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Obra Completa

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M b e t o * te cúoicniKT trato<br />

Dr. Teixeira de Carvalho<br />

Redacção c atlmiiiislrarào — ARCO DO BISPO, 3<br />

Amsíkm ntnntu<br />

Anno, 2^490 réis; semestre, i $200 réis; trimestre,<br />

600 réís. Brasil e Afr cu, anno, 3 $>600<br />

réis; semestre, 1 íSsSoo réis. Ilhas adjacentes,<br />

anno, 3#OQO réíç; semestre, i#>5oo réis<br />

RESISTENG<br />

Composição e impressão<br />

Olliclna tjpographica M. Reis Gomes — COIMBRA Órgão do Partido Republicano de Coimbra<br />

à expulsão dos jesuítas<br />

Passa hoje o anniversario da publicação<br />

do decreto da expulsão dos<br />

jesuítas, a obra capital do grande estadista<br />

que foi o marquez de Pombal.<br />

Nada escapou á sua audaz iniciativa<br />

de emprehendimento glorioso do<br />

levantamento do seu paiz; nem a instrucção;<br />

nem o commercio; nem a<br />

industria; nern as ideias orientadoras<br />

da politica do seu tempo.<br />

Organisou completamente o exercito<br />

e a marinha por fórma a fazer<br />

respeitar Portugal dos seus inimigos<br />

hereditários, a exploradora Inglaterra,<br />

a conquistadora Hespanha.<br />

Tentou acabar com os odios de<br />

raça, com os preconceitos hereditários,<br />

as regalias de nobreza, tornando<br />

eguaes perante a lei todos os homens<br />

e todas as classes.<br />

A sua obra é a reveladora duma<br />

intelligencia lúcida e forte, educada<br />

praticamente numa grande escola politica.<br />

E d'essa obra tão monumental e<br />

tão vasta que abrange toda a actividade<br />

de um povo, ficou como característico<br />

supremo a expulsão dos jesuítas,<br />

o gesto forte que uma gravura<br />

celebre archivou.<br />

E' que se muito o recommenda<br />

á consagração gloriosa de Pogtugal,<br />

a expulsão dos jesuítas impõe-se á<br />

consagração mundial como um alto<br />

serviço prestado á humanidade inteira,<br />

e, no meio da lucta que contra<br />

a reacção se vae ferindo em toda a<br />

Europa, o nome do marquez de Pom-<br />

bal é evocado como o de um precursor,<br />

como o de um dos raros espíritos<br />

que no século xvm, mesmo<br />

dentro dos regimens monarchicos,<br />

apezar de todos os embaraços que<br />

de todos os lados se levantavam a<br />

impedir a largueza de vistas, a limitar<br />

e a amesquinhar os horisontes da<br />

politica, souberam vêr que seria impossível<br />

a marcha progressiva das nações<br />

sem a inutilisação da companhia<br />

de Jesus que tudo dominára e tudo<br />

esterilisava.<br />

Com a reforma da Universidade,<br />

onde os jesuítas haviam conseguido<br />

depois da mais porfiada e ardilosa das<br />

luctas dominar completamente, pre-<br />

tendeu o grande marquez de Pombal<br />

libertar a consciência portugueza,<br />

onde elles dominavam pela deformação<br />

dos cerebros que uma educação<br />

preversa e viciosa moldava, sujeitando-os<br />

sem deíeza à vil exploração dos<br />

seus interesses.<br />

Banindo-os da politica e do ensino,<br />

expulsando-os do paiz, o marquez<br />

de Pombal iniciou uma obra de<br />

libertação que infelizmente não teve<br />

continuadores.<br />

O meio depravado e corrompido<br />

em que teve de actuar, explica bem<br />

a falsa crueldade da? suas medidas.<br />

Foi um libertador.<br />

Isso faz a grandeza do grande<br />

vulto perante cuja memoria se curva<br />

hoje a Resistencia, no anniversario<br />

da data mais gloriosa da sua obra<br />

çxjvUáç dòsjmitos dtfçrtugal<br />

Publicando hoje o discurso do sr. prof. Miguel Bombarda, enaltecendo a obra de Joaquim Antonio d'Aguiar, pensamos prestar<br />

um serviço a todos os cidadãos portugueses que amam a sua patria.<br />

Hoje a reacção é uma. Num esforço ultimo as ordens religiosas uniram-se aos jesuítas; o Papa-Branco e o Papa-Negro conferenceiam<br />

no Vaticano, e commandam o mesmo exercito.<br />

As palavras do sr. dr. Miguel Bombarda são por isso um grito de alarme contra o mesmo inimigo; por issso a sua linguagem é bem<br />

a do dia de hoje, em que todos os patriotas celebram a data gloriosa da expulsão dos jesuítas de Portugal:<br />

Sr. Presidente. — Neste arrastar nova; não é a alliança da cruz e da na subscreveu, com o primeiro cônzes a 800 mil mendigos; as terras<br />

das ultimas sessões d'um período le- espada na propogaçãoda fé, que essa sul, o artigo em que se prohibiam deixaram de ser arroteadas, as magislativo<br />

trabalhoso, em que todos tinha um grande ideal de nobreza; em França todas as instituições ectas invadiram os campos de cultura,<br />

anceiam por um repouso merecido, é a alliança do frade e do cacete que clesiasticas que não fossem os semi- viram-se as charruas puxadas pelos<br />

eu não teria pedido a palavra neste prepara arremettidas contra a mais nários e os capítulos das catedraes; proprios lavradores e uma litteratu-<br />

momento se não o considerasse um nobre conquista do homem. E' pre- como se não fosse emfim da obserra nacional, bela e rica aiogou-se<br />

dever. Eu entendo com effeito que ciso que nos armemos contra assalvação de todos que por essas terras por completo sob as ondas do fana-<br />

aquelle que está de posse de uma tos e surprezas: hoje a propaganda, fóra esse verdadeiro proletariado da tismo congregacionista. No século<br />

verdade útil aos outros, que aquelle a objurgatoria fremente de indigna- egreja, que são os curas de aldeia, XVI os hereticos que habitavam ao<br />

que pelo estudo e pela observação ção dos nossos grandes tribunos par- exerce o seu ministério por cami- norte e ao sul da Italia viviam na<br />

chegou a uma convicção, tem a obrilamentares, a saneção paternal á João nhos invios e atravez das intempe- pureza e na doçura dos seus costugação<br />

de espalhar aos quatro ventos, Pinto dos Santos, a saneção cariries sem que nunca se tivesse visto mes quando os jesuítas decidiram os<br />

de fazer d'ella a propaganda possídosa de quem tenta lançar um laivo um frade que o viesse auxiliar na sua príncipes á sua perseguição. E' um<br />

vel, e não ha tribuna d'onde a voz de consciência em almas sem escrú- missão de fé e amor.<br />

quadro de horror o que então se<br />

chegue mais longe do que a tribuna pulos e sem pudor; ámanhã, as ar-<br />

parlamentar. Por isso, applaudindo<br />

No relatorio de Aguiar põe-se em desenrolou. Por toda a peninsula<br />

mas que forem precisas, as armas<br />

com toda a energia do meu coração<br />

alto relevo a historia do monachis- massacres e extermínio. Na Calabria,<br />

honestas e leaes, que as outras ficam<br />

de patriota, com toda a ardência do<br />

mo, o que eram as ordens religiosas, em suas pequenas localidades ao nor-<br />

para os que professam que os fins<br />

meu amor da humanidade, o proje-<br />

as suas ambições desenfreadas, o te, San Sixto e Guarda Fiscalda, em<br />

legitimam os meios e isso é privilecto<br />

de lei que acaba de ser apre-<br />

luxo da sua vida e a depravação dos onze dias foram mortos 2:000 heregio<br />

de moral jesuítica. O povo cosentado<br />

e brilhantemente defendido,<br />

seus costumes, o amontoar das suas ticos, 1:600 condemnados & prisão,<br />

meça a accordar no seu amor á li-<br />

eu julgo do meu dever dizer porque<br />

riquezas, a hypocrisia e a mentira sem contar áquelles que foram masberdade;<br />

é preciso não o deixar ador-<br />

o faço.<br />

que desenrolavam sobre o povo para sacrados pelos campos. Conta uma<br />

mecer de novo. Devemos lembrar -lhe, lhe conquistar legados e doações, e testemunha ocular que os que deviam<br />

E' tempo, sr. presidente, de se hoie e sempre, áquelles que soffreram por fim a sua nefasta influencia sobne ser executados estavam numa prisão,<br />

fazer justiça aos grandes homens que pela liberdade e á custa de dores e povos e sobre reis, corrompendo a onde o algoz os ia buscar um a um,<br />

implantaram a liberdade piii To^tu- raarlvrroe n. £c*>Vn>T«i-fi«. OiOJJtjuiot»- oBS-í lttcawio-oi jvo abaniorívo à.e ygiida>va-l5aes o^,olhos, trazia-ospura<br />

gal. E' tempo de se olhar á sua ver- Será a glorificação dos mortos, mas toda a actividade util na vida

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