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10 De <strong>24</strong> a 30 <strong>de</strong> <strong>Setembro</strong> <strong>de</strong> 2010<br />
A economia da nossa<br />
privacida<strong>de</strong> colectiva!<br />
Aeconomia nacional tomou<br />
conta das preocupações<br />
quotidianas dos portugueses.<br />
No entanto, fico na dúvida<br />
se tal se <strong>de</strong>ve à sua <strong>de</strong>sconfiança<br />
e azedume, para com o discurso<br />
político, à pressão das<br />
manchetes dos jornais ou a uma<br />
clara compreensão dos fenómenos<br />
económicos e financeiros<br />
que afectam a socieda<strong>de</strong> portuguesa.<br />
Mesmo se, <strong>de</strong> vez em quando, o futebol<br />
ainda dá motivos para umas discussões<br />
acaloradas, nos cafés ou nos transportes<br />
públicos o: déficit das contas públicas; os<br />
PECs; o Orçamento do Estado; os constantes<br />
aumentos dos juros da dívida<br />
nacional; os gastos do aparelho <strong>de</strong> Estado, a<br />
<strong>de</strong>spesa com as gran<strong>de</strong>s obras públicas e<br />
todo um conjunto <strong>de</strong> críticas, às opções<br />
económicas do governo ou às propostas das<br />
oposições, são uma constante nos temas <strong>de</strong><br />
conversa entre os cidadãos.<br />
Mas, se é bem verda<strong>de</strong> que a economia<br />
nacional “ virou moda”, nas discussões<br />
entre os portugueses, não tanto pela<br />
abstracção que contitui a dimensão nacional<br />
do problema, mas muito mais pelo que representa<br />
para os bolsos, actuais e futuros dos<br />
nossos cidadãos, a forma usual como se discute<br />
esta questão na praça pública é confrangedora,<br />
senão patética.<br />
Os noticiários televisivos e os respectivos<br />
<strong>de</strong>bates <strong>de</strong> opinião, além das<br />
primeiras páginas dos jornais, reflectem os<br />
pontos <strong>de</strong> vista da orientação dos seus editores.<br />
Para uns a manchete é : “Até ao final<br />
<strong>de</strong> Agosto, o país endividou-se ao ritmo<br />
<strong>de</strong> 2,5 milhões <strong>de</strong> euros por hora. Os<br />
juros estão em máximos <strong>de</strong> sempre” e,<br />
para outros : “execução orçamental <strong>de</strong><br />
Agosto, mostra que as medidas do PEC<br />
estão a produzir resultados.”.<br />
Perante esta diversida<strong>de</strong> dos gran<strong>de</strong>s<br />
títulos, com consequentes e divergentes<br />
conclusões e o palavreado hermético <strong>de</strong><br />
muitos dos especialistas, que passam pelos<br />
écrans televisivos, o vulgar cidadão português,<br />
sem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação<br />
dos inúmeros ratios que lhe são apresentados<br />
e pouco habituado a reflectir sobre os<br />
“porquês” da actual situação económica<br />
portuguesa, “alinha” pelos títulos da<br />
imprensa, quer nas suas críticas à acção do<br />
governo, quer no seu apoio ao mesmo.<br />
Assim, face ao coro <strong>de</strong> lamentações e<br />
acusações, por parte dos títulos e cronistas<br />
dos media, o português “suave” faz contas à<br />
sua própria vida e olha mais pelos seus<br />
interesses pessoais, do que pelas gran<strong>de</strong>s<br />
questões nacionais.<br />
Se teve um problema grave no atendimento<br />
<strong>de</strong> um hospital público, o Serviço<br />
Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> não presta, é preciso<br />
acabar com ele! Se foi bem atendido,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-o com “unhas e <strong>de</strong>ntes”!<br />
Se foi <strong>de</strong>spedido por SMS, é preciso<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a actual Constituição e o conceito<br />
<strong>de</strong> “justa causa” para qualquer <strong>de</strong>spedimento!<br />
Se está há anos <strong>de</strong>sempregado, quer<br />
muito trabalhar e na fábrica da sua localida<strong>de</strong><br />
há gente que se gaba <strong>de</strong> nada fazer,<br />
exige que se mu<strong>de</strong>m as regras do <strong>de</strong>spedimento!<br />
Se trabalha <strong>de</strong> sol a sol por um miserável<br />
salário e verifica que os seus vizinhos<br />
vivem <strong>de</strong> subsídios sociais e nada fazem, é<br />
contra o Estado Social! Se um azar o atinge,<br />
a si e à sua família e o Estado lhe proporciona<br />
um rendimento mínimo, que lhes<br />
asseguram a sobrevivência, muda radical-<br />
Síndroma das pernas<br />
inquietas e síndroma<br />
dos movimentos<br />
periódicos <strong>de</strong> membros<br />
durante o sono<br />
OSíndroma das pernas inquietas<br />
caracteriza-se por uma<br />
sensação mal <strong>de</strong>finida <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sconforto, mal estar e irritação<br />
nas pernas que obrigam a pessoa<br />
a se levantar e andar.<br />
Normalmente se inicia no final do dia e<br />
no início da noite. A pessoa não consegue<br />
<strong>de</strong>finir claramente o que sente, porém não<br />
consegue ficar parado. Esta síndrome traz<br />
muito <strong>de</strong>sconforto e po<strong>de</strong> prejudicar muito<br />
as fases iniciais do sono. O Síndroma das<br />
pernas inquietas po<strong>de</strong> estar presente em até<br />
3% da população, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da ida<strong>de</strong>, do<br />
sexo e das doenças associadas. O diagnóstico<br />
é puramente clínico com questionários<br />
específicos. O Síndroma das pernas inquietas<br />
possui uma estreita relação com carência<br />
<strong>de</strong> ferro no organismo. Certas condições<br />
como anemias, gravi<strong>de</strong>z, polineuropatias e<br />
doenças consuptivas po<strong>de</strong>m estar intimamente<br />
associadas. O tratamento visa inicialmente<br />
a correcção das doenças associadas<br />
como controle da carência <strong>de</strong> ferro. A<br />
activida<strong>de</strong> física regular melhora e também<br />
é recomendada. Em casos refractários,<br />
alguns medicamentos po<strong>de</strong>m ser prescritos<br />
com bons resultados.<br />
Ao contrário do Síndroma das pernas<br />
<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho <strong>de</strong> si!<br />
DR. LUIS BARREIRA<br />
mente <strong>de</strong> opinião, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo a acção do<br />
Estado.<br />
Esta é a consequência <strong>de</strong> bastantes anos<br />
<strong>de</strong> eu<strong>de</strong>usamento do individualismo,<br />
fomentado por todo um conjunto <strong>de</strong> mensagens<br />
políticas e culturais, a estimularem o<br />
‘sucesso” particular dos cidadãos, o que não<br />
seria negativo se tivessem sido acompanhadas<br />
pela reafirmação dos princípios e normas<br />
morais que <strong>de</strong>vem acompanhar a vida<br />
das socieda<strong>de</strong>s.<br />
Se tal tivesse acontecido, o orgulho<br />
nacional e o sentimento <strong>de</strong> pertença a um<br />
País, sensível à situação do seu colectivo,<br />
fariam <strong>de</strong> nós um povo capaz <strong>de</strong> fazer<br />
secundarizar as suas preocupações individuais,<br />
embora legítimas, pelos problemas<br />
fundamentais que atingem todos em geral.<br />
Como tal não acontece e os partidos se<br />
elegem pelos votos individuais, se os<br />
<strong>de</strong>scontentes com a sua actual situação,<br />
forem superiores aos que estão satisfeitos, a<br />
maioria acabará por votar na oposição que<br />
lhe <strong>de</strong>r mais credibilida<strong>de</strong>. São estas as permissas<br />
da nossa <strong>de</strong>mocracia e as regras <strong>de</strong><br />
um jogo difícil <strong>de</strong> jogar sem batotas.<br />
Como sempre, resta-nos o nosso excelente<br />
<strong>de</strong>sempenho externo, como aglutinador<br />
da nossa auto-estima colectiva. Desta<br />
vez não é o futebol o “rei” da nossa satisfação,<br />
mas uma empresa portuguesa que<br />
obteve um enorme sucesso internacional e<br />
um caso <strong>de</strong> estudo numa universida<strong>de</strong><br />
parisiense.<br />
Esta firma, por muitos sorrisos que<br />
possa ocasionar, viu multiplicar os seus<br />
mercados <strong>de</strong> exportação e respectivos<br />
lucros, com uma i<strong>de</strong>ia original,....criou o<br />
papel higiénico preto!<br />
Como cada um pensará o que quiser, eu<br />
penso “no comments”!<br />
Dr. Fernando Morgadinho<br />
Santos Coelho<br />
inquietas, o Síndroma dos Movimentos<br />
Periódicos <strong>de</strong> Membros durante o Sono é<br />
caracterizado por movimentos involuntários,<br />
principalmente <strong>de</strong> pernas e pés<br />
durante o sono. A pessoa não sente, mas<br />
chuta durante gran<strong>de</strong> parte da noite. É<br />
muito comum as esposas ou esposos<br />
relatarem episódios constantes <strong>de</strong> chutos na<br />
cama. O Síndroma dos Movimentos<br />
Periódicos <strong>de</strong> Membros durante o Sono é<br />
diagnosticada através <strong>de</strong> uma polissonografia,<br />
on<strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntifica durante a noite os<br />
movimentos periódicos das pernas, ou mais<br />
raramente dos braços. A prevalência é ao<br />
redor <strong>de</strong> 4% da população geral e po<strong>de</strong> estar<br />
associada à algumas doenças como<br />
polineuropatias, diabetes, hipotireoidismo e<br />
falência renal. Também está relacionado<br />
com carência <strong>de</strong> ferro e com o síndroma da<br />
apnéia do sono.<br />
O tratamento consiste na correcção da<br />
carência <strong>de</strong> ferro e outras vitaminas como<br />
vitamina B12, além <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> física<br />
regular e medicamentos. Toda o indivíduo<br />
com queixas que sugiram o Síndroma das<br />
pernas inquietas ou o Síndroma dos<br />
Movimentos Periódicos <strong>de</strong> Membros<br />
durante o Sono <strong>de</strong>ve ter um acompanhamento<br />
médico para controlo dos sintomas<br />
e investigação das possíveis doenças<br />
associadas. Não dá para ficar parado!