902-911 - Universidade de Coimbra
902-911 - Universidade de Coimbra
902-911 - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Associação Commerçial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Reuniu ontein a assembleia jeral da<br />
Associação Comercia! para lhe ser prezente<br />
o relatório dos <strong>de</strong>legados que fôrão<br />
a Lisboa reprezentnr esta Associação, na<br />
reunião que teve logar na sé<strong>de</strong> da Associação<br />
•Industrial Portu; uêza convocada<br />
pela camara municipal >ía Covilhã para<br />
ser disculido o projéto da Associação dos<br />
Enjenheiros Civis Portuguêzes sobre a<br />
rê<strong>de</strong> ferroviário, no sul do Mon<strong>de</strong>go.<br />
A reunião estéve bastante concorrida.<br />
Antes da or<strong>de</strong>m do dia, o sr. Prezi<strong>de</strong>nte<br />
da comissão <strong>de</strong> vijilancia do comércio<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para protestar junto<br />
com as comissõis <strong>de</strong> vijilancia <strong>de</strong> Lisboa<br />
e Porto contra as propostas <strong>de</strong> fazenda,<br />
<strong>de</strong>u conta dos trabalhos <strong>de</strong>sta comissão<br />
e pediu para a assembleia se pronunciar<br />
sobre se esses trabalhos tem o seu<br />
apoio.<br />
Posto o assunto á discussão pediu a<br />
palavra o sr. Francisco Vilaça da Fonseca,<br />
mostrando a importancia dos trabalhos<br />
e fazendo vêr que ainda não estão<br />
concluídos.<br />
O sr. Cassiano Ribeiro disse que, interpretando<br />
o sentido do comércio <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, propunha que a assembleia<br />
désse uru voto <strong>de</strong> confiança á comissão<br />
para ela continuar no <strong>de</strong>zempénho do seu<br />
mandato sendo aprovado por unanimida<strong>de</strong><br />
esse voto. Agra<strong>de</strong>cendo o sr. Pedro<br />
Ban<strong>de</strong>ira prezi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ssa comissão.<br />
Entrando na or<strong>de</strong>m da nojite foi lido<br />
o relatório dos <strong>de</strong>legados e os documentos<br />
concernentes a este assunto. O sr. Vilaça<br />
pediu uns esclarecimentos sobre a<br />
atitu<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>legados, em Lisboa, que<br />
lhe fôrão dados pelos srs. Cassiano Ribeiro<br />
e Barata.<br />
Depois disso, o sr. Vilaça, fazendo<br />
uso da palavra, disse que o procedimento<br />
dos <strong>de</strong>legados que fòrão a Lisboa meréce<br />
a aprovação da assembleia, pela fórma<br />
corréta como comprírão as instruçõis que<br />
lhes fôrão dadas e mostrou a importancia<br />
que tèin para <strong>Coimbra</strong> o projéto <strong>de</strong><br />
tal re<strong>de</strong> ferro-viaria. Continuando, <strong>de</strong>monstrou<br />
com um estudo minuciòzo que<br />
sobre tão momentôzo assunto fez — que<br />
para <strong>Coimbra</strong> o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>nominado<br />
no tal projéto <strong>de</strong> Arganil -Lousã<br />
e Porto <strong>de</strong> Mós prejudica ést? cida<strong>de</strong>.<br />
E' indispensável protestar contra ele.<br />
Se este caminho <strong>de</strong> férro fôr aprovado,<br />
<strong>Coimbra</strong> ficará prejudicadissima,<br />
porque pelo norte tem a linha da Beira<br />
Alta com o seu entroncamento na Pampilhoza<br />
e pelo sul o caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong><br />
Arganil e Porto <strong>de</strong> Moz com o entroncamento<br />
na Louzã; <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong>,<br />
que <strong>de</strong>via pela sua importancia sèr o<br />
centro <strong>de</strong> todas as linhas do caminho <strong>de</strong><br />
ferro 110 centro do pais, será esbulhada<br />
d'esse movimento e, como premio <strong>de</strong><br />
consolação, terá um ramal para a Louzã.<br />
Já se não mantém a construção do caminho<br />
<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Arganil <strong>de</strong> via larga<br />
como foi dada por lei e que já <strong>de</strong>via estar<br />
concluída, nem se mantém o caminho<br />
<strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> Santa Comba-Dão a <strong>Coimbra</strong><br />
mandado estudar pelo sr. Emídio Navarro<br />
que vinha compensar <strong>Coimbra</strong> do prejuízo<br />
que lhe cauzou o entroncamento da<br />
Beira Alta, na Pampilhoza. Nada d'isso<br />
se mantém, mas em compensação, como<br />
para expoliar mais uma vêz esta formoza<br />
cida<strong>de</strong>, projéta-se um caminho <strong>de</strong> ferro<br />
que partindo <strong>de</strong> Coja vá a Santa Comba-<br />
Dão e siga pelo ramal <strong>de</strong> Vizeu para<br />
Traz os-Montes.<br />
Isto só se concebe como um propózito<br />
firme <strong>de</strong> prejudicar ésta cida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Coimbra</strong> ficará <strong>de</strong> braços cruzados<br />
n'um assunto tão momentôzo? Não <strong>de</strong>ve<br />
e por is.so propõem que se nomeie uma<br />
gran<strong>de</strong> comissão com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> agregar<br />
a si todas as pessoas que inten<strong>de</strong>r,<br />
e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estudado bem o assunto se<br />
reclame do governo as provi<strong>de</strong>ncias<br />
necessárias.<br />
Propõi para essa comissão as mezas'<br />
da direção e d'assemb!eia jeral, e os srs.<br />
Valentim José Rodrigues, Jozé Antonio<br />
Dias Pereira, Antonio Domingos Graça,<br />
Antonio Jòsé Fernan<strong>de</strong>s, Pedro Ferreira<br />
Dias Ban<strong>de</strong>ira, João Simões da Fonseca<br />
Barata, Annibal <strong>de</strong> Lima e Cassiano<br />
Ribeiro.<br />
Que esta comissão lerá como fun immediato<br />
procurar por si e por técnicos<br />
que para isso consulte, saber se as propostas<br />
em discussão serão suscetiveis <strong>de</strong><br />
modificação, <strong>de</strong> modo que <strong>Coimbra</strong> fique<br />
sendo o centro <strong>de</strong> todo o movimento fer<br />
ro-viario ao sul do Mon<strong>de</strong>go e testa da<br />
linha a fazer por Santa Comba para<br />
Traz os Montes.<br />
Falárão ainda sôbre o assunto outros<br />
cavalheiros, e sendo por indicação da assembleia<br />
agregado,á comissão o proponente,<br />
foi a sua propista aprovada por<br />
aclamação.<br />
Discutiu se <strong>de</strong>pois o pedido da camara<br />
municipal da Covilhã para que se oficássç<br />
ao Ministro das obras publicas para<br />
qne seja creado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já um fundo especial<br />
para a construção <strong>de</strong>ste caminho <strong>de</strong><br />
ferro, ficando a direção encarregada <strong>de</strong><br />
respon<strong>de</strong>r a esses telegramas em armonia<br />
com as propostas aprovadas.<br />
O seu prezi<strong>de</strong>nte apresentou um oficio<br />
do centro comercial <strong>de</strong> Santos (Brazil)<br />
participando que esta associação, no<br />
propozito <strong>de</strong> estreitar as relaçõis entre<br />
os dois paizes, vai abrir uma expozição<br />
permanente <strong>de</strong> artigos relativos ao comercio<br />
e á sua industria, e pe<strong>de</strong> para que<br />
a Associação Comercial <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> protecione<br />
este cometimento. Por proposta<br />
do sr. Cassiano Ribeiro, rozo|veu-se que<br />
se désse conhecimento pela imprensa,<br />
d'esta expozição, aos industriaes e exporladóres<br />
<strong>de</strong>ste distrito, e a diréção<br />
<strong>de</strong>sse todos os esclarecimentos que lhe<br />
solicitassem sobre o assunto.<br />
E, não avendo mais nada a tratar, foi<br />
levantada a sessão.<br />
Respon<strong>de</strong>ndo<br />
Á dias um amigo, aproposito désta<br />
contenda, consi<strong>de</strong>rava :—«E' fácil terminá-la.<br />
Agarra-^e na'queixada dum dêles<br />
e varre-se tôdos os outros.»<br />
Para o elleito o que vae servir é a<br />
queixada do Agapito. Não o largamos<br />
mais emquanto o campo não ficár limpo<br />
dêstes co.rpos que o abstruem e <strong>de</strong>stes<br />
cérebros que o <strong>de</strong>sacredítão.<br />
E' o mais estúpido <strong>de</strong> tôdos e o mais<br />
pérfido. Pó<strong>de</strong>m as criancinhas chorár ao<br />
pé <strong>de</strong>le, pô<strong>de</strong> a mizéria crescer em lamentos<br />
e em gritos, pô<strong>de</strong> ouvir dizer que<br />
ccnlenáres dômens cairão sob as balas,<br />
chamando uma reivindicação lejitima e<br />
jerieroza, o Agapito ficará quêdo, frio,<br />
olhando com um olhar <strong>de</strong> parvajola numa<br />
cara inexpressiva <strong>de</strong> Damazo Salcè<strong>de</strong>,<br />
sem unffi intermitência comovida que indique<br />
a existencia dum coração.<br />
Tem qualida<strong>de</strong>s para afrontar uma<br />
jeraçãojá <strong>de</strong> si <strong>de</strong>zonrada por tanto <strong>de</strong>sinteresse<br />
e tanta indiferença. Dá-me a impressão<br />
daquele personajem da comédia<br />
<strong>de</strong> Feydau que dizia a tudo:—X! eu cá<br />
por mim, pff\<br />
Dis se literato e fás tersos, como se<br />
aquéla álma <strong>de</strong> cortiça podésse dispen<strong>de</strong>r<br />
o que constitue a qualida<strong>de</strong> primacial da<br />
poezia: o sentimento; e <strong>de</strong>screve contos<br />
como se tivésse espirito sequer para as<br />
exijencias mo<strong>de</strong>lares d uma próza cuidada.<br />
Assim, no seu Auto Pastoril, o que<br />
não é banalida<strong>de</strong> insignificativa é parvoíce<br />
rematada como aquéla imajem que termina<br />
pela espuma rjerar a estréla!<br />
As suas prózas, são umcaubriolar tremendo/le<br />
disparates constituindo pensamentos<br />
fantásticos próprios dum ómem<br />
que não pensa coiza nenhuma, e no meio<br />
dos quais o Agapito, transformado num<br />
extranho Jozué da literatura, manda, num<br />
momento, <strong>de</strong>scer e subir o sol, <strong>de</strong>zenca<strong>de</strong>ar<br />
e acalmar tempesta<strong>de</strong>s, um pavor<br />
cósmico, emfim, que poria o dr. Bombarda<br />
na pista dum doido, se não estivéssemos,<br />
simplesmente, na prezença dum burro.<br />
O sen folheto não é mnis do que isto:<br />
<strong>de</strong>tri. tos amontoados, baixêzas ejaculadas,<br />
o <strong>de</strong>spejar do caneco cloaciuo qué<br />
no Agapito reprezenta -o papel que o<br />
espir ito' reprezenta nas outras pessoas.<br />
Não rebate um fado, não aprezenta<br />
um argumento, não tem graça, amontoa<br />
insultos unicamente, como um arrieiro<br />
encardinado.<br />
Eu disse que o Agapito se tinha reenzado<br />
a colaborar no numero A<strong>de</strong>lina<br />
Aorawhes para não <strong>de</strong>zagradar á empe<br />
za Rozas e Brazão, «n<strong>de</strong> tem um auto<br />
que quer levar á cèna e acentuei que<br />
isto era uma <strong>de</strong>zonestida<strong>de</strong>. O Agapito<br />
não respon<strong>de</strong>u.<br />
Manifestei o <strong>de</strong>zejo <strong>de</strong> discutir a obra<br />
dn sr. Julio Dantas> porque na sua <strong>de</strong>fêza<br />
estava a justificação dos que aplaudião,<br />
como no seu ataque a justificação dos<br />
que pateávão. O Agapito não discQtiu.<br />
Eu citei a má ação que representava<br />
o facto*<strong>de</strong> terem sido roubadas as flores<br />
offerecidns á A<strong>de</strong>lina Abranches, para<br />
osfogozos manifestantes glorificarem com<br />
elles o sr. Julio Dantas. 0 Agapito não<br />
contestou.<br />
E não se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u porque não tinha<br />
<strong>de</strong>fèza, como não discutio porque não<br />
sabe discutir.<br />
O publico já formou o seu juizo e já<br />
<strong>de</strong>spediu a sua sentença. O Agapito fica<br />
marcado pelo seu proprio folheto que o<br />
revelou inteiro, na sua indignida<strong>de</strong> e na<br />
sua chatêza intelétual.<br />
O sr. Jozé Aires, apareceu efétivãmente<br />
no Tribuno Popular. Não a<strong>de</strong>anta<br />
mais do que o sr. Jozé Bruno.<br />
Repare, no entanto, que quem não<br />
tem i<strong>de</strong>ias são os senhores, que nada<br />
-Oisintaaici ta, 0