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erço modesto e pobre mal deixara adevinhar o sou fuluro brilhantismo. O imperial collegio de Pedro II está nesle caso. Diz-se e pôde ler-se, pois está escriplo, que este collegio foi fundado no dia 2 de Dezembro de 1837; certo é porém que a sua verdadeira origem data de um anno que não me e possível bem determinar, e que no entanto foi positivamente anterior ao do 1739 e posterior ao de 1733. I'], mais ainda, a sua origem primitiva seria tudo quanto quizerem, menos fidalga. Essa bella instituição, de que hoje tanto nos ulanamos, ò filha de humildes pais; porque ha um século e vinte e alguns annos dorão-lhe o ser a caridade, que nunca foi altiva, c um simples sacristãomór, que provavelmente não era de nobre estirpe. I] o brilhante collegio que não se lembre de protestar contra estas verdades, negando esta sua procedência, e sustentando que nunca leve parentesco com o seminário de S. Joaquim; porque é publico e está provado que clle herdou-lhe os bens, sem que os recebesse por legado expresso em testamento, e por consequência herdou-os por ser parente legitimo, e é incontestavelmente da família. Vou resumir em duas palavras o capitulo da nossa historia do outro tempo, capitulo que trata deste assumpto, e que infelizmente não se encontra, nem nos livros, nem nos arckivos, mas cuja veracidade julgo poder assegurar, porque pude lò-lo escriplo na lem-
anca de tros velhos muito respeitáveis, sendo um delles sacerdote, e todos absolutamente concordes na relação do que tinhão ouvido de seus pais e de seus maiores. Logo que se inaugurou a igreja de S. Pedro, foi escolhido para sacristão-mór desse templo um homem, cujo nome ficou esquecido, talvez um padre, e em todo o caso homem de costumes sãos e de reconhecida virtude. O sacristão-mór não tinha fortuna, e o pouco que podia ganhar dividia com os pobres. Era um pobre a dar esmolas, partindo pelo meio o pão que apenas para elle chegava. l)oia-lhe sobretudo a sorlc dos meninos orphãos, que perdendo seus pais, ficavão em miséria... em dúplice miséria... sem pais e sem pão. O sacristão-mór conhecia c soccorria um homem pobre, viuvo, doente, e com dous filhos ainda muito pequenos ; e meninos de doze e treze annos de idade. Um dia foi ver o seu protegido, e encontrou-o morto. Os dous orphãos ckoravão, e mal pensa vão quanto devião chorar! O caridoso sacristão levou comsigo os dous meninos, e durante a noite levou horas inteiras a reflectir sobre a vida que os esperava : ellc não tinha meios para educalos: que faria dos dous orphãos?... pensando nestes, pensou lambem que muitos outros estarião nas mesmas circumstancias. Tanto pensou, que o a;»jo da caridade veio inspirar-
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