sertório Monte Pereira virá<br />

durante a expozição fazer uma conferencia<br />

sebre A agricultura e o Comercio em<br />

Portugal.<br />

Esta conferencia é esperada com interésse<br />

porque o sr. Sertório Monte Pereira<br />

é o dirétor do mercado central, e<br />

! Monárquicos e republicanos<br />

que profundamente impressiónão a ]<br />

aima popular, e para um pequeno 1<br />

gjzo <strong>de</strong> tréguas na lufa-lufa incessante<br />

da vida penózi e amarga.<br />

Eis a pura verda<strong>de</strong>.<br />

Aí fica pois reduzida aos seus<br />

justos limites essa clamoróza comemoração<br />

do dogma da Imaculada<br />

sobre que principia a c;:ír o pczado<br />

silencio do passado. Felismente que<br />

assim succc<strong>de</strong> a tudo aquilo qne não<br />

assenta na solidês in<strong>de</strong>strutível <strong>de</strong><br />

principios e fatos que ténhâo um<br />

fim mais nobre, mais jenerôzo, mais<br />

úmanitario.<br />

Certo que o esquécimento dos<br />

ómens e a justiça da istória serão<br />

implacaveis para tais repugnancias<br />

ignóbeis e irritantes entre as quais<br />

fica avultando essa monstruóza<br />

Farçada.<br />

Votár nos candidátos monárquicos<br />

é cometer uma traição.<br />

Porque é votár por um rejimen<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spotismo e <strong>de</strong><br />

crápula coiiíra o pais oprimido<br />

e roufeádo.<br />

Industria contestada<br />

0 Conimbricense, num arligo com respeito<br />

ás referencias d cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

trás a seguinte trancrição <strong>de</strong> Camilo<br />

Castélo Branco a propózito <strong>de</strong> Carlota<br />

Lady Jackson autora <strong>de</strong> A formóza Luzitania<br />

traduzida por êle do inglês:<br />

« Esta senhora ouve se jenerózamente<br />

Com a princêza do mondègo, Não é esse<br />

o costúme dos óspe<strong>de</strong>s inglèzes. Richard<br />

Twiss, que estève em <strong>Coimbra</strong> em 1773,<br />

ómem <strong>de</strong> lètras, escreveu um enorme<br />

livro ácerca <strong>de</strong> Portugal e Espanha, <strong>de</strong>dicando<br />

a <strong>Coimbra</strong> as seguintes cinco linhas<br />

: « <strong>Coimbra</strong> ê uma <strong>Universida<strong>de</strong></strong> si-<br />

« tuada num monte, pérto do rio Mon-<br />

» dègo, sobre o qual córre uma ponte<br />

« muito comprida e baixa, com muitos<br />

« arcos gran<strong>de</strong>s e pequênos. Rezi<strong>de</strong>m<br />

« aqui cinco familias inglêzas, uma das<br />

€ quais pertence a um médico. Esta ciai<br />

da<strong>de</strong> è celebrada pelos seus curiózos<br />

« cópos e caixas <strong>de</strong> corno polido ». This<br />

city is celebrated for its curious cups and<br />

boxes of turned horn. »<br />

Várias vézes têmos visto estra transcrição<br />

<strong>de</strong> Richard Twiss, sempre aprezentada<br />

em ar <strong>de</strong> duvida.<br />

Não á nada mais verda<strong>de</strong>iro: em<br />

<strong>Coimbra</strong> fazião-se no século XVIII obras<br />

<strong>de</strong> corno polido, que passávão por excelentes,<br />

e os trabalhos nacianais ocupando-se<br />

das industrias <strong>de</strong>sta boa terra não<br />

<strong>de</strong>ixávão passar esta sem o <strong>de</strong>vido encarecimento.<br />

As caixas e cópos <strong>de</strong> pau do ar, como<br />

mais polidamente dizião os autores porluguêzes,<br />

fabricavão-se em gran<strong>de</strong> cópia,<br />

(é ainda a mesma polida linguajem)<br />

na rua do Coruche, ôje Viscon<strong>de</strong> da Luz.<br />

Porque <strong>de</strong>zapareceria a industria ?<br />

Com o alargamento da rua ?<br />

Esse é o problema . . .<br />

Expozi.ção Agrícola<br />

Des<strong>de</strong> já se recebem os produtos <strong>de</strong>stinados<br />

á Exposição agiicola do distrito<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, na Escola <strong>de</strong> Agricultara e<br />

no estabelecimeuto dos srs. Nazareth &<br />

Filho na rua Ferreira Borjes n. cs Façamos o confronto. Marquemos a<br />

superiorida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>putados republicanos<br />

e as vantajens incalculáveis que ao pais<br />

advorião das suas eleiçõis.<br />

Façamos o confronto, dissémos, e<br />

não sabemos bem se o confronto é permitido<br />

entre ómens livres que reprezenlão,<br />

em toda a sua ptirêza, um gran<strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> altíssimas reivindicaçõis, e os<br />

subalternos <strong>de</strong> emprêzas exploradoras,<br />

escravos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das suas ambiçõis,<br />

dos seus interesses e dos seus chefes.<br />

Na lista républieâna todos os nomes<br />

<strong>de</strong>stàcão com indiscutíveis merecimentos,<br />

Quazi todos se provárão já nas li<strong>de</strong>s parlamentares<br />

lutadores <strong>de</strong> envergadura<br />

superior, ê a sua obra <strong>de</strong> saneamento<br />

eficás e <strong>de</strong> protesto salutar<br />

vinca uma excéção nolavel na vida charra<br />

ê ignóbil da chamada representação nacional,<br />

E tão gran<strong>de</strong> foi o alarme que<br />

a sua ação provocou, tantos os sustos<br />

que as suas vózes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e sevéros<br />

<strong>de</strong>spertárão, num alvoroço pávido,<br />

que os serventuários da realeza chegarão<br />

ao supremo <strong>de</strong>scáro <strong>de</strong> aventárem e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem<br />

a doutrina <strong>de</strong> que é preeizo<br />

impedir a entrada dos républicànos no<br />

parlamento.<br />

Os <strong>de</strong>putados monárquicos não rereprezentão<br />

os interesses peculiares do<br />

seu circulo nem os interesse jeraís do<br />

pais: répezentão apenas a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

oartido, os seus interesses e as suas ambiçõi>.<br />

Não têm liberda<strong>de</strong>: proce<strong>de</strong>m<br />

sob ór<strong>de</strong>m dta seus chéfes. Não têm<br />

consciência ; ob tdécem a motivos pequênos<br />

<strong>de</strong> conveniências. Não têm o culto<br />

dum i<strong>de</strong>al: têm <strong>de</strong>voção das personalida<strong>de</strong>s<br />

que pó<strong>de</strong>m garantir-lhes a vida<br />

fácil e ostentóza da madraçaria burccratica.<br />

A sua obra está patente : inútil, baixa,<br />

criminóza. Raro um lampéjo <strong>de</strong> eloquência,<br />

raríssimo um assomo <strong>de</strong> brio<br />

dão á discussão parlamentar o aspéto interessante,<br />

duma pugna on<strong>de</strong> se bátão<br />

consciências e on<strong>de</strong> brilhem espíritos.<br />

Não são uma falange: são um rebanho.<br />

Não são lejionários duma i<strong>de</strong>ia:<br />

são carneiros.<br />

Não viérão do sufrájio e da vonta<strong>de</strong><br />

consciente e livre do pais : viérão da protéção<br />

e da complacência do Ministério do<br />

Reino,<br />

Uma Associação comercial <strong>de</strong>nominou,<br />

á tempos, o parlamento um synédrio<br />

<strong>de</strong> inconfessáveis interésses. E <strong>de</strong> âno<br />

para âno esse sinédrio tem <strong>de</strong>scido á<br />

condição duma baiúca perigóza, on<strong>de</strong> se<br />

tramem atentados e se ensaiem c<br />

20 e 24.<br />

Devem ser acompanhados <strong>de</strong> uma<br />

guia e po<strong>de</strong>m ser enviados a qualquer dos<br />

pontos indicados, conforme melhor convenha<br />

aos srs. Expositores.<br />

#<br />

j  T í m<br />

Na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nos dias<br />

15, 16 e 17 <strong>de</strong> junho, fizéiam átos e<br />

ficaram aprovados os seguintes académicos<br />

:<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teolojla<br />

1.° ano—2.<br />

nas <strong>de</strong><br />

facádas.<br />

E' um antro.<br />

Por isso os <strong>de</strong>putados républicànos<br />

apavórão. Vózes severas que irião conclamar<br />

a verda<strong>de</strong>, com todo o brilho da<br />

intelijencia e com todo o po<strong>de</strong>r da conciencia,<br />

é preeizo sufocar-los, impedir que<br />

se fáção ouvir ómens in<strong>de</strong>pêndêntes, partidarios<br />

dum i<strong>de</strong>al que não reconhece<br />

outra soberania que não séja a do país,<br />

estávão <strong>de</strong>zembaraçádos para articular<br />

todo o formidável libelo contra as corruçõis<br />

famózas do rejimen.<br />

Para lonje, pois, faça-se o silêncio.<br />

Ouça-se apenas a linguajem pautada dos<br />

serventuários. Minta-se ao pais, e estreite-se<br />

a coligação dos que ão-<strong>de</strong> exploralo<br />

e envergonhá-lo.<br />

Mas o pais pô<strong>de</strong> afirmar bem alto a<br />

sua soberania e o seu protésto. Para os<br />

expoliados abre-se um ensejo <strong>de</strong> vindicta.<br />

Para os onéstos, os sãos, os patriotas<br />

proporciona-se um momento <strong>de</strong><br />

cumprir um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vêr civico.<br />

A' urna pelos candidatos<br />

republicanos!<br />

Trabálha-se átivamente nos festejos<br />

próximos da Rainha Santa, estando já<br />

organizadas muitas comissõis.<br />

Na Praça do Comércio, alem dasiluminaçõis,<br />

que prométem ser vistózas, averá<br />

um pavilhão <strong>de</strong> dança, e outro com um<br />

bazár a favôr da corporação dos guarda -<br />

nocturnos, que tão bons serviços estão<br />

prestando á cida<strong>de</strong>.<br />

De noite, em muitas ruas da baixa<br />

a ca<strong>de</strong>ira—Eduardo Augusto<br />

Fei reira Senrela, Jozé Francisco<br />

Soares, Jozé Marques Dias Júnior, Antonio<br />

Rodrigues d'Oliveira, distinto.<br />

2.° ano — 3.* ca<strong>de</strong>ira — Antonio Augusto<br />

(distinto), Joaquim Correia Salgueiro<br />

(distinto), Jozé d'Almeida Correia,<br />

(distinto), Albertino Augusto da Silva.<br />

3.° ano—Jozé Celestino da Silva.<br />

4.° ano—Alfredo Lopes <strong>de</strong> Sequeira,<br />

Alvaro Ribeiro da Costa Sampaio, Américo<br />

Augusto da Conceição, Antonio Bernardo<br />

da Silva.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direita<br />

1.° ano — l. a ca<strong>de</strong>ira —Antonio Pedro<br />

Nunes Coelho Sampaio, Antonio Pedro<br />

da Silveira Bagulho, Antonio <strong>de</strong> Amorim<br />

Jirão, Baltazar Enriques dos San'os, Caetano<br />

Tavares Afonso e Cunha, C irlos Alberto<br />

Nunes <strong>de</strong> Velez Juzarte Rolo, Francisco<br />

Cotrim da Silva Garcez, distinto.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

2. 4 ca<strong>de</strong>ira—João Canito <strong>de</strong> Oliveira,<br />

João <strong>de</strong> Espregueira da Rocha Paris,<br />

João Maria da Cunha Barboza, João Pe<br />

dro Emauz Leite Ribeiro, Jorje Paes Teles<br />

<strong>de</strong> Utra Machado, Jozé Afonso <strong>de</strong><br />

Lemos Albuquerque, Jozé d'Almeida Euzebio.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

3. a ca<strong>de</strong>ira — João Franco, Antonio<br />

Pereira da Silva, Xavier da Sitva Júnior,<br />

Baltazar <strong>de</strong> Almeida Teixeira, Alvaro<br />

Xavier <strong>de</strong> Castro, Erlan<strong>de</strong>r Serze<strong>de</strong>lo<br />

Ferreira Ribeiro, Jozé Fre<strong>de</strong>rico Colaço,<br />

Carlos Olavo Correia d'Azevedo Júnior,<br />

Antonio Pereira <strong>de</strong> Figueiredo, Artur <strong>de</strong><br />

Sant'Anna Leite, Jozé Guilherme Pinto,<br />

Ponce <strong>de</strong> Leão, (distinto), Tomás <strong>de</strong><br />

Gamboa Ran<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Melo.<br />

2.° ano—5. a ca<strong>de</strong>ira — Adolfo <strong>de</strong> Sá<br />

Cardozo, Agostinho Luiz Rodrigues Lima,<br />

Alberto Fernan<strong>de</strong>s Lopes <strong>de</strong> Sepulveda,<br />

Alberto Vicente da Silva, Alfredo Rodrigues<br />

Coelho <strong>de</strong> Magalhães, Alfredo Torla<strong>de</strong>s<br />

0'Neil, Alvaro Cezar Correia Men<strong>de</strong>s,<br />

Alvaro dos Santos Pato.<br />

G. a ca<strong>de</strong>ira —João Machado da Silva,<br />

João Pedro <strong>de</strong> Sousa, Joaquim José d'01iveira,<br />

Joaquim Nunes ú'Oliveira, Jozé<br />

d'Almeida Barreiros Tavares.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

7." ca<strong>de</strong>ira—Alfredo Jozé Rodrigues,<br />

Antonio Pereira Gomes, distinto; Artur<br />

Jozé Ferreira, Fernando Ferreira <strong>de</strong> Matos,<br />

Francisco Manuel Pereira Coelho,<br />

Jermano Jozé d'Amorim.<br />

3 ° ano—Antonio <strong>de</strong> Magalhães Rarros<br />

<strong>de</strong> Araujo Queirós, Antonio Policarpo<br />

das Neves, Antonio S. da Cunha, Antonio<br />

Vicente Marçal Martins Portugal, Arnaldo<br />

Ferreira da Silva Guimarães, Artnr Cardozo<br />

da Silva, Artur Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ma<br />

tos, Augusto Euqui<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Menezes, Au<br />

gusto Gomes Moreira, Benjamin do Carmo<br />

Braga Júnior, Carlos Alberto Teixeira<br />

Direito.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

4.° ano—Antonio Lopes <strong>de</strong> Almeida,<br />

4ntonio Maria Sequeira Queirós, Antonio<br />

Máximo Branco <strong>de</strong> Melo, Antonio Torge<br />

<strong>de</strong> Figueiredo, Antonio Mesquita <strong>de</strong> Figueiredo,<br />

Antonio da Silva Dias, Artur<br />

<strong>de</strong> Moraes Carvalho, Augusto Cezar Pires<br />

<strong>de</strong> Lima.<br />

5.° ano—Aníbal Metelo <strong>de</strong> Nápoles e<br />

Lemos, Antonio Augusto da Silva Pires,<br />

Antonio <strong>de</strong> Azevedo Alai<strong>de</strong>, Antonio<br />

Brito Pereira <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>, Antonio Correia<br />

da Fonseca, Antonio Francisco Cor<strong>de</strong>iro,<br />

Antonio Ferreira Rebelo da Silva,<br />

Antorno Men<strong>de</strong>s Vaia Silva Carneiro,<br />

Manuel Antonio <strong>de</strong> Quadros.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />

1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira—Exames práticos—A<strong>de</strong>lino<br />

Rebelo Pinto Bastos, Alberto<br />

Carneiro Alves da Cruz, Alfredo Gonçalves<br />

Salvador, Alfredo Gue<strong>de</strong>s Coelho,<br />

Alvaro <strong>de</strong> Almeida Amorim, Anibal <strong>de</strong><br />

Melo e Corga, A<strong>de</strong>lino Rebelo Pinto Bastos,<br />

(distinto), Alberto Carneiro Alves da<br />

Cruz, (distinto).<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira—Antonio Batista dos Remedios,<br />

Jozé Joaquim <strong>de</strong> Morais Miranda<br />

(médicos por universida<strong>de</strong>s estranjeiras).<br />

2.° ano — 3. a Lemos, Arnaldo Vieira Neves Cruz, Carlos<br />

Balbino Dias.<br />

4.° ano — Cezar Augu to Freire <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong> Rego, Francisco Inácio Pereira<br />

<strong>de</strong> Figueiredo, João Marques dos Santos,<br />

João Pessoa Júnior.<br />

5.° ano—Exames teoricos — Augusto<br />

Rodrigues Almis, Filipe Cezar Augusto<br />

Baião, João Antonio Pinto Bagulho, Jozé<br />

<strong>de</strong> Carvalho Omem.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Matemática<br />

1ano—1 ,<br />

ca<strong>de</strong>ira -Nuno Freire<br />

a ca<strong>de</strong>ira — Luiz Augusto<br />

Cazimiro <strong>de</strong> Freitas, Francisco Pereira<br />

Dias da Fonseca (distinto); João Augusto<br />

Orneias e Vasconcelos, Jozé Maria Gomes<br />

Estima, Manuel Lopes Marçal Júnior, distinto.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira — Exames teoricos — Viriato<br />

Augusto Ta<strong>de</strong>u, Alvaro <strong>de</strong> Freitas<br />

Morna, distinto, Jozé Augusto <strong>de</strong> Beja<br />

Neves, Antonio Jozé Bernar<strong>de</strong>s Miranda.<br />

Exames práticos Eurico Cunha Barbelos<br />

da Silva, Jeronimo Pinto Montenegro<br />

Carneiro, Mário Gomes Saraiva, Miguel<br />

Vaz Pereira Pinto Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Bacelar.<br />

Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho—1.°<br />

ano— Carlos Ponce d'Oliveira Pires, Ernêsto<br />

Jozé Martins, Jozé <strong>de</strong> Sá Paes do<br />

Amaral, Domingos da Cunha Barboza,<br />

Jozé Joaquim Ramires. Raul Roque, (distinto),<br />

Raul Queimado Sousa, Alvaro <strong>de</strong><br />

Freitas Morna.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filoxofla<br />

1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira—Exames práti-<br />

'-cos—Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong> Melo, Fernando<br />

Baet;í Biscaia Barreto Roza, Carlos<br />

Elias da Costa Júnior, Acácio Armando<br />

<strong>de</strong> Souza, Anibal da Conceição da Costa<br />

e Silva, Pinto dos Afonso Aires <strong>de</strong> Gouveia<br />

Alcoforado, Francisco Pereira Dias<br />

da Fonseca, Francisco Rodrigues Muigachos,<br />

Bernardino <strong>de</strong> Sena Martins, Mário<br />

<strong>de</strong> Sá Chaves, Luis Emilio Ramires, Jozé<br />

Paulo Teixeira do Amaral.<br />

Faltaram a exame por motivo justificado<br />

cinco alunos.<br />

2.° ano—Periodo tranzitorio—Joaquim<br />

Antonio <strong>de</strong> Melo Castro Ribeiro, Miguel<br />

Pereira da Silva Fonseca, Armindo Afonso<br />

Tavares, Augusto Camossa Nunes Sal<br />

danha, Fortunato Gomes Leiça.<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira -Antonio Jozé Bernar<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Miranda, João Lapa Fernan<strong>de</strong>s, Manuel<br />

Jozé Abelho Telo Mexia, Licinio<br />

Cantarino Lima, distinto, Artur Arsênio<br />

d'01iveira Moreira, Jorje Aisenio d'01iveira<br />

Moreira, distinto.<br />

4.° ano—Zoolojia=Fernando Vasques,<br />

da Cunha Braancamp <strong>de</strong> Mancelos, Antonio<br />

Luis Pereira d'Almeida, Jozé Maria<br />

Barboza Tainagnini <strong>de</strong> Matos Encarnação.<br />

Escola <strong>de</strong> farmacia — 2." ca<strong>de</strong>ira—<br />

Arnaldo Pereira <strong>de</strong> Moura.<br />

3. a ACommissão eleitorál républicana<br />

<strong>de</strong> Sacavém espalhou profuzamente<br />

o manifésto seguinte :<br />

Áos eleitores do circulo 15.°<br />

Cidadãos:<br />

É cheg.ádo o momento em que somos<br />

chamados á urna para elejermos os <strong>de</strong>putádos<br />

qne dévem <strong>de</strong> futuro reprezentár<br />

o brio e dignida<strong>de</strong> da Nação Portuguêza.<br />

Por isso, é <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> tôdos os cidadãos<br />

onéstos, escolherem ómens sem eiva nem<br />

macula; um partido <strong>de</strong>.ómens puramente<br />

nóvos, e evilármos por éste meio que<br />

continuem no podêr os vendilhõis que<br />

pelos seus procéssos, nos teem <strong>de</strong>sgraçádo,<br />

tais como: contraindo empréstimos<br />

que para pagármos os juros nos sobrecarrêgão<br />

com pezadissimas contribuíçõis<br />

e termos que pagar por alto preço<br />

os jeneros alimentícios, e lá está o<br />

fisco com as suas garras <strong>de</strong>voradoras que<br />

a toda a óra nos ameaça levar o couro e<br />

•oabêlo.<br />

Devemos pois, repelir todos esses<br />

ómens que só teem ido ao podêr para<br />

explorarem aquêles que tudo produzem<br />

e nada possuem. Substituil-Òs por ómens<br />

que tomem em consi<strong>de</strong>ração as tres<br />

principais forças vitais que fazem a riquéza<br />

<strong>de</strong> uma Nação, tais como: a agricultura,<br />

a industria e o comércio, quando<br />

bem <strong>de</strong>zenvolvidas. Que protéção teem<br />

os governos prestado a estas tres fontes<br />

<strong>de</strong> riquéza? Nenhuma. Teem menosprezado<br />

tudo e todos, <strong>de</strong>sequilibrando totodas<br />

as finanças pelo <strong>de</strong>vorismo no meio<br />

da orjia em que teem vivido.<br />

Os dirijentes da atualida<strong>de</strong> não teem<br />

senão programas <strong>de</strong> exploração e não <strong>de</strong><br />

protéção, como se <strong>de</strong>via prestar ao trabalhador<br />

rural, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tenra ida<strong>de</strong><br />

não fás senão trabalhar e produzir em<br />

beneficio <strong>de</strong> todos. Qual a sua reçompensa<br />

quando já não tem forças? Atirar<br />

com ele para a rua como a uru cão vadio<br />

e lrzarerito. Eis aqui rezumido em poucas<br />

palavras as recompensas que temos tido<br />

e continuaremos a ter <strong>de</strong> tais govêrnos,<br />

se continuarem no podêr. Por isso, é<br />

necessário que todos os cidadãos se compenetrem<br />

da urjente necessida<strong>de</strong> que temos<br />

<strong>de</strong> levar ao parlamento <strong>de</strong>putados<br />

republicanos! Para isso, todo o cidadão<br />

português <strong>de</strong>ve cumprir o seu <strong>de</strong>vér.<br />

A urna pois, em 20 <strong>de</strong> Junho!<br />

A Comissão Paroquial Republicana<br />

Democratica, <strong>de</strong> Sacavém.<br />

ca<strong>de</strong>ira—Joaquim Vieira <strong>de</strong> Souza. Circo Portuense<br />

Continua funcionando na Portajem<br />

Votar pelos candidatos ré sempre com regular concorrência.<br />

pubSieanos é votar pela patria, No passado dia 10 veio juntar-se a<br />

vilipendiada e cuspida pelo esta companhia, o sr. Enrique Lustre,<br />

rejimen.<br />

diretor <strong>de</strong> circos no Brazil, trazendo<br />

também seus dois filhos. Chiquinho e Zézinho,<br />

trabalhando ainda neste dia o Zézinho,<br />

que é o mais pequeno jinásta que<br />

O maior do mundo !<br />

temos visto: os seus trabalhos foram difíceis,<br />

mas saiu-se d'eles admiravelmente<br />

Escreve o Diário <strong>de</strong> Noticias: colhendo colorozas palmas.<br />

No di? 13 trabalharão os dois, em<br />

mt. S^ouis, 29 <strong>de</strong> maio. —São Luis<br />

duplo-trapezio, saindo-se bem dos seus<br />

é consi<strong>de</strong>rada pelos americános como a<br />

trabalhos.<br />

mais orgulbéza e a mais ambicióza cida<strong>de</strong><br />

dos Estados Unidos da jAmerica.<br />

A direção, para mostrar o seu reco-<br />

Até agora, ufanava-se éla das suas 5:000<br />

nhecimento ao publico d esta cida<strong>de</strong>, tem<br />

fabricas; da sua gare <strong>de</strong> mercadorias que<br />

aprezentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quinta feira passada<br />

é a maior do mundo, da sua produção <strong>de</strong><br />

um bravo touro e a pantomima a feira<br />

carris <strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> tramways (muitos<br />

<strong>de</strong> Sevilha, repetindo-se oje novamente.<br />

dos quaie ancião no jiro das ruas <strong>de</strong> Lis-<br />

A companhia tencionava retirar-se<br />

boa) e queé a maior do mundo; das suas<br />

no dia 13, mas em atenção ao publico<br />

duas enormes manufátúras <strong>de</strong> tabáco,<br />

conimbricense que tem sido muito ama-<br />

que são as maiores do mundo; da sua<br />

vel para com eles, rezolveu conservar-se<br />

fabricação <strong>de</strong> produtos quimicos, que é a<br />

n'esla cida<strong>de</strong> até oje, retirando ámanhã<br />

maior do mundo; do seu mercado <strong>de</strong> gado<br />

para a feira d'Évora.<br />

muar e cavalar, que é o maior do mundo;<br />

e, finalmente, da sua exportação <strong>de</strong> caixões<br />

<strong>de</strong> enterro, que é também a maior Publicações<br />

do mundo. Um belo dia. São Luiz teve<br />

a idéa <strong>de</strong> celebrar o centenário da com- Poéticos Lamentos — por Luciano<br />

pra da Louiziana, organizando uma ex d'Araujo, Versos feitos entre os quinze e<br />

pozição seria, pozitivamente, a maior ex- vinte anos.<br />

pozição do mundo.<br />

Recebemos este livro do seu autor,<br />

versos da mocida<strong>de</strong>, em que á referencia<br />

é sua vida <strong>de</strong> estudante e é melancólica<br />

paizájem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, é editado<br />

editados pela tipografia Castro & Irmão.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos a oferta.<br />

ouvem-se as vózes dos ranchos a ensaia<br />

r-se até altas óras.<br />

Tudo prométe que os festejos serão<br />

animadíssimos.<br />

Os candidátos républicanos<br />

são representantes dum i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> justiça, os can<br />

didátos monárquicos ajentes<br />

das quadrilhas que, segundo<br />

o sr. líias Ferreira tem explotem<br />

trabalhos especiais no sentido da co- | rado o país.<br />

locação dos nossos produtos agrícolas, I iSscolhão.<br />

Temudo, Serjio Ferreira da Rocha Calisto,<br />

Viriato Borjes dos Santos Monteiro,<br />

Abel Pais Cabral.<br />

5. a ca<strong>de</strong>ira —Exames práticos—Alvaro<br />

<strong>de</strong> Gamboa Fonseca e Costa, Ama<strong>de</strong>u<br />

Marques <strong>de</strong> Moraes, Antonio Anibal <strong>de</strong><br />

Araujo Esmeris, Antonio Trinda<strong>de</strong>, Augusto<br />

Cezar da Silva Ferreira, Custodio<br />

<strong>de</strong> Almeida Henriques, Alvaro <strong>de</strong> Gamboa<br />

Fonseca e Costa, Ama<strong>de</strong>u Marques<br />

<strong>de</strong> Moraes.<br />

3.° ano — Antonio da Cunha Saraiva<br />

<strong>de</strong> Oliveira Batista, Arnaldo Nogueira<br />

So el-rei D. Carlos tem ido, lá vinha<br />

St. Louis gabar-se dc ter o monarca<br />

mais gordo-do mundo.<br />

O mais gordo?! O mais gordo, o<br />

mais intelijente e o mais formôzo.<br />

Formózo e inconstante, que sempre<br />

em monárcas portuguêzes a formozura<br />

andou a par com a inconstância...<br />

O' Carlos!<br />

Só os <strong>de</strong>putados républicanos<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o país.<br />

Porque so êles não têm a embaraça-los<br />

a preocupação subserviente<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fendêrem o país.<br />

Gazeta das Al<strong>de</strong>ias —- Recebemos o<br />

n.° 441 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong>ste bem redijido<br />

jornal <strong>de</strong> propaganda agricola, <strong>de</strong><br />

que é diretor e proprietário o sr. Julio<br />

Gama.<br />

E' o jornal que mais serviços tem<br />

prestado aos lavradores com a publicação<br />

<strong>de</strong> conhecimêntos úteis ao alcance <strong>de</strong><br />

todos. Recomendamo-la aos nossos assinantes.<br />

Para as creanças — Recehcmos Q


\<br />

agra<strong>de</strong>cemos o n.° 59 da M. a série e<br />

d'este bonito livrinho, <strong>de</strong> que é autora<br />

a sr. a D. Ana <strong>de</strong> Castro Ozono.<br />

Recomendamo lo a todos os nossos<br />

assinantes por ser um livrinho que contém<br />

contos bonitos e proprios para formarem<br />

a alma das creanças.<br />

Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos a<br />

1). Ana <strong>de</strong> Castro Ozorio em Setúbal ou<br />

ao <strong>de</strong>pozito em Liboa, Rua Reato Batista<br />

M; B. C,<br />

0 Munda Elegante — Sumario do<br />

numero 12, correspon<strong>de</strong>nte a 5 <strong>de</strong> junho:<br />

Texto — Marquez <strong>de</strong> [Jnhão —<br />

Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Vi'a Real e <strong>de</strong> Melo, por D.<br />

Olga Morais Sarmento da Silveira. —<br />

Correio da Moda e èleganda, por mes<strong>de</strong>moiselles<br />

Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza. —<br />

Salõis portuguezes e brazileiros, por<br />

Amarílis <strong>de</strong> Castro. ----- Personalida<strong>de</strong>s<br />

brazileiras, D. Luiz Bispo d'01inda (Pernambuco),<br />

dr. Pinheiro Lima. Luis G.<br />

Azevedo, dr. Pedro Arbues da Silva, dr.<br />

Franco da Rocha, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sapueahy,<br />

por A. <strong>de</strong> Souza. — Crónica Pariziense.<br />

— Brieux e a crize do casamento. —<br />

Porque é que os omens fojem do cazamento.<br />

— A caça ao dote. — O amor<br />

mo<strong>de</strong>rno. — O que as mamãs <strong>de</strong>vião<br />

fazer —O remedio para apanhar noivos,<br />

por Xavier <strong>de</strong> Carvalho. — Vida Mundana<br />

Pariziense. — As corridas <strong>de</strong> cavalos<br />

em Chantiily. — O premio <strong>de</strong><br />

Diana e o do Jockey- CÍeb por M. Ermínia<br />

<strong>de</strong> Souza. — Os nossos figurinos,<br />

por mes<strong>de</strong>moiseles Amélia e Erminia <strong>de</strong><br />

Souza. — Galeria infantil, por ***. —<br />

QMjlhafre. — Conto, por Eça <strong>de</strong> Queixfa.<br />

— Conselhos práticos. — Ueceita^<br />

úteis, meio par i evitar a umida<strong>de</strong> nas<br />

mãos pela cou<strong>de</strong>ssa Valentina. — Facécias,<br />

por João Rizonho. — Paris-Portugal-Brazil.<br />

— A nossa carteira, por Rigoleto.<br />

Gravuras—Atriz Palmira Bastos (na<br />

capa). — Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Vila Real e<br />

<strong>de</strong> Melo. — Marqueza <strong>de</strong> Unhão. — D.<br />

Luiza Caria (Almedina) no baile <strong>de</strong><br />

téles realizado em casa <strong>de</strong> sua mãe a<br />

ex. ma sr. a Con<strong>de</strong>ssa d'Almedina. — D.<br />

Luiz-Bispo <strong>de</strong> Olinda (Pernambuco), dr.<br />

Pinheiro-Lima. — Luiz G. Azevedo, dr.<br />

Pedro Arbues da Silva, dr. Franco da<br />

Rocha. — Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sapueahy. —<br />

Ma<strong>de</strong>moisele Maria Madalena M. da<br />

Fonseca, Costume <strong>de</strong> leiteira. — Ma<strong>de</strong>moisele<br />

Perestrelo <strong>de</strong> Vasconcelos, costume<br />

<strong>de</strong> Fedora. — Mes<strong>de</strong>moiseles Yvonne<br />

<strong>de</strong> Carvalho e O<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Carvalho, coslu<br />

me Empire, — Ma<strong>de</strong>moisele Blanche <strong>de</strong><br />

Mante, atris do teatro da Opera <strong>de</strong> Paris<br />

— Dezenove mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> modas compreen<strong>de</strong>ndo.<br />

— Toiletes <strong>de</strong> passeio, <strong>de</strong><br />

visitas, <strong>de</strong> Casino, <strong>de</strong> termas, <strong>de</strong> Campo,<br />

taúeur, etc,, para senhoras e creanças.<br />

Musica — Aline, valsa para piano,<br />

por Strauss.<br />

Folha supplementar clorida — Duas<br />

.elegantes toiletes <strong>de</strong> passeio, cazino e<br />

regatas.<br />

O Mundo Elegante, assina-se em todas<br />

as livrarias <strong>de</strong> Portugal e Brazil ou pedindo<br />

a assinatura diretamente para Paris,<br />

dirigindo se a A. <strong>de</strong> Souza, 30 bis,<br />

rue Berjére. Preço por ãno ou ou 24<br />

números ti,000 réis, moeda portuguêza.<br />

Revista Internacional. — Estácauzando<br />

sensação, no nosso meio literário e artístico,<br />

esta intemerata e brilhante Revista,<br />

on<strong>de</strong> colabórão Os mais ilustres escritores<br />

portaguezes e on<strong>de</strong> a critica é feita<br />

com vigor e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia verda<strong>de</strong>iramente<br />

notáveis.<br />

28) FolMim da "BEZI8TEÍS1A,,<br />

0 EXCOMUNGADO<br />

IV<br />

Boçlie-Corbon em guémi<br />

Ombert amava Catarina <strong>de</strong> mais para<br />

não ficar impressionado com o espétáculo<br />

que se aprezentou a seus olhos, quando<br />

entrou no quárlo em que estáva a castelã.<br />

A cabêça <strong>de</strong> Catarina estáva <strong>de</strong>.-cubérta,<br />

os cabelos soltos, Maria apoiáva-a<br />

sobre o seu seio e olháva para éla com<br />

uma expressão tocante <strong>de</strong> dôr.<br />

A alitú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Catarina exprimia a fadiga<br />

e o abatimento, que lhe tinhão cauzádo<br />

tantas emoçõis seguidas, os braços<br />

caião-lhe sem força para os ládos, tôdo<br />

o corpo estáva inclinado; dir-se-ia qne a<br />

vida tinha abandonado aquêle bélo corpo.<br />

Ao dár com éste espétáculo a palidês<br />

passou das fáces <strong>de</strong> Catarina para as do<br />

barão. Apróximou-se lentamênte, quázi<br />

a tremêr. A castelã levantou dôcemênte<br />

os ólhos para êle, baixou-os lógo, e os<br />

ábios mormurárão algumas palávras que<br />

Ião fôrão ouvidas, •<br />

O tercsiro numero, que temos á vista,<br />

nào <strong>de</strong>smerece d ^ í publicados. Ocupase<br />

largamente da Expozição <strong>de</strong> Belas<br />

Artes; dá um soberb > artigo áeerca do<br />

Livro Proibido, e <strong>de</strong> outras obras ultimamente<br />

vindas á lus; publica uma esplendida<br />

crónica hteraria do^Brazil, firmada pelo<br />

brilhante escritor Raul <strong>de</strong> Acevedo; versos<br />

<strong>de</strong> D, João da Camara, Ribeiro <strong>de</strong><br />

Carvalho e Gomes Leal; e além <strong>de</strong> outros<br />

artigos, uma secção <strong>de</strong> Notas e critica on<br />

<strong>de</strong> não falta <strong>de</strong>sassombro e critierio.<br />

A Revista Internacional vem também<br />

largamente ilustrada, dando-nos o retrato<br />

do pintor David <strong>de</strong> Melo e o quadro<br />

Na missa Nôtre D ame, do mesmo artista<br />

e reprodução excelente das télas <strong>de</strong> elrei,<br />

José Malhoa, con<strong>de</strong>ssa dc Alto<br />

Mearim e outros pintores que concorre»<br />

rem á ultima Exposição <strong>de</strong> Belas Artes.<br />

E', como se vê, um numero <strong>de</strong>stinado<br />

a gran<strong>de</strong> sucesso.<br />

A redaçâo é na Rua da Vitoria, 4 2,<br />

2.° Disboa Cada numero custa a penas<br />

60 réis.<br />

Boletim Tipográfico — 0 «Boletim Tipográfico»<br />

única publicação portuguêza <strong>de</strong><br />

fot( grafia, e pequena ilustração <strong>de</strong> luxo<br />

entrou no seu 5.° ano,<br />

0 números que temos á vista, 40 e<br />

50 são um primor iTedição. Em tipo irio<strong>de</strong>rno,<br />

com dispozição <strong>de</strong> gosto, gravuras<br />

d'inexcedivel fatura, está bem a par<br />

<strong>de</strong> tudo que no jenero á <strong>de</strong> melhor.<br />

O seu texto é uma constante recompilação<br />

<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s fotográficas, processos<br />

e formulas. E os amadores que<br />

são aos centos e os profissionais que tem<br />

o seu tempo mais ou menos tomado, encontrarão<br />

na sua rapida e substancial<br />

leitura ensinamento e informação que<br />

baste para estarem sempre a par dos<br />

mais mo<strong>de</strong>rnos modos <strong>de</strong> operar e das<br />

ultimas invençõis e aplicaçõis da fotografia.<br />

E\ repetimos, o «Boletim tipográfico»<br />

dirijido por Arnaldo Fonseca e editorado<br />

por Worm & Roza, uma publicação especialmente<br />

util e perfeita.<br />

Repara... Lê.. • Trata-se<br />

HEZfSTEMCIA—l>ominjS?o,19 <strong>de</strong> .Junho <strong>de</strong> ÍOOI 51<br />

dos teus interesses<br />

±2 amos são passados<br />

<strong>de</strong>pois «pie<br />

As c mstipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />

asma., tosses, coqueluche, influenza e outros<br />

encornodos dos orgãos respiratórios.<br />

Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />

das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />

d'alcatrão, compostos (35 e Íí o çãílos<br />

SliJags^-ízos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />

do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />

junto a outras substancias apropriadas,<br />

se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />

eficácia.<br />

E tanto assim, que os bons rezultádos<br />

obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />

compostos (BS.eí»«»çádos Milagrosos)<br />

são confirmádos, não só por<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />

mas também por abalizados facultativos.<br />

Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />

Caixa, . avulso, no Porto, 200 réis;<br />

pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />

Este olhar dolorôzo fês cair Ombert<br />

<strong>de</strong> joelhos; não disse uma palávra, pegou<br />

com precaução na mão <strong>de</strong> Catarina, levou-a<br />

em silêncio aos lábios, e fês sinal<br />

a Maria para se retirar.<br />

Maria levantou-se, olhou muitas vêzes<br />

para a âma, chegou á pórta, levantou a<br />

tapessaria e <strong>de</strong>itou um ultimo olhár a<br />

Catarina, que désta vês sorriu lévemènte<br />

para a sua favorita.<br />

Ombert assentou-se no escabélo que<br />

Maria acabáva <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar e, abraçando<br />

Catarina, disse-lhe docemente:<br />

— Não perdoarás náda á violência<br />

dum amôr que é todo teu? Pois não vejo<br />

que me âmas? Acázo te pedi explicaçõis<br />

da cêna extrânha que prezenciei? Um<br />

mendigo, que me via contar a ôlho o<br />

gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> vassálos, que ando<br />

juntando para nos vingarmos da abadia,<br />

avizou me qne ao pé <strong>de</strong> ti estão dois relijiózos!<br />

Chego furiôzo e encontro-os"<br />

Mesmo antes ae 'cefthecêr a naturêza do<br />

ultraje, voei 11a sua piúgáda para te vin<br />

gar. Fujirão-me.<br />

Se Catarina não estivésse já prevenida<br />

por Maria, a alegria po<strong>de</strong>ria trai-la; mas<br />

observáva-se a si mèsma com cuidado,<br />

e o seu ròsto ficou <strong>de</strong> jêlo.<br />

— Mas esta tar<strong>de</strong> o mosteiro será<br />

reduzido a cinzas • • Catarina, disse <strong>de</strong>-<br />

AOS QUE SOFREM<br />

A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />

dores no estomago, no figado, <strong>de</strong>zarranjo<br />

dos intestinos, dôres <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />

cançeiras.indijestõis e moléstias nervozas,<br />

aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />

do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />

com vojetais do Brazil, como o<br />

único e mais eficás dos remedios conhecidos<br />

para curar rapidamente as moléstias<br />

já <strong>de</strong>zígnadas. Em minha numeroza clinica<br />

tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />

rezultados.<br />

Dr. Abel M. Faria.<br />

Encontram-se nas bôas farmacias.<br />

Ajentes em <strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />

Silva & C. a R. Ferreira Borjes.<br />

Penitenciaria Central<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

Fas-se publico que no dia 20 do<br />

corrente pelas 12 oras da manhã se<br />

á<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r em asta publica á<br />

arrematação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras para a<br />

oficina <strong>de</strong> marceneiross.<br />

As condiçõis estão patentes na<br />

secretaria da Penitenciaria todos os<br />

dias úteis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 10 oras da manhã<br />

ás 3 da tar<strong>de</strong>.<br />

Penitenciaria da <strong>Coimbra</strong> 4 <strong>de</strong><br />

Junho <strong>de</strong> [904.<br />

O Diretor<br />

José Miranda<br />

ANUNOIO<br />

Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comarca<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />

2.° officio, vão á praça, para serem<br />

vendidos em âsta pública, no dia 26<br />

do corrente, por 11 óras da manhã,<br />

á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />

lanço acima da avaliação, os seguintes<br />

prédios:<br />

Uma caza <strong>de</strong> abitaçao, sita 110 logar<br />

e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />

avaliada em sessenta mil reis.<br />

Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />

logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />

Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />

abatido o fôro, em trinta mil<br />

reis.<br />

Fôrão penhorados na execução<br />

por custas, que o Ministério Publico<br />

nesta comárca, móve coptra Mário<br />

Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />

no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />

a quem pertencem respétivamente,<br />

para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />

42:370 reis e custas acrescidas.<br />

Pelo prezente são citados quaisquér<br />

crédores incertos, para assistirem<br />

á praça.<br />

0 Juis <strong>de</strong> Direito,<br />

R. Calisto.<br />

O escrivão do 2.° oficio = Artur <strong>de</strong><br />

Freitas Campos.<br />

pois <strong>de</strong> um instante <strong>de</strong> silêncio, não tens<br />

náda a dizêr-me?<br />

Sem duvida restávão a Catarina mais<br />

forças do que a sua alitú<strong>de</strong> fazia prevêr,<br />

porque têve a <strong>de</strong> mentir. Deu a entendêr"<br />

a Ombert que, tendo entrádo até on<strong>de</strong><br />

éla estáva com o pretexto do tratar com<br />

éla dos interésses do barão e <strong>de</strong> arranjar<br />

um acordo êntre o castélo e o mosteiro,<br />

um dos relijiózos, que não conhecia, tinha<br />

ouzádo oferecer-lhe um azilo na abadia,<br />

aconselhando-a a fujir dum excomungádo.<br />

Ombert aparecèra no momento em<br />

que a surprèza e a indignação lhe tinhão<br />

tirádo a fôrça <strong>de</strong> chamár os criados pára<br />

pôr fóra o monje insolente, que lhe fizéra<br />

um tão medonho quadro dos êrros e crimes<br />

<strong>de</strong> seu espôzo e das <strong>de</strong>sgráças que<br />

esperávão a mulhér do excomungado.<br />

Ombert olháva para éla embriagádo,<br />

as côres renascião nas fáces <strong>de</strong> Catarina,<br />

os ólhos tinhão retomádo todo o seu brilho.<br />

—-Infâmes!... exclamou Ombert levantando-se,<br />

quérem tau bem roubar-me<br />

Catarina!... que <strong>de</strong>sliguem meus vassálos<br />

do juramento <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, que fáção<br />

confiscar meus bens, que me izólem do<br />

Univérso, nada me arrancará um suspiro<br />

se Catarina me ficar... E essa infáme<br />

propósta comoveu-te?... Então sou eu<br />

amádo?,..<br />

Ajoelhou e pegou na mão <strong>de</strong> Catarina.<br />

T I P O G R A F O<br />

Muito abilitado em compozição<br />

e impressão, preciza-se para dirijir<br />

uma boa oficina recentemênte montada<br />

n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />

Prefére-se individuo que tenha já<br />

estado a dirijir outras boas tipografias<br />

e que dê os melhores referencias<br />

sobre as suas abilitaçõis e<br />

comportamento.<br />

Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />

ExT Sr. Augusto Luis Martha,<br />

Praça do Comércio.<br />

A O C O M E R C I O<br />

Antonio d'Almeida, e Silva, terminando<br />

com o estabelcimento que<br />

possuía na rua da Sofia, faz venda<br />

do balcão, armação, balanças, pezos,<br />

arções e bancadas.<br />

Para tratar na mesma rua da<br />

Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban<strong>de</strong>ira<br />

n.° 61.<br />

O HUIVDO B1LE«A!¥TÈ<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s.<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Preles).<br />

Redátores das sécções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />

D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />

Bregero, Paris.<br />

AGRADECIMENTO<br />

O emprezario do Circo Portuense,<br />

Manuel da Silva Neves, o diretor D. Enrique<br />

Diaz e o reprezentante Etore Frassinezi,<br />

tem a onra <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao povo<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a sua assistência aos espétaculos<br />

da Companhia e as provas <strong>de</strong><br />

afeto recebidas <strong>de</strong> tão carinhôzo povo; ao<br />

findar oje os espetaculos mandamos a<br />

todos a nossa mais sincera gratidão.<br />

A Emprèza e a Direção.<br />

Fabrica ds Ceramica da Pampilhóza<br />

(Em frente á estaçSo do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />

Mourão Teixeira Lo^es & C. a<br />

Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />

as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />

<strong>de</strong> construção<br />

Os produtos désta fabrica, especializando<br />

a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem-se<br />

pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />

prima e esmero do fabrico, obtido<br />

pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />

Remetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />

as requisitar.<br />

ESCRITORIO E DEPOZITO:<br />

Rua cie Alexandre Erculaiio. 336<br />

PORTO<br />

Fabriea: PAMPILHÓZA do BOTÃO *<br />

Telegramas: KERAMOS — Porto<br />

Telefone 532<br />

Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>—Bazilio<br />

Xavier Andra<strong>de</strong> & F. 03<br />

linião Vinícola do Dão<br />

Parceria <strong>de</strong> lavradores dos melhores<br />

vinhos portuguêzes, á venda na<br />

Mercearia LIXITAXA<br />

(Depózíto único em <strong>Coimbra</strong>)<br />

mobília<br />

Culçáda aa.° 31—1.° andár<br />

BANDEIRA ENC A RNÁDA Á JANÉLA<br />

No próximo domingo e segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se<br />

liquidação dos seguintes objétos:<br />

Um guárda vestidos com espêlho, uma cama <strong>de</strong> mógno para<br />

casádos, cinco camas <strong>de</strong> férro com amarélos sendo duas para casádos,<br />

duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala,<br />

um lavatório tuáléte com pédra, duas mezinhas <strong>de</strong> cabeceira, uma<br />

escrivaninha, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço, dois armários <strong>de</strong> cozinha, um<br />

fogão, uma banheira <strong>de</strong> zinco para creança, um relójio <strong>de</strong> sála, um<br />

baú <strong>de</strong> couro, mêzas <strong>de</strong> sála, um piâno para estúdo, um cobertor <strong>de</strong><br />

damásco, uma imájem <strong>de</strong> Santo Albérto, e outra <strong>de</strong> S. João, diferentes<br />

louças, um sofá e duas poltronas estofádas.<br />

Redomas, quádros, lantérnas para janélas, um relójio antigo era<br />

ébano.<br />

Três reposteiros <strong>de</strong> sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda<br />

antiga <strong>de</strong> pau preto e mais objétos que estârão patentes nos dias acima<br />

indicádos dês<strong>de</strong> as 11 da manhan ás 8 da noute.<br />

1<br />

N. 15.— Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirádos, porque é<br />

urjente <strong>de</strong>spijár a cása.<br />

O lance jenerôzo do barão <strong>de</strong>u um<br />

calafrio ao coração <strong>de</strong> Catarina. Têve<br />

um pezár amargo em enganár assim um<br />

espôzo, a quem uma fráze <strong>de</strong> amôr, uma<br />

menção <strong>de</strong> caricia pnnhãoem Ião injénuo<br />

incantamênto: e, <strong>de</strong>plorando as faltas, a<br />

que a arrastáva já a sua fatal paixão,<br />

verteu lágrimas, que fôrão com certeza<br />

recolhidas pelo anjo do arrependimênto<br />

sincéro.<br />

Estas lagrimas fôrão vistas por Ombert<br />

como uma nóva próva <strong>de</strong> ternura, e<br />

beijou-as nas fáces <strong>de</strong> Catarina.<br />

— Desgráça sôbre os beneditinos!<br />

disse afastando se. Catarina até á noite!...<br />

Manda preparar o jantár para os veneedôises<br />

e não sáias do castélo... A<strong>de</strong>ust<br />

Afastou-se, ao mesmo tempo contènte<br />

e cheio <strong>de</strong> remorsos.<br />

— A'1 disse Catarina, sou bem <strong>de</strong>sgraçada!<br />

Deitou-se sôbre um jenuílexório<br />

eomtemplando uma imájem da Virjem.<br />

Pediu-lhe <strong>de</strong>votamente que viésse em seu<br />

socorro, que a ajudasse a domár o amôr<br />

que a arrastará para Adhémar, como<br />

também que salvásse Adhémar da cólera<br />

do barão.<br />

Este montava naquêle momênto a cavalo,<br />

e, seguido pelos seus cavaleiros,<br />

transpúnha a ponte levadiça em diréção<br />

ao mosteiro; os ómens d'armas alégres<br />

por entrarem era campanha, cantávão e<br />

rí£o a respeito dos monjes, cujos tezouros<br />

ião antecipádamênte dividindo.<br />

Com efeito, as díspoziçõis, que Ombert<br />

tinha tomado para o cêrco da abadia, fazião<br />

presajiar o bom rezultado da emprèza.<br />

Pela manhã, tinhão-se reunido<br />

trezentos ómens, e cincoenta dêstes, comandados<br />

por um senhor, que <strong>de</strong>pendia<br />

<strong>de</strong> Roche Corbon, <strong>de</strong>vião acha/-se na<br />

crista da montanha que domina o convento;<br />

os cento e cincoenta restantes, comandádos<br />

pelo sire <strong>de</strong> Vernon, outro<br />

feudatário <strong>de</strong> Roche Corbon, tinhão or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> penetrar pela parte mais alta nos jardins<br />

<strong>de</strong> Marmoutiers e <strong>de</strong> cercár assim<br />

toda a abadia pelo lado Saint-Symphorien.<br />

Os muros do mosteiro, que se achávão<br />

do lado <strong>de</strong> Roche Corbon e a entráda <strong>de</strong><br />

Marmoutiers érão os logáres tinha rezolvido<br />

atacar pessoalmente, e dèste módo,<br />

os relijiózos, cercádos por todos os ládos<br />

<strong>de</strong>vião fatalmente sucumbir.<br />

O atáque éra bastante vivo, bastante<br />

rápido, para que o abá<strong>de</strong> podésse ter<br />

tempo <strong>de</strong> chamar em seu socorro, e <strong>de</strong>via-se<br />

sabêr o rezultádo da audacióza<br />

emprèza do barão, antes mesmo da noticia<br />

dc cêrco do mosteiro.<br />

0 bom rezultádo <strong>de</strong>veria fazêr justificar<br />

tudo.<br />

(Continua).


C O I M B R A<br />

nstallação provisoria: roa da Sota n ° 8.<br />

fios OE PASTO<br />

CS-BKTUIKTOS<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

J',H'a consumo e exportação<br />

Vendas por junto e a miúdo<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> veuda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

0 2 Garrafa Garrafa<br />

£ g <strong>de</strong> litro bordaleza<br />

Marcas S-. ——c3<br />

'O 1 6 1 12<br />

Tinto GRANADA • 600 120 ^ 80<br />

» CORAL • • • 600 120 — 80 —<br />

Braneo ÂMBAR •. 650 — — 100 —<br />

> TOPÁZIO- — — 120 —<br />

j Nos preços indicados não vaeincluida<br />

a importancia do garrafão (360<br />

I réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />

a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />

que se recebem pelo cnsto.<br />

Prevesição. — Os garrafões le-<br />

Distribuição gratuita aos domicilios, vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre,<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das garrafas e garrafões<br />

compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />

garrafas f°S°\ ao e na parte superior.<br />

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Carron ã chegada <strong>de</strong> todos OH comboios<br />

INDICAÇÕES<br />

Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />

Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />

vesieaes, Catarrho uterino.<br />

Para USO externo:—Em differentes espeeies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />

Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />

se lhe avantaje v- u<br />

As analyses chimica e microbiologica foramfeitas pelo professor da<br />

Escola Brotero, o ex. mo sr. Charles Lepierre.<br />

A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />

nem pelo transporte<br />

A' yenda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />

Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />

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Vinhos brancos<br />

Vinhos licorozos<<br />

Vinagre-<br />

Azeite • •<br />

PREÇOS CORRENTES<br />

Palhete . .<br />

Trinca<strong>de</strong>iro .<br />

Clarete . •<br />

Marialva .<br />

Fernão Pires.<br />

i 1<br />

] Sauterne.<br />

Diagalves.<br />

Marialva .<br />

(SEM GARRAFA)<br />

Licoroso branco<br />

» tinto<br />

Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />

Pimentel<br />

\ Branco<br />

Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />

d'01iveira Feijão)<br />

DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />

EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />

R E Z I 8 T E X C I A D o m i n g o , Í 9 d e J n n h o d e 1S>0 1<br />

Garafa V» gar<br />

110 60<br />

130 70<br />

150 80<br />

170 90<br />

140 80<br />

170 90<br />

180 100<br />

ItO 100<br />

2-'j0<br />

250 —<br />

500<br />

—<br />

90 . —<br />

300<br />

Preços espeeíacs para exportação<br />

Depozito em COIMBRA — JToSlo Borjes<br />

27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />

Sucursal na Alta<br />

RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />

CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Pinto<br />

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150—Rua Ferreira Borges—156<br />

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Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />

na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />

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Premiado na Exponição <strong>de</strong> Ceramica Portuguêza. no Porto,<br />

em 1882, com diploma <strong>de</strong> méritos<br />

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Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />

acaba <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu geneca.<br />

seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />

das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />

quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />

como estranjeiros; está a pár do<br />

<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a tereupatica<br />

dia a dia vão experimentando e<br />

por isso possue uma coléção variáda das<br />

mais modérnas substâncias e produtos<br />

quimicos.<br />

0 aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />

feito por pessoal competentemente abilitado,<br />

sob a diréção do seu administrador.<br />

Esta caza encarrega-se <strong>de</strong> mandar os<br />

medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />

assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clínicos<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />

ou da noute.<br />

Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />

Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />

54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />

(Em frente ao rco d'Almediaa)<br />

Abriu este novo estabelecimento<br />

on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />

e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />

quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />

fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />

Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

em flanellas e panos pretos para capas e<br />

batinas, para todos os preços.<br />

Artigos para ómem como camisaria,<br />

gravatas, luvas, etc.<br />

Pe<strong>de</strong> -se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />

este estabelecimento.<br />

lio Ribeiro das Neves Machado<br />

ALFAIATE<br />

Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />

COIMBRA<br />

Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />

e estranjeiras.<br />

Confeções para ómens e crianças,<br />

pelos últimos figurinos.<br />

Vestes para ecleziasticos.<br />

Camizas, gravatas, suspensórios e<br />

diversos artigos para ómem,<br />

PREÇtfa REZUJHIDQS


Editor<br />

T<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E OUINTAS-FEIRAS<br />

MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />

Typ. Democratíca<br />

ARCO DE ALMEDINA, IO<br />

N.° 912 COIMBRA—Quinta-feira, 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO-. 0 ANO<br />

CANDIDATOS REPUBLICANOS<br />

São candidatos republicanos pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />

que se realízão no dia -26, os seguintes cidadãos:<br />

Bernardino SLuis Machado ^niinaráis (Dr.) professor<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

Manuel <strong>de</strong> Arriagfa (Dr.), advogado.<br />

Afonso Augusto da Costa (Dr.j, professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />

Antonio «Jozé <strong>de</strong> Almeida (Dr.), medico.<br />

l*aulo «Bíozé Falcão (Dr.), advogado.<br />

1F<br />

Bf<br />

Conferencia do dr. Afonso Costa<br />

Realiza ôje neste centro, pelas 8 e meia da noite, uma<br />

conferência eleitoral, o ilustre republicano e candidato por<br />

este circulo, sr. dr. Afonso Costa.<br />

A U R N A<br />

Vejamos a obra parlamêntar dos<br />

últimos ãnos, Que rasgos nobres<br />

<strong>de</strong> patriotismo a impõem? Que torneios<br />

luzidos <strong>de</strong> eloquência a abrilhantão?<br />

Que medidas, que providências,<br />

que atos e severas liçôis<br />

<strong>de</strong> civismo a valorizão ? Discutírãose<br />

i<strong>de</strong>ias, falárão consciências, revelárão-se<br />

ómens? O parlamento foi<br />

acázo uma gran<strong>de</strong> assembleia on<strong>de</strong><br />

a alma nacional vibrasse em Ímpetos<br />

<strong>de</strong> revolta, se expandisse em<br />

<strong>de</strong>zafôgos justos, tremesse na ajitação<br />

duma sagráda cólera ou dum<br />

vivificador entuziasmo ? Elevarãose,<br />

em toda a imponência da sua<br />

grandêza civica, ómens como Passos<br />

Manoel, para falar a linguajem<br />

austéra que fás encolher os aulicos<br />

e baixar a cabeça aos reis?<br />

Nada disso. O parlamento foi<br />

intelétualmênte e moralmênte uma<br />

assembleia sertaneja, um sinédrio<br />

<strong>de</strong> labrêgos sórdidos. Nem elevação<br />

moral, nem brilho intelétual:<br />

uma vacuida<strong>de</strong> insondável on<strong>de</strong> não<br />

é permitido, aos <strong>de</strong> melhor boa-von<br />

ta<strong>de</strong>, colher uma i<strong>de</strong>ia, rejistar um<br />

lánce digno, marcar uma providência<br />

util. Não foi a reunião dos reprezêntantes<br />

da nação, lejitimamênte<br />

investidos do mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>fendêrem<br />

e onrarem: foi uma comédia,<br />

uma aventura, um bródio <strong>de</strong><br />

sujeitos que fizérão da politica um<br />

fácil e <strong>de</strong>zonésto ganha-pão e o tablado<br />

propicio ás cabriolas das suas<br />

vaida<strong>de</strong>s.<br />

O ministério do reino arrebanhou-os,<br />

em varas, e <strong>de</strong>u-lhes sustênto<br />

farto nos comissariados réjios,<br />

nos sindicatos, nos altos empregos<br />

da burocracia inútil. Os<br />

sujeitos comêrão e, a exigencias dos<br />

dônos, roncárão agra<strong>de</strong>cimentos,<br />

em nótas arrepiantes <strong>de</strong> servilismo<br />

malandro.<br />

Os outros, os que têm papel <strong>de</strong><br />

opozição, seguírão-lhe no encalço.<br />

Armonizárão-se, comhinárão-se, distribuirão-se<br />

amigavelmente os papeis.<br />

Vibrou o pais, em gran<strong>de</strong>s comoçõis<br />

que o sacudirão num repelão<br />

brusco <strong>de</strong> enerjia reviviscênte.<br />

Quando foi da questão relijióza,<br />

ergueu-se a reclamar contra os aten-<br />

tados da reação á liberda<strong>de</strong>; suádamente<br />

coríquistada em eroicas pelejas.<br />

Pois no parlamênto nenhuma<br />

vós se ergueu a <strong>de</strong>batêr a questão<br />

primacial, e, daquéla chusma <strong>de</strong><br />

liberais fogozos, não saiu um grito,<br />

um protesto, uma i<strong>de</strong>ia a secundar<br />

essa campanha febril e ruidóza, (yie<br />

convulsionava o país!<br />

Fês-se o silencio. O ?not-d'ordre<br />

viéra do alto, das altas filiadas do<br />

Sdçrê-Ccenr.<br />

Os reprezêntantes do país érão<br />

assim contra o país!<br />

Por ocazião do convénio a opi<br />

nião moveu-se em prenúncios <strong>de</strong><br />

insurreição patriótica. Estalárão cóleras.<br />

Retinirão brados <strong>de</strong> incitação<br />

A mocida<strong>de</strong> das escolas realentou-se<br />

na ameaça <strong>de</strong>ssa infamia. Soldados<br />

valoróz*os levárão até ás assembleias<br />

lejislativas o seu protesto, grandiôzo<br />

por singularissimo em tempos <strong>de</strong> bas<br />

tardos poltrõis.<br />

Pois no parlamento não ouve a<br />

comoção que <strong>de</strong>veria dominar uma<br />

assembleia nacional no lance duma<br />

ajitação tão jeral. Vozes frouxas<br />

arrastadamênte <strong>de</strong>scutírão o convénio,<br />

como quem o fás por incumbência<br />

penóza. No fundo todos esta\<br />

ão <strong>de</strong> acordo. 1 A negociata a<br />

todos aproveitava, e a infamia a ninguém<br />

cauzava engulhos.<br />

Os reprezentantes do pais erão<br />

assim contra o país !<br />

E quando foi do contráto Wil<br />

liams, das propostas da fazenda e <strong>de</strong><br />

tantos outros negocios e assuntos<br />

<strong>de</strong> tomo, o parlamênto <strong>de</strong>u mostras<br />

do que é e do que vale, mantendo<br />

se na inferiorida<strong>de</strong> abjecta duma<br />

junta <strong>de</strong> paroquia <strong>de</strong> ignorantes e<br />

<strong>de</strong> prevérsos.<br />

Pelo que respeita a <strong>Coimbra</strong>,<br />

quando a multidão coleáva por essas<br />

ruas, alucinada e trovejante, pedindo<br />

justiça e gritando contra a<br />

iniquida<strong>de</strong>, no parlamênto não ouve<br />

uma vós que traduzisse os sofrimentos<br />

e as cóleras do povo, que se incendêsse<br />

na justiça da sua revolta,<br />

que falásse, ru<strong>de</strong>mente,, a linguájem<br />

inflamada das reivindicaçõis. Ninguém<br />

se comoveu, ninguém levou<br />

para aquêle recinto bafiento e<br />

escuro um pouco <strong>de</strong>ssa cólera que<br />

conjestionava as almas, esbrazeáva<br />

os espíritos, punha em todas as vozes<br />

um frémito <strong>de</strong> odio e uma tremura<br />

<strong>de</strong> lagrimas. Nada ! Ali ninguém<br />

se comoveu. Todos tremêrão-<br />

E limitárão-se uns timidamente a<br />

perguntar o que avia, outros a pedir<br />

que a or<strong>de</strong>m se restabelecêsse,<br />

alguns a protestar contra os fuzilamêntos<br />

. . . sem todos os toques.<br />

Mas o país inteiro adótou a cauza<br />

da revolta <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. E os<br />

reprezentantes do pais érão assim<br />

contra o pais!<br />

Jamais o fato <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> assinalar-se.<br />

A mesma subserviência, e<br />

mesma <strong>de</strong>pressão, a mesma covardia.<br />

Quando o Porto mandou ao<br />

parlamento três <strong>de</strong>putados republicanos,<br />

abriu-se um parentesis consolador.<br />

Falárão ali ómens, revela<br />

rão-se consciências, ouve pavôres<br />

• |nas óstes monarquicas. E para logo<br />

se pensou em evitar, por todos os<br />

processos, que os rebel<strong>de</strong>s lá voltassem,<br />

a traduzir com todo o po<strong>de</strong>r da<br />

verda<strong>de</strong> a vonta<strong>de</strong> nacional.<br />

Os <strong>de</strong>putados republicanos são<br />

temidos por isso mesmo que, não<br />

cumplicitando em combinatas crimi<br />

nózas, mantém toda a sua in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />

para fazerem a <strong>de</strong>fêza do<br />

país. Não se amoldão a convenien<br />

cias, não t^fn a sustê-los as ferropeias<br />

<strong>de</strong> interesses mesquinhos.<br />

Comprehen<strong>de</strong>-3e assim que o<br />

rejimen os ostiiize, e procure por<br />

todas as formas <strong>de</strong>sviar <strong>de</strong> si o ataque<br />

impetuôzo e invencível em que<br />

êles o exterminarião.<br />

Mas <strong>de</strong>ve compreêncler-se também<br />

que o pais, que reclama moralida<strong>de</strong><br />

e economia, que tem sido espoliado<br />

e oprimido, os prefira aos testas<br />

<strong>de</strong> ferro dos partidos do existente.<br />

Votar nos candidatos republicanos<br />

é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver. Todos os<br />

que não estão enfeudados a grupos,<br />

nem prêzos a interésses ilejitimos,<br />

nem sujeitos ao mando <strong>de</strong>primente<br />

<strong>de</strong> caciques <strong>de</strong>spoticos, ão-<strong>de</strong> saber<br />

cumpri-lo nobremênte.<br />

À urna pelos candidatos<br />

republicanos.<br />

CANDIDATOS MONÁRQUICOS<br />

Marlaao «ie Canalho<br />

Meta<strong>de</strong> do pais conhece este cavalheiro.<br />

A outra meta<strong>de</strong> .. conhece-a ele.<br />

Serjio dc Castro<br />

Em Portugal existem logares escandalozos.<br />

Assim á um sr. Sarzedas que<br />

é inspetor das aguas mineraes com remuneração<br />

farta.<br />

O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro é inspêtor das<br />

aguas-ar<strong>de</strong>ntes, mas sem remuneração...<br />

E' ura benemérito.<br />

Yotem nêle! »<br />

O REJIMEN<br />

A


Não faltou porem quem fôsse esperar<br />

o sr. dr. Bernardino Machado á estaçã'<br />

velha, como não falloii quem ao chegar<br />

á estação nova lhe fizesse a manifestação<br />

<strong>de</strong> mais carinhóza veneração a que temos<br />

assistido.<br />

Quando o sr. dr. Bernardino Machado,<br />

se apeou da carruajem,acompanhado por<br />

seu filho,foi logo ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> amigo- que<br />

com interesse se infurmávão do que lhe<br />

avia acontecido e que se tranquiiizávão<br />

com as palavras breves que comovidamente<br />

lhes dizia.<br />

A' esiáção não tinhão acorrido só républicanos.<br />

Avia ómens doutros partidos<br />

políticos, outros a quem as qílestõis politicas<br />

não interéssão.<br />

Avia crêntes e <strong>de</strong>ziludidos, mas todos<br />

tinhão vindo levados pelo mesmo respeito<br />

pelo caráter do gran<strong>de</strong> cidadão e ilustre<br />

prcfessôr dr. Bernardino Machado.<br />

Tôdos tinhão querido manifestar publicamente<br />

o seu protésto contra o abuzo,<br />

bem qualificado, da policia <strong>de</strong> Lisboa.<br />

E maior foi a alegria ao verificar que<br />

felismente, contra o que éra <strong>de</strong> prever,<br />

o sr. conselheiro Bernardino Machado<br />

nada sofrera com a agressão brutal e<br />

injustificável da autorida<strong>de</strong>.<br />

Fôra perseverado por o acázo. O furôr<br />

policial <strong>de</strong> prizão era cégo: passou ao<br />

lado do sr. dr. Bernardino Machado sem<br />

o vêr, como pren<strong>de</strong>u o nósso amigo e<br />

correlijionário dr. Afonso Cósta quando<br />

este tentava restabelecer a ór<strong>de</strong>m que a<br />

policia tinha perturbado, e~ quando em<br />

parte o tinha conseguido com a sua sere-<br />

nida<strong>de</strong>, uzando, juntamente com o sr.<br />

conselheiro Bernardino Machado, da autorida<strong>de</strong><br />

que tinhão <strong>de</strong>ante do pôvo que<br />

lhes obe<strong>de</strong>cia, como ia obe<strong>de</strong>cendo também<br />

a policia sem a intervenção <strong>de</strong>zor<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> chefes provocadores.<br />

Quando o sr. dr. Bernardino Machado<br />

assumou á porta da estação, os vivas e<br />

as palmas ouvirão-se ruidózas.<br />

Era uma manifestação empolgante<br />

pelo que tinha <strong>de</strong> sincéro, pela força das<br />

vózes, gritando claramente um nôme<br />

pela alegria que se via em todos os<br />

olháres.<br />

Ao chegar ao largo o sr. conselheiro<br />

Bernardino Machado fés um jésto, e rapidamente<br />

se calarão os vivas a Afonso<br />

Costa, a Bernardino Machado, á pátria,<br />

ao partido républicano, á <strong>de</strong>mocracia.<br />

O sr. dr. Bernardino Machado, querendo<br />

significar a sua gratidão, a todos<br />

os que tinhão corrido a espera-lo. pondo<br />

<strong>de</strong> lado i<strong>de</strong>ias politicas, <strong>de</strong>scobriu-se e<br />

levantou em vós vibrante <strong>de</strong> comoção<br />

um viva a <strong>Coimbra</strong>, correspondido pela<br />

gran<strong>de</strong> mássa <strong>de</strong> pôvo,que enchia o largo<br />

e a rua,com a mesma intensida<strong>de</strong> e calôr<br />

com que foi recebido o que o ilustre<br />

professor levantou seguidamente á <strong>de</strong>mocracia.<br />

Continuárão os vivas até que o sr.<br />

conselheiro Bernardino Machado se retirou<br />

acompanhado d'alguns amigos.<br />

Esta manifestação veio <strong>de</strong>monstrar<br />

mais uma vês a verda<strong>de</strong>ira adoração<br />

com que em <strong>Coimbra</strong> é visto o sr. dr.<br />

Bernardino Machado, caráter <strong>de</strong> eleição<br />

tôdo <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> e altruismo, sempre<br />

ponto a sacrificar o seu tempo, a sua<br />

saú<strong>de</strong> e o seu dinheiro, quando á uma<br />

iniciativa a fomentar, um concelho a dar,<br />

uma óbra <strong>de</strong> filantropia a fazer.<br />

Quando todos ião dispersando já, ouviu-se<br />

urç viva á républica que foi seguido<br />

<strong>de</strong> algumas prizõis <strong>de</strong> jente nova<br />

entre 15 e 17 ãnos,ao que nos informão.<br />

Não <strong>de</strong>ixaremos sem algumas palávras<br />

o orrivel crime.<br />

Em nóssa opinião um «viva á républica»<br />

não é um grito sediciôzo.<br />

Deve ser permitido, como se admite<br />

a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, como se<br />

admite a reprezentação em cortes dos<br />

' ómens que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m essas i<strong>de</strong>ias.<br />

Em paizes, em que se aten<strong>de</strong> mais ao<br />

fundo <strong>de</strong>terminante das açõis, em que<br />

se aten<strong>de</strong> mais ás i<strong>de</strong>ias do que ás palavras,<br />

os vivas á républica são permitidos,<br />

mesmo na passajem dos soberanos. Eles<br />

não altérão a or<strong>de</strong>m pública, quando não<br />

são o grito <strong>de</strong> atentado contra a ór<strong>de</strong>m.<br />

No nósso país é permitido, pelo menos<br />

á face da lei, como em todos os paizes,<br />

fazer valêr nos parlamentos a sua<br />

vós pelo triunfo duma i<strong>de</strong>ia contra o existente;<br />

o mesmo déve ser permitido na<br />

praça publica, quando a or<strong>de</strong>m não é<br />

alterada.<br />

E a or<strong>de</strong>m não seria alteráda, porque<br />

o partido républicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a saberia<br />

manter, como tem mostrado em todas<br />

as manifestaçõis <strong>de</strong> carater politico<br />

que tem feito.<br />

Em comicios, no Centro Républicano,<br />

nem cazas como nas ruas, o partido républicano<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tem aconselhado<br />

sempre abertamente a or<strong>de</strong>m e tem-a<br />

feito respeitar.<br />

Ao partido républicano, aos seus<br />

ómens, como á sua imprensa, <strong>de</strong>ve esta<br />

#<br />

REZISTENCIA,—Oninta-fcira, 23 <strong>de</strong> .lunho <strong>de</strong> 1D04<br />

O sr. comissário <strong>de</strong> policia não estêve<br />

<strong>de</strong>sta vês d'acôrdo com a opinião jeral<br />

da cida<strong>de</strong>, que lhe compete conhecèr,<br />

para a respeitar, e não se converterem<br />

elemento <strong>de</strong> <strong>de</strong>zór<strong>de</strong>m.<br />

Conheeêmos no sr. Comissário <strong>de</strong><br />

policia bélas qualida<strong>de</strong>s.<br />

Góza da fáma <strong>de</strong> militar briôzo, e<br />

aponta-se como tendo feito ao país serviços<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro patriota em missõis <strong>de</strong><br />

que tem estado encarregado.<br />

Vê-se bem claramente a sua áção<br />

disciplinadôra na policia <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

que tem reformado, não sem trabalho nem<br />

<strong>de</strong>sgostos<br />

Conhecemos os esforços que fás para<br />

ser bem informado, e o seu proce<strong>de</strong>r em<br />

cázos melindrózos da policia académica.<br />

Mas,por isso mesmo,extranhamos que<br />

numa manifestação feita por uma cida<strong>de</strong><br />

inteira e um ómem que éla justamente<br />

respeita con o um dos seus cidadãos mais<br />

ilustres, a autorida<strong>de</strong> se não tivésse compenetrado<br />

<strong>de</strong>ste sentimento jeral, <strong>de</strong>terminando<br />

o seu procedimento pelas circunstancias,<br />

e dando aos factos o seu<br />

justo v;ilor.<br />

Para nós os vivas á républica dévem<br />

ser permitidos como manifestação das<br />

i<strong>de</strong>ias, lógo que não sejão <strong>de</strong>terminantes<br />

<strong>de</strong> átos subversivos, nem como tais se<br />

dêem.<br />

Se é justa e legal a manifestação das<br />

i<strong>de</strong>ias republicanas no parlamento, se la<br />

se pó<strong>de</strong>m enunciar e lá se po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r,<br />

o grito nas ruas déve ser permitido,<br />

como é permitido o grito pela monarquia.<br />

E' uma fórmula <strong>de</strong> expressão do pensamento.<br />

Dado porem o cazo, que por<br />

or<strong>de</strong>ns superiores, qee o sr. comissário<br />

<strong>de</strong> policia tem <strong>de</strong> acatar e <strong>de</strong> fazer cumprir,<br />

o viva á republica fôsse arbitraria<br />

e injustamênte consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong>terminante<br />

<strong>de</strong> prizão, nunca éla <strong>de</strong>via ser<br />

mantida durante uma noite.<br />

Não po<strong>de</strong>ria manda-lo o govêrno que<br />

em Lisboa fazia solt r os prézos.<br />

O sr. comissário <strong>de</strong> policia foi <strong>de</strong><br />

encontro á opinião jeral da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Coimbra</strong>, que não viu na manifestação a<br />

Bernardino Machado um áto <strong>de</strong> partidarismo,<br />

mas sim um ácto <strong>de</strong> justiça.<br />

E quando, num movimento jeral, uma<br />

vós nôva e jeneróza se expan<strong>de</strong>, esse<br />

ómem nunca pô<strong>de</strong> ser pnnido com uma<br />

noite na esquádra, como um bêbado que<br />

se enborrácha com amigos e vem para<br />

a rua gritar sujas obscenida<strong>de</strong>s.<br />

Kos éõmicios realizados<br />

coar ira as medidas da faceada<br />

provárão-se as responsabilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> iodos os partidos ssa<br />

situação <strong>de</strong> Igitomiuia e <strong>de</strong><br />

ruiiia (|tsc esmaga o pais.<br />

Votár «sos candidatos apresentados<br />

por esses partidos é<br />

fazer uma afirmação <strong>de</strong> criini<br />

coza cumplicida<strong>de</strong>.<br />

Coiamissão municipal<br />

republicana do Porto<br />

Terminou a sua formatura em Direito<br />

este nosso amigo e companheiro leal na<br />

redáção da Resplenda.<br />

O dr. Antonio Maria Pereira Júnior<br />

<strong>de</strong>ixa na aca<strong>de</strong>mia a tradição da mais<br />

altiva in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia e do mais nóbre<br />

caráter.<br />

Não sabendo nunca tpanzijir ipôcritarnente,<br />

o nósso amigo terminou a sua<br />

forma)ura respeitado por inéstres e discípulos.<br />

A Rezistencia, que <strong>de</strong>ve gran<strong>de</strong> parte<br />

do seu sucésso á sua colaboração brilhante,<br />

á sua <strong>de</strong>dicaçãc <strong>de</strong> todos os momentos,<br />

felicita efuzivamente o mais leal<br />

e <strong>de</strong>votado dos que trabalhão nas primeiras<br />

filas dos lutadores républicanos<br />

atuais.<br />

Solidarieda<strong>de</strong><br />

Serjio, o bêbado, moço <strong>de</strong> recados<br />

do príncipe Tezuras, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>scaro<br />

habitual as brutalida<strong>de</strong>s da policia<br />

<strong>de</strong> Lisboa no ultimo domingo.<br />

D'esta vez Serjio, o bêbado, não foi<br />

simplesmente por oficio, e fazendo jus a<br />

ração estraordinaria - <strong>de</strong> copinhos, que<br />

espeliu a baforada.<br />

Está averiguado que foi por solidarieda<strong>de</strong><br />

com o chefe Amorim, como ele<br />

socio ativo da Real Socieda<strong>de</strong> do Pimpão. !<br />

E é dos estatutos o auxilio mutuo.., [<br />

T<br />

O COMÍCIO DE LISBOA<br />

cida<strong>de</strong> o ter se mantido a ór<strong>de</strong>m publica<br />

tuguèza, rião sabemos a quantos contos<br />

em circunstancias berfl ajifadas.<br />

! por âno.<br />

O partido republicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

Encheríamos muilos números do<br />

nunca explorou movimentos populares<br />

Foi dos mais brilhantes pela ãníiná nosso jornal se fossemos a respigar e<br />

para se fazer temer, tem preferido fazer Realizou se hontem no Porto, por ção e entuziásmo do publico e pela ele-<br />

trasladar todos os <strong>de</strong>poimentos monár-<br />

se respeitar pela autorida<strong>de</strong> dos seus Sufrájio direito, a eleição da comissão vação dos oradores o comicio républiquicos.<br />

chéfes.<br />

municipal da gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> republicana. cano <strong>de</strong> domingo em Lisboa.<br />

ps que primeiro viérão á ceifa ai<br />

Não é um partido <strong>de</strong> revolução, é um O ato foi concorridissimo, afluindo to- Apezar do calor tropical o publico<br />

vão ficando.<br />

partido <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m.<br />

dos os republicanos a cumprir nobremente conservou-se sempre atento vitoriando os Meditem os respeitáveis cavalheiros<br />

O-Í gritos dos pobres rapâzes não são o seu <strong>de</strong>ver.<br />

oradores nas passajens mais importan- que se melindrão com as nossas pala-<br />

puníveis na nóssa opinião; são urna ex- De espaço dêle falaremos, frizando tes dos seus discursos, conhecidos pela<br />

vras.pansão<br />

<strong>de</strong> momento, uma aíirunção <strong>de</strong> quanto á a esperar da ativida<strong>de</strong> inteli- reportajem <strong>de</strong> todos os jornais.<br />

E os eleitores onéstos digão rios se<br />

convicçõis que déve ser ouvida com injênte e proba dos eleitos, cujos nomes Não falaremos d'eles, para simples-<br />

po<strong>de</strong>m vot\r nessas quadrilhas.<br />

duljencia, e mesmo com prazer, porque são:<br />

mente acentuarmos o valor d-a manifes-<br />

um /rito pela républica em Portugal é<br />

tação, o entuziásmo do povo acompa-<br />

um grito nobilitadôr.<br />

Efétivos<br />

nhando numa oração <strong>de</strong>lirante os nossos Os candidatos répubsieanos<br />

#<br />

15r. Afonso Augusto da Cos- amigos Bernardino Machado e Afonso são representantes duna i<strong>de</strong>al<br />

E' por isso que, pela primeira vês, ta, Antonio fLuis Gomes, Costa por uma fórma tão alta e tão si- <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Justiça, os can-<br />

extranhamos um áto do sr. comissário <strong>de</strong> Antonio dos tantos Pousada, gnificativa qne a autorida<strong>de</strong> per<strong>de</strong>u <strong>de</strong> didatos EKouaarquicos ajentes<br />

policia, cuja áção a «Rezistemia» tem Antonio da Silva Cunha, Del- todo o saíigj-e frio e se <strong>de</strong>ixou ir aos das quadrilhas que, segundo<br />

sempre procurado ajudar,como a dos prefim Pereira da Costa, S>r. mais infames <strong>de</strong>svarios censurados pela o sr. saias Ferreira tem explo<strong>de</strong>cessores<br />

no comissariado, não se tendo Duarte f^ciíe Pereira da Sil- imprensa <strong>de</strong> todos os partidos.<br />

rado o país.<br />

nunca <strong>de</strong>ixado arrastar na exploração va. Fnrique Pereira ii'«íSlvcl- Des<strong>de</strong> o Inten<strong>de</strong>nte até ao Rocio a Escol hão.<br />

das indignaçõis fáceis e <strong>de</strong> momênto, ra, Dr. «Joaquim d'Azevedo multidão acompanhou correndo o carro Votar pelos candidatos ré-<br />

como é <strong>de</strong> uzo na bôa politica portu- Albuquerque, Dr. «Fozé Xsiaes eleffico em que se tinhão metido os nospublieanos é votar pela patria,<br />

guêza.<br />

da Po a te, Dr. Paulo olozé Falsos correhjionáaios, numa massa com- vilipendiada e cuspida pelo<br />

O sr. comissário <strong>de</strong> polícia pô<strong>de</strong> pocão, Dr. Severiano «Sozé da pácta, d'on<strong>de</strong> saião os gritos <strong>de</strong> mais en- rejimen.<br />

rem lêr uma explicação para a prizão Silva.<br />

tuziásmo.<br />

em or<strong>de</strong>ns superiores.<br />

Para se conhecer o estado da opinião<br />

Em Portugal ultimamente os governos ®TXÍ3!StÍtta.tO>iS<br />

pública basta aquéla manifestação.<br />

Dádiva importante<br />

temem as palávras como se fossem peri-<br />

Não serão as eleiçõis <strong>de</strong> domingo com<br />

gózos injenhos <strong>de</strong> guerra.<br />

Alfredo Pinto Dzorio, An-<br />

toda a infância <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> corrução e O sr. D. António Sebastião Valente,<br />

tonio Amorim Carvalho, Anto-<br />

Não seria por isso para extra nhar<br />

soborrio que o dirão. Falará sempre mais arcebispo <strong>de</strong> Gôa, patriarca das índias<br />

nio EmHio Magalhãis, Dr, Cer<br />

que superiormente lhe fôsse mandado<br />

alto o comicio, a manifestação <strong>de</strong> Li- boa e Orientais arába <strong>de</strong> oferecer á bibliotéca<br />

mano Martins, Francisco Xa-<br />

abafar o grito subeversivo.<br />

a carniçaria policial <strong>de</strong> Lisboa, que da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> um exemplar da óbra<br />

vier Esteves, «Pozé Pinto <strong>de</strong><br />

Mas o que se não po<strong>de</strong> admitir é<br />

mostra o embaraço em que Ião gran<strong>de</strong> em dois volumes — Le Chrislianisme d<br />

Souza Leio,


Iv<br />

Aos comerciantes<br />

1 N<br />

H Çninta-felra,33 <strong>de</strong> .Junho <strong>de</strong> lí>04 3<br />

A c r r o s<br />

ANUNCIO<br />

SR. REDÁTOR. Na Univérsida <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,nos dias<br />

18.20, 22 e <strong>de</strong> junho, íizéião átos e<br />

Permita V. no seu lido jornal umas ficárão aprovados os seguintes acadé-<br />

consi<strong>de</strong>raçõis mui leves sobre a atitu<strong>de</strong> micos :<br />

dos comerciantes nas próximas eleiçõis.<br />

Fatuida<strong>de</strong> dc Teolojia<br />

Aprezenta o partido républicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

os seus candidatos, todos ómens co- ano~-2.<br />

nhecidos e admiradas, com méritos autênticos<br />

e provas feitas nas li<strong>de</strong>s da politica<br />

e do parlamento. A lista è excelente, e<br />

quem tiver dignida<strong>de</strong> não a pretere <strong>de</strong>cérto<br />

por qualquer lista monárquica, on<strong>de</strong><br />

rarcLaflòra um nôme onésto, a <strong>de</strong>srespeitar-?e<br />

e a comprum ',têr-se com a camaradájem<br />

<strong>de</strong> sujeitos cuja inferiorida<strong>de</strong><br />

moral e intelétual <strong>de</strong>veria garantir-lhes<br />

o perpétuo esquecimento.<br />

Mas <strong>de</strong>ixe-me abicar o assunto.<br />

Quando foi do protésto contra as medidas<br />

<strong>de</strong> fazenda, eu vi aí levantar-se o<br />

comércio em acéssos se indignação, trovejar<br />

irado contra as malfeitorias dos..<br />

<strong>de</strong>sgovernos <strong>de</strong>ste pais, a<strong>de</strong>rir a um comicio<br />

républicano por meio <strong>de</strong> oficio alevantado,<br />

e cobrir com unisonos aplauzos<br />

as afirmaçõis oos oradores que púnhão<br />

ao léo, com uma crueza justa, as chagas<br />

do rejimen. Quando o dr. Luis Gomes,<br />

no seu discurso, que foi uma nòtavel conferência,<br />

recordando cifras e excertos <strong>de</strong><br />

péças oficiais, rematou com uma^apóstrofe<br />

<strong>de</strong> sentida violência contra as quadrilhas<br />

que infestávão o po<strong>de</strong>r, eu vi erguer-se<br />

a assembleia humá ovação bóia,<br />

que me <strong>de</strong>u alentos: e esperanças.<br />

Pois bem, sr. redátor, agora que as<br />

eleiçõis chegão, calmamente, mercê do<br />

acordo dos velhos compadres da rotação,<br />

eu sempre quero vêr como os comerciantes<br />

que protestarão, e bradarão, e fechárão<br />

as suas porias, se conduzem.<br />

Vão votar nos candidatos do govêrno?<br />

Mas isso é uma vergonha, e todos llcão<br />

autorizados a supôr que os protestos da<br />

classe comercial, quando surjem. não<br />

pássáo duma comédia reprezentada por<br />

anónimos, que não tem a enerjia moral<br />

bastante para assumirem responsabilida<strong>de</strong>s<br />

e solverem sérios compromissos,<br />

publica e solêneniente tomados.<br />

Já ôje os protestos da classe comercial<br />

vem enfraquecidos por antigos<br />

exemplos <strong>de</strong> incoerência, que <strong>de</strong>zorienla; e<br />

por este caminho <strong>de</strong> tranzijências indignas,<br />

fôrça alguma terá para reclamar<br />

que a administração se moralize, quem<br />

dá o exemplo <strong>de</strong> a si proprio se <strong>de</strong>smoralizar<br />

com um proce<strong>de</strong>r versátil e <strong>de</strong>zonrôzo.<br />

Con<strong>de</strong>nar o governo e apoiar<br />

o governo é incompreensível; e os que<br />

esquecem " as palavras e afirmaçõis <strong>de</strong><br />

data bem recente, cométem uma má<br />

ação digna -<strong>de</strong> ser verberada e apontada,<br />

para que se saiba que a força perniciòza<br />

dos governos vem da fraquêza triste dos<br />

que se não lhe opõem, se não no anonimâto<br />

<strong>de</strong> assembleias publicas e com o<br />

simples ruido <strong>de</strong> palavras sem valor.<br />

\ão votar mos candidatos progressistas?<br />

São ainda candidatos do governo,<br />

dado o acordo intimo que domina na<br />

politica monarquica.<br />

Depois, nesses comícios corítra as<br />

propostas <strong>de</strong> fazenda, como V. em artigos<br />

vários tem acentuado, invetívárão-se<br />

todos os governos <strong>de</strong> todos os partidos,<br />

sem excéção, arguindo-se-lhes responsabilida<strong>de</strong>s<br />

eguaisna queda <strong>de</strong>zastroza do<br />

pais.<br />

A incoerência é a mesma.<br />

Votar n'eles continua a ser uma má<br />

ação.<br />

Emfim, sr. redátor, eu espero que o<br />

ato eleitoral me confirme nos meus juizes<br />

pessimistas, sobre a valia <strong>de</strong> certos<br />

protestos, a coerência e a sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

certas clásses.<br />

Oxalá que me enganásse, que todos<br />

soubessem cumprir o seu <strong>de</strong>ver, e que a<br />

lista republicana, sendo a única lista <strong>de</strong>cènle,<br />

e sendo prezêntemênte a única<br />

lista <strong>de</strong> protésto, obtivesse o sufrájio<br />

<strong>de</strong> todos os que coerentemente tinhão o<br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> lh'o dar.<br />

Mas são muitas já as <strong>de</strong>ziluzõis acumuladas,<br />

para que ainda centelhe no meu<br />

espirito alguma esperança.<br />

Pô<strong>de</strong> ser, po<strong>de</strong> ser. Seria um dia<br />

<strong>de</strong> consolação e <strong>de</strong> jubilo para mim, não<br />

por constatar o triunfo impossível da<br />

lista republicana, mas por ver que ainda<br />

nem tudo está perdido — que á carater,<br />

conciencias, escrupulos, vícios.<br />

Se v. enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>ve publicar<br />

esta carta, como ura apelo aos comerciantes<br />

onrados, faça, corrijindo-lhes as<br />

imperfeiçõis que abundão; se não achar<br />

justo e conveniente pub!ical-a,\Iance-a ao<br />

cêsto dos papeis inúteis, e continue a<br />

crêr-me,<br />

De v. etc.,<br />

/<br />

l.<br />

a ca<strong>de</strong>ira — Carlos Esteves<br />

<strong>de</strong> Azevedo, Francisco Lopes e Eurique<br />

Soares.<br />

Terminárão os átos do 1.° ano nésta<br />

faculda<strong>de</strong>.<br />

2.° ano —-3: a ca<strong>de</strong>ira —Jozé Manuel<br />

Rebêlo <strong>de</strong> Queirós e Aguilar Teixeira da<br />

Covta.<br />

2.° ano 4. a Ca<strong>de</strong>ira Jozé do Patrocínio<br />

Dias Prezunto, Antonio Augusto, Joaquim<br />

Correia Salgueiro, Jozé d'Almeida Correia<br />

(distinto.)<br />

3." ano—-Candido Augusto <strong>de</strong> Melo.<br />

Acabárao os átos neste curso.<br />

4.° ano —Artur Augusto Teixeira<br />

Rarboza da Guerra Leal e Carlos Albérto<br />

Rarboza, Domingos Lourenço d'Araujo,<br />

Eduardo d'Aguiar, Elias Gomes.<br />

5.° ano — Antonio da Silva Pimenta,<br />

Artur Marques Figueira, José Cal<strong>de</strong>ira<br />

d'Oliveira, Clementino Alves Tourais.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bireito<br />

ano— l. a ca<strong>de</strong>ira -—Francisco Ribeiro<br />

Téles, Fre<strong>de</strong>rico Antonio d'Ahreu<br />

Chagas, Fre<strong>de</strong>rico Carlos Correia <strong>de</strong><br />

Lacerda da Costa Pinto e Enritjue Trinda<strong>de</strong><br />

Coelho (distinto), Arnaldo Augusto<br />

Rartqjo J.iiine Pinto Osorio.<br />

Ouve d tias reprovaçõis.'<br />

2.» ca<strong>de</strong>ira—José Maria Nunes Leitão,.<br />

Jozé Maria Ripozo <strong>de</strong> Souza d'Alie Espargoza,<br />

Jozé Nunes d'Almeida Lopes.<br />

Ouvé uma reprovação.<br />

3. a ca<strong>de</strong>ira —Luis Francisco Rebêlo<br />

Bicudo, Manuel dos Santos Ma<strong>de</strong>ira, Joaquim<br />

Pereira Monteiro dWraujo, Alberto<br />

Ribeiro Jorje, Antonio Augusto <strong>de</strong> Souza,<br />

Elísio Cardozo Pessoa. João Maria <strong>de</strong><br />

Sanfiago Gouveia Lobo Prezado, Jozé<br />

da Ponte Ledo.<br />

2.° ano — 5. a ca<strong>de</strong>ira — Antonio Bragança<br />

Pereira, Antonio Ferrão (distinto),<br />

Antonio Taumaturgo Leonardo Reis Pio<br />

Pereira. Arti<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Men<strong>de</strong>s Carlos<br />

Augusto Campelo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Cezar <strong>de</strong><br />

Sousa Men<strong>de</strong>s, Custodio Arlindo da Silva<br />

Patena, Emilio Julio Coelho <strong>de</strong> Lima,<br />

Ernesto Intze Ribeiro Nunes, Fernando<br />

•Emígdio da Silva, distinto, Francisco<br />

d'Atilas Manso Preto Men<strong>de</strong>s da Crus.<br />

Ouve três reprovaçõis.<br />

6. a ca<strong>de</strong>ira - Jozé Antonio Meireles<br />

<strong>de</strong> Campos Enriques, Jozé Caetano Lobo<br />

d'Avila da Silva Lima (distinto), Jozé José<br />

Gabriel Pinto Coelho (distinto), Jozé<br />

Peres <strong>de</strong> Noronha Galvão, Jozé Pequito<br />

Crespo, Jozé Taveira <strong>de</strong> Carvalho.<br />

Ouve uma reprovação.<br />

7. a ca<strong>de</strong>ira — Manuel Joaquim Lopes,<br />

Francisco Odorico Dantas Carneiro, Alfredo<br />

Antonio Camossa Nunes Saldanha,<br />

Adolfo Sampaio <strong>de</strong> Morais Pinto <strong>de</strong><br />

Almeida.<br />

Ouve quatro reprovaçõis.<br />

3.° ano —Carlos Soarés Fre<strong>de</strong>rico<br />

d'Albu']uerque, Custodio José Vieira,<br />

Daniel d'Almeida Coelho <strong>de</strong> Pinho, Alvaro<br />

da Mota Alves, Diamantino da Mata<br />

Calisto, Domingos Jozé da Costa Rebelo,<br />

Domingos^ Machado Pereira, Eduardo<br />

Ribeiro Relino, Emilio <strong>de</strong> Lucena, Francisco<br />

Alberto Mendonça <strong>de</strong> Somer, Jeronimo<br />

Vieira Cabrita Ri.to.<br />

Ouve tres reprovaçõis.<br />

4.'° ano —Augusto Gabriel Sinval,<br />

Avelino Pais Rorjes <strong>de</strong> Rrito, Bento<br />

Coelho da Silva, Rernardino <strong>de</strong> Pina Cabral,<br />

Carlos Luis Ferreira, Eduardo Aires<br />

Leonardo <strong>de</strong> Mendonca, Eduardo Manuel<br />

d'Almeida Júnior, Antonio Jozé Alves Ferreira<br />

<strong>de</strong> Lemos, Ernesto Jozé Cardozo,<br />

Eujemo da Cunha Pimentel, Felix d'Abreu<br />

Soto-Maior.<br />

Faltou um aluno ao áto, por motivo<br />

justificádo.<br />

5.° ano—"Antonio Rodrigues Salgado,<br />

Antonio Vasco Rebêlo Valente, Antonio<br />

Víàna Ferreira uoquete, Armando Fortes<br />

Marinho da Cunha, Alvaro Augusto da<br />

Costa Rasto Sereno, Armindo Augusto<br />

d'Almeida, Armindo Mauricio Pinto Rodriguos,<br />

Arnaldo d'Almeida Vidal, Tomás<br />

d^liveira Mata Dias, Arnaldo Dinis da<br />

Silva Viana, Artur Euler <strong>de</strong> Carvalho<br />

Alves, ArtuLSoares Machado.<br />

Por motivo Justificado faltou um aluno<br />

ao ato.<br />

Faculda<strong>de</strong> dc Xlediciua<br />

1ano — 1 . a Maria Men<strong>de</strong>s Pinheiro <strong>de</strong> Magalhãis<br />

Mexia, Antonio Simõis Pereira. Domínios<br />

Miranda, João Vás Agostinho. Joaquim<br />

Augusto Gabriel d'Almeida, A<strong>de</strong>lino Rebêlo<br />

Pinto Rastos.<br />

2.<br />

ca<strong>de</strong>ira — Alfredo Gonçalves<br />

Sa'vador, Alvaro d'Almeida Amorim<br />

(distinto.)<br />

Ouve duas reprovaçõis.<br />

Exames práticos Antonio <strong>de</strong> Jezus<br />

Rarboza Correia. Antonio Gonçalves Rapazote,<br />

Antonio d'01iveira, Arnaldo Reimão<br />

da Fonséca, Raltazar Augusto Ribeiro,<br />

Levy Maria <strong>de</strong> Carvalho e Almeida.<br />

ca<strong>de</strong>ira exames práticos —Albino<br />

a ca<strong>de</strong>ira — Abilio Maria Men<strong>de</strong>s<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Magalhãis Mexia, Antonio<br />

Simõis Pereira, Domingos Miranda, João<br />

Vás Agostinho. Joaquim Auçnsto Gabriel<br />

d'Almeida.<br />

ano 2. a ca<strong>de</strong>ira - \ntonio torreia<br />

dos Santos Silva (distinto).<br />

2.° ;.no —3. s ca<strong>de</strong>ira — Antonio Ratista<br />

dos Remédios e Jozé Joaquim <strong>de</strong><br />

Morais Miranda (médicos por universidá<strong>de</strong>s<br />

estranjeiras. Serafim Simõis Pereira.<br />

Alvaro <strong>de</strong> Almeida Matos, (distinto).<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira, exames práticos — Adolfo<br />

<strong>de</strong> Lemos Viana. Alberto Rastos da<br />

Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa,<br />

Alexandrino Lopes Russo. Alfred* Lopes<br />

<strong>de</strong> Matos Cháves, Alfredo Soares Couceiro,<br />

4. a ca<strong>de</strong>ira—Adolfo <strong>de</strong> Lemos Viana,<br />

Alberto Rastos da Costa e Silva. Alberto<br />

Cupertino Pessoa, Alexandrino Lopes<br />

Russo.<br />

5.° ca<strong>de</strong>ira — Antonio Anibal d'Araujo<br />

Esmeris, Antonio Trinda<strong>de</strong>. Ausmsto Cezar<br />

da Silva Ferreira, Custodio d'Almeida<br />

Enriques<br />

Exames práticos — Fernando Duarte<br />

Silva d'Almeida Ribeiro, Francisco Pedro<br />

<strong>de</strong> Jezus Jeraldino da Silva Raltazar Brites,<br />

Antonio Batista dos Remedios. José<br />

Joaquim <strong>de</strong> Moraes Miranda, Fernando<br />

Alberto Ferreira Costa Soares.<br />

3.° ano — Carlos da Costa Araujo<br />

Cháves. Domingos da Costa Martins, Eduardo<br />

dfi Silva Torres, Enrique Luis Doria<br />

Omem Corte Real.<br />

Exames práticos—João Alves Rarreto,<br />

João Antonio <strong>de</strong>. Matos Romão, Joaquim<br />

Lopes d'01iveira e Castro, Jozé<br />

Alves da Silva.<br />

4.° ano — Joaquim Jozé Ferreira Ratista<br />

Júnior, Jozé Carneiro Leão Queirós,<br />

Jozé Lopes d'OIiveira, Julio Vieira Figueiredo<br />

Fonseca.<br />

5.° ano — exames práticos — Jozé<br />

Rodrigues Ma<strong>de</strong>ira, Manuel Ferreira da<br />

Silva. Salviano Pereira da Cunha, D. Sofia<br />

Julia Dias, Acácio Augusto Pereira<br />

da Costa, Jozé Gomes Lopes e Jozéd'01iveira<br />

Xavier. Jozé Rodrigues Ma<strong>de</strong>ira,<br />

Manuel Ferreira da Silva.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hatcmalica<br />

1.° ano—1. a ca<strong>de</strong>ira — Carlos Elias<br />

da Casta Júnior (distinto), Leopoldo Gerardo<br />

Martins, Carlos Augusto <strong>de</strong> Mascarenhas<br />

Gomes, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />

Amaral(distinto) Acácio Armando <strong>de</strong> Souza,<br />

Viriato Augusto Ta<strong>de</strong>u, Afonso Aires <strong>de</strong><br />

Gouveia Alcoforado, Rernardino <strong>de</strong> Sena<br />

Martins. •<br />

Ouve uma reprovação.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira, exames teoricos: Licínio<br />

Cantarino Lima, distinto; exames práticos:<br />

João Lapa Fernan<strong>de</strong>s Manuel, Jozé Rernardo<br />

Lopes.<br />

Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho.<br />

2.° ano — Leopoldo Jerardo Martins,<br />

Serjio d'ASsumpção Morais e Castro,<br />

Alberto Tavares Ferreira e Castro.<br />

Terminárão os exames <strong>de</strong>ste ano.<br />

2.° ano — Carlos Duque, Aparicio<br />

Rebelo dos Santos (distinto), Alfredo <strong>de</strong><br />

Melo Pereira <strong>de</strong> Carvalho, Joaquim Jozé<br />

<strong>de</strong> Souza, Antonio Jozé Remar<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Miranda, Antonio Arsênio d'0!iveira Moreira,<br />

Jozé Lapa Fernan<strong>de</strong>s Manuel.<br />

2. a ca<strong>de</strong>ira, exames teóricos — Jozé<br />

Joaquim Ferreira <strong>de</strong> Melo Rotêlho, Alfredo<br />

<strong>de</strong> Melo Pereira <strong>de</strong> Carvalho.<br />

Faltou um aluno a éxame.<br />

Exames práticos — Ficárão excluídos<br />

os dois alunos que dérão provas.<br />

2.° ano — 3. a ca<strong>de</strong>ira —Joaquim Jozé<br />

<strong>de</strong> Souza, Jorje Arsênio d'01iveira Moreira,<br />

distinto, Augusto Camossa Nunes<br />

Saldanha, .Augusto Martins Nogueira Soares.<br />

Faltou um aluno a exame.<br />

3.° ano analize -superior — Francisco<br />

Xavier <strong>de</strong> Proença d'Almeida Garrét (distinto).<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filozofia<br />

|<br />

1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira — exames práticos<br />

— João Augusto Orneias e Vasconcelos,<br />

José Maria Gomes Estima, Manuel<br />

Lopes Marçal Júnior, Raul Roque Ramos,,<br />

Veríssimo <strong>de</strong> Freitas da Silva, A<strong>de</strong>lino<br />

da Silva Lopes, José Augusto Reja Neves,<br />

Antonio Caiado Ferrão, Antonio da Costa<br />

Simõis Caneva, David <strong>de</strong> Souza Gonçalves<br />

Júnior, Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong> Melo<br />

Fernando Raela Rissaia Rarreto Rosa<br />

distinto, Francisco Pereira Dias da Fonseca,<br />

Jertnano Augusto Fernan<strong>de</strong>s, Joaquim<br />

d'0!iveira Sousa Lopes, Leopoldo<br />

Jerardo Martins, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />

Amaral, Joaé Fernan<strong>de</strong>s Dourado.<br />

2.° ano-3, a Cesar Lopes d'Almeida, Antonio Luiz<br />

Marques Perdigão.<br />

3.° ano. botanica — Fortunato Coutes<br />

Serviço, Joaquim Antonio <strong>de</strong> Melo e Castro<br />

Ribeiro.<br />

Terminárão os átos nésta ca<strong>de</strong>ira.<br />

2.° ano— i.<br />

ca<strong>de</strong>ira—José Christine,<br />

Diniz Sevéro Correia <strong>de</strong> Carvalho, João<br />

d'Oliveira Carvalho.<br />

4.® ca<strong>de</strong>ira—José Joaquim Ferreira<br />

<strong>de</strong> Melo Rotelho, Artur Pinheiro Coelho,<br />

Alvaro <strong>de</strong> Freitas Moura (distintoj, Julio<br />

a ca<strong>de</strong>ira —Carlos Duque<br />

(distinto), Joaquim d Oíiveira Souza Lopes,<br />

José Oliva Men<strong>de</strong>s da Fonseca.<br />

4-. a ano, zoolojia — Francisco Limpo<br />

<strong>de</strong> Lacerda (com abilitação do ano lélivo<br />

<strong>de</strong> I90'2-lí"03), Francisco d'Alraeida Pessanha,<br />

D. Isaura Ratista <strong>de</strong> Figueiredo<br />

e Oliveira, José Augusto d'Oliveira, e<br />

Vasconcélos, Luiz Antonio Trincão (MR<br />

18 valores) Alberto da Fonseca Rorjes,<br />

Miguel Pereira da Silva Fonseca, Francisco<br />

Cortez Pinto.<br />

Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> analise quimica:<br />

l. a parte, exames práticos — Anibal<br />

da Conceição da Costa Pinto dos Santos,<br />

A-fonso Aires <strong>de</strong> Gouveia Alcoforado, Rernardino<br />

<strong>de</strong> Souza Martins, José Augusto<br />

<strong>de</strong> Reja Neves, Veríssimo <strong>de</strong> Freitas da<br />

Silva.<br />

Ca<strong>de</strong>ira Subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho:<br />

1.° ano —Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong><br />

Melo, Francisco Pereira Dias da Fonseca,<br />

Francisco Rodrigues Mingachos (distinto),<br />

Acácio Armando <strong>de</strong> Souza, José Paulo<br />

Teixeira do Amaral, Antonio Caiado Ferrão,<br />

Antonio da Costa Simõis Caneva,<br />

Fre<strong>de</strong>rico Tavares Cortês, Antonio d'Antas<br />

Manso Preto Men<strong>de</strong>s Cruz, Carlos Ponce<br />

d'Oliveira Pires, Mário Gomes Saraiva,<br />

Fortunato Gomes Seita, A<strong>de</strong>lino Martins<br />

Pamplona Corte Real, Julio Cesar Lopes<br />

d'Almeida, Leonel Emilio da Cunha Pereira<br />

<strong>de</strong> Macedo, Joaquim Artur dos Santos<br />

Machado, Pedro <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Albuquerque<br />

Taxeira, Joaquim Antonio <strong>de</strong><br />

Melo e Castro Ribeiro, Antonio Nave Catalao.<br />

Escola <strong>de</strong> farmácia:<br />

3. a i.<br />

ca<strong>de</strong>|ra — Julio José Fernan<strong>de</strong>s<br />

Costa.<br />

Exames <strong>de</strong> farmácia:<br />

Cesar <strong>de</strong> Carvalho Miranda, Joaquim<br />

Quaresma <strong>de</strong> Moura, Carlos Cor-<strong>de</strong>iro<br />

Idães.<br />

Tosirâda<br />

A'bre amanhã o Colizeu Figueirence,<br />

com uma touráda, que prométe-sêr<br />

brilhante.<br />

Os touros pertencem á conhecida<br />

rgana<strong>de</strong>ria do srs. Vás & Monteiro e fôrão<br />

apartados com tôdo o cuidaado.<br />

A corridj é <strong>de</strong>rijida pelo distinto<br />

aficionado sr. Jaime Eniques.<br />

Como cavalheiro teremos o louvando<br />

artista Jozé Luiz Rento, !por bandarilheiros<br />

Francisco Xavier, Luis Ohmem, Jozé da<br />

Costa, Ferreira Estudante e Luciano<br />

floreira.<br />

O gurpo <strong>de</strong> forcados e <strong>de</strong> mais<br />

valente.<br />

A direção oferéce um premio á<br />

filammõnica que melhor se aprezentaí na<br />

praça.<br />

Durante a corrida tocará a filamonica<br />

Figueirença-<br />

Èm <strong>Coimbra</strong>, á, como do costume,<br />

gran<strong>de</strong> emthuusimo pela abertura da<br />

época taruomáquic .0 espáda é o conhcido<br />

novilheiro Cypriano Rosqued.<br />

© JSUX2*© ELE€ÍAI«TE<br />

REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />

DE<br />

Modas, Musica, Rélas-artes, literatura<br />

e atualida<strong>de</strong>s. I<br />

Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />

S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />

Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />

Preles).<br />

Redátores das sécções: Moda e vida<br />

Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />

rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />

Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />

Souza.<br />

Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal<br />

: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />

Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />

Rregero, Paris.<br />

a publicação<br />

No dia 3 <strong>de</strong> julho proximo, pelas<br />

onze óras da manhã, perante o juizo<br />

dè direito da comarca ds <strong>Coimbra</strong> e<br />

pelo cartorio do escrivão do primeiro<br />

oiic^o, Almeida Campos, se hão <strong>de</strong> arrematar<br />

pelo maior preço oferecido as<br />

dividas activas na totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> réis<br />

1:689$730 ejquc serão postas em praça<br />

m globo e sem valor, pertencentes á<br />

massa falida Oliveira & Alves, désta<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

A arrematação terá logar á porta<br />

do tribunal judicial, sito nos Paços do<br />

Concelho perante o Juis Prezi<strong>de</strong>nte do<br />

tribunal do comércio.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 20 <strong>de</strong> [junho <strong>de</strong> 1904.<br />

Verifiquei a exatidão.<br />

O Juiz Prezi<strong>de</strong>nte do Tribunal<br />

R. Calisto.<br />

O escrivão do processo — Alfredo<br />

da Costa Almeida Campos.<br />

TIPOGRAFO<br />

Muito abilitado em compozição'<br />

e impressão, preeiza-se para dirijir<br />

uma boa oficina recentemênte montada<br />

n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />

Prefére-se individuo que tenha já<br />

estado a dirijir outras boas tipografias<br />

e que dê os melhores referencias<br />

sobre as suas abilitaçõis e<br />

comportamento.<br />

Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />

Ex. ra A N U N C I O<br />

(2.* publicação)<br />

Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comárca<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />

2.° officio, vão á praça, para serem<br />

vendidos em ásta pública, no dia 26<br />

do corrente, por il óras da manhã,<br />

á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />

lanço acima da avaliação, os seguintes<br />

prédios:<br />

Uma câza <strong>de</strong> abitaçao, sita no •logar<br />

e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />

avaliada em sessenta mil reis.<br />

Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />

logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />

Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />

abatido o fôro, em trinta mil<br />

reis.<br />

Fôrão penhorados na execução<br />

por custas, que o Ministério Publico<br />

nesta comárca, move contra Mário<br />

Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />

no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />

a quem pertencem respétivãmente,<br />

para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />

42:370 reis e custas acrescidas.<br />

Pelo prezênte são citados quaisquér<br />

credores incertos, para assistirem<br />

á praça.<br />

O Juis <strong>de</strong> Direito,<br />

R. Calisto.<br />

O escrivão do 2.° oficio — Artur <strong>de</strong><br />

Freitas Campos.<br />

Penitenciaria Central <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

Fás-se publico que no dia 27<br />

do corrente pelas 11 oras da manhã<br />

e na secretaria da Penitenciaria<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> se á<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r á<br />

arrematação dos jéneros alimentícios<br />

que ficárão por arrematar no<br />

dia 13 do corrente e que constão<br />

<strong>de</strong> pão, grão <strong>de</strong> bico, feijão, bacalhau,<br />

sal e toucinho <strong>de</strong> porco e<br />

bem assim á arrematação <strong>de</strong> lenha<br />

e cabedai s para a oficina <strong>de</strong> sapateiros.<br />

As condiçõis respeitantes a<br />

estas arremataçõis achão-se patentes<br />

na Secretaria da Penitenciaria<br />

todos os dias úteis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 10 óras<br />

da manhã ás 3 óras da tar<strong>de</strong>.<br />

Penitenciaria <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, 15<br />

<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />

0 Diretor,<br />

JOZÉ MIRANDA.<br />

Etna Ferreira S2oa»ges 13 3<br />

Antonio Ferreira Pereira<br />

Muda provisoriamente o seu estabelecimento<br />

para Avenida Navarro, em<br />

° Sr. Augusto Luis Martha, ' quanto se realizam obras po actual que<br />

Praça do Comércio, j abita.


4<br />

%^araffi&as&wa<br />

(oiMBrçÀ<br />

Installação provisoria: rua ãa Sota n° 8.<br />

11EZ1 S T E B í C l \ o i n t a - I V i r a , d e .8ualio «le 13>OÉ<br />

mm DE PASTO<br />

í3rESKrTJ13NTC>S<br />

BRANCOS E TINTOS<br />

l»ara cousmno e exportação<br />

Vendas por junto e a miúdo<br />

Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> venda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />

—<br />

o o G arraia Garrafa<br />

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