902-911 - Universidade de Coimbra
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V<br />
Editor<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
MANUEL DOLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
Consi<strong>de</strong>rações<br />
! Não vae longe o tempo em que<br />
o país se manifestou publica e imponentemente<br />
contra a péssima<br />
administração dos governos, cuja<br />
critica severamente expen<strong>de</strong>u em<br />
comícios e reprezentações e em<br />
termos <strong>de</strong> tão brioza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />
que até para velhos e scepticos o<br />
momento foi <strong>de</strong> revigoradôra esperança.<br />
írmanaram-se néssa campapanha,<br />
cuja iniciativa coube ao partido<br />
republicano, todas as classes e<br />
todos os partidos na opozição; e o<br />
protesto formulado não vizava restritamente<br />
a obra do governo atuaj<br />
ou ainda mais excluzivamente as<br />
suas propostas fazendarias, mas<br />
atinjia dirétamente, percucientemente,<br />
a obra <strong>de</strong> todos os governos,<br />
fosse qual fosse a sua proveniência,<br />
que á um largo periodo se vêm suce<strong>de</strong>ndo<br />
no po<strong>de</strong>r.<br />
Progressistas e rejeneradores,<br />
todos os partidos monárquicos, fôrão<br />
com publica a<strong>de</strong>zão dos seus<br />
proprios a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>clarados responsáveis<br />
na situação critica do país.<br />
Com a documentação larga e in<strong>de</strong>s-,<br />
mentivel oue a istória fornece, todos<br />
os políticos do rejimen fôrão acuzados<br />
<strong>de</strong> fazer uma administração<br />
perdularia, imoral, ruinoza, esbanjando<br />
na tavolajem duma politica<br />
<strong>de</strong> quadrilheiros e na sustentação<br />
<strong>de</strong> exijencias e caprichos faustozos,<br />
toda a massa da riqueza publica.<br />
Com factos viziveis, com dados colhidos<br />
em peças oficiais e recolhidos<br />
pela simples observação, provou-se-<br />
Ihes que, apezar do gravame pezado<br />
das contribuições e da calmaria<br />
absoluta em que temos vivido, o<br />
país estava sem exercito, sem marinha,<br />
sem instrução, individado,<br />
com uma burocracia que o <strong>de</strong>vasta,<br />
com uma politica <strong>de</strong> corrutos e cretinos<br />
que o envergonha e empobrece,<br />
com um réjimen que fás dêle<br />
um<br />
feudo escravizado á vonta<strong>de</strong><br />
discricionária dum senhor, <strong>de</strong>s<br />
cuidozo e áspero.<br />
E' <strong>de</strong> recentíssima data essa<br />
campanha em que, con<strong>de</strong>nando-se<br />
vigorozamente o passado, se recla<br />
mávão, em palavras enerjicas, pro<br />
cessos novos <strong>de</strong> corajóza onestida<strong>de</strong><br />
e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia, um governo <strong>de</strong><br />
ómens que só aos interesses do país<br />
olhassem, <strong>de</strong>sprezando, calcando<br />
com patriotismo e probida<strong>de</strong> todas<br />
as exijencias e todas as solicitações<br />
cujo <strong>de</strong>íerimento os prejudicasse.<br />
Não se condnou só o governo<br />
do sr. Intze, os seus processos, as<br />
suas propostas: pela mesma justa e<br />
pezada sentença fôrão atinjidos todos<br />
os governos <strong>de</strong> todos os partidos,<br />
e, em ultima analize, indiscutivelmente,<br />
o rejimen que êsses partidos<br />
servem e <strong>de</strong> cuja confiança<br />
excluziva os seus governos vivem.<br />
Deante dêsse protesto caiu o<br />
ministro da fazenda, agarrado ás<br />
suas propostas, que passados dias<br />
o prezi<strong>de</strong>nte do concelho, que com<br />
élas fôra solidário, arguia <strong>de</strong> inoportunas.<br />
E emquanto o país afirjnava,<br />
<strong>de</strong> continuo, a sua má von-<br />
ta<strong>de</strong> ao governof pedindo a sua<br />
queda como ne$asto aos interesses<br />
da nação, a Cofoa manifestava-lhe,<br />
no lance <strong>de</strong> saída do sr. Teixeira<br />
<strong>de</strong> Souza, a sua confiança, conce<strong>de</strong>ndo-lhe<br />
a recompozição que guindou<br />
aos coi uchéos ministeriais o sr.<br />
Afonso Pequito.<br />
Sim, era clara a situação • dum<br />
lado o país, do outro o governo e a<br />
Corôa, estreitamente aliados pelo<br />
processo duma tranzação custoza.<br />
Soube-se <strong>de</strong>pois: o sr. Pequito<br />
é um ministro caríssimo: <strong>de</strong>u por<br />
êlfi o país a soma linda <strong>de</strong> mil e<br />
sàsctntos contos, que el-rei gastará<br />
com pareimonia em próxima excursão<br />
:<br />
*<br />
Entrados no periodo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
eleitoral, quando já os políticos<br />
tresuão nas correrias doidas da<br />
galopinajem ou, mais pacíficos e<br />
conciliadores, acordão solenemente<br />
em repartirem-se, como amigos, os<br />
paes da patria que á zona respétiva<br />
cabe fornecer, vem a pêlo inquirir<br />
déssa massa protestante, que se<br />
comprimiu nos comícios e em reprezentações<br />
e assembleias graves<br />
gastou os mais luzidos tropos da coléção<br />
a tais uzos <strong>de</strong>stinada, qual<br />
será a sua atitu<strong>de</strong> em frente do<br />
áto a realizar em 26 <strong>de</strong> junho proximo.<br />
Vae apoiar, nas urnas, os ómens<br />
indicados pelos partidos cuja áção<br />
nefasta reconheceu e verberou ?<br />
Esquecendo os <strong>de</strong>zabafos <strong>de</strong> á<br />
tão brevíssimo tempo, vai dar os<br />
seus votos aos indivíduos a quem<br />
publicamente exprimiu já um voto<br />
enérjico <strong>de</strong> censura ?<br />
Parece-nos que é um cazo para<br />
esclarecer, para que com verda<strong>de</strong><br />
possamos aquilatar do valor e da<br />
sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cej tas manifestações,<br />
em que tem avído sempre reticencias<br />
e tranzijencias puzilamines, e<br />
em que a recomendação para que<br />
se não faça politica ob<strong>de</strong>ce a esse<br />
espirito <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong> jezuitica e<br />
<strong>de</strong> covardia acomodatícia, què são<br />
a carateristica dominante <strong>de</strong> certos<br />
exploradores conhecidos.<br />
Todos os que andárão protestando<br />
contra os <strong>de</strong>sperdícios e as<br />
impu<strong>de</strong>ncias dos governos, todos<br />
os que, incendidos em patriótica<br />
cólera, os ameaçárão com a revolução<br />
salvadora, vão agora sufragar<br />
nas urnas nomes cuja politica foi<br />
tão estrondozamente <strong>de</strong>sconceituada<br />
?<br />
Fizemos ás manifestações do<br />
comércio, com a in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia que<br />
sempre uzamos na critica dos sucessos<br />
ocorrentes, os comentários<br />
que se nos afigurárão justos.<br />
A ocazião propórciona-se á justificação<br />
dêsses comentários, em<br />
que muitos virão um azedo espírito<br />
<strong>de</strong> impertinência jacobina;<br />
todos vamos começar a certificarnos<br />
se sim ou não a campanha do<br />
comércio foi um movimento <strong>de</strong> vulto,<br />
pela sua sincerida<strong>de</strong> e pelo seu<br />
patriotismo, ou uma grotesca teatrada<br />
em que o país inamemente<br />
arranchou.<br />
Esperemos.<br />
Partido republicano<br />
Como foi anunciado n'outro numero<br />
do nósso jornal, as comissõis paroquiais<br />
republicanas do Porto; elejêrão á dias a<br />
comissão municipal. Esse facto indicará<br />
o propózito <strong>de</strong> abrir um periodo <strong>de</strong> alivida<strong>de</strong><br />
na politica republicana, em que se<br />
juntem e provem todas as vonta<strong>de</strong>s e<br />
todas as <strong>de</strong>dicaçõis e se a<strong>de</strong>xtrem numa<br />
lúta porfiáda todos os esforços?<br />
Nunca a óra foi tão oportuna para<br />
uma mobilização <strong>de</strong> forças. Nunca o partido<br />
républicano foi tão anciózamente<br />
chamado a intervir e a redobrar <strong>de</strong> vigôr<br />
na sua arremetida contra o rejimen.<br />
Graves responsabilida<strong>de</strong>s lhe cabem,<br />
pois e á confiança do pais, iniludivelmente<br />
afirmada, cumpro que êle corresponda<br />
com uma atitu<strong>de</strong> que plenamente<br />
a ju tifique.<br />
É pela organização e reconstituição<br />
dos seus núcleos <strong>de</strong> atividá<strong>de</strong>, pela agregação<br />
<strong>de</strong> todos os seus elementos em<br />
dispersão, que o partido républicano<br />
á-<strong>de</strong> levantár-se, robustecêr-se e triunfár.<br />
Mas não basta também que êsses núcleos<br />
se formem. É necessário que se<br />
dêem um programa e que o executem<br />
•orno amôr e tenacida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> fórma a não<br />
constituírem inúteis agrupaçõis <strong>de</strong>corativas.<br />
E não é ainda bastante que èsses<br />
núcleos seconstitúão e entrem com ação,<br />
com mais ou menos vigôr e êxito, para<br />
que se dê por completo a óbra <strong>de</strong> união<br />
Com essa atitu<strong>de</strong> dos republicanos<br />
nos congratulamos, lembrando-lhes que<br />
precizão, antes <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong> ser omens a<br />
valer, com muita probida<strong>de</strong>, muita abnegação<br />
e muito civismo.<br />
D'O Liberal:<br />
Pois sim. Peor do que isto disse<br />
o ilustre fundibulario do Liberal ao<br />
seu patrão <strong>de</strong> ôje, sr. Intze Ribeiro.<br />
Viu-se <strong>de</strong>pois que o obétivo <strong>de</strong><br />
tanta barulheria éra aumentar o<br />
preço da venda...<br />
E ainda avêmos <strong>de</strong> vêl-o, com<br />
sr. Judicibus, a fazerem <strong>de</strong> parceria<br />
serviço da policia.<br />
E' dum estofo. ..<br />
PÁHl<br />
Logo após a dissolução do parlamento,<br />
as trombêtas progressistas dérão sinal<br />
<strong>de</strong> um orrendo, féro, injente e temerôzo<br />
combate ao governo.<br />
Ouve pânico, na perspétiva do que<br />
seria a sangoeira eleitoral...<br />
Agora, porém, as trombêtas já tócão<br />
a cessar fôgo.<br />
Yeja-se, em vários jornais:<br />
Typ. Demoeratica<br />
ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
Viajem rejia<br />
Á muito que se vem falando<br />
numa viajem ao Brazil, que s?Ha o<br />
jreço posto pela corôa á sua coníança<br />
dispensada ao governo.<br />
Dadas as circumstancias precarias,<br />
difícil mas em que o país se<br />
encontra, <strong>de</strong>batendo-se aflitivamente<br />
numa crize multiforme tal viajem<br />
reprezenta um verda<strong>de</strong>iro atentado<br />
e significa que ás reclamações do<br />
jaís, para que se entre num caminho<br />
novo <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> governativa,<br />
só obtém dos altos po<strong>de</strong>res o<br />
mais duro e cruel <strong>de</strong>sprezo.<br />
Confirmão-se os anúncios <strong>de</strong>ssa<br />
viajem. Cançado da vida monotona<br />
<strong>de</strong>sta al<strong>de</strong>ola insípida que é o seu<br />
país, el-rei exprimiu <strong>de</strong>zejos <strong>de</strong> abalar<br />
até ao Brazil, escolhendo a ocazião<br />
excelente <strong>de</strong> vizitar a expozição<br />
<strong>de</strong> S. Luiz e tocar, em excurção<br />
alegre, alguns portos <strong>de</strong> França.<br />
Mas para que se não diga que<br />
somos suspeitos na apreciação <strong>de</strong>sse<br />
extraordinário facto, fale por nós<br />
um jornal monárquico, cujos consi-<br />
républicana; mas é precizo que antes <strong>de</strong><br />
tudo começemos, nós, os ómens, por fazer<br />
o absoluto e sincero sacrifício <strong>de</strong> todas<br />
as paixõis e por afirmar, com u:n solene<br />
compromisso d'onra, a intenção fórte duina<br />
«Está feito o acordo entre pro <strong>de</strong>randos convém rejistar.<br />
gressistas e regeneradores no dis- O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro, importrito<br />
<strong>de</strong> Castelo Branco. Cada um tante diário portuense, monárqui-<br />
dêstes partidos elejerá 3 <strong>de</strong>putados.»<br />
co publicou á dias um artigo com<br />
gran<strong>de</strong> onestidáue e dum mlranZijente<br />
Socegue, pois, o monte Artabro, re-<br />
a rubrica — Viajem inoportuna —^<br />
civismo.<br />
colha socegadamente ao seu leito o me- em que o facto é severamente es-<br />
Só assim êsses núcleos partidários drôzo Guadiana, e <strong>de</strong>ixem as mães recalpelisado. serão uma garantia <strong>de</strong> produtiva ceiózas <strong>de</strong> apertar ao peito a filharada.<br />
triunfante atividá<strong>de</strong>.<br />
Aceitando, em principio, as van-<br />
Tudo correrá pelo melhor ...<br />
Se os ómens que os constituem, não<br />
tajens <strong>de</strong>ssa viajem, que serviria o<br />
tivérem, cada um e tôdos, formado c<br />
estreitar os laços que nos ligam ao<br />
propózito <strong>de</strong> lealmente se enten<strong>de</strong>rem<br />
prestando-se a omenajem duma mutua e<br />
fortificante confiança, dando-se em todos<br />
os lances oportunos mostras <strong>de</strong> soli<br />
darieda<strong>de</strong>, êsses núcleos progressivamente<br />
irão per<strong>de</strong>ndo a «ua força, acabando<br />
Confirmão gazetas:<br />
Brazil e a valorizar a importancia<br />
da colonia portuguêza na republi-<br />
«E' certo que será eleito <strong>de</strong>puca sul americana, o Primeiro <strong>de</strong><br />
tado governamental o sr. dr. Zefe- Janeiro friza nestes termos a inoporrino<br />
Candido, diréctor da Época.» tunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal excursão:<br />
por <strong>de</strong>zaparecer sem <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> si<br />
memória <strong>de</strong> quaisquer trabalhos úteis. A in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia da nossa terra..<br />
Só o momento não era oportuno, por<br />
Sem essa força coeziva <strong>de</strong> con-<br />
Propomos que na lista on<strong>de</strong> figurar o<br />
varias razões facilmente reconhecíveis.<br />
fiança e <strong>de</strong> respeito, os ómens, ainda<br />
nome do sr. Zeferino Candido entre tam-<br />
As circunstancias do país, tanto nas ques-<br />
que aparentemente juntos para <strong>de</strong>termi<br />
bém o do sr. Carneiro <strong>de</strong> Moura, dirétor<br />
tões economicas como sob o ponto <strong>de</strong><br />
nadas operacõis, estarão <strong>de</strong> fáto ostilmente do Liberal.<br />
vista moral, não são realmente dispostas<br />
afastados; e assim, a ação dêsses núcleos Ficão muito bem os dois inimigos do para júbilos e festas, á viajem tinha <strong>de</strong><br />
trás o vicio orijinário da indisciplina sr. Intze Ribeiro...<br />
ser n'uma fórma que acarretaria dispên-<br />
moral dos que a promovem e á-<strong>de</strong> iogí<br />
dios nada compatíveis com a situação do<br />
camente per<strong>de</strong>r-se sem resultados per<br />
tesouro publico; <strong>de</strong>mais, quando emba-<br />
duráveis.<br />
No proximo domingo terá logar na raços tão graves aflijem a nossa politica,<br />
Sejamos ómens. E' por ahi que Avenida do Caes o festival a favôr das não po# aver o <strong>de</strong>sprendimento e o ani-<br />
obra <strong>de</strong> rejeneração partidaria que an créches <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
mo alegre que uma excursão <strong>de</strong> gala<br />
damos pregando á-<strong>de</strong> começar-se, para A i<strong>de</strong>ia, recebida carinhosamente pe requer. Por isso, aplaudindo em princi-<br />
que não séjão- efémeros todos os esforços las senhoras da nossa primeira sociedapio um plano <strong>de</strong> viajem muito simpático<br />
feitos e todos os resultados obtidos. <strong>de</strong>, vae ter uma realização brilhante. ao publico <strong>de</strong> Portugal e á nossa colonia<br />
Não basta que nos junte, para traba Por ôje limitamo-nos a transcrever o no Brazil, em consciência se achava bem<br />
lhos, o motivo d'uma eleição ou nos reú- programa.<br />
o adiamento <strong>de</strong> tal projéto para ensejo<br />
na, como espétadores, o facto <strong>de</strong> qual- No próximo numero trataremos mais que se <strong>de</strong>sejaria fosse em breve.<br />
quer manifestação partidária.<br />
<strong>de</strong>zenvolvidamente d'esta fésta que pro- Assim, a noticia telegrafica, que no<br />
" 0 que é indispensável é que nos méte ser uma festa <strong>de</strong> primavéra, <strong>de</strong> nosso ultimo numero inserimos, dizendo<br />
aproxime, sempre e bem intima e since- mocida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> belêza.<br />
confirmar-se a viajem próxima <strong>de</strong> el-rei,<br />
ramente, o culto dos princípios, a leal-<br />
causou uma extranheza ,que leal e verda<strong>de</strong><br />
das intenções, a justiça dos cara- Batalha <strong>de</strong> flores em automoveis e da<strong>de</strong>iramente aqui <strong>de</strong>vemos consignar.<br />
téres, essa armonia que vêm do amor a trens.<br />
0 embaraço, que <strong>de</strong>vir estorvar a visita<br />
um i<strong>de</strong>al comum e se fortifica no empenho<br />
do seu triunfo.<br />
Temos poupado mais os nossos adversários<br />
do que nos temos poupado uns<br />
aos outros.<br />
Separou-nos durante muito tempo<br />
uma suspeição continua e irritante.<br />
Don<strong>de</strong> vinha essa suspeição ? Quasi sem-<br />
Jogo da roza entre amazonas e cava em questão, nunca foi maior do que é<br />
leiros.<br />
'4gora. As condições do país, sob o ponto<br />
Corrida infantil em velocípe<strong>de</strong>s. <strong>de</strong> vista da politica, são d'uma clara e<br />
Corrida <strong>de</strong> potes.<br />
grave crize que se não resolverá tão<br />
Corrida <strong>de</strong> sacos.<br />
cedo. Não é 11'esta conjuntura que el-<br />
Para os n.°' 4.° e 5.° á prémios <strong>de</strong> rei <strong>de</strong>ve abandonar os negocios nacionaes<br />
l$o00, lôOOO réis, 500 réis.<br />
que requerem a solicita atenção e a<br />
Preço <strong>de</strong> entrada para piões: mais sensata prudência.<br />
pre parecia orijinar-se um <strong>de</strong>sejo mau Uma fila <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras 300, duas filas De resto não está apagado <strong>de</strong> todo<br />
<strong>de</strong> dissolução. Avolumavão-se pequenos 200 réis. Espetadores <strong>de</strong> pé, 100 réis esse fogo <strong>de</strong> protesto que tão intensa-<br />
inci<strong>de</strong>ntes, accrescentando-se-lhes falsos Preço <strong>de</strong> entrada para trens:<br />
mente aqueceu todo o paiz com a exi-<br />
pormenores infamantes: urdião-se siste- Carro com duas pessoas 1(5500, com jencia <strong>de</strong> agravamentos tributários. E as<br />
maticamente <strong>de</strong>preciações: e era <strong>de</strong> con- quatro pessoas 3$000 réis, com 6 pes próprias regiões oficiaes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> longo<br />
tinuo uma guerra <strong>de</strong> intriga nos basti- soas 4)5000 réis.<br />
tempo pouco sensíveis aos movimentos<br />
dores e cenas permanentes <strong>de</strong> ipocrizia A inscrição para trens acha-se aberta do publico, sentiram <strong>de</strong>sta vez tão ener-<br />
amavel fóra dêles.<br />
na confeitaria Teles, rua Ferreira Borjica a expressão da vonta<strong>de</strong> popular que<br />
Esse periodo <strong>de</strong> crize parece ter ges, — até ao dia 20.<br />
se julgou oportuno, no intuito <strong>de</strong> acal-<br />
passado. Reconstituem-se todos os nú- Os trens <strong>de</strong>vem vir enfeitados a camar esse ardor <strong>de</strong> revindicações, fazer<br />
cleos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> que avião <strong>de</strong>szaparepricho. <strong>de</strong>mitir um ministro e <strong>de</strong>pois dissolver o<br />
cido, vai-se fazendo uma politica <strong>de</strong> atração<br />
e <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>alida<strong>de</strong>.<br />
No local averá uma barraca on<strong>de</strong> parlamento. N'estas disposições do animo<br />
senhoras ven<strong>de</strong>m flores.<br />
publico, um acta que represente <strong>de</strong> parte
das altas individualida<strong>de</strong>s nacionais- um<br />
propósito <strong>de</strong> festa e uma cansa lie <strong>de</strong>spesa<br />
não pô<strong>de</strong> ser senão <strong>de</strong> aspera antipatia.<br />
Para mais, o projéto aparece noti<br />
rindo com pormenores pouco justificáveis<br />
Não se trataria duma simples viajem ao<br />
Brozil, com o nriico o estimável proposito<br />
<strong>de</strong> unir mais em amisa<strong>de</strong>s as duas na<br />
ções e satisfazer a afétuóia vonta<strong>de</strong> da<br />
consi<strong>de</strong>rável colonia portuguêza em aclamar<br />
o supremo reprezentántè da patria<br />
querida. Dizia o telegrama, que nos foi<br />
enviado <strong>de</strong> Lisboa, que sua majesta<strong>de</strong><br />
visitaria também alguns portos da França<br />
e iria ainda á exposição <strong>de</strong> S. Luiz.<br />
Acrescentava que só tres navios seg<br />
rião nesta viajem para IIÍIO avolumar as<br />
<strong>de</strong>spezas elevadíssimas da excursão. Ora<br />
se a simples ida ao Brazil era consi<strong>de</strong><br />
rada agora como dispensada pelos mo<br />
tivos expostos, a viajem com outros in<br />
tentos <strong>de</strong> mero prazer impressiona muito<br />
<strong>de</strong>sfavoravelmente. São apenas tres os<br />
navios <strong>de</strong> guerra <strong>de</strong>stinados a essa mis<br />
são; ^omludo èles par;: tal fim ocazio<br />
narão*gaslos <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> contos, que<br />
se não compa<strong>de</strong>cem com o estado lasti<br />
moso 'das nossas finanças.<br />
O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro preten<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sviar da corôa a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> tal <strong>de</strong>satino, cuja lembrança<br />
atribue aos aulicos, sempre<br />
solícitos em imajinar meios <strong>de</strong><br />
captar as bôas graças do Paço; e<br />
numa curvatura amavel <strong>de</strong> bom monárquico,<br />
espera que el-rei não<br />
eaira no erro <strong>de</strong> irritai*<br />
a opinião paMfca com<br />
festas e <strong>de</strong>spezas, egunn*<br />
do no piais só a eurlmr«çc.s<br />
e mizerias.<br />
E' a eterna mentira da ccrôa<br />
iludida!<br />
Desistimos <strong>de</strong> apensar mais largos<br />
comentários ás reflexões justas<br />
do jornal monárquico, chamando<br />
para estes factos a atenção do país.<br />
Po<strong>de</strong>ríamos inquirir dos jornais<br />
monanquicos dos vários partidos, o<br />
que pensam da projetada viajem.<br />
Não obteríamos resposta, como<br />
não a obtiveram aquelles que os interrogaram<br />
sobre a funesta con»<br />
fusão dos dois erários.<br />
Frizamos este racto: quando o<br />
país, numa gran<strong>de</strong> campanha patriótica,<br />
reclama moralida<strong>de</strong> no po<strong>de</strong>r,<br />
afirmando não estar disposto á pagar<br />
mais um ceitil para a orgia governativa,<br />
o monarca dispõe-se a<br />
esbanjar numa ostentosa viajem <strong>de</strong><br />
recreio alguns milhares <strong>de</strong> contos<br />
<strong>de</strong> réis.<br />
Que o país medite!<br />
I®raças da S. a rezerva<br />
A folha oficial publicou uma circular<br />
do ministério da guerra aos commandos<br />
das dhizõi; militares, convocando para<br />
serviço ordinário, por óO dias, em cada<br />
distrito <strong>de</strong> recrutamento, 200 praças da<br />
2. a reserva.<br />
Exposição agrícola<br />
O estado concorre á exposição agrícola,<br />
que a-<strong>de</strong> ter logar na Quinta Nacional<br />
d' Agricultura, por ocasião dos<br />
festejos da Rainha Santa, com os exem<br />
piares <strong>de</strong> pecuaria que póssue nas cou<strong>de</strong>larias<br />
<strong>de</strong> Vizeu e <strong>de</strong> Anadia.<br />
Tribuna! Comercial<br />
Reúne na próxima quinta feira ojurj®<br />
comercial désta comarca, para intervir na<br />
rezolução <strong>de</strong> diversos inci<strong>de</strong>ntes na fallencia<br />
<strong>de</strong> José dos Santos Carneiro, da<br />
Varzea <strong>de</strong> Goes e julgar a ação comercial<br />
que José da Cunha, negociante, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
movz contra Joáé Carvalho e mulher<br />
do Botão.<br />
Manobras militares<br />
Diz-se que nos exercícios que 110<br />
próximo outono se realizam no Bussaco,<br />
Penacova e Mortágua, para o que um<br />
grupo <strong>de</strong> oficiais do estado maior anda<br />
levantando o plano do campo <strong>de</strong> mano-<br />
bras, tomarão parte as tropas da 5. a<br />
divizão militar, entre as quaes o grupo<br />
<strong>de</strong> artilharia 3, aquartelado nesta cida<strong>de</strong>.<br />
T 1 JBl 3S2 J&. T H. O<br />
Agora<br />
que vamos ter nesta^cda<strong>de</strong>,<br />
ainda mais uma vèS, a companhia do<br />
teatro D. Amélia, e com a peça <strong>de</strong> Julio<br />
Dantas, a Sevéra, é ocazião <strong>de</strong> algu 11a<br />
coiza dizermos àqueles que <strong>de</strong>sconheceu<br />
0 entrech r > <strong>de</strong> -péça, e a quem o papão<br />
malidicencia tem incutido tanto médo.<br />
Quando a Sevéra foi pósta em cenn<br />
no teatro D. Amélia, uma gran<strong>de</strong> parte<br />
do público que frequenta essa' caza dé<br />
espébculos, manifestou-se abértamente<br />
favora-vel, aplaudindo enfúziastícamente<br />
a nova produção <strong>de</strong> Julio Dantas, emquanto<br />
uma cutra parte fazia propalar<br />
acintózamentc coizas orriveis acerca da<br />
peça, isto na impossibilida<strong>de</strong> Je a patear.<br />
Uns diziam a moralizadora, outros<br />
achavam que era o contrario.<br />
Recorda-nos bem, qUe um amigo<br />
nosso, rapás iritelijenlissimo, nos dizia,<br />
numa carta, resposta a uma outra em<br />
que lhe falavamos da Sevéra, o seguinte:<br />
«A peça é bôa, bêlamente feita e<br />
muito embora digão qualquer coiza <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sfavorável, a verda<strong>de</strong> é que aqueles<br />
que não gostam, não é pelo que a peça<br />
tenha <strong>de</strong> imoral, mas sim porque, para<br />
pituitarias costumadas a Peqn d'Espagne<br />
e a violeta ic Parma, é bastante <strong>de</strong>sagradável<br />
o 'cheiro do alecrim e da alfazema.<br />
A' mistura-com fidalgos d'alta<br />
linhajem como era o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marialva.<br />
Daí a guerra.»<br />
Orá digamos francamente, este nosso<br />
amigo tinha imensa razão quando tal<br />
escrevia.<br />
A poça na verda<strong>de</strong> nada tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoralizador;<br />
logo no í.° ato, um ato <strong>de</strong><br />
aprezentação, o sr. Julio Dantas nada<br />
mais fás que nos mostrar os typos com<br />
quem mais privava o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marialva,<br />
aparecendo também a Severa, que está<br />
realmente bem <strong>de</strong>zenhada.<br />
Em todos os restantas atos, cenas<br />
d'amor intenso que os dois rmtrião um<br />
pelo outro, e em que a Severa mostra<br />
ás vêzes quanto <strong>de</strong> grandióza tinha a<br />
sua alma para com os <strong>de</strong>sgraçados, a<br />
quem dava tudo o que podia e ainH<br />
mesmo o que não podia, sofrendo privaçõis<br />
só para que todos quantos via, vivendo<br />
mizeravelmente, as não sofressem<br />
junto d'ella.<br />
Por fira, no 4.° ato, vem a morte,<br />
esgare supremo <strong>de</strong> todas as vaida<strong>de</strong>s<br />
mundanas, arrebata a Severa nas suas<br />
potentes garras, mostrando então o<br />
con<strong>de</strong> Marialva-, o amôr enorme que essa<br />
mulher lhe fizera ter, por ela, uma <strong>de</strong>zerdada<br />
da sorte, e a quem a mizéria<br />
levou até ao mais ínfimo da escala social.<br />
Assim acaba a peça, on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
numero <strong>de</strong> pessoas só via cenas <strong>de</strong>smoralizadôras<br />
I<br />
Quanto a nós, diremos, que <strong>de</strong>smoralizados<br />
é sim tudo quanto nos fala em<br />
adultério, em amores ilícitos, e 110 emanto,<br />
vêmos que tudo isso agrada, tudo<br />
1 bom, sem que ája sequer uma palavra<br />
<strong>de</strong> reprovação.<br />
Não seremos nós aquêles que neguem<br />
á emprèza os maiores louvores por nos<br />
REZTSTEXCIA — Bocnin^o, 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> IOO!<br />
LIVRO PROIBIDO<br />
Ltiquidaeão d a um esefitôi*<br />
Á dias apareceu, afixado ás -.esquinas,<br />
um cartas caricatural em (pie uma figura<br />
orrenda <strong>de</strong> beleguim segurava brutalmente<br />
pelas gue<strong>de</strong>lhas três cabêças <strong>de</strong>cepadas,<br />
A curiozida<strong>de</strong> atirou me a vista para<br />
á e mais se acirrou em frente ao anuncio<br />
do Livro Proibido, pelo titulo sujesiimanle<br />
e pelo facto da póna, apezar <strong>de</strong><br />
tudo, sempre prestijióza do sr. Fialho<br />
d'Almeida :i'êle colaborar.<br />
Arranjei o livro e li-o rapidamente,<br />
com intermitencias <strong>de</strong>zoladas e ferozes.<br />
Os senhores que o lérão também estão<br />
a perceber porquê.<br />
Uma coiza que me tem custado a<br />
compreen<strong>de</strong>r é como o sr. Fialho com<br />
uma reputação prestigióza <strong>de</strong> escritor<br />
que n'esta nossa terra tem feito uma das<br />
melhores prózas, que é dado lèr aos nossos<br />
ôliios inebriados, se baixa a acamaradar-se<br />
com idiotas <strong>de</strong> autentica orijem,<br />
cuja força <strong>de</strong> prestijio intelétivo consiste<br />
unicamente no reclame berrado n'uma<br />
insistência <strong>de</strong>scarada por jornais <strong>de</strong> cotação.<br />
E chego muitas vêzes a encontrar a<br />
explicação misteriozamente escondida em<br />
fraquezas complacentes e compromissos<br />
tortuózos contraídos nas intimida<strong>de</strong>s viciózas,<br />
em requintes <strong>de</strong> <strong>de</strong>jenerescencia<br />
<strong>de</strong> literatos á A<strong>de</strong>lsward...<br />
Mas aqui não. Por razões respeitantes<br />
aos dois companheiros do sr. Fialho,<br />
da côr.tinjida d'um e <strong>de</strong> real inversão<br />
no outro d'aq'ueltès predicados tizicos que<br />
constituem a belêza do moço « que é lizonja<br />
da carne e vale bem a da mulher,<br />
oiro por oiro,» não é permittido admitir<br />
esse cazo e só se entend.i, pois, por<br />
<strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>ciziva, a tal ponto inesperada.<br />
O que necessario. se tórna acentuar,<br />
porém, é que é imperdoável a cumplicida<strong>de</strong><br />
do sr. Fialho n'essa pouca vergonha<br />
liíeraria que lhe sei virá somente<br />
para quebrar os <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros liames que,<br />
porventura, ainda o ligassem, por con<br />
diçõis do seu temperamento insubmisso<br />
e por reminiscências do seu combate<br />
ou ado, ás aspiraçtis e ás sympatías<br />
da mocida<strong>de</strong> pensante.<br />
O Livro Proibida vem-nos revelar sim<br />
plesfnente que o Sr. Fialho lastimózainente<br />
liquida n'um erotismo insexual<br />
<strong>de</strong>lirante, ficando assim confirmado, dum;:<br />
maneira poziliva, o que a propózito do<br />
mesmo senhor á muito se murmura <strong>de</strong><br />
iinoralida le epizodiça em alcovas heliogabalianas.<br />
Se a sua próza se aprezenía plasticamente<br />
perfeita, mo<strong>de</strong>lar, porque o sr.<br />
Fialho tem acentuadas qualida<strong>de</strong>s d'artista<br />
que se revélão a cada traço da sua<br />
pena inconfundível, éla, todavia, profundamente<br />
<strong>de</strong>smereceu da outra, da an-<br />
preferida, triumfal das mulhéres ; e que<br />
êle queria vêr esses rapazes a quem ac<br />
cuza <strong>de</strong> <strong>de</strong>vassidão <strong>de</strong>smarcada, e que<br />
eu não <strong>de</strong>fendo mas fundamente <strong>de</strong>ploro<br />
pela sua situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>bochados e inúteis<br />
a que fôrão levados por razões esterilizar<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> educação e por influencias<br />
<strong>de</strong>letérias do meio, ria sua intimida<strong>de</strong><br />
com mise en scène <strong>de</strong> missa negra, para<br />
satisfação das suas rievroses satiriazicas.<br />
Não é assim que se fará a obra qne<br />
é necessário realizar e 11a qual estão<br />
empenhadas as melhores e mais corajôzas<br />
almas que á sobre a terra, combatendo,<br />
muitas vezes violentamente, contra<br />
os vícios d'uma socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>rivão<br />
própria nente da sua organização<br />
vicióza e produzem os rebentos tnonstruózOs<br />
e a dissolvencia moral que no<br />
seu seio <strong>de</strong>ploravelmente se assinálão.<br />
Vê-se bem que o sr. Fialho aproveitou<br />
o ensejo para remeter á publicida<strong>de</strong><br />
meia du.zia <strong>de</strong> epizódios que a sua<br />
indiscrição, <strong>de</strong> blagueur impenitente não<br />
queria restrinjir ao gózo pervérso da<br />
esfera limitada dos seus corifeus.<br />
Enrodilhou-os, para o efeito, na inexcedida<br />
abilida<strong>de</strong> d'uma fórma luzida, no<br />
fogo <strong>de</strong> vistas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>raçõis pretendidamente<br />
morais e élas afétivamente lá<br />
andão, rejistadas já, no mênu folião dos<br />
gaudios bor<strong>de</strong>lêscos.<br />
Não á intuitos <strong>de</strong> rejeneração social,<br />
não á combate á lús <strong>de</strong> principios generózos,<br />
não á indicação admissível <strong>de</strong> soluçõis<br />
terapêuticas para o mal que nos<br />
enferma; á unicamente o prurido <strong>de</strong>svergonhado<br />
do escândalo, a perfídia <strong>de</strong><br />
uma exploração sem pieda<strong>de</strong>, o expediente<br />
enfermiço d'um assalto á gloria<br />
perdida, pelo excitante.<br />
E como obra <strong>de</strong> escanlalo éla vem<br />
marcar a élape, extrema da baixêza a<br />
que pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>scer um escritor que esteve<br />
bem alto, em logar <strong>de</strong> muito sol e <strong>de</strong><br />
muita vida, dominando p los fulgores im<br />
previstos, sempre inéditos do talento, no<br />
meio da forte e sã paizajem portuguêza<br />
que êle soube interpretar como ninguém,<br />
face a face ao absurdo e á vilania que. não<br />
perdoava e que tem vindo por aí abaixo,<br />
<strong>de</strong> roldão, no meio da escolta dos seus<br />
serafins com olheiras, que acompanham<br />
fielmente o ijolo entoando arias panegíricas<br />
e salisfazendo-llie ternamente as<br />
exijencias doentias I<br />
Aos outros nada á que dizer. Insignificantes<br />
sem escrúpulos aproveitaram<br />
jubijózamente a camaradagem do sr.<br />
Fialho, como se èle fosse aquéja figura<br />
glorióza com arranques soberbos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nodo e galhardias magnificas <strong>de</strong> artista<br />
«pie se assinalou intensamente na literatura<br />
portuguêza.<br />
Aquéla mizéria...<br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
Tiro e sporí<br />
Carlos Olavo.<br />
e Santos; «serviços médicos, da ambulancia<br />
dos Bombeiros Voluntários.<br />
Vigora o regulamento <strong>de</strong> corridas da<br />
União Velocipédica Portuguêza.<br />
São fiscaes das pistas todos os socios<br />
do «Sport-Club».<br />
Os prémios são oferecidos pelo «Sport-<br />
Club e pelos srs. Adriano Marques, Francisco<br />
Nazareth, Alberto Maia e Benjamim<br />
Braga, e pelo Grupo dos XX, esperando<br />
se também um do sr. Bicardo Garcia &<br />
Gomes, presi<strong>de</strong>nte do júri nestas corridas.<br />
Á noute averá sarau na sé<strong>de</strong> do «Sport-<br />
Club,» sendo por essa occasião distribuídos<br />
os prémios aos vencedores das<br />
ridas, ceremonia a que se seguirá um<br />
baile, para o qual estão feitos bastantes<br />
convites.<br />
E' a seguinte a or<strong>de</strong>m do sarau:<br />
— ino do Sport-Club, oferecido por<br />
Jozé Elizeu, executado por um sexteto;<br />
movimentos livres pelas alunas da Escola<br />
Central; atlética, por Jozé Rodrigues,<br />
M. Bacelar e professor João d'Azevedo;<br />
torniquete, por Jozé Elizeu; movimentos<br />
livres, jinastica <strong>de</strong> Schencher, pelos alunos<br />
do Colejio Mon<strong>de</strong>go; duplo, por Antonio<br />
Machado e Francisco Pimentel; paralelas,<br />
por João d'Azevedo, Jozé Elizeu<br />
M. Bacelar, Amândio Curto, Fernando <strong>de</strong><br />
Castro, Eduardo Batista e Adriano Gouveia.<br />
GOJNTOL P A I V A<br />
Novida<strong>de</strong> farmacêutica—registado<br />
E' sem duvida o medicamento mais<br />
eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />
e cromicas, sanguíneas ou puru<br />
lentas.<br />
Cura rapida e radical, não dando<br />
orijem a qualquer encomodo do esto-<br />
mago.<br />
A' venda na farmácia e drogaria:<br />
Rodrigues da Silva, 16 — <strong>Coimbra</strong>.<br />
Preço do frasco, 700 reis.<br />
Ss^ola Industrial Brotero<br />
O conselho <strong>de</strong>sta Escola, que reuniu<br />
em 7 do corrente, <strong>de</strong>liberou que o ser-<br />
viço <strong>de</strong> exames na presente época fosse<br />
distribuído da seguinte forma:<br />
«Português»—!. 0 <strong>de</strong> junho—Charles<br />
Lepierre, Eujonio <strong>de</strong> Castro e dr. Ama<strong>de</strong>u<br />
Feraz <strong>de</strong> Carvalho.<br />
«Francês» - 3 e 4 <strong>de</strong> junho — dr.<br />
Ama<strong>de</strong>u Ferraz <strong>de</strong> Carvalho, Charles Lepierre<br />
e Eugénio <strong>de</strong> Castro.<br />
«Arimélica e Geometria»—6 <strong>de</strong> junho<br />
—Dr. Francisco da Costa Pessoa, Dr. Sidónio<br />
Bernardino Cardoso da Silva Paes<br />
e Dr. Jozé Alberto Pereira <strong>de</strong> Carvalho.<br />
«Principios e fizica e química — 7 <strong>de</strong><br />
junho—Dr. Jozé Alberto Pereira <strong>de</strong> Carvalho,<br />
Dr. Francisco da Costa Pessoa e<br />
Dr. Sidonio Bernardino Cardoso da Silva<br />
Pais.<br />
«Fizica e mecariica industrial»—8, 9<br />
e 11 <strong>de</strong> junho—Charles Lepierre, Dr.<br />
Sidonio Bernardino Cardozo da Silva Pais<br />
e Dr. Francisco da Costa Pessoa.<br />
«Química industrial» 13 e 14 <strong>de</strong> junho,<br />
com pratica 6, 7 e 8 —Dr. Fnncisco<br />
da Costa"Pessoa, Dr. Jozé Alberto Pereira<br />
<strong>de</strong> Carvalho e Charles Lepierre.<br />
«Dezeriho elementar» -1 e 2 <strong>de</strong> junho<br />
=Artur Prat, Augusto Carvalho da Silva<br />
Pinto e Antonio Augusto Gonçalves.<br />
Desenho, ornamental—4 e 5 <strong>de</strong> julho<br />
— Augusto Carvalho da Silva Pinto, Antonio<br />
Augusto Gonçalves e Artur Prá.<br />
Dezenho arquitétonico — 8 e !t <strong>de</strong><br />
julho— Antonio Augusto Gonçalves, Artur<br />
Prá e Augusto Carvalho da Silva<br />
Pinto.<br />
tiga, cheia <strong>de</strong> emoçõis fortes, da vivaci- Recebemos o n.° 281 désta explendida<br />
da<strong>de</strong> impressionista-do seu feitio intenso revista <strong>de</strong> educação fizica <strong>de</strong> que é diré-<br />
<strong>de</strong> alemtejano rebel<strong>de</strong>, das palpitaçõis do tor o sr. Anselmo <strong>de</strong> Souza.<br />
sangue novo que o assinalávão em auda- Agra<strong>de</strong>cemos.<br />
"azer ver uma peça tão jenuinamente<br />
portuguêza, a qu,om <strong>de</strong> á muito está<br />
saturado <strong>de</strong> teatro francês.<br />
cias supremas.<br />
A <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncia é manifesta. E' a clorózc<br />
provocada pelas voluptuozida<strong>de</strong>s esgotantes.<br />
Sport-Cluh<br />
E' outro, Fialho, banaboia enterrado<br />
pas comodida<strong>de</strong>s burguezas que dissol- A gran<strong>de</strong> entuziásmo para as corri-<br />
Esteve enfermo com um forte ataque vem, imoralizadó nos meios viciózos que das e sarau que esta nova socieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reumatismo o estimado e consi<strong>de</strong>rado bastárd£o, sem a inerjia antiga, sem <strong>de</strong>s- promove para oje e aos quaes damos em<br />
prendimento, sem o arremesso impe- seguida o programa.<br />
dirétor do Coléjio Mondêgo, sr. Diamantuôzo<br />
<strong>de</strong> lutador mediévico qne o distino<br />
Diniz Ferreira. Acha se quasi com-<br />
1.* Desfile jeral <strong>de</strong> todos os corretinguia.<br />
empali<strong>de</strong>cido, sivilizado até a dores.pletamente<br />
restabelecido, com o que alma, com um ar repugnante <strong>de</strong> sibarita 2.<br />
muito me congratulo.<br />
insatisfeito.<br />
O sr. Diamantino Ferreira é um ver- Eu tenho, ás vêzes, a impressão que<br />
da<strong>de</strong>iro amigo das creanças, um <strong>de</strong>sve-<br />
o verda<strong>de</strong>iro Fialho, o <strong>de</strong> tantas pajinas<br />
vibrantes e magnificas, o panfletário, o<br />
lado protétor e bemfcitor <strong>de</strong>las.<br />
artista, morreu; e que êsse ómem q<strong>de</strong><br />
para aí anda uzando o seu nome e servindo-se<br />
dos títulos nobiliárquicos do seu<br />
Concurso iVaciosal <strong>de</strong> Tico talento e do seu prestijio é um malandro<br />
complicado <strong>de</strong> farçante com o propózito<br />
ruim <strong>de</strong> <strong>de</strong>sonrar a sua memória e que<br />
Déve realizar-se, segundo nos consta<br />
<strong>de</strong>via respon<strong>de</strong>r em policia corrécional<br />
em 24, 25 e 26 <strong>de</strong> Junho o Concurso<br />
por abuzo <strong>de</strong> confiança.<br />
Nacional <strong>de</strong> tiro em Lisboa. Sobreoprogramma,<br />
conferenciárão com o jeneral<br />
Lencastre <strong>de</strong> Menezes, dirétor jeral da O Livro Proibido ó sujida<strong>de</strong> pegada,<br />
arma tnrifanteria, o prezi<strong>de</strong>nte da União <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios camilhas do sr.<br />
dos Atiradores Civis e o capitão Vergueira Fialho .até es confins san<strong>de</strong>us do sr. Pen-<br />
dirétor da carreira do tiro. Parece ter teado.<br />
ficado acente que o concurso se realizará O critico dos Gatis atirando-se <strong>de</strong>za-<br />
por clasíes- e que á distribuição <strong>de</strong> prébriíi-amente aos podres sociais que êle vê<br />
mios, presidida por S. M. El-rei, prezi- em toda a parle, em todas as classes, em<br />
<strong>de</strong>nte onorário da União se imprimirá todos os ómens, em todas as mulhéres,<br />
gran<strong>de</strong> solenida<strong>de</strong>.<br />
não se lhe percebe um intuito sadio e<br />
Afi n <strong>de</strong> facilitar o serviço da car- legitimo fundado e inspirado em princireira,<br />
a classificação do campeonato espios que conteem em si todos os elemencolar,<br />
o dós torneios da União será feita tos <strong>de</strong> reparação, <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> re<strong>de</strong>n-<br />
pela do concurso, f^o ultimo domingo <strong>de</strong> ção que ão <strong>de</strong> fazer d'uma socieda<strong>de</strong> que<br />
maio, é suspensa a instrução <strong>de</strong> tiro fundamentalmente não presta, uma socie-<br />
para dar logar a que os atiradores se da<strong>de</strong> armonica, bôa e feliz.<br />
póssão exercitar no mês <strong>de</strong> Junho aos Parece até que o único motivo que o<br />
alvos do concurso.<br />
faz espumar <strong>de</strong> fúria é a concorrência<br />
a —Corrida <strong>de</strong> «Juniors amadores»<br />
(8 voltas). l.°, 2.° e 3.° prémios.<br />
3. a —Campeonato do «Sport-Club»<br />
(Reservada) 12 voltas. Premio único<br />
—«Gran<strong>de</strong> medalha <strong>de</strong> campeão» - para<br />
ser disputada tres anos seguidos.<br />
4. a — Corrida <strong>de</strong> «Honra» (Profissionais)<br />
offerecida á «União Velocipedica<br />
Portuguêza. 15 voltas. l.°, 2.° e 3.° prémios.<br />
5. a — Corrida «Nacional (Seniors amadores)»<br />
offerecida ao mais <strong>de</strong>votado propagandista<br />
da velocipédia, Ricardo Garcia<br />
á Gomes. 10 voltas. l.°, 1.° e 3.°<br />
prémios.<br />
6. a —Corrida <strong>de</strong> motocycletes até á<br />
força <strong>de</strong> 2 '/« cavalos, oferecida a José<br />
Bento Pessoa, 20 voltas. 1.° e 2.° prémios.<br />
7. a Repara... Lê .. Traía-33<br />
dos teus interesses<br />
18 aisos são passados<br />
<strong>de</strong>pois que<br />
As cmslipaçjõis, bronquites, rouquidòis<br />
ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />
encomodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcatrão, compostos (Stcboçãdos<br />
Milagrosos) on<strong>de</strong> )bs ifeitos maravi-<br />
— Corrida «Negativa» — (Rezerlhosos do alcatrão, jenuinamente medicivada<br />
para os socios do «Sport Club». l.° nal, junto a outras substancias apropria-<br />
2.° e 3.° prémios.<br />
das, se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />
eficácia.<br />
«Presi<strong>de</strong>nte». Ricardo Garcia á Go- E tanto assim, que os bons rezultádos<br />
«vogaes», dr. Arruando Leal Gonçalves obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alca-<br />
e João <strong>de</strong> Azevedo; «juiz <strong>de</strong> partida, Jotrão, compostos (Rebuçados JMiiazé<br />
Trigueiros <strong>de</strong> Marlet; «juiz <strong>de</strong> chegrozos) são confirmados, não só por<br />
gada». Benjamim da Costa Braga; «<strong>de</strong>le- milhares <strong>de</strong> pessoas que os lêem uzádo,<br />
gado junto dos corredores, João <strong>de</strong> Me- mas também por abalizádos facultativos.<br />
nezes Parreira; «contador <strong>de</strong> voltas,» Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />
Manoel Mesquita; «cronometristas», A<strong>de</strong>- Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />
lino Ferrão e Josjé Ferreira <strong>de</strong> Carvalho pelo correio ou fóra do' Porto, 220 réis.
P u M i c a ç ô i s<br />
Pela act editada Livraria Clássico<br />
Editora, <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> que ô <strong>de</strong>pozitário<br />
em <strong>Coimbra</strong> o sr. João Rodrigues <strong>de</strong><br />
Moura Marques, proprietário da conceituada<br />
Livraria Académica, foram postas<br />
á venda as seguintes Obras:<br />
Conselhos aos dirijidos por Leão <strong>de</strong><br />
Foltois.<br />
E' uma compilação interessante <strong>de</strong><br />
vários escriptos do gran<strong>de</strong> pensador<br />
russo, cuja obra e cuja doutrina tem<br />
provocado no mundo pensante tão largos<br />
<strong>de</strong>bates<<br />
Em vários contos, artigos, diversos<br />
notulos Foltois esclarece pontos vários<br />
da sua doutrina, mal apreendidos ou<br />
diverjentemente interpretados. E para<br />
todos os que se interéssão pela obra do<br />
eminente escriptôr, o volume agora publicado,<br />
em corréta tradução portuguêza,<br />
é indispensável, com um bom elemento<br />
<strong>de</strong> elucidação.<br />
Magdnlena — por Albino dos Santos.<br />
E' um pequeno poemeto em 3 sonetos<br />
E' velho e gasto o tèma, e frouxos<br />
os versos em que o autôr o enquadra.<br />
Auto Pastoril — Por Pedrozo Rodrigues.<br />
Auto Pastoril, agora publicado em 2. a<br />
edição, falou já largamente o nosso colaborador<br />
sr. João <strong>de</strong> Barros.<br />
Trás a mais a opinião <strong>de</strong> imprensa<br />
e duas novas <strong>de</strong>dicatórias: ao sr. Viscon<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> S. Luis <strong>de</strong> Braga e aos interpretes<br />
<strong>de</strong> peças.<br />
PASSATEMPO<br />
É magnifico o sumário do n.° 82<br />
d'ésta ilustração editada, em Lisboa, pelos<br />
Gran<strong>de</strong>s Armazéns Grand éla. A sua Crónica<br />
<strong>de</strong>ve interessár a todo o trabalhador<br />
do comércio por advogar o encerramento<br />
por lei, ao domingo. 0 résto do texto,<br />
em que figura em concurso literário, o<br />
nome laureado <strong>de</strong> D. Ana <strong>de</strong> Cástro i<br />
Ozório, é um mimo. Principia uma narrativa<br />
istórica, A mõrte do Lidador, <strong>de</strong><br />
Alexandre Erculano. Trás colaboração<br />
<strong>de</strong> Sá Pereira, Eduardo <strong>de</strong> Aguilar e<br />
Dominó Ver<strong>de</strong>, bem como uma infinidá<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s gravuras relativas aos acontecimentos<br />
russo japonêzes.<br />
0 Passatempo continua anunciando a<br />
tombola com um primeiro premio <strong>de</strong><br />
cem mil réis em dinheiro para ser conferido<br />
ao assinante cujo numero <strong>de</strong> as-<br />
sinatura seja egual at) numero da sórte<br />
gran<strong>de</strong> da Loteria <strong>de</strong> Santo Antonio, cm<br />
junho.<br />
Todos que assinem o Passatempo até<br />
ao dia 5 <strong>de</strong> junho proximo, teem direito<br />
a êsse sortêio que além dêsse prémio,<br />
comporta uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
quadros a oleo, luvas, etc."<br />
Um ano 1$000 réis. Um semestre<br />
500 réis. Po<strong>de</strong>ndo enviar se em carta ou<br />
vale do correio a Grandéla & C. a —Lisboa.<br />
0 MUNDO ELEGANTE<br />
Sumário do numero 10,<br />
correspon<strong>de</strong>nte a 5 <strong>de</strong> maio<br />
Texto<br />
D. Maria Emilia Seabra <strong>de</strong> Castro,<br />
por Xaviér <strong>de</strong> Carvalho. — Correio da<br />
Moda e elegancia, por mes<strong>de</strong>moiseles<br />
Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza — 0 conselheiro<br />
Tomás <strong>de</strong> Souza Róza, ministro<br />
d! Portugal em Paris.—Uma portuguêza<br />
<strong>de</strong> 111 anos, D. Crizostoma Rita d'Andra<strong>de</strong>,<br />
por Albino Leite.—Canção das Maias,<br />
por D. João <strong>de</strong> Castro. — Personalida<strong>de</strong>s<br />
(25) Folhetim da "BEZISTENGIA,<br />
II. DE BALZAC<br />
0 EXCOMUNGADO<br />
VIII<br />
A lcl>i*e na caina<br />
— Deixa lá: é ura boémio que, á<br />
força <strong>de</strong> mentir, fála verda<strong>de</strong> algumas<br />
vêzes sem saber . .<br />
E os dois amigos continuárão o seu<br />
caminho, <strong>de</strong>ixando o mendigo sacudir-se<br />
á vonta<strong>de</strong>.<br />
Quando ch 9 »<br />
9.30<br />
10,30<br />
11<br />
11,30<br />
12<br />
12.30<br />
1><br />
D<br />
»<br />
»<br />
D<br />
tar<strong>de</strong><br />
10<br />
11 »<br />
11,30 »<br />
12 »<br />
12,30 tar<strong>de</strong><br />
1 »<br />
1<br />
1,30<br />
2<br />
2,30<br />
3<br />
3,30<br />
T><br />
1><br />
»<br />
»<br />
»<br />
1,30 »<br />
2 »<br />
2,30 »<br />
3<br />
3,30 »<br />
4 t<br />
4<br />
4,30<br />
5<br />
5,30<br />
6<br />
7,30<br />
8<br />
»<br />
»<br />
<<br />
»<br />
»<br />
><br />
»<br />
noite<br />
4,30 »<br />
5 ><br />
5,30 »<br />
6,30 »<br />
7,30 »<br />
8,30 noite<br />
9,30 ><br />
9,30<br />
10<br />
»<br />
t<br />
10 »<br />
10,30 »<br />
(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.<br />
Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />
e Estação B<br />
Partidas<br />
da R, Infante d, Augusto' da Estaçãí B<br />
6 h tar<strong>de</strong> 6'' e 58 m tar<strong>de</strong><br />
8, noite S 1 ' e 45 m noite<br />
1<br />
i<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a estação B dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />
Partidas<br />
Do largo das Ameias da estação B<br />
3 h 10 m manhã<br />
m<br />
ra<br />
5 ,55<br />
8,10<br />
2 ,30<br />
3 ,: 6<br />
4 ,35<br />
?<br />
»<br />
tar<strong>de</strong><br />
><br />
»<br />
ai xÁ<br />
-2<br />
ryj a-Q<br />
Oi Oi cj<br />
T3 3<br />
r. 0<br />
5,37<br />
6 ,25<br />
6,40<br />
8,10<br />
12,15<br />
»<br />
I<br />
»<br />
noite<br />
»<br />
t- rfi<br />
cz<br />
ice<br />
c<br />
íC J2 "O<br />
, SC<br />
ira<br />
c
ína da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
§ulfatoda—Caleica<br />
A única anaíysada no paiz, similbante á afasnada agua ds OMTBEXÉViLLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
IXD1CAÇÔES<br />
Para USO interno:—Arthntismo, Gotta, Lithiase nrica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
i<br />
Para USO externo:—Em differentes espécies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
As analyses chimica e microbiologia foram feitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. mQ sr. Charles Lepierre.<br />
A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Vinhos iiitos<br />
Vinhos brancos<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
ISsaa FerBvirít Borges<br />
da Empr-eza líiiMa I Salvaterra <strong>de</strong> Magas<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete . .<br />
Trineadèiro •<br />
Clarete .<br />
Marialva .<br />
(SEM GARRAFA)<br />
ItCZI&TENCJ&f^BoiiiJri&ro, 1® <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> Sf**>SI<br />
Garafa y2 gar<br />
HO<br />
130<br />
ISO<br />
17o<br />
Fernão Pires.<br />
140<br />
Sauterne 170<br />
Diagalves.<br />
Marialva . . .<br />
180<br />
10<br />
Licoroso branco 2 0<br />
» tinto £ .<br />
Vinhos lioorozcs<br />
Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />
i50<br />
Pimentel í 500<br />
Vinagre { Branco<br />
90<br />
Azeite<br />
) Azeite d'Oliveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
j u d uuvcii Oliveira a reijuu; Feijão)<br />
300<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPCS<br />
Preços especíaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j o s<br />
Sucursal sta Alia<br />
li<br />
27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CAZA ACADÉMICA, ds J. A. da Gosta Finto<br />
A única que em Portugal efétua seguros<br />
postaes, para todas as cabaças <strong>de</strong><br />
distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />
Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />
C o i m t o r a<br />
Fumeiro ds lleitejo<br />
(50<br />
70<br />
80<br />
90<br />
80<br />
90<br />
í 00<br />
100<br />
Recebeu mais uma remessa da ma-<br />
gnifica qualida<strong>de</strong>, - <strong>de</strong> que é uma re •<br />
ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />
Luzitana.<br />
PIV>GFvED! VIMOS DE PASTO<br />
C O I M B R A<br />
Installação provisoria: rua da Soía n.° 8.<br />
câiEijssrTJXKra^<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para coajsEsaMo e ex.p©rÈaçã©<br />
Vendas por junto e a miúdo<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> veada a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
Marcas<br />
o o<br />
t<br />
cá S<br />
u<br />
Garrafa<br />
<strong>de</strong> litro<br />
Garrafa<br />
foordaleza<br />
O mérito;<br />
medalha <strong>de</strong> cobre na Exposição niwtrictai <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 188-1<br />
S9, Elsia <strong>de</strong> «Soão Cabreira, Sl-COlJIBIll<br />
A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoal mais<br />
habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões para retretes,<br />
vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />
grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />
etc., etc.<br />
Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />
P r e ç o s e o o n o m i c o s<br />
A C Y T I L E N E<br />
Carbureto <strong>de</strong> cilcio francês, rendimentogarantido da 300 litros por kilo,<br />
os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />
Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessorios<br />
NOVA LUZ A GAZOLINA<br />
P o d e r illuminante: ICO vellas p o r lo±o
Editor<br />
MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redaecão e Administração - Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Democratica<br />
jL ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
* "í 5.i|<br />
N.° 903 COIMBRA—Quinta-feira, 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1901 IO. 0 ANO<br />
COfFRONTOS<br />
Como argumento para valorizár<br />
e impôr os seus intuitos e os'seus<br />
omens, ganhando, com ixibiçõis<br />
graves <strong>de</strong> puritanos em folha, a<br />
confiança do país, ingénuo por vezes<br />
ainda ao cabo <strong>de</strong> tão tremendos e<br />
seguidos logros, os encarregádos<br />
<strong>de</strong> batêr o réclamo da rejenéração<br />
— liberal acentúão com entono o<br />
<strong>de</strong>sinterésse dos seus marechais,<br />
abandonando com espartana virtu<strong>de</strong><br />
a meza fárta dos rotativos, para<br />
virem mor<strong>de</strong>r, erofcamente, o pão<br />
duro e negro do ostracismo.<br />
Gran<strong>de</strong>s, sonoras pajávras conságrão<br />
o fácto-, como impondo só<br />
por si um partido, como valendo<br />
pela mais segura das garantias <strong>de</strong><br />
coerencia e probida<strong>de</strong> no futuro.<br />
E, ao que dizem, dá-lhes esse<br />
fácto orgulho, esse orgulho fórte<br />
qúe ergue os ómens sãos num<br />
aprumò bélo, e os impõi, e os engrandéce,<br />
e os fáz triunfar.<br />
Olhemos para êles, olhemos<br />
para nós, e vejamos bem quem<br />
mais razõis. tem <strong>de</strong> gritár alto o<br />
orgulho <strong>de</strong> si.mesmo, da sua vida<br />
<strong>de</strong> onra, <strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> sacrificio, vivida<br />
no culto dum alto i<strong>de</strong>al, andada<br />
ngt estrada acopla .. e dm<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vêr, gasta no ardôr dum<br />
V puro e eroico combate.<br />
A' nêsta falanje da Quimera-—<br />
como nos apelidárão—ómens cheios<br />
<strong>de</strong> talento, <strong>de</strong> sabêr, <strong>de</strong> finas qualidá<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> espirito, <strong>de</strong> fortes predicádos<br />
<strong>de</strong> caráter, trabalhadores<br />
pobres e intelijentes <strong>de</strong> várias clásses<br />
e categorias. São tôdos uns<br />
românticos, uns alucinádos, uns<br />
perdidos, tipos cândidos <strong>de</strong> poetas,<br />
tipos excecionais <strong>de</strong> revoltádos,<br />
esbanjando o seu tempo a oihár as<br />
estrêlas, <strong>de</strong>sbaratando a sua vida a<br />
sonhár béías cidá<strong>de</strong>s nas nuvens...<br />
Não têm os cabedais lárgos da<br />
maior párte dos apóstolos do franquismo,<br />
cujo <strong>de</strong>sinteresse taz o<br />
assombro e as <strong>de</strong>licias dos panejinstas<br />
entusiástas. Ráros, <strong>de</strong> entre êles,<br />
possuem bens a garantir-lhes a vida<br />
<strong>de</strong>zafogáda, sem a persistência dum<br />
trabálho onrádo. E' <strong>de</strong> pobres a<br />
gran<strong>de</strong> maioria, <strong>de</strong> pobres orgulhosos<br />
que mourêjão <strong>de</strong>nodadamente<br />
para se mantêrem e aos seus, man-<br />
' tendo imaculáda a <strong>de</strong>voção do seu<br />
i<strong>de</strong>al, a soberba aítaneria do seu<br />
caráter, a linha sçvéra da sua nobre<br />
intranzijencia.<br />
Podíão ven<strong>de</strong>r-se. Intelijencias<br />
luzidas, talentos brilhantes, caráteres<br />
<strong>de</strong> eleição, professores, oradô<br />
' res publicistas, tudo isso daria para<br />
um leilão concorrido on<strong>de</strong> a monarquia<br />
tudo adquiriria por bom preço<br />
Dominaríão ostentozamente na<br />
alta politica, teriam a sua côrte <strong>de</strong><br />
aduladores, logáres pingues em<br />
sindicátos, cocotescáras, triunfos todos<br />
os dias. Era o ruido, a riquêza, a<br />
cdória. E quando não evolucionassem<br />
para tão lonje, tantos que vivem<br />
esquécidos por êsse país fora, invencíveis<br />
na sua bélá intranzijencia,<br />
po<strong>de</strong>riam nas suas terras campar <strong>de</strong><br />
caciques, arrepanhando os logáres<br />
das irmanda<strong>de</strong>s, fazendo o sucesso,<br />
em vês <strong>de</strong> creárem uma situação <strong>de</strong><br />
modéstia, <strong>de</strong> ostilidá<strong>de</strong>, quantas vêzes<br />
<strong>de</strong> aberta pobrêza.<br />
» Pois não, ó injénuos admiradores<br />
dos varõis fortes, que trágão o pão<br />
negro do franquismo!<br />
Pássão a vida a sonhár, tôdos<br />
os que um dia pouzárão o seu<br />
olhár no brilho duma estrêla e a<br />
amárão com um amôr i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />
loucos comtemplativos.<br />
E a quantos não prostou já a<br />
morte, <strong>de</strong>pois duma vida inteira <strong>de</strong><br />
sonho e <strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> abnegação e<br />
entuziásmo, sempre com os olhos<br />
voltádos para a clarida<strong>de</strong> astrál <strong>de</strong>ssa<br />
quimera, que um dia lhes pren<strong>de</strong>u,<br />
num encanto in<strong>de</strong>cifrável, os ólhos<br />
da alma. . .<br />
Desprézã^ o ruído, <strong>de</strong>sprézãg a<br />
riqueza. VÍvem perdidos, ignárádos,<br />
esquécidos,,, trabalhando com ardor<br />
êles que podíão cevár-se na panria<br />
dasdireçõisjerais e nas lamas fe&eis<br />
das companhias.<br />
- Os cretinos e os mariolas que<br />
se grimpáram, a encontrõis <strong>de</strong> audácia<br />
e.a rastejamentos <strong>de</strong> salafrários<br />
Sêm pudôr, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhão os, insultão-os,<br />
e, quando são po<strong>de</strong>r,<br />
perséguem-os e roubão-os.<br />
Ej quando miram das cumiadas<br />
*do seu estolido <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m este batalhão<br />
on<strong>de</strong> pelejamos, lançam a velha<br />
phrale mçntiroza: «não t%m<br />
omenf. »"*" —<br />
Os «omens» são eles — raça<br />
bastarda <strong>de</strong> omunculos sem alma e<br />
sem carater, cuja abjeção resalta<br />
brutalmente <strong>de</strong> entre todas as suas<br />
pompas guisalhantes.<br />
Mas não os vençem !<br />
Esse amor da Quimera fortaleceu-os.<br />
E <strong>de</strong> tão abituados a olharem<br />
para o alto, para as nuvens e para<br />
as estrellas, trazem sempre erguida a<br />
cabeça, que nem a adversida<strong>de</strong><br />
mais crivei é capaz <strong>de</strong> lh'a fazer<br />
Daixar. E <strong>de</strong> tão perdidos nò seu<br />
sonho, não sentem a secussão brutal<br />
dos <strong>de</strong>salentos maus e das tentações<br />
preversas, os empuxões rijos das<br />
dificulda<strong>de</strong>s dolorozas.<br />
Lutam, sofrem, vivem a vida<br />
amargurada dos intransijentes e dos<br />
fortes num pais <strong>de</strong> covar<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />
poltrões.<br />
E ninguém os quer conhecer!<br />
E nem elles se réclamam as<br />
suas virtu<strong>de</strong>s, nem cantores as<br />
exalçam em ladainhas servis!<br />
Esses pobres-diabos dos republicanos<br />
portuguêzes, essa jente anónima<br />
que anda p'ra aí a sonhar e a<br />
pregar loucuras, por elas lutando e<br />
pa<strong>de</strong>cendo, merece acazo que lhe<br />
<strong>de</strong>staquem o <strong>de</strong>zinteresse para o<br />
imporem como garantia valorisante<br />
dum partido ?<br />
Não, ó patriotas insignes! Os<br />
varões illustres cuja vida cabe aos<br />
Plutarcos enquadrar em artística<br />
moldura, salientando com gran<strong>de</strong><br />
instrumental <strong>de</strong> palavras sonoras o<br />
seu <strong>de</strong>sinteresse, são assim do feitio<br />
do pobresinho do sr. João Franco,<br />
mais do sr. Jozé Novaes que oferece<br />
jantares <strong>de</strong> tres contos <strong>de</strong> reis.<br />
O <strong>de</strong>zinteresse, a abnegação, o<br />
sacrificio — é isto !<br />
Esses republicanos que p'ra ai<br />
vivem, caturras, impenitentes, maus<br />
no seu orgulho ferós <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>s,<br />
não se aproximam sequer <strong>de</strong>les.<br />
Po<strong>de</strong>m passar fome, morrer <strong>de</strong><br />
fome: porque são uns doidos varridos:<br />
podiam muito hem morrer <strong>de</strong><br />
indijestão.<br />
Nós somos os doidos. Os- onestos,<br />
os in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, os fortes são<br />
« eles » — a gente do sr. João<br />
Franco.. .<br />
Coatratlicçoes<br />
O sr. dr. Pinto <strong>de</strong> Mesquita,<br />
orando no Ce?itro do Chiado, confessou<br />
ter averiguado <strong>de</strong> perto o<br />
seguinte perigo, para que não sabemos<br />
se s. ex. a reclama a corregedoria,<br />
a lei <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> fevereiro e outros<br />
remedios energicos do genial<br />
invento do seu chefe:<br />
O orador passa a referir-se ainda a<br />
um outro perigo; e vae expôl-o, resultado<br />
das suas próprias observações, e sob<br />
sua exclusiva responsabilida<strong>de</strong>. Esse perigo<br />
é o do paiz enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>ve ir<br />
além do nosso i^gal; que precisa, em<br />
summa, <strong>de</strong> medidas radicaes para salvar-se.<br />
Elie, orador, acompanhou o§ comícios<br />
<strong>de</strong> protesto contra as medidas <strong>de</strong><br />
fazenda ; e posto que fossem promovidos<br />
pelas classes conservadas, no Porto,<br />
como em Braga, como em <strong>Coimbra</strong> e Vigeu.<br />
o orador nobva que havia sempre<br />
^n grito — o di-%pirapó a tfwaídas<br />
mais radicaes.<br />
Ora era natural que sendo o<br />
movimento contra as propostas da<br />
fazenda promovido pelo franquismo,<br />
como affirmou o Jornal da Noite,<br />
fosse para o franquismo que essas<br />
assembleias apelassem.<br />
Mas apelaram abertamente, claramente<br />
para a Republica.<br />
E' que o franquismo continua a<br />
guardar silencio sobre a confusão<br />
dos dois erários.<br />
O Sp. Carateiro<br />
Informam gazetas varias :<br />
« Tomou posse do lugar<br />
<strong>de</strong> chefe da I a repartição<br />
<strong>de</strong> instrucção publica, o<br />
sr. dr. Carneiro <strong>de</strong> Moura.»<br />
E' o mesmo Carneiro que o sr. Hintze<br />
tosquiou com querelas e violências <strong>de</strong><br />
varia casta, quando, elle pulava em cabriolas<br />
<strong>de</strong> insolência feroz.<br />
Passou a ser um Carneiro <strong>de</strong> estima<br />
— exemplar notável que foi enriquecer<br />
a collecção <strong>de</strong> animaes <strong>de</strong> custoso preço,<br />
que o Estado sustenta por excentricida<strong>de</strong>s<br />
zoolojicas.<br />
E fica, como se vê, aos cuidados superiores<br />
do sr. Abel d'Andra<strong>de</strong> ..<br />
Posse<br />
Depois <strong>de</strong> provas onestas e brilhantes,<br />
em que as suas aptidõis e recursos<br />
inteletuais se afirmarão com plena segurança,<br />
foi nomeado professor catedratico<br />
da Escola <strong>de</strong> Farmácia, tomando á dias<br />
posse, o nosso prezado amigo e correlijionário<br />
sr. Manuel Fernan<strong>de</strong>s Costa.<br />
Logar conquistado pelo meio lejitimo<br />
du;r. concurso publico, que exije larga<br />
e intelijente preparação, o nosso amigo<br />
á-<strong>de</strong> <strong>de</strong>zempenhal-o com o saber <strong>de</strong> que<br />
<strong>de</strong>u mostras valiozos e com a justiça que<br />
é apanagio do seu carater.<br />
A Rezistencia envia ao seu correlijionário<br />
cor<strong>de</strong>ais parabéns.<br />
, -<br />
Agitação do paiz<br />
A Associação Comercial e Industrial<br />
<strong>de</strong> Vizeu, composta dos cidadãos mais<br />
prestimosos d'aquela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tão nobres<br />
tradiçõeis, aprovou em sessão extraordinaria<br />
<strong>de</strong> f* <strong>de</strong> maio a seguinte moção:<br />
A Assembleia Jeral da Associação<br />
Comercial o Industrial <strong>de</strong> Vizeu, reunida<br />
em sessão extraordinária no dia 8 <strong>de</strong><br />
maio <strong>de</strong> 1904:<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o jornál 0 Comercio<br />
<strong>de</strong> Vizeu, que se publica nésta cidá<strong>de</strong>,não<br />
é orgã.o da clásse comércial;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que num artigo insértd<br />
no número 1549 <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril e fioutros<br />
que se seguirão, em números imediatos,<br />
não só se insulta a dignida<strong>de</strong>, o caráter<br />
da clásse, mas também se disvirtúãb por<br />
fórma <strong>de</strong>primente os nossos <strong>de</strong>veres cívicos,<br />
como cidadãos;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que não podêmos,<br />
atenta a opinião <strong>de</strong> distintos advogados,<br />
retirár-lhe o titulo que elegalmente usa;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a responsabilida<strong>de</strong><br />
perante os tribunais se lhe não po<strong>de</strong>rá<br />
exijir, pela convicção inabalável em que<br />
estamos <strong>de</strong> que seria um Têsta <strong>de</strong> Férro<br />
a assumir a responsabilidá<strong>de</strong> dos artigos<br />
citádos;<br />
Consi<strong>de</strong>rando finalpiente, que em fáce<br />
na cotação morál, em que é tido semelhante<br />
jornál, não po<strong>de</strong>mos, sem quebra<br />
da nossa dignidá<strong>de</strong>, reflamár uma explicação<br />
leál e cavalheiróza.<br />
Rezolveu por un immidá<strong>de</strong>:<br />
1.°—Dár a és ta moção a maior publicida<strong>de</strong><br />
em ' jôrnáis "do distrito, nos <strong>de</strong><br />
ásboa e Porto <strong>de</strong> maiór circulação.<br />
2 "—Desprezar por çpmpléto qualquer<br />
anonimato ofensivo da íolétividá<strong>de</strong>, publi-<br />
-cádo por tal jomá' r<br />
3.° Cazo o autor dos artigos citados<br />
sèja pessoa digna <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração e venha<br />
assumir a responsabilidá<strong>de</strong>, assim<br />
como <strong>de</strong> futuro sendo publicados idênticos<br />
artigos e em idênticas circunstancias,<br />
autorizar a Diréção désta Associação a<br />
<strong>de</strong>zagravár a colétividá<strong>de</strong> perante o tribunais<br />
para o que esta assembleia Jeral<br />
lhe confere um vóto <strong>de</strong> confiança e dá<br />
plenissimos po<strong>de</strong>res.<br />
2 REKISTMC11 — Quinta-friru, IO <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1004<br />
baixo cortezanismo<br />
<strong>de</strong>ve dizer-se.<br />
o que <strong>de</strong> principal<br />
Mas por isso mesmo são os umcos<br />
que os governos perseguem, e vexam, e<br />
roubam, e o<strong>de</strong>iam com esse odio profundo<br />
dos bandoleiros que se sentem<br />
<strong>de</strong>scobertos no melhor da operação.<br />
A imprensa republicana tem «feito o<br />
seu <strong>de</strong>ver, fazendo uma obra <strong>de</strong> justiça<br />
e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. A imprensa franquista,<br />
que é <strong>de</strong> mais fresca data, tem feito<br />
simplesmente o seu jngo, tranzijindo e<br />
cumplicitando, pelo silencio, em gran<strong>de</strong>s<br />
escandalos e atentados.<br />
Aspemos, pois, esta verba da conta<br />
franquista.<br />
*<br />
Que o franquismo provocou, pela sua<br />
propaganda, o movimento, contra as<br />
propostas <strong>de</strong> fazenda, é verba nova e<br />
cheia na fatura que apresenta.<br />
E' uma mentirola, da mesma fazenda<br />
grosseira das que o sr. Martins <strong>de</strong> Car<br />
valho expediu para as folhas do partido,<br />
durante a excursão do chefe por terras<br />
do norte, centro e sul.<br />
Que a marca d'esta é da mesma empreza<br />
que fabricou as outras, numa<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spreoccupação <strong>de</strong> espirito e<br />
inacessível a escrupulos tolos...<br />
Andou o sr. João Franco a comer<br />
jantares, muitos jantares, com infinda vei<br />
discursos aos postres, cortados pelos<br />
aplauzos ruidozos <strong>de</strong> loquelas bem molhadas.<br />
E vae no fim, os gloriozos convivas<br />
dêsses agapes memorandos arrotaram tão<br />
estrondosamente, numa concordância tão<br />
forte, que as propostas <strong>de</strong> fazenda, mais<br />
o seu autor, caíram em pó ao som terri<br />
fico d'aquele protesto intestinal...<br />
O franquismo alribue-se o movimento<br />
contra as propostas <strong>de</strong> fazenda, mas o<br />
niileo |>aríido que promoveu<br />
cernidos foi o partido republicano,<br />
e foram os seus oradores os<br />
mais prestantes auxiliares dos comícios<br />
convocados pelo commerçio e aqueles<br />
que mais aplauzos colheram.<br />
O sr. João Franco e a sua corte não<br />
apareceu nessas assembleias. Só o sr.<br />
Pinto <strong>de</strong> Mesquita falou duas ou tres<br />
vezes. Os outros marechais íicáram-se<br />
por casa, que a Corôa—com C gran<strong>de</strong><br />
podia não gostar da aventura.<br />
A mentirola não exije mais<br />
a n notação.<br />
larga<br />
Chega a ser uma torpeza—que o pais<br />
não pô<strong>de</strong> pagar.<br />
Risque-se!<br />
*<br />
Infere o franquismo a sua força eleitoral<br />
da manutenção duma reforma feita<br />
contra elle em ditadura, como preten<strong>de</strong><br />
volorizar a acção das suas conferencias<br />
pelo motivo <strong>de</strong> élas terem provocado<br />
advertências ilegaes <strong>de</strong> dois ministros.<br />
Ora sendo assim, é logico inferir a<br />
força do partido republicano <strong>de</strong> vários<br />
actos odiosos em que o sr. João Franco<br />
collaborou.<br />
Para os republicanos fez o ilustre<br />
chefe da regeneração liberaleira uma lei<br />
eleitoral <strong>de</strong> excepção, semelhante á que<br />
agora diz dificultar-lhe o acesso á urna,<br />
mais a lei celebre <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> fevereiro:<br />
para elles creou s. ex. a a correjedoría:<br />
peiseguiu-os, violentou-os nos seus direitos,<br />
<strong>de</strong>fraudou-os nos seus interesses,<br />
foi duma estúpida brutalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabo<br />
d'or<strong>de</strong>ns vinolento.<br />
O sr. João Franco que agora invoca<br />
as advertências ou proibições ilegaes dos<br />
ministros para valorizar a sua politica,<br />
esqueçe-se da sua celebre circular aos<br />
lentes republicanos, da <strong>de</strong>missão que<br />
<strong>de</strong>u a alguns funcionários que cometiam<br />
o nefando <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> pertencerem ao nosso<br />
partido, etc., etc.<br />
Então era alguma cousa esse partido<br />
republicano?<br />
Fóra, pois, com esta exijencia da<br />
lista impu<strong>de</strong>nte!<br />
O franquismo fala do seu trabalho<br />
ones'o.<br />
Estão a ver o sr. Martins <strong>de</strong> Carvalho<br />
a subir as escadas do Século, presurozo,<br />
a prevenir que tivessem cuidado com<br />
as noticias que do Porto mandassem<br />
sobre as manifestações feitas ao nosso<br />
correligionário sr. Bernardino Machado,<br />
amputando-lhes o que necessário fosse<br />
para que a coisa não <strong>de</strong>stacasse...<br />
Era preciso assim para a propaganda<br />
do franquismo-explicava s. ex. a a um<br />
cavalheiro quê o acompanhava, ex-administrador<br />
numa terra do norte e agora<br />
advogado no Porto.<br />
Tire lá essa verba <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> I<br />
Assim, verifica-se que o país nada<br />
tem a pagar, e antes lhe cabe o direito<br />
<strong>de</strong> arguir o franquismo do crime <strong>de</strong><br />
burla.<br />
Essa conta corrente <strong>de</strong> benefícios e<br />
vantagens que apresentou ao país, na<br />
data commemoratjva da festança inaugu-<br />
E' sem duvida o medicamento mais<br />
eficás no tratamento das purgaçõis agudas<br />
e crónicas, sanguíneas ou puru<br />
lentas.<br />
Cura rapida e radical, não dando<br />
orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />
A' vencia na farmácia e drogaria;<br />
Rodrigues da Silva, - <strong>Coimbra</strong>.<br />
Preço do frasco, 700 reis.<br />
LITERATURA I ARTE 1<br />
ra!, era uma verda<strong>de</strong>ira escròquerie ar<br />
mada á boa fé do publico ingénuo.<br />
Era uma conta <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iro tos<br />
quiador, que. colhendo maré asada, im<br />
pinje ao freguez gato por lebre, e no<br />
fim ainda lhe carrega no preço, num abus<br />
<strong>de</strong> situação apertada.<br />
.\a Ktezcrva<br />
O sr. Emídio Julio Navarro <strong>de</strong>clara<br />
soldado licenceado do pai tido progres<br />
sista.<br />
A julgar pelo que custa essa sua con<br />
dição, <strong>de</strong> ínativida<strong>de</strong> se o chamão ao<br />
serviço átivo come por um rejimento.<br />
Deixem-no na rezerva!<br />
Corridas velocipédieas<br />
Com uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor intenso<br />
abrazante, realízárão-se no ultimo do<br />
mingo as annunciadas corridas velocipé<br />
dicas, promovidas pelo Sport-Club.<br />
Ao Caes confluiu numeroza multidão<br />
que se espraiou rumorejante e interessada<br />
por todo aquelle local, seguindo com entuziastica<br />
curiozida<strong>de</strong> as disputas dos<br />
co! r dôres.<br />
Ouve ligeiros inci<strong>de</strong>ntes barulhentos<br />
um conflito <strong>de</strong> mais tomo com a policia<br />
que levantou gran<strong>de</strong> alvoroto e, na pista<br />
queda> frequentes dos corredores.<br />
0 resultado foi o seguinte:<br />
Corrida <strong>de</strong> Juniores amadores — 8<br />
voltas —1.° premio, Antonio da Cruz<br />
2.°, Manoel <strong>de</strong> S. Miguel; e 3.°, Eduardo<br />
Baptista.<br />
Corrida reservada — Campeonatonlo<br />
Sport-Club, 12 voltas — premio único<br />
(gran<strong>de</strong> melalha <strong>de</strong> campeão, para ser<br />
disputada 3 annos successivos) Alberto<br />
Baptista Gonçalves, que ficou só em<br />
campo por se ter inutilizado a maquina<br />
logo a 5. a Sonetos <strong>de</strong> Candido Guerreiro — Am a cíeu<br />
Etatalha <strong>de</strong> Flores<br />
Sanches Barreto — Editor — <strong>Coimbra</strong>, 1904.<br />
Promete ser uma festa <strong>de</strong> sensação<br />
Tres livros <strong>de</strong> versos<br />
E' esse um livro que preten<strong>de</strong> ser pela animação que <strong>de</strong>spertou no nosso<br />
filozofico; e que, pela <strong>de</strong>maziada retórica meio e o entuziásmo que produziu em toda<br />
dos seus versos, pelo colorido forte que a população <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
a imajinação do autor dá a tudo, pelas A instituição das Creches, a favor <strong>de</strong><br />
PoeMiaw escolhidas <strong>de</strong> Afonso Lopes imajens complicadas, pela evi<strong>de</strong>nte su- quem reverte o seu produto mais uma<br />
Vieira — Viuva Tavaies Cardozo — Editora perficialida<strong>de</strong> da sua filozofia, não con- vês é alvo das simpatias que tem entre<br />
— Lisboa — 1904.<br />
segue realizar a sua pretenção. Talvês o<br />
conseguisse, se o Poeta tivesse envere-<br />
o publico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. E séja-nos licito<br />
dizer que toda essa simpatia é bem ca<br />
0 sr. Afonso Lopes-Vieira é um poeta dado por outro caminho: veja-se o bom bida.por que "a Creche <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tem<br />
elejiaco, por cujo talento — comovido, ele- soneto que começa:<br />
sabHo manter-se credora <strong>de</strong> todas as<br />
gante e maleável eu tenho uma gran<strong>de</strong><br />
manifesiçõis que lhe fáção pela corréção<br />
simpatia. Simpatia que inabalavelmente <br />
velocipedia, o súbdito hespanhol sr. Ri- ajudando a exprimi-la; e íica-nos, 110 fim,<br />
cardo Garcia y Gomez, 10 voltas - I.°<br />
« Eu sòlto um ahl <strong>de</strong> espanto alegre e novo, Bancos.. £00 »<br />
a impressão dum pedaço intenso <strong>de</strong> vida<br />
premio, João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram; 2.°<br />
« Perante esse seu modo extranho e audiz, De pé 100 »<br />
intensamente expresso.<br />
Manoel <strong>de</strong> S. Miguel f 3.° Luciano Pinto.<br />
« Como sacce<strong>de</strong> no thealro ao poi o<br />
Entre as (Tuas poezias a diferença e<br />
Corrija <strong>de</strong> motocy <strong>de</strong>ites, da forpa <strong>de</strong><br />
< Quando vê augmentar a luz do gnz.<br />
enorme; e tão palpavel, que dará logo a<br />
Às pessoas que <strong>de</strong>zejárem entrár na<br />
2,5 cavallos, oferecida ao notável cyclista quem as ler uma i<strong>de</strong>ia certa <strong>de</strong> como é « No entanto po<strong>de</strong> crer, não sou assim batalha das flores com automoveis, car-<br />
José Bento Pessoa — 20 voltas - I gran<strong>de</strong> o talento do autor e <strong>de</strong> como êle fás « Tão <strong>de</strong>shonesto e bravo ws amores, ruájens, cavalos, ou bicicletes, dévem<br />
premio, Alberto Baptista Gonçalves; 2.°, mal na voluntaria amputação a que o « Succe<strong>de</strong> entrar ás vezes num jardim. inscrevêr-se sem <strong>de</strong>mora na Confeitaria<br />
João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram.<br />
sujeita, entregando-se ao amor <strong>de</strong> pro- « E ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> pizar as flores. Téles, rua Ferreira Bórjes (Calçada).<br />
Corrida Negativa, reservada para os cessos poeirentos—e insigriificativos para<br />
Pe<strong>de</strong>-se para fazerem ornamentar as<br />
socios do Sport-Club; havia um único Arte mo<strong>de</strong>rna.<br />
« Que a sua voz tão límpida me diga<br />
suas carruajens.<br />
premio que pertenceu a Eduardo Ba-<br />
Essa balada antiga<br />
Não é permitida a entrada <strong>de</strong> trens<br />
tista.<br />
« Que termina collada á minha bocca . . .<br />
Os corredores dérão algumas quedas, Por tudo o que disse, suponho que<br />
com tejadilho.<br />
nao sendo <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> os ferimentos se compreen<strong>de</strong>rá bem a alegria que tive<br />
Concluída a batalha <strong>de</strong> flores os veí-<br />
Mas, ao lado d'estas, outras sem si-<br />
sofridos.<br />
em não encontrar nas «Poezias Escolhiculos<br />
que se quizerem conservar <strong>de</strong>ntro<br />
gnificação nem brilho:<br />
O -serviço d'ambulancia era dos bomdas» aquelas <strong>de</strong> que não gostava. E, se<br />
do recinto, estacionarão no local que lhes<br />
beiros voluntários.<br />
excetuar a »Inscrição para o túmulo dum<br />
fôr <strong>de</strong>stinado.<br />
« Teus olhos pretos<br />
Durante as corridas tocou a filarmó-<br />
gato» e o «Bemdito,» absolutamente sem<br />
No local avèrá barracas em que Se-<br />
« Ctmo a ferrugem negra das laranjas » ;<br />
nica Bóa-União.<br />
valor, em todas as outras á imajens muito<br />
nhoras ven<strong>de</strong>rão flores.<br />
bélas e uma ternura gran<strong>de</strong> e melan-<br />
Para os n.<br />
cholica pelos ómens e peia Natureza.<br />
As melhores compoziçõis são para<br />
O balão do Ferrameista<br />
mim: o "Fado Politico», <strong>de</strong> que já falei,<br />
«Vós <strong>de</strong> Lonje», duma ancieda<strong>de</strong> vaga<br />
Di-vse que na próxima terça feira o penetrante, a curióza e interessante<br />
Ferramenta fará nésta cida<strong>de</strong> uma as- «Poezin dos Realejos» e os dolorozos<br />
cenção no seu balão. O local escolhido «Falla-lós».<br />
dizem ser o Largo <strong>de</strong> D. Luís.<br />
Se assim fôr, o local é o melhor da<br />
cida<strong>de</strong> e o dia muito bem escolhido por<br />
ser nesse dia que a festa do Espirito<br />
Santo em Santo Antonio tem mais concorrência<br />
não só da jente do campo como<br />
da cida<strong>de</strong>.<br />
Um grupo <strong>de</strong> académicos promove<br />
para ôje uma afetuosa festa a A<strong>de</strong>lina<br />
Abranches, a distinta atriz que tão onesta<br />
e brilhantemente se está impondo em<br />
soberbas creaçôis.<br />
Será distribuído um numero único<br />
com larga e variada colaboração.<br />
GONOL PAIVA<br />
Novida<strong>de</strong> farmacêutica—registado<br />
os 5.° e (>.° á prémios pecuniários<br />
<strong>de</strong> 2$00
4 BEKISTEWCIA - $ninta-feira, 1!> <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1Ô04<br />
Aguas da Csaría<br />
Abriu no dia lo o estabelecimento<br />
termal das aguas da Curia, a 2 kilometros<br />
da estação <strong>de</strong> Mogofores, no centro da<br />
formóza rejião da Bairrada, servido por<br />
uma béia estrada, e com carros á chegada<br />
<strong>de</strong> todos os comboios.<br />
aguas da Curia, inteiramente similhantes-<br />
ás <strong>de</strong> Contrexéville, são, como<br />
élas, aplicados nas diferentes manifestaçõis<br />
<strong>de</strong> artritismo, e estão tendo uma<br />
gran<strong>de</strong> aceitação no pais, sendo já muito<br />
conhecidas e uzadas em <strong>Coimbra</strong>. Tomão-se<br />
em jejum e ás refeiçõis, e são<br />
duma extraordinaria áção fortificante, diurética<br />
e dij estiva. Como purificadoras do<br />
sangue, com uma mineralização tão rica,<br />
não á nenhumas no pais que se lhe avantajem,<br />
tal é a opinião do distinto chimico<br />
e professor Charles Lepierre.<br />
A época termal promete este ano ser<br />
muito animada na Curia, on<strong>de</strong> funcionará<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o 1.° <strong>de</strong> junho o Hotel Santos, instalação<br />
mo<strong>de</strong>sta, emquanto a empreza não<br />
começa a construção do Gran<strong>de</strong> Hotel<br />
projétádo.<br />
A diréção jeral <strong>de</strong> instrução publica<br />
não creará, nos liceus do reino, quaisquei<br />
atritos aos alunos que ali estejam<br />
a terminar os seus cursos, no intuito <strong>de</strong><br />
lhes <strong>de</strong>fifcultar a entrada nas escolas superiores.<br />
Acentuárão-se as melhoras do sr dr<br />
Henriques da Silva, que entrou já em<br />
franca convalescença.<br />
O sr. Bispo Con<strong>de</strong> solicitou a nomea<br />
ção do engenheiro sr. Theophilo Goes<br />
para vogal da comissão das obras <strong>de</strong><br />
restauração da bé Velha.<br />
Concurso <strong>de</strong> tiro<br />
Ainda não está <strong>de</strong>finitivamente assente<br />
o dia em que ha<strong>de</strong> realisar-se o concurso<br />
<strong>de</strong> tiro nacional. Healisa-se porem<br />
por todo.o mes <strong>de</strong> junho e disso prevenimos<br />
ds atiradores Civis <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para<br />
este concurso ha já muitos valiosos prémios<br />
para os concorrentes que mais se<br />
distinguirem, sendo alguns <strong>de</strong>lles oferecidos<br />
pelas magestadcs, ministérios do<br />
Reino, Guerra e Marinha, Camara Municipal,<br />
Direcção Geral dos Serviços <strong>de</strong><br />
Manteria, União dos Atiradores Civis<br />
PortúguezeS, Grupo Patria, Grupo Suisso,<br />
Escola Pratica <strong>de</strong> Manteria, etc.<br />
Além <strong>de</strong>stes primos hverá um outro<br />
oferecido por uma comissão, <strong>de</strong> senhoras<br />
que para elle subscreveu cada uma com<br />
a quantia <strong>de</strong> 500 réis.<br />
Todos os atiradores concorrentes, em<br />
virtu<strong>de</strong> do regulamento do Tiro Nacional,<br />
teem a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> regressar pelos caminhos<br />
<strong>de</strong> Ferro do Estado ás suas terras<br />
gratuitamente. Segundo consta, o ministro<br />
da Guerra ohtexe também da compa-,<br />
nhia real £0 por cento <strong>de</strong> abatimento nas<br />
passagens dos atiradores concorrentes.<br />
O praso para a entrega <strong>de</strong> requerimentos<br />
solicitando admissão aos exames<br />
singulares do Lyceu, começa em 1 <strong>de</strong><br />
junho e vae até 15 do mesmo mez, sendo<br />
a propina <strong>de</strong> cada exame <strong>de</strong> 2$660 réis.<br />
Foi concedida a aposentação <strong>de</strong>finitiva,<br />
com o or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> 4:200$000 réis annuaes,<br />
aos professores da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
srs. drs. Bernardo <strong>de</strong> Albuquerque e<br />
Pereira Dias.<br />
Os candidatos que prelendão ser admittidos<br />
á matricula nas Escolas Normaes,<br />
<strong>de</strong>vem apresentar os seus requerimentos<br />
<strong>de</strong> 4 a 13 <strong>de</strong> junho, na Secretaria das<br />
mesmas Escolas.<br />
Parece certo que o governo concorre<br />
3 exposição agrícola que se <strong>de</strong>ve realizar<br />
por ocazião das festas da Rainha Santa,<br />
na Escola Nacional <strong>de</strong> Agricultura, com<br />
os exemplares <strong>de</strong> pecuaria que possue<br />
na cou<strong>de</strong>laria <strong>de</strong> Vizeu e <strong>de</strong> Anadia.<br />
Reúne no dia 25 do corrente a congregação<br />
facial da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />
para a nomeação dos jurys para os<br />
actos.<br />
T O U H A 3 3 A<br />
Reúne• amanhã o curso do 4.° ano<br />
jurídico, para lhe serem distribuídos os<br />
bilhetes para a tourada com que este<br />
curso festeja a terminação das suas aulas.<br />
Os cartazes anunciando esta tourada,<br />
são <strong>de</strong>zenho do académico Alvaro <strong>de</strong><br />
Castro. Já e*tão a litografar e dizem ser<br />
primorózos.<br />
Tomarão posse dos seus logares-<strong>de</strong><br />
professores efètivos da Escola <strong>de</strong> Farmácia,<br />
para que ultimamente foram nomeados,<br />
os srs. drs. José Cypriano Rodrigues<br />
Diniz e Manuel Fernan<strong>de</strong>s Costa.<br />
Voz «la Justiça<br />
Entrou no seu 3.° anno <strong>de</strong> publicação<br />
este nosso presado collega da Figueira<br />
da Foz, que com tanto brilho e <strong>de</strong>nodo<br />
combate pela <strong>de</strong>mocracia.<br />
As nossas saudações.<br />
D O BRAZIL<br />
Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />
<strong>de</strong> á 12 anos, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />
e varias pessoas <strong>de</strong> minha família <strong>de</strong><br />
doenças no estomago e nos intestinos<br />
recorri a muitos remedios, passando 4<br />
anos sem encontrar alivio a meus males;<br />
finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />
dc dr. Heinzelmen, remedio feito com<br />
ervas dos mátos do Brazil. conseguindo<br />
me curar radicalmente em poucas semanas.<br />
Por ser verda<strong>de</strong>, para bela dos<br />
que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />
publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />
Pedro Aguiar <strong>de</strong> Meio<br />
(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />
As pílulas do dr. Heinzelman feitas<br />
com vejetais das matas brazileiras, eurão<br />
em pouco tempo todas as moléstias do<br />
estomago, fígados e intestinos.<br />
Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />
£ilva & C.\ Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />
Repara... Lê... Trata-se<br />
dos teus interesses<br />
13 aaos sâo passados<br />
<strong>de</strong>pois que<br />
is c instipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />
ásma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />
encotnodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes cóm o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcatrão, compostos (11 eííoçádos<br />
ílilagrOzos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />
do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />
junto a outras substancias apropriadas,<br />
se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />
eficácia.<br />
E tanto assim, que os bons rezulládos<br />
obtidos com uzo dos Sacharnli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />
compostos (iftebuçádos JIi!agrOzos)<br />
são confirmados, não só por<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />
mas também por abalizádos facultativos.<br />
Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />
Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />
pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />
>Iodà Illii$ti c àdà<br />
Jornal das famílias — Publicação semanal<br />
Diretor a: D. LEONOR MALDONADO<br />
Condições da assinatura : por ano com<br />
1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />
mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />
com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />
5$t)00 réis.<br />
Semestre, 26 números com 900 gravuras<br />
em preto e coloridas; 20 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 2ti números<br />
com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2$500<br />
réis.<br />
Trimestre, l i números com i50 gravuras<br />
em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 13 números<br />
com 200 gravuras do bordados, 1^300<br />
réis.<br />
[ Cada número da Moda Ilustrada o<br />
acompanhado dum número do Petil Eco<br />
<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />
em todos os géneros, roupas do corpo,<br />
<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />
croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />
fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se<br />
na Moda Ilustrada, a tradução em português<br />
daquelle jornal.<br />
Assina-se em todas as livrarias do<br />
reino na do editor — Antiga Casa Ber<br />
trand Jozé Bastos,—rua Garrétt, 73 e<br />
75, Lisboa.<br />
Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
ORARIO PROVIZÓRIO<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a rua Infante D, Augusto<br />
P a r t i d a s<br />
0 largo das Ameias Darualnfante D, Augusto<br />
G h e 30 m m<br />
manhã 7 h manhã<br />
7 »(a) 7,30 ><br />
7,30 > 8 »<br />
8 » 8,30 » (b)<br />
8,30 » 9<br />
9.30 D 10 " »<br />
10,30 D 11 »<br />
11 K 11,30 »<br />
11,30 p 12 »<br />
12 1> 12,',0 tar<strong>de</strong><br />
12,30 tar<strong>de</strong> 1<br />
1 > 1,30 »<br />
1,30 » 2 »<br />
2 » 2,30 »<br />
2,30 » 3<br />
3 D 3,30 »<br />
3,30 4 »<br />
4 » 4,30 »<br />
4,30 » 5 »<br />
5 » 5,30 »<br />
5,30 .» 6,30 »<br />
0 » j 7,30 »<br />
7,30 » 8,30 noite<br />
8 noite 9,30 »<br />
9,30 » 10 »<br />
10 j 10,30 »<br />
(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />
D. Augusto.<br />
(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.<br />
Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />
e Estação B<br />
P a r t i d a s<br />
da R. Infante d. Augusto' da Estação<br />
6 h tar<strong>de</strong><br />
8, noite<br />
6 h e 58 m tar<strong>de</strong><br />
S h e 45 m noite<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a estação B- dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />
P a r t i d a s<br />
Do largo das Ameias da estação<br />
3» 10 manhã<br />
5 ,55 »<br />
8,10<br />
2 ,30 tar<strong>de</strong><br />
3,: 6<br />
4 .35<br />
5 ,37<br />
6 ,25<br />
6,50<br />
8,10<br />
12,15<br />
A 03<br />
02 t/j<br />
O<br />
iS 'o o<br />
M G,-Q<br />
o<br />
~<br />
®<br />
5<br />
s<br />
cn o<br />
o<br />
a -2 -p<br />
es s <strong>de</strong> ferro á<br />
rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />
Estação B dos caminhos f'e ferro á<br />
Caza do Sal — 20 réis.<br />
A assinatura para os bilhetes pessoais<br />
está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />
12$000; e 9&000 réis para os menores <strong>de</strong><br />
14 anos e ereados, sendo estes últimos<br />
le logáres na plantaforma dos carros.<br />
o <strong>de</strong> mobili<br />
M a Q u i n t a ú a C u m e a d a<br />
DOS<br />
Her<strong>de</strong>iros do Fallecido Araujo<br />
Domingo, 8 <strong>de</strong> maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tar<strong>de</strong>, e mais<br />
dias seguidos durante o mez <strong>de</strong> maio, ven<strong>de</strong>m-se por baixos preços os<br />
seguintes objectos:<br />
Um guarda louça, um aparador, um fogão <strong>de</strong> cozinha com cal<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> cobre, uma fornalha <strong>de</strong> ferro, um fogareiro <strong>de</strong> cobre, differente bateria<br />
<strong>de</strong> cozinha, um fogão <strong>de</strong> sala com seu respectivo cano <strong>de</strong> zinco, uma<br />
commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro<br />
leitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, seis mezas <strong>de</strong> sala com pedra mármore, dois consolles<br />
com pedra mármore, uma meza <strong>de</strong> damas, um rico jogo <strong>de</strong> gamão e<br />
outros <strong>de</strong> damas, <strong>de</strong> pau preto, com pedras <strong>de</strong> marfim, quatro ricos<br />
quadros para sala, mais seis ditos, uma alampada para entrada <strong>de</strong> casa,<br />
seis candieiros <strong>de</strong> metal antigos, quatro figuras <strong>de</strong> gesso em tamanho<br />
natural com suas respectivas columnas, um piano bom para estudo,<br />
estantes para musica, duas banheiras, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> creança, lavatórios<br />
toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro <strong>de</strong> crystal.<br />
Uma capella completa com rica talha, e um orgão portátil, duas<br />
alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para-igreja, differentes<br />
castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> sola,<br />
com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (ca<strong>de</strong>irinha),<br />
oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica <strong>de</strong><br />
cimento, uma bomba para elevação <strong>de</strong> agua, uma gaiola-viveiro, gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro avulso, uma collecção <strong>de</strong> torneiras <strong>de</strong> metal, ma<strong>de</strong>iras<br />
<strong>de</strong> castanho, dois contadores <strong>de</strong> pau preto, algumas mezas do mesmo<br />
pau antigas, trez retretes volantes, uma meza elastica <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m,<br />
para 12 ou 30 pessoas, uma jardineira com pedra mármore, um par <strong>de</strong><br />
jarras antigas, differentes redomas, mezinhas <strong>de</strong> cabeceira com pedra<br />
.mármore, meza <strong>de</strong> abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios commodas<br />
para arrecadação <strong>de</strong> roupas, colchão <strong>de</strong> arame e outros <strong>de</strong> lã,<br />
bal<strong>de</strong>s e regadores, ca<strong>de</strong>iras retretes, e mais miu<strong>de</strong>zas que estarão<br />
patentes e que tudo se ven<strong>de</strong>rá por preços resumidos.<br />
C ò r c s d o s f a r ó i s<br />
Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />
Vermãha, estação B..<br />
Branca, Caza do Sal.<br />
Amare\o escuto, reservado.<br />
Des<strong>de</strong> o dia 1 <strong>de</strong> Maio na estação da<br />
Rua do Infante D. Augusto recebem-se<br />
encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />
a gran<strong>de</strong> e pequena, velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />
do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />
haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />
Só se recebem volumes cujo pezo<br />
máximo não seja muito superior a cem<br />
kilos.<br />
Ileeebem-se ammeios para serem<br />
lixados iso Interior <strong>de</strong><br />
iodos os carros em circulação<br />
peSo preço aanal <strong>de</strong><br />
IS^OOQ réis, seisdo os<br />
anúncios e seios por conta<br />
do anunciante.<br />
O MUNDO BLBCIAKT-G<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Rélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Preles).<br />
Redátores das'secções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />
D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />
Rregero, Paris.<br />
Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />
ALFAIATE<br />
Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
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Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />
e estranjeiras.<br />
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pelos últimos figurinos.<br />
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diversos artigos para ómem.<br />
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(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong>-feíro)<br />
Mourão Teixeira Lopes & 0. a<br />
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as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />
<strong>de</strong> construção<br />
Os produtos désta fabrica, especializando<br />
a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem<br />
se pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />
prima e esmero do fabrico,,obtido<br />
pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />
Remetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />
as requisitar.<br />
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Rua <strong>de</strong> Alexandre Eiculano, S36<br />
PORTO<br />
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Telegramas: .KERAMOS — Porto<br />
Telefone 532<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> — Bazilio<br />
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ARRENDAMENTO<br />
Frutuôzo da Costa Alemão, arrenda<br />
em praça particular no dia 29 do corrente<br />
pelas 10 horas, na sua caza, praça<br />
do Comércio n.° 59, 2.° o seu prédio<br />
sito na rua da Madalena proximo da estação<br />
nova. Recebem-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já propostas<br />
em carta fechada. Dá esclarecimentos o<br />
procurador Rocha Ferreira, rua da Sofia,<br />
56.<br />
Azilo <strong>de</strong> mendicida<strong>de</strong><br />
No dia 22 do corrente mès <strong>de</strong> maio,<br />
ao moio dia, na secretaria dò Azilo <strong>de</strong><br />
Mendicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, perante a comissão<br />
administrativa, ão-<strong>de</strong> arrendar-se<br />
em praça-todas as cazas e lojas do mesmo<br />
Azilo que terminão 6 seu arrendamento<br />
pelo proximo S. João.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 4901.<br />
O Secretario,<br />
João Augusto cCAtmeida Araujo Pinto.<br />
Mestre <strong>de</strong> tecidos <strong>de</strong> lã<br />
Preciza-se <strong>de</strong> um bem prático e que<br />
saiba a fundo do seu ofício na Fábrica<br />
<strong>de</strong> Lanifícios <strong>de</strong> Lor<strong>de</strong>llo.<br />
Rua <strong>de</strong> Serralves n.° 2í5 — Porto.
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(Mogofores—Anadia)<br />
REZISTENCIA - $niata-feii a, 1» <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> lOOl<br />
Sulfatada—Calcica<br />
A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
E«tnhelecimento l>aliiear a 2 Kilonietros da estação
Editor<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
ELEIÇÕIS<br />
Perante o fementido movimento<br />
eleitoral que se vai preparando, por<br />
or<strong>de</strong>m do governo combinado com<br />
os progressistas, como os factos o<br />
<strong>de</strong>monstráo, parecerá á primeira<br />
vista que se impõe a abstenção<br />
eleitoral dos republicanos, que não<br />
<strong>de</strong>verám tomar parte na fárçada<br />
torpe, cinicamente enscenada nó"<br />
gabinete do ministro do reino. Assim<br />
o parecerá e certamente correlijionarios<br />
nossos serám <strong>de</strong>sta opinião,<br />
convencidos, <strong>de</strong> que resultaram<br />
ineficazes e <strong>de</strong> todo perdidos<br />
quaisquer esforços que se empreguem<br />
numa campanha eleitoral.<br />
Sob o ponto <strong>de</strong> vista restrito<br />
<strong>de</strong> triunfos eleitorais, dadas a veniaga<br />
do rotativismo monárquico,<br />
a corrução politica que lavra. e as<br />
frau<strong>de</strong>s dós recenseamentos, averá<br />
mo^ivps <strong>de</strong> razão nos qué assim<br />
pensarem. Mas é bem certo também<br />
que, embora o partido republicano<br />
rezolva não concorrer em<br />
massa á Urna das politicas batotas,<br />
<strong>de</strong>verá <strong>de</strong>ixar aos agrupamentos<br />
locais a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> apreciarem as<br />
conveniências partidarias que póssâo<br />
recomendar, nó momento, esta<br />
atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração e afirmação<br />
<strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong> perante a urna.<br />
localida<strong>de</strong>s averá on<strong>de</strong> será<br />
talvês inoportuna esta <strong>de</strong>monstração;<br />
outras ha em que tomar parte<br />
rias eleiçõis se impõi como uma necessida<strong>de</strong>.<br />
Dever-se-á, porém, <strong>de</strong>ixar passar<br />
a ocazião em que os partidos<br />
monárquicos, que governam com<br />
as suas clientelas domesticadas, se<br />
preparam para clamar ao país que<br />
Os républicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
conscios do seu alto <strong>de</strong>ver e da sua<br />
responsabilida<strong>de</strong> moral néste gran<strong>de</strong><br />
momento da politica portuguêza,<br />
encontrão-se unidos e <strong>de</strong>cididos a<br />
empregár tôdos os seus esforços,<br />
<strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> vaidá<strong>de</strong>s ingrátas e nocivas,<br />
a bem da organisação do<br />
partido. Nésta orientação trabálhão,<br />
nórteádos somente pelo cumprimento<br />
do seu <strong>de</strong>vêr, com o que não<br />
tázem mais do que seguir o exemplo<br />
dos seuscorrelijionários <strong>de</strong> tôdo<br />
o país.<br />
Urje que se realize ésta obra <strong>de</strong><br />
organização; e enten<strong>de</strong>m os républicanos<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> que, presente-<br />
Radiante...<br />
O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro, na<br />
« Tar<strong>de</strong>, » jovial e pan<strong>de</strong>go como<br />
um melro que é :<br />
A primeira arremetida das oposições<br />
foi leonina: combinan-se, seria uma<br />
vez, hão só o governo, mas o partido rejenerador<br />
! Em 2(3 do proximo mez <strong>de</strong><br />
junho, entre o S. João e o S. Pedro,<br />
apagava-se na istória o nome da coletivida<strong>de</strong><br />
politica que mais a enche <strong>de</strong> gloria<br />
nos últimos 50 anos — o nome da<br />
« rejeneração!»<br />
A «rejeneração» a encher a istória.<br />
..<br />
Perdoará o incisivo pamfeletario,<br />
mas a «rejeneração» á data<br />
não faz mais do que encher-lhe o<br />
copo.<br />
E não é pequena a tarefa. . .<br />
Republicanos <strong>de</strong> Vizeu<br />
Os nossos prezados correlijionarios<br />
<strong>de</strong> Vizeu, entre os quais avultão elementos<br />
<strong>de</strong> indiscutível valia, elejêrão á dias<br />
as suas comissõis paroquiais e municipal,<br />
que ficárão assim compostas:<br />
Comissão municipal<br />
Efétivos —Alfredo Lobão, proprietário<br />
; José Perdigão, negociante; Virjilio<br />
Botelho, negociante; Jozé da Silva Pereira,<br />
negociante; Ricardo Pais Gomes,<br />
advogado.<br />
Substitutos — Antonio Simõis, capitalista<br />
; Antonio Marques Gue<strong>de</strong>s, negociante<br />
; Antonio Gomes Nogueira, negociante<br />
; Francisco Roque Coelho, farma<br />
ceutico; Bernardo Ribeiro <strong>de</strong> Souza, farmacêutico.<br />
Typ. Democratiea<br />
ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
do d.r. Nunes da Ponte, se reunirão <strong>de</strong><br />
dicadissimos republicanos para tratar <strong>de</strong><br />
trabalhos <strong>de</strong> reorganização, sendo <strong>de</strong> esperar<br />
que, tanto naquéla cida<strong>de</strong> como<br />
em outros pontos da Beira Baixa, se<br />
constitúão núcleos republicanos importantes.<br />
De algumas localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> província<br />
tem o dirétor dêste jornal recebido cartas<br />
<strong>de</strong> correlijionarios que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> á muito,<br />
pe<strong>de</strong>m que se trate a serio <strong>de</strong> trabalhos<br />
<strong>de</strong> reorganização republicana. 0 dr. João<br />
<strong>de</strong> Menezes tenciona ir a algumas déssas<br />
localida<strong>de</strong>s, bem como, logo que lhe seja<br />
possivel, realizar conferencias <strong>de</strong> propaganda<br />
fóra <strong>de</strong> Lisboa.<br />
0 nosso ilustre correlijionário sr. dr.<br />
Nunes da Ponte enviou a seguinte carta,<br />
em resposta á circular enviada pela commissão<br />
municipal:<br />
com eles está a opinião, <strong>de</strong>ver-se-á,<br />
dizíamos, <strong>de</strong>ixar passar este momento<br />
sem claramente <strong>de</strong>monstrar<br />
que tal afirmação é tredamente<br />
falsa? Certamente, não.<br />
; Des<strong>de</strong> que o partido republicano,por<br />
i odiosas leis adre<strong>de</strong> preparadás<br />
para expulsar os republicanos<br />
do parlamento, se encontra rta impossibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer triuntar os<br />
seus candidatos, reprezentantes da<br />
opinião esclarecida e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
do país, tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> por outra<br />
forma fazer ver ao país que, se outra<br />
fòsse a moralida<strong>de</strong> politica <strong>de</strong><br />
quem governa, as representações<br />
republicanas não po<strong>de</strong>riam ser-nos<br />
roubadas. Corre-lhe esse <strong>de</strong>ver e<br />
cumpri-lo-á, tanto mais que em<br />
nada obsta a que tal se faça o facto<br />
<strong>de</strong> concorrerem á urna as localida<strong>de</strong>s<br />
que assim o enten<strong>de</strong>rem conveniente.<br />
O partido républicano entrou em<br />
uma fráze nova <strong>de</strong> organização que<br />
a tôdos cumpre auxiliar e promo<br />
vêr. Não á républicano tyue no rao j<br />
mente, como fácto significativo <strong>de</strong><br />
organização e concentração <strong>de</strong> elementos<br />
<strong>de</strong> combáte, embora tenhão<br />
a certeza dos atropelos da lei e da<br />
falcificacão dos recenseamentos, é<br />
conveniente levárem á urna os seus<br />
votos pela Républica. Os nossos não<br />
se compram a dinheiro nem a favores,<br />
nem se obteem por quaisquer<br />
pressõis; sám livres e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />
7 manifestação » <strong>de</strong> consciências<br />
livres.. E' assim que nós os queremos<br />
. Serám poucos ? Terám a<br />
alta significação <strong>de</strong> outros tantos<br />
carateres onestos e-in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes^<br />
que se não vergam a ambições <strong>de</strong><br />
interesses nem a corrupções <strong>de</strong> galopins.<br />
Frei «Jacinto<br />
O sr. Jacinto Candido, jeral da<br />
or<strong>de</strong>m dos nacionalistas, vae brevemente<br />
peregrinar pelo Norte em<br />
«tournée » eleitoral.<br />
Isto o que oficialmente consta.<br />
Porque particularmente se boqueja<br />
que s. ex.<br />
mento presente, tenha o direito <strong>de</strong><br />
rezervár as enerjias e <strong>de</strong>dicações,<br />
que todas são <strong>de</strong>vidas ao partido,<br />
que o mesmo é que á Nação. E<br />
nenhum á que as rezérve. Enpenhádos<br />
como nos encontramos tô<br />
dos nésta obra santa da rejenéração<br />
nacional, tôdps vimos trazer á grandióza<br />
construção o coeficiente do<br />
nósso esforço.-<br />
a vae em viajem <strong>de</strong> propaganda.<br />
do « Depurativo Dias<br />
Amado. . . »<br />
O Dr. Carneiro<br />
De vários jornais:<br />
«0 sr. dr. Carneiro <strong>de</strong> Moura,<br />
diretor do Liberal, con<strong>de</strong>na a guerra,<br />
fruto das ambições e egdismos<br />
dinásticos, reputando-a impossível<br />
para o futuro, graças aos progressos<br />
da <strong>de</strong>mocracia.»<br />
Este Carneiro que falia em a?nb<br />
iço is e" egoísmos dinásticos, mais nos<br />
progressos da <strong>de</strong>mocracia, é dos mais<br />
bravos exemplares das manadas.<br />
Monarchicos, em cujos pastos abundantes<br />
tem engordado e crescido.<br />
Agora anda a pregar a pás.<br />
PorqUe elle sabe quanto lhe<br />
conveio cessai as hostilida<strong>de</strong>s com<br />
o sr. Intze Ribeiro. . .<br />
Pè<strong>de</strong>-nos um leitor que lhe digamos<br />
quanto ganha atualmente o<br />
sr. Carneiro <strong>de</strong> Moura.<br />
Estamos á espera <strong>de</strong> saber<br />
quanto ganha s. ex. a Viajem rejia<br />
Ainda não vimos fixar-se na imprensa<br />
bfl.cioza <strong>de</strong>smentido convincente ao boato<br />
da próxima viajem rejia, que o dadivozo<br />
governo do sr. Uintze oferece ao soberano<br />
como paga reconhecida da confiança <strong>de</strong><br />
que tem recebido inequívocas provas.<br />
Parece, pois, que a viajem se fará,<br />
dispen<strong>de</strong>ndo-se compita alguns milhares<br />
<strong>de</strong> contos <strong>de</strong> reis.<br />
0 pais que protestou ainda ha bem<br />
pr?aco, numa campanha ruidosa contra o<br />
<strong>de</strong>sbarato dos dinheiros públicos, <strong>de</strong>ve<br />
attentar no facto, significativo do <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m<br />
com que todos os altos po<strong>de</strong>res olham<br />
as suas reclamações. E para sua completa<br />
edificação, <strong>de</strong>ve ainda reflectir na<br />
atitu<strong>de</strong> d'aquela imprensa que, invetivando<br />
o governo com gran<strong>de</strong> liberalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> palavrões duros, se abstém <strong>de</strong> comentar,<br />
mesmo ao <strong>de</strong> leve, o assumpto,<br />
passando-lhe longe, ao largo, sem receio<br />
<strong>de</strong> que, tocando-.o, vão pelos ares todos<br />
uS seus planos e esperanças <strong>de</strong> tomar o<br />
po<strong>de</strong>r.<br />
0 assumpto é escabrozo, e quaisquer<br />
consi<strong>de</strong>rações que se lhe façam pó<strong>de</strong>in<br />
injustamente attinjir a Corôa, que continua<br />
naquele engano d'alma em que os<br />
governos a teem e que é a <strong>de</strong>sgraça do<br />
pais...<br />
Nós aguardamos mais apropinquado<br />
lance <strong>de</strong> comentarmos o sucesso.<br />
PersegHíçõis no exercito<br />
Vários jornais têm anunciado perseguiçõis<br />
no exército, levadas a cabo pela<br />
intolerância ferós do Marechal <strong>de</strong> Trajouce.<br />
Tudo é possivel, e nem para extranhezas<br />
dá, a consumar-se, i) facto já tão<br />
comentado, visto que a atitu<strong>de</strong> do exercito,<br />
tendo favorecido largamente o seu<br />
próprio <strong>de</strong>sprestijio e enfranquecimento,<br />
<strong>de</strong>u mais audacia aos ditadores ministeriais<br />
para o insultarem e perseguirem.<br />
Á quem acredite numa reação salutar<br />
e condigna.<br />
Talvês, mas duvidamos. O exercito<br />
ainda se não abituou a <strong>de</strong>sprezar or<strong>de</strong>ns<br />
ilegais e a <strong>de</strong>volver sem respostas certos<br />
recados umilhantes...<br />
Esteve nesta cida<strong>de</strong> o distinto literato<br />
sr. Julio Dantas.<br />
Chegou no domingo a Lisboa, vindo<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, o sr. coronel comandante<br />
como diretor do rejimento <strong>de</strong> infantaria 23, Guilherme<br />
do «Liberal» para <strong>de</strong>pois fazer- Vitorio <strong>de</strong> Freitas.<br />
mos a conta.<br />
Sua ex.<br />
Mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já po<strong>de</strong>mos afirmar<br />
que é um Carneiro <strong>de</strong> exijente alimentação,<br />
e capás <strong>de</strong> tosquiar os<br />
proprios parceiros. . .<br />
a Comissõis paroquiais<br />
Oriental<br />
Efétivos — Antonio da Silva Sequeira,<br />
cirurjião-<strong>de</strong>ntista; Antonio Martins, industrial<br />
; Manoel Rodrigues Bastos, comerciante.<br />
Substitutos — Antonio Francisco Pereira,<br />
industrial; Jozé d'Albuquerque<br />
(Santo Ivo); industrial.<br />
Oci<strong>de</strong>ntal<br />
Efétivos—Alberto Jozé da Silva Basto,<br />
industrial; Antonio Lourenço Simõis, comerciante;<br />
Manoel da Silva Léi, industrial.<br />
Substitutos — António da Silva Martins,<br />
industrial; Eduardo Gomes, industrial.<br />
Aos nossos prezados correlijionarios<br />
enviamos as mais afétuózas saudações<br />
pelos seus trabalhos <strong>de</strong> organização, que<br />
é indispensável e urjente promover e<br />
realizar em todo o país. E é com gran<strong>de</strong><br />
prazer que noticiamos a próxima constituição,<br />
em varias terras, <strong>de</strong> importantes<br />
núcleos, <strong>de</strong>stinados á <strong>de</strong>feza efétiva das<br />
i<strong>de</strong>ias republicanas, <strong>de</strong>fèza que por meio<br />
<strong>de</strong> conferencias e outros processos <strong>de</strong><br />
propaganda se exten<strong>de</strong>rá e afervorará<br />
crescentemente. E é dispensável o encarecimento<br />
pleno da obra <strong>de</strong> reconstituição<br />
dos antigos agrupamentos partidarios.<br />
Já o dissémos: é assim que o partido<br />
republicano á-<strong>de</strong> fortificar-se e vencer.<br />
Mas, já o dissémos também é preeizo<br />
que esses núcleos-que se constituem não<br />
tenhão uma existencia <strong>de</strong>corativa, inútil,<br />
que se impônhão um programa, que o<br />
executem com <strong>de</strong>cizão e perseverança,<br />
que tenhão iniciativa e tatica.<br />
Irão pouco e<br />
a^aba <strong>de</strong> tirar ponto para o<br />
exame que vem fazer para jeneral, e em<br />
que <strong>de</strong>certo manterá os bons créditos <strong>de</strong><br />
que goza <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu curso que foi distinto,<br />
e no <strong>de</strong>zempenho <strong>de</strong> varias comis<br />
sões <strong>de</strong> serviço.<br />
: Ex.<br />
poucif conquistando terreno.<br />
Serão ôje um grupo minusculo,<br />
que os caciques po<strong>de</strong>rózos olharão com<br />
estúpido <strong>de</strong>s<strong>de</strong>m, mas <strong>de</strong> grupo se transformarão<br />
em lejião, e ámanhã serão triunfadores<br />
aclamados os vencidos <strong>de</strong> ôje.<br />
Para <strong>de</strong>ante I Com muita fé e muita<br />
tenacida<strong>de</strong>, com animo forte para todos<br />
os sacrifícios e disposto a todas as repulsas<br />
e a todas as <strong>de</strong>rrotas, unindo-nos<br />
cada vês mais estreita e efétivamente<br />
para uma gran<strong>de</strong> -einprêza a que <strong>de</strong>vem,<br />
sacrifiear-se sem ezitaçõis todàs >as <strong>de</strong>ssi<strong>de</strong>ncias<br />
e melindres, vamos erguer o<br />
país para uma gran<strong>de</strong> e purificadora<br />
campanha contra esta ignóbil politica <strong>de</strong><br />
quadrilheiros que nos avilta, bomos ôje<br />
a única esperança. On<strong>de</strong> vàmos gritar<br />
palavras <strong>de</strong> protesto, dizer palavras <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>, logo somos aclamados com sinais<br />
claros <strong>de</strong> a<strong>de</strong>zão entuziastica<br />
0 pais será comnosco, se rezolutamenle<br />
nos dispuzermos a acordal-o com<br />
o ruido vibrante dum gran<strong>de</strong> protesto.<br />
Unamo-nos! On<strong>de</strong> ouver republica<br />
nos, que êles se agrupem e trabalhem<br />
com todo o entuziásmo e toda a esperança,<br />
certos <strong>de</strong> que o seu trabalho frutificará<br />
béla e largamente.<br />
Sejamos todos e<br />
*<br />
só pela Republica 1<br />
Do nosso ilustrado coléga 0 Debate:<br />
Também na Guarda, on<strong>de</strong> esteve o<br />
dirétor d' 0 Debate, e sob a prezi<strong>de</strong>ncia<br />
mn snr. dr. Severiano José da Silva—Vara<br />
satisfazer os <strong>de</strong>zejos <strong>de</strong> v. ex. a ,<br />
expressos na sua circular <strong>de</strong> 14 do corrente,<br />
começarei por respon<strong>de</strong>r a v. ex. a<br />
que, soldado combatente do partido republicano,<br />
sou partidario <strong>de</strong> todas as<br />
lutas sérias, mas adversario intranzijente<br />
<strong>de</strong> todas as batotas in<strong>de</strong>corozas.<br />
Ora se as eleiçõis neste nosso pais,<br />
nunca primarão, nem pelo voto consciente<br />
do nosso povo, mergulhado ainda<br />
ôje numa medieval ignorância, nem pela<br />
còrreção dos nossos governos monárquicos,<br />
empenhados quasi sempre criminozamente<br />
na conservação do seu predomínio,<br />
é certo qúe se regulárão' em<br />
tempo por leis que permitíão, por um<br />
esforço supremo <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s, que erguessem<br />
a vós no parlamento alguns reprezentantes<br />
lejítimos dos círculos que<br />
lhes confiavam os diplomas.<br />
A' proporção, porém, que o povo<br />
das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s se foi <strong>de</strong>mocratizando<br />
e qué esses esforços supremos se<br />
fôrão repetindo, os governos da monarquia<br />
fôrão substituindo essas leis por<br />
outras cada vez menos liberaes, até ao<br />
ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretarem ditatorialmente a<br />
obuoxia lei vijente que acabou por cerrar<br />
por completo as portas do parlamento a<br />
quem quer que tosse que se não sujeitasse<br />
ao carimbo aviltante do placet ministerial.<br />
Noutro qualquer país cávizado da<br />
Europa, que porventura se não ouvesse<br />
revolucionado perante tão <strong>de</strong>zaforada<br />
audacia, não averia talvez meia dúzia<br />
d'omens dignos e graves, que aceitassem<br />
um diploma <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado lavrado em tão<br />
mizeraveis condiçõis.<br />
Mas não é ainda esse o motivo primordial<br />
que me leva a pronunciar contra<br />
a nossa intervenção na eleição politica<br />
que se vai finjir.<br />
Com semelhante lei e claro que não<br />
podíamos mandar um único dos nossos<br />
correlijionarios ao parlamento; mas podíamos<br />
aproveitar o ensejo para afirmar<br />
mais uma vez os nossos principios, alargar<br />
a nossa propaganda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong>zenrolar<br />
o nosso programa d'administração,<br />
fomentar a cohezão das nossas<br />
forças, lutar emfim, que é a primeira<br />
cnndição <strong>de</strong> vida d'um partido politico<br />
que procura realizar aspiraçõis e se<br />
propõe fazer triunfar i<strong>de</strong>ias.<br />
Outras razõis ainda me <strong>de</strong>terminão<br />
[•no meu modo <strong>de</strong> vêr. E' que essa mesma<br />
lei draconeana é vilmente sofismada.<br />
Os recenseamentos sãq jeralmente<br />
falsificados com o mais impu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>spejo<br />
e as operaçõis d'escrutinio são ;em<br />
muitas assembleias transformadas em<br />
actos <strong>de</strong> uma baixa e in<strong>de</strong>cente «eserdquerie».<br />
Para presidir a certas e <strong>de</strong>terminadas<br />
mezas eleitorais, <strong>de</strong>stinadas à falcatrua<br />
repugnante, escolhem-se essas infijnas<br />
e reles figuras d'uma galopinajem<br />
anónima e <strong>de</strong>spejada, que do meio da<br />
força publica que as ampara e proteje,<br />
alar<strong>de</strong>iam a sua petulante audacia, roubando<br />
cinica e impunemente os votos dos<br />
eleitores in<strong>de</strong>fezos.<br />
E é sobre este lamaçal <strong>de</strong> infamias<br />
que se ergue o po<strong>de</strong>rio dos partidos rotativos,<br />
e se apertam os laços siamezes
<strong>de</strong> todos os bandidos polilieos que trem<br />
levado o país á ruína vergonhoza em<br />
que se encontra ôje.<br />
Ora incomodar um partido inteiro,<br />
sem a mais lijeira esperança <strong>de</strong> vitoria,<br />
expondo os nossos correlijionarios a prezenciarem<br />
resignadamente o roubo ignóbil<br />
dos votos que <strong>de</strong>pnzeram ria urna,<br />
roubo cometido na prezente conjuntura,<br />
unicamente "para que os arautos agaloados<br />
d'essa safada quadrilha <strong>de</strong> politiqueiros<br />
mizeraveis possam clamar reverentes,<br />
perante o Senhor que os manda,<br />
a gloria ipócrita <strong>de</strong> terem exterminado<br />
os últimos vestijios do republicanismo do<br />
Norte, parece-nos tarefa <strong>de</strong>maziadamente<br />
dispensável.<br />
Não; o que é precizo é iniciar um<br />
largo movimento <strong>de</strong> protesto e <strong>de</strong> reaçãn<br />
contra semelhante infamia, tanto mais<br />
que todos reconhecem ôje que essa revoltante<br />
batota se pratica no criminozo<br />
intuito <strong>de</strong> protelar in<strong>de</strong>finidamente nas<br />
mãos d'uma oligarquia <strong>de</strong>testada a faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r explorar livre e <strong>de</strong>zassombradamente<br />
o país.<br />
Para isso po<strong>de</strong>ríamos e <strong>de</strong>veríamos<br />
apelar <strong>de</strong> novo para todos os portuguezes<br />
onestos, para as forças vivas da Nação,<br />
que bem acabam <strong>de</strong> mostrar quanto<br />
lhes repugna a continuação do sistema<br />
<strong>de</strong> piihagem em que vivemos, e sobretudo<br />
para aqueles que teem por nobre<br />
missão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a patria dos seus inimigos<br />
tanto externos como internos, e sem<br />
cujo apoio tão patente ignominia á muito<br />
teria <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> se consentir.<br />
Fechar por via <strong>de</strong> taes processos as<br />
portas do parlamento a quem quer que<br />
possa lejilimamente reprezentar o povo,<br />
em pais que se diz reprezentativo, é<br />
levar ao requinte do cinismo a <strong>de</strong>sfaçatez<br />
do absolutismo.<br />
A um movimento d'essa natureza<br />
associar-se-iam certamente todos aquelles<br />
a quem repugna a torpeza d'essa mistificação<br />
aviltante, a que os nossos omens<br />
públicos chamam pompozamente — eleição—e<br />
que todos conhecem como a mais<br />
in<strong>de</strong>coroza batota.<br />
Foz, 19-5—904.<br />
Pela Republica!<br />
De V. Ex. s ,<br />
Correlijionario venerador,<br />
J. Nunes da Ponte.<br />
Vem <strong>de</strong> alistar-se na imprensa republicana<br />
o nosso prezado coléga Semana<br />
Alcobacense.<br />
Abertamente, e uma nobre e patriótica<br />
<strong>de</strong>cizão, fás a profissão da sua nova<br />
fé, que promete <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r com todo o<br />
entuziásmo e intranzíjencia.<br />
Saudamos muito afétuózamenteo novo<br />
camarada <strong>de</strong> luta.<br />
Parabéns.. -<br />
Uma comissão <strong>de</strong> senhores do Jardim<br />
Zoolojico foi aprezentar ao sr. Pequito<br />
felicitaçõis pela sua ascenção nos conselhos<br />
da coroa.<br />
Não tem reparado que os cavalheiros<br />
do Limoeiro são menos amaveis?<br />
Que nos conste nunca mandarão <strong>de</strong>putação<br />
aos colegas que tão alto tem<br />
conseguido grimpar-se...<br />
Centro Eleitoral Republicano<br />
José Falcão<br />
Devem inaugurar-se brevemente neste<br />
«Centro» series <strong>de</strong> conferencias e palestras<br />
instrutivas, que abrirão uma epoeha<br />
<strong>de</strong> entusiástica e perseverante propaganda<br />
nesta cida<strong>de</strong>.<br />
Sabemos que ao Centro Jozé Falcão<br />
vão fazer conferencias alguns dos vultos<br />
mais prestigiozos do partido republicano,<br />
versando com a sua notável proficiência<br />
assunto^ <strong>de</strong> politica e administração.<br />
Nomeação<br />
Foi nomeado medico da colonia Villa-<br />
Fernando o sr. dr. João <strong>de</strong> Matos Cid.<br />
Ao agraciado, que reúne apreciaveis<br />
qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carater e largos recursos<br />
<strong>de</strong> saber, enviamos o nosso cartão <strong>de</strong><br />
parabéns.<br />
Empreitadas<br />
Foi adjudicada ao sr. Joaquim dos<br />
Santos Machada, d'Abrunheira, a obra<br />
<strong>de</strong> calcetamento e conslreção <strong>de</strong> passeios<br />
da rua <strong>de</strong> Lourenço d'Almeida Azevedo.<br />
A adjudicação foi feita pela quantia<br />
dc 1. í iOíOCO réis.,<br />
© espirito<br />
Tulherias<br />
Não foi em 1869, como erradamente<br />
saiu no ultimo artigo, mas em 1870,<br />
no proprio ano da quéda do império, que<br />
teve logar o plebiscito Em 18CW fôrão as<br />
eleições jerais, que reprezentárão, por<br />
assiin dizer, o <strong>de</strong>spertar da França.<br />
A preocupação excluziva do imperador<br />
era afogar, era <strong>de</strong>struir os republicanos.<br />
Em França avia mais partidos.<br />
Mas o mais perigozo <strong>de</strong> todos era o republicano.<br />
0 gran<strong>de</strong> perigo é essel dizia bastas<br />
vezes o imperador.<br />
E era. Era o gran<strong>de</strong> perigo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1793! 0 gran<strong>de</strong> perigo para todas as<br />
monarquias europeias 1 A Republica era<br />
a meta, era o objetivo, era o fim! A<br />
Revolução feriu <strong>de</strong> morte o espirito monárquico.<br />
Aniquilou o para sempre.<br />
Quantas torrentes <strong>de</strong> sangue vertido,<br />
quantas somas fabulozas <strong>de</strong>sperdiçadas,<br />
quantos prejuízos <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m, quantas<br />
<strong>de</strong>sgraças, quantos crimes, por se<br />
não compreen<strong>de</strong>r esta verda<strong>de</strong> !<br />
Adiar soluçõis, impostas pela fatalida<strong>de</strong><br />
das circunstancias e do tempo, é<br />
o maior erro que se pô<strong>de</strong> cometer na<br />
vida dos indivíduos ou na vida dos povos.<br />
Erro que se paga sempre com juros<br />
exorbitantes, arrancados mais do que á<br />
nossa bolsa; também á nossa onra, também<br />
ao nosso sangue!<br />
0 gran<strong>de</strong> perigo é essel dizia o imperador.<br />
Tudo, menos rnpublicanos I<br />
Contra os republicanos se fês êsse<br />
odiozissimo golpe d'estado <strong>de</strong> dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>*<br />
zernóro,acompanhado e seguido,na França<br />
inteira, <strong>de</strong> assassinatos, <strong>de</strong> infamias, <strong>de</strong><br />
atrocida<strong>de</strong>s sem nome.<br />
Contra os republicanos se fês a campanha<br />
da Criméa, isto é, como dis Taxile<br />
Delord na sua Istoire Ilmtrée du Second<br />
Ernpire, para que a França esquecesse<br />
o dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, e o exercitó os seus<br />
antigos chefes.<br />
Contra os republicanos se fês a guerra<br />
<strong>de</strong> Italia, isto é, como dis ainda o citado<br />
istoriador, para que a França esquecesse<br />
a sua liberda<strong>de</strong> perdida.<br />
Contra os republicanos se organizou<br />
a expedição do México, isto é, para ce<strong>de</strong>r<br />
ás manobras, para satisfazer as exijencias<br />
dos clericais, uma das forças em<br />
que se apoiávão as Tulherias, na sua<br />
guerra ferós, e constante, á <strong>de</strong>mocracia.<br />
Contra os republicanos se fés a guerra<br />
<strong>de</strong> 1870, isto é, para apagar o efeito das<br />
eleições <strong>de</strong> 18B9, do plebiscito <strong>de</strong> 1870,<br />
do assassinato <strong>de</strong> Vitor Noir, para <strong>de</strong>sfazer<br />
a onda <strong>de</strong> indignação e <strong>de</strong> revolta,<br />
que tinhão produzido tantas infamias,<br />
tantos crimes, onda que crescia <strong>de</strong> instantes<br />
a'instantes, que se avolumava,<br />
que se alíeava, emfim, a correr, ameaçando<br />
pavorozamente, como um castigo<br />
<strong>de</strong> Deus. cair com estrondo, cair com<br />
fúria, esmagando-as, subvertendo-as, sobre<br />
as Tulherias.<br />
Contra os republicanos se <strong>de</strong>u a capitulação<br />
<strong>de</strong> Metz e a capitulação <strong>de</strong><br />
Sédan.<br />
A Republica era um espetro, que se<br />
erguia ameaçador, que se erguia orrendo,<br />
aos olhos das Tulherias. Era precizo tirar<br />
d'ali o espetro, corre-lo, afujenta-lo, mata-lo,<br />
que as Tulherias querião viver<br />
tranquilas, querião dormir <strong>de</strong>scançadas.<br />
Para isso tudo se fazia. Tudo era admissível.<br />
Tudo era licito. Tudo ! Tudo!<br />
Fazia-se uma lei <strong>de</strong> imprensa, que<br />
não <strong>de</strong>ixasse escapar nada pela malha.<br />
Mas, mesmo assim, em surdina, chegava<br />
cá fóra um lijeiro protesto? Jornais apreendidos<br />
e suprimidos. Portas das tipografias<br />
fechadas e seladas. Jornalistas e tipógrafos<br />
expulsos á coronhada. No melhor<br />
cazo, um policia á porta da tipografia<br />
para não <strong>de</strong>ixar sair ninguém, salvo'o<br />
outro policia, o que estava lá <strong>de</strong>ntro,<br />
para levar, á censura, a primeira folha<br />
que se imprimisse!<br />
Não imajine ninguém que, por mais<br />
que o pareça, estamos fazendo a istória<br />
<strong>de</strong> outros paizes. Nós estamos fazendo a<br />
istória da França no segundo império,<br />
fstoria <strong>de</strong> rigoroza verda<strong>de</strong>. Lê-<strong>de</strong>, e<br />
vereis! os livros já por nós citados, e<br />
todos aquêles que quizer<strong>de</strong>s.<br />
Chuz! Ruz 1 Nem palavra. Nem pio.<br />
Pedia-se licença para uma reunião? Negada<br />
a licença. Projétava-se fazer a reunião<br />
sem licença? Ocupado militarmente<br />
o local da reunião. No melhor cazo,<br />
dava-se a licença? Dissolvida a reunião,<br />
á primeira palavra mais viva que se<br />
pronunciasse. Nem acompanhar os mortos<br />
ao cemiterio. Os pobres mortos! As<br />
ruas apinhávão-se <strong>de</strong> tropa para impedir<br />
o cortejo fúnebre. Os cemiterios érão<br />
ocupados militarmente, para impedir, não<br />
já os discursos, mas os soluços, mas as<br />
lagrimas, mas o ultimo a<strong>de</strong>us, á beira<br />
tia sepultura. Os pobres mortos! E os<br />
StttZI&TEiVCl A llonúngo, 22 <strong>de</strong> llaio <strong>de</strong> 1004<br />
jornais recebião or<strong>de</strong>m para não dizer<br />
palavra no dia seguinte.<br />
A liberda<strong>de</strong> eleitoral era como a liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> imprensa, era como a liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reunião, como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
associação, como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> catedra,<br />
como a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tribuna. As Tulherias<br />
não querião republicanos na camara!<br />
Mas a vós <strong>de</strong> Vitor Hugo, a vós <strong>de</strong><br />
Quinet, e d'outros, a d'esses dois sobretudo,<br />
trovejava do exilio, e chegava á<br />
França, por mais guardas fiscaes que<br />
ouvesse na fronteira, e mais beleguins a<br />
espiar os comboios e os correios. Respondia-Ihe<br />
o silencio. Mas esse silencio<br />
era como o silencio dos tumulos. Metia<br />
mêdo!<br />
0'! Silencio sepulcral, silencio orroroso,<br />
que, <strong>de</strong>mais, tinha este contra: <strong>de</strong>ixava<br />
que se ouvisse o bramir da consciência<br />
!<br />
E as Tulherias, apavoradas, procuravam<br />
gente que as <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse, que as<br />
apoiasse. E as Tulherias recorriam a<br />
todos os réclames, a todos os expedientes<br />
<strong>de</strong> popularida<strong>de</strong>. E as Tulherias, para<br />
embriagar, para esquecer, lançavatn-se<br />
n'um rodopio <strong>de</strong> festas, rfuma vida doida<br />
<strong>de</strong> prazeres, custasse o que custasse,<br />
estimulando as classes ricas, e todos os<br />
viciosos, ao mesmo rejimen <strong>de</strong> gôzos e<br />
folganças.<br />
0 amôr do oiro, diz Taxile, tornou<br />
se o sentimento dominante das classes<br />
elevadas, e, até, d'aquelas que se gabavam<br />
<strong>de</strong> ter por regras únicas da vida o<br />
<strong>de</strong>zinteresse e a onra. As pessoas <strong>de</strong><br />
negócios, acrescenta, uzavam dos meios<br />
<strong>de</strong> influencia, que dão a intriga e a corrução,<br />
para obter monoplios, privilejios,<br />
outros <strong>de</strong> natureza equivalente. Os empregados<br />
<strong>de</strong> categoria venciam por tres<br />
e mais empregos. E esta socieda<strong>de</strong> nova,<br />
escreve ainda o referido istoriador, este<br />
mundo exquisito, composto d'altos funcionários<br />
com tríplices vencimentos, <strong>de</strong><br />
financeiros enriquecidos por processos<br />
in<strong>de</strong>corozós, <strong>de</strong> traficantes <strong>de</strong> toda a or<strong>de</strong>m,<br />
<strong>de</strong> intrigantes e cortezãs, espalhava<br />
o oiro a mãos cheias e vivia em festas<br />
permanentes.<br />
Ao par e passo que a mizeria publica<br />
crescia! O preço dos jeneros alimentícios,<br />
da carne sobretudo, chegou a um ponto<br />
assustador. As abitações dos pobres tornaram<br />
se mizeraveis e caríssimas, por<br />
isso que nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s os bairros<br />
velhos foram substituídos por bairros<br />
opulentos. Cazas novas, mas ele rendas<br />
elevadas, sem ninguém pensar em construir<br />
cazas ijienicas e baratas para as<br />
mais Ínfimas classes sociaes. Os rendimentos<br />
do estado não chegavam para<br />
tamanhas vorajens <strong>de</strong> loucuras. Os municípios<br />
endividavam-se extraordinariamente.<br />
Portanto, novos impostos, crescendo<br />
dia a dia, agravavam a infelis situa<br />
ção do povo.<br />
As Tulherias, ao mesmo tempo que<br />
continuavam nas suas cruéis ezijencias<br />
<strong>de</strong> dinheiro, engulindo o que era licito e<br />
o que era ilícito, finjiam ter dó das multidões,<br />
e orgartisavam kermesses, benefícios,<br />
subscrições, mealheiros em favor<br />
iFelas.<br />
A imperatriz, sabendo tudo, diz Taxile,<br />
que se pô<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r no < Sacré<br />
Coeur, era uma mulher piedoza, <strong>de</strong> profunda<br />
<strong>de</strong>voção temendo a Deus e amando<br />
os pobres. Lançou-se, <strong>de</strong> braços abertos,<br />
no partido clerical. Os bispos tiveram<br />
nela a sua amiga, o seu baluarte, a<br />
sua força. Por sua intervenção se impozeram,<br />
mandaram, governaram. Aliados,<br />
ela e eles, no santo ardor da fé contra<br />
os republicanos, contra os livres pensadores<br />
1 Era ela, é sempre Taxile que c<br />
refere, quem fazia lêr, e assinalava a<br />
seu marido, os artigos menos agradaveis<br />
ao trono e ao altar, incitando o imperador<br />
a fazer sjiprirrrr os jornaes que os<br />
publicavam. Os padres reinavam, com<br />
toda a amplitu<strong>de</strong>. O dogma da Imaculáda<br />
Conceição foi recebido, em toda a França<br />
com estrondosas manifestações oficiaes<br />
<strong>de</strong> Jubilo. O clero recebe or<strong>de</strong>ns para<br />
ensinar ás creanças, nas escolas, os arti -<br />
gos do «Silabus». Do «Silabus», do<br />
« Silabus », o supremo atentado á dignida<strong>de</strong><br />
umana I<br />
Amôr, com amôr se paga. Ao batisado<br />
do príncipe imperial assistiram 86<br />
bispos! O imperador, viajando, não<br />
atravessava uma diocese sem que o bispo<br />
viesse, ; á frente do clero, saudar o «Salvador<br />
da socieda<strong>de</strong> »<br />
0 recrutamento dos a<strong>de</strong>ptos fazia-se<br />
entre omens sem escrupulos, aventureiros<br />
sem valor moral, jeralmente <strong>de</strong> medíocre<br />
valor inteletual. Também, o que<br />
o imperador preferia eram «omens <strong>de</strong><br />
pulso! »<br />
Saint Arnaud avia sido caixeiro viajante,<br />
comediante, mestre <strong>de</strong> armas, etc.<br />
Magnan, outro aventureiro. Fleuri, um<br />
« viveur», foi feito ajudante do imperador<br />
só por montar bem a cavalo. Espi<br />
nasse, um imbecil, foi feito presi<strong>de</strong>nte<br />
do conselho só por ser um soldado bru-<br />
L I T E R A T U R A & A R T E<br />
K ATUCHA<br />
Cheia <strong>de</strong> graça e frêsca como as rozas<br />
Viveu tecendo, sob o olhar <strong>de</strong> Deus,<br />
Os sonhos que nas tar<strong>de</strong>s silenciozas<br />
— Jezus sonhou, fitando os claros ceos.<br />
Ouviu, tremendo, a muzica dos ninhos,<br />
Amou, cantando, as lúcidas es'pra"ças,<br />
Como a sorrir, á beira dos caminhos<br />
— Jezus amou, <strong>de</strong>scalço, entre as creanças.<br />
Depois, maldita, por têr muito amado,<br />
O dôce e triste, <strong>de</strong> que o mundo ria,<br />
Chorou o pranto que na crus pregádo.<br />
— Jezus chorou na ora da agonia.<br />
Errante, pelos sonhos, perseguida,<br />
Quantas vêzes, nas noites dolorozas,<br />
Se não lembrou que fôra noutra vida<br />
Cheia <strong>de</strong> graça e frêsca como as rozas. . .<br />
Espirito gentil que pelo mundo<br />
Como Jezus, sonhou, amou, chorou. . .<br />
Ergue p'ra o sol o teu olhar profundo<br />
Cristo resuscitou!<br />
( Do numero único<br />
A<strong>de</strong>lina Abranches) CARLOS AMARO.<br />
tal, capaz <strong>de</strong> todas as violências para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />
o trono.<br />
Toda essa gente era festejada, favorecida,<br />
agrupada num fim único: combater<br />
os republicanos.<br />
A monarquia resumia a sua vida neste<br />
ponto: afujentar o espetro, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se<br />
da Republica.<br />
Era a sua obcecação. Nesse intuito<br />
arriscou tudo, jugo» tudo. Violências,<br />
festas, corruções, batalhas, miravam só a<br />
isto: vencer, ou, pelo menos, adormecer<br />
a opinião.<br />
Quando a opinião acordou enfurecida,<br />
quando em 186g, elejeu uns poucos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>putados republicanos, entre eles Gambeta<br />
e Rochefort, quando a quinta parte<br />
do exercito, no plebiscito <strong>de</strong> 1870, se<br />
manifestou contra o império, apezar <strong>de</strong><br />
todas as corruções e brutalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caserna,<br />
a monarquia jogou a ultima cartada<br />
: a guerra <strong>de</strong> 1870.<br />
E jogou-a como o batoteiro reduzido<br />
aos extremos da infamia.<br />
Razaine, em Metz, foi o requinte da<br />
pulhice. Napoleão, em Sédan, não lhe<br />
ficou a <strong>de</strong>ver nada.<br />
Este biltre, que, nas vesperas do<br />
golpe <strong>de</strong> estado, do dois <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />
dizia aos militares, que tinham a<strong>de</strong>rido<br />
á conspiração: «Je ne vous dirais pas:»<br />
Slarehez, je vous suls : « mais je<br />
vous dirais: » tle marche, sulvezmol!<br />
não teve força moral, nem fizica,<br />
para montar a cavalo, e cair vencido<br />
como um ornem, ou morto, á frente das<br />
suas tropas.<br />
Só teve esse grito <strong>de</strong> angustia, esse<br />
grito <strong>de</strong> dôr, <strong>de</strong> fraqueza, <strong>de</strong> urriilhação,<br />
<strong>de</strong> covardia, que Zola na «Debacle » lhe<br />
atribue:<br />
01 ce cânon, ce cânon, qui ne cesse<br />
pas I<br />
Contra os republicanos, isto é, contra<br />
a liberda<strong>de</strong>, contra a verda<strong>de</strong>, contra o<br />
direito, não dizia: «Marche, eu vos sigo,»<br />
Dizia: «Eu marcho, segui-me.» Contra o<br />
inrnigo da patria não sabia marchar, nem<br />
seguido dos outros, nem seguindo os outros!<br />
Sabia carpir, sabia lamentar o tiro<br />
do canhão, que lhe ajitava a bexiga e os<br />
rins, para acabar por escrever ao rei.<br />
da Prússia, ao Monsieur mon Frère ele,<br />
le bom Frère Napolèon, remetendo-lhe a<br />
sua espada, que só para esse ato ignóbil<br />
saia da bainha!<br />
A' óra em que o pobre cabo João, o<br />
valente cabo João, o cabo <strong>de</strong> esquadra<br />
intemerato e fiel, o cumpridor austero<br />
do <strong>de</strong>ver, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantas fadigas, <strong>de</strong><br />
tantos sofrimentos, <strong>de</strong> tantas dôres, <strong>de</strong><br />
tantos perigos, só confiava no pôr do sol<br />
como termo <strong>de</strong> martírios.<br />
Ce cochon <strong>de</strong> soleil!.<br />
Qiiand il será couc.hê e qríil fera muit,<br />
on ne se balra plus, peut étre !<br />
E o sol põe-se, emfim. Emfim ! Emfim<br />
!<br />
A ce cochon <strong>de</strong> soleil, le vóila donc<br />
qui se conche.<br />
Emfim! Emfim 1<br />
Como este grito sujestivo vale só poti<br />
si por um poema !<br />
A noite traz a paz, o <strong>de</strong>scanço, uma<br />
trégua d'algumas óras. Paz e <strong>de</strong>scanço<br />
para os mortos, que não serão pisados<br />
a patas <strong>de</strong> cavalo. E paz e <strong>de</strong>scanço<br />
para os vivos, qne irão daí a pouco,<br />
quando as aves romperem o canto alegre<br />
da alvorada, cair, por sua vez, ao lado<br />
<strong>de</strong>les. Morrer por um frascario sem pudor.<br />
0 vil frascario! Morrer pelas Tulherias,<br />
um antro <strong>de</strong> vícios e vergonhas.<br />
Morrer, enviando aos filhos, á mulher<br />
amada, o ultimo suspiro. Como WeísS,<br />
ali, aos olhos <strong>de</strong> Inriqueta, fuzilado contra<br />
um muro, como um cão! Como o<br />
sargento, Onorio, lá em cima, sobre a.<br />
peça, agarrando a carta <strong>de</strong> Silvina, no<br />
ultimo estertor, e apertando-a contra o<br />
coração!<br />
Pôr do sol <strong>de</strong> ignominia, nascer do<br />
sol <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mção.<br />
0 império morria ao anoitecer. A<br />
Republica surjia com a aurora.<br />
E a Republica foi, para a França, uma<br />
verda<strong>de</strong>ira re<strong>de</strong>nção!.<br />
•' '• Í iíff!f;> ! j iíífilJjÇIOlQ<br />
Pelo licen<br />
D'O Povò d'Aveiro. <br />
O prazo para a entrega <strong>de</strong> requerimentos<br />
para os exames <strong>de</strong> instrução<br />
primaria do 2.° gráu é <strong>de</strong> 15 a ^0 do<br />
proximo més <strong>de</strong> Junho, e <strong>de</strong> 20 a 30 do<br />
mesmo mês para a entrega das relações<br />
dos alunos propostos para exame do 1.°<br />
gráu.<br />
Os alunos só pó<strong>de</strong>m ser propostos a<br />
exame do 1.° gráu pelos professores lega'mente<br />
inscritos na secretaria da inspéção,<br />
ou pelos chefes <strong>de</strong> familia, quando<br />
a educação dos candidatos ao exame se<br />
ája efétuadi no ensino domestico.<br />
Consta que, ao contrario do que era<br />
esperado, este ano só po<strong>de</strong>rão fazer exame<br />
do 2.° gráu os alunos que tiverem feito<br />
o ano passado o 1° rráu, não a\endo,<br />
portanto, portaria que dispense a aprezentação<br />
do ceitificado d'exame do 1.°<br />
gráu no áto da entrega dos requerimentos<br />
para o 2.°.<br />
Os exames do 1.° gráu terão logar<br />
nas escolas durante o mês <strong>de</strong> Julho e os<br />
do 2.° no mês d'Agosto.<br />
Rrevemente serão publicados editais<br />
regulaudo a fórma dêsses exames.<br />
Foi pedida autorização para serem<br />
removidos da ca<strong>de</strong>ia da Figueira da Fós<br />
para a <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> os prezos Joaquim<br />
Marques e Inácio d'Assumção.<br />
0 Grupo Muzical Jozé Mauricio, comemora<br />
no proximo domingo o ti. 0 aniversario<br />
da sua fundação.
GONOL PAIVA<br />
Novida<strong>de</strong> fârmaeeutieâ.—registado<br />
E' sem duvida o medicamento mais<br />
eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />
e crónicas, sanguíneas ou puru<br />
lentas.<br />
Cura rápida e radical, não dando<br />
orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />
A' venda na farmácia e drogaria:<br />
Rodrigues da Silva, ^-<strong>Coimbra</strong>,<br />
Preço do frasco, 700 reis.<br />
COMUNICADO<br />
Papinhas alteradas<br />
Tem alguns jornais dado noticia que<br />
a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tinha apreendido<br />
farinhas <strong>de</strong> nossa marca, consi<strong>de</strong>radas<br />
impróprias para consumo pelo laboratorio<br />
<strong>de</strong> ijiéene, por se acharem alteradas e<br />
orrutas, pela áção do tempo, cumpro-nos<br />
<strong>de</strong>clarar ao publico em jeral e em especial<br />
aos nossos estimados clientes, que<br />
não somos moajeiros, mas sim fabricantes<br />
<strong>de</strong> massas alimentícias, e <strong>de</strong>baixo<br />
-tíêste titulo nos achamos matriculados.<br />
Compramos trigos rijos próprios para<br />
esta industria e não para panificação;<br />
dêles extraímos semola <strong>de</strong> primeira, se-;<br />
gunda e terceira qualida<strong>de</strong>, com que fabricamos<br />
massas alimentícias das tres<br />
classes l.\2. a e 3. a .<br />
Os reziduos que ainda produzem estes<br />
trigos além da semola, são tres qualidaes<br />
<strong>de</strong> pó que pela sua baixa qualida<strong>de</strong> já<br />
não servem para massas, e que nós <strong>de</strong>nominamos<br />
farinha rija, mas que não tem<br />
semelhança Com a farinha fina própria<br />
para panificação, -nem a ven<strong>de</strong>mos como<br />
tal, visto que o seu preço é 40 70 menos<br />
que aquéla; e os restos ainda produzidos<br />
pela moajem do trigo.são quatro tipos,<br />
<strong>de</strong> rolão.e farelo, e tanto estes como<br />
aquélas tres qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pó são por<br />
nós pastas no mercado á venda, e se o<br />
publico as consome ou não, em uzo proprio,<br />
é çazo que nós não .po<strong>de</strong>mos prever<br />
nem remediar, e nem mesmo as consi<strong>de</strong>ramos<br />
prejudiciais á saú<strong>de</strong> quando estejão<br />
em bom estado <strong>de</strong> conservação.<br />
HS MSTKSÍÇIA — Aomingo, £3 <strong>de</strong> Maio )<br />
9,30 D 10 »<br />
10,30 > 11 »<br />
11 í 11,30 > • "<br />
11,30 » 12 f<br />
12 » 12,30 tar<strong>de</strong><br />
12,30 tar<strong>de</strong> 1 »<br />
1 » 1,30 D<br />
1,30 D 2 »<br />
2 » 2,30 »<br />
2,30 » 3 ><br />
: a,3 • D | 3,30 D<br />
mobília<br />
Wa IJasiuia 0,30 n' 1 f?;efíòO<br />
0 » 7,30 »<br />
7,30 T> 8,30 noite<br />
8 noite 9,30 M<br />
9,30 > 10 »<br />
10 > 10,30 I<br />
(a) Directo da Casa do Sal árua do Infante<br />
D Augusto.<br />
(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.,<br />
Carreiras diretas entre a R, do infante d. Augusto<br />
-<br />
Rua<br />
Ferreira, Borjes.<br />
1 • B<br />
P a r t i d L a s<br />
da R. Infante d. Augusto |<br />
G h da Estação<br />
tar<strong>de</strong><br />
0'' e 58<br />
8, noite<br />
m tar<strong>de</strong><br />
8 h e 45 m noite<br />
Carreiras entre, o largo das Ameias<br />
e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />
Partidas<br />
Do largo das Ameias<br />
3 h I 0 m Domingo, 8 <strong>de</strong> maio, das 11 horas da manhã ás 7 da tar<strong>de</strong>, e mais<br />
dias seguidos durante o mez <strong>de</strong> maio, ven<strong>de</strong>m-se por baixos preços os<br />
seguintes objectos:<br />
Um guarda louça, um aparador, ura fogão <strong>de</strong> cozinha corp cal<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> cobre, úmà fornalha <strong>de</strong> ferro, um fogareiro <strong>de</strong> cobre, differente bateria<br />
<strong>de</strong> cozinha, um fogão <strong>de</strong> sala com seu respectivo cano <strong>de</strong> zinco, uma<br />
commoda papeleira muito boa, uma dita com pedra mármore, quatro<br />
leitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, seis mezâs <strong>de</strong> sala com pedra mármore, dois consolles<br />
com pedra mármore, uma meza <strong>de</strong> damas, um rico jogo <strong>de</strong> gamão e<br />
outros <strong>de</strong> damas, <strong>de</strong> pau preto, com pedras <strong>de</strong> marfim, quatro ricos<br />
quadros para sála, mais seis ditòs, uma alampada para entrada <strong>de</strong> casa,<br />
seis candieiros <strong>de</strong> metal antigos, quatro figuras <strong>de</strong> gesso em tamanho<br />
natural com .sua-s respectivas columnas, um piano bom para estudo,<br />
estantes pará musica, duas banheiras, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> creança, lavatórios<br />
toillettes, louças e vidros differentes, um licoreiro <strong>de</strong> crystal.<br />
Uma capella completa com rica talha, e um órgão portátil, duas<br />
alcatifas próprias para sala ou quarto, ou mesmo para igreja, differentes<br />
castiçaes, um sofá e duas poltronas estofadas, doze ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> sola,<br />
com lavrados antigos, dois contadores, uma sella para cavallaria (ca<strong>de</strong>irinha),<br />
oito pipos para vinho, differentes drogas e tintas, uma barrica <strong>de</strong><br />
cimento, uma bomba para elevação <strong>de</strong> agua, uma gaiola-viveiro, gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ferro avulso, uma collecção <strong>de</strong> torneiras <strong>de</strong> metal, ma<strong>de</strong>iras<br />
<strong>de</strong> castanho, dois contadores <strong>de</strong> pau preto, algumas mezas do mesmo<br />
pau antigas, trez retretes volántes, uma meza elastica <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m,<br />
para 12 bu Jõ" péssôas; uriia jardineira com pedra mármore, um par <strong>de</strong><br />
larras antigas, differentes redomas, mezinhas <strong>de</strong> cabeceira com pedra<br />
mármore, meza <strong>de</strong> abas, para jantar, diversos castiçaes, armarios commodas<br />
para arrecàdação <strong>de</strong> roupaí, c'olchão <strong>de</strong> árame e outros <strong>de</strong> lã,<br />
bal<strong>de</strong>s e regadores, ca<strong>de</strong>iras retretes, e mais miu<strong>de</strong>zas que estarão<br />
patenteá e que tudo se ven<strong>de</strong>rá por preços resumidos.<br />
Còrcs dos faróis<br />
Ver<strong>de</strong>,-indica á Alta.<br />
Vermelha, estação B.<br />
Branca, Caza do- Sal-.<br />
Amarelo escuro, reservado. -<br />
Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampiliioza<br />
(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />
Mourão Teixeira Lopes & ÇL"<br />
Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />
Des<strong>de</strong> o dia 1 dé Maio na estação d.a as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />
Rua do Infante XK Augusto réçehem-'se í <strong>de</strong> construção<br />
encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />
a gran<strong>de</strong> e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõk<br />
do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que Os -produtos désta fabrica, especiali-<br />
haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte. zando a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, im-<br />
da estação B Só se recebem. volumes cujo pezo põem-se pela excelente qualida<strong>de</strong> da ma-<br />
máximo não seja muito superior a cem téria prima e esmero do fabrico, obtido<br />
kilos. , . .<br />
pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfei-<br />
manhã<br />
' Cfi<br />
Cv CS<br />
çoado.<br />
5 ,55 ».<br />
D<br />
-'a) 02<br />
t/j O Recebem se amuados para se-<br />
8 ,10<br />
fíemetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />
ÍS "5 '3<br />
rem Ovados «o interior <strong>de</strong><br />
2,30 tar<strong>de</strong><br />
as requisitar.<br />
»<br />
o aj 3 a<br />
todos os carros eni-circula<br />
3 ,::0<br />
-o<br />
cão pejo |»reço aamaS <strong>de</strong><br />
4 .35<br />
f rt><br />
ESGRITORIO E DEPOZITO:<br />
~ <br />
5,37<br />
— c -a ®<br />
1S.$000 réis, sendo os Rua «le Alexandre Ercnlano, 330<br />
anuncio* e sêlos por conta<br />
PORTO<br />
0 ,25 re O ^<br />
0,40 ><br />
c/J 42<br />
do annnciante.<br />
Fabriea: PAMPILH0ZA'do BOTÃO<br />
8,10 noite<br />
3 - §3 C <br />
Telegramas: KERAMOS —Porto<br />
12 ,15<br />
iça .a<br />
Telefone 532<br />
O .!ll .\ » 0 ELEGAMTE<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> - Bazilio<br />
REVISTA AUINZEN^L ILUSTRADA Xavier Andra<strong>de</strong> & F.<br />
j V l'K i<br />
Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong> Modas, Mu|ica,JBélas-ártes, literatura<br />
indicado neste orario é consi<strong>de</strong>rado ex e atualida<strong>de</strong>s.<br />
raordinario.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Tatoéla do procos Dirétor —A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Préles)'.<br />
Largo das Ameias ou Caza do Sal á Redátores. das^séCíÇQes: Moda e vida<br />
Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Rua do Infante D. Augusto — 40 réis, Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermí-<br />
Largo das Ameias, Caza do Sal ou nia Souza.<br />
Rua Infante D. Augusto ao Mercado - L Redátora ô Correspon<strong>de</strong>nte etri Portu-<br />
30 réis.<br />
gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazometro ao Redáção e administração : 30 bis* Rua<br />
Largo <strong>de</strong> D. Luís — 30 réis.<br />
Bregero, Paris.<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro ao<br />
Mercado — 20 réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />
Cargo das Ameias ou Mercado — 50 AntoniD Ribeiro das Neves Machado<br />
réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />
ALFAIATE<br />
rua Infaute D. Augusto — 80 réis. Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />
Caza do Sal — 20 réis.<br />
COIMBRA<br />
Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas na-<br />
A assinatura para os bilhetes pessoais<br />
cionaes e estranjeiras.<br />
está aberta pelos preços anuais
4 REZISTJEMCIA — Domingo, <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1904<br />
Água da Guria (Mogofores—Anadia)<br />
§nlfata
Editor<br />
MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Democratica<br />
ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
N.° 905 COIMBRA—Quinta-feira, 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904 IO." ANO<br />
 luta tremenda...<br />
Em informação mo<strong>de</strong>sta e breve<br />
o Diário <strong>de</strong> Noticias diz constarlhe<br />
que, no continente, está feito o<br />
acordo entre progressistas e »ejeneradôres<br />
para as próximas eleiçõis.<br />
A luta tremenda e feróz que se<br />
anunciou, em retumbantes proclamaçõis<br />
belicosas, o combate ruidoso<br />
e sangrento em que os paladinos<br />
das duas façõis rotativas se<br />
bateriam com o <strong>de</strong>nodo alucinado<br />
<strong>de</strong> beluarios antigos, esse esperado<br />
e ululante <strong>de</strong>gladiar <strong>de</strong> terás, umas<br />
contra outras lançadas na disputa<br />
da presa opima, liquidou assim nesta<br />
baixa comedia <strong>de</strong> velhos amigos que<br />
se compoem, apóz um assomos <strong>de</strong><br />
represalia, bebendo-lhe <strong>de</strong> rijo em<br />
agape <strong>de</strong> festiva reconciliação.<br />
A violência tremenda do golpe<br />
<strong>de</strong> estado, os <strong>de</strong>satinos, as imoralida<strong>de</strong>s,<br />
os atentados que constituem<br />
toda a istória <strong>de</strong>ste governo, e <strong>de</strong><br />
que numa ora fugaz <strong>de</strong> irritação se<br />
fez tamanho alar<strong>de</strong>, tudo isso se<br />
<strong>de</strong>liu da memoria dos adversarios<br />
do sr. Intze, que breve reataram<br />
o idilio daquelle amor ar<strong>de</strong>nte que<br />
por tão largo tempo os juntou. . .<br />
Não chegárão a tomar armas.<br />
A lembrança <strong>de</strong> tão bela camaradajem,<br />
com os proventos da governança<br />
repartidos amigavelmente,<br />
enterneceu-os e lançou-os, em lagrimas,<br />
nos braços uns dos outros.<br />
Tudo correrá, pois, calmamente,<br />
sem os órridos episodios <strong>de</strong> sangue<br />
que o embate dos dois exercitos inimigos<br />
<strong>de</strong>ixava advinhar.<br />
A nomeação dos senhores <strong>de</strong>putados<br />
será novamente confirmada<br />
pelo ministério do reino.<br />
O parlamento continuará a ser<br />
a mesma casa <strong>de</strong> má nota) ignóbil e<br />
suja, on<strong>de</strong> uns sujeitos aviam a<br />
correspondência particnlar, outros<br />
réclamam os seus vinhos, on<strong>de</strong> o<br />
sr. Serjio faz as suassonécas reparadoras,<br />
o sr. Claro da Rica impinje,<br />
em primeira edição, as suas sandices,<br />
e vários outros representantes<br />
da nação arrotam consoladamente,<br />
em todos os tomo, num alivio <strong>de</strong> importunos<br />
afrontamentos . . .<br />
O paiz continua, também, no seu<br />
fautàl <strong>de</strong> espetador comedido, a ver<br />
como os seus lejitimos representantes<br />
lhe zelam inflamadamente os<br />
interesses e lhe <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a pele<br />
das unhas maldosas que preten<strong>de</strong>m<br />
arrancal-a.<br />
; , *<br />
E é assim a politica dos grupos<br />
monárquicos. Entendidos, dispõem<br />
dos <strong>de</strong>stinos do paiz, sem pensarem<br />
sequer na possibilida<strong>de</strong> duma reação<br />
salutar que lhes encangalhe as<br />
combinatas amistosas.<br />
O paiz para eles nada vale, nem<br />
direitos lhe reconhecem a intervir<br />
para pleitear com amor os seus interesses.<br />
E esta segurança, este<br />
estupidamente, garanfem-lhes uma<br />
compata massa abstencionista. Os<br />
protestos, a espaços erguidos por<br />
certas classes, não os amedrontam,<br />
porque eles sabem, por velha experiencia,<br />
que esses <strong>de</strong>clamadores,<br />
chegada á óra dos trabalhos eleitoraes,<br />
entupem e vão na sua gran<strong>de</strong><br />
maioria auxilial-ós nas urnas.<br />
Assim, da abstenção estúpida<br />
<strong>de</strong> uns, da incoerencia criminosa<br />
<strong>de</strong> outros, resultou esta situação<br />
miserável : o paiz é, todo elle, uma<br />
viloria on<strong>de</strong> campam vitoriosamente<br />
os senhores da governança.<br />
Ainda á pouco o paiz, em pezo,<br />
protestou contra os <strong>de</strong>svarios dos<br />
governos. Que importa? Esse mesmo<br />
país vae affirmar agora nas<br />
urnas a sua confiança a esses governos<br />
con<strong>de</strong>nados. Porque, como<br />
dissémos, os senhores que protestão<br />
em comícios e baforam ameaças<br />
nas laudas graves <strong>de</strong> sonorozas<br />
reprezentaçõis, são os primeiros<br />
que põem a sua influencia ao dispor<br />
<strong>de</strong>ssa jente, aliciando e comprimindo,<br />
muito a seu- contento e<br />
muita da sua iniciativa.<br />
E unem-se todos, cerradamente,<br />
como se um inimigo terrível se<br />
aproximasse, quando alguém fala<br />
em republicanos.<br />
Isso não! Para lhes impedir a<br />
entrada no parlamento coligam-se<br />
todos os bandos monárquicos; e os<br />
graves varões que armam em patriotas,<br />
e têm cóleras flamantes em<br />
assembleias publicas, e queimam<br />
tropos, e fazem ameaças, não esitam<br />
em apoial-os, <strong>de</strong>cididamente,<br />
com um gran<strong>de</strong> ardor fanatico.<br />
E não querem que nós, os republicanos,<br />
façamos politica!<br />
Ilustríssimos. . .<br />
Serviço d'el-rei!<br />
Consta-nos que o sr. João Franco<br />
en<strong>de</strong>reçou circular conspicua aos seus<br />
correlijionarios <strong>de</strong> varias localida<strong>de</strong>s, reeomendando-lhes<br />
com instancia que não<br />
votem nos repub'icanos.<br />
Omens dum só rosto e duma só'fé,<br />
os austeros rejeneradores liberais não<br />
careceriam <strong>de</strong> prevenção.<br />
Mas o sr. Fianco cumpre as or<strong>de</strong>ns<br />
do seu senhor, acamaradando com todos<br />
os políticos monárquicos no tocante a fazerem<br />
provas <strong>de</strong> obdiencia servil e a disputa<br />
rem-se com <strong>de</strong>nodo os serviços do<br />
amo.<br />
Que onra, senhores» que onra se<br />
ele lhes mandasse fazer os <strong>de</strong>spejos 1<br />
De vários jornais<br />
Batalha <strong>de</strong> flores.<br />
Realizou-se no ultimo domingo, como<br />
prenunciáramos, a batalha <strong>de</strong> flores em<br />
beneficio das «Créches», a simpatica instituição<br />
que tão carinhózamente vem interessando<br />
por si a população <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>.<br />
E, para regozijos será qu« nunca<br />
esse interesse <strong>de</strong>zapareça, que mais a<br />
mais avulte o concurso prestimôzo <strong>de</strong><br />
todos os espíritos elevádos, para que a<br />
meritória instituição se mantenha e prosperamente<br />
floresça, espalhando com<br />
crescente liberalida<strong>de</strong> os seus benefícios.<br />
Pela perseverança e pelo entuziasmo<br />
que têm posto no propozito <strong>de</strong> <strong>de</strong>zafogãr<br />
a existencia das «Créches», os seus<br />
<strong>de</strong>dicados trabalhadores merecem ser<br />
com inteira justiça louvados, como merecem<br />
que todos lhes prestem a colaboração<br />
indispensável á sustentação da sua<br />
obra.<br />
Festa duplamente atraente, pela novida<strong>de</strong><br />
da diversão e pelo fim alto a que<br />
vizava, ao Cais afluiu irnia multidão enorme,<br />
que se apo<strong>de</strong>rou do recinto vedado,<br />
enchendo as ca<strong>de</strong>iras e acotovelando-se<br />
no espaço <strong>de</strong>stinado aos peões, e que se<br />
alargou ainda cá fóra, <strong>de</strong>nsamente, exten<strong>de</strong>ndo-se<br />
pela ponte, acocorando-se<br />
nas iminencias da cida<strong>de</strong>, premindo-se<br />
nas janelas.<br />
O aspeto era extremamente pitoresco<br />
cheio <strong>de</strong> animação e <strong>de</strong> vida, rezaltando<br />
na beleza da tar<strong>de</strong> lumirioza e serena.<br />
Carros, automóveis,, cavaleiros, apareceram<br />
em gran<strong>de</strong> numero, com enfeitos<br />
artísticos e jilgmis <strong>de</strong> apreciavel<br />
bom-gosto, remessando-se flores, num<br />
torneio jentil omje era grato "ser ferido<br />
...<br />
Todos os "números do programa fo-<br />
ram rigorozamente cumpridos, <strong>de</strong>spertando<br />
alguns verda<strong>de</strong>iro entuziasmo E a<br />
festa <strong>de</strong>correu sempre sem o minimo<br />
inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>zagradavel, calmamente, talvez<br />
sem essa nota estridula <strong>de</strong> alegria<br />
popular, tão <strong>de</strong> encarecer em todas as<br />
diversois.<br />
Pelo êxito da sua festa, cor<strong>de</strong>almente<br />
felicitamos a direção das «Creches»<br />
sempre tão ativa e solicita em buscar<br />
para a sua obra novos recursos <strong>de</strong><br />
vida.<br />
O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro, estatelado na<br />
«Tar<strong>de</strong>», a babar-se, com tremuras na<br />
voz espaçada, diz coizas líricas á Rainha<br />
e mostra gran<strong>de</strong> pasmo bajulador pela<br />
famóza peça oratoria com que el-rei abriu<br />
Q Congresso .Marítimo.<br />
Nunca o sr. Serjio esquece o seu papel<br />
<strong>de</strong> esfregão.<br />
Ainda mesmo nos momentos mais<br />
críticos...<br />
Começou no domingo a tradiccional<br />
romagem do Espirito Santo. Todos ;os<br />
dias o caminho <strong>de</strong> Santo Antonio dos<br />
Olivaes se coalha <strong>de</strong> carripanas atochadas<br />
<strong>de</strong> povoléu, e <strong>de</strong> ranchadas alegres,<br />
em <strong>de</strong>scantes, tangendo violas e tilintando<br />
campainhas.<br />
O local da romaria offerece um aspecto<br />
soberbo, com a sua multidão borborinhante,<br />
espraiando-se e repartindo-se<br />
terrenos fóra, as suas tendas pitforescas,<br />
as suas danças alacres.<br />
O sr. comissário <strong>de</strong> policia oficiou ao<br />
« A Coroação da Virjem do digno prezi<strong>de</strong>nte da camara, notificandolhe<br />
o facto, que reprezenta um abuzo da<br />
Sameiro será feita em nome do Companhia do Gás, <strong>de</strong> se encontrarem<br />
Santo Padre pelo seu represen- frequentemente apagados muitos candieitante<br />
em Portugal, o sr. Núncio ros da iluminação publica e outros com<br />
Apostólico.<br />
lús muito frouxa.<br />
Suas majesta<strong>de</strong>s as rainhas<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong>m supremo com que os par- D. Amélia e D. Maria Pia enviam<br />
tidos do rejimen o maltratam, vem jóias para a corôa que vae ser ofe- A<strong>de</strong>lina Abranches /\<br />
da lição antiga que <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> atos recida á Virjem. »"<br />
\<br />
Com este titulo fica <strong>de</strong> rezerva para<br />
sempre repetidos.<br />
Vejam agora se vão fazer pas-<br />
o proximo numero um bélo assunto, que<br />
O <strong>de</strong>sprezo que uns tantos afirsar a Virjem por receptadora das não inserimos ôje por absoluta falta <strong>de</strong><br />
mam pela politica, impru<strong>de</strong>ntemente jóias <strong>de</strong> D. Miguel. . .<br />
espaço.<br />
No EXTREMO ORIENTE<br />
A GUERRA . .<br />
Dum magnifico artigo <strong>de</strong> Bruno<br />
inserto na Vós Publica, -com a rubrica<br />
— A vitoria dos russos está na<br />
<strong>de</strong>rrota dos russos — <strong>de</strong>stacamõs o<br />
seguinte trecho:<br />
«Se a Rússia vencer finalmente, esta<br />
vitoria é uma abdicação da umana intelijencia<br />
por isso que ela mostrará que<br />
pouco importam o, estudo e a ciência,<br />
visto como a ultima palavra ficará sempre<br />
rezervada para a força brutal do numero.<br />
Porem as nações europeas que<br />
aplaudam essa estúpida vitoria ao analfabetismo<br />
russo sobre a ilustração japonêza<br />
<strong>de</strong>veriam reparar em que elas próprias,<br />
por isso que menos numerozas em<br />
sua população do que o colosso cego do<br />
moscovitismo, se colocam á mercê da<br />
infindável orda dos mujisck-s 'iriuofantes,<br />
que voltarão contra elas as armas a um<br />
aceno <strong>de</strong> seu pai temporal e espiritual,<br />
como o é o tzar, imperador e pontífice.<br />
De nada vale, pois, a ciência que tem <strong>de</strong><br />
sucumbir sob a esmagadora pressão do<br />
numero boçal, inerte mas eficás, <strong>de</strong>cisivo<br />
e <strong>de</strong>finitivo. Este espetaculo seria <strong>de</strong>smoralizador,<br />
como <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agora é <strong>de</strong>testável<br />
que a «víle iumiêre» faça votos pelo<br />
triunfo das trevas.<br />
Mas a vitoria da Rússia, sobretudo<br />
pana quem será <strong>de</strong>zastrozissima é para<br />
os... russos.<br />
O que Convém sobretudo aos russos<br />
é, na verda<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>rrota da Rússia.<br />
Porquanto a .vitoria da Rússia importaria<br />
a confirmação e.o robustecimento,<br />
pelo. prestijio da glorja militar, do rejime<br />
politico e administrativo na Rússia vijente,<br />
isto é a perpetuação in<strong>de</strong>fenida do<br />
arbítrio e da tirania, a terminação <strong>de</strong>spiedoza<br />
da opressão tradicional, o renqvamento<br />
<strong>de</strong>,vitalida<strong>de</strong> da autocracia.<br />
Pelo contrario, a <strong>de</strong>rrota da Rússia<br />
pô<strong>de</strong> sér que promova na jente militar<br />
ali uma exasperação <strong>de</strong> dôr patriótica<br />
que a leve a insurjir-sê contra o atual<br />
estado <strong>de</strong> coisas, iuaugurando no seu<br />
<strong>de</strong>sgraçado paiz instituiçõis liberais e<br />
emancipando enfim o conjunte nacional,<br />
na sua parte europeia, extraindo da vitoria<br />
do Japão a Russiá o constitucionalismo,<br />
como da vitoria da Prússia a França<br />
tirou a republica. »<br />
Xlauuel Teixeira da Cunha<br />
De uma Mielita Crónica faleeeu ontem<br />
este bemquisto industrial e onrado cidadão.<br />
Foi um <strong>de</strong>votado apostolo do movimento<br />
associativo sendo por varias vezes<br />
prezi<strong>de</strong>nte da Associação dos Altistas,<br />
do Montepio Conimbricense e <strong>de</strong> outras<br />
Associaçõis <strong>de</strong> que fazia parte. No seu<br />
funeral que se realizou ontem pelas 5<br />
óras da tar<strong>de</strong> emcorporárão-se as Associaçõis<br />
dos Artistas, e Montepio e numerozos<br />
cavalheiros <strong>de</strong> todas as classes que<br />
tinhão pelo carater onrado do extinto a<br />
maior consi<strong>de</strong>ração.<br />
A' enlutada íamilia os nossos, sentidos<br />
pezames.<br />
No dia 9 do proximo mês <strong>de</strong> junho,<br />
<strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r-se, nos paços do concelho,<br />
á arrematação, em ásta publica, da reparação<br />
do povimentò da estrada que dó<br />
bairro <strong>de</strong> Santa Ana condus á Crus <strong>de</strong><br />
Celas, bem como a coustrução dum aqueduto<br />
na mesma estrada.<br />
Egualmente se dará <strong>de</strong> empreitada<br />
a construção <strong>de</strong> latrinas e uma caza para<br />
guarda no Parque <strong>de</strong> Santa Crús, sendo<br />
a baze <strong>de</strong> licitação <strong>de</strong> 44:f$000 réis.<br />
E' provável que. por cauza do serviço<br />
<strong>de</strong> exames, as aulas do liceu centrai<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> tenhão <strong>de</strong> encerrar-se no<br />
dia 18 do proximo mês <strong>de</strong> junho. .<br />
CARTA ABERTA<br />
!l W!<br />
Ill: mo Ex. 1M Sr. J. Dantas<br />
Sabendo que V. Ex. a galantemente<br />
nos blindara pela soberba patèSda, da<br />
noite <strong>de</strong> áO <strong>de</strong> maio, quando se <strong>de</strong>zenrolava<br />
emscena a pornogrnphica Severa, venho<br />
agra<strong>de</strong>cer-lhe, como um dos pateantes.<br />
as suas amaveis referencias e a<br />
situação nobremente altiva creada pôr<br />
Y. F.xii'este ligeiro torneio <strong>de</strong> dissidências<br />
artísticas. Assim com o seu brin<strong>de</strong>,<br />
agra<strong>de</strong>cendo a nota ostil por mim Ian-,<br />
çada á sua festa, cõlocou-me n'um campo'<br />
alto <strong>de</strong> combate que só encontra similar,<br />
em galhardia, nas paginas da istória, no<br />
recontro <strong>de</strong> gentilezas e rancôres chamado<br />
Fontenói.<br />
Evi<strong>de</strong>ntemente, esse brin<strong>de</strong> pronunciado<br />
n'um jantar on<strong>de</strong> cabotinos e littérafos,<br />
corujinhas sem ninho e sem talento,<br />
proôuravam incensa-lo, tinha só<br />
por fim <strong>de</strong>monstrar que, n'esté mtrndo<br />
mais vale o rir dos cynicos e a doblez<br />
dos frágeis., que a integrida<strong>de</strong> doã fortes<br />
e a virilida<strong>de</strong> dos sãos.<br />
E como a rir encara esta situação,<br />
em que o ridículo põe já guizalheiras,<br />
vae Saber as razões que'me levaram a<br />
patea-ló, na noite <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> maio, quando<br />
a sua figura <strong>de</strong> atidor mendicante<br />
surgio em scena.<br />
Raixe Y. Ex. a da pia dos seus i<strong>de</strong>aes<br />
artísticos, on<strong>de</strong> chafurda, para que eu<br />
mais mão a mão lhe possa explicar o<br />
motivo <strong>de</strong> tão irreverente, quão insolito<br />
facto.<br />
Precisarei, talvez, dizer-lhe primeiramente,<br />
ê para o collocar mais á vonta<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> que não tenho peça absolutamente<br />
nenhuma para levar á cena, nem mnti<br />
vos <strong>de</strong> pretendidos amores clan<strong>de</strong>stinos<br />
me tolhem <strong>de</strong> bem alto dizer <strong>de</strong> minha<br />
justiça. Assim, estará Y. Ex. a perfeitamente<br />
<strong>de</strong>scançado" ao ler estas minhas<br />
linhas,- não pensando no perigo iminente<br />
d'umá leitura <strong>de</strong> peça cjue eu, em óras<br />
<strong>de</strong> fornicoques <strong>de</strong> escriptor, tenha composto<br />
ou extratado <strong>de</strong> romances em voga.<br />
Para não o massar em extremo entrarei<br />
no assumpto.<br />
No meio d'estes caracteres frustres,<br />
quasi alforrecas, sem a convicção do que<br />
vale o trabalho, na luta por um logar,<br />
capazes <strong>de</strong> se fazerem capachos, era ne^<br />
cessario que alguém, selvagem e ru<strong>de</strong>mente,<br />
lhe viésse dizer da plateia, na melor<br />
peia <strong>de</strong>sagradavel do assobio e da pateada,<br />
que alguém ha não dando os seus<br />
aplausos a esse grupo <strong>de</strong> rameiragem<br />
que vae ao asalto da gloria, como se a<br />
arte fose tavolajem ou mêza <strong>de</strong> monte.<br />
Foi um momento terrível esse da<br />
pateada, um momento <strong>de</strong> execução Capital:<br />
era uma justiça gran<strong>de</strong> e alta a ex,er<br />
cutar. Doloroso, <strong>de</strong> certo. Ninguém é<br />
algoz <strong>de</strong> coração leve e muito menos sem<br />
magua. A palida serenida<strong>de</strong> da justiça<br />
é também um pouco a pali<strong>de</strong>z do horror.<br />
Comprehen<strong>de</strong>rà todo o dó que <strong>de</strong> mim<br />
se apo<strong>de</strong>rou ao ter <strong>de</strong> fazer» esta execução."<br />
* '<br />
imagine agora quando uma mulherse<br />
mette <strong>de</strong> premeio a pedir mesericordia...<br />
a pieda<strong>de</strong> agarra-nos péla nuçà ;<br />
ôscila-se entre a,bonda<strong>de</strong> e a justiça!<br />
Sér bom è fácil, justo é dificílimo.<br />
E' doloroso, imensamente doloroso. Não<br />
calcula, não calcula que eu bem sei, a<br />
magua enorme que me inspirou quando<br />
a A<strong>de</strong>lina Abranches, meigamente, o trazia<br />
adiante, súplice-, <strong>de</strong> braços estendidos,<br />
pedindo' para si as palmas que sobre<br />
ella vinham como incitamento á Sua<br />
corajem <strong>de</strong> artista sincera, batida pela<br />
malva<strong>de</strong>z e pela inveja. Que- cobar<strong>de</strong> situação<br />
em que eu vi V. Ex. a !<br />
Faz-me dó, creia. Tive até a i<strong>de</strong>ia<br />
re<strong>de</strong>mptora <strong>de</strong>, conjunctamente com um<br />
grupo <strong>de</strong> amigos <strong>de</strong>cididos, o raptar para<br />
o livrar a tão terrível vergonha.<br />
Não pou<strong>de</strong> ser... o peor foi para V.<br />
Ex. a que tão miserável figura reprezentou<br />
n'este entremez.<br />
Outros motivos ouve para a pateada<br />
e esses dizem-se em tão poucas
2 RCSZISTKMCIA — Quiii ta-feira, 2ii <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> l»OI<br />
A S E V É R A<br />
COMUNICADOS<br />
palavras que muitos se admirarão <strong>de</strong> não<br />
lerem collaborado.<br />
Se se tratasse <strong>de</strong> fazer resurjir<br />
esse mundo <strong>de</strong> fidalgos pandilhas e trazer<br />
para a socieda<strong>de</strong> d'oje essas rameiras<br />
coroadas em scena; se a arte estivesse<br />
tão baixa que necessitasse <strong>de</strong> recorrer<br />
a todos os meios <strong>de</strong> mercantilismo<br />
ignóbil <strong>de</strong> que V. Ex. a se serve ; se<br />
uma obra em que não á uma saída digna,<br />
um personajem com moral que se<br />
aproveite, um facto significando dignida<strong>de</strong>,<br />
fosse uma obra d'arte; se o facto<br />
<strong>de</strong> aproveitar esta porcaria que em<br />
todos nós existe — a ten<strong>de</strong>ncia para a<br />
pronografia — não fosse uma baixeza ;<br />
ainda, se me dissesse que era peça para<br />
ser reprezentada entre rameiros é fadistas,<br />
encontrar-me-ia sempre do lado dos<br />
que aplau<strong>de</strong>m.<br />
Jâ vê Y. Ex. a como fácil sou <strong>de</strong> contentar<br />
n'este ponto em que estamos em<br />
<strong>de</strong>zacordo.<br />
A sua peça embora muitos queiram<br />
que estejam bem architetada e outros lhe<br />
<strong>de</strong>em palmas por ter ter tido umas tantas<br />
reprezentaçõis em Lisboa, tem para<br />
nós a consi<strong>de</strong>ração d'uma peça reprezentada<br />
em qualquer alfurja do Bairro Alto.<br />
Que significa, que elevação tem, on<strong>de</strong><br />
a reivindiçação <strong>de</strong> qualquer coisa gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ensinamento para esta socieda<strong>de</strong> que<br />
se esbrôa ? Que preten<strong>de</strong>, que procura<br />
essa peça on<strong>de</strong> só á canalhice, pelintrice<br />
elevada á categoria <strong>de</strong> vicio galante:<br />
Creia V. Ex. a , e com magna o digo,<br />
não vejo por on<strong>de</strong> lhe pegue apesar da<br />
bôa vonta<strong>de</strong> que tenho em correspon<strong>de</strong>r<br />
amabilida<strong>de</strong> por amabilida<strong>de</strong>. Mas pô<strong>de</strong><br />
coutin.uar porque muita gente séria o<br />
aplaudio.<br />
Ainda á poucos dias em conversa no<br />
caes um celebre lente <strong>de</strong> medicina o <strong>de</strong>fendia.<br />
Puz, todavia, <strong>de</strong> parte esta <strong>de</strong>feza<br />
atten<strong>de</strong>ndo a que seria para justific;<br />
r um amigavel abraço dado no palco<br />
e porque, pela situação especial em que<br />
se encontra na faculda<strong>de</strong>, a isso se vio<br />
obrigado por <strong>de</strong>ver d'officio. Attente Y.<br />
Ex. s que o ilustre medico é lente <strong>de</strong><br />
partos. A Severa foi um parto infeliz.<br />
A <strong>de</strong>feza da parte do conceituado clinico<br />
é natural.<br />
De Y. Ex. 1<br />
sendo acuzado <strong>de</strong> roubar dois castiçais,<br />
nunca mais pou<strong>de</strong> mostrar uma celebre<br />
custodia <strong>de</strong> prata lavrada da colejiada<br />
Reprezentou-se no sabado pela pri-<br />
<strong>de</strong> Guimarães don<strong>de</strong> lhe vinha este nome, Sr. redator da «Rezistencia»—Coimmeira<br />
e provavelmente ultima vês, em<br />
como po<strong>de</strong>ria vir-lhe outro armario oa bra.—Junto induzo os comunicados e<br />
<strong>Coimbra</strong>, a zarzuéla <strong>de</strong> costumes tauro-<br />
cortina. Este maluco como lhe chamão, <strong>de</strong>claração (copia), cujos enviei ao «Primachicos<br />
— A Sevéra que, como se sabe,<br />
anda a juntar dinheiro para uma pan<strong>de</strong>meiro <strong>de</strong> Janeiro», em consequência <strong>de</strong><br />
é <strong>de</strong>pois do entalanço dos Crucificados<br />
gazinha com a Sevéra, como o seu coléga duas noticias publicadas n'este jornal,<br />
e antes da pepineira do Serão nas La-<br />
dos Anjos andava á procura do badalo. em* correspondência d'esta cida<strong>de</strong>, que<br />
ranjeiras, um dos menos aplaudidos ori-<br />
O bélo ar da Mouraria curou-o dos aci- me diziam respeito; rogo pois a v. o iavor<br />
jinais dêsse autor infelis, Julio Dantas.<br />
<strong>de</strong>ntes e apanhando um tremendo boléo da publicação d'estas no seu apreciado<br />
«Ioraiai tle Abraattcs<br />
Entrou no seu 5.° ano da publicação<br />
o nosso prezado confra<strong>de</strong> Jornal <strong>de</strong><br />
Abrantes, que tão nobremente peleja pela<br />
cauza republicana.<br />
Àfetuozas saudaçõis ao valente camarada,<br />
com votos sinceros por larga e<br />
fortunoza vida.<br />
Realízão-se no sábado, na <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
os exames <strong>de</strong> grego dos alumnos<br />
do 5.° ano Telójico srs. Antonio Figueira,<br />
e Olimpio Yieira <strong>de</strong> Mello.<br />
Vae gran<strong>de</strong> entuziasmo para a tourada<br />
que o curso do 4.° ano jurídico realiza<br />
na Figueira, no proximo dia 2.<br />
Os bilhetes tem sido vivamente disputados.<br />
P l I B U C A Ç O E S<br />
Por que saiu muito incorreta a<br />
nota aqui publicada sobre varias<br />
obras da conceituada Livraria C lassica<br />
Editora, <strong>de</strong> que é <strong>de</strong>positário<br />
em <strong>Coimbra</strong> o sr. João Rodrigues<br />
<strong>de</strong> Moura Marques, proprietário da<br />
acreditada Lvvrcvria Académica, voltamos<br />
oje a publical-a:<br />
Conselhos aos dirigidos — por<br />
Tolstoi 1 vol<br />
E' uma compilação interessante <strong>de</strong><br />
vários escritos do gran<strong>de</strong> pensador russo<br />
cujo nome é universalmente conhecido e<br />
cuja obra tão largos e acalorados <strong>de</strong>bates<br />
tem provocado no mundo pensante.<br />
Em varias cartas, artigos, diversas<br />
nótulas, Tolstoi esclarece pontos vários<br />
da sua doutrina, mal aprendidos ou<br />
divergentemente interpretados, com um<br />
gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> raciocínio e <strong>de</strong> clareza.<br />
E em todas as suas palavras se afirma o<br />
apostolo ar<strong>de</strong>nte dum gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />
pacificação e <strong>de</strong> amor, cuja realisação<br />
à-<strong>de</strong> obter-se, segundo ele, pela «não<br />
rezistencia ao mal pelo mal.<br />
Este ponto da sua doutrina acen<strong>de</strong>u<br />
disputas ar<strong>de</strong>ntes, e nos «Conselhos aos<br />
dirijidos» Tolstoi explica ainda, largamente,<br />
como os seus princípios tem sido<br />
por vezes mal compreendidos, principalmente<br />
esse principio fundamental da<br />
sua obra.<br />
Para todos os que se interessam pela<br />
obra do gran<strong>de</strong> escritor, o volume que<br />
a Livraria Classica Editôra, <strong>de</strong> Lisboa,<br />
vem <strong>de</strong> publicar em correta tradução<br />
portuguêza, é indispensável como em<br />
bom elemento <strong>de</strong> interpretação.<br />
Madalena — por Albino dos San<br />
tos — E' um poemeto, em 3 cantos. O<br />
têma é velho e os versos frouxos. A edição<br />
excelente.<br />
Auto Pastoril — por Pedrozo<br />
Rodrigues —2. a edição. Do Auto Pasto :<br />
ril falou já largamente o nosso colaborador<br />
João <strong>de</strong> íiarros.<br />
O Mundo alegante<br />
Sumario do n.° U, correspon<strong>de</strong>nte a 20<br />
<strong>de</strong> maio :<br />
TEXTO<br />
S. A. I. a Con<strong>de</strong>ssa d'Eu, por Otávio<br />
Men<strong>de</strong>s. — Correio da Moda e elegancia,<br />
por Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza. — Crónica<br />
Pariziense, por Luciano C. <strong>de</strong> Castro.<br />
— Guerra Junqueiro, por Xavier <strong>de</strong><br />
Carvalho. — Personalida<strong>de</strong>s brazileiras,<br />
dr. Antonio <strong>de</strong> Lemos (Pará), dr. Silvério<br />
Jozé <strong>de</strong> Nery (governador do Estado do<br />
Amazonas). " Manoel Coelho <strong>de</strong> Castro<br />
(Manáos), -dr. Nelson dc Sena (Bélo Orizonte),<br />
dr. conego João <strong>de</strong> Barros, vigário<br />
do Rozario (S. Paulo), por A. <strong>de</strong> Souza.<br />
—-M. me Ibrantina Cardona, por Xavier<br />
tle Carvalho. — M. me Eliza Guillobel, por<br />
A. <strong>de</strong> Souza.—Álbum poético.—Espuma<br />
amarga, p'or Cristóvão Aires.— Aos me<br />
dicos, por Candido <strong>de</strong> Figueiredo.—Noite,<br />
por Ibrantina Cardona.—Quimeras ainda,<br />
por Albertina ParaizO.— Magna dôr, por<br />
Elvira Gama. —Olhos pretos, por Diogo<br />
Souto. — Oração intima, por Manuel Jozé.<br />
—M. 1; * Valentine Yerfain.por A. <strong>de</strong> Souza.<br />
— Os nossos figurinos e bordados por<br />
Mes<strong>de</strong>moísellés Amélia e Erminia <strong>de</strong><br />
Souza. —Facécias, por João Risonho —<br />
Passatempo^charadas, por Lnzitano, dr.<br />
Obscuro e R. A. L—Paris-Portugal-Brazil.<br />
A nossa carteira, por Rigoletto.<br />
GRAVURAS<br />
Atris Maria Pia d'Almeida (na capa)<br />
— S. A. I. a Con<strong>de</strong>ssa d'Eu. — O poeta<br />
Guerra Junqueiro.— Doutor Antonio <strong>de</strong><br />
R12XISTEWC1A — Oiiinía-IVi r;», 36 «le Maio <strong>de</strong> 1 9 0 4 11<br />
Lemos.— Doutor Nelson G. <strong>de</strong> Sena.—<br />
Doutor Silvério Jozé <strong>de</strong> Nery.— Manoel<br />
Coelho <strong>de</strong> Castro. — Cónego doutor João<br />
<strong>de</strong> Barros.—Madame Ibrantina Cardona.<br />
Madame Eliza Guillobel. — M. Ue Valentine<br />
Verlain, atris do teatro <strong>de</strong> Vau<strong>de</strong>vílle—M."<br />
e Marthe Regnier, atris do teátro<br />
<strong>de</strong> Vau<strong>de</strong>ville.—Com o pé no estribo,<br />
quadro <strong>de</strong> Léon Girar<strong>de</strong>t — Vinte e um<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> modas compreen<strong>de</strong>ndo: coruhos<br />
bluzas, toileltes para passeio, termas,,<br />
gar<strong>de</strong>n-parti, ceremonia, vizita,<br />
chapéus, etc.<br />
Sete <strong>de</strong>zenhos <strong>de</strong> bordados, compreen<strong>de</strong>ndo<br />
nomes, brazõis, emblemas,<br />
quadrados para carteira, etc.<br />
MUZICA<br />
Grand-Prix, por Desmarquoy.<br />
FOLHA SUPLEMENTAR COLORIDA<br />
Duas elegantes toiletes <strong>de</strong> passeio.<br />
O Mundo Elegante, assina-se em todas<br />
as livrarias <strong>de</strong> Portugal e Brazil ou pedindo<br />
a assinatura dirétamente para Paris,<br />
dirijindo-se a A. DE SOUZA, 30 bis,<br />
rtie Bergère. Preço por ano ou 24 números<br />
í»,000 reis, moeda portuguêza.<br />
A C . O M H ;<br />
Acabárão-se as doenças, dó estomago,<br />
do figado, dos intestinos, dores <strong>de</strong> cabeça<br />
indijistõis, cólicas, palpitaçõis do coração<br />
e falta <strong>de</strong> apetite, porque as pilulas antidispéptícas<br />
do d r. Heinzelman cúrão todas<br />
essas doenças em pouco tempo;'não<br />
sendo necessário nem diéta nem resguardo,<br />
pois êsse remédio sendo feito<br />
com érvas do Brazil é tão po<strong>de</strong>rôzo e<br />
atúa tão eficásmente no organismo que<br />
moléstias que durárãô anos ce<strong>de</strong>m com<br />
um vidro Ou dois dêsse medicamento.<br />
As pilulas do dr. Heinzelman, médico<br />
farmacêutico, encontrão-se nas boas farmácias.<br />
Depósito em <strong>Coimbra</strong>: srs.<br />
Rodrigues da Silva & C.\<br />
Repara... Lê • Trata-se<br />
dos teus interesses<br />
18 anos são passados<br />
<strong>de</strong>pois que<br />
is c mlipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />
asma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />
«ncomodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcatrão, compostos (Reboçãdos<br />
Milagrosos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />
do alcatrão, jenuinamente mediei<br />
naf, junto a outras substancias apropriadas,<br />
sé evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />
eficácia.<br />
• E tanto assim, que os bons rezultádos<br />
obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />
compostos (Rebuçados Milagrosos)<br />
são confirmados, não só por<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />
mas também por abalizados facultativos.<br />
Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />
Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />
pelo correio ou fóra do Porto, 220 réi§"<br />
AOS QUE SOFREM<br />
A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />
dores no estomago, no figado, <strong>de</strong>zarranjo<br />
dos intestinos, dores <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />
canceira?,indijestõis e moléstias ner<br />
vozas, aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />
do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />
com vejetais do' Brazil, como o<br />
unico e mais eficás dos remédios conhe<br />
eidos para curar rapidamente as moléstias<br />
já <strong>de</strong>zignadas. Em minha numeroza clinica<br />
tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />
rezultados.<br />
Dr. Abel M. Faria.<br />
Encontram-se nas bôas farmacias<br />
Ajentes em <strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />
Silva & C. & R. Ferreira Borjes.<br />
O MUMS9© EK.JJtliXTK<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRAÍDÂ '<br />
DE<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Preles).<br />
Redátores das secções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />
D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />
Bregero, Paris.<br />
Alodà Tlluátfàdà<br />
Jornal das famílias — Publicação semanal<br />
Diretõra: D. LEONOR MALDONADO<br />
Condições da assinatura : por ano com<br />
1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />
mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />
com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />
m m réis.<br />
Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />
em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 2ii números<br />
com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2$500<br />
réis.<br />
Trimestre, números com h òO gravuras<br />
em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 13 números<br />
com 260 gravuras do bordados, 1)5300<br />
réis.<br />
Cada número da Moda Ilustrada 9<br />
acompanhado dum número do Petil Eco<br />
<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />
em todos os géneros, roupas <br />
3 ,;;6<br />
4 ,35 »<br />
5,37<br />
6 ,25<br />
6,40<br />
8,10 noite<br />
12 ,15<br />
PartidLas<br />
estação B<br />
05 m<br />
C/3 O<br />
i2 'S "S<br />
m ~ i 1<br />
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-e -o §<br />
o<br />
«3 O<br />
•J3 -S -O<br />
BO®<br />
^<br />
'<br />
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Cfl 'O<br />
J£ „ ã<br />
ira JS<br />
o> o<br />
Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong><br />
indicado neste orario é consi<strong>de</strong>rado ex<br />
raordinario.<br />
Tatoéla cio preços<br />
Largo das Ameias ou Caza do Sal á<br />
Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á<br />
Rua do Infante D. Augusto— 40 réis,<br />
Largo das Ameias, Cáza do Saf ou<br />
Rua Infante D. Augusto ao Mercado —<br />
30 réis.<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazonietro ao<br />
Largo <strong>de</strong> ft.1 Luís — 30 réis.<br />
Largo <strong>de</strong>, D. Çarlos ou Gazómetro ao<br />
Mercado — 2t) réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />
Largo das Ameias ou Mercado — 50<br />
réis.,<br />
Estação B dos" Câminhns dê ferro á<br />
rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />
Estação B dos caminhos f'e ferro á<br />
Caza do Sal, — 20 réis.<br />
' A assinatura para os bilhetes pessoais<br />
está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />
12$000; e 9$000 réis para os menores <strong>de</strong><br />
14 anos e creados, sendo estes últimos<br />
le logares na plantaforma dos carros.<br />
Còres dos faróis<br />
Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />
Vermelha, estação B.<br />
Branca, Caza do Sal.<br />
Amarelo escuro, reservado.<br />
Des<strong>de</strong> Ò dia 1 <strong>de</strong>'Maio na estação da<br />
Rua do Infante D. Augusto recebem-se<br />
encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spaclios para<br />
a gran<strong>de</strong>.e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />
do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />
haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />
Só se recebem volumes cujo pezo<br />
máximo não seja muito superior a cem<br />
kilos.<br />
Recebem-se anuneios para serem<br />
fixados, no interior <strong>de</strong><br />
todos os earros em circulação<br />
pelo preço anual <strong>de</strong><br />
ÍS^OOO réis, sendo os<br />
anúncios e selos por eonta<br />
do anunciante.<br />
Loteria <strong>de</strong> santo Antonio<br />
SANTA CASA<br />
DA<br />
MISERICÓRDIA DE LISBOA<br />
60:000$000<br />
Extracção a 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />
Bilhete», a 30|i000 réis<br />
Vigésimo» a I$5«0 réis<br />
A Commissão administrativa da loteria,<br />
incun\l)e-se <strong>de</strong> remçtter qualquer<br />
encomménda <strong>de</strong> bilhetes ou vigésimos,<br />
logo que ella seja acompanhada, da sua<br />
importancia e mais 75 réis para o seguro<br />
dp. correio.<br />
Quem comprar IO ou mais bilhetes<br />
inteiros tem uma tommissão <strong>de</strong> 3 p. c.<br />
Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos ao<br />
secretario.<br />
Remettem-se listas a todos os compradores.<br />
Lisboa, 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />
O Secretario,<br />
José Murinello.<br />
Pulverizadores estrangei-<br />
geiros legítimos<br />
~ s r<br />
Marcas Yermoel e Gobet<br />
A 8 : 0 0 0<br />
Ven<strong>de</strong> José Lopes ds Garvalbo.<br />
Praça <strong>de</strong> Rodrigues Lobo<br />
Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampilhóza<br />
(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> feria)<br />
Mourão Teixeira Lopes & 0. a<br />
Telha, tipo <strong>de</strong>. Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />
as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />
<strong>de</strong> construção<br />
Os produtos désta fabrica, especializando<br />
a TELHA, tipo dá Marselha, impõem-se<br />
pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />
prima e esmero do fabrico, obtido<br />
pelo .processo mais ,mo<strong>de</strong>rno e apeffeiçoado.<br />
'V ' . '. : * — .. (í<br />
Remetem-se tabêlas <strong>de</strong> preços a quem<br />
as requisitar. -<br />
ESCRITORIO E DEPOZITO:<br />
Rua <strong>de</strong> Alexandre Erculano. 236<br />
PORTO<br />
Fabriea.: PAMPILHÓZA do BOTÃO<br />
Telegramas: KERAMOS—M<br />
Telefone 53í<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> —Basilio<br />
Xavier Andra<strong>de</strong> & F. os<br />
União Vinícola do Dãíi<br />
Parceria <strong>de</strong> lavradores dos melhores<br />
vinhos portuguêzes, á venda na<br />
Mercearia LUZITANA<br />
(Dépózíto único em <strong>Coimbra</strong>)<br />
anificas PÉlicaràs<br />
O ENSINO SCIENTIFICO<br />
E INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAIS DESCOBERTAS DE IÇO3<br />
POR<br />
Ama<strong>de</strong>u <strong>de</strong> Vasconcelos<br />
( MARIOTE )<br />
Preç» í»J réis franco <strong>de</strong> porte<br />
ELEIÇÕES E PARLAMENTOS<br />
NA EUROPA<br />
PELO<br />
Gapitão Enrique Batista A<br />
É o trabalho mais completo publicado na Eur<br />
Prpço, IjtSOO réis. franco<br />
<strong>de</strong> porte<br />
O PELOURINHO<br />
PELO<br />
Dr. Antonio. Claro<br />
CRITICA Á NOSSA HISTORIA POLITICA<br />
DESDE L8L7<br />
E' um grosso volume <strong>de</strong> 320 pag.<br />
Perco, ISOOO réis, franco dê porte<br />
Pedidos á livraria FIGUEIRINHAS JÚNIOR<br />
75, R. das Oliveiras 77<br />
PORTO<br />
A's Damas Elegantes<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Já chegou a esta cida<strong>de</strong> á sua<br />
casa na rua <strong>de</strong> Ferreira Borges, n.°<br />
185, i.°, vindà da capital on<strong>de</strong> foi<br />
fazer o seu sortido para. a prezente<br />
estação, a bem conhecida ModlStS<br />
<strong>de</strong> Lisboa, que tem. a onra <strong>de</strong><br />
aprezentar ás damas Conimbricenses,<br />
um sortido em ChspeOS M0dêlOS<br />
da mais alta novida<strong>de</strong> e finíssimo<br />
gosto para todos os preços.<br />
Traz também gran<strong>de</strong> sortido <strong>de</strong><br />
cascos, flores e outros artigos <strong>de</strong><br />
novida<strong>de</strong> em conféçõis para chapéus,<br />
que ven<strong>de</strong> por preços excessivamente<br />
baratos.<br />
Pé<strong>de</strong> ás exm. as Damas a fineza<br />
<strong>de</strong> não comprarem sem primeiro<br />
verem o seu enorme sortido.
4 REZISTENCIA — Quinta-fcira, 24$ <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1904<br />
Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
Sulfatada—Calcica<br />
A única anaiysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
GNlabelecimento balnear a 2 kilometros da estação <strong>de</strong> lloffofore»<br />
Can o» á ebegada <strong>de</strong> todos OH comboio»*<br />
INDICAÇÕES<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesieaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangae, não ha nenhuma no paiz qne<br />
se lhe avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />
nem pelo transporte<br />
A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
4, Rua Ferreira Borges<br />
filos ia Empreza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> laoos<br />
Vinhos tintos...<<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete . .<br />
Trinca <strong>de</strong>i ro .<br />
Clarete .<br />
Marialva .<br />
Fernão Pires.<br />
Vinhos brancos-) S&uterne.<br />
Diagalves.<br />
Marialva .<br />
(SEM GARRAFA)<br />
Licoroso branco<br />
Vinhos licorozos!*, , * lnt0 ; • • • • , •<br />
Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodonco<br />
Pimentel<br />
Vinagre \ Branco<br />
Azeite ) Aze:ite d'01iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
) d'01iveira Feijão)<br />
PJ^oQ^EDl VINHOS<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
Garafa |y, gar<br />
110<br />
130<br />
150<br />
170<br />
140<br />
170<br />
180<br />
180<br />
260<br />
250<br />
500<br />
90<br />
300<br />
Preços espeefaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — João Borjes<br />
Sucursal na Alta<br />
27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CÂZÀ ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. A. da Costa Pinto<br />
C O I M B R A<br />
Installação provisoria: rua da Sota n 0 8.<br />
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DE PASTO<br />
a-EKTXJinsros»<br />
GO<br />
70<br />
80<br />
90<br />
80<br />
90<br />
100<br />
100<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para consumo e exportação<br />
Vendas por junto e a miúdo<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> Tenda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong>
Editor<br />
MANUEL DOLIVEIRA AMARAL<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Democratica<br />
ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />
N.° 906 COIMBR×Domingo, 29 <strong>de</strong> maio áe 1904 IO. 0 ANO<br />
0 ACORDO<br />
Está feito o acordo entre rejeneradores<br />
e progressistas para as<br />
próximas eleições, e para quem<br />
tenha conhecimento dos processos<br />
á muito em voga na politica portuguêza<br />
não representa esse acontecimento<br />
uma aberração propicia<br />
a estranhezas e a comentários indignados.<br />
Sem duvida certos fatos á que,<br />
ainda que velhos e <strong>de</strong> nossa muita<br />
intimida<strong>de</strong>, nos revoltam e enojam<br />
quando se exhibem; mas o que nós<br />
preten<strong>de</strong>mos acentuar é que o accôrdo,<br />
mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem já<br />
voado pelo ar setas, farpões e vários<br />
tiros inimigos, não dão matéria<br />
nova para afogueamentos <strong>de</strong> cólera<br />
puritana.<br />
Porque, reparando bem na istotoria<br />
da politica do rejimen, acharemos<br />
que o acordo <strong>de</strong> todos os<br />
seus ómens data <strong>de</strong> lonje, e que a<br />
momentanea diverjencia em questõis<br />
<strong>de</strong> lana caprina não exclue <<br />
concordância fundamental <strong>de</strong> pro<br />
cessos e orientação pelo que toca<br />
á exploração do país.<br />
As ameaças <strong>de</strong> ostilida<strong>de</strong>s feras<br />
que uns aos outros fazem é uma<br />
velha comedia. Pó<strong>de</strong>m ter amúos.<br />
Exijencias não satisfeitas pó<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>terminar caseiras tempesta<strong>de</strong>s<br />
Mas porque um procedimento mais<br />
estrondoso, no sentido <strong>de</strong> difficultar<br />
a acção governativa do grupo no<br />
po<strong>de</strong>r, importaria para o grupo ba<br />
rulhento o perigo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sconceituado<br />
perante a suprema torça que<br />
presi<strong>de</strong> á rotação, rezulta que o ataqueque<br />
se fazem tem o caracter duma<br />
leve escaramuça para inglez ver,<br />
lembra uma manobra com tiroteios<br />
<strong>de</strong> polvora seca.<br />
O acôrdo dos monárquicos<br />
velho, é <strong>de</strong> sempre, e o que á tal<br />
vez a distinguir é a abilida<strong>de</strong> em<br />
disfarçal-o melhor ou peior, o cuidado<br />
maior ou menor em vestir-lhe<br />
'aparências guerreiras.,<br />
Um <strong>de</strong>putado <strong>de</strong>clarou, na ul<br />
tima lejislatura, que não conhecia<br />
ninguém no seu circulo e que se<br />
estava ali era tão somente por ace<br />
<strong>de</strong>ncia jentil do Ministério do reino<br />
E todos sabem <strong>de</strong> resto que os go<br />
vernos, e não o pais, é que faz as<br />
eleições, <strong>de</strong> tal forma que a maioria<br />
<strong>de</strong> ôje é a minoria <strong>de</strong> ámanhã;<br />
e todos sabem também que é firme<br />
o acôrdo entre todos os monárquicos<br />
para manter este statu-quo, obstando<br />
por todas as formas a que a<br />
manifestação livre do sufrajio possa<br />
perturbar esta cómoda e pacífica<br />
funçanata.<br />
Depois ão-<strong>de</strong> ter notado que os<br />
que na opozição combatem a obra<br />
dos governos, raríssimo <strong>de</strong>stroem,<br />
quando guindados ao po<strong>de</strong>r, essa<br />
obra; e, bem ao contrario, a <strong>de</strong>fendam<br />
e ampliam, esquecendo as suas<br />
fogosas <strong>de</strong>blaterações, os seus compromissos,<br />
as suas promessas.<br />
O que significa esta atitu<strong>de</strong>,<br />
senão a existencia dum acôrdo fundamental<br />
<strong>de</strong> processos ?<br />
Os attentados, os <strong>de</strong>satinos, as<br />
imoralida<strong>de</strong>s com tanto ardôr <strong>de</strong>nunciados,<br />
para logo se esquecem;<br />
e, no po<strong>de</strong>r, os bravos poritanos<br />
não fazem mais do que augmentar<br />
o<br />
numero <strong>de</strong>ssas feias cousas, tão<br />
combatidas, tão verberadas.<br />
Não á liberda<strong>de</strong>s, porque os partidos<br />
monárquicos acordárão em suprimil-as.<br />
Golpe que um lhes vibrasse,<br />
era golpe que os outros secundaríão,<br />
com raiva. Não á credito, porque<br />
os partidos monárquicos acordárão<br />
em fazel-o <strong>de</strong>saparecer pela pratica<br />
igual <strong>de</strong> <strong>de</strong>satinos semelhantes,<br />
ístamos reduzidos á condição <strong>de</strong><br />
um povo miserável, sem nada que<br />
o imponha ao respeito <strong>de</strong> extranhos<br />
mesmo ao entuziástico amôr dos<br />
seus, porque os partidos monárquicos<br />
acordárão na adoção duma mesma<br />
politica, que avia <strong>de</strong> leval-o<br />
fatalmente a este fim in<strong>de</strong>coroso.<br />
Emfim, o acôrdo vem <strong>de</strong> lonje, tem<br />
existido sempre. Nas pequenas terreolas<br />
provinciànas, os políticos<br />
ainda se esmurram por vêzes com<br />
alma. Mas na alta política todos<br />
êles se enten<strong>de</strong>m, porque existe o<br />
acôrdo que lhes garante a fruição<br />
<strong>de</strong> regalias e benesses mesmo em<br />
tempo <strong>de</strong> ostracismo.<br />
E <strong>de</strong> acôrdo com os partidos<br />
monárquicos, sancionando-lhes os<br />
processos, exorando-os com ã sua<br />
confiança, está a Corôa, sem a qual<br />
êles não po<strong>de</strong>ríão vivêr.<br />
De fórma que o acôrdo está <strong>de</strong><br />
á muito estabelecido entre os partidos<br />
monárquicos e a Corôa contra<br />
o paiz, que para êles nada reprezenta,<br />
e entra como ínfima comparsaria<br />
nas baixas comedias que promovem.<br />
O acôrdo <strong>de</strong> agora não é, pois,<br />
um fato novo, para admirações<br />
cóleras, mas é um fato que convém<br />
pôr em <strong>de</strong>staque, para que o país<br />
compreenda a triste figura que está<br />
fazendo.<br />
-^Centra Eleitoral Republicano Jozé Falcão<br />
CONFERENCIA<br />
O nosso eminente correi!<br />
glossário sr. dr. BSernardino<br />
Is achado realiza ámanhã, se<br />
gnnda-feira, pelas 8 horas da<br />
laolle, «iaa conferencia no<br />
«Centro IíSeitoral Stepubllca<br />
no», cujo tema será: Eleições<br />
A esta eonfereueia outras<br />
se seguirão, feitos por vários<br />
republicanos prestijiozisslmos.<br />
Parece que estão quebradas as<br />
relações entre a Santa-Sé e a França—<br />
a filha primojenita da Igreja.<br />
Nós sempre <strong>de</strong>sconfiamos que<br />
esta filha havia <strong>de</strong> envergonhar a<br />
familia, <strong>de</strong>ixando-se levar nos bra-<br />
ços do Satan revolucionário.<br />
Atinjiu a maiorida<strong>de</strong>, e<br />
Valeram as investações a retel<br />
lar domestico.<br />
Safou-se.<br />
Desgostos...<br />
nao<br />
a no<br />
Terminam no dia 21 <strong>de</strong> junho as aulas<br />
na Escola Nacional <strong>de</strong> Agricultura.<br />
« O MUNDO»<br />
Foi apreendido este nosso prezado<br />
colega e <strong>de</strong>nodado batalhador<br />
da causa republicana.<br />
Percorremos com escrupulosa<br />
inquizitorial atenção o numero<br />
vitimado pela fúria policiasca do<br />
sr. Intze Ribeiro: relemol-o com o<br />
interesse anciôzo <strong>de</strong> quem busca<br />
ilar as razôis dum fato insólito: e,<br />
mau grado todas as nossas pesquizas<br />
e longas cojitaçôis, não lobrigamos<br />
o motivo que justificasse a<br />
3rutalissima medida.<br />
O Mundo tratava <strong>de</strong> cazos vários<br />
da nossa politica, sem exaltação,<br />
com um comedimento, que<br />
está lonje da linguajem <strong>de</strong>stemperada<br />
<strong>de</strong> certos senhores, em momento<br />
em que o ostracismo a prolonga<br />
em excesso, e o estomago<br />
bazio provoca tresloucamentos furiozos.<br />
Nada que explicasse a apreensão,<br />
avia, o que significa que o<br />
odio velho do sr. Intze Ribeiro não<br />
cançou e se dispôi a serias exibiçóis<br />
perseguidoras, no duplo intento <strong>de</strong><br />
vingar antigos incomodos e obter o<br />
silencio pará certas tramóias.<br />
Escuzado será afirmar o nosso<br />
prezado coléga a nossa solidarieda<strong>de</strong><br />
e o protesto veemente contra o<br />
covardíssimo atentado.<br />
Parece que o sr. Pequito se<br />
dispõe a apresentar plano fazendario<br />
<strong>de</strong> tomo.<br />
Mas Pequito provadamente débil<br />
para o esforço <strong>de</strong> altas cavalarias,<br />
é neste caso um pseudonimo.<br />
Quem será o autor da obra<br />
anunciada ?<br />
Não <strong>de</strong>sponta na imprensa oficiosa<br />
<strong>de</strong>smentido algum sobre a<br />
anunciada viajem rejia.<br />
Para tranquilizar os ânimos dos<br />
patriotas forretas digam ao menos<br />
que Sua Majesta<strong>de</strong> vae ao extranjeiro<br />
em. . . comissão gratuita.<br />
E fica tudo satisfeito.<br />
Se já lá tem ido tanta jente.<br />
O sr. Teixeira <strong>de</strong> Souza vae<br />
arpoar ovação rija em Celeiros,<br />
Sabrosa, Alijó, Sanfins, etc., etc.<br />
O sr. Campos Enriques anda por<br />
Santo Tirso e outras localida<strong>de</strong>s a<br />
colher o triumfo.<br />
Estão a ver a politica portuguêza<br />
reduzida a um combate <strong>de</strong><br />
filarmónicas em arraial minhoto<br />
Anda em jornais que o financeiro<br />
Burnay vae <strong>de</strong> conta do go<br />
verno negociar um emprestimo no<br />
extranjeiro.<br />
Mais um serviço que o ilustre<br />
con<strong>de</strong> <strong>de</strong>bitará ao pais, a que com<br />
tão patrióticas intenções procura<br />
sempre ser util.<br />
Pelas intenções do nobre ju<strong>de</strong>u<br />
ficamos nós.<br />
Nele é tudo puro: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as intenções<br />
ás virjens do Centenario...<br />
Partido republicano<br />
Desataviadamente, em amotações simples,<br />
<strong>de</strong> lonje vimos prégando a necessida<strong>de</strong><br />
do partido republicano se organizar<br />
solidamente, propondo-se a execução<br />
d'uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> rejeneração e <strong>de</strong><br />
justiça.<br />
Num momento <strong>de</strong> amargura e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zalento, quando a consumação d'uma<br />
enorme infamia caia pezadamente, como<br />
uma <strong>de</strong>sgraça assoladora, sobre tantas<br />
almas crentes, á pouco ainda gritando<br />
cóleras e cantando esperanças, nós encontramos<br />
forças bastantes para opôr ao<br />
grito concitador da <strong>de</strong>bandada a vós animoza<br />
<strong>de</strong> reunir. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então que só<br />
palavras <strong>de</strong> incitamento temos <strong>de</strong>ixado<br />
aqui, tocadas da sincerida<strong>de</strong> que nasce<br />
da <strong>de</strong>voção pura e serena do nosso<br />
i<strong>de</strong>al.<br />
A patria sofrera mais um golpe brutal.<br />
Crescera a sua <strong>de</strong>sventura. E isso<br />
bastava para que d'ela nos aproximássemos<br />
mais, enternecidamente, na participação<br />
d'essa dôr que nos tocava, não<br />
com lagrimas nos olhos, dobrados por<br />
comoção entorpecedora, mas direitos e<br />
fortes, com a alma erguida e o espirito<br />
a retemperar-se num proposito <strong>de</strong> jeneroza<br />
vindita.<br />
Vieram com essas concitações <strong>de</strong><br />
moço entuziásmo palavras melancólicas,<br />
notas azedas <strong>de</strong> ceticismo, duros conceitos<br />
<strong>de</strong> revolta ?<br />
E' que a obra a fazer exijia, para<br />
que não fosse uma artificioza construção,<br />
<strong>de</strong> aparências vistozas mas <strong>de</strong> alicerces<br />
oscilantes e vigamentos gastos, que se<br />
falasse alto a linguajem clara e ríspida<br />
da Verda<strong>de</strong>. Era preciso dizer tudo,<br />
confessar tudo, para que não continuas<br />
semos <strong>de</strong>sunidos e inúteis, mentindo uns<br />
aos outros, mentindo a nós proprios., repelindo<br />
como incomoda a realida<strong>de</strong> dos<br />
fatos, guardando com ardor a nossa intolerância,<br />
favorecendo por mil processos<br />
a nossa própria dissolução.<br />
Para os nossos omens apelamos,<br />
porque por eles essa obra <strong>de</strong>via começar.<br />
Que se juntassem todos, pedíamos,<br />
não para constituírem simplesmente<br />
um núcleo, um centro, uma comissão,<br />
não para se pren<strong>de</strong>rem pelos laços frágeis<br />
d'uma camaradajem aci<strong>de</strong>ntal; mas<br />
pata se confundirem na comunhão sincera<br />
d'um mesmo i<strong>de</strong>al, para se i<strong>de</strong>nti<br />
ficarem na mesma aspiração <strong>de</strong> o impo<br />
rem triunfante, pai»a que enfim d'esse<br />
amor a um principio luminozo e alto,<br />
pren<strong>de</strong>ndo-os na mesma sedução, viesse<br />
o mutuo amor entre eles, como um bom<br />
fruto nascido já d'um congraçarnento fecundo<br />
e belo <strong>de</strong> todos os espíritos sãos<br />
e.<strong>de</strong> todas as almas elevadas...<br />
Formar núcleos, exten<strong>de</strong>l-os, levar a<br />
toda a parte palavras <strong>de</strong> revolta e <strong>de</strong><br />
crença, educar e levantar a massa indi<br />
ferente e ignorante, crear carateres, for<br />
mar corações, impor o nosso programa<br />
e os nossos omens, aproveitar todos os<br />
ensejos <strong>de</strong> protesto e <strong>de</strong> luta, fazer emfim<br />
um gran<strong>de</strong> e perseverante apostolado<br />
da nossa causa, tudo isso preconisamos<br />
e queremos.<br />
Mas preliminarmente reputamos que<br />
era preciso, para tal empreza, que nos<br />
robustecessemos, vestindo para a luta o<br />
arnez impervio d'urna autorida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
todos os pérfidos ataques viessem <strong>de</strong>sfa^<br />
zer-se, armando-nos da arma po<strong>de</strong>rosa<br />
d'um exemplo dominador que vencesse<br />
<strong>de</strong>ciziv.imeute os nossos adversarios.<br />
Fazer omens, melhorar os omens<br />
Éramos fracos, vergavamoí , constranjidos,<br />
manietados, ao peso duro^ <strong>de</strong> mil<br />
preconceitos tristes, sob a carga <strong>de</strong> mil<br />
misérias ?<br />
Alijar esse gravame que nós. tolhia,<br />
endireitar o torso dobrado, reanimar a<br />
alma combalida <strong>de</strong> vicios e <strong>de</strong> azedas<br />
tristezas—eis o que nos cumpria fazer.<br />
E no mesmo ponto ôje e sempre insistiremos.<br />
Precizamos unir-nos, mas unirnos<br />
e enten<strong>de</strong>r-nos com a sincerida<strong>de</strong>, a<br />
lealda<strong>de</strong>, a justiça que <strong>de</strong>vem pôr na<br />
pratica os verda<strong>de</strong>iros omens <strong>de</strong> bem<br />
<strong>de</strong> convicções.<br />
Nem vaida<strong>de</strong>s, nem invejas, nem ambições.<br />
Á' altura do nosso i<strong>de</strong>al, sempre,<br />
ganhando para nós proprios, pela<br />
norma da nossa vida, o respeito que lhe<br />
é <strong>de</strong>vido.<br />
Omens que se juntam para uma obra<br />
<strong>de</strong> Verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Justiça, nunca omens<br />
que se reúnem para o lance d'uma aventura<br />
em que os egoísmos <strong>de</strong> uns e a<br />
cupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> outros tenham interesses ou<br />
ourarias a arpoar.<br />
Eis o que precisamos <strong>de</strong> ser.<br />
O exemplo, por mais que o neguem,<br />
abala, comove, contajia.<br />
Ainda mesmo num meio dissoluto<br />
como o nosso, o exemplo exerce uma<br />
reação salutar, é um combate ao mal, é<br />
um meio <strong>de</strong> eficaz protesto.<br />
Sejamos o exemplo, para sermos os<br />
mais fortes, para sermos emfim os ven- í*<br />
cedores. Porque dos mais fortes será<br />
inevitavelmente, tar<strong>de</strong> ou cedo, a vitoria,<br />
e os mais fortes serão os mais onestos e<br />
os mais justos, todos os que viverem e<br />
lutarem com a pureza, o <strong>de</strong>sinteresse, a<br />
serenida<strong>de</strong> dos crentes.<br />
Ter um i<strong>de</strong>al, é viver para ele, e<br />
dar, para que ele triunfe, uma gran<strong>de</strong><br />
abnegação, , a própria vida. E não se<br />
compreen<strong>de</strong> que sejampequenos os omens<br />
que se dizem a<strong>de</strong>ptos d'um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al,<br />
porque, se o professam sinceramente,<br />
á sua gran<strong>de</strong>za á <strong>de</strong> refletir-se neles,<br />
eleval-os, transfigural-os.<br />
Sejamos o exemplo.<br />
Andão separados por egoísmos, ambições,<br />
intrigas, os nossos adversarios?<br />
Sejamos o exemplo da armonia, da<br />
união, da solidarieda<strong>de</strong>, o exemplo forte<br />
e enorme <strong>de</strong>' como a força d'uui gfSm<strong>de</strong> *<br />
principio aproxima os omens e os liga<br />
num entendimento seguro <strong>de</strong> in<strong>de</strong>strutível<br />
cordialida<strong>de</strong>.<br />
Combatemos a iniquida<strong>de</strong>, arremeçamos<br />
à corrução os farpões dos nossos<br />
escrupulos e m revolta, prégamos a<br />
guerra á intolerância feroz que asphixia<br />
e <strong>de</strong>prime, ferimos com dureza o abastardamento<br />
d'um povo bal<strong>de</strong>ado a uma<br />
abjeção profunda ?<br />
Sejamos o exemplo da justiça, da<br />
onestida<strong>de</strong>, da liberda<strong>de</strong>, do civismo.<br />
Tudo isto sinceramente, <strong>de</strong> toda a nossa<br />
alma, sem exibições pompozas, <strong>de</strong>ixando<br />
que o nosso alto exemplo resplan<strong>de</strong>ça e<br />
cative pelo seu brilho.<br />
Sem isto nada faremos. Jentilezas,<br />
amabilida<strong>de</strong>s, ipocrisia, mentira—tudo á<br />
marjem: a verda<strong>de</strong>, só a verda<strong>de</strong>, sempre<br />
a verda<strong>de</strong>. Doe, por vezes, ofen<strong>de</strong><br />
melindres, amachuca vaida<strong>de</strong>s, pisa brios<br />
jentilhomescos ? Mas por fim triunfa, e<br />
convence, e é amada.<br />
Para nos lançarmos na gran<strong>de</strong> empreza<br />
precisamos , repetimos, robustecer-nos:<br />
ser verda<strong>de</strong>iros, ser fortes, ser<br />
omens. E esta união <strong>de</strong> nós todos obtem-se<br />
sem que ninguém precise abdicar<br />
opiniões sinceramente perfilhadas nem<br />
recalcar forçadamente melindres sentidos<br />
com onestida<strong>de</strong>. Opiniões afirmam-se e<br />
discutem-se. A' <strong>de</strong>sacordo? Muitas vezes<br />
a discussão, franca e sincera,serve a<br />
apagal-o. Ao contrario, o silencio fal-o<br />
viver. E importa acaso <strong>de</strong>saire para<br />
alguém ou é mostra <strong>de</strong> fraqueza a diverjencia<br />
inci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> doutrinas? Não. O<br />
que não é justo, e até é dissolvente, é a<br />
exijencia do silencio, a subordinação a maximas<br />
oficiaes por um obnoxio principio<br />
<strong>de</strong> disciplina atrofiante e barbara.<br />
Entendamo-nos assim, mantendo toda<br />
a nossa autonomia, e tendo como regulador<br />
da nossa atitu<strong>de</strong> um único interesse:<br />
o do nosso i<strong>de</strong>al.<br />
Vamos <strong>de</strong>pois para a luta, e o triunfo<br />
virá. Quando? Não importa. O<br />
nosso <strong>de</strong>ver é lutar: lutemos. Sem<br />
adiar, mas também sem precipitar. Com<br />
corajem, mas também com tatica. Com<br />
entuyasmo, mas também sem impaciências.<br />
Revolvamos o terreno, <strong>de</strong>sfaçamos-lhe<br />
as leiras aridas e duras, rasguemos-lhe<br />
o ventre em sulcos fundos e atiremos<br />
para lá a semente. Ela ha <strong>de</strong> jerminar<br />
e florescer. Quando? Não <strong>de</strong>sesperemos.<br />
Se estações passarem sem que o
solo pareça abrir-se para <strong>de</strong>ixar "erguerse<br />
a <strong>de</strong>sejada e bemdita seara, não nos<br />
revoltemos, não lancemos sobre ele a<br />
nossa maldição indignada, não o abandonemos<br />
ao ataque das ervajens parasitas.<br />
Não. Esperemos. Continuemos a atáolental-o<br />
com o suor do nosso esforço<br />
perseverante, crendo sempre que um<br />
dia ele será á terra fecunda e imensa<br />
on<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> bracejar,<br />
sob bênçãos <strong>de</strong> luz creadora, na plena<br />
força do seu triunfo formidável.<br />
Sejamos omens ! Sejamos omens !<br />
Parece estar resolvido, <strong>de</strong>finitivamente,<br />
que o sr. Croneau do<br />
Arsenal da Marinha, abala para<br />
França.<br />
Ora é sabido que o ilústre enjenheiró<br />
se abonava com protéções<br />
<strong>de</strong> alta valia; e como no nosso país,<br />
extranjeirinho que <strong>de</strong> tal se gabe,<br />
só transpõe fronteira mediante abundoza<br />
in<strong>de</strong>mnisação, — vi<strong>de</strong> trombones<br />
e tenores vários — sempre <strong>de</strong>sejaríamos<br />
saber quanto custa a<br />
retirada do sr. Croneau. . .<br />
Estiveram nesta cida<strong>de</strong> os nossos<br />
prestimozos correlijionarios srs. dr,_ Florido<br />
Toscano, <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia e<br />
Manuel Antonio das Neves, <strong>de</strong> Santarém.<br />
Também esteve nesta cida<strong>de</strong> o nosso<br />
prezado assignante sr. João Alçada Mouzaco,<br />
da Covilhã.<br />
Enlace<br />
0 sr. Viscon<strong>de</strong> da Marinha Gran<strong>de</strong><br />
pediu em casamento para seu filho sr.<br />
Enrique <strong>de</strong> Barros, a sr. a D. Maria<br />
Cristina Arriaga, filha do nosso venerando<br />
correlijionario sr. dr. Manuel d'Arriaga.<br />
Tem experimentado algumas melhoras<br />
o sr. dr. Luís Pereira da Costa, exgovernador<br />
civil d'este distrito.<br />
Vae ser lançado a publico, pela co-<br />
' missão administrativa da Associação Académica,<br />
um largo manifesto encarecendo<br />
as vantagens da associação e apelando<br />
para a aca<strong>de</strong>mia afim <strong>de</strong> que preste todo<br />
o seu concurso para o seu levantamento.<br />
Joaquim António dl'Aguiar<br />
Passou no dia 26 o aniversário<br />
da morte <strong>de</strong>ste estadista liberal que<br />
refrendou o <strong>de</strong>creto que abolia as<br />
or<strong>de</strong>ns relijiózas em Portugal.<br />
Mais <strong>de</strong> uma vês, em <strong>Coimbra</strong>,<br />
se comemorou esta data, tomando<br />
parte nessa comemoração a Associação<br />
Liberal e outras que mantinham<br />
um culto sagrado pela liberda<strong>de</strong>.<br />
Este ano passou indiferente; e<br />
para que festejar aquela data, se a<br />
liberda<strong>de</strong> e os <strong>de</strong>cretos contra as<br />
or<strong>de</strong>ns relijiózas já não existem ?<br />
Comercio do Porto<br />
Comemora no dia I e 2 <strong>de</strong> junho<br />
proximo, as suas bodas d'oiro, o nosso<br />
presa do colega portuense « O Comercio<br />
do Porto, » realisando-se nesse dia<br />
gran<strong>de</strong>s festejos em sua onra.<br />
0 programa dos festejos é o seguinte:<br />
No dia 1 <strong>de</strong> junho, pelo meio dia —<br />
Na Sé Catedral, a ceremonia relijiosa,<br />
celebrada pelo Ex. mo prelado da diocese,<br />
em congratulação pelo aniversario que<br />
passa e em sufrajio pelos batalhadores<br />
do jornal, que <strong>de</strong>sapareceram no tumulo.<br />
No mesmo dia pelas 3 horas da tar<strong>de</strong>—Nas<br />
salas da redação do Comercio<br />
do Porto, a distribuição dos prémios conferidos<br />
aos concorrentes aos concursos<br />
literário e <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>, que este jornal<br />
abriu.<br />
No dia 2 <strong>de</strong> junho, pela '1 hora da<br />
tar<strong>de</strong>—No Monte das Antas, a inauguração<br />
solemne do primeiro núcleo do Bairro<br />
Operário do Bomfim—o terceiro dos<br />
bairros operários fundados no Porto, por<br />
•ntciativa do Comercio do Porto.<br />
RE2EISTEWC1A — Oninta-feira, «le Maio «le S»OÍ<br />
^Palavras <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida<br />
Julgo que a minha constante abstenção,<br />
em cinco anos, <strong>de</strong> tudo que se referisse<br />
a estudantes e a Aca<strong>de</strong>mia, me<br />
confere uma excepcional e previlijiada<br />
situação <strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong>, sempre que<br />
queira falar <strong>de</strong>les. E é néssa certeza que<br />
pela primeira vês o faço<br />
E para mim, que não concorri para<br />
recitas <strong>de</strong> quintanistas, que não chorei<br />
compunjidamente na óra fatal da Balada,<br />
que não me embebe<strong>de</strong>i com tristeza e<br />
vinho, na classica noite <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida aos<br />
salgueiros do Mon<strong>de</strong>go, para mim, serão<br />
as imperfeitas, as poucas palavras d'este<br />
artigo o meu a<strong>de</strong>us a <strong>Coimbra</strong>. E penso<br />
que ellas significarão mais sauda<strong>de</strong>, mais<br />
amor á doce e amorosa paizajem, e até<br />
mais respeito pela tradição — do que<br />
essa pública noite <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>ga rija, em<br />
que se dá o abraço final entre as expontâneas<br />
ternuras, que o Champagne da<br />
Vinícola provoca em larga escála.<br />
Assim seja 1<br />
Não vale a pena repetir aqui que<br />
muita e muita da jente que uza capa e<br />
batina é covar<strong>de</strong>, imbecil, sem dignida<strong>de</strong>,<br />
sem corajem, sem audacia. Todos o sabem.<br />
E não é para ela que estou a escrever,<br />
porque <strong>de</strong>certo per<strong>de</strong>ria o meu<br />
tempo. Mas para a meia dúzia <strong>de</strong> onestos<br />
e <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes — ou que o preten<strong>de</strong>m<br />
ser -que ficão ainda em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Nas mãos d'esses está a força capás<br />
<strong>de</strong> melhorar o meio -assim eles tenhao<br />
a enerjia, a corajem preciza para dominar<br />
os outros. Dominá-los com orientação<br />
e com razão-pois o que falta á maioria,<br />
facilmente impressionavel, — irijénua e<br />
sincera, afinal <strong>de</strong> contas—-é quem a leve<br />
para o bom caminho. Por isso eu venho<br />
aqui falar aos que talvês tenhão envergadura<br />
para a dirijir.<br />
Mas que as minhas observaçõis não<br />
vão parecer conselhos pedantes; quereria<br />
que élas caíssem nas consciências <strong>de</strong>spretenciozamenle—<br />
e tão naturalmente<br />
como cáem das arvores os frutos muito<br />
maduros, pelas serenas tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outon o,<br />
luminozas e discretas.<br />
O que falta em <strong>Coimbra</strong> é entuziásmo,<br />
dignida<strong>de</strong>, e a convicção arreigada e segura<br />
<strong>de</strong> que a mocida<strong>de</strong> portuguêza <strong>de</strong>ve<br />
educar-se a si própria.<br />
Entuziásmo — não á, porque todo o<br />
caloiro vem para aqui com a mira no<br />
emprego publico. E' o que lhe ensinárão<br />
os páis. E veja-se a sabujice, o carinho,<br />
o olho esbogalhado que á sempre em<br />
volta do filho do Sr. Ministro cfEstado<br />
ou do Sr. Titular Influente. Decerto não<br />
me quérem persuadir—não é verda<strong>de</strong>?—<br />
<strong>de</strong> que os barulhos dos últimos dois<br />
anos, em que a valente Aca<strong>de</strong>mia se<br />
meteu, tivérão outro fim que não fosse<br />
arranjar umas feriazinhas inesperadas...<br />
Educação — ainda menos á. Não lh'a<br />
dando aquêles que lh'a <strong>de</strong>vião dar, não<br />
tendo nobres e alevantados exemplos a<br />
seguir, o estudante encontra-se <strong>de</strong>zamparado<br />
num meio dissolvente e estéril,<br />
em que é necessariamente conduzido á<br />
batota e ao vinho. Isto mesmo disse Alberto<br />
Pinheiro, á cinco anos, no Correio<br />
da Noite. •<br />
E' precizo vir para aqui disposto a<br />
lutar contra todas as más influencias —<br />
<strong>de</strong> professores e condiscípulos — influencias<br />
<strong>de</strong>primentes para o carater, para a<br />
intelijencia, para a livre expansão do<br />
pensamento. Só com o proprio esforço<br />
<strong>de</strong>ve contar o estudante português, e<br />
principalmente o da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, para<br />
se fazer ornem- — consciente, onesto e<br />
forte.<br />
Emquanto á dignida<strong>de</strong> —basta dizer<br />
que o ano passado, quando foi das reuniõis<br />
académicas por cauza do novo regulamento<br />
das faltas, alguém <strong>de</strong> muita<br />
e reconhecida autorida<strong>de</strong>, lembrou a dois<br />
rapazes que propuzessem numa assembleia<br />
jeral o pedido <strong>de</strong> cursos livres ao<br />
governo, em logar duma modificação<br />
qualquer no regulamento. Assim, todos<br />
se compromelerião a aceitar, na maxima<br />
liberda<strong>de</strong>, a maxima responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Ficárão furiozos, os dois, sintetizando<br />
vigorozamente a opinião <strong>de</strong> todos: «que<br />
a vida não está para massadas! que tinhão<br />
<strong>de</strong>pois muito que fazer! que já não<br />
avia o <strong>de</strong>scanso do ponto <strong>de</strong>corado com<br />
vagar!» etc, etc...<br />
Ora, á em <strong>Coimbra</strong>* um grupo <strong>de</strong><br />
inteletuais — grupo mesclado e <strong>de</strong> tendências<br />
varias, mas que é unizono em<br />
<strong>de</strong>clarar que isto ê tudo uma tropa, que<br />
não vale a pena trabalhar peles outros,<br />
que não se consegue nada que seja bom<br />
ou justo na estupidês ambiente. Assim é.<br />
E assim pensei eu também — do que não<br />
me arrependo, porque nunca me arrependo<br />
do que não tem remedio; mas<br />
muito gostaria agora <strong>de</strong> convencer os<br />
que ficão <strong>de</strong> que fis mal e <strong>de</strong> que me<br />
n'este teatro tem resoado, e a incondi-<br />
custa olhar para trás sem ver, nos cinco TEATRO cional admiração d'este publico.<br />
anos que passarão, um <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> ação<br />
(por <strong>de</strong>svalioza, por ineficás que fosse) 'ADELINA ABRANCHES Restanos dizer da Fédora na ultima<br />
noite.<br />
em toda a minha vida <strong>de</strong> estudante. Mea<br />
culpa I<br />
IA ilustre atris A<strong>de</strong>lina Abranches, Má peça, trabalho fraco <strong>de</strong> Lucília e<br />
que acaba <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>ixar, foi recebida regular <strong>de</strong> Brazão. Cáza ás moscas, e<br />
Mas quero ao menos que n meu erro<br />
em <strong>Coimbra</strong> com excecionais manifesta- maçada no restrito auditório.<br />
sirva para alguma coisa; quero que esse<br />
çõis <strong>de</strong> agrado, bem po<strong>de</strong>ndo dizer-se<br />
grupo que se julga superior aos outros,<br />
que nunca o nosso publico <strong>de</strong>monstrou João Rosa, no papel <strong>de</strong> Custodia, da<br />
—e em que só um ou dois rapazes teem<br />
a algum artista <strong>de</strong> teatro a sua admi- Sevéra, foi merecida e justamente muito<br />
tentado impôr as .mas i<strong>de</strong>ias á multidão,<br />
ração, a sua estima e o seu entuziásmo, aplaudido.<br />
<strong>de</strong>zanimando logo, — quero que esse grupo<br />
por uma forma tão brilhante e unanime.<br />
entenda quanto é inútil a sua tarefa <strong>de</strong><br />
malidicencia, e como é incoerente dizer<br />
Na primeira noite, a seguir ao Adver- Tanto no hotel, como no seu camarim,<br />
mal dum meio que êles — os superiores I<br />
sário, a que o publico assistiu com certa A<strong>de</strong>lina Abranches foi cumprimentada e<br />
frieza, apezar do belo trabalho <strong>de</strong> Bra- felicitada por um sem numero <strong>de</strong> pessoas,<br />
— ajúdão largamente a corromper.<br />
zão no encantador dialogo <strong>de</strong> toda a peça quasi excluzivamente académicos.<br />
Disto não me acuzo eu—porque nunca<br />
surjiu em scena a gran<strong>de</strong> atris para re-<br />
disse a ninguém o que não pensasse,<br />
prezentar a Anedota, <strong>de</strong> Marcelino. Ao Na primeira noite, em que A<strong>de</strong>lina<br />
nunca neguei, por trás das costas dum<br />
seu aparecimento foi vibrantemente sau- reprezentou a Anedota, foi profusamen-<br />
camarada, o que frente a frente afirmára;<br />
dada por uma salva <strong>de</strong> palmas prolon te distribuido no teatro um numero úni-<br />
nem nunca tive da Arte a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que<br />
gadissima, que obrigou A<strong>de</strong>lina a <strong>de</strong>scer co, em luxuoza edição, consagrado á<br />
éla é uma coiza boa para discussõis <strong>de</strong><br />
repetidas vêzes á ribalta, sendo-lhe já gran<strong>de</strong> atriz, e colaborado pelos distin-<br />
café. Acuzo-me somente <strong>de</strong> não ter lu-<br />
nessa ocazião lançados alguns ramos <strong>de</strong> tos aca<strong>de</strong>mieos, alguns bem conhecidos<br />
tado. E' precizo combater sempre, lutar<br />
rozas. A extraordinaria artista foi admi- no mundo d is letras: Annibal Soares,<br />
sempre. Aos vinte anos nunca á motivos<br />
ravel no <strong>de</strong>zempenho d'esse pequeno ato, Mauuel <strong>de</strong> Sousa Pinto, Gomes da Silva,<br />
para <strong>de</strong>zesperar. E não fica bem evocar<br />
em que tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do talento do inter- Antonio Maria Pereira Júnior, Manuel<br />
tão liricamente a paizajem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
prete.<br />
Monteiro, Carlos Amaro, Mário <strong>de</strong> Vas-<br />
e não se importar que éla seja apenas<br />
um cenário bom em que reprezenta uma<br />
Não houve minúcia, o mais insigniconcelos,<br />
Alvaro <strong>de</strong> Castro, Carlos Olavo<br />
companhia reles.<br />
ficante <strong>de</strong>talhe que escapasse á sua finís-<br />
Carlos <strong>de</strong> Mendonça, Alberto Costa (Padsima<br />
observação, para nos dar, cheio <strong>de</strong><br />
Zé) e Campos Lima.<br />
E'precizo onrá-la — fazendo-a amar<br />
naturalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, Era illustrado com um <strong>de</strong>senho—ca-<br />
pela beléza que éla <strong>de</strong>ixa nos coraçõis.<br />
esse garoto que á viva força quer entrar ricatura <strong>de</strong> A<strong>de</strong>lina, a quem foi olíereci-<br />
Passamos aqui a mocida<strong>de</strong>—como dizem<br />
para o teatro, e improvisa, á pressa, do um exemplar especial, em papel do Ja-<br />
as baladas — e da mocida<strong>de</strong> não fica um<br />
uma trajedia que enternece o impiedozo pão, assinado pelos autores.<br />
rasto luminozo, a memoria dum entu-<br />
emprezário.<br />
A todos os artistas do teatro D. Améziásmo<br />
sincéro. E' triste. E os únicos<br />
Foi grandioza, imponente, a manilia foi egualmente oferecido um exemplar<br />
culpados são aquêles que, julgando-se<br />
festação final.<br />
bem como ao Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> S. Luiz <strong>de</strong><br />
superiores, nada fazem para isso. Des<strong>de</strong><br />
que partiu d'aqui o grito violento e livre<br />
A<strong>de</strong>lina, obrigada a permanecer em<br />
Braga.<br />
da Escola <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> — tudo emu<strong>de</strong>ceu,<br />
cêna mais <strong>de</strong> uni quarto d'óra, era acla-<br />
para todo o sempre.<br />
mada entuziásticamente, n'um <strong>de</strong>lírio, ao A ilústre atris A<strong>de</strong>lina Abran-<br />
passo que <strong>de</strong> todos os lados choviam<br />
Não pensem os literatos académicos<br />
ches, antes <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
sobre ela, juncando o palco, braçados<br />
— reclames vivos aos cafés da Baixa —<br />
<strong>de</strong> flores, linoissimos ramos, e <strong>de</strong>zê- enviou ao nosso amigo sr. Anibal<br />
que, por terem estudado na <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
nas <strong>de</strong> capas dos estudantes, no meio Soares a seguinte cárta.<br />
Antéro, João <strong>de</strong> Deus, Teófilo Braga e<br />
<strong>de</strong> salvas <strong>de</strong> palmas estrondózas, e vivas<br />
tantos outros, isto <strong>de</strong> escrever se bebe<br />
freneticos ao seu nome gloriosíssimo.<br />
« <strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />
no ar do Penedo da Sauda<strong>de</strong> ou na agua<br />
Ela agra<strong>de</strong>cia, sorrindo, comovida,<br />
da Lapa dos Esteios. E' precizo trabalhar,<br />
Ill.<br />
essa vibrantíssima ovação, como <strong>de</strong>gual<br />
e amar, mais do que a própria vaida<strong>de</strong>,<br />
não á memoria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os saudózos tempos<br />
a sua Arte — sem se fiar em elojios <strong>de</strong><br />
do teátro académico.<br />
companheiros das noitadas, nem nas palavras<br />
amaveis <strong>de</strong> jornais. E amar a sua<br />
Ao fim, como a gran<strong>de</strong> atris fôsse<br />
Arte — não é somente fazer apoteózes ao<br />
esperada no átrio do teátro por uma<br />
sr. Julio Dantas e coroa-lo pagãmente <strong>de</strong><br />
enorme massa <strong>de</strong> estudantes, saiu por<br />
flores — o que, se lhe dava o ar dum<br />
outra porta, acompanhada até ao ótel por<br />
Baco anémico e <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte, não podia<br />
um grupo <strong>de</strong> amigos e admiradores.<br />
senão entristecê-lo pela nenhuma autori-<br />
Em a noite seguinte, representação<br />
da<strong>de</strong> das pessoas que lhe fizérão a mani-<br />
do Amlet, a tal classica corôa <strong>de</strong> glória<br />
festação. Amar a Arte — é viver por éla<br />
do Brazão, que passaremos em claro.<br />
com todas as forças do espirito, com todo<br />
Dizêr mal é sempre dolorozo.<br />
o entuziásmo, com todas as crenças, e<br />
A trajédia <strong>de</strong> Shakspeare apenas serve<br />
ter por êla uma adoração diversa do que<br />
a Brazão, que ali anda, pela cena, sem-<br />
seja o amor aos colarinhos altos e aos<br />
pre <strong>de</strong> olhar parado, a modos <strong>de</strong> quem<br />
cigarros extranjeiros.<br />
não percebe nada d'aquilo, para cabalmente<br />
nos certificar da robustês dns seus<br />
Amem-na os moços Artistas como pulmõis e solidas articulaçõis <strong>de</strong> braços,<br />
<strong>de</strong>vem, e amem os outros a Vida, quei- Quanto a Boza Damasceno, com franrão-na<br />
digr.a e sincera e nobre, sem queza, o cazo rezulta simplesmente em<br />
tranzijencias nem mentiras. Gastem a <strong>de</strong>scaramento.<br />
sua enerjia numa áção persistente e se-<br />
E' ser injenua <strong>de</strong> mais.<br />
ria, que, por isso mesmo, será fecunda.<br />
Sueira a ilustre senhora abolir da<br />
Nada tão simples, nada tão claro como<br />
sua corôa <strong>de</strong> glorias esse <strong>de</strong>smantelado<br />
consegui-lo. E ser-lhes-á <strong>de</strong>pois uma glo-<br />
florão, ou annunciar-se nos programas<br />
rioza lembrança pensar que <strong>de</strong>ixárão em<br />
uma carinhoza avó da ofélia.<br />
<strong>Coimbra</strong> mais alegria e mais consciência<br />
A seguir, apparece nos novamente<br />
do que tinhão encontrado. Mais alegria,<br />
A<strong>de</strong>lina na Severa, do sr. Julio Dantas.<br />
mais consciência, mais entuziásmo; e<br />
também mais largo e livre movimento — De toda aquela farrapajem dramatica,<br />
e não apenas esse <strong>de</strong> curvar a espinha, é tão gran<strong>de</strong> o seu talento, que ela con-<br />
muito uzado, e que é, segundo dizem, o segue fazêr imenso.<br />
melhor para <strong>de</strong>zenvolver os músculos do Noite mais agitada que a primeira,<br />
estomago.<br />
d'aplauzos entuziasticos a A<strong>de</strong>lina, e <strong>de</strong><br />
pateada ao auctor, que á sombra d'uma<br />
Maio, 190i.<br />
gran<strong>de</strong> atriz, perante quem todos se curvam,<br />
quiz fazer colheita <strong>de</strong> loiros, com<br />
João <strong>de</strong> Barros. que entrásse gloriosamente em Lisboa.<br />
Enganou-se, porem. Ouve muito<br />
quem aplaudise, alguns por motivos bem<br />
curiosos e pitorescos, mas justiça foi<br />
Uma comissão da meza da ir- feita, como cumpria.<br />
manda<strong>de</strong> da Rainha Santa solicitou O sr. Dantas chegou a ser erguido<br />
dos srs. bispo con<strong>de</strong> e governador em braços, embrulhado n'uma meia dú-<br />
civil a sua cooperação valiosa para zia <strong>de</strong> admiradores (1). que tentaram me-<br />
os luzidos festejos que tenciona levar<br />
ter-lhe nas mãos ramos <strong>de</strong> flores, momentos<br />
antes oferecidos a A<strong>de</strong>lina, e que<br />
a efeito nos dias. 7 a 10 <strong>de</strong> julho. a gran<strong>de</strong> atriz colocara a um dos lados<br />
A corporação dos bombeiros da cêna. Mas a pateada era bem sono-<br />
voluntários tenciona abrilhantar ra.<br />
estas festas, com urrigran<strong>de</strong> festival, Apezar <strong>de</strong> todas estas escabrosida<strong>de</strong>s,<br />
em que haverá números diversos A<strong>de</strong>lina teve outra noite <strong>de</strong> ruidoso e incontestável<br />
triumfo.<br />
e atraentes.<br />
Como na primeira, foi coberta <strong>de</strong> ílôres<br />
e capas; como na primeira o seu nome<br />
foi gritido e aclamado por todas as<br />
bôcas.<br />
O oficial do exercito sr. Alfredo Leão<br />
A gloriosa Artista atravesou o átrio<br />
Pimentel publicou recentemente o Ma-<br />
do teatro, em meio <strong>de</strong> salvas <strong>de</strong> palmas,<br />
nual do Colono, construções, Estudo da<br />
pizando as capas dos estudantes, que lhe<br />
rejião, etc., etc., livro interesante e util<br />
eram arejadas aos pés, sendo acompanha-<br />
para todos que não servir no ultramar.<br />
da <strong>de</strong>pois por enorme multidão <strong>de</strong> académicos,<br />
que a vitoriavam durante todo o<br />
trajeto redobrando o entuziasmo á porta<br />
Finou-se no dia 26 a sr. D. Terêza do otel, cuja escada, coberta <strong>de</strong> capas,<br />
Carolina Pinto mãi do sr. Alfredo Maria ella subiu no meio d'um entusiasmo in-<br />
Pinto e sogra do sr. João Sarmento. <strong>de</strong>scritível.<br />
A finada era senhora <strong>de</strong> muitas vir- A sublime Artista, a primeira atriz<br />
tu<strong>de</strong>s e viuva do já falecido Abel Pinto portuguêza <strong>de</strong> hoje, pou<strong>de</strong> partir <strong>de</strong><br />
da Abrunheira.<br />
<strong>Coimbra</strong>, na convicção, <strong>de</strong> que triumfára<br />
A's famílias enlutadas, e especialmente absolutamente, conquistando pelo legiti-<br />
ao sr. João Sarmento e Alfrêdo Pinto, os mo direito do seu primacial talento, os<br />
nossos pezames.<br />
mais unanimes e calorosos aplausos que<br />
m0 e hxr Sr.<br />
Não encontro palavras que<br />
sejão bem a expressão do meu<br />
agra<strong>de</strong>cimento a V. Ex." e aos<br />
seus companheiros, pelas enternecedôras<br />
e inolvidáveis provas <strong>de</strong><br />
simpatia <strong>de</strong> que jenerosãmente fizérão<br />
alvo a minha umil<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>.<br />
Entre as amarguras<br />
do passado e as que porventura<br />
meespérão no futuro, á-<strong>de</strong> lembrai -<br />
me sempre, compensando-as em<br />
gran<strong>de</strong> parte e servi?ido-me <strong>de</strong><br />
estimulo para o trabalho, o acolhimento<br />
calorôzo e amoravel dos<br />
estudantes <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Obrigada<br />
<strong>de</strong> todo o coração. — A<strong>de</strong>lina<br />
Abranches. »<br />
GONOL PAIVA<br />
Novida<strong>de</strong> farmacêutica —registado<br />
E' sem duvida o medicamento mais<br />
eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />
e crónicas, sanguíneas ou purulentas.<br />
Cura rapida e radical, não dando<br />
orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />
A' venda na farmácia e drogaria,<br />
Rodrigues da Silva, — <strong>Coimbra</strong>.<br />
Preço do frasco, 700 reis.<br />
Festas «la EiaiasSia Sa.5ia<br />
Continuam com ativida<strong>de</strong> os preparativos<br />
para as festas da Rainha Santa<br />
prometendo este ano ser brilhantes.<br />
A meza da Real Confraria está confecionando<br />
o programa oficial que breve<br />
será dado a publico, apresentando alguns<br />
números novos.<br />
0 fogo preso que se á-<strong>de</strong> queimar na<br />
ocasião, parece que será dado a um pirotécnico<br />
<strong>de</strong> Viana do Castelo.<br />
A' i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> iluminar á moda do Minho<br />
a Avenida Navarro, que seria <strong>de</strong> um<br />
efeito <strong>de</strong>slumbrante quando bem ezecutado.<br />
Na rua do Viscon<strong>de</strong> da Luz. constituiu-se<br />
a comissão, que ficou assim composta:<br />
Miguel José da Costa Braga, José<br />
Gomes da Cunha, Julio Machado Feliciano,<br />
Manuel Joaquim Vilaça, João Men<strong>de</strong>s,<br />
José Francisco, Manuel José Dantas Guimarães,<br />
Manuel Ferreira Mateus e Correia<br />
dc Borjes,<br />
Vai ser posto a concurso o logar <strong>de</strong><br />
amanuense da secretaria da camara <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> ;om o vencimento <strong>de</strong> 160#0QQ<br />
reis.
1 obra do sr. J. Dantas<br />
A minha carta, irritante e irritável,<br />
rezultado duma ajitação, pouco nos meus<br />
hábitos teve muito do movimento impensado<br />
<strong>de</strong> cólera. A exaltação, que algu-<br />
.mas discussois parciais produziram, fês<br />
com que ela surjisse violenta bem contra<br />
a minha vonta<strong>de</strong> atual: serena e razoavel.<br />
Agora, procurarei ser calmo e<br />
<strong>de</strong>monstrar que o que na carta se contem,<br />
embora duma ma. eira ajitadá, é<br />
uma verda<strong>de</strong> tão clara como a mais tranquila<br />
è límpida agua.<br />
Pelas diversas facetas porque a obra<br />
do Sr. J. Dantas, se po<strong>de</strong> olhar, em nenhuma<br />
(lelás se <strong>de</strong>scóbrem indicios motivantes<br />
<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração, para uma critica<br />
séria. É' {lôzitíVamente uma b&nca<br />
rota inteletual, bem documentada em<br />
provas, esta que se manifesta no sr. J."<br />
Dantas. Voltando-nos para ela com a boa<br />
vonta<strong>de</strong> dé <strong>de</strong>ixar umas palavras que signifiquem<br />
ao menos, o que em todos os<br />
trabalhos é louvável, a perseverança e a<br />
onestida<strong>de</strong> nem essas mesmo po<strong>de</strong>rão<br />
vir lançar conforto na dissecação <strong>de</strong>sta<br />
coifi tão mizerável e tão digna <strong>de</strong> comizeração.<br />
Porque o sr. J. Dantas talvês,<br />
no intuito <strong>de</strong> fazer um Cirano femenino<br />
nem sequer conseguio rendilhar literariamente<br />
uma còizá que tivesse, pelo<br />
menos, o valor <strong>de</strong> bijouteria. Yem num<br />
calão refês, falso, impotentemente realizar<br />
uma coiza mesquinha on<strong>de</strong> só a nossa<br />
pieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ir salva-lo, E pieda<strong>de</strong> que<br />
nos vem da convicção assente <strong>de</strong> que o<br />
sr. J. Dantas não é <strong>de</strong> todo <strong>de</strong>sprovido<br />
<strong>de</strong> intelijencia e critério.<br />
E se pelo ábito <strong>de</strong> fazêr essa obra<br />
<strong>de</strong>sonesta ainda <strong>de</strong> todo não per<strong>de</strong>u um<br />
certo pudor, muitas vezes a sós corará<br />
<strong>de</strong>ante da «Severa» e do «Serão» e<br />
queimalos-ia <strong>de</strong> bom grado se a memoria<br />
dos outros não estivesse acordada. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />
que essas peças po<strong>de</strong>m ser<br />
reprezentadas e muitas po<strong>de</strong>remos receber<br />
em idênticas condiçõis mas o sr. J.<br />
Dantas po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ter um logar mais<br />
elevado que nós, os que o pateam, lhe<br />
<strong>de</strong>sejamos, como pe<strong>de</strong> a sua mocida<strong>de</strong> e<br />
o seu talento. E todos os que isto lhe<br />
disserem os po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar como amigos,<br />
e amigos <strong>de</strong>zejozos <strong>de</strong> o ver marcar<br />
um logar, sem ganancia no teatro português.<br />
Porque não ha-<strong>de</strong> o Snr. J. Dantas,<br />
mesmo com essa queda para <strong>de</strong>senhar<br />
doentes e maníacos, procurar na historia<br />
portuguêza typos que seriam licções moraes,<br />
gran<strong>de</strong>s elementos <strong>de</strong> rehabilitação<br />
para esta socieda<strong>de</strong> já <strong>de</strong> braço dado<br />
com tudo o que é abjecto e indigno. Mesmo<br />
estudando essas catastrophes mora ÍS,<br />
essas <strong>de</strong>pressões da vida d'uma nacionalida<strong>de</strong>,<br />
on<strong>de</strong> sempre existe, occulto filão,<br />
a «nergia latente, a força encrisalada que<br />
rebentará n'um periodo mais ou menos<br />
largo, quando as condições exteriores a<br />
sulicitarem, ainda encontrará motivos para<br />
acções dramaticas empolgantes. Mas a<br />
diíSculda<strong>de</strong>, quando a tratar estes assumptos,<br />
é saber, na talagarça do drama,<br />
fazer seguir este tenue e imperceptível<br />
fio que liga períodos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
e gran<strong>de</strong>za atravez as impurezas e<br />
<strong>de</strong>scalàbros d'uma quadra doentia.<br />
E é esta vida sombria das socieda<strong>de</strong>s,<br />
impercetivel a maior, parte, que o dramaturgo<br />
<strong>de</strong>ve fazer avultar na peça para<br />
a tornar d'uma simples parodia photographica,<br />
n'uma obra <strong>de</strong> arte e arte social.<br />
Foi o <strong>de</strong>sconhecimento d esta obscura<br />
vitalida<strong>de</strong> nas socieda<strong>de</strong>s que fez chamar<br />
á ida<strong>de</strong> media epocha <strong>de</strong> barbaria e confusão.<br />
E que enorme vida latente ella<br />
conservava em si,vindo rebentar na floração<br />
explendida da renascença. O passar<br />
para o palco aspectos parcelares d'uma<br />
socieda<strong>de</strong> n'um dado periodo historico,<br />
o mais exatamente possivel, sem fazer<br />
correr por toda a peça, como um liame<br />
que a ligue e uma razão que a justifique<br />
a vida geral a que pertencem, resultará<br />
sempre uma obra sem interesse e sem<br />
valor. Assim uma peça histórica po<strong>de</strong> tra<br />
jer para a scena as falências mais cla-<br />
' ras dutna raça, porque a intelijencia do<br />
autor saberá mostrar no tom médio da<br />
obra a enerjia que existe adora ecida e<br />
os fatores inconcientes que lhe darão<br />
vida.<br />
Por mais nojentas e abjetas que sejam<br />
as cenas <strong>de</strong>zenroladas e mais ignóbeis<br />
os personajens, estará a reabilitar<br />
a peça. a torna-la moral e social, a gran<strong>de</strong><br />
lição <strong>de</strong> que aí mesmo existe alguma<br />
coiza bôa que convém estudar para com<br />
o seu conhecimento nos abilitar para o<br />
futuro, conscientemente, a fazer frutificar.<br />
Dos maiores monturos nascem os<br />
mais brancos li rios.<br />
Não é analize do monturo que convém<br />
fazer: é ás condiçõis exteriores que<br />
golicitarana a semente, á vida surda que<br />
ela contem que se <strong>de</strong>ve dirijir o nosso<br />
estudo.<br />
E' esta orient;i(; : !o que nos parece<br />
mais razoavel e que no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>stas<br />
consi<strong>de</strong>raçõis seguiremos.<br />
CARTA<br />
REKVSTEXCIA— <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1004 Í5<br />
ALVARO DE CASTRO.<br />
Do illustre presi<strong>de</strong>nte das Grechas <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, sr. Dr. Filomeno da Camara<br />
Mello Cabral, recebemos a carta que em<br />
seguida publicamos:<br />
Sr. redator<br />
Peço-lhe a fineza <strong>de</strong> publicar no seu<br />
muito lido jornal, a induza carta que<br />
oie mesmo diriji ao ilustre diretor da<br />
«Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>».<br />
Por este favor se confessa<br />
De v., etc.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 28-5-904.<br />
Filomeno da Camara.<br />
Sr. Dr. Teixeira d'Abreu, digníssimo<br />
diretor da «Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>».<br />
Sob a epigrafe — Um Governador<br />
Civil nas mãos d'um policia Um caso<br />
joco serio — publica a «Folha <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>»<br />
no seu ultimo numero uma noticia<br />
que, para produzir o efeito a que aspira,<br />
isto é, para fazer acreditar num escândalo<br />
ou ridiculo, em que figura como<br />
protagonista o sr. governador civil <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, faz duas afirmações, urna fundamentalmente<br />
gratuita e absolutamente<br />
falsa, a outra <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> valor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que a primeira <strong>de</strong>sapareça. E' acusado<br />
o ilustre funcionário: 1.° <strong>de</strong> querer entrar<br />
no recinto d'um festival, promovido<br />
a favor da Creche <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, sem pagar<br />
o bilhete d'entrada; 2.° <strong>de</strong> castigar<br />
com prisão o guarda que, no <strong>de</strong>sempenho<br />
rigorozo dos seus <strong>de</strong>veres, o <strong>de</strong>tevé<br />
por o não conhecer.<br />
Oponho, sr. redator, á primeira afirmativa,<br />
um <strong>de</strong>smentido formal Alguns<br />
dias antes do festival procurei o Dr. Cid,<br />
<strong>de</strong>svelado protetor da Creche, para lhe<br />
pedir que assistisse á nossa festa e aceitasse<br />
um bilhete que a direção tomára a<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> lhe oferecer. Sua ex. a prometeu<br />
ir, e encarregou-me <strong>de</strong> lhe reservar<br />
para a sua familia tres ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />
números seguidos. Dois dias <strong>de</strong>pois do<br />
festival, logo que nos encontrámos, o sr.<br />
governador civil pagou os tres bilhetes<br />
encomendados e entregou-me 5$000 reis,<br />
donativo com que <strong>de</strong>sejava contribuir<br />
para o pruduto da nossa festa <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />
Yeja v. ex. a quanto dista da verda<strong>de</strong><br />
a primeira acuzação 1<br />
Emquanto á segunda, o fato reduzse<br />
a ter a primeira autorida<strong>de</strong> do distrito<br />
mandado substituir um guarda que<br />
o não conheceu.<br />
Como v. ex. a vê, pelas circunstancias<br />
acima referidas, assiste-me a obrigação<br />
<strong>de</strong> restabelecer a verda<strong>de</strong> dos factos, no<br />
mesmo logar em que se fez uma narrativa<br />
<strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> fundamento.<br />
Eis o motivo justificativo d'esta carta.<br />
De resto, o elevado talento e reconhecida<br />
dignida<strong>de</strong> do sr. governador civil, qualida<strong>de</strong>s<br />
que o levantaram tão novo aos<br />
logáres da maior responsabilida<strong>de</strong> no<br />
majisterio e na administração, e que<br />
farão d'ele um dos omens mais prestimozos<br />
do nosso país, dispensavam esta<br />
carta como <strong>de</strong>feza, porque a acuzação<br />
não seria acreditada; mas a minha consciência<br />
é que a não dispensa como ato<br />
<strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> reparação.<br />
Creio que v. a acolherá como tal, e<br />
lhe dará a onroza publicida<strong>de</strong> nas colunas<br />
do seu acreditado jornal, pelo que<br />
se confessa reconhecido o<br />
De v., etc.<br />
Filomeno da Camara.<br />
Guerra Junqueiro<br />
Do Mundo elegante transcrevemos<br />
o artigo <strong>de</strong> Xavier <strong>de</strong> Carvalho,<br />
que acompanha um magnifico<br />
retrato <strong>de</strong> guerra Junqueiro.<br />
E' uma omenajem justíssima,<br />
<strong>de</strong>vida ao jenio do gran<strong>de</strong> poeta,<br />
cuja obra têm ôje um renome universal<br />
e que, onrando gloriozamente<br />
o seu país, leva fóra déle o<br />
seu nome, envolto um alto aclamadôr<br />
Nunca n'este largo periodo <strong>de</strong> vinte<br />
annos <strong>de</strong> cronista nos vimos tão embaraçados<br />
como no atual momento. Santo<br />
Deus!<br />
Como resumir em meia dúzia <strong>de</strong> linhas<br />
toda a impetuosa, toda a alucinante<br />
admiração que nos ulula n'alma dian-<br />
te d'esse jenial espirito <strong>de</strong> semi-<strong>de</strong>us da<br />
Poezia nas leiras latinas que é Guérra<br />
Junqueiro. Ele que enche todo um século<br />
com as suas rimas brilhantisimas, dia<strong>de</strong>madas<br />
d'oiro puro correndo como um<br />
Nilo em revolta por toda a nossa literatura<br />
fóra, enchendo d'um renoveau <strong>de</strong><br />
fé e d'arte as almas da mocida<strong>de</strong>.<br />
IrmSo jemio <strong>de</strong> Hugo e <strong>de</strong> Tolstoi, <strong>de</strong><br />
Zola e <strong>de</strong> Goete, á n'esse poeta extraordinário<br />
o protesto <strong>de</strong> todas as almae em<br />
prol da pieda<strong>de</strong> e da justiça. Estranho<br />
jenio em que a rebeldia romântica na<br />
sua expressão culminante e suprema se<br />
casa—noivado excelso! com a infinita<br />
misericórdia, a espaços i<strong>de</strong>alista mas<br />
quasi sempre umana.<br />
O seu nome resoa como um clarim<br />
vitorioso. E' mais do que um simbolo,<br />
é toda a síntese da Alma Mo<strong>de</strong>rna.<br />
Na sua doce figura <strong>de</strong> Santo abremse<br />
os seus dois olhos d'águia que são<br />
ao mesrro tempo como duas largas janelas<br />
<strong>de</strong> ceu pelas quaes po<strong>de</strong>mos antevér,<br />
ai <strong>de</strong> nós bem longiquamente ainda! o<br />
amanhã radioso d'integra.l liberda<strong>de</strong>, porque<br />
anciamos nós os enamorados da<br />
Ação e do Sonho.<br />
Guerra Junquéiro! Ao lê-lo sentimos<br />
a noss'alma mergulhada em pleno azul.<br />
Pouco a pouco, as linhas <strong>de</strong> letras, os<br />
carateres tipográficos dos seus psemas<br />
<strong>de</strong>zaparecem, esvaem-se, diluídos como<br />
que n'uma névoa espiritualisada e<br />
nós todos embevecidos na musica alada<br />
das suas rimas aleluiaes, imajinamos<br />
ouvir as estrelas a cantar, os lírios dialogando<br />
com a aurora, o sol discutir com<br />
Deus-Todo-o Po<strong>de</strong>roso em quanto lejiões<br />
<strong>de</strong> criancitas loiras, nimbadas <strong>de</strong> luar,<br />
sarabandam n'um recanto do Paraizo, ao<br />
som d'uma orquestra invisível <strong>de</strong> arcanjos.<br />
E' o poeta divino que e u rimas translúcidas<br />
até oje melhor interpretou o extasis<br />
das flores e dos astros.<br />
O seu ultimo trabalho Oração d Lua<br />
<strong>de</strong>ve ser lido como todas as orações,—<br />
<strong>de</strong> joelhos. Tivemos óje o prazer, ó, o<br />
infinito e dulcissiimo prazer, d'estreitarmos<br />
n'um ar<strong>de</strong>nte amplexo <strong>de</strong> carinho o<br />
seu bello peito amigo,—do querido amigo,—do<br />
querido amigo <strong>de</strong> vinte anos <strong>de</strong><br />
leal e sã camaradajem. Aqui o temos<br />
<strong>de</strong> novo em Paris em pleno boi<strong>de</strong>bard<br />
palmilhando o trotoir por on<strong>de</strong> corre em<br />
vagalhão espumante a enxurrada <strong>de</strong> toda<br />
a cívilisação. Saudamos o gran<strong>de</strong> pensa<br />
t'or, o jenial poeta, a intelijencia rara<br />
d'eleito o niestre sublime.<br />
( De « O Mundo Elegante » )<br />
Médicos <strong>de</strong> 1894<br />
Xavier <strong>de</strong> Carvalho.<br />
Os médicos que concluíram a sua<br />
formatura na universida<strong>de</strong> em 1894 reunem-se<br />
nesta cida<strong>de</strong> nos dias 31 do corrente<br />
e 1 <strong>de</strong> junho, no ótél Avenida, para<br />
festejar aquela data. Do programa<br />
das festas que tencionam realizar <strong>de</strong>stacamos:<br />
passeio em carros pelos suburbios<br />
da cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vizitam os pontos<br />
mais apreciaveis recordando esses belos<br />
dias da mocida<strong>de</strong> que aqui passaram, e<br />
jantar na Lapa dos Esteios don<strong>de</strong> regressaram<br />
em barcos iluminados à Veneziana.<br />
UNIVERSIDADE<br />
Reuniu na ultima quarta feira a<br />
congregação da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />
para a constituição dos júris<br />
que ão <strong>de</strong> funccionar nos atos<br />
dos diversos anos da mesma faculda<strong>de</strong><br />
e que começam no dia 9<br />
do proximo mez.<br />
Também reuniu a congregação<br />
da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicina sobre o<br />
mesmo assumpto ficando assim constituídos<br />
os júris:<br />
MEDICINA<br />
Ano—l. a ca<strong>de</strong>ira -Drs. Basilio<br />
Freire, Filomeno da Camara e Egas-<br />
Moniz.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Filomeno da Camara,<br />
Basilio Freire e Egas-Moniz.<br />
2. Ano—3. a ca<strong>de</strong>ira=Drs. Silva Basto,<br />
Campos <strong>de</strong> Carvalho e Antonio <strong>de</strong><br />
Padua.<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Raimundo Mota,<br />
Lucio Rocha, e Anjelo da Fonseca.<br />
5. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Costa Alemão, Raimundo<br />
Mota e Lopes Vieira.<br />
3.° «ano»—Drs. Luis Pereira, Lucio<br />
Rochá, Antonio <strong>de</strong> Padua e Anjelo da<br />
Fonseca.<br />
4.° «ano»—Drs. Daniel <strong>de</strong> Matos,<br />
Souza Refoios, Santos Viegas, e Elizio <strong>de</strong><br />
Moura.<br />
5.° «ano»—Drs. Costa Alemão, Lopes<br />
Vieira e Serras e Silva.<br />
A faculda<strong>de</strong> rezolveu que o sr. dr.<br />
Elizio <strong>de</strong> Moura fosse lambem arguente<br />
nos atos do 3.° ano medico, na ca<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> Patolojia Jeral, emquanto durar o impedimento,<br />
por doença, du sr. dr. Luis<br />
Pereira, catedratico <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ira.<br />
DIREITO<br />
1. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Calisto, Enriques<br />
da Silva e Pedro Martins.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Pedro Martins,<br />
Guilherme Moreira, Marnoco e Souza.<br />
3. 1 ca<strong>de</strong>ira —Drs. Teixeira d'Abreu,<br />
Tavares e Reis.<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira —Drs. Marnoco, Guilherme<br />
Moreira e Alvaro Vilela.<br />
5. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Moreira, Dias da<br />
Silva e Alvaro Vilela.<br />
6. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Marnoco e Souza,<br />
Tavares e Pedro Martins.<br />
7. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Alberto dos Reis,<br />
Calisto e Guimarãis Pedroza-<br />
3.° «ano» —Drs. Assis Teixeira, Guimarãis<br />
Pedroza e Tavares.<br />
4.° *ano» —Drs. Fernan<strong>de</strong>s Vás,<br />
Paiva Pita e Alberto dos Reis.<br />
5.° «ano»—Drs. Enriques da Silva,<br />
Dias da Silva, e Alvaro Vilela e um dos<br />
lentes da Faculda<strong>de</strong> por turno ao 4.° argumento.<br />
Bombeiros Voluntários<br />
k <strong>Coimbra</strong><br />
Tendo esta corporação resolvido<br />
mandar dizer uma missa por alma<br />
da falecida D. Maria <strong>de</strong> Jezus<br />
Borges d'01iveira, Benemerita e<br />
bemfeitora que foi <strong>de</strong>sta corporação,<br />
convidão-se os Ex. mos Socios Benemeritos<br />
Onorarios e protetores, a<br />
onrarem com a sua prezença este<br />
ato religioso, na próxima 2. a feira,<br />
dia 30, ás 9 oras da manhã, na<br />
Igreja <strong>de</strong> S. Bartolomeu.<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Direcção.<br />
Manuel Bernardo Loureiro.<br />
novo serviço <strong>de</strong> comboios n<br />
ia beira Alta<br />
JVTodà Illustrada<br />
Jornal das famílias — Publicação semanal<br />
Diretor a: D. LEONOR MALDONADO<br />
Condições da assinatura : por ano com<br />
1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />
mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />
com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados,<br />
5$000 réis.<br />
Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />
em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 2Í> números<br />
com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 2)5500<br />
réis;<br />
Trimestre, 1 'i números com 450 gravuras<br />
em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 13 números<br />
com 260 gravuras do bordados, 1$300<br />
réis.<br />
Cada número da Moda Ilustrada d<br />
acompanhado dum número do Petil Eco<br />
<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />
em todos os géneros, roupas do corpo,<br />
<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />
croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />
fantasia, rendas, etc., etc. Encontra-se<br />
na Moda Ilustrada, a tradução em português<br />
daquelle jornal.<br />
Assina-se em todas as livrarias do<br />
reino na do editor — Antiga Casa Bertrand<br />
Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e<br />
75, Lisboa.<br />
AOS QUE SOFREM *<br />
A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />
dôres no estomago, no fígado, <strong>de</strong>zarranjo<br />
dos intestinos, dôres <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />
canceiras,indijestõis e moléstias nervozas,<br />
aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />
do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />
com vejetais do Brazil, como o<br />
único e mais eficás dos remedios conhecidos<br />
para curar rapidamente as moléstias<br />
já <strong>de</strong>zignadas. Em minha numeroza clinica<br />
tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />
rezultados.<br />
Dr. Abel M. Faria.<br />
Encontram-se nas bôas farmacias.<br />
Ajentes em .<strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />
Silva & C. a R. Ferreira Rorjes.<br />
A Companhia da Beira Alta com o<br />
fim <strong>de</strong> facilitar as viajens a Luzo aos<br />
passajeiros proce<strong>de</strong>ntes das linhas da O 1HUI90 ELECÍAKTE<br />
Companhia Real ou a elas <strong>de</strong>stinados,<br />
estabelece no novo orario, que começa a<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
vigorar no dia 1 <strong>de</strong> junho proximo, um<br />
comboio <strong>de</strong> ida e volta entre Pampilhosa<br />
DE<br />
e Luzo.<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
O comboio d'ida, que tem o n.° 25, e atualida<strong>de</strong>s.<br />
parte <strong>de</strong> Pampilhoza ás 9,49 da tar<strong>de</strong> e Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
chega a Luzo ás 10,05, correspon<strong>de</strong>ndo S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
em Pampilhoza cam o expresso n.° 55 Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
da Companhia Real que sae <strong>de</strong> Lisboa Preles).<br />
ás 5,25 da tar<strong>de</strong> e chega á Pampilhoza Redátores das sécções: Moda e vida<br />
ás 9.49.<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
O comhoio <strong>de</strong> regresso, que tem o trabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
n.° 2G, parte <strong>de</strong> Luzo, as 10,45 d? tar<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermí-<br />
e chega a Pampilhoza ás H, corresponnia Souza.<br />
<strong>de</strong>ndo nesta estação com o comboio n.° 8 Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portu-<br />
(correio) da Companhia Real que sae da gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Pampilhoza ás 11,20 da tar<strong>de</strong> e chega a Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />
Liobòa R ás 5,50 da manhã.<br />
Bregero, Paris.<br />
Além disso os passajeiros <strong>de</strong> Luzo<br />
com <strong>de</strong>stino ao Porto, teem o comboio<br />
n.° G que parte daquela estação ás 9,07<br />
Lotenia <strong>de</strong> santo Antonio<br />
da tar<strong>de</strong> e chega á Pampilhoza ás 9,25,<br />
on<strong>de</strong> passa a correspon<strong>de</strong>r com o da<br />
Companhia Real n.° 55 que parle <strong>de</strong> Pampilhoza<br />
ás 9,13 e chega ao Porto, ás 11,<br />
40 da tar<strong>de</strong>.<br />
SANTA CASA<br />
Repara... Lê... Traía-se<br />
dos teus interesses<br />
a?sos são passados<br />
<strong>de</strong>pois que<br />
is c nstipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />
dsma, tosses, coqueluche, influenza e outros<br />
encornodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcatrão, compostos (R elboçádos<br />
Mfiagrézos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhósos<br />
do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />
junto a outras substancias apropriadas,<br />
se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutár<br />
eficácia.<br />
E tanto assim, que os bons rezultádos<br />
obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />
compostos (SlebiB^ádos Milagrosos)<br />
são confirmádos, não só por<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />
mas também por abalizádos facultativos.<br />
Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />
Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />
pelo eorreio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />
MISERSC9RD1Â DE LISBOA<br />
G0:000$000<br />
Extracção a 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />
Bilbetes a SOSOOO réis»<br />
Vigésimos a I S.IOO róis<br />
A commissão administrativa da loteria,<br />
incumbe-se <strong>de</strong> remetter qualquer<br />
encommenda <strong>de</strong> bilhetes ou vigésimos,<br />
logo que ella seja acompanhada da sua<br />
importancia e mais 75 réis para o seguro<br />
do correio.<br />
Quem comprar IO ou mais bilhetes<br />
inteiros tem uma tommissão <strong>de</strong> 3 p. c.<br />
Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos ao<br />
secretario.<br />
Remettemse listas a todos os com.<br />
pradores.<br />
Lisboa, 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />
O Secretario,<br />
José Murinello.
4<br />
Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
Sulfatada—Calcica<br />
A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
Estabelecimento balnear a 2 kilometros «1a estação <strong>de</strong> Hogoforc»<br />
Carros» á chegada <strong>de</strong> todos os comboios»<br />
INDICAÇÕES<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliary Engorgitamentos hepathieos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />
se lhe avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica foramjfeitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. mo sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia uão se altera, nem pelo tempo,<br />
neiu pelo transporte<br />
A' Yenda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Vinhos tintos. •<br />
Vinhos brancos<br />
Vinhos licorozos<br />
Vinagre-<br />
Azeite • •<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
4, Rua Ferreira Borges<br />
la <strong>de</strong> <strong>de</strong> lais<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
(SEM GARRAFA)<br />
Palhete<br />
Trinca<strong>de</strong>iro<br />
Clarete<br />
Marialva *<br />
Fernão Pires. .<br />
Sauterne<br />
Diagalves<br />
Marialva<br />
Licoroso branco<br />
» tinto<br />
Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Tlieodorico<br />
Pimentel<br />
Branco<br />
) Azeite d'01iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
' j d'01iveira Feijão)<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
Garafa<br />
d 10<br />
130<br />
ISO<br />
170<br />
140<br />
170<br />
180<br />
IcO<br />
250<br />
250<br />
500<br />
90<br />
300<br />
Preços especíaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j e s<br />
Sucursal na Alta<br />
37—RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. A. da Costa Pinto<br />
NHOS DE PASTO<br />
Ca-EJKTXJllSrOS<br />
V* gar<br />
60<br />
70<br />
80<br />
90<br />
80<br />
90<br />
100<br />
100<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para consumo e exportação<br />
COIMBRA Vendas por junto e a miúdo<br />
Installação provisoria: rua da Sota n 0 8.<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> venda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
Marcas<br />
0 0<br />
i-<br />
c1 S<br />
U<br />
Garrafa<br />
<strong>de</strong> litro<br />
Garrafa<br />
bordalesa I<br />
«S s<br />
'O 1 6 1 12<br />
Tinto GRANADA . 600 120 • 80<br />
» CORAL... 600 120 — 80 —<br />
Branco AMBAR.. 650 — — 100 —<br />
- TOPÁZIO- — — — 120 —<br />
Distribuição gratuita aos domicílios,<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong>, em<br />
compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong>,<br />
garrafas.<br />
Nos preços indicados não vaeincluida<br />
a importancia do garrafão (360<br />
réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />
a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />
que se recebem pelo cnsto.<br />
Prevenção. — Os garrafões le<br />
vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />
nas rolhas das gàrrafas e garrafões<br />
vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />
fogo, ao lado e na parte superior.<br />
F0N0GRAF0S<br />
Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />
n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />
magníficos Fonografos Etlísoaa <strong>de</strong> diferentes<br />
preços e tamanhos.<br />
Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />
com lindas óperas, cançonetas, monologos,<br />
etc., nacionaes e estranjeiros que<br />
ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />
<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />
Sempre cilindros com muzicas novas<br />
e muito escolhidas.<br />
Mário Machado<br />
CirurgiSo <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />
bôca e <strong>de</strong>ntes.<br />
Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />
âs mais luxuozas.<br />
Consultório — Largo da Sé Velha.<br />
P r o c o s m ó d i c o s<br />
Fumeiro do íhtejo<br />
Recebeu mais uma remessa da ma-<br />
gnifica qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma re-<br />
ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />
Luzitana.<br />
Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />
A única que em Portugal eíétua seguros<br />
postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />
distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />
Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />
O o i m " b r a<br />
FARMACIA ASSIS<br />
SERVIÇO PERMANENTE<br />
Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />
Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />
acába <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />
0 seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />
das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />
quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />
como estranjeiros; está a pár do<br />
<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a tereupatica<br />
dia a dia vão experimentando e<br />
por isso possue uma coléção variáda das<br />
mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />
qúimicos.<br />
O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />
feito por pessoal competentemente abilitado,<br />
sob a diréção do seu administrador.<br />
Esta caza encarrega se <strong>de</strong> mandar os<br />
medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />
assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clínicos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />
ou da noute.<br />
Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />
Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />
54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />
(Em frente ao rco d'AImedina)<br />
Abriu este novo estabelecimento<br />
on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />
e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />
quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />
fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />
Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />
em flanellas e panos pretos para capas e<br />
batinas, para todos os preços.<br />
Artigos para ómenj como camisaria,<br />
gravatas, luvas, etc.<br />
Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />
este estabelecimento.<br />
Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />
ALFAIATE<br />
Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
COIMBRA<br />
Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />
e estranj eiras.<br />
Confeções para ómens e crianças,<br />
pelos últimos figurinos.<br />
Vestes para ecleziasticos.<br />
Camizas, gravatas, suspensórios e<br />
diversos artigos para ómem.<br />
PREÇOS RI33EUMIDOS<br />
Pastelaria e confeitaria Téles<br />
150—Rua Ferreira Borges—156<br />
COIMBRA<br />
Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encon<br />
tra-se á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concernentes<br />
a estabelecimentos désta naturêza.<br />
l>Òces <strong>de</strong> ovos com os mais finos recheios.<br />
Woees <strong>de</strong> fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, secos e cristalizados.<br />
Fabricam-sc gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s.<br />
Variada pastelaria em todos os generos, especializando os <strong>de</strong> tolhado.<br />
GaZantiues diversas. Téte d A eh ar. Patê <strong>de</strong> Lievre e Foie.<br />
Saucisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />
Pão <strong>de</strong> 16, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />
Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />
marcas.<br />
Amêndoas, bombas, choeoiates, queijos, chãs, etc., etc.<br />
Caíé, toeTaidLas o oerveias<br />
Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />
na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />
FABRICA DE TELHÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />
Pedro da Silva Pinho <strong>Coimbra</strong><br />
Premiado na Exposição <strong>de</strong> Cerainica Portugneza. no Porto,<br />
cm 1882. com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />
medalha <strong>de</strong> colire na Exposição OiNtrictal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1SS4<br />
8», Itua <strong>de</strong> João Cabreira, 31—COIMBRA<br />
A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoa mais<br />
habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões para retretes<br />
vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />
grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />
etc., etc.<br />
Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />
P r e ç o s o c o n o m l c o s<br />
ACYTILENE<br />
Carbureto <strong>de</strong> cálcio francês, rendimentogarantido da 300 litros por kilo,<br />
os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />
Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessorios<br />
NOVA LUZ A GAZOLINA<br />
P o d e r i l l u m í n a n t o : IOO v e l l a s p o r b i c o<br />
O A S T O : O i'éis p o r ó r a<br />
Mandam-se grátis catalogos e preços correntes<br />
A. RI VIBRE)<br />
RUA HE S. Paulo. 9, A\i)Ut<br />
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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Editor Typ. Demoeratica<br />
MANUEL D OLIVEIRA AMARAL<br />
Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
__________ 1<br />
N.° 907 COIMBRA—Quinta-feira, 2 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904<br />
Praxes académicas<br />
/<br />
Pouco e pouco, <strong>de</strong> ano para<br />
ano, têm <strong>de</strong>zaparecido justamente<br />
certos uzos e praxes académicas,<br />
<strong>de</strong> vaga frequente e tradicional na<br />
vida da nova mocida<strong>de</strong> universitária,<br />
cuja feição ridícula, estúpida e<br />
barbara era <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> a provocar a<br />
indignada revolta <strong>de</strong> todos os espíritos<br />
sãos.<br />
Por largo tempo perdurarão<br />
esses uzos e praxes, a tal ponto<br />
enraizados, que a sua pratica e<br />
observancia se guardava com entuziásmo,<br />
constituindo como que<br />
uma grata preocupação da maior<br />
parte dos estudantes. E, todavia,<br />
nada mais ridículo, nada mais cruel,<br />
nada mais estúpido do que certos<br />
<strong>de</strong>sses uzos, postos em pratica com<br />
um furor <strong>de</strong> energúmenos,'que todos<br />
se <strong>de</strong>leitão com exibiçõis <strong>de</strong><br />
brutalida<strong>de</strong>.<br />
Aceite a ierarquia, que apartava<br />
em graus diversos, a massa académica,<br />
os que nessa ierarquica ocupávão<br />
logar mais baixo estávão<br />
sujeitos a toda a sorte <strong>de</strong> caprichozas<br />
exijencias que ao espirito dos<br />
seus riifipviMer «miriisse. <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Q<br />
impropério contun<strong>de</strong>nte ao ponta-pe<br />
brutal, atirado com a força <strong>de</strong> bestas<br />
picadas por moscardos.<br />
O tempo foi passando e subvertendo,<br />
<strong>de</strong>rogando, esse ignóbil codigo<br />
<strong>de</strong> magnificas selvajerias, que<br />
aliás provocávão entuziasticas <strong>de</strong>tezas,<br />
quando alguém lhes marcava<br />
a torpeza e a covardia que formávão<br />
a sua esseneia.<br />
O canelão á Porta-Ferrea, que<br />
dava ao novato a impressão <strong>de</strong> que<br />
ia entrar, não num estabelecimento<br />
sciéntifico mas numa cocheira, on<strong>de</strong><br />
bestas em alas festejassem o recemvindo<br />
mortal com salvas reais <strong>de</strong><br />
rijos coices, á anos já que <strong>de</strong>zapareceu,<br />
por efeito <strong>de</strong> medidas salutares<br />
da autorida<strong>de</strong> académica e<br />
por efeito mesmo duma natural repugnância<br />
que o áto iaspirava.<br />
Mas sobrevivencias réstáo ainda,<br />
e bem lamentaveis, <strong>de</strong>sse amontoado<br />
<strong>de</strong> bestialida<strong>de</strong>s que se enfeixávão<br />
com o rotulo <strong>de</strong> praxes<br />
bar com sobrevivencias que ainda<br />
perdúrão, e que este ano que vem<br />
<strong>de</strong> findar se afirmárão com certo<br />
po<strong>de</strong>r.<br />
Assim, não era raro encontrarse,<br />
ao dobrar duma esquina, um<br />
grupo <strong>de</strong> académicos, embiocados<br />
nas suas capas negras, acocorandose<br />
em silencio, á espreita da preza<br />
almejada—o novato. Se por acazo<br />
infelis algum passava, os valentes<br />
embargávão-lhe o passo, e <strong>de</strong> rosto<br />
velado, para maior mostra da sua corajem,<br />
um dêles castigava com palmatoadas<br />
tòdos a audacia extranha,<br />
dum novato andar na rua àquela óra<br />
emquanto os camaradas da aventura<br />
eroica formávão circulo, <strong>de</strong><br />
mócas erguidas, numa solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
grupo secreto.<br />
Ora pozitivamente é precizo que.<br />
isto <strong>de</strong>zapareça, para onra <strong>de</strong> toda a<br />
corporação a quem taes uzos aviltão<br />
e para bem duma cida<strong>de</strong> que não<br />
é para aí um brugo pôdre, don<strong>de</strong><br />
impunemente se permitão assaltos<br />
<strong>de</strong> mariolas <strong>de</strong> pôlpa.<br />
Essas troupes que ainda este ano<br />
manobrarão pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
á caça <strong>de</strong> novatos, <strong>de</strong>nunciando os<br />
intuitos baixos <strong>de</strong> quem se <strong>de</strong>leita<br />
com tal entretenimento, não pó<strong>de</strong>m<br />
continuar na liberda<strong>de</strong> que as autorida<strong>de</strong>s<br />
complacentes lhes têm indiretamente<br />
cônceuiy.y.<br />
E' precizo que se persigão e<br />
castiguem os autores <strong>de</strong>ssas covar<strong>de</strong>s<br />
emboscadas, e que se persigão e<br />
castiguem com dureza que seja<br />
bastante a um ensinamento salutar<br />
e perdurável.<br />
Olhem para o fato as autorida<strong>de</strong>s,<br />
e oxalá que no proximo ano<br />
letivo não tenhamos já o <strong>de</strong>sgosto<br />
<strong>de</strong> prezenciar <strong>de</strong>ssas selvajerias,<br />
que, <strong>de</strong>sonrando quem as pratica,<br />
por egual atentão contra o bom<br />
nome <strong>de</strong>sta terra.<br />
Apoiado!<br />
0 nosso prezado e ilustradissimo<br />
coléga, Poio <strong>de</strong> Aveiro, referindo-se á<br />
apreensão do Mundo, escreve estas justas<br />
palavras:<br />
«Não á então remedio contra os<br />
abusos, contra os <strong>de</strong>srespeitos, contra<br />
os atentados sem nome cometidos<br />
pelo governo contra aimprensa<br />
républieana? Á. Um gran<strong>de</strong> remedio,<br />
Sabem on<strong>de</strong> está? Na forte e solida<br />
organização <strong>de</strong> Partido Républicano.»<br />
De plenissimo acordo. Os governos<br />
redobrárão <strong>de</strong> fúria contra os republicanos<br />
quando êstes começaram a dár provas<br />
evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> fraqueza, disolvendo-se,<br />
scindindo-se em capelinhas, recebendo,<br />
<strong>de</strong>sunidos e sem autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer<br />
especie, os golpes do po<strong>de</strong>r.<br />
Unão-se, e saibão ripostár <strong>de</strong>vidamente<br />
á violência, que os atentados <strong>de</strong><br />
toda a or<strong>de</strong>m que excecionalmente os visão,<br />
não se repetirão com a frequência<br />
e a semeerimonia insultante com que<br />
hoje se suce<strong>de</strong>m.<br />
Dos republicanos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> preparemse<br />
uma :ondição <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixárão<br />
per<strong>de</strong>r por uma lamentável e criminosa<br />
abdicação.<br />
E como nota o Povo <strong>de</strong> Aveiro, uma<br />
cousa basta: juizo.<br />
Não será tempo srs. republicanos se<br />
se disporem a tomal-o. pondo remate<br />
<strong>de</strong>cidido ás suas intermináveis loucuras?<br />
Quando se resolverem...<br />
Us ia explozão<br />
O sr. dr. Anjelo da Fonseca que<br />
estudou as lezõis observadas na<br />
mulher e nas crianças vitimas da explozão<br />
das bombas ao coléjio novo,<br />
conclue assim o seu trabalho:<br />
Nos dois cadáveres existião feridas<br />
contúzas e queimaduras. As primeiras<br />
são, como sabemos, comuns a todos os<br />
explozivos. Produzem-se por dois mecanismos,<br />
diferentes na esseneia, mas que<br />
ordinariamente se conjugão e entrecruzão<br />
no efeito. Sabemos que no momento da<br />
<strong>de</strong>tonação as matérias que envolvem e<br />
acompanhão a substancia exploziva se<br />
convertem em projecteis animados <strong>de</strong><br />
uma gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. E são estes projécteis<br />
que interrompem a continuida<strong>de</strong><br />
dos tecidos, que rásgão a péle, dilacérão<br />
as carnes e fraetúrão os óssos. Arrástão<br />
comsigo matéria gazôza que, dilatandose,<br />
<strong>de</strong>scola o tecido celular e fendilha<br />
as massas musculares. Alem disso,<br />
segundo as experencias <strong>de</strong> Vieille e<br />
Satreau, a explozão nos primeiros momentos<br />
jera o vazio em uma area limitada<br />
e só <strong>de</strong>pois é que os gázes produzidos<br />
<strong>de</strong>terminão uma iperpressão violenta, A<br />
<strong>de</strong>pressão brusca orijina dilataçõisgazósas<br />
que arrastão num turbilhão colossal as<br />
roupas d-as vitimas, chegando a <strong>de</strong>spi-las<br />
por completo. A iperpressão projécta-as<br />
a distancia, altera os aparelhos, abála os<br />
orgãos, modifica os sistemas, <strong>de</strong>zorganiza<br />
os tecidos, perturba as funçõis e <strong>de</strong>stróe<br />
as células.<br />
IO. 0 ANO<br />
Cínerra «resj9C|ueiro<br />
v<br />
TFÍ Í 4<br />
E' oje que se efetua na gran<strong>de</strong> capital<br />
da Republica francêza, o banquete em<br />
onra <strong>de</strong>ste jenial poeta, e para o qual á<br />
numerozas a<strong>de</strong>zõis.<br />
Prezidirá Jaurés.<br />
Fecharam na ultima terça feira os<br />
trabalhos escolares na <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />
O ano letivo que findou foi safaro <strong>de</strong><br />
acontecimentos interessantes, que dêem<br />
matéria para um balanço e correlativo<br />
comentário. Passou sem algum d'esses<br />
inci<strong>de</strong>ntes que lançam a curiozida<strong>de</strong> publica<br />
em alvoroço e são além d'isso mostras<br />
<strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> força. De ano para<br />
ano a nossa mocida<strong>de</strong> universitária <strong>de</strong>riva<br />
á pacatez sorna dos lyceus <strong>de</strong> província,<br />
calmos, quazi <strong>de</strong>zertos, anulandose<br />
e corrompendo-se numa vida inútil e'<br />
atrofiadora.<br />
Este ano não ouve nada. O inci<strong>de</strong>nte<br />
do franquismo, bem triste e vergonhozo,<br />
serviu a provar como a aca<strong>de</strong>mia está<br />
<strong>de</strong> consciências — uma bancarrota quazi<br />
jeral.<br />
Que mais ouve?<br />
A' sim, ouve reeita do quinto ano,<br />
e a Tuna abalou, por varias terras, a<br />
zangarrear muzicatas e a reprezentar<br />
porcarias.<br />
Isto é <strong>de</strong> todos os anos...<br />
Que ao menos os rapazes levem ao<br />
fim d'um ano, alguma couza <strong>de</strong> bom aos<br />
seus: a alegria d'um sucesso feliz nos<br />
seus atos.<br />
Parece <strong>de</strong>finitivamente assente este<br />
programa <strong>de</strong> salvação publica Viajem do<br />
sr, D. Carlos á exposição <strong>de</strong> S. Luiz e<br />
ao Brazil, e viajem da senhora I). Maria<br />
Pia a Roma.<br />
Os nossos parabéns ao pais, com particulares<br />
felicitaçõis ás suas forças vivas<br />
pelo êxito dos seus protestos ruidozos.<br />
Dr. Bernardino SIaciaaslo<br />
Este nosso respeitabilissimo correligionário,<br />
eminente professor e publicista,<br />
realiza no proximo domingo, na Povoa<br />
do Varzim, uma conferencia na Associação<br />
Comercial, que lhe foi solicitado pelos<br />
empregádos do comércio daquéla localida<strong>de</strong>.<br />
I»aHido Republicano<br />
O prestijiôso republicano terá mais<br />
uma vés ensejo <strong>de</strong> ver como é jeralmen-<br />
Reuniram ante-ontem as comissõis pate apreciádo e respeitado o seu alto esroquiais<br />
republicanas <strong>de</strong> Lisboa para sepirito e o seu integro caráter.<br />
rem consultadas pela comissão municipal<br />
sobre as próximas eleiçõis.<br />
Depois <strong>de</strong> lido vario expediente entrou-se<br />
na discussão do assunto para que<br />
Uma comissão <strong>de</strong> jornalistas procurou<br />
propriamente fôra convocada a reunião,<br />
o sr. prezi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> conselho para lhe<br />
correndo acalorado o <strong>de</strong>bate, em que<br />
notificar que a sua associação protestava<br />
opiniõis diversas se embateram, <strong>de</strong>fen-<br />
enerjicâmente contra a aprehensão do<br />
académicas, sobrevivencias que é <strong>de</strong>ndo uns a abstenção, propondo outros Mundo.<br />
precizo <strong>de</strong>struir <strong>de</strong> vês, ája embora a luta.<br />
Agora é que está garantida a liber-<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a certos A corrente mais prepon<strong>de</strong>rante, se da<strong>de</strong> "<strong>de</strong> pensamento. #<br />
meios duros <strong>de</strong> repressão.<br />
gundo vemos no nosso colega «O Mundo», Caramba!<br />
foi pela luta, apezar <strong>de</strong> todas as condi-<br />
A quem propugne a manutençõis <strong>de</strong>spavorav^is em que necessariação<br />
das praxes académicas. Des mente tem <strong>de</strong> travar-se.<br />
Está em <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> vizita a sua<br />
cobrem-lhescertapoezia. Achão que Ao cabo <strong>de</strong> larga discussão foi por irmã, a sr.<br />
o seu <strong>de</strong>zaparecimento é nocivo á unanimida<strong>de</strong> resolvido que se significasse<br />
aos corpos superiores do Partido que os<br />
vida dos estudantes. E com gran<strong>de</strong> republicanos <strong>de</strong> Lisboa mantém o seu<br />
força <strong>de</strong> lojica intentão provar os respeito pela eleição, <strong>de</strong>sejam ar<strong>de</strong>nte-<br />
ferenhos praxistas, que esses uzos, mente que se acceita a luta atual, apezar<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o coice á Porta-Ferrea até a <strong>de</strong> todo, confiando e ocotando no entanto<br />
cmboscada das troupes, <strong>de</strong>vem man- as rezoluçõis <strong>de</strong>sses corpos nujentos.<br />
ter-se e afervorar-se para maior gloria<br />
dos ómens <strong>de</strong> ámanhã.<br />
Os quartanistas da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> me<br />
São raros, mas existem. Claro dicina forão celebrar o ponto ao Bussaco<br />
que não merecem resposta taes ale- ontem, com um gran<strong>de</strong> jantar na mata.<br />
gaçõis, que só po<strong>de</strong>m ser feitas por Os quartanistas <strong>de</strong> Direito que ante<br />
indivíduos sem escrupulos e sem di- ontem fizérão a queima das fitas no largnida<strong>de</strong>,<br />
com ten<strong>de</strong>ncias para brigar go da Feira, realizão ôje na Figueira da<br />
Fós uma tourada.<br />
em feiras, <strong>de</strong> varapau ao alto, e la-<br />
Tanto na Figueira, como em <strong>Coimbra</strong><br />
<strong>de</strong>jar por becos e alfurjas, em está esta festa <strong>de</strong>spertando verda<strong>de</strong>iro<br />
arruadas vinolentas e ruidozas. interésse, avendo dificulda<strong>de</strong> em arran-<br />
E' precizo, pois, dizíamos, acajar até bilhetes <strong>de</strong> sói.<br />
a As queimaduras varíão na extensão,<br />
aci<strong>de</strong>nte e até cérto ponto constituem<br />
A.UUI1I.UU CV<br />
um signal importante no inquérito medico-<br />
sr. Frutuozo Lobo,que morreu vitinm»^<br />
legal.<br />
pela tubereulóze pulmonar <strong>de</strong> que vinha<br />
sofrendo á longos anos.<br />
Os líquidos, táis como o petróleo e<br />
O sr. FrutuôzO Lobo éra uma figura<br />
mesmoo o álcool e éters produzem<br />
muito conhecida no meio coimbrão, ali-<br />
queimaduras profundas, porque as matéando<br />
probida<strong>de</strong> comercial e onradés nas<br />
rias liquidas projétadas embebem as rou-<br />
suas tranzáçõis, á maior jentileza e fino<br />
pas e a combustão continua após a explo-<br />
trato.<br />
zão.<br />
Depois <strong>de</strong> terminada a ultima em-<br />
As maquinas a vapôr produzem lepreza<br />
<strong>de</strong> carros americanos, o sr. Frusões<br />
com aspe to diferente: a agua pulvetuoso<br />
Lobo, que fora administrador déla<br />
rizada a uma alta temperatura é proje-<br />
e que conseguira levanta-la da <strong>de</strong>cadência<br />
tada a distancia, <strong>de</strong>zorganisa a péle, pe-<br />
em que se acháva, abriu um café na<br />
nétra nas cavida<strong>de</strong> naturais, dá aos teci- Sofia, quasi exclusivamente frequentado<br />
dos o aspeto e o cheiro <strong>de</strong> carne cozida, por académicos ou professores a quem<br />
mas não queima as roupas nem <strong>de</strong>ter- cativara pçla sua obsequiozida<strong>de</strong>jeneróza<br />
mina chama como os liquidos inflamá- durante a vida <strong>de</strong> estudante.<br />
veis.<br />
O nosso pezame á familia enlutáda.<br />
Com os gazes, acetiléne, gaz <strong>de</strong> iluminação<br />
e, outros, as vitimas sáo envolvidas<br />
por chamas; estas, se <strong>de</strong>terminão<br />
incêndio imediato, extinguem-se rápida- Na segundo feira passada, reuniu-se<br />
mente e por isso as lezõis dispersas por em Lisboa, na expozição da localida<strong>de</strong><br />
todo o corpo são mais superficiaes que Nacional <strong>de</strong> Bélas Artes, o juri para dis-<br />
as prece<strong>de</strong>ntes.<br />
tribuir os prémios dados aos expozitôres.<br />
Finalmente, as substancias explozi- As mais. altas ^distruiçõis coubérão<br />
vas propriamente ditas, aquélas que tem este ano a ebrei e ao nós^o conterrâneo<br />
a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> jerar instantaneamente Costa Motta pelo busto exposto <strong>de</strong> Frei<br />
um volume <strong>de</strong> gaz colossal, a dinamite, Manuel do Cenáculo que se <strong>de</strong>strua á<br />
o fulminato <strong>de</strong> mercúrio, as polvoras clp- bibliotéca publica <strong>de</strong> Évora, para on<strong>de</strong> o<br />
ratadas e outras, ^ão as que <strong>de</strong>terminão mandou fazer o sr. dr. Baraôna.<br />
lezõis <strong>de</strong> queimadura mais restritas é Congratulano aos por mais este su-<br />
menos profundas. A lezão é produzida césso artístico do nósso patrício.<br />
pela alta temperatura <strong>de</strong>zenvqlvida no<br />
fenomeno expfozivo. Nos dois exemplares<br />
que estudámos avia queimàduras <strong>de</strong>ste<br />
jénero: eram muito nítidas na mãi, Companhia eqaesíre<br />
D. Mariana da Camara e a<br />
on<strong>de</strong> a rubefáção da fácé posterior da<br />
seu filho o sr. D. Vicente da Camara, o<br />
perna esquerda indicava uma queimadu- Acaba <strong>de</strong> chegar a esta cida<strong>de</strong> tendo<br />
ra do primeiro grau e as flitenas do pé, já montado um esplendido circo <strong>de</strong><br />
ilustre escritor dramatico D. João da Ca-<br />
outrasdo segundo grau.<br />
veirão na alameda da Portajem, a commara.<br />
Résta-nos indicar a cauza da morte:<br />
panhia equestre, ginasta, acrobatica, cómica<br />
e coreográfica sob a direção <strong>de</strong><br />
Na mãi, as lezçis da perna esquerda<br />
Enrique Dias, ex-diretor dos colizeus <strong>de</strong>.<br />
<strong>de</strong>terminarão uma abundante perda <strong>de</strong><br />
r A diréção da Associação Académica<br />
Lisboa e Porto e conhecido emprezario<br />
'sangue que produziu uma anemia a§úda.<br />
acaba <strong>de</strong> distribuir profusamento um<br />
<strong>de</strong> circos. Deu ontem o seu primeiro es-<br />
Não encontrámos lezõis nos centros nem<br />
extenso manifesto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo com ardor<br />
petaculo com trabalhos muito apreciaveis<br />
nos orgãos mais essenciais á vida e por<br />
a necessida<strong>de</strong> da sua reorganisação em<br />
e <strong>de</strong> valor, tencionando aprezentar no-<br />
isso .filiamos.a 'morte na emorrajia que<br />
novas e solidas bazes.<br />
vos, sempre variados e atraentes, du-<br />
acompanhou a rutúra da artéria tibial e<br />
De espaço nos referiremos ao assumrante<br />
os quinze dias que espera damo-<br />
das veias satélites.<br />
pto.rar-se<br />
nesta cida<strong>de</strong>,' <strong>de</strong> on<strong>de</strong> retirará<br />
A pequena morreu <strong>de</strong> comoção cere-<br />
para a feira d'Evora.<br />
bral, atestada pela emorrajia disseminada<br />
no cérebro que tève logar com integrida<strong>de</strong><br />
da caixa craneafta.<br />
Pela ultima or<strong>de</strong>m do exercito fôrão<br />
colocados no rejimento <strong>de</strong> infantaria 23,<br />
Banhos <strong>de</strong> Luzo<br />
com,sé<strong>de</strong> nésta cida<strong>de</strong>, os srs. capitães Por ser gran<strong>de</strong> o serviço <strong>de</strong> actos,<br />
Cruz, e tíoulad, respétivamente <strong>de</strong> infan- parece estar assente que fexarão no dia Abriu ontem o estabelecimento ter*<br />
taria e 24.<br />
18 do corrente as aulas do Liceu. mal do Luzo,<br />
CP / ri<br />
/ // /i
3<br />
A obra do sr. Julio Dantas<br />
ii<br />
Na esteira dos principios espostos no<br />
numero antece<strong>de</strong>nte, vamos ver como a<br />
peça do sr. Julio Dantas não é nem po<strong>de</strong><br />
ser consi<strong>de</strong>rada uma boa obra <strong>de</strong> teatro.<br />
Sendo, manifestamente, o intuito do autor<br />
cerzir historias, umas <strong>de</strong>scritas em<br />
folhetins, outras recolhidas da tradição<br />
oral, a respeito <strong>de</strong> dois dos personagens<br />
da peça; adubando tudo com um mau<br />
calão; e <strong>de</strong>ixar entrever, aqui e ali,<br />
uma in<strong>de</strong>cenciasita, não po<strong>de</strong> ter-se outra<br />
i<strong>de</strong>ia senão que o sr. J. Dantas procurou<br />
agradar ao publico, lisonjeando o<br />
seu gosto <strong>de</strong>pravado.<br />
O fado, <strong>de</strong> vez em quando, a quebrar<br />
a monotomia <strong>de</strong> Indo aquilo, e<br />
mãos cheias <strong>de</strong> dinheiro a dar brilho á<br />
festa constituem os maiores atrativos da<br />
peça.<br />
Visando somente a puchar a atenção<br />
do espetador, pelo escabrozo das cenas<br />
e pela ru<strong>de</strong>za da frase, construída em<br />
calão, é até mal feita tecnicamente.<br />
E' d'uma carpinteiragem rudimentar<br />
própria d'um principiante. Abusa do<br />
truc, da repetição da mesma frase para<br />
tirar valor <strong>de</strong> certas situações; e, como<br />
em todas as peças do sr. J. Dantas, ha<br />
um maniaco para expremer a sentimentalida<strong>de</strong><br />
do espetador. Emfim!<br />
A obra funda-se toda num principio<br />
<strong>de</strong> exploração.<br />
O publico gosta <strong>de</strong> fado? Gosta <strong>de</strong><br />
calão e touradas, faias e rameiras? Então<br />
é um instante, pensou o sr. J. Dantas,<br />
e fez esta linda coisa que se viu.<br />
Não quiz moralisar, educar, levantar o<br />
nivel ihteletual <strong>de</strong> tudo isto: serviu-se<br />
das condições que existiam para fazer<br />
mercantilismo.<br />
Patuou com a pouca vergonha para<br />
por ela ganhar. Não procurou bater o<br />
vicio, lutar contra a <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncia; auxiliou-a<br />
para por ella viver.<br />
Só os fracos, os inermes, se <strong>de</strong>ixam<br />
ir na corrente que procura arrasta-los<br />
para uma triste queda.<br />
Os fortes lutam, agitam por cima <strong>de</strong><br />
tudo as suas convicções, evangelisam<br />
pela i<strong>de</strong>ia e levam pureza ás almas pela<br />
palavra: são os revoltados.<br />
E' ver esse gran<strong>de</strong> vulto nacional<br />
que se chama Gil Vicente verberando e<br />
zurzindo a malva<strong>de</strong>z e os prejuízos d'um<br />
TTTTTo lio l n lllli.' llrl!^ CII1 cozida<br />
uzada pele bom &il, porque nesse<br />
tempo não estavam ainda creadas estas<br />
estratificações <strong>de</strong> linguajem, ôje corres<br />
pon<strong>de</strong>nles a cada classe da socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
tal maneira que é um dos aspetos mais<br />
carateristicos d'elas e constituindo a sua<br />
fisionomia.<br />
E não se vá imajinar que este fato<br />
da linguajem não tem importancia como<br />
fator sugestivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradamento, pois<br />
está <strong>de</strong>monstrada a influencia enorme<br />
que exerce nos indivíduos esta adaptação<br />
moral a um calão nascido e frutificado<br />
num meio cheio <strong>de</strong> vicios e <strong>de</strong> tôrpe<br />
existencia. E' mais <strong>de</strong> meio caminho<br />
andado para o <strong>de</strong>scalabro final a incrustação<br />
no cerebro d'alguem, essa linguajem<br />
quasi sempre pitoresca e muitas<br />
vezes naturalista com que os da vida<br />
imunda se fazem enten<strong>de</strong>r.<br />
A espressão, a forma <strong>de</strong> traduzir<br />
pelo pensamento um certo numero <strong>de</strong><br />
fatos, torna-se natural e o espirito aceita-a.<br />
Mais tar<strong>de</strong> a pratica do facto, abituado<br />
como está o espirito á sua reprezentação,<br />
faz-se sem repugnancia e sem<br />
nojo.<br />
Fica-se preparado a praticar atos qne,<br />
sem este treno, inspirariam mais furte<br />
repugnancia.<br />
E' olhando, por este ponto <strong>de</strong> vista,<br />
que eu reprovo mais uma vez a peça do<br />
sr. J. Dantas.<br />
Alvaro <strong>de</strong> Castro.<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Reuniu ontem o conselho da faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> teolojia, que distribuiu pelo seu<br />
corpo docente o serviço <strong>de</strong> exames e<br />
átos pela seguinte forma :<br />
1." ano — l. a ca<strong>de</strong>ira —Drs. Men<strong>de</strong>s<br />
dos Remedios, Alves da Ora e Araujo e<br />
Gama.<br />
1." ano - 2. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Araujo<br />
e Gama, Alves da Ora e Men<strong>de</strong>s dos<br />
Remedios.<br />
I o ano - Grego — Drs. Araujo e Gamn,<br />
Bernardo Madureira e Alves dos<br />
Santos.<br />
2.° ano — 3. a ca<strong>de</strong>ira — Drs. Porfírio<br />
da Silva, Araujo e Gama e Alves dos<br />
Santos.<br />
2." ano — Ebreu—Drs. Oliveira Guimarães,<br />
Porfírio da Silva e Men<strong>de</strong>s dos<br />
Remedios,<br />
REZISTENCIA<br />
2." ano (antigo rejimen) Drs. Porfírio<br />
da Silva, Avelino Calisto e Alves<br />
dos Santos.<br />
3." ano — Drs. Bernardo Madureira,<br />
Alves da,Ora e Alves dos Santos.<br />
4." avo - Drs. Luis Maria, Oliveira<br />
Guimarães e A. <strong>de</strong> Vasconcelos.<br />
5.° ano - Drs. Manuel <strong>de</strong> Jezus Lino,<br />
P;.iva Pita, A. <strong>de</strong> Vasconcelos e Oliveira<br />
Guimarães.<br />
Ética Cristã — Drs. A. <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />
Alves da Ora e Alves dos Santos.<br />
Os jurys <strong>de</strong> átos na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
ficárão assim constituídos:<br />
1.° anno—l. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Bazilio<br />
Freire, Filomeno da Camara, Egas Monís.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Filomenoda Camara,<br />
Egas-Moniz.<br />
2.°âno—3. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Silva Basto,<br />
Campos <strong>de</strong> Carvalho, Antonio <strong>de</strong> Pádua.<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira — Dr?. Raymundo Mota.<br />
Lucio Rocha, Angelo da Fonseca.<br />
5. a ca<strong>de</strong>ira—Drs. Costa Alemão, Raimundo<br />
Môta, Lopes Vieira.<br />
3.° âno - Drs. Luis Pereira, Lucio<br />
Rocha, Antonio <strong>de</strong> Pádua, Anjelo da Fonseca.<br />
4.° âno—Drs. Daniel <strong>de</strong> Má tos, Souza<br />
Refoios. Santos Viegas, Ilizio <strong>de</strong> Moura.<br />
5.°'âno (14. a e I5. a ca<strong>de</strong>iras)—Drs.<br />
Costa Alemão, Lopes Vieira, Sérras e<br />
Silva. Formaturas—Toda a faculda<strong>de</strong>.<br />
Concerto<br />
E' no proximo sabado, pelas 9 horas<br />
da noite, que se realiza na vasta s;.la da<br />
associação comercial d'esta cida<strong>de</strong>, o brilhante<br />
concerto promovido pelo distinto<br />
tenor portuguez sr. Joaquim Tavares.<br />
Neste concerto, que pelos elementos<br />
reunidos <strong>de</strong>ve ser esplendido, toma parte,<br />
além <strong>de</strong> Joaquim Tavares, um magnifico<br />
sexteto organisado por Augusto Paes, e<br />
os exm. os srs. Vasco Rocha (violino), Henrique<br />
Corte Real (piano), Antonio da Costa<br />
Lança (flauta) e Francisco Macedo (piano).<br />
O programa é o seguinte:<br />
l, a parte, n. a 1—Preludio da Opera<br />
Carmen, G. Biset; Sexteto, n.° 2—Opera<br />
Salvatore Rosa forma sublime (i. a ato),<br />
C. Gomes, Sr. Joaquim Tavares, n.° 3—<br />
Solo para flauta, Sr. Lança; n.' 4—Solo<br />
para violino Serenata Húngara <strong>de</strong> V. Jon-<br />
cia di Lamermoor (aria final; Donizeti b)<br />
Pastoral poisia popular portuguêza <strong>de</strong> J.<br />
V. da M' tia Sr. J. Tavares.<br />
Intervalho <strong>de</strong> 20 Minutos, 2. a parle,<br />
n.° i—Petit Gavote, Sexteto, n.° 3—Romanza<br />
da Opera Luiza Miler, G. Verdi<br />
sr. J. Tavares, n.° 3—Solo para flauta,<br />
sr. Lança, n.° 4 Sexteto, n.° 5 a) Cavatina<br />
d» Opera I Lombardi, Verdi, b) a ce<br />
lebre Canção do exilio escripta expressamente<br />
para a voz do tenor Tavares será<br />
cantado em portuguez; Sr. Tavares.<br />
Este programa po<strong>de</strong>, por motivo imprevisto,<br />
ser alterado. Os bilhetes <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
ja se acham á venda na Mercearia Luzitana<br />
dos srs. Gaito á- Canas, Rua do Cego,<br />
n. 7.<br />
Garraiada na Figueira<br />
E' oje que se realiza na Figueira a<br />
garraiada promovida pelo curso do 4.°<br />
anno jurídico.<br />
Vai gran<strong>de</strong> animação e interesse por<br />
esse divertimento que promete correspon<strong>de</strong>r<br />
á espetativa jeral.<br />
Os comboios da manhã e da tar<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>vem ir d'esta cida<strong>de</strong> apinhados <strong>de</strong> passajeiros.<br />
<<br />
GONOL PAIVA<br />
Novida<strong>de</strong> farmacêutica —registado<br />
E' sem duvida o medicamento mais<br />
eficás no tratamento das purgaçõis agúdas<br />
e crónicas, sanguíneas ou puru<br />
lentas.<br />
Cura rapida e radical, não dando<br />
orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />
A' venda na farmácia e drogaria<br />
Rodrigues da Silva, — <strong>Coimbra</strong>.<br />
Preço do frasco, 700 reis.<br />
No dia do «ponto», realizou-se á<br />
noite a fésla das «látas», apezar <strong>de</strong> ter<br />
cessado o motivo que lhe <strong>de</strong>u orijem.<br />
Conquanto o «ponto» seja agóra em<br />
todas as faculda<strong>de</strong>s no mesmo dia, á<br />
noite não faltávão latas a arrastar pelas<br />
ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, enchendo-aS di alegria<br />
ruidóza que é da praxe nesta noite finai<br />
do ano létivo<br />
SERVIÇO CORREIO<br />
A partir <strong>de</strong> ôje começará e vigorar o<br />
nôvo orário <strong>de</strong> expedição, receção, tira -<br />
jens das caixas e marcos postais, e distribuição<br />
das correspondências aos domicílios<br />
:<br />
EXPEDIÇÃO<br />
As 3 óras da manhã, <strong>Coimbra</strong> ao<br />
Porto, Beira Aila, Minho e Douro - 8,15<br />
da manhã, <strong>Coimbra</strong> a Lisboa, linha doeste<br />
e Figueira da Fós.— ti da tar<strong>de</strong>, <strong>Coimbra</strong><br />
ao Perto. — 6 da tar<strong>de</strong> (comboio rápido)<br />
Leste e Beira Baixa. — 11,15 da<br />
noule, <strong>Coimbra</strong> a Lisboa, linhas d'Oeste,<br />
Sul e Sueste e Figueira da Fós.<br />
RECÉÇÃO<br />
As 3 óras e 45 da manhã, Lisboa a<br />
<strong>Coimbra</strong>, linhas d'Oeste, Sul e Sueste,<br />
Leste, Beira Baixa e Figueira da Fós. —<br />
8,50 da manhã, Porto a <strong>Coimbra</strong>. 6.50<br />
da tar<strong>de</strong>, Lisboa a <strong>Coimbra</strong>, linha doeste<br />
e Figueira da Fós. —6,50 da tar<strong>de</strong>,<br />
(comboio rápido), Beira Alta e Porto.—<br />
12 da noute, Porto a <strong>Coimbra</strong>, Minho e<br />
Douro.<br />
TIRAJENS<br />
Ás 4,15 da tar<strong>de</strong> e 8,15 da noute:<br />
Fazem-se tirajens da caixa jeral, cinco<br />
minutos antes da óra da expedição para<br />
lodos os correios.<br />
DISTRIBUIÇÕIS DOMICILIARIAS<br />
Ás 7,J0 e 10 da manhã e ás 7,30 da<br />
tar<strong>de</strong>.<br />
As correspondências para os concelhos<br />
<strong>de</strong> Arganil, Poiares, Gois, Pampilhoza<br />
da Serra, Louzã, Miranda do Cor<br />
vo, Con<strong>de</strong>ixa, Penacova e Penéla são<br />
expedidas ás 5,30 da manhã e recebidas<br />
ás 7,30 da tar<strong>de</strong>.<br />
Apanha, congrésso 1— «O Popular <strong>de</strong><br />
11 <strong>de</strong> maio trazia este suelto acerca do<br />
Congrésso <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>:
O HUiDf K - L E O A M T E<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
e alualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
fS. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Diretor — A. <strong>de</strong> Souza (Gny <strong>de</strong><br />
EPreles).<br />
Redátores das sécções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
i rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermi-<br />
Lnia Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />
D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />
Bregero, Paris.<br />
D O BRAZIL<br />
[• Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />
<strong>de</strong> á 12 anos, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />
e varias pessoas <strong>de</strong> minha familia <strong>de</strong><br />
doenças no estomago e nos intestinos<br />
recorri a muitos remedios, passando 4<br />
anos sem encontrar alivio a meus males;<br />
finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />
do dr. Ileinzelmen, remedio feito com<br />
érvas dos matos do Brazil. conseguindo<br />
me curar radicalmente em poucas semanas.<br />
Por ser verda<strong>de</strong>, para bem dos<br />
que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />
publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />
Pedro Aguiar <strong>de</strong> Melo<br />
(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />
As pilulas do dr. Heinzelman feitas<br />
com vejetais das malas brazileiras, curão<br />
em pouco tempo todas as moléstias do<br />
estomago, fígados e intestinos.<br />
Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />
Silva & C.% Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />
União Vinícola io Dão<br />
Parceria <strong>de</strong> lavradores dos, melhores<br />
vinhos portuguêzes, á venda na<br />
Mercearia LU2ITA1A<br />
(Depózíto único em <strong>Coimbra</strong>)<br />
A's Damas Elegantes<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Já chegou a esta cida<strong>de</strong> á sua<br />
casa na rua <strong>de</strong> Ferreira Borges, n.°<br />
185, i.°, vinda da capital on<strong>de</strong> foi<br />
fazer o seu sortido para a prezente<br />
estação, a bem conhecida Modista<br />
<strong>de</strong> Lisboa, que tem a ônra <strong>de</strong><br />
aprezentar ás damas Conimbricenses,<br />
um sortido em Chapeos Mo<strong>de</strong>los<br />
dâ mais alta novida<strong>de</strong> e finissimo<br />
gosto para todos os preços.<br />
Traz também gran<strong>de</strong> sortido <strong>de</strong><br />
cascos, flores e outros artigos <strong>de</strong><br />
novida<strong>de</strong> em conféçõis para chapéus,<br />
que ven<strong>de</strong> por preços excessivamente<br />
baratos.<br />
Pé<strong>de</strong> ás exm. as Damas a fineza<br />
<strong>de</strong> não comprarem sem primeiro<br />
verem o seu enorme sortido.<br />
ilKZI.^TEXCIl - Çuin(a>r«íra, 2 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> lOOl<br />
Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
ORARIO PROVIZÓRIO<br />
Carreiras entra o largo das Ameias<br />
e a rua Infante D. Augusto<br />
Do largo das Ameias<br />
PartidLas<br />
Da rua Infante D. Augusto<br />
6 h e 30 m manhã 7 h manhã<br />
7 »(«) 7,30 »<br />
7,30 D S »<br />
8 D 8,30 » (b)<br />
8.30 » 9 »<br />
9.30 D 10<br />
10,30 » 11 »<br />
H D 11,30 »<br />
11,30 » 12 »<br />
12 » 12,30 tar<strong>de</strong>.<br />
12.30 tar<strong>de</strong> 1 »<br />
1 J> 1,30 »<br />
a «1<br />
1,30 J> 2<br />
2 » 2,30 »<br />
2,30 » 3<br />
I<br />
3 T> 3,30 »<br />
3,30 » 4 »<br />
4 » 4,30 »<br />
4,30 5 »<br />
5 » 5,30 »<br />
5,30 » 0,30 »<br />
6 » 7,30 »<br />
7,30 » 8,30 noite<br />
8 noite 9,30 »<br />
9,30 » 10 »<br />
10 D 10,30 »<br />
(a) Directo da Casa do Sal á rua do Infante<br />
D Augusto.<br />
(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.<br />
Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />
e Estação B<br />
da R. Infante d. Augusto<br />
6 h tar<strong>de</strong><br />
8, noite<br />
PartidLas<br />
da Estação B<br />
6' 1 e 58 m tar<strong>de</strong><br />
8 U e 45 noite<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a estação B dos eaminhos <strong>de</strong> ferro<br />
Do largo das Ameias<br />
3 h 10"<br />
5 ,5o<br />
8,10<br />
2 ,30<br />
3 ,:
Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
Sulfatada—Calciea<br />
A única analysada no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉVILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
Estabelecimento balnear a 8 ltilometros da estação <strong>de</strong> .Uogofores<br />
Carros tV chegada <strong>de</strong> todos os comboios<br />
INDICAÇÕES<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Eni differe?ites especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangue não ba nenhuma no paiz que<br />
se Ihs avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />
nem pelo transporte<br />
A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Vinhos tintos -<br />
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oa <strong>de</strong><br />
4, IIiia Ferreira Borges<br />
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Trinea<strong>de</strong>iro<br />
Clarete .<br />
Marialva .<br />
i Fernão re Pires.<br />
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d Oliveira Feijão) . . . . . . .<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
REZI&TEWCIA —guinta-fcfra 3 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1SM»1<br />
Garafa |
Editor<br />
MANUEL D OLIVEIRA AMARAL<br />
ENCIA<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Demoeratica<br />
ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
N.° 908 COIMBRA—Domingo, 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO. 0 ANO<br />
PELA LUTA<br />
Como vimos do reláto sumario<br />
da assembleia magna das comisSôis<br />
paroquiais républicanas <strong>de</strong> Lisboa,<br />
prepon<strong>de</strong>rou entre os nossos correlijionarios<br />
do capital a i<strong>de</strong>ia da lúta<br />
eleitoral, como omenajem ao prinóipio<br />
bazilar da <strong>de</strong>mocracia e como<br />
trabalho preparatório <strong>de</strong> mais larga<br />
ativida<strong>de</strong> partidária.<br />
Pelo que neste jornal já se escreveu,<br />
e pela <strong>de</strong>liberação quázi<br />
unanimemente aceite em assembleia<br />
das commissõis paroquiais republicanas<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, on<strong>de</strong> temos logar<br />
mo<strong>de</strong>sto se bem que na imprensa<br />
as não representemos pois que aqui<br />
mantemos a mais completa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia,<br />
somos incondicionalmente<br />
pela lúta eleitoral, não <strong>de</strong>sconhecendo<br />
aliás as condiçõis <strong>de</strong> precária<br />
<strong>de</strong>zigualda<strong>de</strong> em que éla vai travar-se,<br />
nem tendo iluzôis sobre os<br />
seus rezultados finais.<br />
Defen<strong>de</strong>mos, porem, a luta em<br />
todos os campos e sempre que ensejo<br />
se nos <strong>de</strong>pare a feri-la.<br />
Não é por um instinto belicôzo<br />
<strong>de</strong> andar a todo o instante em contendas<br />
; é simplesmente porque julgamos<br />
que concorrer a essas lutas,<br />
disputar todos os postos, perturbar<br />
o inimigo com a nossa prezença, é<br />
um meio <strong>de</strong> nos aproximarmos e<br />
conhecermos, <strong>de</strong> realizar a disciplina<br />
das nossas forças, <strong>de</strong> mante-las<br />
numa efétivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o ponto<br />
conveniente, e mui lojica, afigurase-nos,<br />
para um partido que tem<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já uma missão <strong>de</strong> vijilancia e<br />
fiscalização.<br />
Sabemos que os recenseamentos<br />
estão viciados, conhecemos as<br />
violências <strong>de</strong> uzo dos eleiçoeiros monárquicos,<br />
as pressõis, os subornos,<br />
as frau<strong>de</strong>s no proprio ato eleitoral,<br />
praticados, a coberto da policia, por<br />
insignes vilõis, apartados com tato;<br />
na fiandulajem <strong>de</strong> baiucas duvidózas;<br />
sabemos que contra nós, republicanos,.<br />
á a coligação <strong>de</strong> todos<br />
os partidos e o odio <strong>de</strong> todos os<br />
marmanjos, as leis <strong>de</strong> excéção e a<br />
tropa fandanga dos espiõis <strong>de</strong> ínfima<br />
casta; mas sabemos também que foi<br />
pelo procésso duma abstenção injustificável,<br />
triste, <strong>de</strong>zagregadôra, que o<br />
partido republicano se enfranqueceu<br />
extraordinariamente, dando força<br />
aos governos para contra êle confeiçoarem<br />
leis infames e açularem<br />
a matilha, <strong>de</strong>nsa e brava, dos cachorros<br />
<strong>de</strong> varia raça, a quem engórdão<br />
e tratão como animais <strong>de</strong><br />
estima e velhos na cáza.<br />
Des<strong>de</strong> que o partido republicano<br />
começou a abster-se <strong>de</strong> afirmaçóis,<br />
que significaríão evi<strong>de</strong>ntemente<br />
que êle mantinha o seu posto<br />
e proseguia no cumprimento do seu<br />
gran<strong>de</strong>, do seu sagrado <strong>de</strong>ver; <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que á preocupação <strong>de</strong> servir a cauza<br />
républicana se substituiu, absorvente<br />
e tenás, a preocupação das<br />
personalida<strong>de</strong>s, á i<strong>de</strong>ia dum gran<strong>de</strong><br />
partido, forte, unido, intelij entemente<br />
guiado e proficuamente afirmandose<br />
em todos os lances, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
formar grupêlhos e erguer espelhi-<br />
nhas, ao culto entusiasta e puro dos<br />
principios a abdicação <strong>de</strong>primente<br />
nos ómens, o partido republicano<br />
começou a <strong>de</strong>cair, aprezadamente,<br />
per<strong>de</strong>ndo a coesão, inutilizando muitos<br />
dos seus melhores auxiliares,<br />
afastando <strong>de</strong> si a confiança publica<br />
que, no entanto, apezar <strong>de</strong> tudo,<br />
não cessa <strong>de</strong> para elle apelar, numa<br />
ultima e vehemente exorção.<br />
Os governos <strong>de</strong> S. Majesta<strong>de</strong><br />
entrárão-nos em cáza e roubárãonos,<br />
em socego, não como bandoleiros,<br />
mas como jente <strong>de</strong> justiça que<br />
fás o seu oficio. Ninguém se lhes<br />
opôs. Nós <strong>de</strong>ixamos-lhes a porta<br />
aberta, escancarada, num <strong>de</strong>scuido<br />
bem português; e enquanto êles<br />
fazíão a rapina dos nossos direitos,<br />
dos nossos interésses, das nossas<br />
liberda<strong>de</strong>s, e suspendíão sobre a nossa<br />
cabeça, ameaçadoramente, a espada<br />
<strong>de</strong> leis draconianas, nós permanecíamos<br />
<strong>de</strong> braços cruzados, inativos,<br />
tranqui-los, satisfeitíssimos por<br />
sentirmos ainda a camiza sobre a<br />
péle.<br />
Que diabo! ainda erão generozos,<br />
nem tudo nos levávão...<br />
Contra essa abstenção nos pronunciamos<br />
muito a temos combatido;<br />
e respeitando, como bons <strong>de</strong>mocratas<br />
que nos consi<strong>de</strong>ramos, as<br />
doutrinas em contrario, nãc abdicamos<br />
<strong>de</strong> bem alto apregoar a nossa<br />
opinião.<br />
A atitu<strong>de</strong> dos republicanos <strong>de</strong><br />
Lisboa, como a atitu<strong>de</strong> dos republicanos<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, merece os nossos<br />
aplausos.<br />
E' preeizo lutar, que só por esse<br />
meio conseguiremos impôr-nos e<br />
mostrar que alguma coiza valemos.<br />
Seremos <strong>de</strong>rrotados ?<br />
E' preciso que nos aventuremos<br />
a <strong>de</strong>rrotas para vencermos. Lutar<br />
só*com a certeza da vitoria é dou<br />
trina bizarra e cómoda. E é bem<br />
certo que, ainda mesmo <strong>de</strong>rrotados,<br />
alguma couza teremos lucrado nessas<br />
tentativas, contestem-no embora<br />
altos e honrados espíritos que enobrecem<br />
o nosso i<strong>de</strong>al.<br />
Não vamos inutilmente incomo<br />
dar os nossos correlijionarios —<br />
dis-se.<br />
Mas se assim continuarmos a<br />
pensar, se não se ão-<strong>de</strong> exigir a<br />
todos fadigas e sacrifícios, abnegação<br />
e trabalhos, então <strong>de</strong>zesperemos<br />
do triunfo, que <strong>de</strong>certo não<br />
virá, como maná celestial, em generóza<br />
dadiva do Ceo.<br />
Depois, tão pouco nos temos incomodado,<br />
e tão pouco temos sido<br />
incomodados para trabalhos que<br />
ao partido e ao país interessem,<br />
que não é muito que agora ponhamos<br />
termo á <strong>de</strong>licióza madraçaria<br />
e comecemos a gastar, com tino, a<br />
rezerva' <strong>de</strong> enejrias que <strong>de</strong>vemos<br />
ter acumulado em tão largo periodo<br />
<strong>de</strong> abstenção e <strong>de</strong> pás .. .<br />
Os republicanos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> vão<br />
á urna, e essa <strong>de</strong>liberação tomou-se<br />
livremente, sem subordinação a influencias<br />
<strong>de</strong> ninguém, como convém<br />
que se faça em boa <strong>de</strong>mocracia.<br />
Estamos com êles, aplaudindo-os<br />
e pondo ao seu serviço a<br />
préstimo da nossa cooperação mo<strong>de</strong>sta.<br />
Bodas <strong>de</strong> Oiro<br />
Celebrárão-se no Porto as bôdas <strong>de</strong><br />
Oiro do Comércio do Porto, jornal que<br />
tem sabido or.rar a invr 'nsa- portuguêza<br />
pela sua atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> civismo, nobre e levantado,<br />
em todas as situaçõis difíceis do<br />
nosso pais.<br />
A Rezistencia, enviando ao seu coléga<br />
do norte as mais cor<strong>de</strong>ais felicitaçõis por<br />
se vêr tão onrado ao fim <strong>de</strong> vida tão longa,<br />
no nósso país em que o jornalismo<br />
vive mesquinhamente, no meio <strong>de</strong> indiferença<br />
publica, quando não lutando contra<br />
o seu ódio,' <strong>de</strong>spertado pelos mais vis<br />
interésses, não esquéçe também que o<br />
Comércio do Porto é um exemplo a admirar<br />
na solicitu<strong>de</strong> carinhóza pelos seus<br />
empregados, no cuidado em protejer os<br />
que mais sofrem por mais abandonados,<br />
por mai? umil<strong>de</strong>s.<br />
A Rezistencia, que ainda á pouco viu<br />
com tanto orgulho na expozição <strong>de</strong> ijiéne<br />
abérta em <strong>Coimbra</strong> por ocazião do congrésso<br />
da lúta contra a tuberculoze, a<br />
imprensa portuguêza tão ourada pela<br />
iniciativa jeneróza da couslrução <strong>de</strong> bairros<br />
operários noPôrto, feita tão auspiciózamente<br />
pelo Comércio do Porto; que<br />
admira a ativida<strong>de</strong> fecunda <strong>de</strong> incentivo<br />
ao ensino agrícola dado por este jornal,<br />
não se contentando com discursos estéreis<br />
ou inúteis, on<strong>de</strong> éra necessário a<br />
áção, sente-se ôje felis por po<strong>de</strong>r, dizer<br />
palavras sincéras <strong>de</strong> pás e <strong>de</strong> justiça a<br />
uni coléga que milita em campo oposto,<br />
mas que tem sabido conservar sempre<br />
a dignida<strong>de</strong> profissional, o respeito pela<br />
imprensa nas suas relaçõis jornalísticas,<br />
o amor pelo interésse do seu pais.<br />
De lonje, a Rezistencia envia ao Comércio<br />
do Porto as mais vivas e calorózas<br />
saudaçõis.<br />
Partido Republicano<br />
Tendo as commissõis paroquiais<br />
republicanas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> rezolvido<br />
em uma das suas sessõis do mês<br />
passado ir á urna nas próximas eleiçõis<br />
para <strong>de</strong>putado, a comissão dirijente<br />
do partido na sua ultima sessão<br />
aprovou aquela <strong>de</strong>liberação e<br />
rezolveu que se convocasse uma sessão<br />
<strong>de</strong> todas as comissõis para se<br />
assentar <strong>de</strong>finitivamente nos nomes<br />
dos candidatos a aprezentar ao su<br />
frájio.<br />
Rezolveu tanibem^ em manifestos<br />
espalhados profuzamente, aconselhar<br />
os eleitores <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a<br />
manifestarem-se nq dia 26 com in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />
e patriotismo. A to<br />
dos os republicanos, pois, cumpre<br />
o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da sua esfera <strong>de</strong><br />
acção fazer quanto pu<strong>de</strong>rem para<br />
que a afirmação que se vai fazer na<br />
urna, nesta cida<strong>de</strong> seja imponente.<br />
A comissão sabe que os ca<strong>de</strong>rnos<br />
porque são feitas as eleiçõis estão<br />
muito viciados , neles faltão<br />
muitos dos votantes republicanos<br />
mas esse motivo não é bastante<br />
para obstar a um acto <strong>de</strong> disciplina<br />
e afirmação indispensável neste<br />
momento.<br />
Foi concedida licença <strong>de</strong> 30 dias para<br />
tratar <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong> no estranjeiro ao sr.<br />
dr. Jozé Bruno Cabedo <strong>de</strong> Lencastre,<br />
lente da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Matematica da universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
FRANQUISMO<br />
Na Rezistencia, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Maio<br />
findo (n.° 900), escrevíamos, sob a<br />
epígrafe Progressistas (& Franquistas:<br />
«De resto o sr. João Franco tem,<br />
como o Paço, um orrôr aos républicanos.<br />
Ainda agora, sabemol-o,<br />
tratando-se <strong>de</strong> eleiçõis o mostrou<br />
bem, com gran<strong>de</strong>s palavras <strong>de</strong> esconjuro<br />
...» (<br />
O nosso coléga o Mundo confirma,<br />
no seu editorial <strong>de</strong> ante-ontem,<br />
as nossas palávras, fazendo a<br />
revelação interessante <strong>de</strong> como o<br />
sr. João Franco se recuzou a prestar<br />
o seu apoio á comissão <strong>de</strong> comerciantes,<br />
que se propúnha fazer<br />
eleger pelos dois círculos do Porto<br />
dés <strong>de</strong>putados <strong>de</strong> protésto: — três<br />
progressistas, três franquistas, um<br />
nacionalista e três républicanos.<br />
Conhecíamos o fato, como das<br />
palavras reproduzidas acima se in<br />
fére; e êle mostra bem o que é o<br />
sr. João Franco e o que é a politica<br />
do seu partido, on<strong>de</strong> aliás á bélos<br />
espíritos e nobres caratéres.<br />
Somente chega a ser lastimavel<br />
a cegueira dêsses indivíduos, que<br />
permanecem adscritos ao autoritarismo<br />
dum eortezão medíocre, que<br />
põe a monarquia acima do pais e que<br />
ámanhã á<strong>de</strong> arrancar a péle ao con<br />
tribuinte para pagar os estouvamentos<br />
cazos do seu senhor.<br />
E andam estes puritanos a <strong>de</strong>clamar<br />
ruidózamente contra o acordo<br />
rotativista, quando é absolutamente<br />
certa e evi<strong>de</strong>nte a sua cumplicida<strong>de</strong><br />
com essa gente!<br />
Fálão alto os fatos. E á-<strong>de</strong><br />
ser difícil <strong>de</strong>smenti-los...<br />
ftontra as propostas <strong>de</strong> fazenda<br />
Realiza-se ôje no Salão da Porta do<br />
Sol, no Porto, um comicio promovido<br />
pela comissão eleita naquéla cida<strong>de</strong> em<br />
19 <strong>de</strong> fevereiro passado, não só para<br />
protestar contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />
mas também contra as más administraçõis<br />
dos governos da monarquia.<br />
O fim <strong>de</strong>ste comicio é para a comissão<br />
dar conta dos seus trabalhos que<br />
fôrão, como todo o país sabe, valiozissimos.<br />
Não acabárão ainda os motivos porque<br />
a comissão foi eleita, por isso é <strong>de</strong> esperar<br />
que se não dissolva e seja reconduzida<br />
no seu pôsto que tanto onrou.<br />
O pais tem inteira confiança nesta comissão<br />
como o manifestou exurberantemente.<br />
Caminho <strong>de</strong> ferro d'Arganil<br />
O Conimbricense, <strong>de</strong> ontem, trás um<br />
magnifico artigo sobre a construção do<br />
caminho <strong>de</strong> ferro d'Arganil. Nesse artigo,<br />
cuja leitura aconselhamos a todos os<br />
abitantes d'esta cida<strong>de</strong>, istoria-se as<br />
vêzes que <strong>Coimbra</strong> tem sido vitima da<br />
sua imprevidência e aviza-se do perigo<br />
que a ameaça com a tal re<strong>de</strong> ferro-viaria<br />
do sul do Mon<strong>de</strong>go.<br />
E' um assunto que urje tratar e para<br />
que chamamos a atenção d'aqueles a quem<br />
os interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> estão confiados.<br />
A Rezistencia acompanhará Coim-s<br />
bra nas suas justas reclamaçõis e rejistará<br />
com louvor qualquer áto, parta <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> partir, em beneficio d'esta cida<strong>de</strong>,<br />
cujos interésses <strong>de</strong>vem estar acima <strong>de</strong><br />
qualquer paixão partidária.<br />
Uma carta<br />
Meu caro Pereira:<br />
Peço-lhe a publicação <strong>de</strong>ssa<br />
carta que recebi do meu amigo<br />
João <strong>de</strong> Barros. Um abraço dum<br />
amigo e uma carta com esse <strong>de</strong>zassombro,<br />
trás-nos sempre um refrijério<br />
nestas lútas em que a vaia e<br />
o sôco muitas vezes são o melhor<br />
argumento.<br />
Agra<strong>de</strong>cendo estas bôas e sincéras<br />
palavras <strong>de</strong> João <strong>de</strong> Barros<br />
peço-lhe, mais uma vês, a publica-<br />
ção da carta.<br />
a<br />
Seu amigo<br />
Alvaro <strong>de</strong> Castro.<br />
Figueira, 3 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904.<br />
Meu amigo<br />
Se a corajem e a serenida<strong>de</strong> fossem<br />
precizas para a sua bela vassourada<br />
nessa cabotinajem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
sei que v. encontraria estímulos e força<br />
<strong>de</strong> animo, mais do que suficientes,<br />
no seu amor pela Arte e na sua onestida<strong>de</strong>.<br />
Mas apenas é preeizo muito<br />
<strong>de</strong>sprezo; e dêle tem v. dado incontestáveis<br />
e brilhantíssimas provas.<br />
No entanto, penso que não lhe<br />
<strong>de</strong>zagradará saber que tenho seguido<br />
a sua campanha <strong>de</strong> saneamento com<br />
funda simpatia e real interesse. Sendo<br />
a nossa amiza<strong>de</strong> excluzivamente literaria,<br />
tendo nós ambos feito uma<br />
tradução do espanhol que foi recuzada<br />
em D. Maria, e colaborado na «Revista<br />
Novat com o mesmo entuziásmo e<br />
egual <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />
— sinto uma gran<strong>de</strong> satisfação em<br />
ver mais uma vês justificados o meu<br />
respeito pelo seu caráter e a minha<br />
admiração pelo seu talento.<br />
Sem a menór i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> o aconselhar—porque<br />
V. não preciza <strong>de</strong> conselhos—<strong>de</strong>ixe-me<br />
dizer-lhe que déve<br />
ligar a essa jente toda—(que é, literariamente,<br />
da peiór espécie, — da<br />
espécie dos cabotinos natos) — unicamente<br />
a necessaria importancia para<br />
a inutilizar. Ou, pelo menos, para<br />
explicar <strong>de</strong> modo claro e nítido as<br />
profundas diferenças que nos sepárão<br />
déla. A raça <strong>de</strong> Judas talvês dure<br />
sempre; mas é bom que se fique sabendo<br />
que não somos nós que atraiçoamos,<br />
pelas boas graças das emprêzas<br />
teatrais e dos autores com<br />
reclame, rquêles altos principios <strong>de</strong><br />
trabalho e <strong>de</strong> probida<strong>de</strong> em que se<br />
<strong>de</strong>ve inspirar uma verda<strong>de</strong>ira obra<br />
<strong>de</strong> Arte.<br />
Faça <strong>de</strong>sta carta o uzo que lhe<br />
aprouvér, na certêza <strong>de</strong> que eu terei<br />
um gran<strong>de</strong> prazer se V. mostrar publicamente<br />
que eu sou cada vês mais<br />
seu admirador e seu amigo.<br />
João <strong>de</strong> Barros.<br />
Afétuózas lembranças para o Carlos<br />
Olavo, que tão entuziásticamente<br />
o acompanha e que me meréce o<br />
mesmo respeito e a mesma simpatia.<br />
Durante o mês <strong>de</strong> maio findo fôrão<br />
requizitados e concedidos no governo civil<br />
d'este distrito, 153 passaportes, sendo<br />
15 para as nossas possessõis d'Africa e<br />
138 para a republica do Brazil.<br />
Nos cinco mezes <strong>de</strong>corridos <strong>de</strong>ste<br />
ãno forão passados (570, sendo 587 para<br />
o Brazil e 83 para Africa,<br />
•
CARTA RE LONJE<br />
ItEZISTENCi l—Domingo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1004 /<br />
Reprezentação proporcional<br />
um erro pensar assim. Deixem as coizas<br />
seguir o seu curso que se ouvér enga- ÓSPEDES<br />
nos, os enganados não serão por certo<br />
os républicanos.<br />
Estão já nesta cida<strong>de</strong> a maior parte<br />
dos bacharéis, que se formárão em Di-<br />
A' urna, pois! O povo conhece bem<br />
O partido républicano e a<br />
reito em 1879, a cujo grupo pertence o<br />
quem o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com lealda<strong>de</strong> e abnegação.<br />
nosso amigo e valiôzo correlijionário sr.<br />
abstenção<br />
dr. Eduardo Vieira.<br />
não se ilúdão nem queirãe iludir os outros.<br />
A<strong>de</strong>rirão á sirnpatica festa <strong>de</strong> confraternida<strong>de</strong><br />
os srs. drs. Abilio Maximino da<br />
Premita-me sr. redátor que um mo Dentro do partido républicano urna<br />
Costa Pontes, conservador em Moncorvo;<br />
désto republicano cheio <strong>de</strong> fé num futuro só i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve existir—<strong>de</strong>rribar a monar-<br />
Alfredo Augusto Freire <strong>de</strong> Carvalho, juis<br />
proximo <strong>de</strong> rejuvenescimento e re<strong>de</strong>nção quia que é o inimigo da patria que<br />
<strong>de</strong> Direito em Fornos <strong>de</strong> Algodres; Alva-<br />
do-no&so pais e <strong>de</strong> ardor pelas lutas <strong>de</strong> pro- amamos e.queremos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r da avilta<br />
ro <strong>de</strong> Moura Coutinho d'Álmeida Eça,<br />
paganda e organização do partido que ção e ruína em que se encontra.<br />
professor em Aveiro; Alip.o Antonio Dio-<br />
todos os bons republicanos <strong>de</strong>zéjão ar Para isso unamo-nos sem preocupago da Silva, pároco em Vila Franca <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntemente, venha, nas colunas do seu çõis nem <strong>de</strong>speitos e numa abalada vio Xira; Antonio Alves <strong>de</strong> Oliveira Guima-<br />
<strong>de</strong>nodado jornal a Rezistencia, emitir lenta sem reparar no numero, vamos rãis, juis <strong>de</strong> Direito em Alcobaça; Anto-<br />
sua opinião'! sobre a questão mais trans para a frente conquistar almas e prepanio Domingos Jacinto Maia, aba<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cen<strong>de</strong>nte que neste momento ajita as fa rar os espíritos para um gran<strong>de</strong> dia <strong>de</strong> Paranhos; Antonio Centeno, proprietário;<br />
langes <strong>de</strong>mocráticas.<br />
lús e <strong>de</strong> justiça.<br />
Antonio Joaquim da Silva, juis <strong>de</strong> Direito<br />
Abstenção ou não ahstenção é o grito<br />
em Celorico <strong>de</strong> Basto; Antonio Carneiro<br />
que se ouve nos arraiais républicanos 1-0-904. Z. <strong>de</strong> Oliveira Pacheco, advogado em Santo<br />
Que é a abstenção? A morte e<br />
Tirsn; Antonio Eduardo <strong>de</strong> Souza Godi<br />
esfacelamento do partido que se lança<br />
nho, juis <strong>de</strong> Dimito em Tavira; Antonio<br />
•nos seus braços e adorméce á sua som- Batalha <strong>de</strong> flores<br />
José Viana, proprietário em Lisboa; An<br />
bra mortífera.<br />
tonio <strong>de</strong> Magalhãis Mexia, conservador em<br />
A abstenção só se explica quando um Da carta <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para a Gazela Almada; Antonio Marcelino Durão, juis<br />
partido está preparado para fazer uma da Figueira, retiramos o que a propozito <strong>de</strong> Direito em Carrazêda <strong>de</strong> Andais; An-<br />
revolução armada. D'outro modo é um da batalha <strong>de</strong> flores, dis o seu correstonio Jozé Machado, proprietário; Anto<br />
contrasenso.<br />
pon<strong>de</strong>nte, com o que concordamos, pe- nio Augusto Meiréles, proprietário em<br />
Alégão os que quérem a abstenção dindo vénia para transcrever:<br />
Fafe; Augusto Correia da Silva Melo,<br />
que ir á urna <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um golpe <strong>de</strong> es<br />
chefe da sécção nos Proprios Nacionais;<br />
lado, como á pouco fés o partido que A Assocíaçqo dos Bombeiros "Volun- Augusto Fre<strong>de</strong>rico Rodrigues Lima, sub-<br />
está no po<strong>de</strong>r', é reconhecer esse áto artários rezolveu já realizar um festival na director do Ministério dos Estranjeiros;<br />
bitrário contra o qual todos <strong>de</strong>vião pro Avenida Navarro, por ocazião das festas Bento Ferreira da Silva Guimarãis, con-<br />
testar. Assim é na verda<strong>de</strong>, não o con- da Bainha Santa, fazendo parte d'esse servador em Oliveira d'Azeméis; Domintesto,<br />
mas para a abstenção -ser um áto<br />
numero uma batalha <strong>de</strong> flores. As entragos<br />
Jozé Go. çalves Pereira, juis <strong>de</strong> Di-<br />
significativo, e ter fôrças#éra preciso que<br />
das no recinto serão pagas revertendo o<br />
reito em Vouzela; Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caria (Ber-<br />
todos os partidos da opozição néla cola-<br />
produto liquido a favor do cofre da mesnardo),<br />
proprietário; Dionizio <strong>de</strong>. Moura<br />
borassem lealmente.<br />
ma Associação e da Assistência aos tu-<br />
Coutinho <strong>de</strong> Almeida Eça, conservador<br />
Fês-se isto ? Não.<br />
em Estarreja; Eduardo Nunes, Arcebispo<br />
berculózos.<br />
Tivemos a coligação liberal, em ou<br />
d'Evora; Eduardo* da Silva Vieira, advo-<br />
Contra a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> repetir esta diver-<br />
tros tempos, áto politico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> algado<br />
e notário em <strong>Coimbra</strong>; Francisco<br />
são me manifestei já, por enten<strong>de</strong>r que<br />
cance, mas que teve a opozição <strong>de</strong>nodada<br />
Julio <strong>de</strong> Souza Pinto, juis <strong>de</strong> Direito em<br />
ela <strong>de</strong>ve ser excluziva da Creche, que a<br />
<strong>de</strong> parte d!aquel.es que ôje querem<br />
Soure; Francisco Augusto <strong>de</strong> Matos Mas-<br />
iniciou. Repetir a batálha <strong>de</strong> flores, numa<br />
abstenção. Lembro-me bem que nessa<br />
carenhas Mancélos, juis <strong>de</strong> Direito no<br />
época em que poucas á e quando faltam<br />
luta, em que ómens <strong>de</strong> intelijencia e co-<br />
Sabugal; Francisco David Cal<strong>de</strong>r, pro-<br />
os elementos para se fazer uma festa suração,<br />
républicanos ar<strong>de</strong>ntes, saidos das<br />
fessor em Lamego; Florêncio Monteiro<br />
perior á que se fês, é tirar-lhe a novi-<br />
escólas, com o fogo dos seus poucos<br />
Vieira <strong>de</strong> Castro, recebedor em Fafe;<br />
da<strong>de</strong> e o interesse. Mas o mal não é só<br />
anos, inutilizarão os seus efeitos, fazendo<br />
Francisco Vieira <strong>de</strong> Souza Rego, advo-<br />
este, á outro peor, que é o <strong>de</strong> se preten-<br />
retirar da vida ativa do partido, ómens<br />
gado em Alvaiázere; Francisco Xavier<br />
<strong>de</strong>r levar a efeito esse festival dando<br />
experimentados e <strong>de</strong> valor real como<br />
<strong>de</strong> Castro Faria, proprietário em Vila do<br />
lartilha nos lucros á Assistência aos tu-<br />
Edifardo d'Abreu e outros.<br />
Con<strong>de</strong>; João Correia d'Almeida, proprje<br />
berculózos, que nenhum beneficio, até<br />
Se combatêrão então a çoligação<br />
tárjo na Mealhada; João das Neves, advo-<br />
ôje tem prestado a <strong>Coimbra</strong>. Temos ins-<br />
liberal e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m ôje a abstenção, pergado<br />
na Covilhã; João Catanho <strong>de</strong> Menetituiçõis<br />
nesta cida<strong>de</strong> que bem precizão<br />
gunto, que motivo especial averá para<br />
zes, advogado em Lisboa; João Ribeiro<br />
do auxilio publico, mas todas fôrão es-<br />
esse fáto ?<br />
Dias da Costa, juis <strong>de</strong> Direito em Figueiró<br />
quecidas para se lembrarem <strong>de</strong> protejer<br />
A abstenção no tempo da coligação<br />
dos Vinhos; Joaquim Bernardo dos San-<br />
uma instituição que presta bons serviços,<br />
éra mal quando o partido vinha <strong>de</strong> uma<br />
tos, proprietário em Lagoa; Joaquim Ba-<br />
mas não a <strong>Coimbra</strong>, que ainda está á<br />
jornada infelis.<br />
tista Leitão, advogado em Anadia; Joa-<br />
espera do prometido dispensário que,<br />
Então justifieava-se porque o partido<br />
quim José Coelho <strong>de</strong> Carvalho^ proprie-<br />
em boa verda<strong>de</strong>, não é do que mais aqui<br />
preparava-se bem ou mal para uma retário<br />
em Lisboa; Jozé Batista d'Almeida<br />
se preciza.<br />
volução armada.<br />
Pereira Zagalo, juis <strong>de</strong> Direito em<br />
Ainda se ouvesse esperanças <strong>de</strong> fun-<br />
Oje, infelismente, o partido républi-<br />
Vila Nova d'Ourem; Jozé <strong>de</strong> Menezes<br />
dar um sanatório em <strong>Coimbra</strong>..., mas<br />
cano, sem diréção efétiva, tendo ido á<br />
Tovar Faro e Noronha, juis <strong>de</strong> Direito<br />
nisto não se fala.<br />
urna por mais que uma vès, reconhecen-<br />
em S. Pedro do Sul; Inácio Alberto Jozé<br />
Fáção os bombeiros voluntários o<br />
do a necessida<strong>de</strong> absoluta e inadiavel <strong>de</strong><br />
Monteiro, juis <strong>de</strong> Direito em Moncorvo;<br />
seu festival, mas que po<strong>de</strong> muito bem<br />
entrar no caminho da lúta <strong>de</strong>ntro da<br />
Jozé Maria Barboza <strong>de</strong> Magalhãis, advo-<br />
ser luzida e interessante sem a batalha<br />
or<strong>de</strong>m, vir prégar-se abstenção é um<br />
gado e sub-diretor do ministério da jus-<br />
das flores, véjão bem a quem vão asso-<br />
contracenso. .<br />
iça; Jozé Augusto Cardozo Pina Cabral,<br />
ciar-se. Lembrem-se que por cá muito conservador em Alcobaça; Jozé Gonçal-<br />
Se este contrasenso tem como baze<br />
quem precize e que não tem o bafejo ves Barboza <strong>de</strong> Castro, advogado no<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpa, ter o partido républicano<br />
real, que vale tudo.<br />
Porto; Jozé Aureliano Borjes Antunes <strong>de</strong><br />
uma votação insignificante, não me paréce<br />
Matos, advogado em Lisboa; Luis Figuei-<br />
razão poileróza para se prégar a abstenredo<br />
da Guerra, <strong>de</strong>legado do procurador<br />
ção. Nas condiçõis em que se encontrão<br />
réjio em Monsão; Luis Pereira do Vale<br />
os recenseamentos eleitorais, falsificados Dr. Bernardino Machado<br />
Júnior, juis <strong>de</strong> Direito em Valença; Luis<br />
ao sabor <strong>de</strong> quem os fás, com uma lei<br />
Augusto Amorim, professor em Viana;<br />
eleitoral adré<strong>de</strong> preparada para nos ex- Por motivo <strong>de</strong> afazêres vários, que Manuel d'Azevedo Araujo e Gama. lente<br />
poliar, é claro que não po<strong>de</strong>mos ter imprevistamente sobreviérão, não pou<strong>de</strong> da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>; Manuel <strong>de</strong> Castro Gui-<br />
gran<strong>de</strong>s votaçõis. O pais sabe isso per- este nosso respeitabilissimo correlijionámarãis, proprietário em Lisboa; Manuel<br />
feitamente e" no estranjeiro não <strong>de</strong>scorio ir fazer á Povoa <strong>de</strong> Varzim a confe- Duarte Areoza, secretário da 2<br />
nhecem estes fátos, portanto sabe-se que rencia para ôje.<br />
essa \ótação não significa a verda<strong>de</strong>. Brevemente, porem, conta o ilustre<br />
Em França, no ultimo periodo do im- Drofessôr <strong>de</strong>sempenhar-se do encargo<br />
pério <strong>de</strong> Napoleão, o pequeno, também que sobre si tomou, com aquéla nobre<br />
0 partido republicano estava fóra da lei gentilêza que o carateriza.<br />
e os seus ómens mais eminentes perseguidos<br />
ferósmente.<br />
Nem um <strong>de</strong>putado linha no parlamento<br />
e a républica fês-se.<br />
Sentou práça na armada o sr.<br />
Diz-se foi a guerra quem precipitou Infante D. Ma/iuel, que em breves<br />
os acontecimentos, mas quem nos dis a anos será almirante.<br />
nós que amanhã, acontecimentos inespe- Que pena já estar <strong>de</strong>scoberto o<br />
"rrdos nao darão logar á proclatííaçõo da caminho marítimo para a índia!<br />
republica em Portugal?<br />
Mais o Brazil!<br />
O fogo alastra, a temperalura que<br />
se respira é sufocante e bastará um pe- Porque sua Alteza, a bordo do<br />
queno rastilho p'ara atear o incêndio que D. Carlos, com o Pimpão na esteira,<br />
tudo pô<strong>de</strong> subverter.<br />
a coxeár, era capás <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
Dôze <strong>de</strong> março em <strong>Coimbra</strong> não será isso tudo.<br />
1 m avizo?<br />
Assim terá que limitár-se a <strong>de</strong>s-<br />
Organize-se o partido républicano<br />
politica e eleitoralmente, vá á urna todas cobrir, como seu Augusto Pae,<br />
as vêzes que se lhe ofereça ocazião; por- alguma especie nova <strong>de</strong> bezúgos.<br />
que indo á urna, movimenta os seus<br />
soldados, dá-lhes disciplina e afirma a<br />
sua existencia. Dê-se-llie comando e direção<br />
que é o que necessita para a sua<br />
unida<strong>de</strong> e expansão.<br />
São poucos os votos que obteem agora?<br />
Mas que importa, acaso vimos para<br />
mostrar uma força que não temos?<br />
Os senhores abstencionistas receião<br />
que o governo aproveite a ocazião <strong>de</strong><br />
uma pequena votação do partido républifcan
Circo Portuense<br />
Este circo situado ao largo do Príncipe<br />
D. Carlos, e do qual é diretor D.<br />
Enrique Dias, tem dado, com enorme<br />
concorrência, espétáculos todas as noites<br />
ás 9 óras.<br />
Ontem realizou-se a 2. a aprezentação<br />
da jinasta senhorita Clotil<strong>de</strong> Dias e do<br />
cavalo Aro.<br />
Todas as noites ás 9 óras á espétáculos,<br />
e aos domingos e dias santificados<br />
realizão-se dois, um ás 4 óras da tar<strong>de</strong><br />
e outro ás 9 da noite.<br />
Também todas as terças-fèiras á soirée<br />
<strong>de</strong> gala e ás"sextas espétáculos da móda.<br />
Tómão parte nos espétáculos os engraçados<br />
Clowéns—Martini e Loti.<br />
O prèço para a entrada é: Ca<strong>de</strong>iras,<br />
310; jeral, 130.<br />
Faleceu sexta feira nesta cida<strong>de</strong>, o<br />
sr. Jozé Antonio d'01iveira, irmão do sr.<br />
Bernardo Antonio d'01iveira. Também<br />
faleceu Ontem a espoza do sr. Manuel<br />
Antonio d'Abreu, solicitador nesta comarca.<br />
Têm-se acentuado as melhoras do sr.<br />
dr. Luís Pereira da Costa.<br />
Artigo<br />
ftezervamos para o proximo numero<br />
a publicação do artigo do sr. Carlos<br />
Olavo, que temos já em nosso po<strong>de</strong>r e<br />
que não pubjiçàmos apenas por falta <strong>de</strong><br />
espaço.<br />
SERVIÇO COMBINADO<br />
Imponentes festas do quinquajesiino<br />
aniversario da Definição Dogmatica da<br />
Imaculada Conceição em Braga, nos dias<br />
10, 11 e 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1894, com a<br />
assistência dos arcebispos, bispos e outros<br />
altos digna ta rios do reino.<br />
Gran<strong>de</strong> peregrinação nacional á Virjem<br />
do Sameiro.<br />
N'esla peregrinação que sairá da<br />
Cathedral, será conduzida a riquíssima<br />
Corôa d'Oiro oferecida pela nação á Virjem:<br />
Cerimonia da Coroação, missa Campal,<br />
sermõis pelo arcebispo d'Evora e<br />
v;ir'03 bispos, majeslóza procissão abrindo<br />
por um carro triunfal com figuras allegoricas<br />
e <strong>de</strong>slumbrantes iluminaçõis.<br />
Bilhetes <strong>de</strong> ida e volta a preços muito<br />
reduzidos, vali('os para ida nos dias 8 a<br />
11, volta nos dias 12 a 15, inclusivé.<br />
Preços com o imposto do sêlo incluído<br />
:<br />
Figueiía da Fós a Braga e volta,<br />
5$000 réis em 1.» classe, 4$2t-,0 em 2."<br />
classe e 24770 em 3. a classe, Santa Comba,<br />
54440. 3)5(930 e 24570,- Carregal,<br />
5$770, 4$180 e 24730, Nélas, 6429o,<br />
4)8550 e 24980, Mangual<strong>de</strong>, 64630 réis,<br />
44790 e 34150, Gouvéa, 74050, 54100 e<br />
34340, Fornos, 742; O, 54250 e 34450,<br />
Celorico, 747-Q, 54580 e 34660, Vila<br />
Franca das Naves, 84100, 54850 e 34840,<br />
Guarda, 84770, 64330 e Mi50 réis.<br />
27) Folhetim da "HEZISTENCIA,,<br />
0 EXCOMUNGADO<br />
VIII<br />
A léhre na fiira»<br />
Naquèle momento passava-se á porta<br />
do castélo uma outra cena tão cómica<br />
como a outra éra patética:'Savoisy tinha<br />
conseguido reunir já todos os serviçais<br />
<strong>de</strong> Ombert, que estávão na casté'o e do<br />
alto da escada, como <strong>de</strong> um púlpito, dizia-lhes:<br />
Vosso patrão, meus amigos, vai<br />
ser excomungado. Ora sabeis o que é<br />
um excomungado ? E' um ómem que só<br />
pelo contáto .fás danár as almas; é necessário<br />
fujir. dêle, é uma péste; o seu<br />
olhar prodús a morte e>erna, e nenhum<br />
<strong>de</strong> vós, espéro, á <strong>de</strong> querer arriscar a<br />
sua salvação... Tu, falcoeiro, disse êle<br />
a Grild, déves <strong>de</strong>ixar fujir os falcõis,<br />
porque são do excomungado; tu, qne<br />
andas recebendo o dizimo, não déves<br />
ocupar-te da fazenda do impio, éla pertence<br />
a Deus, e o excomungado ao diabo.-<br />
Todos os qué lhe prestarem serviços ficarão,<br />
excomungados como êle, e..<br />
Quando ia a continuar, ouviu-se um<br />
gran<strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> caválos^ a ponte levadiça<br />
baixou com estrondo, e Ombert entrou<br />
jAíoáà 1 l i t i g a d a<br />
Jorijal das famílias — Publicação semanal<br />
Diretôra: D. LEONOR MALDONADO<br />
Condições da assinatura : por ano com<br />
1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />
mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />
com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordado^-<br />
54000 réis.<br />
Semestre, 26 números com 990 gravuras<br />
em preto e coloridas; 26 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 26 números<br />
com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 24500<br />
réis.<br />
Trimestre, 13 números com 'i<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Dirétor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Proles).<br />
Bedátores das sécções: Moda e vida<br />
Mundarja Parisiense, bordados e todos os<br />
rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portu-<br />
gal: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração: 30 bis, Bua<br />
Bregero, Paris.<br />
CONFIANÇA<br />
Deus queira que poucos do que esta<br />
<strong>de</strong>claração lêrem, necessitem <strong>de</strong> recorrer<br />
a remedios para seus soffrimentos do<br />
estomago; durante mais <strong>de</strong> dois anos<br />
estive entre a vida e a morte por cauza<br />
<strong>de</strong> fortíssimas dóres <strong>de</strong> estomago só tomando<br />
um pouco <strong>de</strong> leite, pois qualquer<br />
outro alimento era vomitado imediatamente.<br />
Bec^rri a muitos especialista<strong>de</strong>s,<br />
doenças <strong>de</strong> estomago, nada conseguindo<br />
e ficando cada vês peor; finalmente, por<br />
conselho do dr. Abel M. Faria, meu ultimo<br />
medico, tomei as pilulas antidispéticas<br />
do dr. Heinzelman sendo tão gran<strong>de</strong> o rezultado<br />
dêste po<strong>de</strong>rozo remédio, feito com<br />
vejetais do Brazil, que em menos <strong>de</strong> dois<br />
meses, completamente bom, comendo<br />
perfeitamente e sem nenhuma dôr.<br />
Américo <strong>de</strong> Assis Lobo.<br />
Depozito em <strong>Coimbra</strong> das pilulas <strong>de</strong><br />
Heinzelman:<br />
Srs. Bodrigues da Silva & C. a Rua<br />
Ferreira Borjes.<br />
KKZiSTEXCIA — Pomfngo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904<br />
Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
ÒRARIO PROVIZÓRIO<br />
Carreiras entre o"krg-o das Ameias<br />
e a rua Infante D, Augusto<br />
Do largo das Ameias<br />
Partidas<br />
6 h e 30 m manhã<br />
7<br />
7,30<br />
8<br />
8,30<br />
9,30<br />
10,30<br />
u<br />
1 i ,30<br />
12<br />
12.30<br />
1<br />
1,30<br />
2<br />
2,30<br />
3<br />
3,30<br />
4<br />
4,30<br />
5<br />
5,30<br />
6<br />
7,30<br />
8<br />
9,30<br />
10<br />
»<br />
j i<br />
2><br />
><br />
»<br />
» ' . j<br />
tar<strong>de</strong><br />
. P :<br />
»<br />
noite<br />
Darua Infante D. Augusto<br />
7h<br />
7,30<br />
8<br />
8,30<br />
9<br />
10<br />
11<br />
11^30<br />
12<br />
manhã<br />
»<br />
j><br />
í<br />
»<br />
»<br />
t T<br />
, is,<br />
12,30 tar<strong>de</strong><br />
1 »<br />
1,30 ><br />
2 »?:<br />
2,30 »'<br />
3<br />
3,30<br />
4<br />
4,30<br />
li ' "<br />
5,30<br />
6.30<br />
7,30<br />
8,30 noite<br />
9,30 »<br />
10 »<br />
10,30 »<br />
(P)<br />
(a) Directo da Casa do Sal áj;ua do Infante<br />
D. Augusto. %<br />
(i) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.<br />
Carreiras diretas entre a R. do infante d. Augusto<br />
e Estação B<br />
Partidas<br />
t : i J.<br />
da R, Infante d, Augusto 1<br />
6 h tar<strong>de</strong><br />
8, noite<br />
da Estação B<br />
e 58 m tar<strong>de</strong><br />
8 h e 45 m noite<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />
Partidas<br />
Do largo das Ameias da estação B<br />
3 h 10 a<br />
5 ,5o<br />
8,10<br />
2 ,30<br />
3 ,1 6<br />
4 .35<br />
5 ,37<br />
6 ,25<br />
6,40<br />
8,10<br />
12 ,15<br />
manhã<br />
%<br />
D<br />
tar<strong>de</strong><br />
»<br />
*<br />
><br />
D<br />
noite<br />
x. m<br />
cr ro<br />
t/i O<br />
c/3 Cl-<br />
O , 0 3 j<br />
Todo o serviço que fôr feilo alem <strong>de</strong><br />
tntUcado neste orario é consi<strong>de</strong>rado extraordinário.<br />
Tatoéla cie preços<br />
Largo das Ameias ou Caza do Sal á<br />
Rua do Infante D. Auhusto — 50 réis<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro á<br />
Bua do Infante D. Augusto — 40 réis,<br />
Largo das Ameias, Caza do Sal ou<br />
Bua Infante D. Augusto ao Mercado —<br />
30 réis.<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazometro ao<br />
Largo <strong>de</strong> D. Luís — 30 réis.<br />
Largo <strong>de</strong> D. Carlos ou Gazómetro ao<br />
Mercado — 20 réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro ao<br />
Largo das Ameias ou Mercado — 50<br />
réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />
rua Infaute D. Augusto — 80 réis.<br />
Estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro á<br />
Caza do Sal — 20 réis.<br />
A assinatura para os bilhetes pessoais<br />
está aberta pelos preços anuais <strong>de</strong> réis<br />
124000; e 94000 réis para os menores <strong>de</strong><br />
14 anos e creados, sendo estes últimos<br />
le logáres na plantaforma dos carros.<br />
Còros dos faróis<br />
Ver<strong>de</strong>, indica a Alta.<br />
Vermêlha, estação B.<br />
Branca, Caza do Sal.<br />
j^narelo escuro, reservado.<br />
Des<strong>de</strong> o dia 1 <strong>de</strong> Maio na estação da<br />
Bua do Infante D. Augusto recebem-se<br />
encommendas e fazem-se <strong>de</strong>spachos para<br />
a_gran<strong>de</strong> e pequena velocida<strong>de</strong> nas estaçõis<br />
do Caminho <strong>de</strong> Ferro, para o que<br />
haverá serviço especial <strong>de</strong> transporte.<br />
Só se recebem volumes cujo pezo<br />
máximo não seja muito superior a cem<br />
kilos.<br />
Recebem-se anúncios para serem<br />
fixados SEO interior <strong>de</strong><br />
todos os carros em circulação<br />
pelo preço anual <strong>de</strong><br />
18$00© réis, sendo os<br />
anúncios e sêlos por conta<br />
do anunciante.<br />
COMUNICADO<br />
Constando-me que alguém mal<br />
intencionado tem propalado o boato<br />
<strong>de</strong> que <strong>de</strong>vido ao falecimento <strong>de</strong><br />
meu marido Manoel Teixeira da<br />
Cunha, o estabelecimento <strong>de</strong> funileiro<br />
que possue na Rua do Viscon<strong>de</strong><br />
da Lús se encerrava.<br />
Declaro para todos os efeitos<br />
que é falso semilhante boato, con-<br />
se f£ tinuando com o estabelecimento<br />
c on<strong>de</strong> espero continuar a merecer a<br />
S<br />
confiança dos ex.<br />
. fc®<br />
o<br />
ICC<br />
CJ»<br />
JS<br />
O<br />
mos freguezes da<br />
caza.<br />
Viuva Manuel Teixeira da Cunha.<br />
O ENSINO SCIENTIFICO<br />
E INDUSTRIAL<br />
PRINCIPAIS DESCOBERXAS DE I903<br />
POR<br />
Ama<strong>de</strong>u <strong>de</strong> Vasconcelos<br />
( MARIOTE )<br />
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CRITICA Á NOSSA HISTORIA POLITICA<br />
DESDE 1817<br />
E' um grosso volume <strong>de</strong> 520 pag.<br />
Perco, I|ÍOOO réis, franco <strong>de</strong> porte<br />
Pedidos á livraria FIGUEIRINHAS JÚNIOR<br />
75, R. das Oliveiras 77<br />
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Fabrica <strong>de</strong> Ceramica da Pampilhoza<br />
(Em frente á estação do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />
Mourão Teixeira Lopes & C."<br />
Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />
as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />
<strong>de</strong> construção<br />
Os produtos désta fabrica, especializando<br />
a TELIIA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem-se<br />
pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />
prima e esmero do fabrico, obtido<br />
pelo professo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />
Remetem-se tabelas <strong>de</strong> preços a quem<br />
as requisitar.<br />
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Rua <strong>de</strong> Alexandre Krculano, 23G<br />
PORTO<br />
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Telegramas: KERAMOS — Porto<br />
Telefone 532<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>—Bazilio<br />
Xavier Andra<strong>de</strong> & F. 0$<br />
a gran<strong>de</strong> galope até ás escadas do cas- O barão, espantado <strong>de</strong> ver os seus a prêzar percorreu os jardins num mitélo;<br />
o caválo estava coberto <strong>de</strong> suor, e<br />
— Celerados 1 gritou-lhes o con<strong>de</strong>.<br />
dois adversários em pé ranjeu os <strong>de</strong>ntes nuto, apezar do embaraço que lhe cau-<br />
a especie <strong>de</strong> cóta <strong>de</strong> málha que o cobria<br />
Aveis <strong>de</strong> sêr enforcados nas tílias do<br />
e exclamou:<br />
závão as armas.<br />
parecia um vestido <strong>de</strong> néve, porque a<br />
mosteiro, e a Yossa abadia á-<strong>de</strong> ser re-<br />
— Por S. Martinho, o diabo proteje- Ao chegar <strong>de</strong>baixo das tílias, viu o<br />
espuma do caválo saia por lodosos pontos.<br />
duzida a cinzas.<br />
vos! mas apanha, sedutor infame! con<strong>de</strong> que dava a mão a Savoisy para —A' Luiis! dizia Savy na barca, fize-<br />
— Tráição, exclamava Ombert cheio E fês um bóte circular para apanhar trepar ao muro. Adivinhou então porque mos uma rapaziáda.<br />
<strong>de</strong> furor, tráição, mátem, mátem, morte a cabêça do con<strong>de</strong>.<br />
as sentinélas tinhão avizado.<br />
ao ábito branco !...<br />
—E' tempo <strong>de</strong> dar por isso, <strong>de</strong>pois das<br />
Neste momento, Catarina abriu os Deu um salto, mas a lança feriu apenas<br />
Era seguido por uma <strong>de</strong>zena dè ca-<br />
coizas feitas, respon<strong>de</strong>u o con<strong>de</strong>. Mas<br />
olhos, <strong>de</strong>u um grito agudo, e Savoisy, a murálha em que se partiu.<br />
valeiros, os únicos que tinhão podido,<br />
ouve: não ê o danado barão que nos pro-<br />
que tinha pegado numa ca<strong>de</strong>ira, garan- Subindo então para o terrásso com<br />
gráças á bonda<strong>de</strong> dos caválos, chegar<br />
vo :a com as suas ameaças?<br />
tiu mais uma vês o con<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois em- rapidês, saltou para o caválo e partiu a<br />
até ali.<br />
—Antes <strong>de</strong> três óra:, porão o conpurrou<br />
mais uma vês o terrível barão galope.<br />
vento a saquei<br />
Ao aspéto do castelão, cujas feiçõis exclamando :^-Fóje, Luis f...<br />
Esperáva chegár pelo caminho <strong>de</strong> Os dois viajantes passárão quazi por<br />
<strong>de</strong>nunciávão a raiva, Savoisy correu a 0 con<strong>de</strong>, abrindo a janela, saltou para cima ao mosteiro primeiro que os dois <strong>de</strong>baixo dos olhos <strong>de</strong> Ombert, e. éste,<br />
avizár o con<strong>de</strong> no momento em que este o jardim ; Savoisy intimou-o. Ombert fi- monjes.<br />
inutilizado pela raiva, dizia lhe impre-<br />
colocava Catarina sobre um dos moveis cou mudo, os lábios embranquecíão por A asperêza e os, perigos do ^caminho caçõis.<br />
do quarto, e foi seguido por Ombert, que, baixo da espuma e os ólhos <strong>de</strong>spedíão <strong>de</strong>ixárão-lhe a esperança <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> adága na mão, chispáva <strong>de</strong> furôr e se<br />
—E' ele, disse Savoisy: seguir-nos-á<br />
relampatos.<br />
os fujitivos, enterrou as esporas nos<br />
esforçava por alcançar o monje.<br />
até ao sitio em que <strong>de</strong>zembarcarmos; fin-<br />
Por fim saiu gritandoí A caválo, per- flancos do caválo, e, saindo do castélo jamos antes ir para o outro lado.<br />
A cena ft i tão rápida, que todos os côrrão <strong>de</strong>pressa o cêrco e mátem todos tocou a trompa com força a chamár os Quando o barão viu que os dois be-<br />
espétadôres ficárão estupéfátos nomes.no; os monjes sem remissão... Bertram, Jac- cavaleiros. Estes não compreen<strong>de</strong>ndo neditinos ião para o outro lado do rio,<br />
logar, e os ómens d'armas esperávão asques, ... e vós, senhor <strong>de</strong> Prauiilly, a raiva tal, não entendêrão o toque e con- voltou para o castéllò á ré<strong>de</strong>a solta. Os<br />
or<strong>de</strong>ns do barão.<br />
galope. Estão no jardim e não po<strong>de</strong>m tinuárão a vijiár em volta das fortificaçôis. beneditinos voltarão para o convento.<br />
—Perdidos! Perdidos! gritou Sa- escapar. Boch ! Não sáia ninguém! Es- O barão chegou só ao pôrto <strong>de</strong>ante Esta cêna po<strong>de</strong> ser comparada á faisca<br />
voisy.tou<br />
traído, estou traído.<br />
<strong>de</strong> Marmoutiers, e, na impaciência em que cai em um tonel <strong>de</strong> pólvora.<br />
E ouviu-se a vós retumbante do ba- A rapidès com que se sucedíão as que vinha, fês Giby subir o atalho peri- 0 barão, que provavelmente não tirão<br />
que apareceu quasi logo <strong>de</strong> espáda or<strong>de</strong>ns era igualada pela préssa com que gôzo. O póbre animal jemia sob o pêzo nha pensado senão em rffetêr mêdo ao<br />
erguida.<br />
as executávão.<br />
do dôno, cujo furor parecia partilhar. mosteiro, ostentando forças imponentes,<br />
O seu furôr transformoTFse em <strong>de</strong>s- N'esse momento as sentinélas das duas Ali Ombert sentiu redobrar a cólera, jurou a <strong>de</strong>struição dos relijiózos; e éra<br />
prezo orrivel ao ver a mulher nos braços guaritas, que <strong>de</strong>itárão os caminhos, que ao ver os dois monjes que tinhão <strong>de</strong>s- tal o seu furôr que, <strong>de</strong> caminho, carre-<br />
do monje.<br />
levávão ao mosteiro, dêrão o sinal <strong>de</strong> prendido a barca dêle e vogávão trangou sobre alguns ren<strong>de</strong>iros que levávão<br />
Deixou cair a adaga sobre Savoisy, alarme.<br />
quilamente pelo rio; a corrente levava-os ao castélo as rendas em frutos, e mandou<br />
este como <strong>de</strong>fèza não aprezenfou mais: Ombert saltou para o jardim com um rapidamente e a barca ia tanto mais que fossem para o castélo os viveres <strong>de</strong>s-<br />
do que a róca apanhada á pressa e que impulso que o fês ir <strong>de</strong> um tèrráço para <strong>de</strong>pressa que éra impelida pelo vento do tinados aos relijiQzos.<br />
ficou fendida <strong>de</strong> meio a meio. ' outro, e, como o tigre que se lança sobre éste.<br />
(Continúa).
4<br />
Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
Sulfatada—Cálcica<br />
A única analysada na paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> GONTREXÉVILLE,<br />
nos Yosges (França)<br />
Estabelecimento balnear a 2 Kilometros da estação <strong>de</strong> fflogofore»<br />
Carro» á chegada <strong>de</strong> todos os comboios<br />
IIDICAÇÕES<br />
Para USO interno:—Arthràismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />
se lhe avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />
nem pelo traasporte<br />
K venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
4, Rua Ferreira Rorgfes<br />
Vinhos da Empina Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> lagos<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete<br />
Í Marialva<br />
(SEM GARRAFA)<br />
ÍK? e i r o : : : : : : : ; : : : m<br />
i Fernão Pires<br />
Vinhos brancos! Sautern^ ; ; ; ; ; ; ; ; ; ;<br />
Marialva<br />
tinto!<br />
Vinhos licorozosj Moscate]-Favaíos\Dou/o) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />
Vinagre-<br />
Azeite • •<br />
\ Branco<br />
Pimentel<br />
Azeite d'0!iviira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
d"01iveira Feijão)<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
REZISTENCIA—Domingo, 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1904<br />
Garafa l /2 gar<br />
110 60<br />
130 70<br />
150 80<br />
17o 90<br />
140 80<br />
170 90<br />
180 100<br />
10 100<br />
—<br />
i50 —<br />
500 —<br />
90 —<br />
300<br />
Preços especíaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — «Toào Borjes<br />
Sucursal asa Alta<br />
27 —RUA FERREIRA BORJES —29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CÂZÂ ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Pinto<br />
OS DE PASTO<br />
PRteG!?vEDl<br />
f S ^<br />
(p IMB^A<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para consumo e exportação<br />
Vendas p° r UIlío e a<br />
j<br />
Installação provisoria: rua da Sota n° 3. #<br />
• •IUII » — —<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> vend a a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
Garrafa Garrafa<br />
jèé £ <strong>de</strong> litro bordaleza<br />
Marcas tu — —ri<br />
1 6 1 12<br />
Tinto GRANADA . 600 120 80 —<br />
» CORAL • * 600 120 80 —<br />
Braneo AMBAR.. 650 100 —<br />
» TOPÁZIO- — • 120<br />
Nos preços indicados não vae i ncluida<br />
a importancia do garrafão (360<br />
réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />
a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />
que se recebem pelo cnsto.<br />
i Prevenção. — Os garrafões le-<br />
Distribuição gratuita aos domicílios, vam o carimbo cia A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das garrafas e garrafões<br />
compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />
garrafas | ao e na parte superior.<br />
FONOGRAFO<br />
Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />
n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />
magníficos Fonografos iMisou <strong>de</strong> diferentes<br />
preços e tamanhos.<br />
Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />
com lindas óperas, cançonetas, monologos,<br />
etc., nacionaes e estranjeiros que<br />
ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />
<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />
Sempre cilindros com muzicas novas<br />
e muito escolhidas.<br />
Mari© M a c h a d o<br />
Cirurgião <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />
bôca e <strong>de</strong>ntes.<br />
Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />
às mais luxuozas.<br />
Consultório — Largo da Sé Velha.<br />
Preços módicos<br />
Fumeiro do ilemtejo<br />
Recebeu mais uma remessa da ma-<br />
gnifica qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma re-<br />
ven<strong>de</strong>dora em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />
Luzitana.<br />
Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />
A única que em Portugal eíétua seguros<br />
postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />
distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />
Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />
<strong>Coimbra</strong><br />
FARMACIA ASSIS<br />
SERVIÇO PERMANENTE<br />
Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />
Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />
acaba <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />
O seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />
das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />
quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />
como estranjeiros; está a pár do<br />
<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a lereupatica<br />
dia a dia vãn experimentando e<br />
por isso possue uma coléção variáda das<br />
mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />
qúimicos.<br />
O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />
feito por pessoal competentemente abilitado,<br />
sob a diréção do seu administrador.<br />
Esta caza encarrega se <strong>de</strong> mandar os<br />
medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />
assim como <strong>de</strong> chamar qíalquer dos clínicos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />
ou da noute.<br />
Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativa,-<br />
Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />
54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />
(Em frente ao rco d'Almedina)<br />
Abriu este novo estabelecimento<br />
on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />
e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />
quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />
fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />
Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />
em flanellas e panos pretos para capas e<br />
batinas, para todos os preços.<br />
Artigos para ómem como camisaria,<br />
gravatas, luvas, etc.<br />
Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />
este estabelecimento.<br />
Antonio Ribeiro das Mes Machado<br />
ALFAIATE<br />
Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
COIMBRA<br />
Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />
e estranjeiras.<br />
Confeções para ómens e crianças,<br />
pelos últimos figurinos.<br />
Vestes para ecleziasticos.<br />
Camizas, gravatas, suspensórios e<br />
diversos artigos para ómem.<br />
PREÇOS RESUMIDOS<br />
Pastelaria e confeitaria Téles<br />
150—Rua Ferreira Borges—156<br />
COIMBRA<br />
Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra-se<br />
á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concer<br />
nentes a estabelecimentos désta natureza.<br />
Dôces <strong>de</strong> OVOS com os mais finos recheios.<br />
Doees <strong>de</strong> frueta <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, secos e cristalizados.<br />
Fabricam-se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s<br />
Variada pastelaria em todos os generos, especializando os <strong>de</strong> folhado<br />
CíaEautines diversas. Téte d'Achar. Patê <strong>de</strong> Uevre e Foie<br />
Saucisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />
Pão <strong>de</strong> 10, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />
Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />
marcas.<br />
Amêndoas, bombas, chocolates, queijos, chás, etc., etc.<br />
Café, tootoidas o c e r v e j a s<br />
Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />
na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />
FABRICA DE TELHÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />
l*4'
Editor<br />
PUBLÍCA-SE A O S D O M I N G O S E QUINTAS-FEIRAS<br />
MANUEL D OLIVEÍRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />
RECORDANDO...<br />
Assinalava á tempos um publi<br />
cista ilústre uma enlermida<strong>de</strong> grave<br />
da nossa jente — fatal <strong>de</strong> memória<br />
— enfermida<strong>de</strong> que têm<br />
ativamente colaborador com a cor<br />
rução dos governos para ésta nossa<br />
situação mizeranda.<br />
O pôvo português sófre, <strong>de</strong> facto,<br />
a influencia nociva <strong>de</strong>ssa moléstia.<br />
Esquece lacilmente, como quem<br />
não tem escrupulos, nem assomos<br />
<strong>de</strong> pudor, nem revoltas <strong>de</strong> brio, todas<br />
as afrontas <strong>de</strong> que o fazem alvo,<br />
todos os ludíbrios <strong>de</strong> que o tórnão<br />
vitima.<br />
Momentaneamente exaspera-se<br />
grita, ameaça: é um <strong>de</strong>zafôgo efemero:<br />
a tranquilida<strong>de</strong> fas-se rápido,<br />
rápido se fas o esquecimento.<br />
Ora o esquecimento, se em da<br />
dos cazos pô<strong>de</strong> significar clemencia,<br />
jenerosida<strong>de</strong>, grandêza <strong>de</strong> alma,<br />
implica em jeral — e nos povos<br />
principalmente — talta <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong>.<br />
Esquecer nesses cazos é perdoar;<br />
e o perdão, levado alem <strong>de</strong><br />
certos limites, é uma indignida<strong>de</strong><br />
e uma covardia.<br />
Assim tem esquecido, assim tem<br />
perdido o nosso pôvo; indignamente<br />
e . covar<strong>de</strong>mente.<br />
Tem-lhe feito tudo, e, se por vêzes<br />
as afrontas, os atentados, as infamias,<br />
o inflâmão,e á logar a supôr<br />
onrados <strong>de</strong>zagravos, pouco tempo<br />
volvido êle mostra-se esquecido <strong>de</strong><br />
tudo, prestando aos seus insulta<br />
dôres o apoio da sua simplicida<strong>de</strong><br />
Factos e princípios que <strong>de</strong>veríão<br />
ter sempre prezêntes, como<br />
reguladores fieis <strong>de</strong> sua atitú<strong>de</strong>, não<br />
lhes os recorda a sua débil memória,<br />
compromissos publicamente assumidos,<br />
e cujo cumprimento, se impõi<br />
como uma terminante exijencia<br />
<strong>de</strong> onra, para logo os esquece, um<br />
triste <strong>de</strong>sprêezo por si proprio, pela<br />
sua dignida<strong>de</strong> pelos seus interésses,<br />
seu futuro.<br />
Tudo lhe tem feito. Por vêzes<br />
promete vingar-se — e então á palavras<br />
fortes <strong>de</strong> protesto, claras pro<br />
messas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sforço, propózitos <strong>de</strong><br />
permanente inconciliação. Mas a<br />
sua memoria atraiçoa-o: êle esquece<br />
logo/E anda assim, como um<br />
velho maníaco, inofensivo <strong>de</strong><br />
quem nada se tema, <strong>de</strong> quem todos<br />
riem, que se explora e se cóbre <strong>de</strong><br />
zumanamente <strong>de</strong> vaias.<br />
Assim, pelos proce<strong>de</strong>ntes numerózos,<br />
— a istória dos últimos anos<br />
é uma constante prova da falta <strong>de</strong><br />
memoria da nossa jente; não é afrontôzo<br />
supôr que esse gran<strong>de</strong> movimdhto<br />
contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />
e em jeral contra os processos<br />
administrativos <strong>de</strong> todos os governos,<br />
estará já esquecido, e que,<br />
o proximo ato eleitoral, a celebrar<br />
em 26 do corrente, em vês <strong>de</strong> ser o<br />
pretexto <strong>de</strong>ssa afirmaçãojiotavel <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>coro e <strong>de</strong> patriotismo, que altivamente<br />
marcasse a coerencia'dos protestantes,<br />
será simples motivo para<br />
muitas <strong>de</strong>stas provárem que já se<br />
esquecerão da campanha ruidóza<br />
em que se metêrão, uns ficando in-<br />
diferentes, outros não <strong>de</strong>zitando em<br />
apoiar nas urnas o governo.<br />
E' cruel a afirmação! A lição dos<br />
fatos autoriza a julgá-la exáta.<br />
Muitos protestos se têm levantado<br />
a falta <strong>de</strong> perzeverança <strong>de</strong> coerência-,<br />
<strong>de</strong> brio, o que tudo se pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>zignar<br />
com a expressão—falta <strong>de</strong><br />
memoria — tem feito, porem, que<br />
eles passem <strong>de</strong>pressa, sem efeito,<br />
improfícuos, estereis.<br />
Mas, como ainda na ipóteze<br />
mais <strong>de</strong>sfavorabel, algumas excéçóis<br />
po<strong>de</strong>mos todavia resalvar, aos<br />
que pròventura ainda têm memoria<br />
e consciência e dignida<strong>de</strong>, nos<br />
dirijimos,lembrando-lhes o compromisso<br />
soléne e publico que sobre si<br />
tomárão.<br />
Vão realizar-se brevemente as<br />
eleiçõis jerate. São aprezentados os<br />
mesmos candidatos monárquicos,<br />
isto é reprezentantes <strong>de</strong> todos aquêles<br />
partidos cuja obra governativa<br />
foi justa e cruélmente dissecada em<br />
todos os comícios, maniféstos e representaçóis:<br />
serão aprezentados<br />
também 'candidatos republicanos,<br />
isto é, reprezentantes dum partido<br />
que, sem as responsabilida<strong>de</strong>s ignominiózas<br />
<strong>de</strong> qualquer dos bandos<br />
do existente, têm sempre estado<br />
ao lado do pais, <strong>de</strong>ien<strong>de</strong>ndo-o contra<br />
todós. os vexamçs e extorsõis.<br />
Entre esses candidátos do acordo<br />
monárquico, prontos a sancionar<br />
todos os vilêzas do govêrno, e<br />
os candidatos do partido republicano,<br />
os únicos aptos para uma campanha<br />
<strong>de</strong> saneamento, têm os que<br />
ainda não perdêrão a memoria, <strong>de</strong><br />
escolher,<br />
Essa escolha tem lójicamente <strong>de</strong><br />
recair nos candidatos republicanos.<br />
Ou então nós temos <strong>de</strong> assentar que<br />
todos esse protestos e todos esses<br />
ruidos fôrão uma mizeravel comédia.<br />
AGRADECIMENTO<br />
Os proprietários do Comércio do POKlo,<br />
reconhecendo a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cer direta e pessoalmente a todos<br />
os seus colegas da imprensa, ás corporaçôis<br />
e pessoas que ms cumprimentárão<br />
por motivo do qninquajenario da fundação<br />
do Comércio do Porto, servem-se d'este<br />
meio para tributar publicamente a todos<br />
o mais profundo reconhecimento.<br />
Porto, 4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />
Ijsfersra© Shislre<br />
Francisco Carqueja<br />
Bento Carqueja.<br />
Continua a experimentar melhoras<br />
o sr. Con<strong>de</strong> da Covilhã, que se<br />
encontra ospedado no otel BragançU,<br />
on<strong>de</strong> foi acometido da doença<br />
que o retem nesta cida<strong>de</strong>. Seus<br />
filhos srs. Con<strong>de</strong> do Refujio, Alexandre<br />
e Candido Calheiros viérão<br />
vizitar seu pai, em companhia do<br />
sr. dr. Alberto Rato.<br />
Estimamos as melhoras do ilustre<br />
infermo.<br />
0 rendimento do imposto do real dágua<br />
do concelho <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, no mês <strong>de</strong><br />
maio foi <strong>de</strong> 782$778 reis, menos reis,<br />
2.90766, do que ren<strong>de</strong>u no mesmo mêz do<br />
ãno passado.<br />
Mauzoléu <strong>de</strong> ÁIYCS Correia<br />
Do Debate:<br />
A Patria — suprimida pelo atual govêrno—a<br />
que suce<strong>de</strong>u o Mando, abriu<br />
urna subscrição para ser levantado um<br />
monumento a Alves Corrêa, o intrépido<br />
, ornalista republicano que sempre com-<br />
)ateu Com tenacida<strong>de</strong>, correndo os maiores<br />
perigos e suportando os maiores<br />
sacrifícios, pela cauza republicana.<br />
A piedóza iniciativa dos seus amigos,<br />
entre os xquais, dos mais <strong>de</strong>dicados<br />
foi, por certo, França Borjes, não foi<br />
improfícua.<br />
Brevemente <strong>de</strong>ve estar concluído o<br />
monumento cujo <strong>de</strong>zenho—segundo se<br />
rezolven em assembleia dos subscritores<br />
—é <strong>de</strong> Antonio Augusto Gonçalves a<br />
quem pô<strong>de</strong> eli imar-se, com justiça, um<br />
gran<strong>de</strong> artista.<br />
Da fátura tio mauzoleu se encarregou<br />
o nosso correlijionário Cazimiro Ji.zé<br />
Sabidoque.com um raro <strong>de</strong>sprendimento,<br />
se <strong>de</strong>zempénha da tarefa em condiçõis<br />
não vulgares. O mauzoléu valerá mi ito<br />
mais do que, a importância da subscrição,<br />
acrescida dos respétivos juros.<br />
Depen<strong>de</strong>, pois, apenas, da concluzão<br />
do mauzoléu, a trasladação dos ré-tos<br />
mdrtais <strong>de</strong> Alves Corrêa, ôje <strong>de</strong>pozitádos<br />
no jazigo d'um seu amigo provado e<br />
correlijionário <strong>de</strong>dicadíssimo, o sr. Magalhãis<br />
Ba^to.<br />
Justo é que. no dia em que se inau<br />
gure o monumento, prestem omenajem<br />
á memoria tio intemerato jornalista<br />
républicano e' mais ima vès louvem os<br />
que soubèrão ourar essa memoria.<br />
Grupo do Livre Pensamento<br />
Goníereaoia inaagaral<br />
No proximo sabado, 11, pelas 8<br />
e meia da noite, terá logar a inauguração<br />
d'este grupo, com uma<br />
conferencia do ilustre jornalista <strong>de</strong><br />
Lisboa, Eliodoro Salgado, que para<br />
isso virá expréssámente a esta ci<br />
da<strong>de</strong>.<br />
O tema da conferencia é—o livre<br />
pensamento—e o local da reunião<br />
o Centro Eleitoral Republicano, no<br />
largo da Freiria.<br />
A entrada é franca.<br />
O sr. Eliodóro Salgado é um<br />
dos vultos mais conhecidos do par<br />
tido republicano pela sua intranzijencia<br />
e pela <strong>de</strong>dicação partidária<br />
<strong>de</strong> todos os momentos.<br />
Como propagandista o sr. Eliodoro<br />
Salgado é dos primeiros, falando<br />
sempre com elevação e raros<br />
conhecimentos dos assuntos que<br />
tráta.<br />
Curso dísiriílico <strong>de</strong> 4§S5§ e Sfrií<br />
Não publicamos ôje uma noticia<br />
sobre as festas promovidas por este<br />
Curso, por que adoeceu inesperadamente<br />
osr. Dr. Teixeira <strong>de</strong> Carvalho.<br />
Por este motivo pedimos <strong>de</strong>sculpa<br />
<strong>de</strong> qualqur erro <strong>de</strong> revizão.<br />
Cla»c© IPoríHeuse<br />
Este circo continua bastante animado<br />
dando espetáeulos, como já aqui noticiamos,<br />
todas as noites ás 9 óras.<br />
Na passada terça-feira apareceu em<br />
publico, pela primeira vès, o Cão Touro<br />
domesticado pelo clonw Martini.<br />
Consta-nos que é no proximo domingo<br />
1 2, que
Associação Commerçial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Reuniu ontein a assembleia jeral da<br />
Associação Comercia! para lhe ser prezente<br />
o relatório dos <strong>de</strong>legados que fôrão<br />
a Lisboa reprezentnr esta Associação, na<br />
reunião que teve logar na sé<strong>de</strong> da Associação<br />
•Industrial Portu; uêza convocada<br />
pela camara municipal >ía Covilhã para<br />
ser disculido o projéto da Associação dos<br />
Enjenheiros Civis Portuguêzes sobre a<br />
rê<strong>de</strong> ferroviário, no sul do Mon<strong>de</strong>go.<br />
A reunião estéve bastante concorrida.<br />
Antes da or<strong>de</strong>m do dia, o sr. Prezi<strong>de</strong>nte<br />
da comissão <strong>de</strong> vijilancia do comércio<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para protestar junto<br />
com as comissõis <strong>de</strong> vijilancia <strong>de</strong> Lisboa<br />
e Porto contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />
<strong>de</strong>u conta dos trabalhos <strong>de</strong>sta comissão<br />
e pediu para a assembleia se pronunciar<br />
sobre se esses trabalhos tem o seu<br />
apoio.<br />
Posto o assunto á discussão pediu a<br />
palavra o sr. Francisco Vilaça da Fonseca,<br />
mostrando a importancia dos trabalhos<br />
e fazendo vêr que ainda não estão<br />
concluídos.<br />
O sr. Cassiano Ribeiro disse que, interpretando<br />
o sentido do comércio <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, propunha que a assembleia<br />
désse uru voto <strong>de</strong> confiança á comissão<br />
para ela continuar no <strong>de</strong>zempénho do seu<br />
mandato sendo aprovado por unanimida<strong>de</strong><br />
esse voto. Agra<strong>de</strong>cendo o sr. Pedro<br />
Ban<strong>de</strong>ira prezi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ssa comissão.<br />
Entrando na or<strong>de</strong>m da nojite foi lido<br />
o relatório dos <strong>de</strong>legados e os documentos<br />
concernentes a este assunto. O sr. Vilaça<br />
pediu uns esclarecimentos sobre a<br />
atitu<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>legados, em Lisboa, que<br />
lhe fôrão dados pelos srs. Cassiano Ribeiro<br />
e Barata.<br />
Depois disso, o sr. Vilaça, fazendo<br />
uso da palavra, disse que o procedimento<br />
dos <strong>de</strong>legados que fòrão a Lisboa meréce<br />
a aprovação da assembleia, pela fórma<br />
corréta como comprírão as instruçõis que<br />
lhes fôrão dadas e mostrou a importancia<br />
que tèin para <strong>Coimbra</strong> o projéto <strong>de</strong><br />
tal re<strong>de</strong> ferro-viaria. Continuando, <strong>de</strong>monstrou<br />
com um estudo minuciòzo que<br />
sobre tão momentôzo assunto fez — que<br />
para <strong>Coimbra</strong> o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>nominado<br />
no tal projéto <strong>de</strong> Arganil -Lousã<br />
e Porto <strong>de</strong> Mós prejudica ést? cida<strong>de</strong>.<br />
E' indispensável protestar contra ele.<br />
Se este caminho <strong>de</strong> férro fôr aprovado,<br />
<strong>Coimbra</strong> ficará prejudicadissima,<br />
porque pelo norte tem a linha da Beira<br />
Alta com o seu entroncamento na Pampilhoza<br />
e pelo sul o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong><br />
Arganil e Porto <strong>de</strong> Moz com o entroncamento<br />
na Louzã; <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong>,<br />
que <strong>de</strong>via pela sua importancia sèr o<br />
centro <strong>de</strong> todas as linhas do caminho <strong>de</strong><br />
ferro 110 centro do pais, será esbulhada<br />
d'esse movimento e, como premio <strong>de</strong><br />
consolação, terá um ramal para a Louzã.<br />
Já se não mantém a construção do caminho<br />
<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Arganil <strong>de</strong> via larga<br />
como foi dada por lei e que já <strong>de</strong>via estar<br />
concluída, nem se mantém o caminho<br />
<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Santa Comba-Dão a <strong>Coimbra</strong><br />
mandado estudar pelo sr. Emídio Navarro<br />
que vinha compensar <strong>Coimbra</strong> do prejuízo<br />
que lhe cauzou o entroncamento da<br />
Beira Alta, na Pampilhoza. Nada d'isso<br />
se mantém, mas em compensação, como<br />
para expoliar mais uma vêz esta formoza<br />
cida<strong>de</strong>, projéta-se um caminho <strong>de</strong> ferro<br />
que partindo <strong>de</strong> Coja vá a Santa Comba-<br />
Dão e siga pelo ramal <strong>de</strong> Vizeu para<br />
Traz os-Montes.<br />
Isto só se concebe como um propózito<br />
firme <strong>de</strong> prejudicar ésta cida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Coimbra</strong> ficará <strong>de</strong> braços cruzados<br />
n'um assunto tão momentôzo? Não <strong>de</strong>ve<br />
e por is.so propõem que se nomeie uma<br />
gran<strong>de</strong> comissão com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agregar<br />
a si todas as pessoas que inten<strong>de</strong>r,<br />
e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estudado bem o assunto se<br />
reclame do governo as provi<strong>de</strong>ncias<br />
necessárias.<br />
Propõi para essa comissão as mezas'<br />
da direção e d'assemb!eia jeral, e os srs.<br />
Valentim José Rodrigues, Jozé Antonio<br />
Dias Pereira, Antonio Domingos Graça,<br />
Antonio Jòsé Fernan<strong>de</strong>s, Pedro Ferreira<br />
Dias Ban<strong>de</strong>ira, João Simões da Fonseca<br />
Barata, Annibal <strong>de</strong> Lima e Cassiano<br />
Ribeiro.<br />
Que esta comissão lerá como fun immediato<br />
procurar por si e por técnicos<br />
que para isso consulte, saber se as propostas<br />
em discussão serão suscetiveis <strong>de</strong><br />
modificação, <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong> fique<br />
sendo o centro <strong>de</strong> todo o movimento fer<br />
ro-viario ao sul do Mon<strong>de</strong>go e testa da<br />
linha a fazer por Santa Comba para<br />
Traz os Montes.<br />
Falárão ainda sôbre o assunto outros<br />
cavalheiros, e sendo por indicação da assembleia<br />
agregado,á comissão o proponente,<br />
foi a sua propista aprovada por<br />
aclamação.<br />
Discutiu se <strong>de</strong>pois o pedido da camara<br />
municipal da Covilhã para que se oficássç<br />
ao Ministro das obras publicas para<br />
qne seja creado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já um fundo especial<br />
para a construção <strong>de</strong>ste caminho <strong>de</strong><br />
ferro, ficando a direção encarregada <strong>de</strong><br />
respon<strong>de</strong>r a esses telegramas em armonia<br />
com as propostas aprovadas.<br />
O seu prezi<strong>de</strong>nte apresentou um oficio<br />
do centro comercial <strong>de</strong> Santos (Brazil)<br />
participando que esta associação, no<br />
propozito <strong>de</strong> estreitar as relaçõis entre<br />
os dois paizes, vai abrir uma expozição<br />
permanente <strong>de</strong> artigos relativos ao comercio<br />
e á sua industria, e pe<strong>de</strong> para que<br />
a Associação Comercial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> protecione<br />
este cometimento. Por proposta<br />
do sr. Cassiano Ribeiro, rozo|veu-se que<br />
se désse conhecimento pela imprensa,<br />
d'esta expozição, aos industriaes e exporladóres<br />
<strong>de</strong>ste distrito, e a diréção<br />
<strong>de</strong>sse todos os esclarecimentos que lhe<br />
solicitassem sobre o assunto.<br />
E, não avendo mais nada a tratar, foi<br />
levantada a sessão.<br />
Respon<strong>de</strong>ndo<br />
Á dias um amigo, aproposito désta<br />
contenda, consi<strong>de</strong>rava :—«E' fácil terminá-la.<br />
Agarra-^e na'queixada dum dêles<br />
e varre-se tôdos os outros.»<br />
Para o elleito o que vae servir é a<br />
queixada do Agapito. Não o largamos<br />
mais emquanto o campo não ficár limpo<br />
dêstes co.rpos que o abstruem e <strong>de</strong>stes<br />
cérebros que o <strong>de</strong>sacredítão.<br />
E' o mais estúpido <strong>de</strong> tôdos e o mais<br />
pérfido. Pó<strong>de</strong>m as criancinhas chorár ao<br />
pé <strong>de</strong>le, pô<strong>de</strong> a mizéria crescer em lamentos<br />
e em gritos, pô<strong>de</strong> ouvir dizer que<br />
ccnlenáres dômens cairão sob as balas,<br />
chamando uma reivindicação lejitima e<br />
jerieroza, o Agapito ficará quêdo, frio,<br />
olhando com um olhar <strong>de</strong> parvajola numa<br />
cara inexpressiva <strong>de</strong> Damazo Salcè<strong>de</strong>,<br />
sem unffi intermitência comovida que indique<br />
a existencia dum coração.<br />
Tem qualida<strong>de</strong>s para afrontar uma<br />
jeraçãojá <strong>de</strong> si <strong>de</strong>zonrada por tanto <strong>de</strong>sinteresse<br />
e tanta indiferença. Dá-me a impressão<br />
daquele personajem da comédia<br />
<strong>de</strong> Feydau que dizia a tudo:—X! eu cá<br />
por mim, pff\<br />
Dis se literato e fás tersos, como se<br />
aquéla álma <strong>de</strong> cortiça podésse dispen<strong>de</strong>r<br />
o que constitue a qualida<strong>de</strong> primacial da<br />
poezia: o sentimento; e <strong>de</strong>screve contos<br />
como se tivésse espirito sequer para as<br />
exijencias mo<strong>de</strong>lares d uma próza cuidada.<br />
Assim, no seu Auto Pastoril, o que<br />
não é banalida<strong>de</strong> insignificativa é parvoíce<br />
rematada como aquéla imajem que termina<br />
pela espuma rjerar a estréla!<br />
As suas prózas, são umcaubriolar tremendo/le<br />
disparates constituindo pensamentos<br />
fantásticos próprios dum ómem<br />
que não pensa coiza nenhuma, e no meio<br />
dos quais o Agapito, transformado num<br />
extranho Jozué da literatura, manda, num<br />
momento, <strong>de</strong>scer e subir o sol, <strong>de</strong>zenca<strong>de</strong>ar<br />
e acalmar tempesta<strong>de</strong>s, um pavor<br />
cósmico, emfim, que poria o dr. Bombarda<br />
na pista dum doido, se não estivéssemos,<br />
simplesmente, na prezença dum burro.<br />
O sen folheto não é mnis do que isto:<br />
<strong>de</strong>tri. tos amontoados, baixêzas ejaculadas,<br />
o <strong>de</strong>spejar do caneco cloaciuo qué<br />
no Agapito reprezenta -o papel que o<br />
espir ito' reprezenta nas outras pessoas.<br />
Não rebate um fado, não aprezenta<br />
um argumento, não tem graça, amontoa<br />
insultos unicamente, como um arrieiro<br />
encardinado.<br />
Eu disse que o Agapito se tinha reenzado<br />
a colaborar no numero A<strong>de</strong>lina<br />
Aorawhes para não <strong>de</strong>zagradar á empe<br />
za Rozas e Brazão, «n<strong>de</strong> tem um auto<br />
que quer levar á cèna e acentuei que<br />
isto era uma <strong>de</strong>zonestida<strong>de</strong>. O Agapito<br />
não respon<strong>de</strong>u.<br />
Manifestei o <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> discutir a obra<br />
dn sr. Julio Dantas> porque na sua <strong>de</strong>fêza<br />
estava a justificação dos que aplaudião,<br />
como no seu ataque a justificação dos<br />
que pateávão. O Agapito não discQtiu.<br />
Eu citei a má ação que representava<br />
o facto*<strong>de</strong> terem sido roubadas as flores<br />
offerecidns á A<strong>de</strong>lina Abranches, para<br />
osfogozos manifestantes glorificarem com<br />
elles o sr. Julio Dantas. 0 Agapito não<br />
contestou.<br />
E não se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u porque não tinha<br />
<strong>de</strong>fèza, como não discutio porque não<br />
sabe discutir.<br />
O publico já formou o seu juizo e já<br />
<strong>de</strong>spediu a sua sentença. O Agapito fica<br />
marcado pelo seu proprio folheto que o<br />
revelou inteiro, na sua indignida<strong>de</strong> e na<br />
sua chatêza intelétual.<br />
O sr. Jozé Aires, apareceu efétivãmente<br />
no Tribuno Popular. Não a<strong>de</strong>anta<br />
mais do que o sr. Jozé Bruno.<br />
Repare, no entanto, que quem não<br />
tem i<strong>de</strong>ias são os senhores, que nada<br />
-Oisintaaici ta, 0
COMUNICADO<br />
Sr. redutor do jornal Rezistencia —<br />
Venho rogar a v. a fineza <strong>de</strong> mandar<br />
publicar no seu jornal o que abaixo escrevo,<br />
cópia d'uma mesma notícia que<br />
nesta mesma data enviei para o Conimbricense,<br />
para esclarecimento <strong>de</strong> Verda<br />
<strong>de</strong>s, e do que me confesso gratamente<br />
reconhecido;<br />
De v., etc.—<strong>Coimbra</strong>, 5—5 fi(h.—<br />
Antonio dos Santos Sá.<br />
Em uma local inserta no jornal o Conimbricense,<br />
<strong>de</strong> 4 do corrente e subordinada<br />
ao título—Bombeiros Voluntários—<br />
dis constar-lhe aí que o sr. Manuel Bernardo<br />
Loureiro, prezi<strong>de</strong>nte. da direção da<br />
benemérita Associação, <strong>de</strong> Bombeiros Voluntários<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, vai abandonar essa<br />
prezi<strong>de</strong>ncia, <strong>de</strong>sgostozo por intrigas movidas<br />
contra a sua administração, que<br />
toda a jente reconhece ter sido sempre<br />
em beneficio da cotetivida<strong>de</strong> e em prejuízo<br />
da sua b Isa Ora sendo eu um dos<br />
signatarios d'um oficio enviado ao sr.<br />
Manuel Bernardo Loureiro, como prezi<strong>de</strong>nte<br />
d'esta Associação, oficio que foi<br />
assinado por 36 socios, quero restabelecer<br />
a verda<strong>de</strong> dos factos que talvês <strong>de</strong>sgostassem<br />
o sr. Loureiro, mas que ele<br />
não tem razão alguma para isso. antes<br />
pelo contrário, até se <strong>de</strong>via regozijar em<br />
mandar aprezentar as contas como se<br />
lhe pedia, que isto só tinha em mira livrar-lhe<br />
a sua responsabilida<strong>de</strong> e mesmo<br />
para se não darem factos como os que<br />
ainda á pouco se dérão no seio d'esta<br />
agremiação e que o sr. Loureiro bem<br />
conhece. E para isso, sr. redátor. junto<br />
envio cópia do mesmo oficio que lhe fui<br />
enviado e que como v. verá, está redijido<br />
em termos até onrozos para o sr. Ber<br />
nardo Loureiro.-<br />
Faço esta <strong>de</strong>claração para que não<br />
ája más interpretaçõis e para que se não<br />
diga que <strong>de</strong>ntro da coletivida<strong>de</strong> a que<br />
pertenço se anda com intrigas para <strong>de</strong>sgostar<br />
este ou aquele individuo. Nós só<br />
temos em mira o bom andamento d'esta<br />
Associação, para que ela continue com o<br />
seu nome bem levantado, como o que<br />
felísmente tem tido até ôje.<br />
Fará v. o uzo d'esta que enten<strong>de</strong>r,<br />
<strong>de</strong>sculpando o tempo que lhe tenha tomado.<br />
v. ; * 1 • > -<br />
<strong>Coimbra</strong>, o <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1U04.<br />
Copia do oficio:<br />
Antonio dos Santos Sd.<br />
Ill. rao e ex. mo sr. prezi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
Umanítária dos Bombeiros Voluntários<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>-Os socios dlesta Associação,<br />
abaixo assinados, pe<strong>de</strong>m, para<br />
que no mais curto prazo <strong>de</strong> tempo, lhes<br />
seja aprezentado em assembleia jeral o<br />
relatório e contas d'esta Associação como<br />
<strong>de</strong>termina o art. 19.° dos nossos estatutos<br />
e que dis: «A diréção aprezentará<br />
todos os anos, no 4.° domingo <strong>de</strong> janeiro,<br />
á assembleia jeral, por intermédio do<br />
conselho fiscal, as contas da sua jerencia<br />
e um relatório circunstanciado <strong>de</strong> todos<br />
os factos importantes que se <strong>de</strong>rem no<br />
mesmo periodo. A' anos que este artigo,<br />
como v. ex.* bem sabe, não tem sido<br />
cumprido e nós precizamos. saber do regular<br />
andamento d'esta Associação, para<br />
que não ája motivos para reclamaçõis<br />
como aquélas que se dérão ainda á pouco<br />
tempo.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1904.<br />
(Seguem-se 36 assinaturas).<br />
27) Folhetim à2 "BEZISTENCÍâ,,<br />
IX<br />
Rocl»e-CorS»oii em gnérra<br />
. Neste meio tempo o basíarãoaquietou-se<br />
um pouco, eniqnanto voltáua ao castélo,<br />
e começou a reflétir na cêna que acabava<br />
<strong>de</strong> passar-se.<br />
O cavalo ia a passos lentos, e Ombert<br />
estáva tão préocupádo, que se julgava<br />
sozinho, apezar <strong>de</strong> caminhar ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong><br />
cinco ou seis camponêzes colétores do<br />
dizimo, a quem éra dalgúma fórma indiferente<br />
levar o seu trigo, o vinho, etc,<br />
ao castélo ou ao mosteiro; levando os<br />
burros afieante, não se áirevião ao falár;<br />
porque a cada movimento <strong>de</strong> Ombert<br />
tinhão mêdo <strong>de</strong> receber as contuzõis, que<br />
o seu senhor éra liberal em distribuir.<br />
Chegando ao pé do castélo, enconlràrão<br />
o mendigo garrotádo, e Bertran, que,<br />
com uma córda na mão, <strong>de</strong>scia do cavalo,<br />
provavelmente para enforcár o pobre<br />
Ómem,<br />
183E25IéiTEKTCIA— Qu/nta-feira, 9 «le Janho <strong>de</strong> l»Oi<br />
SERVIÇO COMBINADO<br />
Imponentes festas do quinquajesimo<br />
aniversario da Definição Dogmatica da<br />
Imaculada Conceição em Braga, nos dias<br />
íO, 11 e 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1894, com a<br />
assistência dos arcebispos! bispos e outros<br />
altos dignatarios do reino.<br />
Gran<strong>de</strong> peregrinação nacional á Virem<br />
do Sameiro.<br />
N'esta peregrinação que sairá da<br />
Cathedral, será conduzida a riquíssima<br />
Corôa d Oiro oferecida pela nação á Virem^<br />
Cerimonia da Coroação, missa Campaj.<br />
sermõis pelo arcebispo d'Evora e<br />
vários bispos, majestóza procissão abrindo<br />
por um carro triunfal com figuras allegoricas<br />
e <strong>de</strong>slumbrantes iluminaçõis.<br />
Bilhetes <strong>de</strong> ida e volta a preços muito<br />
reduzidos, valit'os para ida nos dias 8 a<br />
II, volta nos dias 12 a 15, inclusivé.<br />
Preços com o imposto do sêlo in-<br />
cluído :<br />
Figueita da Fós a Braga e volta,<br />
50000 réis em 1.» classe, 402)0 em<br />
classe e 20770 em 3. a classe, Santa Comba,<br />
504ÍO, 3.0930 e 20570, Carregal,<br />
40180 e *073O, Nélas, 6029o,<br />
10550 e 20980, Mangual<strong>de</strong>, 60630 réis,<br />
40790 e 30150, Gouvêa, 70050, 50100 e<br />
30340, Fornos, 702; 0, 50250 e 30450,<br />
Celorico, 707iO; 50580 e 30660, Vila<br />
Franca das Naves, 80100, 50850 e 30840,<br />
Guarda, 80770, 60130 e 40150 réis.<br />
.. Lê .. Trats-se<br />
dos tens interesses<br />
1 2 aaos são passados<br />
<strong>de</strong>pois que<br />
As constipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />
ásma, lòssejs, coqueluche, influenza e outros<br />
encomodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcairão, compostos (ISeboçádos<br />
Mtlagrozos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />
do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />
junto a outras substancias apropriadas,<br />
se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />
eficácia.<br />
E tanto assim, que os bons rezultádos<br />
obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />
compostos (B£elmçá«los 39ilagrOsos)<br />
são confirmados, não'só por<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />
mas também por abalizádos facultativos.<br />
Farmácia Qrieaial — S. Lazaro — Porío<br />
Caixa, avulso, no Porto, 200 réis;<br />
pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />
M o d a Illu^tíada<br />
Jornal das familtas — Publicação semanal<br />
Diretòra: I). LEONOR MALDONADO<br />
Condições da assinatura : por ano com<br />
1:800 gravuras em preto e coloridas, 52<br />
mol<strong>de</strong>s cortados, tamanho natural, 52 números<br />
com 1:040 gravuras <strong>de</strong> bordados-<br />
ÍÍ0COO réis.<br />
Semestre, 26 números com 9!)0 gravuras<br />
em preto e coloridas ; 26 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 20 números<br />
Tinha esfferárlo pelo barão para o fazer.<br />
Os camponêzes olhavâo indiferentemente<br />
para êste espétáculo ; mas o mendigo,<br />
ao avistar o barão pôs-se a gritar:<br />
-— Olá ! Caro senhor, <strong>de</strong>ixareis nêsta<br />
aflição o melhor dos vossos amigos, nêste<br />
momento sobretudo em que contais tão<br />
poucos!<br />
Ombert não dizia palávra, e Bertram,<br />
interpretando este silencio a seu módo,<br />
tinira enfiado o nó fatal ao pescoço do<br />
mendigo, quando o barão levantou os<br />
olhos e exclamou:<br />
— Bertram, <strong>de</strong>ixa em pás êsse animal<br />
imundo; que vá fazer-se enforcar a<br />
outra parte, porque falou verda<strong>de</strong>. .<br />
Por S. Martinho 1 Meu cão vélho, se tivésses<br />
menlido ter te-ia feito escorchár<br />
por quatro cavalos I<br />
— Ouvi, senhor I replicou o mendigo,<br />
que o ómem d'armas soltava, quereis um<br />
bom conselho?.., ge matastes os dois<br />
beneditinos pon<strong>de</strong> vos ao lárgo; porque<br />
sereis vós o esearteládo por quatro caválos.<br />
— Ora! disse o barão» Então, <strong>de</strong>pois<br />
do nôvo remado a péle dum monje subiu<br />
tanto <strong>de</strong> valôr?'<br />
A êsta resposta, o mendigo levantou<br />
os ombros, e viraido para o barão os<br />
com 550 gravuras <strong>de</strong> bordados, 20500<br />
réis.<br />
Trimestre, l;t números com 450 gra,<br />
vuras em preto e coloridas, 13 mol<strong>de</strong>s<br />
cortados, tamanho natural, 13 números<br />
com 260 gravuras do bordados, 10300<br />
réis.<br />
Cada número da Moda Ilustrada é<br />
acompanhado dum número do Petil Eco<br />
<strong>de</strong> la Bro<strong>de</strong>rie jornal especial <strong>de</strong> bordados<br />
em todos os géneros, roupas do corpo,<br />
<strong>de</strong> mêsa, enxovais para criança, tapeçarias,<br />
croché, ponto <strong>de</strong> agulha, obras <strong>de</strong><br />
fantasia, rendas, etc,, etc. Encontra-se<br />
na Moda Ilustrada, a tradução em por<br />
tuguês daquelle jornal.<br />
Assina-se em todas as livrarias do<br />
reino na do editor - Antiga Casa Ber<br />
trand Jozé Bastos, —rua Garrétt, 73 e<br />
75, Lisbôa.<br />
o H U X B O I : L I : < > Í Í \ T E :<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Diretor — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Preles).<br />
Redátores das sécções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />
D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração : 30 bis, ftua<br />
Bregero,,Paris.<br />
DO BRAZIL<br />
Eu Pedro Aguiar <strong>de</strong> Mello, chegado<br />
<strong>de</strong> á 12 arios, <strong>de</strong>claro que sofrendo eu<br />
e varias pessoas <strong>de</strong> minha familia <strong>de</strong><br />
doenças no estomago e nos intestinos<br />
recorri a 'muitos remedios, passando 4<br />
anos sem encontrar alivio a meus males;<br />
finalmente tomei as pilulas anti-dispeticas<br />
dc dr. Heinzelmen, remedio feito com<br />
érvas dos mátos do Brazil. conseguindome<br />
curar radicalmente em poucas semanas.<br />
Por ser verda<strong>de</strong>, para bem dos<br />
que sofrem e por gratidão, mando fazer<br />
publicar esta <strong>de</strong>claração.<br />
Pedro Aguiar <strong>de</strong> Melo<br />
(negociante <strong>de</strong> vinhos)<br />
As pilulas do dr, Heinzelman feitas<br />
com vejetais das matas brazileiras, çurão<br />
em pouco tempo .todas as moléstias do<br />
estomago, fígados e intestinos.<br />
Depozito em <strong>Coimbra</strong> Rodrigues da<br />
^ilva i C.\ Rua <strong>de</strong> Ferreira Borges.<br />
VENDA M PRÉDIO<br />
Ven<strong>de</strong> se urn prédio composto <strong>de</strong><br />
cazas com gran<strong>de</strong> jardim á frente e quintal<br />
em volta, diferentes árvnres <strong>de</strong> fruto<br />
e parreiras, com canalização d'agiia e<br />
gás, na~rua <strong>de</strong> Lourenço Azevedo, d'esta<br />
cida<strong>de</strong>, pertencente a Manuel Maria Sardinha<br />
Cal<strong>de</strong>ira e suas filhas.<br />
Quem o preten<strong>de</strong>r dirija-se por carta<br />
ao ex. m0 sr. Dr. Eduardo da Silva Vieira,<br />
advogado nesta cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando ao<br />
preço maior porque lhe convém fazer a<br />
compra. \<br />
seus ólhos pequeninos e vêr<strong>de</strong>s dum módo<br />
muito espressivo. disse-lhe, inlerrompendo-o<br />
com um jêsto <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>:<br />
— Matastes-los 9<br />
— Não! disse o barão com jésto <strong>de</strong><br />
rnáo umôr.<br />
— E'ra, todavia, uma béla ocazião,<br />
replicou o mendigo friamente ; mas, accrescentou,<br />
básta I<br />
Daqui a algum tempo tornar-nos-emos<br />
a vêr no caminho <strong>de</strong> Paris, e, como á<strong>de</strong><br />
ir mais <strong>de</strong>préssa do que eu. pósso ir indo<br />
arleante ; quando for<strong>de</strong>s ao palácio <strong>de</strong> S<br />
Paulo apelár d.í confiscação dos vossos<br />
domínios, talvês precizeis <strong>de</strong> Jehan <strong>de</strong><br />
Réchin. A<strong>de</strong>us, meu filho, Montjoie<br />
Saint Denis não está longe.<br />
Os camponêzes estávão muito adn.irados<br />
da audácia do mendigo, que, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> tèr dito a<strong>de</strong>us aç barão, lhe voltou<br />
as costas, com um sanguefrio maravilhôzO;<br />
<strong>de</strong>pois, dirijiu-se para o caminho<br />
que leváva á estráda <strong>de</strong> Orléans.<br />
— Que <strong>de</strong>vo fazer <strong>de</strong>ste mizerável?<br />
perguntou Bertram, que se preparáva<br />
para çorrér atrás do mendigo.<br />
— Que vá para o diabo! respon<strong>de</strong>u<br />
Ombert pensativo... Este pagão sábe<br />
bastantes coizas que eu ignoro.<br />
Dando então uma esporada no cavàlo<br />
Carris <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
ORARIO PROVIZÓRIO<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a rua Infante D. Augusto<br />
PartidLas<br />
] largo das Ameias Da rua Infante D, Augusto<br />
6 h e 3U m manhã 7 h manhã<br />
1<br />
7,30<br />
»(a)<br />
t<br />
7,30<br />
N<br />
»<br />
»<br />
8<br />
8,30<br />
»<br />
><br />
8,30<br />
9<br />
» («O<br />
»<br />
9,30<br />
10,30<br />
11<br />
><br />
p<br />
9<br />
10<br />
11<br />
11,30<br />
»<br />
»<br />
»<br />
11,30 » 12 1<br />
12<br />
12.30<br />
»<br />
tar<strong>de</strong><br />
12,50 tar<strong>de</strong><br />
1 »<br />
1 t 1,30 ><br />
1,30<br />
2<br />
2,30<br />
3<br />
» 2 ><br />
» 2,30 i<br />
j> 3 »<br />
• » { 3,30 ><br />
3,30 » 4 »<br />
4 » 4,30 »<br />
4,30 » 5 » '<br />
5<br />
5,30<br />
> 5.30<br />
> i 6,30<br />
»<br />
i<br />
6 » 7,30 »<br />
7,30 > 1 8,30 noite<br />
8 noite 9,30 »<br />
9,30 > 10 »<br />
10 » 10,30 »<br />
(a) Directo da Gasa do Sal á rua'do Infante<br />
D. Augusto.<br />
(b) Directo da rua do Infante D. Augusto á<br />
Casa do Sal.<br />
Carreiras diretas entre a R, do infante d, Augusto<br />
e Estação B<br />
da R. Infante d. Augusto<br />
6' 1 tar<strong>de</strong><br />
8, noite<br />
Partidas<br />
da Estação B<br />
6 !l e 58 m tar<strong>de</strong>'<br />
8 h e 45 m noite<br />
Carreiras entre o largo das Ameias<br />
e a estação B dos caminhos <strong>de</strong> ferro<br />
Do largo das Ameias<br />
3 h Í0 n<br />
5 ,55<br />
8 ,10<br />
2,30<br />
3 ,r*6<br />
4 .35<br />
5 ,37<br />
6 ,25<br />
6 , l .O<br />
8 ,10<br />
12 ,15<br />
Partidas<br />
manhã<br />
><br />
»<br />
tar<strong>de</strong><br />
»<br />
»<br />
; »<br />
noite<br />
><br />
da estação<br />
J2<br />
t/3 "C .<br />
a> c«<br />
m _o<br />
J2 !TJ "5 Q
2 K I C Z V S T E X C I A Q u f n t a - f r i r a , U d e J H D I I U d e 1 9 0 4<br />
ua da Guria (Mogofores—Anadia)<br />
Sulítitada-Calcica<br />
A única anaiysada no paiz, sinillhante á afamada agua ds CONTREXÉVILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
INíaStcIeciiiiénIo bnlncnr a 2 kiloiuetroN da estação <strong>de</strong> Hogo fores<br />
Carros ú cliegada <strong>de</strong> todos o» comboio»<br />
YHTDICAÇÕICS<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes especies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />
se lhe avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica forain feitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. m0 sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />
iiean peio transporte<br />
A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
4, i l u a F e r r e i r a I S o r j j e s<br />
litite da Emppeza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong><br />
Vinhos tintos —<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete . . .<br />
Trinca<strong>de</strong>iro .<br />
Clarete .<br />
Marialva .<br />
Fernão Pires.<br />
Vtahos branco,.) «"J- ; ;<br />
Marialva .<br />
(SEM GARRAFA)<br />
Licoroso branco .<br />
» tinto .<br />
Vinhos Iicorozast • Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />
( Pimentel<br />
Vinagre \ Branco<br />
. ] Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
d'OIiveira Feijão)<br />
Pf^oG^EDI<br />
*T<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM «ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
Garafa :Vi gar<br />
HO<br />
130<br />
150<br />
17u<br />
140<br />
170<br />
180<br />
1;0<br />
S&O<br />
250<br />
500<br />
90<br />
300<br />
Preços espeeíaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — J o ã o B o r j e s<br />
Sucursal na Alta<br />
27—RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
GAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> J. L da Costa Pinto<br />
C O I M B R A<br />
Insiallação provisoria: rua da Sota n ° 8.<br />
VINHOS DE PASTO<br />
G-ESTUIKTO©<br />
60<br />
70<br />
80<br />
90<br />
80<br />
90<br />
100<br />
100<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para consumo e exportação<br />
Yendas por junto e a miúdo<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> vend a a mludo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1004).<br />
Garrafa<br />
<strong>de</strong> litro<br />
Garrafa<br />
bordaleza<br />
Marcas >-• —<br />
rt<br />
rh «<br />
- —<br />
T- 1 6 1 12<br />
Tinto GRANADA • COO 120 80* —<br />
» CORAL • •• 600 120 80 —<br />
Braneo ÂMBAR.. 650 — 100 —<br />
> TOPÁZIO- — - — - - — 120<br />
Distribuição gratuita aos domicílios,<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em<br />
compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong><br />
garrafas<br />
Nos preços indicados não vae i ncluida<br />
a importancia do garrafão (360<br />
réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />
a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />
que se recebem pelo cnsto.<br />
Prevenção. Os garrafões levam<br />
o carimbo aa A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />
nas rolhas das garrafas e garrafões<br />
vae o emblema da A<strong>de</strong>ga imprtsso a<br />
fogo) ao lado e na parte superior.<br />
ê<br />
Manoel José Téles, Rua Ferreira Borges,<br />
n.° 150 a 156, tem em <strong>de</strong>posito os<br />
magníficos Fotografas Hdison <strong>de</strong> diferentes<br />
preços e tamanhos.<br />
Variáda e gran<strong>de</strong> coléção <strong>de</strong> cilindros,<br />
com findas óperas, cançonetas, monologos,<br />
etc., nacionaes e estranjeiros que<br />
ven<strong>de</strong> pelos preços das principaes cazas<br />
<strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />
Sempre cilindros com muzicas novas<br />
e muito escolhidas.<br />
ÍWJ&ififl-fiW 11<br />
Cirurgião <strong>de</strong>ntista pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Tratamento <strong>de</strong> todas as doenças <strong>de</strong><br />
boca e <strong>de</strong>ntes.<br />
Dentaduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples<br />
âs mais luxuozas.<br />
Consultório — Largo da Sé Velha.<br />
P r e ç o s rriõclicos<br />
Fumeiro io íhtejo<br />
Recebeu mais uma remessa da magnifica<br />
qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que é uma reven<strong>de</strong>dora<br />
em <strong>Coimbra</strong>, a Mercearia<br />
Luzitana.<br />
Companhia <strong>de</strong> Seguros reformadora<br />
A única que em Portugal etétua seguros<br />
postaes, para todas as cabeças <strong>de</strong><br />
distritos e <strong>de</strong> comarcas.<br />
Correspon<strong>de</strong>ntes: Gaito & Canas.<br />
C o i m b r a<br />
FARMACIA ASSIS<br />
SERVIÇO PERMANENTE<br />
Praça do Comércio — <strong>Coimbra</strong><br />
Esta caza <strong>de</strong>pois das modilicaçõis que<br />
acába <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu genero.<br />
O seu propriétario fornecendo-se dirêtamente<br />
das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />
quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />
como estranjeiros; está a pár do<br />
<strong>de</strong>zenvolvimeiito que a quimica e a tereupatica<br />
dia a dia vão experimentando e<br />
por isso possue uma coléção variáda das<br />
mais mo<strong>de</strong>rnas substâncias e produtos<br />
qúimicos.<br />
O aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />
feito por pessoal competentemente abilitado,<br />
sob a diréção do seu administrador.<br />
Esta caza encarrega-se <strong>de</strong> man 'ar os<br />
medicamentos a caza <strong>de</strong> seus freguezes,<br />
assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clinicos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />
ou da noute.<br />
Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />
Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />
54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />
(Em frente ao rc» d'AImedina)<br />
Abriu esle novo estabelecimento<br />
on<strong>de</strong> se executa (om a máxima perfeição<br />
e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fátos para ómem e criança, para os<br />
quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />
fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />
Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />
em flanellas e panos pretos para capas e<br />
batinas, para todos os preços.<br />
Artigos para ómem como camisaria,<br />
gravatas, luvas, etc.<br />
Pe<strong>de</strong>-se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />
este estabelecimento»<br />
Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />
ALFAIATE<br />
Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
COIMBRA<br />
Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />
e estranjeiras.<br />
Confeções para ómens e crianças,<br />
pelos últimos figurinos.<br />
Vestes para ecleziasticos.<br />
Camizas, gravatas, suspensórios e<br />
diversos artigos para ómem.<br />
FREVOS REZCU1DOS<br />
HnanaaManasma<br />
Pastelaria e confeitaria feles<br />
150—Rua Ferreira Borges—156<br />
COIMBRA<br />
Nesta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra-se<br />
á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concer<br />
nentes a estabelecimentos désta naturêza.<br />
Doces <strong>de</strong> ovos com os mais finos recheios.<br />
Doces <strong>de</strong> fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, sêcos e cristalizados.<br />
Fabricam -se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s<br />
Variada pastelaria em todos OS geíieros, especializando os <strong>de</strong> folhado.<br />
Cialaatiues diversas. Téte d'Achar. B B atè <strong>de</strong> Uevre e Fole.<br />
Saueisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />
Pão <strong>de</strong> IO, peto sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />
Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores ííseos das principaea<br />
marcas.<br />
Amêndoas, bombas, chocolates, quedos, chás, etc., etc.<br />
Caíé, toolDícias o oorvoi as<br />
Deposito dos prodnetos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />
na Couraça <strong>de</strong> Li!)oa, 32<br />
FABRICA DE TELIlOES, MANILHAS E TIJOLOS<br />
Pedro tia ^iSwn Pinho <strong>Coimbra</strong><br />
Premiado na Expo«ieão <strong>de</strong> Ceramica Portuguêza, no Porto,<br />
em 18SÍ, com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />
medalha <strong>de</strong> colire na Expotiiçãu Ihstriclal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1884<br />
Rua <strong>de</strong> dtoão Cabreira, 31—COIMBRA<br />
A mais antiga e acreditada fabrica <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, única que tem pessoa mais<br />
habilitado para construcçào e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhôes, manilhas, siphões para retretes<br />
vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tijolos<br />
grossos para construcçôes e chaminés, tachos para cosinhà á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />
etc., etc.<br />
Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />
Preços ooonomieos<br />
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Carbureto <strong>de</strong> cálcio francês, rendimentogarantido*d3 300 litros por kilo,<br />
os IOO kilos franco—Lisboa, I0$000 réis<br />
Apparelhos, candieiros, lustres, bicos e mais accessortos<br />
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Mandam-se grátis catalogos e preços correntes<br />
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RUA I»E S. Paulo, Hf. 0 O, 1.» AKD.tR<br />
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9<br />
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s<br />
!3<br />
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CJD<br />
PROBIDADE<br />
•.JSKtKBI*<br />
L I S B O A<br />
COMPANHIA GERAL DE SEGUROS<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong><br />
Cassiano Augusto M. Ribeiro<br />
Rua Ferreira Borges, lGo, l."<br />
Tomam-se seguros <strong>de</strong> prédios, mobílias<br />
e estabelecimentos contra o risco<br />
<strong>de</strong> incêndio.<br />
8$ Provérbios explicados<br />
PREÇO 120 RÉIS, franco <strong>de</strong> porte<br />
E' um livrinho muitíssimo util a tc-<br />
• los os professores e alumnos.<br />
Livraria editora <strong>de</strong> Figueirinhas Junoir<br />
— Rua das Oliveiras — Porto.<br />
Oonsyitúi io <strong>de</strong>ntário<br />
Rtia Ferreira Eorge»<br />
Herculano Carvalho<br />
Medico pela <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
REZISTENCIA<br />
CONDIÇÕES D'ASSINATURA<br />
(PAGA ADIANTADA)<br />
Com estampilha, no reino :<br />
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Semestre . . . .<br />
Trimestre . . . .<br />
Sem estampilha:<br />
Ano<br />
Semestre .<br />
Trimestre . .<br />
2)5700<br />
1)5350<br />
G80<br />
2#i00<br />
10200-<br />
000<br />
Brazil e Africa, ano . . 3.5(300 réis<br />
-lhas adjacentes, . . 3)5000 »<br />
ANÚNCIOS<br />
Cada linha, 30 réis; repetições, 20<br />
réis; para os senhores assinantes, <strong>de</strong>sconto<br />
<strong>de</strong> S0 por cento.<br />
Comunicados, 40 réis a linha<br />
Réelames, 60 » »<br />
Anuneiam-se gratuitamente todas < as<br />
publicações com cuja remessa este jornal<br />
fôr onrado.<br />
Avulso, 4.0 rõiei
Editor<br />
MANOEL DOLIVEIRA AMARAL<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Democratica<br />
ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />
N.° 9IO COIMBRA—Quinta-feira, 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO." ANO<br />
Candidatos republicanos<br />
São candidatos republicanos<br />
pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />
que se realízão no dia 26, os<br />
seguintes cidadãos:<br />
ISenardino Luis Ia»<br />
chado G«limarâis (Dr.) professor<br />
dá <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel <strong>de</strong> Arriaga<br />
(Dr;), advogado.<br />
Afonso Augusto d a<br />
Costa (Dr.), professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />
Antonio jozé <strong>de</strong> Almeida<br />
(Dr.), medico.<br />
Paolo Jozé<br />
(Dr.), advogado.<br />
latos r<br />
Ao S.ufrájio dos eleitores do<br />
círculo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> aprezenta o<br />
partido republicano os nomes que<br />
acima ficão.<br />
Não são <strong>de</strong>sconhecidos. Dispênsão<br />
bem aprezentaçõis difuzas e<br />
laudatorias, memoriais on<strong>de</strong> se lhes<br />
exaltem as virtu<strong>de</strong>s e méritos e se<br />
peça que lh'os reconhêção e consagrem.<br />
Não são aventureiros que, mordidos<br />
da ambição <strong>de</strong> triunfar, abalárão<br />
dos seus burgos para fisgarem<br />
na política,com o arpão da audácia<br />
<strong>de</strong>svergonhada, uma situação cómoda<br />
e brilhante: são ómens, na<br />
exceção dinificadôra désta palavra,<br />
são caratéres, são consciências.<br />
Quer dizer: são excéçõis. Al<br />
tas excéçõis. Porque num pais on<strong>de</strong><br />
a venda é fácil, caratéres e consciências<br />
são raríssimas. Investigando<br />
bem no pessoal numerozissímo<br />
do Existente, é difícil colher, pára<br />
amostra, um nome que seja uma<br />
sínteze <strong>de</strong> ônra ou <strong>de</strong> intelijência.<br />
Os cretinos e os marmanjos têm<br />
triunfado.<br />
São êles quem reinão e mandão,<br />
nas suas mãos pouco fortes<br />
pouco escrupulozas e pouco ábeis<br />
andão os <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> todo um<br />
povo.<br />
São êles os ministros, os pares,<br />
os <strong>de</strong>putados, os dirétores jerais,<br />
os supremos magnates <strong>de</strong>ste granducado<br />
sem egual. Á-os até que<br />
são principes,afóra o sangue,que é<br />
<strong>de</strong> vilõis sem nome.<br />
Os onestos e os superiores tem<br />
sido excluídos ou <strong>de</strong>formados. O<br />
Rejimen não quer ómens, quer manequins.<br />
Não quer quem o eleve:<br />
quer apenas quem lhe obe<strong>de</strong>ça.<br />
Assim não á á sua volta ómens.<br />
Move-se, sim, uma turba vária<br />
copioza <strong>de</strong> lacaios—jente em quem<br />
o estomago é a gran<strong>de</strong> força <strong>de</strong>terminante.<br />
Os nomes que o partido repu<br />
blicano aprezenta não são obscuros,<br />
são brilhantes. Mas o renome<br />
dos que gózão , a admiração e o<br />
,-espeito que todos 'lhes préstão,<br />
Apreensão do Jornal<br />
"O MUNDO,,<br />
Dr. Daniel <strong>de</strong> Matos<br />
são o fruto do seu proprio esforço,<br />
o rezultado natural do seu incontestável<br />
valor. Esses nomes não<br />
viérão para as aclamaçóis da pu- Porque concórdão com a no§sa<br />
blicida<strong>de</strong>, mercê dos processos <strong>de</strong>- maneira <strong>de</strong> pensar, transcrevemos<br />
primentes com que na política mo- do nosso querido coléga <strong>de</strong> Lisboa<br />
narquica se en<strong>de</strong>uzão trampolinei- O Debate as palávras que sobre a<br />
ros consi<strong>de</strong>rados e cretinos reco- apreensão <strong>de</strong> O Mundo publicou em<br />
nhecidos: viérão na fama justa <strong>de</strong> seu numero <strong>de</strong> terça feira. Frázes e<br />
gran<strong>de</strong>s e lejitimos triunfos, nas indignaçõis para que? Transcrever o<br />
omenajens <strong>de</strong> justiça que lhes érão artigo <strong>de</strong> que se quer evitar a publi-<br />
tributadas.<br />
cida<strong>de</strong> é castigar afilaucia<strong>de</strong> quem,<br />
Ser um óinem, é em Portugal abuzando do po<strong>de</strong>r, atenta arbi traria-<br />
coiza rara e gran<strong>de</strong>. A fraquêza é mente contra um direito garantido<br />
muita. Muitas são as tentaçõis e os e regulado pela lei.<br />
Falcão<br />
precipícios. Os sólidos caratéres que Que toda a imprensa cumpra o<br />
ainda érão antigamente uma porção seu <strong>de</strong>ver, nós cumpriremos o nosso<br />
consoladora, perdêrão todo o seu tornando-nos assim solidários com<br />
vigor e brilho. Os que réstão mar- o alvitre aprezentado pelo esclarecão<br />
excéçõis notáveis.<br />
cido coléga.<br />
Pois os nomes dos candidatos<br />
republicanos são os nomes <strong>de</strong> ver- Foi novamente apreendido pela poli<br />
da<strong>de</strong>iro^ òmens — <strong>de</strong> caráter, <strong>de</strong> cia, e por or<strong>de</strong>m do governo, o jornal<br />
republicano O Mundo. A' dias, os perió-<br />
conciencia, <strong>de</strong> convicçôis.<br />
dicos do Lisboa e do Porto, quando o<br />
Estabelêção o confronto. Apro- mesmo jornal sofreu idêntica violência,<br />
ximem-nos dos dos candidatos mo- protestarão. A Associação dos Jortialistas<br />
nárquicos e méçáo toda a profunda associou-se a esse protesto. Vê se que, a<br />
diferença que os aparta.<br />
esse protesto, o governo não ligou a<br />
menor consi<strong>de</strong>ração.<br />
Todos que têm protestado con- Dissemos que, a melhor maneira <strong>de</strong><br />
a imprensa <strong>de</strong>monstrar a sua solidarietra<br />
a tresvariada diréção dos negoda<strong>de</strong><br />
quando qualquer jornâl, monárquico<br />
cios públicos e reclamado uma vida ou republicano, fosse apreendido, seria<br />
nova em que se repárem, pelos pro- a suspensão imediata <strong>de</strong> todos os jornais.<br />
cessos enérjicos duma administra- Não sabemos se. concordon ou disção<br />
onrada, os males inúmeros que cordou dá nossa p vpoeta (]«alqu«fCOÍóga.<br />
um largo reinado <strong>de</strong> corrúção tem Era boa, èra má?<br />
Não o discutamos agora.<br />
atraído sobre este país, têm agora Entretanto, lembraremos outro pro-<br />
ensejo <strong>de</strong> afirmar e provar a sua cesso pratico <strong>de</strong> protestar.<br />
coerência, a sincerida<strong>de</strong> dos seus Um jornal é apreendido? Porque?<br />
protéstos, a verda<strong>de</strong> das suas pala- Para se evitar a publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong><br />
vras.<br />
terminado artigo. Pois bem !• Contrarie-se<br />
o propózito das autorida<strong>de</strong>s reprodu-<br />
Votar nos candidatos monárzindo o artigo que <strong>de</strong>u logar á apreensão<br />
quicos, é votar pór que no po<strong>de</strong>r do jornal.<br />
continuem a vigorar as mesmas<br />
normas <strong>de</strong> vida. Os membros da<br />
ultima lejislatura são, mercê <strong>de</strong><br />
acordo estabelecido, os membros<br />
<strong>de</strong> lejislatura próxima. Quer dizer:<br />
todos os que, diréta ou indiréta<br />
mente, sancionárão o plano fazendário<br />
dêste govêrno, todas as suas<br />
imoralida<strong>de</strong>s e todos os seus atentados,<br />
são, como agra<strong>de</strong>cimento,<br />
reconduzidos nos seus logares <strong>de</strong><br />
reprezentantes da nação!<br />
Sê-lo-ão sem um significativo<br />
protesto do pais?<br />
O ensejo para que esse protesto<br />
se afirme não falta.<br />
O partido republicano aprezenta<br />
os seusxandidatos.<br />
Quem quizer votar com onra<br />
com in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia e com patriotismo,<br />
tem <strong>de</strong> preferi-los.<br />
1<br />
quartos <strong>de</strong> sentinela aplicada aos mandarins,<br />
encolheu os ombros, vizivelmente<br />
enfadado, e respon<strong>de</strong>u-lhe:<br />
—Deixa-te estar, aguenta-te. Também<br />
eu estou farto <strong>de</strong>le, por ser muito Este ilustre professor <strong>de</strong> medici-<br />
mal creado, e aguento-me— na, tão conhecida pelo seu saber e<br />
Foi na Cochinchina que isto se ilustração, como pela sua <strong>de</strong>dicação<br />
passou, á anos...<br />
O 2.° mandarim tinha, pelos mo- pela universida<strong>de</strong> e pelo ensino, acados,<br />
a escola que o Ilustrado ôje atriba <strong>de</strong> oferecêr ao muzéu <strong>de</strong> igiéne<br />
bue ao sr, Intze Ribeiro.<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> um centritugadôr<br />
<strong>de</strong> Gerber para analize do leite.<br />
Não terá sido este o artigo que E' mais um fácto da sua propa-<br />
<strong>de</strong>terminou a apreensão d 'O Mundo} ganda átiva pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Nêsse cazo diga o sr. Intze qual atacar a tubereulóze nas substancias<br />
é, para o transcrevermos.<br />
alimentares.<br />
Este aparêlhó estêve na expozição<br />
<strong>de</strong> ijiéne, realizada durante o<br />
liizea <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s congrésso, obra que mostra a ativi-<br />
No muzeu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s do Instida<strong>de</strong><br />
ea audácia jeneróza do sr. drtuto,<br />
terminou-se a cobertura envidra- Daniel <strong>de</strong> Mátos.<br />
çada do pequêno pátio posterior, para A maior parte dos objétos ex-<br />
on<strong>de</strong> vai sêr removido um retábulo <strong>de</strong> pépostos fôrão comprados pelo sr.<br />
dra <strong>de</strong> renaseênça reprezentando Cristo dr. Daniel <strong>de</strong> Mátos em Portugal<br />
com a crús ás costas.<br />
no extranjeiro á sua custa; a<br />
Está bastante mutiládo, faltando algumas<br />
cabêças do grupo, sendo mesmo assim expozição <strong>de</strong> ijiéne pelo seu efeito<br />
para extranhar a conservação relativa; <strong>de</strong> propaganda sobre todo o publico<br />
porque tem ç.stádo abandonádo numa das tanto o que tinha ^lustração, como<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncias do quartel <strong>de</strong> infantaria 23. o ignorante, foi sem duvida a parte<br />
No clnustro do mesmo quartel, encon-<br />
orincipal do congrésso, a <strong>de</strong> rezultra-se<br />
uma pédra com inscrição que bom<br />
seria recolher também.<br />
tados mais imediatos.<br />
No coléjio <strong>de</strong> S. Paulo avia na porta A seguir transcrevêmos na ínte-<br />
principal uma inscrição comemorativa da gra o artigo que a este respeito infundação<br />
do coléjio.<br />
sére o numero <strong>de</strong> 15 do corrente<br />
Essa pedra tinha sido pedida pelo<br />
muzeu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s, mas foi lhe re- do Movimento Medico.<br />
gada com o pretexto <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>via Os artigos dosr.dr. Serras e Silva<br />
<strong>de</strong>ixar em lugar rezervádo no edifício não se mutílão; <strong>de</strong>vem lêr-se intei-<br />
que então andáva em óbras para Club ros.<br />
Académico.<br />
A sua linguajem é simples e<br />
Supômos que a inscrição <strong>de</strong>verá estar<br />
em qualquer <strong>de</strong>pozito das obras pu- clára como déve sêr a do verda<strong>de</strong>iblicas<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
ro professor; os artigos são cheios<br />
Bom Seria arquivá-la.<br />
<strong>de</strong> ensinamênto e dévem sêr lidos<br />
Paréce não se pensar na reconstru- por tôdos.<br />
ção do antigo teátro académico; andão os<br />
ânimos, como <strong>de</strong> costume entre portu-<br />
Transcrever não é concordar, srs. guêzes, em óbra <strong>de</strong> maior vulto; não<br />
O laboratório <strong>de</strong> ijiéne tomou a seu<br />
monárquicos. Po<strong>de</strong>m mesmo, .os que déve por isso a vêr dificulda<strong>de</strong>s.<br />
cargo o serviço <strong>de</strong> ariálizes alimentares,<br />
no distrito <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, em novêmbro<br />
transcrevem o artigo, <strong>de</strong>clarar que re-<br />
p. p. com excéção das analizes do leite,<br />
pelem as afirmaçõis nêle contidas e con-<br />
pela boa razão <strong>de</strong> que sendo pouco nutradita-lo<br />
com a maior enerjia. O essen-<br />
SSasEÍ* Aaíossi®<br />
merôzo o pessoal <strong>de</strong>ste la borato rio. (direcial,<br />
porém, é transcreve-lo.<br />
tor, um analista e um servente) não éra<br />
Dis se que O Mundo, <strong>de</strong> domingo, Os meninos do côro da Sé fizérão a possivel efétuar, pelo aparêlhó <strong>de</strong> Mar-<br />
foi apreendido por inserir um pequeno costumada festa a Santo-António, que sechand e pela <strong>de</strong>slocação com éter, um<br />
artigo intitulado:<br />
gundo sua erudita opinião, foi também serviço regular. Tornavarse necessário<br />
XA COCHWCIÍWA coreiro na Sé <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
um centrifugador, como o <strong>de</strong> Gprber,<br />
Um áto d i solidarièdá<strong>de</strong>, muito para que em pouco tempo dá a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Portanto, <strong>de</strong> acordo com a nossa pro-<br />
louvar neste meio coimbrão em que manteiga em um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong><br />
posta, o que nos compete fazer?<br />
solidarieda<strong>de</strong> é, como dis o outro, lêtra amostras, mas o laboratório riâo dispu-<br />
, Transcreve-lo.<br />
mórta . . .<br />
nha <strong>de</strong> vérba suficiente para adquirir<br />
O artigo é o segninte:<br />
Os repiques do's sinos érão enterne- este instrumênto que não custa mênos <strong>de</strong><br />
Ha Cocbincttina cedôres. Na véspera, ouve foguêtes e 50$000 réis, para efétuar simultanea-<br />
Uma operação sobre os tabacos<br />
muzica dos meninos orfãos.<br />
mente 8 <strong>de</strong>terminaçõis. O Laboratório<br />
está fazendo felizes os po<strong>de</strong>rózos di Os pobres pequenos lá tocavão, como <strong>de</strong> ijiéne, creádo recêntemente pela re-<br />
Cochinchina. A' conta da operação,<br />
podião, coitados; mas os instrumentos, forma da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, tem <strong>de</strong> dotação,<br />
o nénê, mano do grã lama já partiu<br />
que são maiores, rião-se dèles e <strong>de</strong>zafi com o Muzeu <strong>de</strong> Ijiéne, a quantia, <strong>de</strong><br />
para a Europa, sobretudo para estu-<br />
nàvão, quando querião, já se vê<br />
300$000 réis, que mal chegaria para<br />
dar na capital francêza os progressos<br />
Os pobres pequenos não tem culpa. ocorrer ás <strong>de</strong>spezas <strong>de</strong> reajentes e ma-<br />
da arte do amor barato. E breve a<br />
Não lhe rálhem.<br />
terial gastos no ensino. Para que pudés-<br />
mamã do grã-lama vae egualmente<br />
Antes eles que os sinos, que, pela se encarregar-se das análizes sanitárias<br />
viajar, com larguèza porque o 1.°<br />
gâna, dévem sêr os mesmos dos jezui (que era uma vergonha têr«m <strong>de</strong> se fa-<br />
tas!...<br />
zer fóra <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, por não avêr aqui<br />
mandarim julga que essa viajem lhe<br />
#<br />
nem material nem pessoal conveniên e)<br />
á-<strong>de</strong> facilitar uma con<strong>de</strong>coração que<br />
Em <strong>Coimbra</strong> S. Antonio aprezenta-se éra necessário proce<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>spezas <strong>de</strong><br />
Conlinúão as óbras <strong>de</strong> restauração no lhe dá as onras <strong>de</strong> príncipe.<br />
claustro da Sé-Vélha, obra do século<br />
trajado <strong>de</strong> vária fórma.<br />
montajem e instalaçõis, e, para isso, não<br />
Entretanto, o povo da Cochinchina<br />
XIII que tinha sido barbaramênte par vae passando inclemências para pagar<br />
Ao cimo da rua das Fangas está <strong>de</strong> avia dinheiro. A inspéção dos Serviços<br />
tida e entaipada, quando se fês a impren os impostos.<br />
Franciscano, rezado, <strong>de</strong> pé para a frente Sanitários tomou a louvável iniciativa <strong>de</strong><br />
sa da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> em têmpos do mar<br />
o lábio a sorrir como quem canta: obtêr do Governo a verba <strong>de</strong> 400$Q0O<br />
réis, afim <strong>de</strong> se darem os primeiros pas-<br />
quês <strong>de</strong> Pombal.<br />
O Ilustrado, falando da grosseria Ponha aqui, ponha aqui o seu pezinho sos, e no ãno económico <strong>de</strong> 903 a 90i a<br />
Anda-se pondo a <strong>de</strong>scobérto toda uma do sr. Intze Ribeiro, fês-nos lembrar Ponha aqui, ponha aqui, ao pé do meu quantia <strong>de</strong> 380$000 réis para comple-<br />
ála do claustro.<br />
ontem um epizódio da Cochinchina<br />
mênto <strong>de</strong> instalação. Um laboratório, po-<br />
Nas <strong>de</strong>moliçõis tem-se encontrado capi- aqui á anos.<br />
enquanto o menino Jezus lhe puxa uma<br />
rem, não pô<strong>de</strong> montar-se com tão pequêteis,<br />
fragmentos <strong>de</strong> aroos e colunas que E' o 2.° mandarim daquêle país orelha.<br />
nas sômas, e sobretudo não pô<strong>de</strong> funcio-<br />
tem sido cuidadózamente recolhidos, e um ditador prepotente que <strong>de</strong>pois E' o santo da lenda das fogueiras nar, tão barato, por gran<strong>de</strong> que seja a<br />
serão integrádos na reconstrução e res- <strong>de</strong>u em liberal e que, tendo tido a Coimbrãs.<br />
economia. A camara <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, tão sotauração<br />
fulúra.<br />
mania <strong>de</strong> engran<strong>de</strong>cer o grã-lama, Na sé está <strong>de</strong> menino <strong>de</strong> côro, pe lita em questõis <strong>de</strong> ijiene, ofereceu a con-<br />
Quafido estífér compléta a restauração, ôje dis mal dêle, embora se lhe curve quenino, com um menino Jezus quazi do tribuição anual <strong>de</strong> 300$000 réis, para<br />
a Sé-Vélha terá o encanto nôvo d'uma respeitozissimo.<br />
tamanho dêle, muito branco, com mêdo que os jéneros aljmenticios da cida<strong>de</strong> po-<br />
óbra dárte, sem egual em <strong>Coimbra</strong>, e o O mandarim que tinha a pasta da talvês dalgum senhor cónego.<br />
déssein ser convenientemente fiscalizá-<br />
sr. Bispo Con<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá justamente or- marinha—ômem profundamente ca- Em Santa Crus está vestido <strong>de</strong> frá<strong>de</strong> dos. Todas estas contribuiçõis, a que<br />
gulhar-se <strong>de</strong> ter dádo um onrôzo exemtólico—-não po<strong>de</strong>ndo tolerar o cruzio.<br />
veio ainda juntar-se a boa vonta<strong>de</strong> do Reiplo<br />
a todo o episcopado português, tão mandarim — titular da pasta do inte- E' capás a boa <strong>de</strong>voção <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, mandando fazêr al-<br />
alheado das tpadiçõis relijiózas e artísticas rior — falou na sua <strong>de</strong>missão ao grã- <strong>de</strong> o imajinar estudante e lá o témos, guns trabalhos á custa da verba <strong>de</strong>stinados<br />
que fundarão a nossa pátria.<br />
lama. Este, que tinha a teoria dos<br />
sócio náto da Associação Académica<br />
X
da a obras, todas estas contribuiçõis não<br />
permitem ainda ao Laboratório nascente<br />
uma vida <strong>de</strong>safogada. Os recursos orçamentais<br />
não consêntem que se vá mais<br />
lonje, por isso <strong>Coimbra</strong> tem consumido<br />
até ôje o leite que a onestidá<strong>de</strong> das leiteiras<br />
tem querido vendêr-lhe. Aguádo um,<br />
azèdo e <strong>de</strong>composto outro, assim temos<br />
vivido, sem beneficiar dos progressos da<br />
tenica que permite <strong>de</strong>scobrir as frau<strong>de</strong>s<br />
e as avarias dum alimento tão preciôzo<br />
como é o leite.<br />
Vai remediar-se esse mal, preencherse<br />
essa lacuna, não por uma nova provi<strong>de</strong>ncia<br />
do Estado, <strong>de</strong>sse idolo <strong>de</strong> quem<br />
tudo esperamos teimózamente, mas por<br />
jenorozidá<strong>de</strong> dum particular, por oférta<br />
dum ómem, apaixonado por todas as<br />
cauzas justas, <strong>de</strong>vorado apostolo do bem,<br />
a que consagra o sçu esforço, <strong>de</strong>zinteressadamente,<br />
assim como os recursos do<br />
seu sabêr e até, como agora, os da bôlsa.<br />
A ijiéne não se faz sem dinheiro e<br />
quando o Estado não pô<strong>de</strong> ou não quer<br />
dá-lo, para <strong>de</strong>fèza dos mais caros e lejitimos<br />
interésses dos povos, é consolador 1<br />
vêr esse <strong>de</strong>ve/ do Estado cumprido por<br />
quem nenhuma obrigação especial tinha<br />
<strong>de</strong> concorrer para a <strong>de</strong>fèsa e protéção<br />
da saú<strong>de</strong> publica. O Dr. Daniel <strong>de</strong> Matos<br />
oferecendo ao laboratório <strong>de</strong> Ijiéne da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> um instrumento que permite<br />
submeter quotidianamente, á analise,<br />
o leite do consumo, praticou uma boa<br />
áção, prestou um gran<strong>de</strong> serviço á cida<strong>de</strong>,<br />
serviço que ninguém lhe agra<strong>de</strong>cerá,<br />
que ninguém apreciará, nem mesmo<br />
aquêles, cuja existeníia virá talvez a <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r<br />
do efeito benéfico dum tal donativo.<br />
Quando a cfda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hamburgo estabelecia<br />
a filtração da água em 1893 e<br />
a <strong>de</strong> Zurich em 1^87, estas cida<strong>de</strong>s eféctuávão<br />
um melhòraménto <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pendião.<br />
como a estatística <strong>de</strong>monstrou mais<br />
tar<strong>de</strong>, a economia anual <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> ÍOOO<br />
vidas na primeira e <strong>de</strong> 800 na segunda.<br />
Estes milhares <strong>de</strong> indivíduos, que dévern<br />
a sua existencia a um lai melhoramênto<br />
sanitário, nunca agra<strong>de</strong>cerão aos seus<br />
bemfeitôres, porque nem mesmo saberão<br />
que <strong>de</strong>vem a vida á filtração da agua<br />
que bébeml<br />
Julgámos pelas aparências e o que<br />
se não vê vale quázi sèmpre mais do<br />
que se vê. Pouco impórtão ao Dr. Daniel<br />
<strong>de</strong> Mátos os agra<strong>de</strong>cimêntos dos beneficiádol<br />
pelos serv'ços que a sua jenerozidá<strong>de</strong><br />
lhes prestou; nem êle nunca<br />
saberá os nomes daquêles que mais tar<strong>de</strong><br />
pôssão <strong>de</strong>vêr-lhe também a vida, mas<br />
o que êle sabe é que praticou unia boa<br />
áção, uma ação util, <strong>de</strong> que o aplau<strong>de</strong><br />
a sua consciência; e, para os ómens<br />
<strong>de</strong> elite, o aplauzo da própria consciência<br />
vãle muito mais que todos os aplauzos<br />
do mundo, que todos os lonvôres<br />
dos ómens que umas vêzes se engânão<br />
e outras nos quérem enganár. Não abundão<br />
em Portugal os donativos a favor<br />
das coizas <strong>de</strong> instrução ou <strong>de</strong> ijiéne publica.<br />
Uns não pó<strong>de</strong>m, outros ou não<br />
quérem ou não sabem fazer uzo frutífero<br />
do seli dinheiro.<br />
0 Dr. Daniel <strong>de</strong> Mátos não pertence<br />
ao número dos que dão e que gastão<br />
por sumptuozidá<strong>de</strong>, como os fidalgos<br />
do antigo rejimen; trabalhador infatigável,<br />
adquiriu a alta sciencia <strong>de</strong> saber o<br />
valôr ao dinheiro. Saber ganhar, por<br />
um trabalho onésto, e saber gastár nobremente<br />
em beneficio do seu pais, é<br />
uma sciencia quazi <strong>de</strong>sconhecida entre<br />
nós, mas que existe nos paizes progresivos<br />
e que é uma condição do seu<br />
progresso e da sua fôrça. Quando os<br />
indivíduos trabalhão, e contão mais consigo<br />
do que com os socorros do Estado<br />
ou com as bôas graças do monarca,<br />
os paizes tórnão-se gran<strong>de</strong>s. Um livro<br />
excelente.que todos os nossos políticos<br />
<strong>de</strong>vião meditar, termina pelos seguintes<br />
períodos, que fecharão também este artigo:=«<br />
Fazer ómens áptos ao mesmo<br />
tempo para ganhar dinheiro pelo trabalho<br />
e para <strong>de</strong>spendê-lo largamente no<br />
interésse publico déve ser o fim mais<br />
elevado da educação e do educador. É<br />
conjuntamente o melhor meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar<br />
os nossos filhos das funçõis públicas<br />
e <strong>de</strong> os dirijir para as situaçcis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />
que assegurão maior dignida<strong>de</strong><br />
e mais influencia social».<br />
Serras e Silva.<br />
Dis-se que a Associação dos Artistas<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> fará uma expozição <strong>de</strong> todos<br />
estandartes <strong>de</strong> todas as associaçois, socieda<strong>de</strong>s<br />
ou grupos que tenha ávido nesta<br />
cida<strong>de</strong>.<br />
A expozição estará aberta durante<br />
as festas da Rainha Santa, por o que a<br />
Associáção vai oficiar á camara municipal<br />
pedindo-lhe auxilio para reparar a frontaria<br />
e empedrar as eutrádas,<br />
O ano passado estava eu no jantar do<br />
primeiro ano medico, quando...<br />
E' verda<strong>de</strong>! Eu nunca contei isto.<br />
Foi uma tar<strong>de</strong> muito aíégré. Emquanto<br />
na mêza se comia e bebia alegremente,<br />
<strong>de</strong>baixo d'uma nogueira um<br />
grupo <strong>de</strong> gaiteiros tocava módas injéuuas<br />
d'al<strong>de</strong>ia. Quando tudo estava mais ani<br />
mado, levanton-se um novato e disse com<br />
um ar<strong>de</strong> malícia entre alegre e triste:<br />
Meus senhores! A mocida<strong>de</strong> morreu<br />
em <strong>Coimbra</strong>. Os rapazes já não bébem<br />
e perdêrão <strong>de</strong> todo o bom ábito <strong>de</strong> comêr<br />
fóra d'óras.<br />
Meus senhores! A aca<strong>de</strong>mia é uma<br />
instituição fúnebre e familiar... Os estudantes<br />
já não riem. Não á quem saiba<br />
tocar o fado. .Cantar, isso então, já ninguém<br />
fás!....<br />
Sabeis quem eu encontro <strong>de</strong>scuidado<br />
<strong>de</strong> noite, ás vezes, pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
sabeis os únicos que sábem ainda cantar<br />
e rir, comêr e beber á farta e alégremente,<br />
sabeis quem não sabe rezistir a<br />
uma guitarrada.quem conhéce cantil as esquecidas,<br />
são os bacharéis que aqui vem<br />
<strong>de</strong> vês em quando vêr, como a jente é<br />
aborrecida; agora.<br />
Por isso, senhôres, ao ver-vos tão<br />
alégres, e tendo observado com intelijencia<br />
as provas que ten<strong>de</strong>s dado <strong>de</strong><br />
conhecer as régras <strong>de</strong> comèr e beber<br />
á farta sem perdèr a alegria, eu não<br />
vejo aqui novatos <strong>de</strong> medicina em 1903<br />
vejo aqui os bacharéis <strong>de</strong> i907.<br />
E' por êles, é por nós todos que eu<br />
bêbol<br />
Lembráva-me isto ao vê-los chegar,<br />
com tanta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> darem outra vês<br />
um abraço <strong>de</strong>spreocupado <strong>de</strong> amigos.<br />
Na verda<strong>de</strong>, só com a vinda dos bacharéis<br />
formádos ê que esta térra tem<br />
outra vés a antiga feição <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
escoláres.<br />
Passárão toda a noite <strong>de</strong> 5 a renovar<br />
relaçõis, a procurár <strong>de</strong>baixo dos traços<br />
vincados pela ida<strong>de</strong> a frescura dos<br />
rostos antigos dos amigos. Mal se <strong>de</strong>itárão;<br />
e logo pela manhã* era <strong>de</strong> vêr a<br />
alegria que ia pelo ótel Avenida, as corridas,<br />
os gritos, os abraços e as lágrimas.<br />
Parecia um, ótel antigo, pela abertura<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, em tempo em que os<br />
estudantes gostávão <strong>de</strong> se encontrar <strong>de</strong><br />
novo, <strong>de</strong>pois da auzencia das férias.<br />
A's 8 e meia lá fôrão para a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
estranhando todos o progresso<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Ao passárem pelo liceu senlirão-se<br />
outra vez estudantes e dissérão os seus<br />
ditos <strong>de</strong> troça, a que os caloiros respon<strong>de</strong>rão<br />
com uma manifestação dé simpatia,<br />
dando vivas aos colégas.<br />
Eles rião muito alégres.<br />
*<br />
A's nóve óras da manhã começa na<br />
real capéla da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> a missa<br />
rezada pelos condiscípulos mortos e pela<br />
sr. a D. Amancia Alpoim.<br />
Celebrou o sr . arcebispo d'Evora<br />
acolitado pelos seus condiscípulos o sr.<br />
Teófilo Salomão, cónego capitular da sé<br />
do Porto e Alípio António Diogo da Silva,<br />
pároco em Vila Franca.<br />
A' missa em que tomou parte<br />
todo o pessoal da real capéla, assistirão<br />
da tribuna os srs. reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
e Bispo-Con<strong>de</strong>.<br />
O sr. Eduardo Bélo Ferrás cantou<br />
uma «preghiera» <strong>de</strong> Perosi á lavanda.<br />
Depois da elevação cantou o sr. padre<br />
Almada, chantre da real capéla o «O saialuraris<br />
hóstia», e ao ofertório um grupo<br />
coral dos orfãos da mizericórdia entoárão<br />
o «Tota pulchra».<br />
Durante a missa esteve ao orgão o sr.<br />
Jozé Maria Cazimiro <strong>de</strong> Abreu.<br />
No fim <strong>de</strong> missa, os condiscípulos<br />
<strong>de</strong>sfilarão <strong>de</strong>ante do sr. dr. Augusto<br />
Eduardo Nunes beijando-lhe o anel, prova<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ferencia e amiza<strong>de</strong> a que <strong>de</strong>bal<strong>de</strong><br />
se quis furtar o sr. arcebispo d'E'vora.<br />
Passando <strong>de</strong>pois ao claustro dos jerais<br />
tirarão um grupo.<br />
*<br />
D'ali viérão para a baixa e já não<br />
quizérão separar-se e fôrão almoçar juntos<br />
ao Otél Avenida.<br />
Fòi uma testa fóra do programa, festa<br />
<strong>de</strong> alegria, çortáda por frázes altas, istórias<br />
que não tinhão fim.<br />
Ao café o Sr. dr. Barboza <strong>de</strong> Maga-<br />
Ihãis propôs que a óbra <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, que<br />
o curso fizesse, consistisse em um donati<br />
v o ás créches <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, cujo alcance<br />
encareceu.<br />
Aprovado por unanimida<strong>de</strong>. A subscrição<br />
atinjiu rápidamente 2790000 reis.<br />
Continua-se a rir. Comêção a chegar os<br />
cumprimentos, do sr. Bispo Con<strong>de</strong>, Ca-<br />
REZfSTEWCl^ — $ ninia-feira, <strong>de</strong> «Junlio <strong>de</strong> IttOft<br />
mara municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, dr. Oliveira<br />
Chaves e Castro, Paes da Silva, Garrett,<br />
Fernan<strong>de</strong>s Vás, Assis Teixeira, e mais e<br />
mais e mais.<br />
Nomeão-se eomissõis para ir agra<strong>de</strong>cer<br />
os cumprimentas e enviar para o<br />
Primeiro <strong>de</strong> janeiro o comovido telegrama<br />
ao sr. Joze <strong>de</strong> Alpoim:<br />
«Teus condiscípulos á 25 anos, reunidos,<br />
ôje, em <strong>Coimbra</strong>, lamentão lua falta,<br />
principalmente pela cruciante dcK que a<br />
motivou e em que sinceramente te acompanhão.<br />
Depois <strong>de</strong> ora e meia mêtem-se em<br />
/•arcos e vão vizitar a cida<strong>de</strong> e os arre<br />
dóres.<br />
#<br />
Eu, que tinha prometido vi-los ajudar<br />
na <strong>de</strong>coração, ponho me a trabalhar emquanto<br />
eles se não rezolvem a sair.<br />
A todo o momênto chegávão cartas<br />
repassadas <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong>, reveladoras da<br />
mais franca e leal solidarieda<strong>de</strong>, cheias<br />
da amiza<strong>de</strong> boa, cujo valôr só se apren<strong>de</strong><br />
na lula amarga da vida.<br />
Emquanto eu vou dispondo flores,alégre<br />
por os vêr, mais velhos do que eu,<br />
vibrar nesta <strong>de</strong>scuidóza vida <strong>de</strong> rapazes,<br />
o Eduardo Vieira méxe-se atarefado <strong>de</strong><br />
um lado para o outro; pára abraçado a<br />
qualquer condiscípulo que encontra, segurando-o<br />
por os cotovelos e dis-lhe, os<br />
olhos e a bôca cheios <strong>de</strong> rizo : Tem tudo<br />
corrido muito bem!<br />
Como se alguém o tivesse contradito,<br />
acrescenta: Ein ? 1 Não áchas?<br />
E, ao abraço e á alegria do outro que<br />
se ri com êle daquele dia tranquilo e felís,<br />
socéga e dis contente: Também tú?l<br />
Os outros estão muito contentes !<br />
Vai para o outro abraço: Este diabo!<br />
Lembras-te, quando uma vês...<br />
E coméção as istórias da sua vida<br />
académica, que êles contão com a mesma<br />
alegria antiga com que as contárão já uma<br />
vês, em nóvos, em tempos <strong>de</strong> férias, áos<br />
tius e*ás namoradas.<br />
Chega uma cárta; é<strong>de</strong> Jozé Joaquim<br />
Leal Castello Branco que não pô<strong>de</strong> vir e<br />
manda com os seus vótos <strong>de</strong> uma fésta<br />
alégre ltr.000 réis para sêrem distribuídos<br />
por 16 pobres.<br />
Vem logo o Vieira ter comigo a dizerme<br />
que é muito bom, e «pie nunca ouve<br />
curso como dêle, e lárga-me para ir fóra<br />
falar a um condiscípulo que viu passar á<br />
pouco.<br />
Mas volta logo com outra carta e lê:<br />
Meu caro l ieira<br />
Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ccmparecêr aí<br />
no dia 6 do corrente, para tomár párte<br />
nas manifestaçõis com que o nósso curso<br />
soleniza o 25.° aniversário da côncluzão<br />
dos trabalhos académicos, para os quais,<br />
aliás contribui com muito prazêr, péço<br />
que, em meu nôme, saú<strong>de</strong>s os nossos<br />
condiscípulos, emquanto eu, no mesmo<br />
dia, môndarei servir do meu jantar aos<br />
prèzos das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>sta vila, e aos alunos<br />
do azilo <strong>de</strong> infancia <strong>de</strong>svalida, sufragando<br />
a alma dos que já nos precedêrão<br />
no caminho da eternida<strong>de</strong> I<br />
Abráça-te, <strong>de</strong>zejando cor<strong>de</strong>almente<br />
que para ti e para os nossos condiscípulos<br />
<strong>de</strong>côrrão sem o mínimo inci<strong>de</strong>nte<br />
todos os festejos, o<br />
Teu velho amigo<br />
muito affeiçoado,<br />
Artúr da Cós ta Souza Pinto Bastos.<br />
Acába <strong>de</strong> lêr, tira as lunêtas para me<br />
vêr melhor e acrescenta: Vês? Mêsmo<br />
erri Oliveira <strong>de</strong> Azemeis os pobres se ão<strong>de</strong><br />
lembrar do nosso cúrso.<br />
Abraça me como se eu tivesse vindo<br />
<strong>de</strong> fóra, e me não tivesse visto á<br />
muito.<br />
E eu abraço-o como se fôsse também<br />
do curso dêle.<br />
Admiro tanta bonda<strong>de</strong>, tanta <strong>de</strong>dicação<br />
<strong>de</strong> todo o momento, tanta amiza<strong>de</strong> e<br />
ponho-me a olhar para êle e a dizer com<br />
os condiscípulos: Está na mesma !<br />
— E tú? diz-me êle, que me ouviu a<br />
falár alto.<br />
- Eu também I Comtigo, com êstes e<br />
com os que viérem daqui a 50 ânos. Vocês,<br />
formados, até parécem melhores ...<br />
Ele ri-se e trás-me um condiscípulo :<br />
— O meu condiscípulo Joaquim Bernardo<br />
dos Santos... Lembras-te?. .<br />
Se eu me lembráva! Mas pus-me a<br />
olhar para êle, e êle para mim a dizer<br />
que tinha uma i<strong>de</strong>ia...<br />
Também eu! Éra conhecido no curso<br />
pelo terror dos caloiros e fòra um dos<br />
meus pezadêlos no principio da minha<br />
vida <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Vou dispondo os festõis <strong>de</strong> flores que<br />
enláção as colunas da gran<strong>de</strong> sála <strong>de</strong><br />
jantar.<br />
Sobre um guarda-prátas, <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração<br />
do renascimento, os criados colócão<br />
caládamente flores.<br />
• *<br />
Chega um telegrama. Eduardo Vieira<br />
abre e diz que ó do Coelho <strong>de</strong> Carvalho.<br />
Um que não pô<strong>de</strong> dormir, com a<br />
preocupação da fésta lê:<br />
«Circunstancias imprevistas impedirão-me<br />
<strong>de</strong> estar em <strong>Coimbra</strong> ôje, mas<br />
<strong>de</strong> tôdo o coração me associo á comemoração<br />
das nossas bodas <strong>de</strong> prata com<br />
a poliandrica Minérva.<br />
COELHO DE CARVALHO.<br />
4<br />
Riem. Contão-se cázos nóvos.<br />
Chè a á mêza um palácio <strong>de</strong> chocolate,<br />
em que sóbem trepa<strong>de</strong>iras floridas<br />
<strong>de</strong> assucar,<br />
O criado põi-o na mêza com um jésto<br />
medido, <strong>de</strong> ritual; colóca-lhe em baixo<br />
um guardanapo em dobras <strong>de</strong> fantazia,<br />
Fica-se um pouco a olhar para êle e<br />
vai buscar ílôres para alegrar a montanha<br />
<strong>de</strong> linho branco engomado que o<br />
guardanapo fás aquéla construção injenua<br />
<strong>de</strong> chocolate.<br />
Eu saio sem ninguém dar por mim.<br />
*<br />
A' 7 Oras começou o jantar anunciado<br />
por uma jirandola <strong>de</strong> foguêtes.<br />
No corêto do Caes a muzica do 23<br />
rompia com o ino académico seguido pelo<br />
ino do curso.<br />
O menú, que tinha impréssa uma vista<br />
jeral <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, tinha os seguintes dizères:<br />
Banquete no Otel Avenida<br />
IMOSXTti<br />
Potages<br />
Saint Germain<br />
Consommé a la Vi doire<br />
Hors d'oeuvre<br />
Pètits friands<br />
Relevé »<br />
Poisson sauce crevetlcs<br />
Entrées<br />
Fileis <strong>de</strong> baeuf à la Godard<br />
Medaillons <strong>de</strong> veau á la financiere<br />
Crouslales <strong>de</strong> foie gr as a la gelée<br />
Legumes<br />
Asperges au sauce blanc<br />
Roti<br />
Dindon au cresson<br />
Entremets<br />
Pouding d la parisienne<br />
Dombe glacêe d l ananás<br />
Pat is serie assortie<br />
Vins" '<br />
Coral, Granada, Ambár, Topázio,<br />
Porto, Ma<strong>de</strong>ira, Champagne, Liqueurs.<br />
Correu na maior alegria, para o que<br />
contribuiu a forma amável como o sr. arcebispo<br />
(ÍEvora, cujo rosto resplan<strong>de</strong>cia<br />
<strong>de</strong> alegria, <strong>de</strong>zafiava os condiscípulos,<br />
sendo o primeiro a rir á recordação dos<br />
tempos <strong>de</strong>spreocupados <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Era êle quem prezidia, tendo á sua<br />
direita o sr. dr. Paes da Silva e á esquèrda<br />
o sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Vás.<br />
Quando ao champagne osr. arcebispo<br />
d'Evora levantou a táça, calárão-se todas<br />
as conversas para ouvir apenas a sua vós<br />
que serenamente se referia á <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
ao ensino, ás éras <strong>de</strong> boa camaradajem,<br />
inicio <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>s tão fortes, terminando<br />
por beber pela prosperida<strong>de</strong> do<br />
primeiro estabelecimento scientifico dt<br />
país.<br />
A seguir a este discurso que foi cortado<br />
<strong>de</strong> aplauzos e coroado com uma<br />
gran<strong>de</strong> ovação no final, seguiu-se-lhe o<br />
sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Vás, agra<strong>de</strong>cendo e<br />
bebendo pelos seus antigos discípulos.<br />
Seria impossível <strong>de</strong>talhar os brin<strong>de</strong>s<br />
sucessivos <strong>de</strong> Francisco Julio <strong>de</strong> Souza<br />
Pinto, Bento Teixeira da Silva Guimarãis,<br />
Barboza <strong>de</strong> Magalhãis.-João Catanho<br />
<strong>de</strong> Menézes, Aureliano <strong>de</strong> Matos,<br />
Antonio Jozé Viana, Antonio Centeno, Alvaro<br />
<strong>de</strong> Moura Coutinho, Eduardo da<br />
Silva Vieira, Manuel <strong>de</strong> Araujo e Gama,<br />
João das Néves, Alípio Antonio Diogo da<br />
Silva, Teófilo Salomão.<br />
Durante o jantar chegárão senhoras<br />
das famílias dos antigos bacharéis, ocupando<br />
as ca<strong>de</strong>iras colocadas em volta da<br />
sala, sendo-lhes servidos dôces e champagnes.<br />
As conversas animâo-se, nisto ouve-se<br />
fóra a muzica que toca o ino do curso, e<br />
o dr. Eduardo Vieira recita a letra <strong>de</strong><br />
Barboza <strong>de</strong> Magalhãis:<br />
Emigrando do lar da família,<br />
De ólhos fitos na estrêla da glória,<br />
Assentámos as têndas do estúdo<br />
Entre can tos d'amôr e vitória.<br />
Encontrámo-nos todos no câmpo,<br />
On<strong>de</strong> a lúta enobrece e consóla ;<br />
E cinco ânos voárão lijeiros<br />
Nos alégres convívios da escóla.<br />
Vai findar a festiva.campanha,<br />
E com éla a febril mocida<strong>de</strong> :<br />
Mas levamos, do a<strong>de</strong>us tia partida,<br />
A mais viva e profunda saudá<strong>de</strong> .<br />
ÇÔRO<br />
Compauh«irns nas lút.is da sciência,<br />
Enlacêmos os bráços e as mãos.<br />
E saibamos, nos dias d'auzencia,<br />
Recordar e-te abraço <strong>de</strong> irmãos.<br />
E eles ficão-se a recordar.<br />
No fim as palmas e os abiaços.<br />
Pouco antes do jantar tinhão sabido<br />
que frequentava o liceu o estudante Aureliano<br />
Lopes Mira Fernan<strong>de</strong>s, que órfão<br />
<strong>de</strong> pai, conseguia sustentar pela lécionação<br />
a mãi e os irmãos.<br />
Rezolvêrão que lhes fôsse entregue a<br />
quantia <strong>de</strong> perto <strong>de</strong> 800000 reis, que<br />
crescia da subscrição que tinhão aberto<br />
para a sua fésta.<br />
Como se vê, não ouve um só instante<br />
que a prezença d'este curso não fosse<br />
assinalada por um áto <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />
Os brin<strong>de</strong>s cruzávão-se. Pouco a pouco<br />
erguêrão-se os convivas a falár com<br />
as senhoras, renovávão-se as efuzõis, as<br />
aprezeritaçõis e pelas onze óras a sála<br />
ficáva <strong>de</strong>zérta, emquanto êles se -espa-<br />
Ihávão aos grupos pela cida<strong>de</strong>.<br />
#<br />
A solidarieda<strong>de</strong>, e amiza<strong>de</strong> que ligáva<br />
este curso viu-se bem na forma gradual<br />
e lenta como sairão <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> quazi á<br />
fôrça, levados pelas condiçõis da sua<br />
vida.<br />
Ainda no dia imediato se reunirão em<br />
numero <strong>de</strong> 17 a almoçar no Avenida.<br />
Depois forão tirar um grupo á fotografia<br />
Santos.<br />
Ai acentuou-se mais uma vês a sua<br />
filantropia. Encontrando se por acazo ai<br />
o sr. dr. Adriano <strong>de</strong> Carvalho, professor<br />
do liceu, este sr. agra<strong>de</strong>ceu o serviço<br />
prestado ao aluno, elojiando o seu aproveitamento<br />
e caráter; e, vendo o interésse<br />
que tomávão, trouxe-lhes <strong>de</strong>pois o sr. Aureliano<br />
Lopes Mira Fernan<strong>de</strong>s que quis<br />
vir agra<strong>de</strong>cêr pessoalmente.<br />
Rezolverão então os preze^tes estabtílecer-lhe<br />
uma mensalida<strong>de</strong> até á Concluzão<br />
da sua formatura, fazendo logo<br />
a circular seguinte, que foi enviada a<br />
todos os condiscipulos:<br />
Caro condiscipulo e amigo:<br />
Frequenta o 7.° âno do Liceu <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> o estudante Aureliano Lopes Mira<br />
Fernan<strong>de</strong>s que, ao extraordinário mérito<br />
literário, atestado pelos professores que o<br />
considérão o primeiro estudante d'aquêle<br />
estabelecimênto, reúne ótimas qualida<strong>de</strong>s<br />
morais. Órfão <strong>de</strong>.~pai .e_. sem meios<br />
alguns <strong>de</strong> fortuna, êsse estudante provê<br />
com o trabalho <strong>de</strong> lécionação á subsistência<br />
própria, bem como á <strong>de</strong> mãi e irmãos.<br />
Informádos d'estas circumstancias,um<br />
grupo <strong>de</strong> condiscipulos nossos, que ainda<br />
no dia 7 do corrente se encontrávã.o n'esta<br />
cida<strong>de</strong>, tomarão a jeneróza rezolução <strong>de</strong><br />
promovêr entre o nósso curso uma subscrição<br />
para um subsidio mensal durante os<br />
cinco ânos da formatura -a esse estudante.<br />
Fixou-se a quota mensal <strong>de</strong> 300 réis<br />
por cada subscritor, po<strong>de</strong>ndo os que rezt<strong>de</strong>m<br />
fóra <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> entrar com a anuida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 30600 réis, como por comodida<strong>de</strong><br />
própria fizérão a maioria dos iniciadores.<br />
Encarregados por êsse grupo, vimos<br />
solicitar a sua a<strong>de</strong>zão a este ato <strong>de</strong> filantropia,<br />
esperando receber a finêza d'uma<br />
resposta.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />
A comissão <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> :<br />
Manuel <strong>de</strong> Azevedo Araujo e Gama<br />
Francisco Julio <strong>de</strong> Souza Pinto<br />
Manuel Duarte Areóza<br />
Antonio <strong>de</strong> Magalhãis Mexia<br />
Eduardo da Silva Vieira.<br />
Rezolvêrão mais reunir-se em <strong>Coimbra</strong>,<br />
quando se formasse o seu protejido.<br />
Eis muito sumariamente a <strong>de</strong>scrição<br />
das féstas das bodas <strong>de</strong> prata do curso<br />
do quinto ano teolójico-juridico <strong>de</strong> 1879.<br />
*'<br />
A Rezistencia, que por doença dos<br />
seus redátores tem tido a sua publicação<br />
interrompida, não quis <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> arquivar<br />
nas suas pájinas, com os seus cumprimentos,<br />
a expressão da sua admiração<br />
e aplauzo por átos <strong>de</strong> tão alta filantropia.<br />
Associação Comercial<br />
Reuniu-se oje a comissão encarregada<br />
pela Associação Comercial <strong>de</strong> vijiar pelos<br />
interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> ameaçados pela<br />
construção do caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Arganil.<br />
Foi eleito prezi<strong>de</strong>nte o sr. Valentim<br />
Jozé Rodrigues.<br />
Rezolveu reunir-se todos os dias ás<br />
6 óras da tar<strong>de</strong>"para estudar o assunto;<br />
pedir o auxilio <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> competência<br />
profissional para a auxiliar na parte<br />
técnica dos trabalhos, e solicitar.superiorj<br />
mente os esclarecimentos indispensáveis<br />
j para esses estudos.
Baultos <strong>de</strong> Luz»<br />
Estão em distribuição o Relatório do<br />
médico (iirétôr técnico do estabelecimen<br />
to e as contas da direção da jerencia <strong>de</strong><br />
1903. formando um livro <strong>de</strong> 63 pájinas,<br />
que quereríamos vêr editádo com mais lá<br />
xo, e com mais abundancia <strong>de</strong> cázos clinicos,<br />
que não dévem faltar a atestar a<br />
excelência <strong>de</strong>stas águas em doenças do<br />
estômago, dos rins, da péle, na escrufuloze<br />
e nô reumatismo.<br />
Oje o reclame é indispensável do progresso<br />
<strong>de</strong> qualquer estação termal; ninguém<br />
se arrisca a ir passáruma vilejiatúra<br />
a sitio que não conheça, tôdos quérem<br />
curar-se alegremente, ninguém córre ao<br />
acázo <strong>de</strong> se aborrecêr.<br />
Se nos não enganamos, um relatorio<br />
anterior, inserindo em gravura coriózos<br />
aspétos da máta, êra exemplo mais para<br />
seguir do que o a.tuál; não que este séja<br />
<strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> interesse para os médicos<br />
ou para os que se ocúpão do progrésso<br />
*la emprèza; mas porque lhe falta a <strong>de</strong>monstração<br />
prática da belèza da rejião<br />
que é menos conhecida do que pô<strong>de</strong> parecèr<br />
á primeira vista.<br />
O relatório vem mesmo <strong>de</strong>zaeompa<br />
nhado <strong>de</strong> elemênt os essenciais.<br />
Assim os <strong>de</strong>zénhos do sr. Raúl Mèndonça<br />
não fôram juntos ao relatório.<br />
A economia, em caços <strong>de</strong>stes, ionvérte-se<br />
em pura pêrda.<br />
Feitas . estas consi<strong>de</strong>raçois, ditadas<br />
pelo interésse que sempre nos mercèrão<br />
estas águas, informando sempre os nossos<br />
leitores <strong>de</strong> todo o trabalho e átas<br />
daí assemblêas jeráis, apezar <strong>de</strong> nunca<br />
termos lido <strong>de</strong>sses fátos informaçõis oficias<br />
ou oficiózas, vamos dar i<strong>de</strong>ia do<br />
movimento désta estação balnear, uma<br />
das mais dignas <strong>de</strong> ser vúitáda pelos<br />
doentes, pela excelência das suas águas,<br />
pela bonda<strong>de</strong> do seu clima, pela belêza<br />
e encanto da paizajem.<br />
Como mais <strong>de</strong> uma vês temos acçji<br />
tuado, o movimo dos banhos aumenta <strong>de</strong><br />
ãno para ãno.<br />
O consumo da agua termal, cujo va<br />
lôr terapeutico coméça a ser mais co<br />
nhecido, foi em 1<strong>902</strong> <strong>de</strong> 458:650 litros<br />
e em 1903 <strong>de</strong> 812:035 litros. Quázi duplicou<br />
o'consumo.<br />
A emprêza das águas tem introduzi<br />
do importantes melhoramentos, e a esta<br />
ção balneária <strong>de</strong> Luzo é das mais impor<br />
tantes do pais pela belêza e importancia<br />
das suas instalaçõis.<br />
O sr. dr. Antonio Gonçalves da Cu<br />
nha Ferrão aprezenta a seguinte nóta<br />
das óbrâs necessárias:<br />
«Entre éstas dèvo citar a instalação<br />
d'uma segunda sála para douches, ficando<br />
uma para"cada séxo. visto que a que possuímos<br />
é insuficiente para o movimênto<br />
atuál, como por vêzes tenho verificado.<br />
«Esta instalação paréce-me relativa<br />
mente fácil, visto termos cázas on<strong>de</strong> éla<br />
po<strong>de</strong> adaptár-se.<br />
«Pelos dois <strong>de</strong>zénhos, juntos a êste<br />
relatório, e que dêvo á muita obzequiosid<br />
; a<strong>de</strong> do distinto enjenheiro e meu amigo,<br />
ex. m0 sr. Raul Mendonça, facilmênte se<br />
verá como, em dois dos compartimêutos<br />
do anéxo, se po<strong>de</strong> instalar uma sála <strong>de</strong><br />
douChes, dividindo um dos compartimêntos<br />
em cabines, e montando no outro os<br />
aparêlhos para tal fim necessários.<br />
«Revestir por meio d'azuléjos, e até<br />
á altúra <strong>de</strong> dois metros aproximadamente,<br />
os corredores, sála e compartimentos<br />
tanto <strong>de</strong> primeira como <strong>de</strong> segunda clásse,<br />
no estabelecimênto antigo.<br />
« Substituir, no mesmo estabelecimento,<br />
as tinas <strong>de</strong> terceira classe, feitas<br />
d'azulèjos,por tintas <strong>de</strong> mármore, formádas<br />
<strong>de</strong> cinco péças, cujas uniõis <strong>de</strong>verão<br />
ser boleádas ou arredondádas, evitandose<br />
assim os cantos e os ângulos.<br />
«Segundo informação que tenho, éstas<br />
tinas po<strong>de</strong>m obtêr-se pela terça párte, do<br />
custo das tinas inteiriças; e, pelo que respeita<br />
a aceio e ijéne, quazi que lhes<br />
correspon<strong>de</strong>m.»<br />
Não são êles porem <strong>de</strong> primeira urjeneia,<br />
e, como está, o estabelecimento<br />
<strong>de</strong> Luzo, se é pequeno já para a concorrência<br />
que vai aumentando cada \ ês mais;<br />
é todavia notável no pais pelo conforto,<br />
aceio e dilijência no serviço.<br />
Bom seria que em Luzo se formasse<br />
um pequeno gabinete <strong>de</strong> observaçõis metereolojicas,<br />
cujos trabalhos acabássem<br />
com êrros tradicionais e inveterados, e<br />
se dotasse o gabi.nête <strong>de</strong> consultas com<br />
o material necessário para uma exploração.<br />
clinica regular e frutuóza.<br />
Pela belêza da sua situação, pela comodida<strong>de</strong><br />
e baratèza dos óleis, pela excelencia<br />
das suas águas, Luzo é uma estação<br />
d'águas rara, não só em Portugal,<br />
como na Europa.<br />
Está quazi restabelecido o nosso amigo<br />
e redatpr Antonio Maria Pereira Jupior.<br />
Carros auacrJeajsos<br />
REZIHTEIVCIA- Çiiínta-feira, 16 <strong>de</strong> Junlio <strong>de</strong> 1904<br />
Esta emprèza, cujos esforço- por bem<br />
servir o -publico so niVão persistentemente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, v.u fa/.êr aquizição<br />
<strong>de</strong> três locomoveis, prescindindo<br />
assim da Iráção, animal, <strong>de</strong> eu^io tão<br />
ran<strong>de</strong> e tão dispendióza <strong>de</strong> sustentar.<br />
O continuar com a tráçáo animal,<br />
correspon<strong>de</strong>ria á runa da companhia,<br />
ógo que se estabelecêsse um serviço<br />
mais constante para a alta, on<strong>de</strong> as inclínaçõis<br />
são gran<strong>de</strong>s e extensas.<br />
Alem disso a tráção pelas locomoveis,<br />
que ôje sé fás sem perigo, e com toda a<br />
comodida<strong>de</strong> e facilida<strong>de</strong>, correspon<strong>de</strong> a<br />
um Verda<strong>de</strong>iro beneficio ijiénico por sêr<br />
muito mais limpo que a dos muares, que<br />
nas cida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>*, sobretudo no \e ão,<br />
infétão o ar e o sólo.<br />
O sr: Andra<strong>de</strong> com a construção da<br />
inha americana prestou um verda<strong>de</strong>iro<br />
serviço á cida<strong>de</strong>, animando-a e valorizando<br />
teremos pela facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçõis.<br />
Com a introdução das locomoveis<br />
pó<strong>de</strong>-se alargár a área em exploração,<br />
aumentando assim as vantàjens para<br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
Bom será que a camara, tantas vêzes<br />
tem mostrado o seu interésse pelos serviços<br />
públicos, ajudasse o'emprezário, que,<br />
só por si, dificilmente po<strong>de</strong>rá levar a cabo<br />
emprêza <strong>de</strong> tanta utilida<strong>de</strong> publica.<br />
© restaurador<br />
Do «Novidá<strong>de</strong>s», noticiando a inscrição<br />
d'el-rei como sócio da «Associação<br />
Prótétôra dá Primeira Infanda:»<br />
«Com a recente inscricãô <strong>de</strong> sócio<br />
protétôr <strong>de</strong> sua Majesta<strong>de</strong> El-Rei <strong>de</strong>u-se<br />
uma coincidência notável. O numero <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m que coube a Sua Majestá<strong>de</strong> foi<br />
!:()40, que reprezenta uma dáta tão glorióza<br />
para o pôvo português.»<br />
Paréce um reclame ao restaurador do<br />
cabêlo.<br />
O «Novidá<strong>de</strong>s», que tem a sua abilidá<strong>de</strong>,<br />
ás vêzes paréce tão estúpido como<br />
os outros...<br />
Na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nos dias<br />
9, 11, 13 e 14 <strong>de</strong> junho, tizéiam átos e<br />
ficaram aprovados os seguintes académicos<br />
:<br />
Fiacnldadc <strong>de</strong> Teolojia<br />
1.° ano — l. a ca<strong>de</strong>ira — Eduardo<br />
Augusto Ferreira Senrela, José Marques<br />
DiaS Júnior, Antonio Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira<br />
distinto: Carlos Esteves d'Azevedo, José<br />
Francisco Soares, Francisco Moreira dos<br />
Santos, Francisco Lopes Enriques Soares.<br />
Terminárão os átos nesta ca<strong>de</strong>ira.<br />
2.° ano —3. a ca<strong>de</strong>iraAlmiro José<br />
Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos. Periodo transitorio<br />
— Antonio Ferreira, José do Patrocínio<br />
Dias Prezunto e Antônio Pereira<br />
da Silva.<br />
3.° ano — Anibal Ferreira da Silva<br />
e Sá, Artur Leite <strong>de</strong> Amorim, João Antonio<br />
Diniz Viclorino.<br />
5.° ano—Adriano Antonio Gomes, Anjelo<br />
António da Silva.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direit»<br />
1.° ano — i. a ca<strong>de</strong>ira: Adalberto<br />
Soares do Amaral Pereira. Adriano Antero<br />
Cardoso Vieira, Afonso <strong>de</strong> Gouveia<br />
d'Andra<strong>de</strong> Pissarra, distinto: Almiro<br />
José Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos, Alvaro<br />
Bordálo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Sá, Ama<strong>de</strong>u «Augusto<br />
Quaresma Ventura, Amador Pegado<br />
dé Souza Barrozo, Américo da Silva<br />
Castro, Antonio Augusto <strong>de</strong> Carvalho Meireles,<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s Duarte e Silva,<br />
distinto; Antonio Ferreira Augusto Júnior,<br />
Antonio <strong>de</strong> Meireles Garrido.<br />
2.° ano—Periodo transitorio—- Alberto<br />
Pereira d'Almeida, Alberto Rodrigues<br />
Ferreira da Silva, Antonio Falcão<br />
Garcia, Antonio Men<strong>de</strong>s Salgueiro, An<br />
tonio Nunes. Ricca, Arnaldo , da. Rocha<br />
Garcia <strong>de</strong> Lima, Diogo <strong>de</strong> Gouveia Sarmento,<br />
Francisco Augusto <strong>de</strong> Melo Alcoforado,<br />
Francisco«d'Aviia Negrão, Joaquim<br />
Alves Carneiro, José Malheiro Cardoso<br />
da Silva, Augusto Corrêa da Silva Leitão,<br />
Antonio da Silva Tavares, Joaquim Rodrigues<br />
da Silva Leite Júnior, Jozé Ma<strong>de</strong>ira<br />
Montez, José Pereira da Costa Bastos,<br />
Luiz Augusto Lopes Ramires, Raul<br />
Manuel Teixeira, Manuel do Quental Calheiros,<br />
Àchiles João Gonçalves Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Carlos d'AÍbuquerque Cardozo d'Almeida,<br />
Carlos Anibal <strong>de</strong> Souza Rego,<br />
José Joaquim d'Oliveira Bastos, Paulo<br />
Teixeira <strong>de</strong> Queiroz, João dos Santos<br />
Apostolo, Vitor Carlos da Fonseca.<br />
Terminaram os átos dêste anno do<br />
periodo tranzitòrio-<br />
3.° ano — Abel da Fonseca Alen-tunato G>n>; 5>oiçá, Biltanr A a m ;to<br />
P<br />
coão Bordalo, Abilio Eujenio Pontes,<br />
Acácio d'01iveira Moz, Adolfo Alexandrino<br />
da Conceição, Adriano Gomes Ferreira<br />
Pimenta, Agostinho <strong>de</strong>"Jesus Gonçalves<br />
Rapazote, Albertino Augusto Rodrigues<br />
da Costa, Alberto <strong>de</strong> Barcelos e<br />
Noronha, Alfredo Francisco Iglesias Men<strong>de</strong>s<br />
da Silva, Alfredo Maria Rego. Alvaro<br />
Gregorio da Silva Lucas, Alvaro Pereira<br />
Dias Ferreira, Antero Maria Bordalo<br />
<strong>de</strong> Vilhena. Antonio Anastácio Bento<br />
da Costa Janior, Antonio Apolinário<br />
Ferreira da Silva Oleiro, Antonio Emilio<br />
Rodrigues Aleixo, Antonio Ferreira da<br />
Costa Agavez, Antonio Joaquim Coutela<br />
Júnior, Antonio Jnze Abelho'Mexia, Antonio<br />
Luiz Gomes da Silva, Antonio Luiz<br />
Rebêlo.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
4.° ano —Abe! da Cruz Pereira do<br />
Vale, Abilio Ribeiro <strong>de</strong> Almeida, Alfonso<br />
dos Santos Monteiro, Agostinho <strong>de</strong> Pina<br />
e Sousa, Alberto Carlos <strong>de</strong> Pinho, Alberto<br />
Diniz da Fonseca, Alberto Novais<br />
da Costa Leite, Alfredo Ferreira Cortez,<br />
Alipio Jozé Santiago, Antonio Cardozo <strong>de</strong><br />
Jirão, João Enrique Pinheiro.<br />
5.° ano — Abraão Mauricio <strong>de</strong> Carvalho,<br />
Adriano <strong>de</strong> Campos Enriques,<br />
Adriano Vieira Coelho, Afonso Armando<br />
<strong>de</strong> Seixas Vidal, Manuel Carreiro dó<br />
Rego, Afonso <strong>de</strong> Gouveia Pinto Mascarenhas,<br />
Alberto <strong>de</strong> Campos Melo, Alberto<br />
Cardozo <strong>de</strong> Souza Araujo, Alberto Marques,<br />
Alberto Pinto Gouveia, Alvaro Juio<br />
Barboza, Amílcar Barca Martins da<br />
Cruz da Rocha Peixoto.<br />
Ribeiro.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira, exames<br />
poldo Jerardo Martips.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
teoricos: Leo-<br />
Exames práticos: Licinio Cantarino,<br />
José Joaquim Ferreira <strong>de</strong> Melo Botelho.<br />
2,° ano, 3. a ca<strong>de</strong>ira : Carlos Duque.<br />
Periodo tranzitòrio: Aparicio Rebelo<br />
dos Santos..<br />
Terminaram os átos dêste ano do periodo<br />
tranzitòrio.<br />
Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho — 1.°<br />
ano — Jozé Paulo Teixeira do Amaral,<br />
Bernardino <strong>de</strong> Sôna Martins, Mário <strong>de</strong><br />
Sá Chaves, distinto; Manuel Jozé da<br />
Costa Júnior, distinto; Jaime dos Santos<br />
Páto, distinto; Anibal da Conceição<br />
Costa e Silva Pinto dos Santos, Jerónimo<br />
Pinto Montenegro Carneiro, Viriato<br />
Augusto Ta<strong>de</strong>u, distinto; Jozé Augusto<br />
Beja Neves, distinto; Veríssimo Freitas<br />
da.Silva, Manuel Nave Catalão, Miguel<br />
Vaz Pereira Pinto Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Bacelar,<br />
Eurico Cunha Barbeito da Silva,<br />
Luiz Augusto. Casimiro <strong>de</strong> Freitas, Afonso<br />
Aires <strong>de</strong> Gouveia Alcoforado.<br />
Faltou ao exame um aluno.<br />
2.° anó — Abilio Augusto da Silva<br />
Barreiro, João Antonio <strong>de</strong> Matos Romão,<br />
José Paes d'Almeida Graça, distinto;<br />
Luiz Emilio Ramires, João Soares<br />
Brandão.<br />
Faculsla<strong>de</strong> dc Filozoíla<br />
Agra<strong>de</strong>cimento<br />
O con<strong>de</strong> da Covilhã, e seus filhos,<br />
penhoradissimos pelas muitas<br />
próvas <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração e <strong>de</strong> estima<br />
que lhe fôrão dispensádas pelas<br />
pessoas <strong>de</strong> suas relaçõis, durante a<br />
doença que o acometeu nésta cida<strong>de</strong>,<br />
que, ou o vizitárão, ou pedirão<br />
infonnaçõis do seu estádo <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>, tendo <strong>de</strong> se retirár para cása<br />
por conselho <strong>de</strong> seus médicos, a<br />
tôdos maniféstão, por ésta iórma, o<br />
seu vivo reconhecimento, e oferécem<br />
a sua cása, visto não o po<strong>de</strong>rem<br />
fazêr pessoálmente, como <strong>de</strong>vêr e<br />
gráto lhes éra. E, com particúlár<br />
gratidão, testemúnhão o seu agra<strong>de</strong>cimento<br />
ao distincto médico, ex. mo<br />
dr. Armando Gonçálves, que, tão<br />
proficiente e solicitâmente, se ouve<br />
em tão aguda crize; bem como<br />
muito apértão a mão ao seu diléto<br />
amigo e médico <strong>de</strong> sua cása, o ilo<br />
'<br />
lustre dr. Albérto Deodáto da Cósta<br />
Ráto, da Covilhã, que tão <strong>de</strong>dicádamente<br />
quis, mais uma vês, vir dárlhes<br />
a próva da sua amizá<strong>de</strong> e prováda<br />
competencia.<br />
Coimhra, 13' <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
2.° ano. Periodo transitorio — Apa-<br />
•<br />
1. ' ano—i. a ca<strong>de</strong>ira, exames prati<br />
cos — Jozé Nogueira Menezes <strong>de</strong> Almeida,<br />
Jozé Pinto Meira, Manuel Lourenço<br />
Dias, Jozé Luiz dos Santos Moita, Antonio<br />
Batista dos Remédios, Jàzé Joaquim<br />
<strong>de</strong> Moraes Miranda, (os dois últimos re<br />
petem os átos para po<strong>de</strong>r exercer clinica<br />
em Portugal. São médicos por universida<strong>de</strong><br />
estranjeiras).<br />
Ouve uma reprovação.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira, exames práticos: Antonio<br />
Batista dos Remedios, Jozé Joaquim<br />
<strong>de</strong> Morais Miranda, (médicos por uni<br />
versida<strong>de</strong>s estranjeiras).<br />
2.° ano — 3.* ca<strong>de</strong>ira - Fernando<br />
Duarte Silva <strong>de</strong> Almeida Ribeiro, distinto;<br />
Francisco Pedro <strong>de</strong> Jesus, Geraldino<br />
da Silva Baltazar Brites, distinto: João<br />
Gonçalves Pereira; 3. a ca<strong>de</strong>ira: Adolfo<br />
<strong>de</strong> Lemos Viana, Alberto Bastos da Costa<br />
e Silva, Jozé Augusto <strong>de</strong> Lemos Peixoto,<br />
distinto; Jozé Tavares .Lucas do Couto,<br />
distinto, Manuel Jozé <strong>de</strong> Macedo Barboza,<br />
D. Maria da Gloria Paiva, distinta.<br />
3." ca<strong>de</strong>ira, Alberto Cupertino Pessoa,<br />
Alexandrino Lopes Russo.<br />
5. a ricio Rebêlo dos Santos, Jozé Augusto<br />
<strong>de</strong> Oliveira e Vasconcelos.<br />
2.° ano—4.<br />
ca<strong>de</strong>ira, exames práticos — Adolfo<br />
<strong>de</strong> Lemos Viana, Alberto Bastos da<br />
Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa<<br />
Alexandrino Lopes Russo, Alfredo Lopes<br />
<strong>de</strong> Matos Chaves, Alfredo Soares Couceiro.<br />
3.° ano — Exames práticos: Abilio<br />
Augusto da Silva Barreiro, Alvaro Augusto<br />
Santiago, Antonio da Cunha Saraiva<br />
d'0!iveira Batista, Arnaldo Nogueira Lemos,<br />
Arnaldo Vieira Neves Cruz, Abilio<br />
Augusto da Fonseca Silva Barreiro, Alf<br />
bano Augusto Santiago, Carlos Balbino<br />
Dias, Carlos da Costa Araujo Chaves,<br />
Domingos da Costa Martins, Eduardo da<br />
Silva, forres, Enrique Luiz Doria Omem<br />
Corte Real.<br />
a ca<strong>de</strong>ira: Armindo Afonso<br />
Tavares, Augusto Camossa Nunes<br />
Saldanha, Jozé Cristino, distinto; Diniz<br />
Severo Correia <strong>de</strong> Carvalho, Jozé Ber<br />
nardo Lopes, Francisco d'Almeida Pessanha,<br />
(abilitado para exame no anno létivo<br />
<strong>de</strong> 1895-1896), Jaime dos Santos Pato,<br />
Raul Queimada Souza.<br />
Periodo tranzitòrio: Baltazar Augusto<br />
Ribeiro.<br />
3.° ano — Rotanica -Adolfo Correia<br />
Soares, Franscisco d'Almeida Pessanha.<br />
Manuel Justino <strong>de</strong> Carvalho Pinto Coelho<br />
Vale e Vasconcelos, Jozé Maria Barboza<br />
Tamagnini <strong>de</strong> Mstos Encarnação, Baltazar<br />
Augusto Ribeiro, .Joaquim Artur dos<br />
Santos Machado, Alberto <strong>de</strong> Sá Marques<br />
<strong>de</strong> Figueiredo, Izáura Batista <strong>de</strong> Figueiredo<br />
e Oliveira, Jozé Augusto d'0!iveira<br />
e Vasconcelos, Antonio Luiz Machado<br />
Guimarães, Francisco Cortez Pinto.<br />
4.° anno — Zoolojia — Adolfo Correia<br />
Soares,'Manuel Justino <strong>de</strong> Carvalho Pinto<br />
Coelho Vale e Vasconcelos.<br />
Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho — 1.*<br />
anno; Fernando' Baeta Bissaia Barreto<br />
Roza, João-Augèsto Ornélas e Vasconcélos,<br />
distinto; Jozé Maria Gomes Estima,<br />
Manuel Lopes Marçal Júnior, Carlos Elias<br />
da Gosta Júnior; Gustavo Duriez, Esteves<br />
Pereira, A<strong>de</strong>lino da Silva Lopes, David<br />
<strong>de</strong> Souza Gonçalves Júnior.<br />
Faltaram 2 alumnos ao exame.<br />
2.° ano—periodo tranzitòrio: Fernando<br />
Vasques da Cunha Braamcamp <strong>de</strong><br />
Mancelos, Antonio Joaquim Machado <strong>de</strong><br />
Eo«p Cerqueira.<br />
4.° ano Abilio Augusto Ferreira<br />
<strong>de</strong> Magalhães e Américo <strong>de</strong> Sousa Camões,<br />
Antonio Ruiva! Safedía, Armando<br />
Macedo, Augusto Maria Gouveia dos<br />
Santos, Bernardo d'Aguilar- Teixeira Cardozo,<br />
Bernardo Augusto Loureiro Polonio,<br />
Calixto <strong>de</strong> Souza Brandão.<br />
5.° ano,' exames práticos — Afonso<br />
<strong>de</strong> Melo e Silva Amorim, Agostinho Ferreira<br />
Coutinho, AlDerto <strong>de</strong> Barros Castro,<br />
Alberto Sabino Ferreira, Augusto<br />
Rodrigues Almiro, Filipe Cezar Augnsto<br />
Baião" João Antonio Pinto Bugalho, Jozé<br />
<strong>de</strong> Carvalho Omem, Jozé Gomes Lopes,<br />
Jozé d'Oliveira Xavier, Alberto <strong>de</strong> Barros<br />
Castro, Alberto Sabino Ferreira.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> SIatemàíica<br />
1.° ano, ,2, 3 ca<strong>de</strong>ira —átos práticos—<br />
José <strong>de</strong> Sá Paes do Amaral, Luiz<br />
Augusto Casimiro <strong>de</strong> Freitas, Leopoldo<br />
Jerardo Martins, Serjio d'Assumção<br />
Moraes e Castro, Carlos Augusto Mascarenhas<br />
Gomes, José Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />
Amaral, Viriato Augusto Ta<strong>de</strong>u, Alvaro<br />
<strong>de</strong> Freitas Morna, José Augusto <strong>de</strong> Beja<br />
Neves, Antonio José Bernar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Miranda,<br />
i. a ANUNCÍO<br />
Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comarca<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />
2.° officio, vão á praça, para serem<br />
vendidos em.âsta pública, no dia 26 *<br />
do corrente, por 11 óras da manhã,<br />
á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />
lanço acima da avaliação, os seguintes<br />
prédios:<br />
Uma caza <strong>de</strong> abitaçao, sita no logar<br />
e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />
avaliada em sessenta mil reis.<br />
Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />
logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />
Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />
abatido o fôro, em trinta mil<br />
reis.<br />
Fôrão penhorados na execução<br />
por custas, que o Ministério Publico<br />
nesta comarca, move contra Mário<br />
Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />
no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />
a quem pertencem respótivamente,<br />
para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />
42:370 reis e custas acrescidas.<br />
Pelo prezênte são citados quaisquér<br />
credores incertos, para assisti real<br />
á praça.<br />
T I P O G R A F O<br />
Muito abilitado em compozição<br />
e impressão, preciza-se para dirijir<br />
uma boa oficina recentemênte montada<br />
n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />
Antonio d'Almeida, e Silva, ter- Prefére-se individuo que tenha já<br />
minando com o estabélcimento que estado a dirijir outras boas tipogra-<br />
possuía na rua da Sofia, faz venda fias e que dê os melhores referen-<br />
do balcão, armação, balanças, pezos, cias sobre as suas abilitaçõis e<br />
arções e bancadas.<br />
comportamento.<br />
Para tratar ná mesma rua da Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />
Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban- Ex.<br />
<strong>de</strong>ira n.° 61.<br />
ca<strong>de</strong>ira, Fernando Baeta Bissaia Óarreto<br />
Roza distinto, Carlos Augusto Mascarenhas<br />
Gomes, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira<br />
do Amaral, João Lopes Fernan<strong>de</strong>s Manuel,<br />
Alfredo <strong>de</strong> Meio Pereira <strong>de</strong> Carva<br />
lho.<br />
Faltou ao ponto um aluno e ouve duas<br />
reprovaçõis.<br />
ano. Periodo tranzitorio — For-<br />
,no Sr. Augusto Luis Martha,<br />
Praça do Comércio.<br />
BANDEIRA ENCARNÁDA Á JANÉLA<br />
No próximo domingo é segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se<br />
liquidação dos seguintes objétos:<br />
Um guárda vestidos com espêlho, uma cama <strong>de</strong> mógno para<br />
casádos, cinco.camas <strong>de</strong> fé.rro com amarélos sendo duas para casádos,<br />
duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala,<br />
um lavatório -tuáléte com pédra, duas mezinhas <strong>de</strong> cabeceira, uma<br />
escrivaninha, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço, dois armários <strong>de</strong> cozinha, um<br />
fogão, uma banheira <strong>de</strong> zinco para creança, um relójio <strong>de</strong> sála, um<br />
baú <strong>de</strong> couro, mêzas <strong>de</strong> sála, um piãno para estúdo, um cobertor <strong>de</strong><br />
damásco, uma imájem <strong>de</strong> Santo Albérto, e outra <strong>de</strong> S. João, diferentes<br />
louças, um sofá e duas poltronas estofádas.<br />
Redomas, quádrós, lantérnas para janélas, um relójio antigo em<br />
ébano.<br />
Três reposteiros <strong>de</strong> sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda<br />
antiga <strong>de</strong> pau prêto e mais objétos que esiârão patentes nos dias acima<br />
indicádos dês<strong>de</strong> as 11 da manhan ás 8 da noute.<br />
N. B.— Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirados, porque é<br />
urjente <strong>de</strong>spijár a cása, '
PPvoQ^EDi<br />
ET<br />
PRo<strong>de</strong>^E<br />
<strong>Coimbra</strong><br />
installação provisoria: rua da Sota n° 8.<br />
VIMOS DE PASTO<br />
G - B N I T I N - O S<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
Para consumo e exportação<br />
Vendas por junto e a miado<br />
Tabella «le preços <strong>de</strong> veada a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
° I Garrafa Garrafa<br />
'•55 <strong>de</strong> litro bordaleza<br />
Marcas u —, —<br />
ce<br />
T3 i 6 1 12<br />
Tinto GRANADA • 600 120 80<br />
» CORAL • • • 600 120 — * 80 —<br />
Braneo ÂMBAR •. 650 — — 100 —<br />
» TOPÁZIO- — — 120 —<br />
j Nos preços indicados não vae i ncluida<br />
a importancia do garrafão (360<br />
réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />
. a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bor-<br />
! daleza), que se recebem pelo cnsto.<br />
Prevenção. — Os garrafões le-<br />
Distribiáção gratuita aos domicilios, vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre, e<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das gàrra/as e garrafões<br />
compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />
garrafas fogo, ao I a do e na parte superior.<br />
Agua da Curia<br />
(Mogof ores—Anadia)<br />
K E Z I i T E ^ C l l — fninla«lVii*a, 16 <strong>de</strong> JnnSio <strong>de</strong> 1 9 0 1<br />
Sulfatada—Calcica<br />
A única analysaria no paiz, similhante á afamada agua <strong>de</strong> G0NTREXÉV1LLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
Estabelecimento balnear a 2 kilomctros tia estação <strong>de</strong> llogofores<br />
Carros* á chegada <strong>de</strong> todo* os comboio»<br />
lUíBICAÇÔES<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesicaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes espeeies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Coma purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />
se lhe avantaje<br />
As analyses chimica e microbiologica foram feitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex.T sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia uão se altera, nem pelo tempo,<br />
nem pelo transporte<br />
A' venda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
" Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
Vinhos tintos - • -<br />
Vinhos brancos-<br />
Vinhos licorczos<br />
Vinagre•<br />
Azeite • •<br />
4, Itua Ferreira Ilorg , c§<br />
da Emoreza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> Maoos<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete<br />
Trinca<strong>de</strong>iro<br />
Clarete<br />
Marialva<br />
(SEM GARRAFA)<br />
Fernão Pires ,<br />
Sauterne<br />
Diagalves<br />
Marialva<br />
Licoroso branco<br />
» tinto!<br />
Moscatel-Favaios (Douro) da lavra <strong>de</strong> Ttieodorico<br />
Pimentel<br />
Branco . . . . .<br />
Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof.- Dr. Francisco<br />
d'01iveira Feijão)<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
Garafa l /i gar<br />
no (50<br />
130 70<br />
150 80<br />
170 90<br />
140 80<br />
170 90<br />
ISO 100<br />
ltO 100<br />
250<br />
250 —<br />
500<br />
—<br />
90 —<br />
300<br />
Preços especíaes para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — João Borjes<br />
ftucursal na Alta<br />
27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Finto<br />
Pastelaria e confeitaria Téles<br />
150—Jiua Ferreira Borges—156<br />
COIMBRA<br />
Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra<br />
-se á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos coiícer<br />
nentes a estabelecimentos désta naturêza.<br />
I>Òces <strong>de</strong> OTOS com os mais finos recheios.<br />
l)OCCS (le fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, sêcos e cristalizados.<br />
Fabricam-se gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s.<br />
Variada pastelaria ean todos os generos, especializando os <strong>de</strong> iolhado.<br />
Galantines diversas. Téte d'Achar. B»atè <strong>de</strong> Lievre e Foie.<br />
Saucisses. JPudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />
f ã © <strong>de</strong> 10, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />
Especialida<strong>de</strong> em vinhos generozos e licores finos das principaes<br />
marcas.<br />
Amêndoas, bombas, chocolates, queijos, chás, etc., etc.<br />
Caíé, iboToidas o c o r v o i a s<br />
Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />
na Couraça <strong>de</strong> Lihoa, 32<br />
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Pedro d st Silva Piíifro Colanfera<br />
Premiado na Kxpo&ição <strong>de</strong> Ceramiea Portuguêza. no Porto,<br />
em 1883. com diploma <strong>de</strong> mérito;<br />
medalha <strong>de</strong> cobre na Exposição Bistrictal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 1884<br />
3®, Siua <strong>de</strong> *©ão Cabreira, 81—COIMBRA<br />
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habilitado para construcção e soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> telhões, manilhas, siphões p«ra retretes<br />
vasos para jardins e platibandas, balaustres, tijolos para ladrilhos <strong>de</strong> fornos, tjijolos<br />
grossos para construcções e chaminés, tachos para cosinha á imitação dos <strong>de</strong> Lisboa,<br />
etc., etc.<br />
Todos estes artigos são <strong>de</strong> boa construção e por<br />
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PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS-FEIRAS<br />
MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração — Rua Ferreira Borges<br />
Candidatos republicanos<br />
São candidatos republicanos<br />
pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />
que se realízâo no dia 26, os<br />
seguintes cidadãos:<br />
Bernardino Luis Machado<br />
C*uimarãis (Dr.) professor<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel <strong>de</strong> Arriaga<br />
(Dr.), advogado.<br />
Alonso Aug-usto d a<br />
Costa (Dr.), professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />
Antonio jozé <strong>de</strong> Almeida<br />
(Dr.), medico.<br />
Paulo Jozé Falcão<br />
(Dr.), advogado.<br />
Em Portugal, mercê dos processos<br />
<strong>de</strong> violência e corrução uzados<br />
pelo Po<strong>de</strong>r, a politica provocou<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>sprezos. Desvirtuou-selhe<br />
a significação eleváda e púra<br />
Esta expressão — politica — passou<br />
a <strong>de</strong>zignar um amontoado <strong>de</strong> pra<br />
ticas indignas, <strong>de</strong> abilida<strong>de</strong>s torpes,<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spotismos revoltantes. Como<br />
seus reprezêntantes indicárão-se vi<br />
lõis <strong>de</strong> vária classe e aparência,<br />
dês<strong>de</strong> o conselheiro, que na capita'<br />
trafica em larga escála, aos cágados<br />
que nas rejedorías sertanéjas se<br />
pronuncião com a autorida<strong>de</strong> na<br />
barriga.<br />
O conceito alto da politica foi<br />
posto <strong>de</strong> parte, e esta palavra pas<br />
sou a ter fóros duma das obscenida<strong>de</strong>s<br />
arrepiantes. A politica <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
ser uma sinteze <strong>de</strong> principios;<br />
para ser uma profissão lucrativa <strong>de</strong><br />
vários salafrários inúteis, umagazúa,<br />
um alcouce.<br />
Admitido tal significado, e provado<br />
que a essência dos factos estava<br />
fielmente concor<strong>de</strong> com tal<br />
indicação, a politica provocou a abstenção,<br />
crescente duma gran<strong>de</strong><br />
mássa <strong>de</strong> indivíduos, a quem enojava<br />
a cumplicida<strong>de</strong> em tais trapáças.<br />
E eis porque a imoralida<strong>de</strong> cresceu,<br />
os atentados redobrárão <strong>de</strong><br />
violência e frequência, e o país <strong>de</strong>rivou<br />
a esta vergonhóza situação,<br />
que fás pena e fás nauzéas, que<br />
contrista e revolta.<br />
Ficárão em campo, sem peias,<br />
sem ameáças, os sujeitos que da<br />
politica se senhoreárão como bom<br />
filão a explorar.<br />
Manobrárão á vonta<strong>de</strong>. Afirmárão,<br />
falsificárão, subornárão, roubárão.<br />
E rirão da Justiça, dos códigos,<br />
dos vários podêres organizádos<br />
ripara assegurar os direitos dos cidadãos.<br />
Érão mariolas, traficantes,<br />
gatunos, mas ao abrigo da lei, com<br />
visto dos podêres públicos e licênça<br />
do ordinário. /<br />
Assim a politica portuguêza se<br />
transformou em terrível encruzilháda,<br />
on<strong>de</strong> nem mesmo <strong>de</strong> bacamarte<br />
aperrado é seguro pôr a salvo a vida<br />
e a carteira.<br />
Ora este estado <strong>de</strong> coizas á<br />
muito que vem fomentando protéstos<br />
e reclamaçõis. Á um mal estar<br />
formidável. Os mais calmos temperamentos<br />
se conjestiónão em crizes<br />
arrebatadas. E que é preeizo moraizar<br />
a politica, dignificál-a, restituir-lhe<br />
o significado justo, arrancála<br />
das mãos da matulájem que a<br />
prostituiu, é ôje uma opinião jeral,<br />
repetida com insistência, gritada<br />
com <strong>de</strong>zespêro. Mas moralizar a<br />
politica importa con<strong>de</strong>nar os políticos<br />
que a <strong>de</strong>smoralizárão. Protestar<br />
contra êles é tudo. Fazer aseléção,<br />
<strong>de</strong>sprezá-los, pô-lós ao canto, e trazer<br />
para a frente, para a lús, os que<br />
tenhão sido preteridos e roubados,<br />
precizamente porque lhes sobrem<br />
cabedais <strong>de</strong> intelijencia e caráter,<br />
é a gran<strong>de</strong> missão a realizar.<br />
Bater a indiferença e o <strong>de</strong>zalento<br />
que relegárão para uma inativida<strong>de</strong><br />
funésta uma rná^sa enorme <strong>de</strong> cidadãos,<br />
eis o ponto por on<strong>de</strong> é preeizo<br />
rompêr.<br />
Nem sempre os que grítão contra<br />
a imoralida<strong>de</strong> da politica se dispõem<br />
a combater efétivamente essa<br />
imoralida<strong>de</strong>. Antes a auxilíão e<br />
mantém, esquecendo as suas palavras<br />
com vergonhóza facilida<strong>de</strong>. Se<br />
os compromissos tomados em lance<br />
<strong>de</strong> protéstos se cumprissem, se os<br />
fátos acompanhassem coerente e<br />
onradamênte as palavras, outra seria<br />
a nossa situação.<br />
Nas eleiçõis se tem principalmente<br />
revelado a doblês <strong>de</strong> caráter<br />
<strong>de</strong> muitos. E é em virtú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa<br />
doblês que os protestos <strong>de</strong> certa<br />
or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong> certas classes são <strong>de</strong>zautorizádos<br />
e impotêntes para compelir<br />
os govêrnos á adóção <strong>de</strong> nóvas<br />
praticas administrativas.<br />
Assim é preeizo que todos sáibão<br />
cumprir, e cumprir onradamente<br />
os seus <strong>de</strong>vêres cívicos. Intervir<br />
na politica, com onra e com<br />
patriotismo, não é cumplicitar com<br />
as suas torpêzas, é procurar levanta-la,<br />
purifica-la.<br />
Todos os que protéstão tem<br />
obrigação <strong>de</strong> ser coerêntes, e assim,<br />
em todos os momêntos propícios,<br />
manifestarém-se praticamente em<br />
armonia com as suas opiniõis.<br />
Aquêles que <strong>de</strong>smentem, por<br />
átos, as suas palávras, serão tudo<br />
menos ómens <strong>de</strong> bem e <strong>de</strong> convicçõis.<br />
E é por se não terem juntado<br />
todos os ómens <strong>de</strong> bem e <strong>de</strong> ccnvicçõis<br />
que a politica <strong>de</strong>sceu tanto.<br />
No momênto, tem todos os que<br />
reclâmão contra esta politica <strong>de</strong><br />
bandidos e <strong>de</strong>zéjão uma politica <strong>de</strong><br />
onra e <strong>de</strong> patriotismo, ocazião excelênte<br />
<strong>de</strong> provarem a sua sincerida<strong>de</strong>,<br />
lavrando um magnifico protésto.<br />
Vão realizar-se as eleiçõis, <strong>de</strong>ntro<br />
em breve, a 26 do corrente. O<br />
partido republicano aprezênta os<br />
seus candidatos—nomes todos con<br />
sagrados pelas altas qualida<strong>de</strong>s que<br />
os abrilhantão e pelo exemplo da<br />
sua vida, enobrecida no culto intranzijênte<br />
d'uma i<strong>de</strong>ia.<br />
Votar nos candidátos republicânos<br />
é votar contra a corrução<br />
dominante e pelo advênto duma<br />
politica nova <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> e liber-<br />
da<strong>de</strong>: é lavrar um protesto digno<br />
contra todos os atentados, todas as<br />
vergonhas e todas as extorsõis <strong>de</strong><br />
que o pais tem sido vitima, e <strong>de</strong><br />
que ainda á pouco se fês com duro<br />
rigor o famôzo inventário: é consagrar<br />
uma alta prova <strong>de</strong> justiça a<br />
nomes <strong>de</strong> ómens que todo o país<br />
conhece e admira pela excecionalida<strong>de</strong><br />
dos seus nobres predicados: é<br />
emfim dar aos governantes uma<br />
sevéra lição, mostrando-lhes que os<br />
seus abuzos, os seus <strong>de</strong>sprêzos, as<br />
suas violências não pássão impunes,<br />
e que o país não abdicou ainda da<br />
sua lejitima soberania para ser tratado<br />
como um passivo e ignóbil re>banho<br />
<strong>de</strong> escravos.<br />
Votár nos candidátos monárquicos,<br />
é votár pela permanência duma<br />
politica <strong>de</strong> bandoleirismo audaciôzo<br />
que tem explorádo e vexádo o<br />
país, <strong>de</strong>ixando-o sem exército, sem<br />
marinha, sem instrucção, sem crédito,<br />
aos acázos da caprichóza loucura<br />
<strong>de</strong> cínicos e megalomanos incuráveis:<br />
é votar pela confuzão dos<br />
dois erários, pela correjedoria, pelo<br />
rejimen do convénio, da reação relijioza,<br />
do contrato Wiliams, das<br />
embaixadas á China, <strong>de</strong> todas as<br />
vergonhas e <strong>de</strong> todos os escandalos<br />
que teem <strong>de</strong>zonrado o nosso nome:<br />
é votar contra a Liberda<strong>de</strong> e a Justiça<br />
pelo prcviléjiu e pela iniquida<strong>de</strong>,<br />
contra a onestida<strong>de</strong> e o civismo pela<br />
corrução e o abastardamento: é<br />
sancionar todo o Passado <strong>de</strong> inqualificáveis<br />
vilanias>é votar contra um<br />
futuro <strong>de</strong> reivindicaçõis nobilitadôras.<br />
Os eleitores do circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
são chamados a escolher, e<br />
francamente lhes diremos que quem<br />
fôr onesto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e patrióta<br />
á-<strong>de</strong> escolher os candidátos républicanos.<br />
Eles não temem discussõis<br />
nem confrontos. Eezafião o<br />
odio dos adversários, com a serena<br />
corajem <strong>de</strong> quem está bastante alto<br />
para que a lama lhe chegue. São<br />
reprezentantes d'um gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al<br />
<strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, cuja <strong>de</strong>fêza<br />
teem feito com um brilho e uma<br />
grandêza moral que não <strong>de</strong>páiâo<br />
egual no campo adverso.<br />
Fáção o confronto. E escôlhão<br />
com consciência, com onra e com<br />
patriotismo:<br />
A' xirna poios oanciídatosrepulblicanos!<br />
Apreençõis<br />
Revolta-nos ,esta ipocrizia amavel em<br />
uzo 11a imprensa portuguêza <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçar<br />
condolências aos coléjas vitimados<br />
pela fúria do Po<strong>de</strong>r.<br />
Palavra-, palavras, palavras. Uma<br />
indignação postiça que agrava mais a<br />
revolta sincéramente sentida pelos que<br />
não sofrem a condição <strong>de</strong> escravos que<br />
os governos pretên<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ferir-lhes.<br />
Mostras fracas <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que<br />
não rezistem á menor prova séria e é<br />
apenas um anteparo para a covardia do<br />
maior numero.<br />
0 «Mundo» e o «Debate» tem sido<br />
apreendidos, Escuzado é dizêr que protestamos<br />
contra o assalto; mas escuzado<br />
é também insistir em que, dispostos a<br />
um protesto sério, e efétivo, qualquer<br />
que ele seja nos repugna estar todos os<br />
dias a lamuriar as velhas frazes <strong>de</strong> estilo.<br />
Para o que quizerem, menos para<br />
comedias.<br />
• Centro Eleitoral Republicano<br />
3ozi Falcão<br />
TVo Ceaír» «Fozé Falcão são<br />
fornecidos iodos os dias, das<br />
8 oras da noite em <strong>de</strong>ánte,<br />
quaisquer esclarecimentos e<br />
informaçôis áeerca do áto eleitoral,<br />
po<strong>de</strong>ndo ali ser consultados<br />
por tôdos os eleitores<br />
os recenseamentos das respétivas<br />
freguesias.<br />
Os benefícios do rejimen<br />
Aos oloitoros<br />
Não à exercito<br />
«0 exército não está bem vestido,<br />
está mal calçado, o que é talvês peior<br />
do que estar <strong>de</strong>scalço, está <strong>de</strong>zarmado,<br />
não tem rezérvas em condiçõis <strong>de</strong> soli<strong>de</strong>s,<br />
não tem <strong>de</strong>pózijos, não tem quadros<br />
inferiores.em armonia com as unida<strong>de</strong>s<br />
contribuídas não pô<strong>de</strong> mobilizar-se nem<br />
sequer instruir-se como déve e como<br />
quér...Í<br />
(Carta do tenente-Cororiel Xavier<br />
Machado, publicado em apênso do Diário<br />
Ilustrado <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904.)<br />
Não ú marii)ba<br />
« Nem um navio <strong>de</strong> combate, a não<br />
ser um cruzadôr que talvês se possa empregar<br />
ao largo; <strong>de</strong>fêza torpe<strong>de</strong>ira.núla.<br />
Nem organização, nem pessoal <strong>de</strong>vidamente<br />
abilitado, nem a instrucção preciza.<br />
E' ama triste verda<strong>de</strong>,^ mas é preeizo<br />
que o país saiba que se <strong>de</strong>zenga<br />
nem os não profissionais, se, vendo esses<br />
poucos navios que possuimos, imaginão<br />
que éles pó<strong>de</strong>m reprezentar alguma couza<br />
como elementos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fêza.<br />
Não servirão senão para sacrificar<br />
aquêles que, pela onra da ban<strong>de</strong>ira que<br />
<strong>de</strong>fendém, queirão morrêr pela Patria no<br />
dia em que a Patria morrêr. »<br />
(Conferência do eapitão-tenente da<br />
Armada, João Batista Ferreira, extratado<br />
no Diário Ilustrado.)<br />
São palavras <strong>de</strong> monárquicos<br />
— para que em espíritos rezistente<br />
mente injénuos não fiquem suspeitas<br />
<strong>de</strong> que <strong>de</strong>svirtuamos ou menti<br />
mos.<br />
Não á exército.<br />
Não á marinha.<br />
Em compensação temos as instituiçõis<br />
monarquicas constitucionais.<br />
. .<br />
Vótem por élas!<br />
Ros comicios realizados<br />
contra as medidas da fazenda<br />
provárão-se as responsabilidã<br />
<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os partidos na<br />
situação <strong>de</strong> ignominia e <strong>de</strong><br />
ruina que esmaga o pais.<br />
Votár#nos candidatos aprezentãdos<br />
por esses partidos é<br />
fazer uma afirmação <strong>de</strong> crimi<br />
rcoza cumplicida<strong>de</strong>.<br />
Têm andado açodados os grosbonnets<br />
políticos cá do burgo.<br />
Parece até que o acôrdo rotativísta<br />
í a finjir, e que a lista leva jeites duma<br />
memorável conflagração.<br />
0 que é que os fará andar assim,<br />
em tão laborióza azáfama, batendo á porta<br />
dos eleitores pancadinhas respeitozas,<br />
com o seu melhor sorrizo e as suas palávras<br />
máis dôces?<br />
E' a intervenção dos républicanos na<br />
lista eleitoral ?<br />
Pedimos mil <strong>de</strong>scolpas, meus senhôres,<br />
se é essa a orijem das doidas correrias.<br />
Não era intenção nossa incommodar...<br />
Typ. Democratiea<br />
ARCO DE) ALMEDINA, IO<br />
A FARÇADA<br />
A reação vem <strong>de</strong> têr a sua óra<br />
<strong>de</strong> êxito ostensivo e arrogante.<br />
Impudêntemente, sob o pretexto<br />
<strong>de</strong> comemorar o quinquajenario da<br />
Definição dogmatica da Imaculada<br />
Conceição, éla ascen<strong>de</strong>u ao monte<br />
Sameiro pela simples ancia do exibicionismo.<br />
Com o intuito aparênte <strong>de</strong> consagrar<br />
é radicar mais a submissão<br />
cultual por um facto que a ciência,<br />
a razão e a istoría repelem para o<br />
domínio do absurdo e irrizorio, não<br />
fês mais do que patenteár a sua<br />
força e a sua audacia com o orgulho<br />
inflexível <strong>de</strong> quem vê aluir e<br />
findar irremedialmente o arbitrario<br />
po<strong>de</strong>rio e a supremacia intranzijente<br />
d'outr'ora.<br />
A singular ipocrizia com que<br />
preten<strong>de</strong>u exaltar a fé n'essa manifestação<br />
injustificável não mascarou<br />
e ocultou também a manigancia<br />
capcióza das vaida<strong>de</strong>s e interésses,<br />
postos em jogo, e bem altos e evi<strong>de</strong>ntes<br />
para atestar irredutivelmente<br />
a vilêza e a insincerida<strong>de</strong> dos seus<br />
propózitos.<br />
Todavia, repetimos, a reação<br />
'cercada das regalias e privilejios,<br />
que n'este pais largamente se conce<strong>de</strong>m<br />
a tudo o que se bazeie n'um<br />
principio inaceitavel e mau, teve<br />
os seus momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sforçado<br />
triunfo.<br />
Para que fosse o mais retumbante<br />
possivel não faltárão, n'um<br />
espirito <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> disciplinada,<br />
as simpatias excepcionais d'altissimas<br />
figuras, o concurso unanime<br />
dos chefes da Igreja, o beaterio<br />
aristocrático e galanteios núcleos<br />
d'organização clerical e a comparência<br />
ou a<strong>de</strong>são dos seus elementos<br />
d'ação.<br />
E' certo. Mas não obstante isso<br />
este triunfo foi simplesmente <strong>de</strong><br />
farça.<br />
Repare-se nessa Aca<strong>de</strong>mia em<br />
que por vezes se <strong>de</strong>u largas a uma<br />
loquacida<strong>de</strong> inconveniente e inverozimil,<br />
atente-se na macaqueação<br />
reles ç^ridicula, sem objetivos muito<br />
<strong>de</strong>votos, das procissõis noturnas<br />
á Lour<strong>de</strong>s, e n'esses cortejos, acentuadamente<br />
pagãos, que constituirão<br />
nóvos e in<strong>de</strong>fetiveis <strong>de</strong>poimentos<br />
da mariolatria com essa mirabolante<br />
cena da coroação, que não<br />
veio a ser o fecho apoteotico da<br />
pantomima, como se projetava, em<br />
virtu<strong>de</strong> da inabalavel e impassível<br />
contrarieda<strong>de</strong> da Natureza.<br />
Dir-nos-ão porem que nem tudo<br />
foi exteriorização ufanante, nem<br />
conquista astucióza <strong>de</strong> certos fins,<br />
ainda ocultos, dada a afluência respeitável<br />
dos fieis a manifestar o<br />
crescente e arraigado sentimento<br />
religiôzo da nação.<br />
O'! não nos iludamos.<br />
Essa multidão que acorreu ás<br />
chamadas festas jubilares não reprezenta<br />
o fervor da crença, mas personifica<br />
a Inconsciência que, aproveitando<br />
o ensejo excelente, se precipitou<br />
naturalmente para o <strong>de</strong>sfrute<br />
d'um íestival raro com <strong>de</strong>slumbramentos<br />
espetaculózos e pompózos,
2 REZISTENCIA — Domingo, 19 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 15ÍOI<br />
São sempre <strong>de</strong> reconhecido interesse<br />
para as localida<strong>de</strong>s que as promovem as expoziçõis<br />
e <strong>Coimbra</strong> como centro <strong>de</strong> uma<br />
granne e rica rejião agrícola, mais interésse<br />
<strong>de</strong>ve ter.<br />
E' <strong>de</strong> esperar que oste certamen seja<br />
muito concorrido e que os srs. agricultores<br />
venhão dar-lhe o brilho e a importancia<br />
que meréce.<br />
0 sr. Sertório Monte Pereira virá<br />
durante a expozição fazer uma conferencia<br />
sebre A agricultura e o Comercio em<br />
Portugal.<br />
Esta conferencia é esperada com interésse<br />
porque o sr. Sertório Monte Pereira<br />
é o dirétor do mercado central, e<br />
! Monárquicos e republicanos<br />
que profundamente impressiónão a ]<br />
aima popular, e para um pequeno 1<br />
gjzo <strong>de</strong> tréguas na lufa-lufa incessante<br />
da vida penózi e amarga.<br />
Eis a pura verda<strong>de</strong>.<br />
Aí fica pois reduzida aos seus<br />
justos limites essa clamoróza comemoração<br />
do dogma da Imaculada<br />
sobre que principia a c;:ír o pczado<br />
silencio do passado. Felismente que<br />
assim succc<strong>de</strong> a tudo aquilo qne não<br />
assenta na solidês in<strong>de</strong>strutível <strong>de</strong><br />
principios e fatos que ténhâo um<br />
fim mais nobre, mais jenerôzo, mais<br />
úmanitario.<br />
Certo que o esquécimento dos<br />
ómens e a justiça da istória serão<br />
implacaveis para tais repugnancias<br />
ignóbeis e irritantes entre as quais<br />
fica avultando essa monstruóza<br />
Farçada.<br />
Votár nos candidátos monárquicos<br />
é cometer uma traição.<br />
Porque é votár por um rejimen<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spotismo e <strong>de</strong><br />
crápula coiiíra o pais oprimido<br />
e roufeádo.<br />
Industria contestada<br />
0 Conimbricense, num arligo com respeito<br />
ás referencias d cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
trás a seguinte trancrição <strong>de</strong> Camilo<br />
Castélo Branco a propózito <strong>de</strong> Carlota<br />
Lady Jackson autora <strong>de</strong> A formóza Luzitania<br />
traduzida por êle do inglês:<br />
« Esta senhora ouve se jenerózamente<br />
Com a princêza do mondègo, Não é esse<br />
o costúme dos óspe<strong>de</strong>s inglèzes. Richard<br />
Twiss, que estève em <strong>Coimbra</strong> em 1773,<br />
ómem <strong>de</strong> lètras, escreveu um enorme<br />
livro ácerca <strong>de</strong> Portugal e Espanha, <strong>de</strong>dicando<br />
a <strong>Coimbra</strong> as seguintes cinco linhas<br />
: « <strong>Coimbra</strong> ê uma <strong>Universida<strong>de</strong></strong> si-<br />
« tuada num monte, pérto do rio Mon-<br />
» dègo, sobre o qual córre uma ponte<br />
« muito comprida e baixa, com muitos<br />
« arcos gran<strong>de</strong>s e pequênos. Rezi<strong>de</strong>m<br />
« aqui cinco familias inglêzas, uma das<br />
€ quais pertence a um médico. Esta ciai<br />
da<strong>de</strong> è celebrada pelos seus curiózos<br />
« cópos e caixas <strong>de</strong> corno polido ». This<br />
city is celebrated for its curious cups and<br />
boxes of turned horn. »<br />
Várias vézes têmos visto estra transcrição<br />
<strong>de</strong> Richard Twiss, sempre aprezentada<br />
em ar <strong>de</strong> duvida.<br />
Não á nada mais verda<strong>de</strong>iro: em<br />
<strong>Coimbra</strong> fazião-se no século XVIII obras<br />
<strong>de</strong> corno polido, que passávão por excelentes,<br />
e os trabalhos nacianais ocupando-se<br />
das industrias <strong>de</strong>sta boa terra não<br />
<strong>de</strong>ixávão passar esta sem o <strong>de</strong>vido encarecimento.<br />
As caixas e cópos <strong>de</strong> pau do ar, como<br />
mais polidamente dizião os autores porluguêzes,<br />
fabricavão-se em gran<strong>de</strong> cópia,<br />
(é ainda a mesma polida linguajem)<br />
na rua do Coruche, ôje Viscon<strong>de</strong> da Luz.<br />
Porque <strong>de</strong>zapareceria a industria ?<br />
Com o alargamento da rua ?<br />
Esse é o problema . . .<br />
Expozi.ção Agrícola<br />
Des<strong>de</strong> já se recebem os produtos <strong>de</strong>stinados<br />
á Exposição agiicola do distrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, na Escola <strong>de</strong> Agricultara e<br />
no estabelecimeuto dos srs. Nazareth &<br />
Filho na rua Ferreira Borjes n. cs Façamos o confronto. Marquemos a<br />
superiorida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>putados republicanos<br />
e as vantajens incalculáveis que ao pais<br />
advorião das suas eleiçõis.<br />
Façamos o confronto, dissémos, e<br />
não sabemos bem se o confronto é permitido<br />
entre ómens livres que reprezenlão,<br />
em toda a sua ptirêza, um gran<strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> altíssimas reivindicaçõis, e os<br />
subalternos <strong>de</strong> emprêzas exploradoras,<br />
escravos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das suas ambiçõis,<br />
dos seus interesses e dos seus chefes.<br />
Na lista républieâna todos os nomes<br />
<strong>de</strong>stàcão com indiscutíveis merecimentos,<br />
Quazi todos se provárão já nas li<strong>de</strong>s parlamentares<br />
lutadores <strong>de</strong> envergadura<br />
superior, ê a sua obra <strong>de</strong> saneamento<br />
eficás e <strong>de</strong> protesto salutar<br />
vinca uma excéção nolavel na vida charra<br />
ê ignóbil da chamada representação nacional,<br />
E tão gran<strong>de</strong> foi o alarme que<br />
a sua ação provocou, tantos os sustos<br />
que as suas vózes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e sevéros<br />
<strong>de</strong>spertárão, num alvoroço pávido,<br />
que os serventuários da realeza chegarão<br />
ao supremo <strong>de</strong>scáro <strong>de</strong> aventárem e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem<br />
a doutrina <strong>de</strong> que é preeizo<br />
impedir a entrada dos républicànos no<br />
parlamento.<br />
Os <strong>de</strong>putados monárquicos não rereprezentão<br />
os interesses peculiares do<br />
seu circulo nem os interesse jeraís do<br />
pais: répezentão apenas a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />
oartido, os seus interesses e as suas ambiçõi>.<br />
Não têm liberda<strong>de</strong>: proce<strong>de</strong>m<br />
sob ór<strong>de</strong>m dta seus chéfes. Não têm<br />
consciência ; ob tdécem a motivos pequênos<br />
<strong>de</strong> conveniências. Não têm o culto<br />
dum i<strong>de</strong>al: têm <strong>de</strong>voção das personalida<strong>de</strong>s<br />
que pó<strong>de</strong>m garantir-lhes a vida<br />
fácil e ostentóza da madraçaria burccratica.<br />
A sua obra está patente : inútil, baixa,<br />
criminóza. Raro um lampéjo <strong>de</strong> eloquência,<br />
raríssimo um assomo <strong>de</strong> brio<br />
dão á discussão parlamentar o aspéto interessante,<br />
duma pugna on<strong>de</strong> se bátão<br />
consciências e on<strong>de</strong> brilhem espíritos.<br />
Não são uma falange: são um rebanho.<br />
Não são lejionários duma i<strong>de</strong>ia:<br />
são carneiros.<br />
Não viérão do sufrájio e da vonta<strong>de</strong><br />
consciente e livre do pais : viérão da protéção<br />
e da complacência do Ministério do<br />
Reino,<br />
Uma Associação comercial <strong>de</strong>nominou,<br />
á tempos, o parlamento um synédrio<br />
<strong>de</strong> inconfessáveis interésses. E <strong>de</strong> âno<br />
para âno esse sinédrio tem <strong>de</strong>scido á<br />
condição duma baiúca perigóza, on<strong>de</strong> se<br />
tramem atentados e se ensaiem c<br />
20 e 24.<br />
Devem ser acompanhados <strong>de</strong> uma<br />
guia e po<strong>de</strong>m ser enviados a qualquer dos<br />
pontos indicados, conforme melhor convenha<br />
aos srs. Expositores.<br />
#<br />
j  T í m<br />
Na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nos dias<br />
15, 16 e 17 <strong>de</strong> junho, fizéiam átos e<br />
ficaram aprovados os seguintes académicos<br />
:<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teolojla<br />
1.° ano—2.<br />
nas <strong>de</strong><br />
facádas.<br />
E' um antro.<br />
Por isso os <strong>de</strong>putados républicànos<br />
apavórão. Vózes severas que irião conclamar<br />
a verda<strong>de</strong>, com todo o brilho da<br />
intelijencia e com todo o po<strong>de</strong>r da conciencia,<br />
é preeizo sufocar-los, impedir que<br />
se fáção ouvir ómens in<strong>de</strong>pêndêntes, partidarios<br />
dum i<strong>de</strong>al que não reconhece<br />
outra soberania que não séja a do país,<br />
estávão <strong>de</strong>zembaraçádos para articular<br />
todo o formidável libelo contra as corruçõis<br />
famózas do rejimen.<br />
Para lonje, pois, faça-se o silêncio.<br />
Ouça-se apenas a linguajem pautada dos<br />
serventuários. Minta-se ao pais, e estreite-se<br />
a coligação dos que ão-<strong>de</strong> exploralo<br />
e envergonhá-lo.<br />
Mas o pais pô<strong>de</strong> afirmar bem alto a<br />
sua soberania e o seu protésto. Para os<br />
expoliados abre-se um ensejo <strong>de</strong> vindicta.<br />
Para os onéstos, os sãos, os patriotas<br />
proporciona-se um momento <strong>de</strong><br />
cumprir um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vêr civico.<br />
A' urna pelos candidatos<br />
republicanos!<br />
Trabálha-se átivamente nos festejos<br />
próximos da Rainha Santa, estando já<br />
organizadas muitas comissõis.<br />
Na Praça do Comércio, alem dasiluminaçõis,<br />
que prométem ser vistózas, averá<br />
um pavilhão <strong>de</strong> dança, e outro com um<br />
bazár a favôr da corporação dos guarda -<br />
nocturnos, que tão bons serviços estão<br />
prestando á cida<strong>de</strong>.<br />
De noite, em muitas ruas da baixa<br />
a ca<strong>de</strong>ira—Eduardo Augusto<br />
Fei reira Senrela, Jozé Francisco<br />
Soares, Jozé Marques Dias Júnior, Antonio<br />
Rodrigues d'Oliveira, distinto.<br />
2.° ano — 3.* ca<strong>de</strong>ira — Antonio Augusto<br />
(distinto), Joaquim Correia Salgueiro<br />
(distinto), Jozé d'Almeida Correia,<br />
(distinto), Albertino Augusto da Silva.<br />
3.° ano—Jozé Celestino da Silva.<br />
4.° ano—Alfredo Lopes <strong>de</strong> Sequeira,<br />
Alvaro Ribeiro da Costa Sampaio, Américo<br />
Augusto da Conceição, Antonio Bernardo<br />
da Silva.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direita<br />
1.° ano — l. a ca<strong>de</strong>ira —Antonio Pedro<br />
Nunes Coelho Sampaio, Antonio Pedro<br />
da Silveira Bagulho, Antonio <strong>de</strong> Amorim<br />
Jirão, Baltazar Enriques dos San'os, Caetano<br />
Tavares Afonso e Cunha, C irlos Alberto<br />
Nunes <strong>de</strong> Velez Juzarte Rolo, Francisco<br />
Cotrim da Silva Garcez, distinto.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
2. 4 ca<strong>de</strong>ira—João Canito <strong>de</strong> Oliveira,<br />
João <strong>de</strong> Espregueira da Rocha Paris,<br />
João Maria da Cunha Barboza, João Pe<br />
dro Emauz Leite Ribeiro, Jorje Paes Teles<br />
<strong>de</strong> Utra Machado, Jozé Afonso <strong>de</strong><br />
Lemos Albuquerque, Jozé d'Almeida Euzebio.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
3. a ca<strong>de</strong>ira — João Franco, Antonio<br />
Pereira da Silva, Xavier da Sitva Júnior,<br />
Baltazar <strong>de</strong> Almeida Teixeira, Alvaro<br />
Xavier <strong>de</strong> Castro, Erlan<strong>de</strong>r Serze<strong>de</strong>lo<br />
Ferreira Ribeiro, Jozé Fre<strong>de</strong>rico Colaço,<br />
Carlos Olavo Correia d'Azevedo Júnior,<br />
Antonio Pereira <strong>de</strong> Figueiredo, Artur <strong>de</strong><br />
Sant'Anna Leite, Jozé Guilherme Pinto,<br />
Ponce <strong>de</strong> Leão, (distinto), Tomás <strong>de</strong><br />
Gamboa Ran<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Melo.<br />
2.° ano—5. a ca<strong>de</strong>ira — Adolfo <strong>de</strong> Sá<br />
Cardozo, Agostinho Luiz Rodrigues Lima,<br />
Alberto Fernan<strong>de</strong>s Lopes <strong>de</strong> Sepulveda,<br />
Alberto Vicente da Silva, Alfredo Rodrigues<br />
Coelho <strong>de</strong> Magalhães, Alfredo Torla<strong>de</strong>s<br />
0'Neil, Alvaro Cezar Correia Men<strong>de</strong>s,<br />
Alvaro dos Santos Pato.<br />
G. a ca<strong>de</strong>ira —João Machado da Silva,<br />
João Pedro <strong>de</strong> Sousa, Joaquim José d'01iveira,<br />
Joaquim Nunes ú'Oliveira, Jozé<br />
d'Almeida Barreiros Tavares.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
7." ca<strong>de</strong>ira—Alfredo Jozé Rodrigues,<br />
Antonio Pereira Gomes, distinto; Artur<br />
Jozé Ferreira, Fernando Ferreira <strong>de</strong> Matos,<br />
Francisco Manuel Pereira Coelho,<br />
Jermano Jozé d'Amorim.<br />
3 ° ano—Antonio <strong>de</strong> Magalhães Rarros<br />
<strong>de</strong> Araujo Queirós, Antonio Policarpo<br />
das Neves, Antonio S. da Cunha, Antonio<br />
Vicente Marçal Martins Portugal, Arnaldo<br />
Ferreira da Silva Guimarães, Artnr Cardozo<br />
da Silva, Artur Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ma<br />
tos, Augusto Euqui<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Menezes, Au<br />
gusto Gomes Moreira, Benjamin do Carmo<br />
Braga Júnior, Carlos Alberto Teixeira<br />
Direito.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
4.° ano—Antonio Lopes <strong>de</strong> Almeida,<br />
4ntonio Maria Sequeira Queirós, Antonio<br />
Máximo Branco <strong>de</strong> Melo, Antonio Torge<br />
<strong>de</strong> Figueiredo, Antonio Mesquita <strong>de</strong> Figueiredo,<br />
Antonio da Silva Dias, Artur<br />
<strong>de</strong> Moraes Carvalho, Augusto Cezar Pires<br />
<strong>de</strong> Lima.<br />
5.° ano—Aníbal Metelo <strong>de</strong> Nápoles e<br />
Lemos, Antonio Augusto da Silva Pires,<br />
Antonio <strong>de</strong> Azevedo Alai<strong>de</strong>, Antonio<br />
Brito Pereira <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>, Antonio Correia<br />
da Fonseca, Antonio Francisco Cor<strong>de</strong>iro,<br />
Antonio Ferreira Rebelo da Silva,<br />
Antorno Men<strong>de</strong>s Vaia Silva Carneiro,<br />
Manuel Antonio <strong>de</strong> Quadros.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira—Exames práticos—A<strong>de</strong>lino<br />
Rebelo Pinto Bastos, Alberto<br />
Carneiro Alves da Cruz, Alfredo Gonçalves<br />
Salvador, Alfredo Gue<strong>de</strong>s Coelho,<br />
Alvaro <strong>de</strong> Almeida Amorim, Anibal <strong>de</strong><br />
Melo e Corga, A<strong>de</strong>lino Rebelo Pinto Bastos,<br />
(distinto), Alberto Carneiro Alves da<br />
Cruz, (distinto).<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira—Antonio Batista dos Remedios,<br />
Jozé Joaquim <strong>de</strong> Morais Miranda<br />
(médicos por universida<strong>de</strong>s estranjeiras).<br />
2.° ano — 3. a Lemos, Arnaldo Vieira Neves Cruz, Carlos<br />
Balbino Dias.<br />
4.° ano — Cezar Augu to Freire <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong> Rego, Francisco Inácio Pereira<br />
<strong>de</strong> Figueiredo, João Marques dos Santos,<br />
João Pessoa Júnior.<br />
5.° ano—Exames teoricos — Augusto<br />
Rodrigues Almis, Filipe Cezar Augusto<br />
Baião, João Antonio Pinto Bagulho, Jozé<br />
<strong>de</strong> Carvalho Omem.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Matemática<br />
1ano—1 ,<br />
ca<strong>de</strong>ira -Nuno Freire<br />
a ca<strong>de</strong>ira — Luiz Augusto<br />
Cazimiro <strong>de</strong> Freitas, Francisco Pereira<br />
Dias da Fonseca (distinto); João Augusto<br />
Orneias e Vasconcelos, Jozé Maria Gomes<br />
Estima, Manuel Lopes Marçal Júnior, distinto.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira — Exames teoricos — Viriato<br />
Augusto Ta<strong>de</strong>u, Alvaro <strong>de</strong> Freitas<br />
Morna, distinto, Jozé Augusto <strong>de</strong> Beja<br />
Neves, Antonio Jozé Bernar<strong>de</strong>s Miranda.<br />
Exames práticos Eurico Cunha Barbelos<br />
da Silva, Jeronimo Pinto Montenegro<br />
Carneiro, Mário Gomes Saraiva, Miguel<br />
Vaz Pereira Pinto Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Bacelar.<br />
Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho—1.°<br />
ano— Carlos Ponce d'Oliveira Pires, Ernêsto<br />
Jozé Martins, Jozé <strong>de</strong> Sá Paes do<br />
Amaral, Domingos da Cunha Barboza,<br />
Jozé Joaquim Ramires. Raul Roque, (distinto),<br />
Raul Queimado Sousa, Alvaro <strong>de</strong><br />
Freitas Morna.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filoxofla<br />
1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira—Exames práti-<br />
'-cos—Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong> Melo, Fernando<br />
Baet;í Biscaia Barreto Roza, Carlos<br />
Elias da Costa Júnior, Acácio Armando<br />
<strong>de</strong> Souza, Anibal da Conceição da Costa<br />
e Silva, Pinto dos Afonso Aires <strong>de</strong> Gouveia<br />
Alcoforado, Francisco Pereira Dias<br />
da Fonseca, Francisco Rodrigues Muigachos,<br />
Bernardino <strong>de</strong> Sena Martins, Mário<br />
<strong>de</strong> Sá Chaves, Luis Emilio Ramires, Jozé<br />
Paulo Teixeira do Amaral.<br />
Faltaram a exame por motivo justificado<br />
cinco alunos.<br />
2.° ano—Periodo tranzitorio—Joaquim<br />
Antonio <strong>de</strong> Melo Castro Ribeiro, Miguel<br />
Pereira da Silva Fonseca, Armindo Afonso<br />
Tavares, Augusto Camossa Nunes Sal<br />
danha, Fortunato Gomes Leiça.<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira -Antonio Jozé Bernar<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Miranda, João Lapa Fernan<strong>de</strong>s, Manuel<br />
Jozé Abelho Telo Mexia, Licinio<br />
Cantarino Lima, distinto, Artur Arsênio<br />
d'01iveira Moreira, Jorje Aisenio d'01iveira<br />
Moreira, distinto.<br />
4.° ano—Zoolojia=Fernando Vasques,<br />
da Cunha Braancamp <strong>de</strong> Mancelos, Antonio<br />
Luis Pereira d'Almeida, Jozé Maria<br />
Barboza Tainagnini <strong>de</strong> Matos Encarnação.<br />
Escola <strong>de</strong> farmacia — 2." ca<strong>de</strong>ira—<br />
Arnaldo Pereira <strong>de</strong> Moura.<br />
3. a ACommissão eleitorál républicana<br />
<strong>de</strong> Sacavém espalhou profuzamente<br />
o manifésto seguinte :<br />
Áos eleitores do circulo 15.°<br />
Cidadãos:<br />
É cheg.ádo o momento em que somos<br />
chamados á urna para elejermos os <strong>de</strong>putádos<br />
qne dévem <strong>de</strong> futuro reprezentár<br />
o brio e dignida<strong>de</strong> da Nação Portuguêza.<br />
Por isso, é <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> tôdos os cidadãos<br />
onéstos, escolherem ómens sem eiva nem<br />
macula; um partido <strong>de</strong>.ómens puramente<br />
nóvos, e evilármos por éste meio que<br />
continuem no podêr os vendilhõis que<br />
pelos seus procéssos, nos teem <strong>de</strong>sgraçádo,<br />
tais como: contraindo empréstimos<br />
que para pagármos os juros nos sobrecarrêgão<br />
com pezadissimas contribuíçõis<br />
e termos que pagar por alto preço<br />
os jeneros alimentícios, e lá está o<br />
fisco com as suas garras <strong>de</strong>voradoras que<br />
a toda a óra nos ameaça levar o couro e<br />
•oabêlo.<br />
Devemos pois, repelir todos esses<br />
ómens que só teem ido ao podêr para<br />
explorarem aquêles que tudo produzem<br />
e nada possuem. Substituil-Òs por ómens<br />
que tomem em consi<strong>de</strong>ração as tres<br />
principais forças vitais que fazem a riquéza<br />
<strong>de</strong> uma Nação, tais como: a agricultura,<br />
a industria e o comércio, quando<br />
bem <strong>de</strong>zenvolvidas. Que protéção teem<br />
os governos prestado a estas tres fontes<br />
<strong>de</strong> riquéza? Nenhuma. Teem menosprezado<br />
tudo e todos, <strong>de</strong>sequilibrando totodas<br />
as finanças pelo <strong>de</strong>vorismo no meio<br />
da orjia em que teem vivido.<br />
Os dirijentes da atualida<strong>de</strong> não teem<br />
senão programas <strong>de</strong> exploração e não <strong>de</strong><br />
protéção, como se <strong>de</strong>via prestar ao trabalhador<br />
rural, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tenra ida<strong>de</strong><br />
não fás senão trabalhar e produzir em<br />
beneficio <strong>de</strong> todos. Qual a sua reçompensa<br />
quando já não tem forças? Atirar<br />
com ele para a rua como a uru cão vadio<br />
e lrzarerito. Eis aqui rezumido em poucas<br />
palavras as recompensas que temos tido<br />
e continuaremos a ter <strong>de</strong> tais govêrnos,<br />
se continuarem no podêr. Por isso, é<br />
necessário que todos os cidadãos se compenetrem<br />
da urjente necessida<strong>de</strong> que temos<br />
<strong>de</strong> levar ao parlamento <strong>de</strong>putados<br />
republicanos! Para isso, todo o cidadão<br />
português <strong>de</strong>ve cumprir o seu <strong>de</strong>vér.<br />
A urna pois, em 20 <strong>de</strong> Junho!<br />
A Comissão Paroquial Republicana<br />
Democratica, <strong>de</strong> Sacavém.<br />
ca<strong>de</strong>ira—Joaquim Vieira <strong>de</strong> Souza. Circo Portuense<br />
Continua funcionando na Portajem<br />
Votar pelos candidatos ré sempre com regular concorrência.<br />
pubSieanos é votar pela patria, No passado dia 10 veio juntar-se a<br />
vilipendiada e cuspida pelo esta companhia, o sr. Enrique Lustre,<br />
rejimen.<br />
diretor <strong>de</strong> circos no Brazil, trazendo<br />
também seus dois filhos. Chiquinho e Zézinho,<br />
trabalhando ainda neste dia o Zézinho,<br />
que é o mais pequeno jinásta que<br />
O maior do mundo !<br />
temos visto: os seus trabalhos foram difíceis,<br />
mas saiu-se d'eles admiravelmente<br />
Escreve o Diário <strong>de</strong> Noticias: colhendo colorozas palmas.<br />
No di? 13 trabalharão os dois, em<br />
mt. S^ouis, 29 <strong>de</strong> maio. —São Luis<br />
duplo-trapezio, saindo-se bem dos seus<br />
é consi<strong>de</strong>rada pelos americános como a<br />
trabalhos.<br />
mais orgulbéza e a mais ambicióza cida<strong>de</strong><br />
dos Estados Unidos da jAmerica.<br />
A direção, para mostrar o seu reco-<br />
Até agora, ufanava-se éla das suas 5:000<br />
nhecimento ao publico d esta cida<strong>de</strong>, tem<br />
fabricas; da sua gare <strong>de</strong> mercadorias que<br />
aprezentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quinta feira passada<br />
é a maior do mundo, da sua produção <strong>de</strong><br />
um bravo touro e a pantomima a feira<br />
carris <strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> tramways (muitos<br />
<strong>de</strong> Sevilha, repetindo-se oje novamente.<br />
dos quaie ancião no jiro das ruas <strong>de</strong> Lis-<br />
A companhia tencionava retirar-se<br />
boa) e queé a maior do mundo; das suas<br />
no dia 13, mas em atenção ao publico<br />
duas enormes manufátúras <strong>de</strong> tabáco,<br />
conimbricense que tem sido muito ama-<br />
que são as maiores do mundo; da sua<br />
vel para com eles, rezolveu conservar-se<br />
fabricação <strong>de</strong> produtos quimicos, que é a<br />
n'esla cida<strong>de</strong> até oje, retirando ámanhã<br />
maior do mundo; do seu mercado <strong>de</strong> gado<br />
para a feira d'Évora.<br />
muar e cavalar, que é o maior do mundo;<br />
e, finalmente, da sua exportação <strong>de</strong> caixões<br />
<strong>de</strong> enterro, que é também a maior Publicações<br />
do mundo. Um belo dia. São Luiz teve<br />
a idéa <strong>de</strong> celebrar o centenário da com- Poéticos Lamentos — por Luciano<br />
pra da Louiziana, organizando uma ex d'Araujo, Versos feitos entre os quinze e<br />
pozição seria, pozitivamente, a maior ex- vinte anos.<br />
pozição do mundo.<br />
Recebemos este livro do seu autor,<br />
versos da mocida<strong>de</strong>, em que á referencia<br />
é sua vida <strong>de</strong> estudante e é melancólica<br />
paizájem <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, é editado<br />
editados pela tipografia Castro & Irmão.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos a oferta.<br />
ouvem-se as vózes dos ranchos a ensaia<br />
r-se até altas óras.<br />
Tudo prométe que os festejos serão<br />
animadíssimos.<br />
Os candidátos républicanos<br />
são representantes dum i<strong>de</strong>al<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> justiça, os can<br />
didátos monárquicos ajentes<br />
das quadrilhas que, segundo<br />
o sr. líias Ferreira tem explotem<br />
trabalhos especiais no sentido da co- | rado o país.<br />
locação dos nossos produtos agrícolas, I iSscolhão.<br />
Temudo, Serjio Ferreira da Rocha Calisto,<br />
Viriato Borjes dos Santos Monteiro,<br />
Abel Pais Cabral.<br />
5. a ca<strong>de</strong>ira —Exames práticos—Alvaro<br />
<strong>de</strong> Gamboa Fonseca e Costa, Ama<strong>de</strong>u<br />
Marques <strong>de</strong> Moraes, Antonio Anibal <strong>de</strong><br />
Araujo Esmeris, Antonio Trinda<strong>de</strong>, Augusto<br />
Cezar da Silva Ferreira, Custodio<br />
<strong>de</strong> Almeida Henriques, Alvaro <strong>de</strong> Gamboa<br />
Fonseca e Costa, Ama<strong>de</strong>u Marques<br />
<strong>de</strong> Moraes.<br />
3.° ano — Antonio da Cunha Saraiva<br />
<strong>de</strong> Oliveira Batista, Arnaldo Nogueira<br />
So el-rei D. Carlos tem ido, lá vinha<br />
St. Louis gabar-se dc ter o monarca<br />
mais gordo-do mundo.<br />
O mais gordo?! O mais gordo, o<br />
mais intelijente e o mais formôzo.<br />
Formózo e inconstante, que sempre<br />
em monárcas portuguêzes a formozura<br />
andou a par com a inconstância...<br />
O' Carlos!<br />
Só os <strong>de</strong>putados républicanos<br />
po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o país.<br />
Porque so êles não têm a embaraça-los<br />
a preocupação subserviente<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fendêrem o país.<br />
Gazeta das Al<strong>de</strong>ias —- Recebemos o<br />
n.° 441 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong>ste bem redijido<br />
jornal <strong>de</strong> propaganda agricola, <strong>de</strong><br />
que é diretor e proprietário o sr. Julio<br />
Gama.<br />
E' o jornal que mais serviços tem<br />
prestado aos lavradores com a publicação<br />
<strong>de</strong> conhecimêntos úteis ao alcance <strong>de</strong><br />
todos. Recomendamo-la aos nossos assinantes.<br />
Para as creanças — Recehcmos Q
\<br />
agra<strong>de</strong>cemos o n.° 59 da M. a série e<br />
d'este bonito livrinho, <strong>de</strong> que é autora<br />
a sr. a D. Ana <strong>de</strong> Castro Ozono.<br />
Recomendamo lo a todos os nossos<br />
assinantes por ser um livrinho que contém<br />
contos bonitos e proprios para formarem<br />
a alma das creanças.<br />
Os pedidos <strong>de</strong>vem ser dirigidos a<br />
1). Ana <strong>de</strong> Castro Ozorio em Setúbal ou<br />
ao <strong>de</strong>pozito em Liboa, Rua Reato Batista<br />
M; B. C,<br />
0 Munda Elegante — Sumario do<br />
numero 12, correspon<strong>de</strong>nte a 5 <strong>de</strong> junho:<br />
Texto — Marquez <strong>de</strong> [Jnhão —<br />
Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Vi'a Real e <strong>de</strong> Melo, por D.<br />
Olga Morais Sarmento da Silveira. —<br />
Correio da Moda e èleganda, por mes<strong>de</strong>moiselles<br />
Amélia e Erminia <strong>de</strong> Souza. —<br />
Salõis portuguezes e brazileiros, por<br />
Amarílis <strong>de</strong> Castro. ----- Personalida<strong>de</strong>s<br />
brazileiras, D. Luiz Bispo d'01inda (Pernambuco),<br />
dr. Pinheiro Lima. Luis G.<br />
Azevedo, dr. Pedro Arbues da Silva, dr.<br />
Franco da Rocha, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sapueahy,<br />
por A. <strong>de</strong> Souza. — Crónica Pariziense.<br />
— Brieux e a crize do casamento. —<br />
Porque é que os omens fojem do cazamento.<br />
— A caça ao dote. — O amor<br />
mo<strong>de</strong>rno. — O que as mamãs <strong>de</strong>vião<br />
fazer —O remedio para apanhar noivos,<br />
por Xavier <strong>de</strong> Carvalho. — Vida Mundana<br />
Pariziense. — As corridas <strong>de</strong> cavalos<br />
em Chantiily. — O premio <strong>de</strong><br />
Diana e o do Jockey- CÍeb por M. Ermínia<br />
<strong>de</strong> Souza. — Os nossos figurinos,<br />
por mes<strong>de</strong>moiseles Amélia e Erminia <strong>de</strong><br />
Souza. — Galeria infantil, por ***. —<br />
QMjlhafre. — Conto, por Eça <strong>de</strong> Queixfa.<br />
— Conselhos práticos. — Ueceita^<br />
úteis, meio par i evitar a umida<strong>de</strong> nas<br />
mãos pela cou<strong>de</strong>ssa Valentina. — Facécias,<br />
por João Rizonho. — Paris-Portugal-Brazil.<br />
— A nossa carteira, por Rigoleto.<br />
Gravuras—Atriz Palmira Bastos (na<br />
capa). — Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Vila Real e<br />
<strong>de</strong> Melo. — Marqueza <strong>de</strong> Unhão. — D.<br />
Luiza Caria (Almedina) no baile <strong>de</strong><br />
téles realizado em casa <strong>de</strong> sua mãe a<br />
ex. ma sr. a Con<strong>de</strong>ssa d'Almedina. — D.<br />
Luiz-Bispo <strong>de</strong> Olinda (Pernambuco), dr.<br />
Pinheiro-Lima. — Luiz G. Azevedo, dr.<br />
Pedro Arbues da Silva, dr. Franco da<br />
Rocha. — Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sapueahy. —<br />
Ma<strong>de</strong>moisele Maria Madalena M. da<br />
Fonseca, Costume <strong>de</strong> leiteira. — Ma<strong>de</strong>moisele<br />
Perestrelo <strong>de</strong> Vasconcelos, costume<br />
<strong>de</strong> Fedora. — Mes<strong>de</strong>moiseles Yvonne<br />
<strong>de</strong> Carvalho e O<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Carvalho, coslu<br />
me Empire, — Ma<strong>de</strong>moisele Blanche <strong>de</strong><br />
Mante, atris do teatro da Opera <strong>de</strong> Paris<br />
— Dezenove mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> modas compreen<strong>de</strong>ndo.<br />
— Toiletes <strong>de</strong> passeio, <strong>de</strong><br />
visitas, <strong>de</strong> Casino, <strong>de</strong> termas, <strong>de</strong> Campo,<br />
taúeur, etc,, para senhoras e creanças.<br />
Musica — Aline, valsa para piano,<br />
por Strauss.<br />
Folha supplementar clorida — Duas<br />
.elegantes toiletes <strong>de</strong> passeio, cazino e<br />
regatas.<br />
O Mundo Elegante, assina-se em todas<br />
as livrarias <strong>de</strong> Portugal e Brazil ou pedindo<br />
a assinatura diretamente para Paris,<br />
dirigindo se a A. <strong>de</strong> Souza, 30 bis,<br />
rue Berjére. Preço por ãno ou ou 24<br />
números ti,000 réis, moeda portuguêza.<br />
Revista Internacional. — Estácauzando<br />
sensação, no nosso meio literário e artístico,<br />
esta intemerata e brilhante Revista,<br />
on<strong>de</strong> colabórão Os mais ilustres escritores<br />
portaguezes e on<strong>de</strong> a critica é feita<br />
com vigor e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia verda<strong>de</strong>iramente<br />
notáveis.<br />
28) FolMim da "BEZI8TEÍS1A,,<br />
0 EXCOMUNGADO<br />
IV<br />
Boçlie-Corbon em guémi<br />
Ombert amava Catarina <strong>de</strong> mais para<br />
não ficar impressionado com o espétáculo<br />
que se aprezentou a seus olhos, quando<br />
entrou no quárlo em que estáva a castelã.<br />
A cabêça <strong>de</strong> Catarina estáva <strong>de</strong>.-cubérta,<br />
os cabelos soltos, Maria apoiáva-a<br />
sobre o seu seio e olháva para éla com<br />
uma expressão tocante <strong>de</strong> dôr.<br />
A alitú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Catarina exprimia a fadiga<br />
e o abatimento, que lhe tinhão cauzádo<br />
tantas emoçõis seguidas, os braços<br />
caião-lhe sem força para os ládos, tôdo<br />
o corpo estáva inclinado; dir-se-ia qne a<br />
vida tinha abandonado aquêle bélo corpo.<br />
Ao dár com éste espétáculo a palidês<br />
passou das fáces <strong>de</strong> Catarina para as do<br />
barão. Apróximou-se lentamênte, quázi<br />
a tremêr. A castelã levantou dôcemênte<br />
os ólhos para êle, baixou-os lógo, e os<br />
ábios mormurárão algumas palávras que<br />
Ião fôrão ouvidas, •<br />
O tercsiro numero, que temos á vista,<br />
nào <strong>de</strong>smerece d ^ í publicados. Ocupase<br />
largamente da Expozição <strong>de</strong> Belas<br />
Artes; dá um soberb > artigo áeerca do<br />
Livro Proibido, e <strong>de</strong> outras obras ultimamente<br />
vindas á lus; publica uma esplendida<br />
crónica hteraria do^Brazil, firmada pelo<br />
brilhante escritor Raul <strong>de</strong> Acevedo; versos<br />
<strong>de</strong> D, João da Camara, Ribeiro <strong>de</strong><br />
Carvalho e Gomes Leal; e além <strong>de</strong> outros<br />
artigos, uma secção <strong>de</strong> Notas e critica on<br />
<strong>de</strong> não falta <strong>de</strong>sassombro e critierio.<br />
A Revista Internacional vem também<br />
largamente ilustrada, dando-nos o retrato<br />
do pintor David <strong>de</strong> Melo e o quadro<br />
Na missa Nôtre D ame, do mesmo artista<br />
e reprodução excelente das télas <strong>de</strong> elrei,<br />
José Malhoa, con<strong>de</strong>ssa dc Alto<br />
Mearim e outros pintores que concorre»<br />
rem á ultima Exposição <strong>de</strong> Belas Artes.<br />
E', como se vê, um numero <strong>de</strong>stinado<br />
a gran<strong>de</strong> sucesso.<br />
A redaçâo é na Rua da Vitoria, 4 2,<br />
2.° Disboa Cada numero custa a penas<br />
60 réis.<br />
Boletim Tipográfico — 0 «Boletim Tipográfico»<br />
única publicação portuguêza <strong>de</strong><br />
fot( grafia, e pequena ilustração <strong>de</strong> luxo<br />
entrou no seu 5.° ano,<br />
0 números que temos á vista, 40 e<br />
50 são um primor iTedição. Em tipo irio<strong>de</strong>rno,<br />
com dispozição <strong>de</strong> gosto, gravuras<br />
d'inexcedivel fatura, está bem a par<br />
<strong>de</strong> tudo que no jenero á <strong>de</strong> melhor.<br />
O seu texto é uma constante recompilação<br />
<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s fotográficas, processos<br />
e formulas. E os amadores que<br />
são aos centos e os profissionais que tem<br />
o seu tempo mais ou menos tomado, encontrarão<br />
na sua rapida e substancial<br />
leitura ensinamento e informação que<br />
baste para estarem sempre a par dos<br />
mais mo<strong>de</strong>rnos modos <strong>de</strong> operar e das<br />
ultimas invençõis e aplicaçõis da fotografia.<br />
E\ repetimos, o «Boletim tipográfico»<br />
dirijido por Arnaldo Fonseca e editorado<br />
por Worm & Roza, uma publicação especialmente<br />
util e perfeita.<br />
Repara... Lê.. • Trata-se<br />
HEZfSTEMCIA—l>ominjS?o,19 <strong>de</strong> .Junho <strong>de</strong> ÍOOI 51<br />
dos teus interesses<br />
±2 amos são passados<br />
<strong>de</strong>pois «pie<br />
As c mstipaçõis, bronquites, rouquidõis<br />
asma., tosses, coqueluche, influenza e outros<br />
encornodos dos orgãos respiratórios.<br />
Se atenúão sempre, e cúrão as mais<br />
das vêzes com o uzo dos Sacaroli<strong>de</strong>s<br />
d'alcatrão, compostos (35 e Íí o çãílos<br />
SliJags^-ízos) on<strong>de</strong> os ifeitos maravilhosos<br />
do alcatrão, jenuinamente medicinal,<br />
junto a outras substancias apropriadas,<br />
se evi<strong>de</strong>nceíão em toda a sua salutar<br />
eficácia.<br />
E tanto assim, que os bons rezultádos<br />
obtidos com uzo dos Sacharoli<strong>de</strong>s d'alcatrão,<br />
compostos (BS.eí»«»çádos Milagrosos)<br />
são confirmádos, não só por<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas que os têem uzádo,<br />
mas também por abalizados facultativos.<br />
Farmácia Oriental — S. Lazaro — Porto<br />
Caixa, . avulso, no Porto, 200 réis;<br />
pelo correio ou fóra do Porto, 220 réis.<br />
Este olhar dolorôzo fês cair Ombert<br />
<strong>de</strong> joelhos; não disse uma palávra, pegou<br />
com precaução na mão <strong>de</strong> Catarina, levou-a<br />
em silêncio aos lábios, e fês sinal<br />
a Maria para se retirar.<br />
Maria levantou-se, olhou muitas vêzes<br />
para a âma, chegou á pórta, levantou a<br />
tapessaria e <strong>de</strong>itou um ultimo olhár a<br />
Catarina, que désta vês sorriu lévemènte<br />
para a sua favorita.<br />
Ombert assentou-se no escabélo que<br />
Maria acabáva <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar e, abraçando<br />
Catarina, disse-lhe docemente:<br />
— Não perdoarás náda á violência<br />
dum amôr que é todo teu? Pois não vejo<br />
que me âmas? Acázo te pedi explicaçõis<br />
da cêna extrânha que prezenciei? Um<br />
mendigo, que me via contar a ôlho o<br />
gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> vassálos, que ando<br />
juntando para nos vingarmos da abadia,<br />
avizou me qne ao pé <strong>de</strong> ti estão dois relijiózos!<br />
Chego furiôzo e encontro-os"<br />
Mesmo antes ae 'cefthecêr a naturêza do<br />
ultraje, voei 11a sua piúgáda para te vin<br />
gar. Fujirão-me.<br />
Se Catarina não estivésse já prevenida<br />
por Maria, a alegria po<strong>de</strong>ria trai-la; mas<br />
observáva-se a si mèsma com cuidado,<br />
e o seu ròsto ficou <strong>de</strong> jêlo.<br />
— Mas esta tar<strong>de</strong> o mosteiro será<br />
reduzido a cinzas • • Catarina, disse <strong>de</strong>-<br />
AOS QUE SOFREM<br />
A todos aquêles que sofrêrem <strong>de</strong><br />
dores no estomago, no figado, <strong>de</strong>zarranjo<br />
dos intestinos, dôres <strong>de</strong> cabeça, <strong>de</strong>zanmo,<br />
cançeiras.indijestõis e moléstias nervozas,<br />
aconselho o uzo das pilulas antidispéticas<br />
do dr. Heinzelman, remédio elaborado<br />
com vojetais do Brazil, como o<br />
único e mais eficás dos remedios conhecidos<br />
para curar rapidamente as moléstias<br />
já <strong>de</strong>zígnadas. Em minha numeroza clinica<br />
tenho colhido os mais surpreen<strong>de</strong>ntes<br />
rezultados.<br />
Dr. Abel M. Faria.<br />
Encontram-se nas bôas farmacias.<br />
Ajentes em <strong>Coimbra</strong> srs. Rodrigues da<br />
Silva & C. a R. Ferreira Borjes.<br />
Penitenciaria Central<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Fas-se publico que no dia 20 do<br />
corrente pelas 12 oras da manhã se<br />
á<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r em asta publica á<br />
arrematação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras para a<br />
oficina <strong>de</strong> marceneiross.<br />
As condiçõis estão patentes na<br />
secretaria da Penitenciaria todos os<br />
dias úteis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 10 oras da manhã<br />
ás 3 da tar<strong>de</strong>.<br />
Penitenciaria da <strong>Coimbra</strong> 4 <strong>de</strong><br />
Junho <strong>de</strong> [904.<br />
O Diretor<br />
José Miranda<br />
ANUNOIO<br />
Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comarca<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />
2.° officio, vão á praça, para serem<br />
vendidos em âsta pública, no dia 26<br />
do corrente, por 11 óras da manhã,<br />
á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />
lanço acima da avaliação, os seguintes<br />
prédios:<br />
Uma caza <strong>de</strong> abitaçao, sita 110 logar<br />
e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />
avaliada em sessenta mil reis.<br />
Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />
logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />
Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />
abatido o fôro, em trinta mil<br />
reis.<br />
Fôrão penhorados na execução<br />
por custas, que o Ministério Publico<br />
nesta comárca, móve coptra Mário<br />
Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />
no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />
a quem pertencem respétivamente,<br />
para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />
42:370 reis e custas acrescidas.<br />
Pelo prezente são citados quaisquér<br />
crédores incertos, para assistirem<br />
á praça.<br />
0 Juis <strong>de</strong> Direito,<br />
R. Calisto.<br />
O escrivão do 2.° oficio = Artur <strong>de</strong><br />
Freitas Campos.<br />
pois <strong>de</strong> um instante <strong>de</strong> silêncio, não tens<br />
náda a dizêr-me?<br />
Sem duvida restávão a Catarina mais<br />
forças do que a sua alitú<strong>de</strong> fazia prevêr,<br />
porque têve a <strong>de</strong> mentir. Deu a entendêr"<br />
a Ombert que, tendo entrádo até on<strong>de</strong><br />
éla estáva com o pretexto do tratar com<br />
éla dos interésses do barão e <strong>de</strong> arranjar<br />
um acordo êntre o castélo e o mosteiro,<br />
um dos relijiózos, que não conhecia, tinha<br />
ouzádo oferecer-lhe um azilo na abadia,<br />
aconselhando-a a fujir dum excomungádo.<br />
Ombert aparecèra no momento em<br />
que a surprèza e a indignação lhe tinhão<br />
tirádo a fôrça <strong>de</strong> chamár os criados pára<br />
pôr fóra o monje insolente, que lhe fizéra<br />
um tão medonho quadro dos êrros e crimes<br />
<strong>de</strong> seu espôzo e das <strong>de</strong>sgráças que<br />
esperávão a mulhér do excomungado.<br />
Ombert olháva para éla embriagádo,<br />
as côres renascião nas fáces <strong>de</strong> Catarina,<br />
os ólhos tinhão retomádo todo o seu brilho.<br />
—-Infâmes!... exclamou Ombert levantando-se,<br />
quérem tau bem roubar-me<br />
Catarina!... que <strong>de</strong>sliguem meus vassálos<br />
do juramento <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, que fáção<br />
confiscar meus bens, que me izólem do<br />
Univérso, nada me arrancará um suspiro<br />
se Catarina me ficar... E essa infáme<br />
propósta comoveu-te?... Então sou eu<br />
amádo?,..<br />
Ajoelhou e pegou na mão <strong>de</strong> Catarina.<br />
T I P O G R A F O<br />
Muito abilitado em compozição<br />
e impressão, preciza-se para dirijir<br />
uma boa oficina recentemênte montada<br />
n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />
Prefére-se individuo que tenha já<br />
estado a dirijir outras boas tipografias<br />
e que dê os melhores referencias<br />
sobre as suas abilitaçõis e<br />
comportamento.<br />
Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />
ExT Sr. Augusto Luis Martha,<br />
Praça do Comércio.<br />
A O C O M E R C I O<br />
Antonio d'Almeida, e Silva, terminando<br />
com o estabelcimento que<br />
possuía na rua da Sofia, faz venda<br />
do balcão, armação, balanças, pezos,<br />
arções e bancadas.<br />
Para tratar na mesma rua da<br />
Sofia n.° 44, ou na rua Sá da Ban<strong>de</strong>ira<br />
n.° 61.<br />
O HUIVDO B1LE«A!¥TÈ<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Bélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s.<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Preles).<br />
Redátores das sécções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal:<br />
D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração: 30 bis, Rua<br />
Bregero, Paris.<br />
AGRADECIMENTO<br />
O emprezario do Circo Portuense,<br />
Manuel da Silva Neves, o diretor D. Enrique<br />
Diaz e o reprezentante Etore Frassinezi,<br />
tem a onra <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer ao povo<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a sua assistência aos espétaculos<br />
da Companhia e as provas <strong>de</strong><br />
afeto recebidas <strong>de</strong> tão carinhôzo povo; ao<br />
findar oje os espetaculos mandamos a<br />
todos a nossa mais sincera gratidão.<br />
A Emprèza e a Direção.<br />
Fabrica ds Ceramica da Pampilhóza<br />
(Em frente á estaçSo do caminho <strong>de</strong> ferro)<br />
Mourão Teixeira Lo^es & C. a<br />
Telha, tipo <strong>de</strong> Marselha, tijolos <strong>de</strong> todas<br />
as qualida<strong>de</strong>s e vários materiais<br />
<strong>de</strong> construção<br />
Os produtos désta fabrica, especializando<br />
a TELHA, tipo <strong>de</strong> Marselha, impõem-se<br />
pela excelente qualida<strong>de</strong> da matéria<br />
prima e esmero do fabrico, obtido<br />
pelo processo mais mo<strong>de</strong>rno e aperfeiçoado.<br />
Remetem-se tabélas <strong>de</strong> preços a quem<br />
as requisitar.<br />
ESCRITORIO E DEPOZITO:<br />
Rua cie Alexandre Erculaiio. 336<br />
PORTO<br />
Fabriea: PAMPILHÓZA do BOTÃO *<br />
Telegramas: KERAMOS — Porto<br />
Telefone 532<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>—Bazilio<br />
Xavier Andra<strong>de</strong> & F. 03<br />
linião Vinícola do Dão<br />
Parceria <strong>de</strong> lavradores dos melhores<br />
vinhos portuguêzes, á venda na<br />
Mercearia LIXITAXA<br />
(Depózíto único em <strong>Coimbra</strong>)<br />
mobília<br />
Culçáda aa.° 31—1.° andár<br />
BANDEIRA ENC A RNÁDA Á JANÉLA<br />
No próximo domingo e segunda feira 19 e 20 do corrente, faz-se<br />
liquidação dos seguintes objétos:<br />
Um guárda vestidos com espêlho, uma cama <strong>de</strong> mógno para<br />
casádos, cinco camas <strong>de</strong> férro com amarélos sendo duas para casádos,<br />
duas para creanças, mais uma dita para criáda, um espêlho para sala,<br />
um lavatório tuáléte com pédra, duas mezinhas <strong>de</strong> cabeceira, uma<br />
escrivaninha, uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço, dois armários <strong>de</strong> cozinha, um<br />
fogão, uma banheira <strong>de</strong> zinco para creança, um relójio <strong>de</strong> sála, um<br />
baú <strong>de</strong> couro, mêzas <strong>de</strong> sála, um piâno para estúdo, um cobertor <strong>de</strong><br />
damásco, uma imájem <strong>de</strong> Santo Albérto, e outra <strong>de</strong> S. João, diferentes<br />
louças, um sofá e duas poltronas estofádas.<br />
Redomas, quádros, lantérnas para janélas, um relójio antigo era<br />
ébano.<br />
Três reposteiros <strong>de</strong> sêda com as respétivas sanéfas, uma cómoda<br />
antiga <strong>de</strong> pau preto e mais objétos que estârão patentes nos dias acima<br />
indicádos dês<strong>de</strong> as 11 da manhan ás 8 da noute.<br />
1<br />
N. 15.— Os objétos comprádos dévem lógo sêr retirádos, porque é<br />
urjente <strong>de</strong>spijár a cása.<br />
O lance jenerôzo do barão <strong>de</strong>u um<br />
calafrio ao coração <strong>de</strong> Catarina. Têve<br />
um pezár amargo em enganár assim um<br />
espôzo, a quem uma fráze <strong>de</strong> amôr, uma<br />
menção <strong>de</strong> caricia pnnhãoem Ião injénuo<br />
incantamênto: e, <strong>de</strong>plorando as faltas, a<br />
que a arrastáva já a sua fatal paixão,<br />
verteu lágrimas, que fôrão com certeza<br />
recolhidas pelo anjo do arrependimênto<br />
sincéro.<br />
Estas lagrimas fôrão vistas por Ombert<br />
como uma nóva próva <strong>de</strong> ternura, e<br />
beijou-as nas fáces <strong>de</strong> Catarina.<br />
— Desgráça sôbre os beneditinos!<br />
disse afastando se. Catarina até á noite!...<br />
Manda preparar o jantár para os veneedôises<br />
e não sáias do castélo... A<strong>de</strong>ust<br />
Afastou-se, ao mesmo tempo contènte<br />
e cheio <strong>de</strong> remorsos.<br />
— A'1 disse Catarina, sou bem <strong>de</strong>sgraçada!<br />
Deitou-se sôbre um jenuílexório<br />
eomtemplando uma imájem da Virjem.<br />
Pediu-lhe <strong>de</strong>votamente que viésse em seu<br />
socorro, que a ajudasse a domár o amôr<br />
que a arrastará para Adhémar, como<br />
também que salvásse Adhémar da cólera<br />
do barão.<br />
Este montava naquêle momênto a cavalo,<br />
e, seguido pelos seus cavaleiros,<br />
transpúnha a ponte levadiça em diréção<br />
ao mosteiro; os ómens d'armas alégres<br />
por entrarem era campanha, cantávão e<br />
rí£o a respeito dos monjes, cujos tezouros<br />
ião antecipádamênte dividindo.<br />
Com efeito, as díspoziçõis, que Ombert<br />
tinha tomado para o cêrco da abadia, fazião<br />
presajiar o bom rezultado da emprèza.<br />
Pela manhã, tinhão-se reunido<br />
trezentos ómens, e cincoenta dêstes, comandados<br />
por um senhor, que <strong>de</strong>pendia<br />
<strong>de</strong> Roche Corbon, <strong>de</strong>vião acha/-se na<br />
crista da montanha que domina o convento;<br />
os cento e cincoenta restantes, comandádos<br />
pelo sire <strong>de</strong> Vernon, outro<br />
feudatário <strong>de</strong> Roche Corbon, tinhão or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> penetrar pela parte mais alta nos jardins<br />
<strong>de</strong> Marmoutiers e <strong>de</strong> cercár assim<br />
toda a abadia pelo lado Saint-Symphorien.<br />
Os muros do mosteiro, que se achávão<br />
do lado <strong>de</strong> Roche Corbon e a entráda <strong>de</strong><br />
Marmoutiers érão os logáres tinha rezolvido<br />
atacar pessoalmente, e dèste módo,<br />
os relijiózos, cercádos por todos os ládos<br />
<strong>de</strong>vião fatalmente sucumbir.<br />
O atáque éra bastante vivo, bastante<br />
rápido, para que o abá<strong>de</strong> podésse ter<br />
tempo <strong>de</strong> chamar em seu socorro, e <strong>de</strong>via-se<br />
sabêr o rezultádo da audacióza<br />
emprèza do barão, antes mesmo da noticia<br />
dc cêrco do mosteiro.<br />
0 bom rezultádo <strong>de</strong>veria fazêr justificar<br />
tudo.<br />
(Continua).
C O I M B R A<br />
nstallação provisoria: roa da Sota n ° 8.<br />
fios OE PASTO<br />
CS-BKTUIKTOS<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
J',H'a consumo e exportação<br />
Vendas por junto e a miúdo<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> veuda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
0 2 Garrafa Garrafa<br />
£ g <strong>de</strong> litro bordaleza<br />
Marcas S-. ——c3<br />
'O 1 6 1 12<br />
Tinto GRANADA • 600 120 ^ 80<br />
» CORAL • • • 600 120 — 80 —<br />
Braneo ÂMBAR •. 650 — — 100 —<br />
> TOPÁZIO- — — 120 —<br />
j Nos preços indicados não vaeincluida<br />
a importancia do garrafão (360<br />
I réis) nem a das garrafas (60 reis para<br />
a garrafa <strong>de</strong> litro, 50 réis para a bordaleza),<br />
que se recebem pelo cnsto.<br />
Prevesição. — Os garrafões le-<br />
Distribuição gratuita aos domicilios, vam o carimbo da A<strong>de</strong>ga em lacre,<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites da cida<strong>de</strong> em nas rolhas das garrafas e garrafões<br />
compra <strong>de</strong> 2 garrafões ou dúzia <strong>de</strong> vae o emblema da A<strong>de</strong>ga impresso a<br />
garrafas f°S°\ ao e na parte superior.<br />
Água da Curia (Mogofores—Anadia)<br />
Sulfatada—Calcica<br />
A única analysada no paiz, similhaiite á afamada agua <strong>de</strong> CONTREXÉYILLE,<br />
nos Vosges (França)<br />
Estabelecimento balnear a 3 teilometros da estação <strong>de</strong> MogoforeR<br />
Carron ã chegada <strong>de</strong> todos OH comboios<br />
INDICAÇÕES<br />
Para USO interno:—Arthritismo, Gotta, Lithiase urica,<br />
Lithiase biliar, Engorgitamentos hepathicos, Catarros<br />
vesieaes, Catarrho uterino.<br />
Para USO externo:—Em differentes espeeies <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatoses.<br />
Como purificadora do sangue não ha nenhuma no paiz que<br />
se lhe avantaje v- u<br />
As analyses chimica e microbiologica foramfeitas pelo professor da<br />
Escola Brotero, o ex. mo sr. Charles Lepierre.<br />
A agua da Curia não se altera, nem pelo tempo,<br />
nem pelo transporte<br />
A' yenda em garrafas <strong>de</strong> litro-Preço 200 réis<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>—PHARMACIA DONATO<br />
4, Rua Ferreira Borges<br />
lios ia Empreza Vinícola <strong>de</strong> Salvaterra <strong>de</strong> lagos<br />
Vinhos tintos.••<br />
Vinhos brancos<br />
Vinhos licorozos<<br />
Vinagre-<br />
Azeite • •<br />
PREÇOS CORRENTES<br />
Palhete . .<br />
Trinca<strong>de</strong>iro .<br />
Clarete . •<br />
Marialva .<br />
Fernão Pires.<br />
i 1<br />
] Sauterne.<br />
Diagalves.<br />
Marialva .<br />
(SEM GARRAFA)<br />
Licoroso branco<br />
» tinto<br />
Moscatel-Favaíos (Douro) da lavra <strong>de</strong> Theodorico<br />
Pimentel<br />
\ Branco<br />
Azeite d'0!iveira (da lavra do Prof. Dr. Francisco<br />
d'01iveira Feijão)<br />
DISTRIBUIÇÃO DIARIA AOS DOMICÍLIOS<br />
EXPORTAÇÃO SEM ALTERAÇÃO DE TYPOS<br />
R E Z I 8 T E X C I A D o m i n g o , Í 9 d e J n n h o d e 1S>0 1<br />
Garafa V» gar<br />
110 60<br />
130 70<br />
150 80<br />
170 90<br />
140 80<br />
170 90<br />
180 100<br />
ItO 100<br />
2-'j0<br />
250 —<br />
500<br />
—<br />
90 . —<br />
300<br />
Preços espeeíacs para exportação<br />
Depozito em COIMBRA — JToSlo Borjes<br />
27 —RUA FERREIRA BORJES — 29<br />
Sucursal na Alta<br />
RUA INFANTE D. AUGUSTO<br />
CAZA ACADÉMICA, <strong>de</strong> I. A. da Costa Pinto<br />
Pastelaria e confeitaria Téles<br />
150—Rua Ferreira Borges—156<br />
COIMBRA<br />
Nésta caza, regularmente montada no jénero das <strong>de</strong> Lisboa e Porto, encontra-se<br />
á venda o mais variado e completo sortimento <strong>de</strong> todos os artigos concer<br />
nentes a estabelecimentos désta natureza.<br />
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I>OCCS <strong>de</strong> fructa <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, sêcos e cristalizados.<br />
Fabricana-sc gran<strong>de</strong>s peças <strong>de</strong> fantasia, próprias para brin<strong>de</strong>s.<br />
Variada pastelaria em todos os generos, especializando os <strong>de</strong> folhado.<br />
Galantines diversas. Tétc d'Achar. Patê <strong>de</strong> Uevre e Fole.<br />
Saueisses. Pudings <strong>de</strong> diversas qualida<strong>de</strong>s, vistosamente enfeitados.<br />
Pão «le IO, pelo sistema <strong>de</strong> Margarida.<br />
Especialida<strong>de</strong> em vinllOS geucrozos e licores finos das principaes<br />
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Amêndoas, bombas, chocolates, queijos, chás, etc., etc.<br />
Caíé, toetoidas o c e r v e l a s<br />
Deposito dos productos da Fabrica <strong>de</strong> Bolachas e Biscoitos<br />
na Couraça <strong>de</strong> Liboa, 32<br />
FABRICA DE TELtiÕES, MANILHAS E TIJOLOS<br />
Pedi 9 © da ^fiwa Pinho <strong>Coimbra</strong><br />
Premiado na Exponição <strong>de</strong> Ceramica Portuguêza. no Porto,<br />
em 1882, com diploma <strong>de</strong> méritos<br />
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etc., etc.<br />
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Esta caza <strong>de</strong>pois das modificaçõis que<br />
acaba <strong>de</strong> sofrer, é um dos melhores estabelecimentos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, no seu geneca.<br />
seu proprietário fornecendo se dirêtamente<br />
das principais fábricas <strong>de</strong> produtos<br />
quimicos e farmacêuticos, tanto nacionais<br />
como estranjeiros; está a pár do<br />
<strong>de</strong>zenvolvimento que a química e a tereupatica<br />
dia a dia vão experimentando e<br />
por isso possue uma coléção variáda das<br />
mais modérnas substâncias e produtos<br />
quimicos.<br />
0 aviamento <strong>de</strong> todo o receituário é<br />
feito por pessoal competentemente abilitado,<br />
sob a diréção do seu administrador.<br />
Esta caza encarrega-se <strong>de</strong> mandar os<br />
medicamentos a caza <strong>de</strong> seus fréguezes,<br />
assim como <strong>de</strong> chamar qualquer dos clínicos<br />
<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a toda a óra do dia<br />
ou da noute.<br />
Análise d'Urinas — qualitativa e quantitativar<br />
Alfaiataria Guimarães & Lobo<br />
54—RUA FERREIRA BORJES—56<br />
(Em frente ao rco d'Almediaa)<br />
Abriu este novo estabelecimento<br />
on<strong>de</strong> se executa com a máxima perfeição<br />
e modicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preços, toda a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fatos para ómem e criança, para os<br />
quais tem um variado sortimento <strong>de</strong><br />
fazendas nacionaes e estrangeiras.<br />
Ha também uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />
em flanellas e panos pretos para capas e<br />
batinas, para todos os preços.<br />
Artigos para ómem como camisaria,<br />
gravatas, luvas, etc.<br />
Pe<strong>de</strong> -se ao público a fineza <strong>de</strong> visitar<br />
este estabelecimento.<br />
lio Ribeiro das Neves Machado<br />
ALFAIATE<br />
Rua da Sofia, 58 a 6 (caza d'azulejo)<br />
COIMBRA<br />
Variado sortimento <strong>de</strong> fazendas nacionaes<br />
e estranjeiras.<br />
Confeções para ómens e crianças,<br />
pelos últimos figurinos.<br />
Vestes para ecleziasticos.<br />
Camizas, gravatas, suspensórios e<br />
diversos artigos para ómem,<br />
PREÇtfa REZUJHIDQS
Editor<br />
T<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E OUINTAS-FEIRAS<br />
MANUEL D OLIVEIRA AMARAL Redacção e Administração = Rua Ferreira Borges<br />
Typ. Democratíca<br />
ARCO DE ALMEDINA, IO<br />
N.° 912 COIMBRA—Quinta-feira, 23 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904 IO-. 0 ANO<br />
CANDIDATOS REPUBLICANOS<br />
São candidatos republicanos pelo circulo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, nas eleiçõis<br />
que se realízão no dia -26, os seguintes cidadãos:<br />
Bernardino SLuis Machado ^niinaráis (Dr.) professor<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel <strong>de</strong> Arriagfa (Dr.), advogado.<br />
Afonso Augusto da Costa (Dr.j, professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e advogado.<br />
Antonio «Jozé <strong>de</strong> Almeida (Dr.), medico.<br />
l*aulo «Bíozé Falcão (Dr.), advogado.<br />
1F<br />
Bf<br />
Conferencia do dr. Afonso Costa<br />
Realiza ôje neste centro, pelas 8 e meia da noite, uma<br />
conferência eleitoral, o ilustre republicano e candidato por<br />
este circulo, sr. dr. Afonso Costa.<br />
A U R N A<br />
Vejamos a obra parlamêntar dos<br />
últimos ãnos, Que rasgos nobres<br />
<strong>de</strong> patriotismo a impõem? Que torneios<br />
luzidos <strong>de</strong> eloquência a abrilhantão?<br />
Que medidas, que providências,<br />
que atos e severas liçôis<br />
<strong>de</strong> civismo a valorizão ? Discutírãose<br />
i<strong>de</strong>ias, falárão consciências, revelárão-se<br />
ómens? O parlamento foi<br />
acázo uma gran<strong>de</strong> assembleia on<strong>de</strong><br />
a alma nacional vibrasse em Ímpetos<br />
<strong>de</strong> revolta, se expandisse em<br />
<strong>de</strong>zafôgos justos, tremesse na ajitação<br />
duma sagráda cólera ou dum<br />
vivificador entuziasmo ? Elevarãose,<br />
em toda a imponência da sua<br />
grandêza civica, ómens como Passos<br />
Manoel, para falar a linguajem<br />
austéra que fás encolher os aulicos<br />
e baixar a cabeça aos reis?<br />
Nada disso. O parlamento foi<br />
intelétualmênte e moralmênte uma<br />
assembleia sertaneja, um sinédrio<br />
<strong>de</strong> labrêgos sórdidos. Nem elevação<br />
moral, nem brilho intelétual:<br />
uma vacuida<strong>de</strong> insondável on<strong>de</strong> não<br />
é permitido, aos <strong>de</strong> melhor boa-von<br />
ta<strong>de</strong>, colher uma i<strong>de</strong>ia, rejistar um<br />
lánce digno, marcar uma providência<br />
util. Não foi a reunião dos reprezêntantes<br />
da nação, lejitimamênte<br />
investidos do mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>fendêrem<br />
e onrarem: foi uma comédia,<br />
uma aventura, um bródio <strong>de</strong><br />
sujeitos que fizérão da politica um<br />
fácil e <strong>de</strong>zonésto ganha-pão e o tablado<br />
propicio ás cabriolas das suas<br />
vaida<strong>de</strong>s.<br />
O ministério do reino arrebanhou-os,<br />
em varas, e <strong>de</strong>u-lhes sustênto<br />
farto nos comissariados réjios,<br />
nos sindicatos, nos altos empregos<br />
da burocracia inútil. Os<br />
sujeitos comêrão e, a exigencias dos<br />
dônos, roncárão agra<strong>de</strong>cimentos,<br />
em nótas arrepiantes <strong>de</strong> servilismo<br />
malandro.<br />
Os outros, os que têm papel <strong>de</strong><br />
opozição, seguírão-lhe no encalço.<br />
Armonizárão-se, comhinárão-se, distribuirão-se<br />
amigavelmente os papeis.<br />
Vibrou o pais, em gran<strong>de</strong>s comoçõis<br />
que o sacudirão num repelão<br />
brusco <strong>de</strong> enerjia reviviscênte.<br />
Quando foi da questão relijióza,<br />
ergueu-se a reclamar contra os aten-<br />
tados da reação á liberda<strong>de</strong>; suádamente<br />
coríquistada em eroicas pelejas.<br />
Pois no parlamênto nenhuma<br />
vós se ergueu a <strong>de</strong>batêr a questão<br />
primacial, e, daquéla chusma <strong>de</strong><br />
liberais fogozos, não saiu um grito,<br />
um protesto, uma i<strong>de</strong>ia a secundar<br />
essa campanha febril e ruidóza, (yie<br />
convulsionava o país!<br />
Fês-se o silencio. O ?not-d'ordre<br />
viéra do alto, das altas filiadas do<br />
Sdçrê-Ccenr.<br />
Os reprezêntantes do país érão<br />
assim contra o país!<br />
Por ocazião do convénio a opi<br />
nião moveu-se em prenúncios <strong>de</strong><br />
insurreição patriótica. Estalárão cóleras.<br />
Retinirão brados <strong>de</strong> incitação<br />
A mocida<strong>de</strong> das escolas realentou-se<br />
na ameaça <strong>de</strong>ssa infamia. Soldados<br />
valoróz*os levárão até ás assembleias<br />
lejislativas o seu protesto, grandiôzo<br />
por singularissimo em tempos <strong>de</strong> bas<br />
tardos poltrõis.<br />
Pois no parlamento não ouve a<br />
comoção que <strong>de</strong>veria dominar uma<br />
assembleia nacional no lance duma<br />
ajitação tão jeral. Vozes frouxas<br />
arrastadamênte <strong>de</strong>scutírão o convénio,<br />
como quem o fás por incumbência<br />
penóza. No fundo todos esta\<br />
ão <strong>de</strong> acordo. 1 A negociata a<br />
todos aproveitava, e a infamia a ninguém<br />
cauzava engulhos.<br />
Os reprezentantes do pais erão<br />
assim contra o país !<br />
E quando foi do contráto Wil<br />
liams, das propostas da fazenda e <strong>de</strong><br />
tantos outros negocios e assuntos<br />
<strong>de</strong> tomo, o parlamênto <strong>de</strong>u mostras<br />
do que é e do que vale, mantendo<br />
se na inferiorida<strong>de</strong> abjecta duma<br />
junta <strong>de</strong> paroquia <strong>de</strong> ignorantes e<br />
<strong>de</strong> prevérsos.<br />
Pelo que respeita a <strong>Coimbra</strong>,<br />
quando a multidão coleáva por essas<br />
ruas, alucinada e trovejante, pedindo<br />
justiça e gritando contra a<br />
iniquida<strong>de</strong>, no parlamênto não ouve<br />
uma vós que traduzisse os sofrimentos<br />
e as cóleras do povo, que se incendêsse<br />
na justiça da sua revolta,<br />
que falásse, ru<strong>de</strong>mente,, a linguájem<br />
inflamada das reivindicaçõis. Ninguém<br />
se comoveu, ninguém levou<br />
para aquêle recinto bafiento e<br />
escuro um pouco <strong>de</strong>ssa cólera que<br />
conjestionava as almas, esbrazeáva<br />
os espíritos, punha em todas as vozes<br />
um frémito <strong>de</strong> odio e uma tremura<br />
<strong>de</strong> lagrimas. Nada ! Ali ninguém<br />
se comoveu. Todos tremêrão-<br />
E limitárão-se uns timidamente a<br />
perguntar o que avia, outros a pedir<br />
que a or<strong>de</strong>m se restabelecêsse,<br />
alguns a protestar contra os fuzilamêntos<br />
. . . sem todos os toques.<br />
Mas o país inteiro adótou a cauza<br />
da revolta <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. E os<br />
reprezentantes do pais érão assim<br />
contra o pais!<br />
Jamais o fato <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> assinalar-se.<br />
A mesma subserviência, e<br />
mesma <strong>de</strong>pressão, a mesma covardia.<br />
Quando o Porto mandou ao<br />
parlamento três <strong>de</strong>putados republicanos,<br />
abriu-se um parentesis consolador.<br />
Falárão ali ómens, revela<br />
rão-se consciências, ouve pavôres<br />
• |nas óstes monarquicas. E para logo<br />
se pensou em evitar, por todos os<br />
processos, que os rebel<strong>de</strong>s lá voltassem,<br />
a traduzir com todo o po<strong>de</strong>r da<br />
verda<strong>de</strong> a vonta<strong>de</strong> nacional.<br />
Os <strong>de</strong>putados republicanos são<br />
temidos por isso mesmo que, não<br />
cumplicitando em combinatas crimi<br />
nózas, mantém toda a sua in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia<br />
para fazerem a <strong>de</strong>fêza do<br />
país. Não se amoldão a convenien<br />
cias, não t^fn a sustê-los as ferropeias<br />
<strong>de</strong> interesses mesquinhos.<br />
Comprehen<strong>de</strong>-3e assim que o<br />
rejimen os ostiiize, e procure por<br />
todas as formas <strong>de</strong>sviar <strong>de</strong> si o ataque<br />
impetuôzo e invencível em que<br />
êles o exterminarião.<br />
Mas <strong>de</strong>ve compreêncler-se também<br />
que o pais, que reclama moralida<strong>de</strong><br />
e economia, que tem sido espoliado<br />
e oprimido, os prefira aos testas<br />
<strong>de</strong> ferro dos partidos do existente.<br />
Votar nos candidatos republicanos<br />
é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver. Todos os<br />
que não estão enfeudados a grupos,<br />
nem prêzos a interésses ilejitimos,<br />
nem sujeitos ao mando <strong>de</strong>primente<br />
<strong>de</strong> caciques <strong>de</strong>spoticos, ão-<strong>de</strong> saber<br />
cumpri-lo nobremênte.<br />
À urna pelos candidatos<br />
republicanos.<br />
CANDIDATOS MONÁRQUICOS<br />
Marlaao «ie Canalho<br />
Meta<strong>de</strong> do pais conhece este cavalheiro.<br />
A outra meta<strong>de</strong> .. conhece-a ele.<br />
Serjio dc Castro<br />
Em Portugal existem logares escandalozos.<br />
Assim á um sr. Sarzedas que<br />
é inspetor das aguas mineraes com remuneração<br />
farta.<br />
O sr. Serjio <strong>de</strong> Castro é inspêtor das<br />
aguas-ar<strong>de</strong>ntes, mas sem remuneração...<br />
E' ura benemérito.<br />
Yotem nêle! »<br />
O REJIMEN<br />
A
Não faltou porem quem fôsse esperar<br />
o sr. dr. Bernardino Machado á estaçã'<br />
velha, como não falloii quem ao chegar<br />
á estação nova lhe fizesse a manifestação<br />
<strong>de</strong> mais carinhóza veneração a que temos<br />
assistido.<br />
Quando o sr. dr. Bernardino Machado,<br />
se apeou da carruajem,acompanhado por<br />
seu filho,foi logo ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> amigo- que<br />
com interesse se infurmávão do que lhe<br />
avia acontecido e que se tranquiiizávão<br />
com as palavras breves que comovidamente<br />
lhes dizia.<br />
A' esiáção não tinhão acorrido só républicanos.<br />
Avia ómens doutros partidos<br />
políticos, outros a quem as qílestõis politicas<br />
não interéssão.<br />
Avia crêntes e <strong>de</strong>ziludidos, mas todos<br />
tinhão vindo levados pelo mesmo respeito<br />
pelo caráter do gran<strong>de</strong> cidadão e ilustre<br />
prcfessôr dr. Bernardino Machado.<br />
Tôdos tinhão querido manifestar publicamente<br />
o seu protésto contra o abuzo,<br />
bem qualificado, da policia <strong>de</strong> Lisboa.<br />
E maior foi a alegria ao verificar que<br />
felismente, contra o que éra <strong>de</strong> prever,<br />
o sr. conselheiro Bernardino Machado<br />
nada sofrera com a agressão brutal e<br />
injustificável da autorida<strong>de</strong>.<br />
Fôra perseverado por o acázo. O furôr<br />
policial <strong>de</strong> prizão era cégo: passou ao<br />
lado do sr. dr. Bernardino Machado sem<br />
o vêr, como pren<strong>de</strong>u o nósso amigo e<br />
correlijionário dr. Afonso Cósta quando<br />
este tentava restabelecer a ór<strong>de</strong>m que a<br />
policia tinha perturbado, e~ quando em<br />
parte o tinha conseguido com a sua sere-<br />
nida<strong>de</strong>, uzando, juntamente com o sr.<br />
conselheiro Bernardino Machado, da autorida<strong>de</strong><br />
que tinhão <strong>de</strong>ante do pôvo que<br />
lhes obe<strong>de</strong>cia, como ia obe<strong>de</strong>cendo também<br />
a policia sem a intervenção <strong>de</strong>zor<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> chefes provocadores.<br />
Quando o sr. dr. Bernardino Machado<br />
assumou á porta da estação, os vivas e<br />
as palmas ouvirão-se ruidózas.<br />
Era uma manifestação empolgante<br />
pelo que tinha <strong>de</strong> sincéro, pela força das<br />
vózes, gritando claramente um nôme<br />
pela alegria que se via em todos os<br />
olháres.<br />
Ao chegar ao largo o sr. conselheiro<br />
Bernardino Machado fés um jésto, e rapidamente<br />
se calarão os vivas a Afonso<br />
Costa, a Bernardino Machado, á pátria,<br />
ao partido républicano, á <strong>de</strong>mocracia.<br />
O sr. dr. Bernardino Machado, querendo<br />
significar a sua gratidão, a todos<br />
os que tinhão corrido a espera-lo. pondo<br />
<strong>de</strong> lado i<strong>de</strong>ias politicas, <strong>de</strong>scobriu-se e<br />
levantou em vós vibrante <strong>de</strong> comoção<br />
um viva a <strong>Coimbra</strong>, correspondido pela<br />
gran<strong>de</strong> mássa <strong>de</strong> pôvo,que enchia o largo<br />
e a rua,com a mesma intensida<strong>de</strong> e calôr<br />
com que foi recebido o que o ilustre<br />
professor levantou seguidamente á <strong>de</strong>mocracia.<br />
Continuárão os vivas até que o sr.<br />
conselheiro Bernardino Machado se retirou<br />
acompanhado d'alguns amigos.<br />
Esta manifestação veio <strong>de</strong>monstrar<br />
mais uma vês a verda<strong>de</strong>ira adoração<br />
com que em <strong>Coimbra</strong> é visto o sr. dr.<br />
Bernardino Machado, caráter <strong>de</strong> eleição<br />
tôdo <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> e altruismo, sempre<br />
ponto a sacrificar o seu tempo, a sua<br />
saú<strong>de</strong> e o seu dinheiro, quando á uma<br />
iniciativa a fomentar, um concelho a dar,<br />
uma óbra <strong>de</strong> filantropia a fazer.<br />
Quando todos ião dispersando já, ouviu-se<br />
urç viva á républica que foi seguido<br />
<strong>de</strong> algumas prizõis <strong>de</strong> jente nova<br />
entre 15 e 17 ãnos,ao que nos informão.<br />
Não <strong>de</strong>ixaremos sem algumas palávras<br />
o orrivel crime.<br />
Em nóssa opinião um «viva á républica»<br />
não é um grito sediciôzo.<br />
Deve ser permitido, como se admite<br />
a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, como se<br />
admite a reprezentação em cortes dos<br />
' ómens que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m essas i<strong>de</strong>ias.<br />
Em paizes, em que se aten<strong>de</strong> mais ao<br />
fundo <strong>de</strong>terminante das açõis, em que<br />
se aten<strong>de</strong> mais ás i<strong>de</strong>ias do que ás palavras,<br />
os vivas á républica são permitidos,<br />
mesmo na passajem dos soberanos. Eles<br />
não altérão a or<strong>de</strong>m pública, quando não<br />
são o grito <strong>de</strong> atentado contra a ór<strong>de</strong>m.<br />
No nósso país é permitido, pelo menos<br />
á face da lei, como em todos os paizes,<br />
fazer valêr nos parlamentos a sua<br />
vós pelo triunfo duma i<strong>de</strong>ia contra o existente;<br />
o mesmo déve ser permitido na<br />
praça publica, quando a or<strong>de</strong>m não é<br />
alterada.<br />
E a or<strong>de</strong>m não seria alteráda, porque<br />
o partido républicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a saberia<br />
manter, como tem mostrado em todas<br />
as manifestaçõis <strong>de</strong> carater politico<br />
que tem feito.<br />
Em comicios, no Centro Républicano,<br />
nem cazas como nas ruas, o partido républicano<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tem aconselhado<br />
sempre abertamente a or<strong>de</strong>m e tem-a<br />
feito respeitar.<br />
Ao partido républicano, aos seus<br />
ómens, como á sua imprensa, <strong>de</strong>ve esta<br />
#<br />
REZISTENCIA,—Oninta-fcira, 23 <strong>de</strong> .lunho <strong>de</strong> 1D04<br />
O sr. comissário <strong>de</strong> policia não estêve<br />
<strong>de</strong>sta vês d'acôrdo com a opinião jeral<br />
da cida<strong>de</strong>, que lhe compete conhecèr,<br />
para a respeitar, e não se converterem<br />
elemento <strong>de</strong> <strong>de</strong>zór<strong>de</strong>m.<br />
Conheeêmos no sr. Comissário <strong>de</strong><br />
policia bélas qualida<strong>de</strong>s.<br />
Góza da fáma <strong>de</strong> militar briôzo, e<br />
aponta-se como tendo feito ao país serviços<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro patriota em missõis <strong>de</strong><br />
que tem estado encarregado.<br />
Vê-se bem claramente a sua áção<br />
disciplinadôra na policia <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
que tem reformado, não sem trabalho nem<br />
<strong>de</strong>sgostos<br />
Conhecemos os esforços que fás para<br />
ser bem informado, e o seu proce<strong>de</strong>r em<br />
cázos melindrózos da policia académica.<br />
Mas,por isso mesmo,extranhamos que<br />
numa manifestação feita por uma cida<strong>de</strong><br />
inteira e um ómem que éla justamente<br />
respeita con o um dos seus cidadãos mais<br />
ilustres, a autorida<strong>de</strong> se não tivésse compenetrado<br />
<strong>de</strong>ste sentimento jeral, <strong>de</strong>terminando<br />
o seu procedimento pelas circunstancias,<br />
e dando aos factos o seu<br />
justo v;ilor.<br />
Para nós os vivas á républica dévem<br />
ser permitidos como manifestação das<br />
i<strong>de</strong>ias, lógo que não sejão <strong>de</strong>terminantes<br />
<strong>de</strong> átos subversivos, nem como tais se<br />
dêem.<br />
Se é justa e legal a manifestação das<br />
i<strong>de</strong>ias republicanas no parlamento, se la<br />
se pó<strong>de</strong>m enunciar e lá se po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r,<br />
o grito nas ruas déve ser permitido,<br />
como é permitido o grito pela monarquia.<br />
E' uma fórmula <strong>de</strong> expressão do pensamento.<br />
Dado porem o cazo, que por<br />
or<strong>de</strong>ns superiores, qee o sr. comissário<br />
<strong>de</strong> policia tem <strong>de</strong> acatar e <strong>de</strong> fazer cumprir,<br />
o viva á republica fôsse arbitraria<br />
e injustamênte consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong>terminante<br />
<strong>de</strong> prizão, nunca éla <strong>de</strong>via ser<br />
mantida durante uma noite.<br />
Não po<strong>de</strong>ria manda-lo o govêrno que<br />
em Lisboa fazia solt r os prézos.<br />
O sr. comissário <strong>de</strong> policia foi <strong>de</strong><br />
encontro á opinião jeral da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, que não viu na manifestação a<br />
Bernardino Machado um áto <strong>de</strong> partidarismo,<br />
mas sim um ácto <strong>de</strong> justiça.<br />
E quando, num movimento jeral, uma<br />
vós nôva e jeneróza se expan<strong>de</strong>, esse<br />
ómem nunca pô<strong>de</strong> ser pnnido com uma<br />
noite na esquádra, como um bêbado que<br />
se enborrácha com amigos e vem para<br />
a rua gritar sujas obscenida<strong>de</strong>s.<br />
Kos éõmicios realizados<br />
coar ira as medidas da faceada<br />
provárão-se as responsabilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> iodos os partidos ssa<br />
situação <strong>de</strong> Igitomiuia e <strong>de</strong><br />
ruiiia (|tsc esmaga o pais.<br />
Votár «sos candidatos apresentados<br />
por esses partidos é<br />
fazer uma afirmação <strong>de</strong> criini<br />
coza cumplicida<strong>de</strong>.<br />
Coiamissão municipal<br />
republicana do Porto<br />
Terminou a sua formatura em Direito<br />
este nosso amigo e companheiro leal na<br />
redáção da Resplenda.<br />
O dr. Antonio Maria Pereira Júnior<br />
<strong>de</strong>ixa na aca<strong>de</strong>mia a tradição da mais<br />
altiva in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia e do mais nóbre<br />
caráter.<br />
Não sabendo nunca tpanzijir ipôcritarnente,<br />
o nósso amigo terminou a sua<br />
forma)ura respeitado por inéstres e discípulos.<br />
A Rezistencia, que <strong>de</strong>ve gran<strong>de</strong> parte<br />
do seu sucésso á sua colaboração brilhante,<br />
á sua <strong>de</strong>dicaçãc <strong>de</strong> todos os momentos,<br />
felicita efuzivamente o mais leal<br />
e <strong>de</strong>votado dos que trabalhão nas primeiras<br />
filas dos lutadores républicanos<br />
atuais.<br />
Solidarieda<strong>de</strong><br />
Serjio, o bêbado, moço <strong>de</strong> recados<br />
do príncipe Tezuras, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>scaro<br />
habitual as brutalida<strong>de</strong>s da policia<br />
<strong>de</strong> Lisboa no ultimo domingo.<br />
D'esta vez Serjio, o bêbado, não foi<br />
simplesmente por oficio, e fazendo jus a<br />
ração estraordinaria - <strong>de</strong> copinhos, que<br />
espeliu a baforada.<br />
Está averiguado que foi por solidarieda<strong>de</strong><br />
com o chefe Amorim, como ele<br />
socio ativo da Real Socieda<strong>de</strong> do Pimpão. !<br />
E é dos estatutos o auxilio mutuo.., [<br />
T<br />
O COMÍCIO DE LISBOA<br />
cida<strong>de</strong> o ter se mantido a ór<strong>de</strong>m publica<br />
tuguèza, rião sabemos a quantos contos<br />
em circunstancias berfl ajifadas.<br />
! por âno.<br />
O partido republicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Encheríamos muilos números do<br />
nunca explorou movimentos populares<br />
Foi dos mais brilhantes pela ãníiná nosso jornal se fossemos a respigar e<br />
para se fazer temer, tem preferido fazer Realizou se hontem no Porto, por ção e entuziásmo do publico e pela ele-<br />
trasladar todos os <strong>de</strong>poimentos monár-<br />
se respeitar pela autorida<strong>de</strong> dos seus Sufrájio direito, a eleição da comissão vação dos oradores o comicio républiquicos.<br />
chéfes.<br />
municipal da gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> republicana. cano <strong>de</strong> domingo em Lisboa.<br />
ps que primeiro viérão á ceifa ai<br />
Não é um partido <strong>de</strong> revolução, é um O ato foi concorridissimo, afluindo to- Apezar do calor tropical o publico<br />
vão ficando.<br />
partido <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m.<br />
dos os republicanos a cumprir nobremente conservou-se sempre atento vitoriando os Meditem os respeitáveis cavalheiros<br />
O-Í gritos dos pobres rapâzes não são o seu <strong>de</strong>ver.<br />
oradores nas passajens mais importan- que se melindrão com as nossas pala-<br />
puníveis na nóssa opinião; são urna ex- De espaço dêle falaremos, frizando tes dos seus discursos, conhecidos pela<br />
vras.pansão<br />
<strong>de</strong> momento, uma aíirunção <strong>de</strong> quanto á a esperar da ativida<strong>de</strong> inteli- reportajem <strong>de</strong> todos os jornais.<br />
E os eleitores onéstos digão rios se<br />
convicçõis que déve ser ouvida com injênte e proba dos eleitos, cujos nomes Não falaremos d'eles, para simples-<br />
po<strong>de</strong>m vot\r nessas quadrilhas.<br />
duljencia, e mesmo com prazer, porque são:<br />
mente acentuarmos o valor d-a manifes-<br />
um /rito pela républica em Portugal é<br />
tação, o entuziásmo do povo acompa-<br />
um grito nobilitadôr.<br />
Efétivos<br />
nhando numa oração <strong>de</strong>lirante os nossos Os candidatos répubsieanos<br />
#<br />
15r. Afonso Augusto da Cos- amigos Bernardino Machado e Afonso são representantes duna i<strong>de</strong>al<br />
E' por isso que, pela primeira vês, ta, Antonio fLuis Gomes, Costa por uma fórma tão alta e tão si- <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Justiça, os can-<br />
extranhamos um áto do sr. comissário <strong>de</strong> Antonio dos tantos Pousada, gnificativa qne a autorida<strong>de</strong> per<strong>de</strong>u <strong>de</strong> didatos EKouaarquicos ajentes<br />
policia, cuja áção a «Rezistemia» tem Antonio da Silva Cunha, Del- todo o saíigj-e frio e se <strong>de</strong>ixou ir aos das quadrilhas que, segundo<br />
sempre procurado ajudar,como a dos prefim Pereira da Costa, S>r. mais infames <strong>de</strong>svarios censurados pela o sr. saias Ferreira tem explo<strong>de</strong>cessores<br />
no comissariado, não se tendo Duarte f^ciíe Pereira da Sil- imprensa <strong>de</strong> todos os partidos.<br />
rado o país.<br />
nunca <strong>de</strong>ixado arrastar na exploração va. Fnrique Pereira ii'«íSlvcl- Des<strong>de</strong> o Inten<strong>de</strong>nte até ao Rocio a Escol hão.<br />
das indignaçõis fáceis e <strong>de</strong> momênto, ra, Dr. «Joaquim d'Azevedo multidão acompanhou correndo o carro Votar pelos candidatos ré-<br />
como é <strong>de</strong> uzo na bôa politica portu- Albuquerque, Dr. «Fozé Xsiaes eleffico em que se tinhão metido os nospublieanos é votar pela patria,<br />
guêza.<br />
da Po a te, Dr. Paulo olozé Falsos correhjionáaios, numa massa com- vilipendiada e cuspida pelo<br />
O sr. comissário <strong>de</strong> polícia pô<strong>de</strong> pocão, Dr. Severiano «Sozé da pácta, d'on<strong>de</strong> saião os gritos <strong>de</strong> mais en- rejimen.<br />
rem lêr uma explicação para a prizão Silva.<br />
tuziásmo.<br />
em or<strong>de</strong>ns superiores.<br />
Para se conhecer o estado da opinião<br />
Em Portugal ultimamente os governos ®TXÍ3!StÍtta.tO>iS<br />
pública basta aquéla manifestação.<br />
Dádiva importante<br />
temem as palávras como se fossem peri-<br />
Não serão as eleiçõis <strong>de</strong> domingo com<br />
gózos injenhos <strong>de</strong> guerra.<br />
Alfredo Pinto Dzorio, An-<br />
toda a infância <strong>de</strong> uma lei <strong>de</strong> corrução e O sr. D. António Sebastião Valente,<br />
tonio Amorim Carvalho, Anto-<br />
Não seria por isso para extra nhar<br />
soborrio que o dirão. Falará sempre mais arcebispo <strong>de</strong> Gôa, patriarca das índias<br />
nio EmHio Magalhãis, Dr, Cer<br />
que superiormente lhe fôsse mandado<br />
alto o comicio, a manifestação <strong>de</strong> Li- boa e Orientais arába <strong>de</strong> oferecer á bibliotéca<br />
mano Martins, Francisco Xa-<br />
abafar o grito subeversivo.<br />
a carniçaria policial <strong>de</strong> Lisboa, que da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> um exemplar da óbra<br />
vier Esteves, «Pozé Pinto <strong>de</strong><br />
Mas o que se não po<strong>de</strong> admitir é<br />
mostra o embaraço em que Ião gran<strong>de</strong> em dois volumes — Le Chrislianisme d<br />
Souza Leio,
Iv<br />
Aos comerciantes<br />
1 N<br />
H Çninta-felra,33 <strong>de</strong> .Junho <strong>de</strong> lí>04 3<br />
A c r r o s<br />
ANUNCIO<br />
SR. REDÁTOR. Na Univérsida <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,nos dias<br />
18.20, 22 e <strong>de</strong> junho, íizéião átos e<br />
Permita V. no seu lido jornal umas ficárão aprovados os seguintes acadé-<br />
consi<strong>de</strong>raçõis mui leves sobre a atitu<strong>de</strong> micos :<br />
dos comerciantes nas próximas eleiçõis.<br />
Fatuida<strong>de</strong> dc Teolojia<br />
Aprezenta o partido républicano <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
os seus candidatos, todos ómens co- ano~-2.<br />
nhecidos e admiradas, com méritos autênticos<br />
e provas feitas nas li<strong>de</strong>s da politica<br />
e do parlamento. A lista è excelente, e<br />
quem tiver dignida<strong>de</strong> não a pretere <strong>de</strong>cérto<br />
por qualquer lista monárquica, on<strong>de</strong><br />
rarcLaflòra um nôme onésto, a <strong>de</strong>srespeitar-?e<br />
e a comprum ',têr-se com a camaradájem<br />
<strong>de</strong> sujeitos cuja inferiorida<strong>de</strong><br />
moral e intelétual <strong>de</strong>veria garantir-lhes<br />
o perpétuo esquecimento.<br />
Mas <strong>de</strong>ixe-me abicar o assunto.<br />
Quando foi do protésto contra as medidas<br />
<strong>de</strong> fazenda, eu vi aí levantar-se o<br />
comércio em acéssos se indignação, trovejar<br />
irado contra as malfeitorias dos..<br />
<strong>de</strong>sgovernos <strong>de</strong>ste pais, a<strong>de</strong>rir a um comicio<br />
républicano por meio <strong>de</strong> oficio alevantado,<br />
e cobrir com unisonos aplauzos<br />
as afirmaçõis oos oradores que púnhão<br />
ao léo, com uma crueza justa, as chagas<br />
do rejimen. Quando o dr. Luis Gomes,<br />
no seu discurso, que foi uma nòtavel conferência,<br />
recordando cifras e excertos <strong>de</strong><br />
péças oficiais, rematou com uma^apóstrofe<br />
<strong>de</strong> sentida violência contra as quadrilhas<br />
que infestávão o po<strong>de</strong>r, eu vi erguer-se<br />
a assembleia humá ovação bóia,<br />
que me <strong>de</strong>u alentos: e esperanças.<br />
Pois bem, sr. redátor, agora que as<br />
eleiçõis chegão, calmamente, mercê do<br />
acordo dos velhos compadres da rotação,<br />
eu sempre quero vêr como os comerciantes<br />
que protestarão, e bradarão, e fechárão<br />
as suas porias, se conduzem.<br />
Vão votar nos candidatos do govêrno?<br />
Mas isso é uma vergonha, e todos llcão<br />
autorizados a supôr que os protestos da<br />
classe comercial, quando surjem. não<br />
pássáo duma comédia reprezentada por<br />
anónimos, que não tem a enerjia moral<br />
bastante para assumirem responsabilida<strong>de</strong>s<br />
e solverem sérios compromissos,<br />
publica e solêneniente tomados.<br />
Já ôje os protestos da classe comercial<br />
vem enfraquecidos por antigos<br />
exemplos <strong>de</strong> incoerência, que <strong>de</strong>zorienla; e<br />
por este caminho <strong>de</strong> tranzijências indignas,<br />
fôrça alguma terá para reclamar<br />
que a administração se moralize, quem<br />
dá o exemplo <strong>de</strong> a si proprio se <strong>de</strong>smoralizar<br />
com um proce<strong>de</strong>r versátil e <strong>de</strong>zonrôzo.<br />
Con<strong>de</strong>nar o governo e apoiar<br />
o governo é incompreensível; e os que<br />
esquecem " as palavras e afirmaçõis <strong>de</strong><br />
data bem recente, cométem uma má<br />
ação digna -<strong>de</strong> ser verberada e apontada,<br />
para que se saiba que a força perniciòza<br />
dos governos vem da fraquêza triste dos<br />
que se não lhe opõem, se não no anonimâto<br />
<strong>de</strong> assembleias publicas e com o<br />
simples ruido <strong>de</strong> palavras sem valor.<br />
\ão votar mos candidatos progressistas?<br />
São ainda candidatos do governo,<br />
dado o acordo intimo que domina na<br />
politica monarquica.<br />
Depois, nesses comícios corítra as<br />
propostas <strong>de</strong> fazenda, como V. em artigos<br />
vários tem acentuado, invetívárão-se<br />
todos os governos <strong>de</strong> todos os partidos,<br />
sem excéção, arguindo-se-lhes responsabilida<strong>de</strong>s<br />
eguaisna queda <strong>de</strong>zastroza do<br />
pais.<br />
A incoerência é a mesma.<br />
Votar n'eles continua a ser uma má<br />
ação.<br />
Emfim, sr. redátor, eu espero que o<br />
ato eleitoral me confirme nos meus juizes<br />
pessimistas, sobre a valia <strong>de</strong> certos<br />
protestos, a coerência e a sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
certas clásses.<br />
Oxalá que me enganásse, que todos<br />
soubessem cumprir o seu <strong>de</strong>ver, e que a<br />
lista republicana, sendo a única lista <strong>de</strong>cènle,<br />
e sendo prezêntemênte a única<br />
lista <strong>de</strong> protésto, obtivesse o sufrájio<br />
<strong>de</strong> todos os que coerentemente tinhão o<br />
<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> lh'o dar.<br />
Mas são muitas já as <strong>de</strong>ziluzõis acumuladas,<br />
para que ainda centelhe no meu<br />
espirito alguma esperança.<br />
Pô<strong>de</strong> ser, po<strong>de</strong> ser. Seria um dia<br />
<strong>de</strong> consolação e <strong>de</strong> jubilo para mim, não<br />
por constatar o triunfo impossível da<br />
lista republicana, mas por ver que ainda<br />
nem tudo está perdido — que á carater,<br />
conciencias, escrupulos, vícios.<br />
Se v. enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>ve publicar<br />
esta carta, como ura apelo aos comerciantes<br />
onrados, faça, corrijindo-lhes as<br />
imperfeiçõis que abundão; se não achar<br />
justo e conveniente pub!ical-a,\Iance-a ao<br />
cêsto dos papeis inúteis, e continue a<br />
crêr-me,<br />
De v. etc.,<br />
/<br />
l.<br />
a ca<strong>de</strong>ira — Carlos Esteves<br />
<strong>de</strong> Azevedo, Francisco Lopes e Eurique<br />
Soares.<br />
Terminárão os átos do 1.° ano nésta<br />
faculda<strong>de</strong>.<br />
2.° ano —-3: a ca<strong>de</strong>ira —Jozé Manuel<br />
Rebêlo <strong>de</strong> Queirós e Aguilar Teixeira da<br />
Covta.<br />
2.° ano 4. a Ca<strong>de</strong>ira Jozé do Patrocínio<br />
Dias Prezunto, Antonio Augusto, Joaquim<br />
Correia Salgueiro, Jozé d'Almeida Correia<br />
(distinto.)<br />
3." ano—-Candido Augusto <strong>de</strong> Melo.<br />
Acabárao os átos neste curso.<br />
4.° ano —Artur Augusto Teixeira<br />
Rarboza da Guerra Leal e Carlos Albérto<br />
Rarboza, Domingos Lourenço d'Araujo,<br />
Eduardo d'Aguiar, Elias Gomes.<br />
5.° ano — Antonio da Silva Pimenta,<br />
Artur Marques Figueira, José Cal<strong>de</strong>ira<br />
d'Oliveira, Clementino Alves Tourais.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bireito<br />
ano— l. a ca<strong>de</strong>ira -—Francisco Ribeiro<br />
Téles, Fre<strong>de</strong>rico Antonio d'Ahreu<br />
Chagas, Fre<strong>de</strong>rico Carlos Correia <strong>de</strong><br />
Lacerda da Costa Pinto e Enritjue Trinda<strong>de</strong><br />
Coelho (distinto), Arnaldo Augusto<br />
Rartqjo J.iiine Pinto Osorio.<br />
Ouve d tias reprovaçõis.'<br />
2.» ca<strong>de</strong>ira—José Maria Nunes Leitão,.<br />
Jozé Maria Ripozo <strong>de</strong> Souza d'Alie Espargoza,<br />
Jozé Nunes d'Almeida Lopes.<br />
Ouvé uma reprovação.<br />
3. a ca<strong>de</strong>ira —Luis Francisco Rebêlo<br />
Bicudo, Manuel dos Santos Ma<strong>de</strong>ira, Joaquim<br />
Pereira Monteiro dWraujo, Alberto<br />
Ribeiro Jorje, Antonio Augusto <strong>de</strong> Souza,<br />
Elísio Cardozo Pessoa. João Maria <strong>de</strong><br />
Sanfiago Gouveia Lobo Prezado, Jozé<br />
da Ponte Ledo.<br />
2.° ano — 5. a ca<strong>de</strong>ira — Antonio Bragança<br />
Pereira, Antonio Ferrão (distinto),<br />
Antonio Taumaturgo Leonardo Reis Pio<br />
Pereira. Arti<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza Men<strong>de</strong>s Carlos<br />
Augusto Campelo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Cezar <strong>de</strong><br />
Sousa Men<strong>de</strong>s, Custodio Arlindo da Silva<br />
Patena, Emilio Julio Coelho <strong>de</strong> Lima,<br />
Ernesto Intze Ribeiro Nunes, Fernando<br />
•Emígdio da Silva, distinto, Francisco<br />
d'Atilas Manso Preto Men<strong>de</strong>s da Crus.<br />
Ouve três reprovaçõis.<br />
6. a ca<strong>de</strong>ira - Jozé Antonio Meireles<br />
<strong>de</strong> Campos Enriques, Jozé Caetano Lobo<br />
d'Avila da Silva Lima (distinto), Jozé José<br />
Gabriel Pinto Coelho (distinto), Jozé<br />
Peres <strong>de</strong> Noronha Galvão, Jozé Pequito<br />
Crespo, Jozé Taveira <strong>de</strong> Carvalho.<br />
Ouve uma reprovação.<br />
7. a ca<strong>de</strong>ira — Manuel Joaquim Lopes,<br />
Francisco Odorico Dantas Carneiro, Alfredo<br />
Antonio Camossa Nunes Saldanha,<br />
Adolfo Sampaio <strong>de</strong> Morais Pinto <strong>de</strong><br />
Almeida.<br />
Ouve quatro reprovaçõis.<br />
3.° ano —Carlos Soarés Fre<strong>de</strong>rico<br />
d'Albu']uerque, Custodio José Vieira,<br />
Daniel d'Almeida Coelho <strong>de</strong> Pinho, Alvaro<br />
da Mota Alves, Diamantino da Mata<br />
Calisto, Domingos Jozé da Costa Rebelo,<br />
Domingos^ Machado Pereira, Eduardo<br />
Ribeiro Relino, Emilio <strong>de</strong> Lucena, Francisco<br />
Alberto Mendonça <strong>de</strong> Somer, Jeronimo<br />
Vieira Cabrita Ri.to.<br />
Ouve tres reprovaçõis.<br />
4.'° ano —Augusto Gabriel Sinval,<br />
Avelino Pais Rorjes <strong>de</strong> Rrito, Bento<br />
Coelho da Silva, Rernardino <strong>de</strong> Pina Cabral,<br />
Carlos Luis Ferreira, Eduardo Aires<br />
Leonardo <strong>de</strong> Mendonca, Eduardo Manuel<br />
d'Almeida Júnior, Antonio Jozé Alves Ferreira<br />
<strong>de</strong> Lemos, Ernesto Jozé Cardozo,<br />
Eujemo da Cunha Pimentel, Felix d'Abreu<br />
Soto-Maior.<br />
Faltou um aluno ao áto, por motivo<br />
justificádo.<br />
5.° ano—"Antonio Rodrigues Salgado,<br />
Antonio Vasco Rebêlo Valente, Antonio<br />
Víàna Ferreira uoquete, Armando Fortes<br />
Marinho da Cunha, Alvaro Augusto da<br />
Costa Rasto Sereno, Armindo Augusto<br />
d'Almeida, Armindo Mauricio Pinto Rodriguos,<br />
Arnaldo d'Almeida Vidal, Tomás<br />
d^liveira Mata Dias, Arnaldo Dinis da<br />
Silva Viana, Artur Euler <strong>de</strong> Carvalho<br />
Alves, ArtuLSoares Machado.<br />
Por motivo Justificado faltou um aluno<br />
ao ato.<br />
Faculda<strong>de</strong> dc Xlediciua<br />
1ano — 1 . a Maria Men<strong>de</strong>s Pinheiro <strong>de</strong> Magalhãis<br />
Mexia, Antonio Simõis Pereira. Domínios<br />
Miranda, João Vás Agostinho. Joaquim<br />
Augusto Gabriel d'Almeida, A<strong>de</strong>lino Rebêlo<br />
Pinto Rastos.<br />
2.<br />
ca<strong>de</strong>ira — Alfredo Gonçalves<br />
Sa'vador, Alvaro d'Almeida Amorim<br />
(distinto.)<br />
Ouve duas reprovaçõis.<br />
Exames práticos Antonio <strong>de</strong> Jezus<br />
Rarboza Correia. Antonio Gonçalves Rapazote,<br />
Antonio d'01iveira, Arnaldo Reimão<br />
da Fonséca, Raltazar Augusto Ribeiro,<br />
Levy Maria <strong>de</strong> Carvalho e Almeida.<br />
ca<strong>de</strong>ira exames práticos —Albino<br />
a ca<strong>de</strong>ira — Abilio Maria Men<strong>de</strong>s<br />
Pinheiro <strong>de</strong> Magalhãis Mexia, Antonio<br />
Simõis Pereira, Domingos Miranda, João<br />
Vás Agostinho. Joaquim Auçnsto Gabriel<br />
d'Almeida.<br />
ano 2. a ca<strong>de</strong>ira - \ntonio torreia<br />
dos Santos Silva (distinto).<br />
2.° ;.no —3. s ca<strong>de</strong>ira — Antonio Ratista<br />
dos Remédios e Jozé Joaquim <strong>de</strong><br />
Morais Miranda (médicos por universidá<strong>de</strong>s<br />
estranjeiras. Serafim Simõis Pereira.<br />
Alvaro <strong>de</strong> Almeida Matos, (distinto).<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira, exames práticos — Adolfo<br />
<strong>de</strong> Lemos Viana. Alberto Rastos da<br />
Costa e Silva, Alberto Cupertino Pessoa,<br />
Alexandrino Lopes Russo. Alfred* Lopes<br />
<strong>de</strong> Matos Cháves, Alfredo Soares Couceiro,<br />
4. a ca<strong>de</strong>ira—Adolfo <strong>de</strong> Lemos Viana,<br />
Alberto Rastos da Costa e Silva. Alberto<br />
Cupertino Pessoa, Alexandrino Lopes<br />
Russo.<br />
5.° ca<strong>de</strong>ira — Antonio Anibal d'Araujo<br />
Esmeris, Antonio Trinda<strong>de</strong>. Ausmsto Cezar<br />
da Silva Ferreira, Custodio d'Almeida<br />
Enriques<br />
Exames práticos — Fernando Duarte<br />
Silva d'Almeida Ribeiro, Francisco Pedro<br />
<strong>de</strong> Jezus Jeraldino da Silva Raltazar Brites,<br />
Antonio Batista dos Remedios. José<br />
Joaquim <strong>de</strong> Moraes Miranda, Fernando<br />
Alberto Ferreira Costa Soares.<br />
3.° ano — Carlos da Costa Araujo<br />
Cháves. Domingos da Costa Martins, Eduardo<br />
dfi Silva Torres, Enrique Luis Doria<br />
Omem Corte Real.<br />
Exames práticos—João Alves Rarreto,<br />
João Antonio <strong>de</strong>. Matos Romão, Joaquim<br />
Lopes d'01iveira e Castro, Jozé<br />
Alves da Silva.<br />
4.° ano — Joaquim Jozé Ferreira Ratista<br />
Júnior, Jozé Carneiro Leão Queirós,<br />
Jozé Lopes d'OIiveira, Julio Vieira Figueiredo<br />
Fonseca.<br />
5.° ano — exames práticos — Jozé<br />
Rodrigues Ma<strong>de</strong>ira, Manuel Ferreira da<br />
Silva. Salviano Pereira da Cunha, D. Sofia<br />
Julia Dias, Acácio Augusto Pereira<br />
da Costa, Jozé Gomes Lopes e Jozéd'01iveira<br />
Xavier. Jozé Rodrigues Ma<strong>de</strong>ira,<br />
Manuel Ferreira da Silva.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hatcmalica<br />
1.° ano—1. a ca<strong>de</strong>ira — Carlos Elias<br />
da Casta Júnior (distinto), Leopoldo Gerardo<br />
Martins, Carlos Augusto <strong>de</strong> Mascarenhas<br />
Gomes, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />
Amaral(distinto) Acácio Armando <strong>de</strong> Souza,<br />
Viriato Augusto Ta<strong>de</strong>u, Afonso Aires <strong>de</strong><br />
Gouveia Alcoforado, Rernardino <strong>de</strong> Sena<br />
Martins. •<br />
Ouve uma reprovação.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira, exames teoricos: Licínio<br />
Cantarino Lima, distinto; exames práticos:<br />
João Lapa Fernan<strong>de</strong>s Manuel, Jozé Rernardo<br />
Lopes.<br />
Ca<strong>de</strong>ira subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenho.<br />
2.° ano — Leopoldo Jerardo Martins,<br />
Serjio d'ASsumpção Morais e Castro,<br />
Alberto Tavares Ferreira e Castro.<br />
Terminárão os exames <strong>de</strong>ste ano.<br />
2.° ano — Carlos Duque, Aparicio<br />
Rebelo dos Santos (distinto), Alfredo <strong>de</strong><br />
Melo Pereira <strong>de</strong> Carvalho, Joaquim Jozé<br />
<strong>de</strong> Souza, Antonio Jozé Remar<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Miranda, Antonio Arsênio d'0!iveira Moreira,<br />
Jozé Lapa Fernan<strong>de</strong>s Manuel.<br />
2. a ca<strong>de</strong>ira, exames teóricos — Jozé<br />
Joaquim Ferreira <strong>de</strong> Melo Rotêlho, Alfredo<br />
<strong>de</strong> Melo Pereira <strong>de</strong> Carvalho.<br />
Faltou um aluno a éxame.<br />
Exames práticos — Ficárão excluídos<br />
os dois alunos que dérão provas.<br />
2.° ano — 3. a ca<strong>de</strong>ira —Joaquim Jozé<br />
<strong>de</strong> Souza, Jorje Arsênio d'01iveira Moreira,<br />
distinto, Augusto Camossa Nunes<br />
Saldanha, .Augusto Martins Nogueira Soares.<br />
Faltou um aluno a exame.<br />
3.° ano analize -superior — Francisco<br />
Xavier <strong>de</strong> Proença d'Almeida Garrét (distinto).<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filozofia<br />
|<br />
1.° ano—l. a ca<strong>de</strong>ira — exames práticos<br />
— João Augusto Orneias e Vasconcelos,<br />
José Maria Gomes Estima, Manuel<br />
Lopes Marçal Júnior, Raul Roque Ramos,,<br />
Veríssimo <strong>de</strong> Freitas da Silva, A<strong>de</strong>lino<br />
da Silva Lopes, José Augusto Reja Neves,<br />
Antonio Caiado Ferrão, Antonio da Costa<br />
Simõis Caneva, David <strong>de</strong> Souza Gonçalves<br />
Júnior, Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong> Melo<br />
Fernando Raela Rissaia Rarreto Rosa<br />
distinto, Francisco Pereira Dias da Fonseca,<br />
Jertnano Augusto Fernan<strong>de</strong>s, Joaquim<br />
d'0!iveira Sousa Lopes, Leopoldo<br />
Jerardo Martins, Jozé Cabral Cal<strong>de</strong>ira do<br />
Amaral, Joaé Fernan<strong>de</strong>s Dourado.<br />
2.° ano-3, a Cesar Lopes d'Almeida, Antonio Luiz<br />
Marques Perdigão.<br />
3.° ano. botanica — Fortunato Coutes<br />
Serviço, Joaquim Antonio <strong>de</strong> Melo e Castro<br />
Ribeiro.<br />
Terminárão os átos nésta ca<strong>de</strong>ira.<br />
2.° ano— i.<br />
ca<strong>de</strong>ira—José Christine,<br />
Diniz Sevéro Correia <strong>de</strong> Carvalho, João<br />
d'Oliveira Carvalho.<br />
4.® ca<strong>de</strong>ira—José Joaquim Ferreira<br />
<strong>de</strong> Melo Rotelho, Artur Pinheiro Coelho,<br />
Alvaro <strong>de</strong> Freitas Moura (distintoj, Julio<br />
a ca<strong>de</strong>ira —Carlos Duque<br />
(distinto), Joaquim d Oíiveira Souza Lopes,<br />
José Oliva Men<strong>de</strong>s da Fonseca.<br />
4-. a ano, zoolojia — Francisco Limpo<br />
<strong>de</strong> Lacerda (com abilitação do ano lélivo<br />
<strong>de</strong> I90'2-lí"03), Francisco d'Alraeida Pessanha,<br />
D. Isaura Ratista <strong>de</strong> Figueiredo<br />
e Oliveira, José Augusto d'Oliveira, e<br />
Vasconcélos, Luiz Antonio Trincão (MR<br />
18 valores) Alberto da Fonseca Rorjes,<br />
Miguel Pereira da Silva Fonseca, Francisco<br />
Cortez Pinto.<br />
Ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> analise quimica:<br />
l. a parte, exames práticos — Anibal<br />
da Conceição da Costa Pinto dos Santos,<br />
A-fonso Aires <strong>de</strong> Gouveia Alcoforado, Rernardino<br />
<strong>de</strong> Souza Martins, José Augusto<br />
<strong>de</strong> Reja Neves, Veríssimo <strong>de</strong> Freitas da<br />
Silva.<br />
Ca<strong>de</strong>ira Subsidiaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho:<br />
1.° ano —Carlos Augusto Lopes <strong>de</strong><br />
Melo, Francisco Pereira Dias da Fonseca,<br />
Francisco Rodrigues Mingachos (distinto),<br />
Acácio Armando <strong>de</strong> Souza, José Paulo<br />
Teixeira do Amaral, Antonio Caiado Ferrão,<br />
Antonio da Costa Simõis Caneva,<br />
Fre<strong>de</strong>rico Tavares Cortês, Antonio d'Antas<br />
Manso Preto Men<strong>de</strong>s Cruz, Carlos Ponce<br />
d'Oliveira Pires, Mário Gomes Saraiva,<br />
Fortunato Gomes Seita, A<strong>de</strong>lino Martins<br />
Pamplona Corte Real, Julio Cesar Lopes<br />
d'Almeida, Leonel Emilio da Cunha Pereira<br />
<strong>de</strong> Macedo, Joaquim Artur dos Santos<br />
Machado, Pedro <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Albuquerque<br />
Taxeira, Joaquim Antonio <strong>de</strong><br />
Melo e Castro Ribeiro, Antonio Nave Catalao.<br />
Escola <strong>de</strong> farmácia:<br />
3. a i.<br />
ca<strong>de</strong>|ra — Julio José Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa.<br />
Exames <strong>de</strong> farmácia:<br />
Cesar <strong>de</strong> Carvalho Miranda, Joaquim<br />
Quaresma <strong>de</strong> Moura, Carlos Cor-<strong>de</strong>iro<br />
Idães.<br />
Tosirâda<br />
A'bre amanhã o Colizeu Figueirence,<br />
com uma touráda, que prométe-sêr<br />
brilhante.<br />
Os touros pertencem á conhecida<br />
rgana<strong>de</strong>ria do srs. Vás & Monteiro e fôrão<br />
apartados com tôdo o cuidaado.<br />
A corridj é <strong>de</strong>rijida pelo distinto<br />
aficionado sr. Jaime Eniques.<br />
Como cavalheiro teremos o louvando<br />
artista Jozé Luiz Rento, !por bandarilheiros<br />
Francisco Xavier, Luis Ohmem, Jozé da<br />
Costa, Ferreira Estudante e Luciano<br />
floreira.<br />
O gurpo <strong>de</strong> forcados e <strong>de</strong> mais<br />
valente.<br />
A direção oferéce um premio á<br />
filammõnica que melhor se aprezentaí na<br />
praça.<br />
Durante a corrida tocará a filamonica<br />
Figueirença-<br />
Èm <strong>Coimbra</strong>, á, como do costume,<br />
gran<strong>de</strong> emthuusimo pela abertura da<br />
época taruomáquic .0 espáda é o conhcido<br />
novilheiro Cypriano Rosqued.<br />
© JSUX2*© ELE€ÍAI«TE<br />
REVISTA QUINZENAL ILUSTRADA<br />
DE<br />
Modas, Musica, Rélas-artes, literatura<br />
e atualida<strong>de</strong>s. I<br />
Publicação feita sob o auspicio <strong>de</strong><br />
S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia,<br />
Dirétôr — A. <strong>de</strong> Souza (Guy <strong>de</strong><br />
Preles).<br />
Redátores das sécções: Moda e vida<br />
Mundana Parisiense, bordados e todos os<br />
rabalhos concernentes ao belo sexo:<br />
Ma<strong>de</strong>moiselles Amélia <strong>de</strong> Souza e Hermínia<br />
Souza.<br />
Redátora e correspon<strong>de</strong>nte em Portugal<br />
: D. Olga <strong>de</strong> Morais Sarmento.<br />
Redáção e administração : 30 bis, Rua<br />
Rregero, Paris.<br />
a publicação<br />
No dia 3 <strong>de</strong> julho proximo, pelas<br />
onze óras da manhã, perante o juizo<br />
dè direito da comarca ds <strong>Coimbra</strong> e<br />
pelo cartorio do escrivão do primeiro<br />
oiic^o, Almeida Campos, se hão <strong>de</strong> arrematar<br />
pelo maior preço oferecido as<br />
dividas activas na totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> réis<br />
1:689$730 ejquc serão postas em praça<br />
m globo e sem valor, pertencentes á<br />
massa falida Oliveira & Alves, désta<br />
cida<strong>de</strong>.<br />
A arrematação terá logar á porta<br />
do tribunal judicial, sito nos Paços do<br />
Concelho perante o Juis Prezi<strong>de</strong>nte do<br />
tribunal do comércio.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 20 <strong>de</strong> [junho <strong>de</strong> 1904.<br />
Verifiquei a exatidão.<br />
O Juiz Prezi<strong>de</strong>nte do Tribunal<br />
R. Calisto.<br />
O escrivão do processo — Alfredo<br />
da Costa Almeida Campos.<br />
TIPOGRAFO<br />
Muito abilitado em compozição'<br />
e impressão, preeiza-se para dirijir<br />
uma boa oficina recentemênte montada<br />
n'uma localida<strong>de</strong> da Beira.<br />
Prefére-se individuo que tenha já<br />
estado a dirijir outras boas tipografias<br />
e que dê os melhores referencias<br />
sobre as suas abilitaçõis e<br />
comportamento.<br />
Trata-se em <strong>Coimbra</strong> com o<br />
Ex. ra A N U N C I O<br />
(2.* publicação)<br />
Pelo Juizo <strong>de</strong> Direito da comárca<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e cartório do escrivão do<br />
2.° officio, vão á praça, para serem<br />
vendidos em ásta pública, no dia 26<br />
do corrente, por il óras da manhã,<br />
á porta do tribunal judicial, pelo maior<br />
lanço acima da avaliação, os seguintes<br />
prédios:<br />
Uma câza <strong>de</strong> abitaçao, sita no •logar<br />
e freguezia <strong>de</strong> São João do Campo;<br />
avaliada em sessenta mil reis.<br />
Outra <strong>de</strong> abitaçao, sita no mesmo<br />
logar e freguezia, foreira ao Doutor<br />
Parreira em quinhentos reis; avaliada,<br />
abatido o fôro, em trinta mil<br />
reis.<br />
Fôrão penhorados na execução<br />
por custas, que o Ministério Publico<br />
nesta comárca, move contra Mário<br />
Silva e Maria Carlos, cazadas resi<strong>de</strong>ntes<br />
no dito logar <strong>de</strong> S. João do Campo,<br />
a quem pertencem respétivãmente,<br />
para pagamento da quantia <strong>de</strong><br />
42:370 reis e custas acrescidas.<br />
Pelo prezênte são citados quaisquér<br />
credores incertos, para assistirem<br />
á praça.<br />
O Juis <strong>de</strong> Direito,<br />
R. Calisto.<br />
O escrivão do 2.° oficio — Artur <strong>de</strong><br />
Freitas Campos.<br />
Penitenciaria Central <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Fás-se publico que no dia 27<br />
do corrente pelas 11 oras da manhã<br />
e na secretaria da Penitenciaria<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> se á<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r á<br />
arrematação dos jéneros alimentícios<br />
que ficárão por arrematar no<br />
dia 13 do corrente e que constão<br />
<strong>de</strong> pão, grão <strong>de</strong> bico, feijão, bacalhau,<br />
sal e toucinho <strong>de</strong> porco e<br />
bem assim á arrematação <strong>de</strong> lenha<br />
e cabedai s para a oficina <strong>de</strong> sapateiros.<br />
As condiçõis respeitantes a<br />
estas arremataçõis achão-se patentes<br />
na Secretaria da Penitenciaria<br />
todos os dias úteis <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 10 óras<br />
da manhã ás 3 óras da tar<strong>de</strong>.<br />
Penitenciaria <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, 15<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1904.<br />
0 Diretor,<br />
JOZÉ MIRANDA.<br />
Etna Ferreira S2oa»ges 13 3<br />
Antonio Ferreira Pereira<br />
Muda provisoriamente o seu estabelecimento<br />
para Avenida Navarro, em<br />
° Sr. Augusto Luis Martha, ' quanto se realizam obras po actual que<br />
Praça do Comércio, j abita.
4<br />
%^araffi&as&wa<br />
(oiMBrçÀ<br />
Installação provisoria: rua ãa Sota n° 8.<br />
11EZ1 S T E B í C l \ o i n t a - I V i r a , d e .8ualio «le 13>OÉ<br />
mm DE PASTO<br />
í3rESKrTJ13NTC>S<br />
BRANCOS E TINTOS<br />
l»ara cousmno e exportação<br />
Vendas por junto e a miúdo<br />
Tabella <strong>de</strong> preços <strong>de</strong> venda a miúdo (1 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1904).<br />
—<br />
o o G arraia Garrafa<br />