15.04.2013 Views

902-911 - Universidade de Coimbra

902-911 - Universidade de Coimbra

902-911 - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2 REKISTMC11 — Quinta-friru, IO <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1004<br />

baixo cortezanismo<br />

<strong>de</strong>ve dizer-se.<br />

o que <strong>de</strong> principal<br />

Mas por isso mesmo são os umcos<br />

que os governos perseguem, e vexam, e<br />

roubam, e o<strong>de</strong>iam com esse odio profundo<br />

dos bandoleiros que se sentem<br />

<strong>de</strong>scobertos no melhor da operação.<br />

A imprensa republicana tem «feito o<br />

seu <strong>de</strong>ver, fazendo uma obra <strong>de</strong> justiça<br />

e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. A imprensa franquista,<br />

que é <strong>de</strong> mais fresca data, tem feito<br />

simplesmente o seu jngo, tranzijindo e<br />

cumplicitando, pelo silencio, em gran<strong>de</strong>s<br />

escandalos e atentados.<br />

Aspemos, pois, esta verba da conta<br />

franquista.<br />

*<br />

Que o franquismo provocou, pela sua<br />

propaganda, o movimento, contra as<br />

propostas <strong>de</strong> fazenda, é verba nova e<br />

cheia na fatura que apresenta.<br />

E' uma mentirola, da mesma fazenda<br />

grosseira das que o sr. Martins <strong>de</strong> Car<br />

valho expediu para as folhas do partido,<br />

durante a excursão do chefe por terras<br />

do norte, centro e sul.<br />

Que a marca d'esta é da mesma empreza<br />

que fabricou as outras, numa<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>spreoccupação <strong>de</strong> espirito e<br />

inacessível a escrupulos tolos...<br />

Andou o sr. João Franco a comer<br />

jantares, muitos jantares, com infinda vei<br />

discursos aos postres, cortados pelos<br />

aplauzos ruidozos <strong>de</strong> loquelas bem molhadas.<br />

E vae no fim, os gloriozos convivas<br />

dêsses agapes memorandos arrotaram tão<br />

estrondosamente, numa concordância tão<br />

forte, que as propostas <strong>de</strong> fazenda, mais<br />

o seu autor, caíram em pó ao som terri<br />

fico d'aquele protesto intestinal...<br />

O franquismo alribue-se o movimento<br />

contra as propostas <strong>de</strong> fazenda, mas o<br />

niileo |>aríido que promoveu<br />

cernidos foi o partido republicano,<br />

e foram os seus oradores os<br />

mais prestantes auxiliares dos comícios<br />

convocados pelo commerçio e aqueles<br />

que mais aplauzos colheram.<br />

O sr. João Franco e a sua corte não<br />

apareceu nessas assembleias. Só o sr.<br />

Pinto <strong>de</strong> Mesquita falou duas ou tres<br />

vezes. Os outros marechais íicáram-se<br />

por casa, que a Corôa—com C gran<strong>de</strong><br />

podia não gostar da aventura.<br />

A mentirola não exije mais<br />

a n notação.<br />

larga<br />

Chega a ser uma torpeza—que o pais<br />

não pô<strong>de</strong> pagar.<br />

Risque-se!<br />

*<br />

Infere o franquismo a sua força eleitoral<br />

da manutenção duma reforma feita<br />

contra elle em ditadura, como preten<strong>de</strong><br />

volorizar a acção das suas conferencias<br />

pelo motivo <strong>de</strong> élas terem provocado<br />

advertências ilegaes <strong>de</strong> dois ministros.<br />

Ora sendo assim, é logico inferir a<br />

força do partido republicano <strong>de</strong> vários<br />

actos odiosos em que o sr. João Franco<br />

collaborou.<br />

Para os republicanos fez o ilustre<br />

chefe da regeneração liberaleira uma lei<br />

eleitoral <strong>de</strong> excepção, semelhante á que<br />

agora diz dificultar-lhe o acesso á urna,<br />

mais a lei celebre <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> fevereiro:<br />

para elles creou s. ex. a a correjedoría:<br />

peiseguiu-os, violentou-os nos seus direitos,<br />

<strong>de</strong>fraudou-os nos seus interesses,<br />

foi duma estúpida brutalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabo<br />

d'or<strong>de</strong>ns vinolento.<br />

O sr. João Franco que agora invoca<br />

as advertências ou proibições ilegaes dos<br />

ministros para valorizar a sua politica,<br />

esqueçe-se da sua celebre circular aos<br />

lentes republicanos, da <strong>de</strong>missão que<br />

<strong>de</strong>u a alguns funcionários que cometiam<br />

o nefando <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> pertencerem ao nosso<br />

partido, etc., etc.<br />

Então era alguma cousa esse partido<br />

republicano?<br />

Fóra, pois, com esta exijencia da<br />

lista impu<strong>de</strong>nte!<br />

O franquismo fala do seu trabalho<br />

ones'o.<br />

Estão a ver o sr. Martins <strong>de</strong> Carvalho<br />

a subir as escadas do Século, presurozo,<br />

a prevenir que tivessem cuidado com<br />

as noticias que do Porto mandassem<br />

sobre as manifestações feitas ao nosso<br />

correligionário sr. Bernardino Machado,<br />

amputando-lhes o que necessário fosse<br />

para que a coisa não <strong>de</strong>stacasse...<br />

Era preciso assim para a propaganda<br />

do franquismo-explicava s. ex. a a um<br />

cavalheiro quê o acompanhava, ex-administrador<br />

numa terra do norte e agora<br />

advogado no Porto.<br />

Tire lá essa verba <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> I<br />

Assim, verifica-se que o país nada<br />

tem a pagar, e antes lhe cabe o direito<br />

<strong>de</strong> arguir o franquismo do crime <strong>de</strong><br />

burla.<br />

Essa conta corrente <strong>de</strong> benefícios e<br />

vantagens que apresentou ao país, na<br />

data commemoratjva da festança inaugu-<br />

E' sem duvida o medicamento mais<br />

eficás no tratamento das purgaçõis agudas<br />

e crónicas, sanguíneas ou puru<br />

lentas.<br />

Cura rapida e radical, não dando<br />

orijem a qualquer encomodo do estomago.<br />

A' vencia na farmácia e drogaria;<br />

Rodrigues da Silva, - <strong>Coimbra</strong>.<br />

Preço do frasco, 700 reis.<br />

LITERATURA I ARTE 1<br />

ra!, era uma verda<strong>de</strong>ira escròquerie ar<br />

mada á boa fé do publico ingénuo.<br />

Era uma conta <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iro tos<br />

quiador, que. colhendo maré asada, im<br />

pinje ao freguez gato por lebre, e no<br />

fim ainda lhe carrega no preço, num abus<br />

<strong>de</strong> situação apertada.<br />

.\a Ktezcrva<br />

O sr. Emídio Julio Navarro <strong>de</strong>clara<br />

soldado licenceado do pai tido progres<br />

sista.<br />

A julgar pelo que custa essa sua con<br />

dição, <strong>de</strong> ínativida<strong>de</strong> se o chamão ao<br />

serviço átivo come por um rejimento.<br />

Deixem-no na rezerva!<br />

Corridas velocipédieas<br />

Com uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor intenso<br />

abrazante, realízárão-se no ultimo do<br />

mingo as annunciadas corridas velocipé<br />

dicas, promovidas pelo Sport-Club.<br />

Ao Caes confluiu numeroza multidão<br />

que se espraiou rumorejante e interessada<br />

por todo aquelle local, seguindo com entuziastica<br />

curiozida<strong>de</strong> as disputas dos<br />

co! r dôres.<br />

Ouve ligeiros inci<strong>de</strong>ntes barulhentos<br />

um conflito <strong>de</strong> mais tomo com a policia<br />

que levantou gran<strong>de</strong> alvoroto e, na pista<br />

queda> frequentes dos corredores.<br />

0 resultado foi o seguinte:<br />

Corrida <strong>de</strong> Juniores amadores — 8<br />

voltas —1.° premio, Antonio da Cruz<br />

2.°, Manoel <strong>de</strong> S. Miguel; e 3.°, Eduardo<br />

Baptista.<br />

Corrida reservada — Campeonatonlo<br />

Sport-Club, 12 voltas — premio único<br />

(gran<strong>de</strong> melalha <strong>de</strong> campeão, para ser<br />

disputada 3 annos successivos) Alberto<br />

Baptista Gonçalves, que ficou só em<br />

campo por se ter inutilizado a maquina<br />

logo a 5. a Sonetos <strong>de</strong> Candido Guerreiro — Am a cíeu<br />

Etatalha <strong>de</strong> Flores<br />

Sanches Barreto — Editor — <strong>Coimbra</strong>, 1904.<br />

Promete ser uma festa <strong>de</strong> sensação<br />

Tres livros <strong>de</strong> versos<br />

E' esse um livro que preten<strong>de</strong> ser pela animação que <strong>de</strong>spertou no nosso<br />

filozofico; e que, pela <strong>de</strong>maziada retórica meio e o entuziásmo que produziu em toda<br />

dos seus versos, pelo colorido forte que a população <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

a imajinação do autor dá a tudo, pelas A instituição das Creches, a favor <strong>de</strong><br />

PoeMiaw escolhidas <strong>de</strong> Afonso Lopes imajens complicadas, pela evi<strong>de</strong>nte su- quem reverte o seu produto mais uma<br />

Vieira — Viuva Tavaies Cardozo — Editora perficialida<strong>de</strong> da sua filozofia, não con- vês é alvo das simpatias que tem entre<br />

— Lisboa — 1904.<br />

segue realizar a sua pretenção. Talvês o<br />

conseguisse, se o Poeta tivesse envere-<br />

o publico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. E séja-nos licito<br />

dizer que toda essa simpatia é bem ca<br />

0 sr. Afonso Lopes-Vieira é um poeta dado por outro caminho: veja-se o bom bida.por que "a Creche <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tem<br />

elejiaco, por cujo talento — comovido, ele- soneto que começa:<br />

sabHo manter-se credora <strong>de</strong> todas as<br />

gante e maleável eu tenho uma gran<strong>de</strong><br />

manifesiçõis que lhe fáção pela corréção<br />

simpatia. Simpatia que inabalavelmente <br />

velocipedia, o súbdito hespanhol sr. Ri- ajudando a exprimi-la; e íica-nos, 110 fim,<br />

cardo Garcia y Gomez, 10 voltas - I.°<br />

« Eu sòlto um ahl <strong>de</strong> espanto alegre e novo, Bancos.. £00 »<br />

a impressão dum pedaço intenso <strong>de</strong> vida<br />

premio, João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram; 2.°<br />

« Perante esse seu modo extranho e audiz, De pé 100 »<br />

intensamente expresso.<br />

Manoel <strong>de</strong> S. Miguel f 3.° Luciano Pinto.<br />

« Como sacce<strong>de</strong> no thealro ao poi o<br />

Entre as (Tuas poezias a diferença e<br />

Corrija <strong>de</strong> motocy <strong>de</strong>ites, da forpa <strong>de</strong><br />

< Quando vê augmentar a luz do gnz.<br />

enorme; e tão palpavel, que dará logo a<br />

Às pessoas que <strong>de</strong>zejárem entrár na<br />

2,5 cavallos, oferecida ao notável cyclista quem as ler uma i<strong>de</strong>ia certa <strong>de</strong> como é « No entanto po<strong>de</strong> crer, não sou assim batalha das flores com automoveis, car-<br />

José Bento Pessoa — 20 voltas - I gran<strong>de</strong> o talento do autor e <strong>de</strong> como êle fás « Tão <strong>de</strong>shonesto e bravo ws amores, ruájens, cavalos, ou bicicletes, dévem<br />

premio, Alberto Baptista Gonçalves; 2.°, mal na voluntaria amputação a que o « Succe<strong>de</strong> entrar ás vezes num jardim. inscrevêr-se sem <strong>de</strong>mora na Confeitaria<br />

João Fernan<strong>de</strong>s d'0ram.<br />

sujeita, entregando-se ao amor <strong>de</strong> pro- « E ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> pizar as flores. Téles, rua Ferreira Bórjes (Calçada).<br />

Corrida Negativa, reservada para os cessos poeirentos—e insigriificativos para<br />

Pe<strong>de</strong>-se para fazerem ornamentar as<br />

socios do Sport-Club; havia um único Arte mo<strong>de</strong>rna.<br />

« Que a sua voz tão límpida me diga<br />

suas carruajens.<br />

premio que pertenceu a Eduardo Ba-<br />

Essa balada antiga<br />

Não é permitida a entrada <strong>de</strong> trens<br />

tista.<br />

« Que termina collada á minha bocca . . .<br />

Os corredores dérão algumas quedas, Por tudo o que disse, suponho que<br />

com tejadilho.<br />

nao sendo <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> os ferimentos se compreen<strong>de</strong>rá bem a alegria que tive<br />

Concluída a batalha <strong>de</strong> flores os veí-<br />

Mas, ao lado d'estas, outras sem si-<br />

sofridos.<br />

em não encontrar nas «Poezias Escolhiculos<br />

que se quizerem conservar <strong>de</strong>ntro<br />

gnificação nem brilho:<br />

O -serviço d'ambulancia era dos bomdas» aquelas <strong>de</strong> que não gostava. E, se<br />

do recinto, estacionarão no local que lhes<br />

beiros voluntários.<br />

excetuar a »Inscrição para o túmulo dum<br />

fôr <strong>de</strong>stinado.<br />

« Teus olhos pretos<br />

Durante as corridas tocou a filarmó-<br />

gato» e o «Bemdito,» absolutamente sem<br />

No local avèrá barracas em que Se-<br />

« Ctmo a ferrugem negra das laranjas » ;<br />

nica Bóa-União.<br />

valor, em todas as outras á imajens muito<br />

nhoras ven<strong>de</strong>rão flores.<br />

bélas e uma ternura gran<strong>de</strong> e melan-<br />

Para os n.<br />

cholica pelos ómens e peia Natureza.<br />

As melhores compoziçõis são para<br />

O balão do Ferrameista<br />

mim: o "Fado Politico», <strong>de</strong> que já falei,<br />

«Vós <strong>de</strong> Lonje», duma ancieda<strong>de</strong> vaga<br />

Di-vse que na próxima terça feira o penetrante, a curióza e interessante<br />

Ferramenta fará nésta cida<strong>de</strong> uma as- «Poezin dos Realejos» e os dolorozos<br />

cenção no seu balão. O local escolhido «Falla-lós».<br />

dizem ser o Largo <strong>de</strong> D. Luís.<br />

Se assim fôr, o local é o melhor da<br />

cida<strong>de</strong> e o dia muito bem escolhido por<br />

ser nesse dia que a festa do Espirito<br />

Santo em Santo Antonio tem mais concorrência<br />

não só da jente do campo como<br />

da cida<strong>de</strong>.<br />

Um grupo <strong>de</strong> académicos promove<br />

para ôje uma afetuosa festa a A<strong>de</strong>lina<br />

Abranches, a distinta atriz que tão onesta<br />

e brilhantemente se está impondo em<br />

soberbas creaçôis.<br />

Será distribuído um numero único<br />

com larga e variada colaboração.<br />

GONOL PAIVA<br />

Novida<strong>de</strong> farmacêutica—registado<br />

os 5.° e (>.° á prémios pecuniários<br />

<strong>de</strong> 2$00

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!