Obra Completa

como o bondoso e util elephante,
como a abetruz, como a cegonha.
. E protegem-se até os animaes de
grande ferocidade como o tigre, como
o leopardo.
E faz-se isto em toda a parte, com
leis especiaes, e farto dispêndio de
dinheiro.
Em Portugal ha uma raça rara,
como a da cabra do Gerez, mal estudada
ainda; mas que os mais conhecedores
dizem prestes a extinguir-se.
Contra essa cabra não se organizam
expedições.
Essa cabra protege-se.
Não se denuncia o seu habitat,
defende-se contra os caçadores, contra
a curiosidade dos proprios sabibs.
Ainda ha pouco os jornaes estrangeiros
se ocupavam com sympathia
dos cuidados que a dois exploradores
merecera uma familia de condores,
animaes quasi prestes a desapparecer,
exemplar custosamente
pago por todos os museus e que foi
photographado por forma a estudarse
no seu viver intimo e abandonado
depois á tranquilidade soberba das
rochas que os intrépidos exploradores
subiram com risco da própria vida.
A Illustração Portugueza teria feito
obra patriótica scientifica e humana,
digamos assim, se tivesse efficazmente
protegido a cabra gereziana.
Indo perturba-la nas rochas escarpadas
que a protegiam, promovendo
a sua extineção, praticou um
verdadeiro crime.
E é tanto mais para censurar o
facto que num paiz de descurada instrucçâo,
como o nosso, não deve perder-se
occasião de ensinar.
E' o respeito aos animaes o que
se ensina cuidadosamente, em todos
os paizes, desde o primeiro passo na
escola primaria; só no nosso se desprezam
conhecimentos da mais rudimentar
utilidade.
Em todos os paizes se ensina o
respeito ás raças animaes a desapparecer
; em todos os paizes se protegem
contra o homem e contra o
meio.
Assim se deveria fazer no nosso
paiz.
0 contrario é preverter a educação
popular, é um crime.
A cabra gereziana deve protegerse,
não deve procurar extinguir-se.
A tentativa da Illustração é um
verdadeiro crime, que não passará
sem o nosso protesto.
A. bandeira
Chegou hoje ao regimento a nova
bandeira do 23 com os dois versos
camoneanos que pela entrada na
guerra peninsular lhe pertencem.
A espera-la, apenas o elemento
official.
Elles continuarão porém com as
festas, a educar-nos o patriotismo...
Este ensino patriotico lembra-nos
pela sensaboria o bom ensino do latim,
demoradinho, fungadinho, espirradinho
de rapé'
6 Folhetim da RES1STENCIA
A GUERRA PENINSULAR
Em Coimbra
A organisação do exercito não ia,
apezar de toda a vontade popular,
fazendo-se com a indispensável rapidez,
não só pelas intrigas entre os
dirigentes, más pelas incompatibilidades
que se manifestavam a todo o
momento entre os portuguezes e auxiliares
estrangeiros.
Outra causa de demoras era o
complicado machinismo official, sem
pre em troca dos officios entre as diversas
entidades e corporações.
A çamara de Coimbra não descurava
o assumpto como pode ler-se
da acta da
Vereação de 12 de Janeiro de 1809
Aos doze dias do mez de Janeiro de mil
oitocentos e nove em acto de vereação, sendo
presidente o Doutor Antonio Jose das Neves
Antunes, vereador mais velho com os mais
vereadores e procurador geral da camara e
mestéres procurador do povo etc.
Nesta foi apresentai um officio do IILf 0 ,e
Éx mo Snr. Vice-reitor em resposta ao officio
que se lhe fez sobre a organisação constante
3a vereação de 7 de janeiro e se deliberou se
expedisse outro ao iii." 10 e ex."'» sr, Nuno Premie
de Andrade tjue visto não sê achar 1 na cí
MfJSISTEAClA" Outrt£-ÍVÍr;>, 1"?