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Obra Completa

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NFNEROR E PMOPBIETÍBIO<br />

\ Teixeira de Carvalho<br />

ledacfâo e admiimMo — ARCO 09 BISPO, 3<br />

An«ilí>s«>uri N<br />

Anno, 2&400 réis; semestre, i .$200 réis; trimestre,<br />

600 réis. Brajit e Afr cu, anno, 3#>6oo<br />

réis; semestre, 1 y>8oo réis Ilhas adjacentes,<br />

anno, 3#>ooo réis; semestre, i#5oo réis<br />

Componiçno e impreiwão<br />

I Odiclna typograpliica M. Reis Gomes — COIMBRA<br />

N. 0 1:342<br />

AS FESTAS!<br />

Gala nacional!<br />

Celebra-se o centenário da guerra<br />

peninsular, e nessa faina dispende-se<br />

dinheiro á larga, num paiz arruinado,<br />

am os funccionarios públicos<br />

por pagar, com uma dotação<br />

vergonhosa do ensino, com as estradas<br />

no mais escandaloso abondono.<br />

E' necessário levantar o patriotismo<br />

do povo, dizem os que, como<br />

Pina Manique, entendem que a attenção<br />

do povo se deve distrahir de<br />

todas as revindicações, dando-lhe o<br />

espectáculo das ruas, as paradas, as<br />

illuminações, as custosas e falsas pompas<br />

de uma religião, cujo espirito anda<br />

prevertido e desviado.<br />

E' necessário dar uma lição de<br />

patriotismo, e pretende dar-se adulterando<br />

a historia.<br />

E' em nome da monarchia, que<br />

as festas se fazem e os altos dignatarios<br />

da egreja, os generaes palacianos,<br />

disputam primasias, fazem estendal<br />

de patriotismo, como se ignorassem<br />

a fuga vergonhosa do rei para<br />

o Brasil, esse repugnante D. João VI<br />

que nos cobriu de vergonha, na mais<br />

cobarde da fuga para o Brasil; como<br />

se não soubessem a traição dos no<br />

bres que nos venderam e serviram<br />

ás ordens do inimigo na tyrannia da<br />

p própria patria; como se ignorassem<br />

toda a torpeza d'esse alto clero que<br />

em nome da religião impunha ao pô<br />

vo a obediencia ao inimigo!<br />

Com que direito se malbarata o<br />

dinheiro do povo?<br />

Como falam em nome da patria<br />

esses tonsurados que estão ás ordens<br />

do jesuitismo internacional, que só a<br />

elle obedecem, e que falsificam as<br />

palavras de Christo para atraiçoar a<br />

patria?<br />

Como se gasta o dinheiro do povo<br />

em festas, que elle repelle, não<br />

por falta de patriotismo, mas por ver<br />

a exploração politica que encobrem?<br />

Nas principaes terras do paiz os<br />

festejos têm passado friamente.<br />

Basta ler despreocupadamente os<br />

relatos das festas officiaes feitas em<br />

Lisboa, Porto e Coimbra.<br />

As festas não estão na alma popular,<br />

com outras preocupações de<br />

ordem superior.<br />

Fez-se do que poderia e deveria<br />

ser uma festa popular, uma festa da<br />

monarchia.<br />

Foi o povo o verdadeiro, o único<br />

heroe do grande movimento nacional<br />

que nos libertou do jugo estrangeiro.<br />

As altas classes queriam divertirse<br />

e digerir tranquilamente.<br />

Era do povo a festa, que nunca<br />

poderia ser uma festa militar.<br />

Os odios da nação não são d'este<br />

século. Cultiva-los é perverter a educação<br />

popular.<br />

O povo portuguez não tem odio<br />

á França, provou-o tão alto que se<br />

ouviu em todas as chancellarias da<br />

Europa, quando ovacionou em todas<br />

as ruas de Lisboa o presidente<br />

da grande Republica latina.<br />

Para que fallar de odio?<br />

Para que arrastar ridiculamente<br />

durante annos seguidos festas dispensas,<br />

nuro paiz pobre, depois de<br />

dois annos de crise agrícola, com uma<br />

população a morrer de fome?<br />

Para que fallar em mortes e roubos,<br />

feitos durante o desencadear das<br />

paixões da guerra?<br />

Quem nos roubou foram só os<br />

francezes?!. ..<br />

Quem foi então que levou, com<br />

a côrte para o Brazil, os livros e manuscriptos<br />

preciosos?<br />

Quem roubou a este paiz as gravuras<br />

raras?<br />

Sim! Quem as levou para o Brazil?<br />

Quem levou para lá as tapeçarias,<br />

os quadros, os objeçtos de ouro<br />

e prata que constituíam a gloria da<br />

arte portugueza, que eram os testemunhos<br />

do trabalho artístico nacional?<br />

Foram os írancezes que levaram<br />

tudo.<br />

Quem levou então o livro do armeiro-mór?<br />

Quem levou então a cruz que D.<br />

Sancho I mandou fazer para o convento<br />

de Santa Cruz de Coimbra,<br />

com o ouro, a prata, e as pedras<br />

preciosas do seu thesouro?<br />

Quem levou a custodia dos Jeronymos?<br />

Ora! Foram os francezes!<br />

Rufem os tambores.<br />

E' gala nacional!<br />

Jogo d'azar<br />

A's auetoridades competentes nos<br />

Orgão do Partido Kepublicano de Coimbra<br />

MOMEMO A JOAQUIM ANTONIO I)'AGUIAR<br />

Recebemos da activa commissão<br />

do monumento ao mata-frades mais<br />

a lista da subscripçâo que gostosamente<br />

publicamos:<br />

Transporte<br />

Antonio Augusto de Figueiredo<br />

(Ambriz).<br />

Joaquim Pereira Marques<br />

(Ambriz)<br />

José Augusto de Sousa<br />

(Ambriz)<br />

Pedro de Oliveira (Ambriz)<br />

Augusto Cordeiro Zagallo<br />

(Ambriz) . . . .<br />

Manuel F. de Oliveira<br />

(Ambriz)<br />

José Rebello de Macedo<br />

(Ambr

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