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Racionalismo Cristão

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Capa<br />

Prática do<br />

<strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong><br />

12ª edição<br />

1989<br />

ÍNDICE<br />

RACIONALISMO CRISTÃO...................................................................4<br />

INTRODUÇÃO ........................................................................................5<br />

O QUE É O CENTRO REDENTOR ......................................................12<br />

LUIZ DE MATTOS, FUNDADOR DO RACIONALISMO CRISTÃO..16<br />

LUIZ ALVES THOMAZ ........................................................................20<br />

PADRE ANTÔNIO VIEIRA...................................................................24<br />

ANTONIO DO NASCIMENTO COTTAS .............................................30<br />

PRIMEIRA PARTE............................................................................. 33<br />

LIMPEZA PSÍQUICA.............................................................................34<br />

LIMPEZA PSÍQUICA NO LAR .............................................................36<br />

Irradiações...........................................................................................38<br />

Água fluídica preparada no lar ............................................................38<br />

CAPÍTULO I – A OBSESSÃO ...............................................................40<br />

CAPÍTULO II – A DESOBSESSÃO.......................................................47<br />

Normalização de obsedados onde não existirem Filiados ou<br />

Correspondentes do Centro Redentor..................................................49<br />

CAPÍTULO III – MEDIUNIDADE E MÉDIUNS...................................56<br />

CAPÍTULO IV – MISTIFICAÇÕES.......................................................69<br />

CAPÍTULO V – CORRESPONDENTES (INÍCIO DE UMA CASA<br />

RACIONALISTA) ..................................................................................72<br />

SEGUNDA PARTE.............................................................................. 77<br />

CAPÍTULO VI – NORMAS E ORIENTAÇÕES....................................78<br />

CAPÍTULO VII – OBSERVAÇÕES GERAIS........................................84<br />

CAPÍTULO VIII – INSTRUÇÕES DISCIPLINARES ............................93<br />

Compete aos presidentes .....................................................................93<br />

Compete aos diretores .........................................................................93<br />

Compete aos auxiliares da assistência.................................................93<br />

Compete aos médiuns .........................................................................94<br />

Compete aos esteios ............................................................................96


CAPÍTULO IX – CONVENÇÕES REGIMENTAIS ..............................97<br />

Irradiações...........................................................................................97<br />

Sinais:..................................................................................................98<br />

Sacudimento:.......................................................................................99<br />

Explicações ao público......................................................................100<br />

Fluidificação da água ........................................................................102<br />

Limpeza psíquica ..............................................................................102<br />

CAPÍTULO X - SESSÕES....................................................................106<br />

Sessões públicas................................................................................106<br />

Organização das sessões públicas .....................................................111<br />

Corrente fluídica ...............................................................................113<br />

Meia-corrente ....................................................................................113<br />

Disciplina nas sessões públicas.........................................................115<br />

Sessões particulares...........................................................................121<br />

A) De Desdobramento - às terças e quintas-feiras, à noite. ...........121<br />

B) Doutrinação às quintas-feiras - realizada, somente, na Casa-Chefe.<br />

......................................................................................................126<br />

C) Segundo sábado pela manhã ....................................................126<br />

D) Segundo sábado de cada mês ...................................................130<br />

E) Na Casa Chefe:.........................................................................133<br />

CONCLUSÃO ......................................................................................135<br />

RACIONALISMO CRISTÃO<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> expressa, neste título, a conjugação de duas<br />

práticas sublimadas. <strong>Racionalismo</strong> é palavra ligada ao procedimento<br />

dentro do raciocínio e da razão. Temos de buscar a razão ou a justiça na<br />

ação do raciocínio ou do pensamento bem orientado.<br />

O raciocínio, trabalhado com profundidade e apuro, é iluminativo,<br />

quando elevado, e o seu uso criteriosamente esmerado é uma prática que<br />

nos conduz a conclusões lógicas, dentro da Verdade. O raciocínio lógico<br />

descobre as dolosas maquinações engendradas pelos prevaricadores.<br />

Raciocinar com consciência é promover bases sólidas para alcançar as<br />

convicções verdadeiras, é desvendar, é encontrar o que se procura no<br />

emaranhado das idéias. A palavra "<strong>Cristão</strong>", associada a "<strong>Racionalismo</strong>",<br />

completa o sentido revelador da Doutrina. Jesus expressou-se<br />

racionalmente, e a sua Doutrina é ensinada no Centro Redentor e suas<br />

Filiais. Ser <strong>Cristão</strong> e Racionalista é viver a vida terrena sob normas<br />

espiritualistas do mais alto padrão; é saber preparar o espírito para a vida<br />

presente e futura, e não para apresentar-se numa ou noutra como<br />

transgressor ou faltoso, mas como um ser esclarecido, consciente do seu<br />

estado e das suas condições espirituais.<br />

4


INTRODUÇÃO<br />

Este livro, dedicado aos militantes do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, é a<br />

parte prática da Doutrina apresentada dentro de um critério disciplinado e<br />

uniforme. Destina-se, pois, àqueles que já conhecem os seus ensinamentos<br />

e compreendem a sua verdadeira finalidade.<br />

Somente os que estudaram o conteúdo das demais obras racionalistas<br />

cristãs e absorveram, com proveito, os ensinos contidos nessas obras,<br />

estão em condições de compreender a parte prática da Doutrina e dar-lhe o<br />

devido valor.<br />

Aqueles que a analisaram sob este aspecto prático, antes de inteirarse<br />

do seu sentido eminentemente espiritualista, estabeleceram confusões<br />

que os levaram a tirar conclusões menos exatas da sua essência.<br />

Hoje, com a edição desta obra, foi reparada a inconveniência<br />

apontada. A obra básica, <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, contém o espírito da<br />

Doutrina, em suas características fundamentais. Nela o estudioso define a<br />

sua posição. Se não estiver suficientemente maduro para sentir o desejo de<br />

firmar-se nesta Corrente Espiritualista, escusa-se de entrar em outros<br />

pormenores.<br />

Não resta a menor dúvida de que estão em evolução, na Terra,<br />

espíritos de várias classes ou planos; portanto, a capacidade de absorver<br />

assuntos espirituais varia, de acordo com essas classes.<br />

Estão nesse caso, para exemplificar, os que obstinadamente repelem<br />

o conceito das reencarnações. A lógica deste conceito tem um grande<br />

poder de convicção para quem possua a capacidade espiritual de penetrar<br />

no âmago da sua razão de ser.<br />

No entanto, os que conservam a mente fechada a essa realidade têm<br />

o campo visual da espiritualidade sumamente restrito e são incapazes de<br />

aceitar outro conceito que não seja o de que se encontram saturados. É<br />

uma situação, de fato, difícil de ser alterada, pelo menos em curto prazo.<br />

Assim, os que não podem aceitar o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> estão<br />

coerentes com o seu estado e precisam passar por experiências que outros<br />

passaram, aprendendo lições ainda não absorvidas e livrando-se de<br />

concepções materialistas ou de limitações terrenas que lhes foram<br />

5<br />

marteladas no espírito, em encarnações seguidas. Isso só se dará com o<br />

correr do tempo, com as viagens contínuas, de ida e volta, entre a Terra e o<br />

plano astral.<br />

Entregar, pois, um livro destes a quem não está em condições de o<br />

receber, é praticar um desperdício, embora a sua difusão não seja limitada<br />

aos seres esclarecidos sobre os problemas fundamentais da vida, como os<br />

que exercem funções nas Casas Racionalistas Cristãs; ele interessa a todos<br />

os que quiserem estudar, com seriedade, a vida fora da matéria.<br />

Não há aqui a pretensão de esconder um conhecimento e torná-lo<br />

secreto, pois no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> nada se oculta. A Verdade é<br />

explanada com franqueza, sem subterfúgios, meios-termos ou evasivas.<br />

Por isso, os que preferem viver de promessas ilusórias, sem querer<br />

enfrentar os rigores da realidade, não se acomodam com a dureza de<br />

verem desvendadas, pela iluminação interior, as infrações que cometem no<br />

trato comum do viver cotidiano.<br />

Não se afirma também ser o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> detentor exclusivo<br />

da Verdade. Esta está por aí, ao alcance de todos. Busquem-na os que se<br />

empenharem em encontrá-la, sabendo raciocinar. O ser humano possui<br />

livre-arbítrio, e tem o poder do raciocínio. No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

estimula-se o desenvolvimento desse poder e do propósito de fazer-se dele<br />

bom e acertado uso. Não se quer nada forçado, nada que contrarie o que<br />

determinam as leis naturais e imutáveis que definem o Poder Universal.<br />

Muitos são os que não se filiam ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, para poder<br />

continuar alimentando certos vícios que reputam de pequena expressão,<br />

com o que revelam vontade fraca, apego a sensações terrenas,<br />

insensibilidade ao desperdício, descaso pela associação aos espíritos do<br />

astral inferior, e negatividade para as funções espirituais.<br />

Esses hão de voltar, mais tarde, a renovar o mesmo curso, no correr<br />

dos séculos, quando, por alto preço pago com sofrimento, todos os índices<br />

negativos terão de desaparecer. Ninguém se deve aborrecer por não poder<br />

reformar o mundo com a força de uma rajada. Cada qual é responsável<br />

pelos próprios atos e pelo resgatar dos seus débitos, à sua custa exclusiva.<br />

Nesse período de prestação de contas, o mundo é radicalmente surdo às<br />

suas lamentações.<br />

6


Só o conhecimento da Verdade libertará os homens das algemas do<br />

materialismo entorpecente. E não se diga que a Terra não oferece os meios<br />

de conhecê-la. Pelo contrário, aqui, neste laboratório psíquico, é que todos<br />

terão de encontrar o verdadeiro caminho, que é o da evolução.<br />

A essa rota chegam os que confiam em si mesmos como<br />

componentes da Força Inteligente que governa o Universo. Aqueles que<br />

vêem no princípio básico da espiritualidade o rumo iluminado da ascensão<br />

a planos mais elevados, sabem que a vida é eterna, que a evolução se<br />

processa em encarnações sucessivas e que tanto mais será apressado o<br />

progresso individual, quanto mais rápido for o desligamento dos atrativos<br />

materiais e terrenos, substituídos pelo prazer do dever cumprido, pela<br />

alegria de proporcionar felicidade, pela satisfação de sentir-se útil, pela<br />

paz interior que deriva da exata compreensão do que lhe cabe fazer na<br />

posição que ocupa no seio da coletividade.<br />

A evolução pode processar-se, lentamente, à custa de doloroso<br />

resgate de débitos morais produzidos, incessantemente, num percurso de<br />

milhares de anos, em que se renovam centenas e centenas de encarnações,<br />

umas perdidas e outras mal aproveitadas, ou mais depressa, evitando-se a<br />

prática de erros.<br />

No primeiro caso evidencia-se a falta de critério, quando o indivíduo<br />

se deixa vencer pelos gozos terrenos, entregando-se ao vício de comer<br />

abusivamente, de beber, de fumar, de luxar, com o que passa a ser<br />

influenciado por forças afins do astral inferior. Neste estado, fica<br />

envolvido por uma vibração sensualista, dentro da qual reflete toda a sua<br />

natureza adulterada ou degenerada.<br />

Em tais condições mórbidas, pode o indivíduo encarnar e<br />

desencarnar, sucessivamente, milhares de vezes, sempre marcando passo<br />

na escala da evolução. Conhece, nessa trajetória multimilenária, a loucura,<br />

a delinqüência, o crime, o suicídio, a miséria, a escravatura, a humilhação,<br />

o desprezo, a revolta, a fome e demais formas de sofrimento físico, moral<br />

e espiritual.<br />

Um dia, porém, o espírito, cansado de tanto sofrimento, de tantos<br />

erros procura raciocinar sobre as misérias terrenas. É quando ligeira<br />

aragem espiritual principia a manifestar-se. Sempre que o ser se inclinar<br />

7<br />

para as idéias e sentimentos morais elevados, novas oportunidades vão-selhe<br />

apresentando para progredir espiritualmente.<br />

Entretanto, somente quando ele começa a sentir que a sua evolução<br />

pode seguir um curso mais apressado, é que se dispõe, com firmeza, a<br />

abolir os erros praticados conscientemente.<br />

Jesus recomendava que se examinassem todas as coisas e se retivesse<br />

o que fosse bom, isto é, o que fosse verdadeiro e útil. Essas palavras vão<br />

de encontro às que proíbem leituras morais divergentes das sectáricas, ou<br />

delas se esquiva o leitor. O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> vem, com o apoio nas<br />

lições do Astral Superior, afirmando a verdade sobre a lei das<br />

reencarnações e o nulo efeito dos perdões. É pena que para essa verdade<br />

tantos se obstinem em fechar os olhos.<br />

Uma vez chegados à convicção, pela iluminação espiritual, de que os<br />

erros têm de ser resgatados por quem os pratica, custe o que custar, leve o<br />

resgate o tempo que levar, sem nenhuma possibilidade de serem<br />

perdoados ou anulados, então um novo critério passará a ser adotado.<br />

Não havendo erros a resgatar, (ou quando estes são mínimos) os<br />

sofrimentos quase desaparecem, os bons hábitos tomam o lugar dos maus,<br />

as correntes brancas do bem afastam os espíritos do astral inferior, começa<br />

a haver mais saúde e tranqüilidade, os negócios prosperam, a amizade no<br />

meio social floresce e a vida se transforma.<br />

São considerados erros os atos que contrariem as leis naturais, e<br />

entre eles, a alimentação de vícios de qualquer espécie e tudo quanto seja<br />

cometido em prejuízo próprio ou do próximo: as ações denunciadoras da<br />

falta de caráter; as fraquezas morais, o desperdício, a leviandade, a<br />

luxúria, a indolência, a vingança, a mentira, a infidelidade, a traição, a<br />

mistificação, as apropriações indébitas, as injustiças e outras práticas<br />

idênticas.<br />

Deve, pois, considerar-se a vantagem de ser processada a evolução<br />

por um caminho mais curto, evitando tanto quanto possível, as longas e<br />

desnecessárias caminhadas que acarretem sofrimentos inúteis. É esta,<br />

aliás, a orientação que os ensinamentos do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> a todos<br />

proporcionam, e só fecham os olhos para eles os que realmente estiverem<br />

incapacitados de os apreender, seja pelo estado mental, pelo fanatismo,<br />

8


pela inconformação de deixarem velhas crenças, hábitos e costumes, ou<br />

pela falta de sinceridade e de espírito de renúncia.<br />

É certo que o sectarismo religioso também condena os erros<br />

apontados. O mal está, no entanto, em serem os sectários pedintes<br />

obstinados e esmoleiros inveterados; em fazer campanhas ostensivas de<br />

angariação de dinheiro, tomando-o, por opressão moral, sem se limitarem<br />

ao círculo dos prosélitos; o mal está em apresentarem ao mundo um deus<br />

materializado, sem onisciência; em admitir o perdão para os erros<br />

cometidos, mesmo quando tenham redundado em graves prejuízos morais<br />

e físicos para terceiros; em desconhecerem o que se passa depois da<br />

desencarnação, limitando-se a fantasiar acanhados conceitos lendários, de<br />

nenhuma realidade, quando, na época que atravessamos, já não há mais<br />

barreira intransponível entre esta e a outra vida; em se recusarem a aceitar<br />

a verdade sobre as reencarnações, pela completa ignorância do processo<br />

evolutivo universal; em incutirem idéias falsas de inferno, de céu<br />

paradisíaco, de condenação eterna, ridicularizando, deste modo a Justiça<br />

emanada das leis espirituais; em fecharem o raciocínio ao cenário da vida,<br />

que apresenta à reflexão cegos e loucos, aleijados e maltrapilhos, ao lado<br />

de ricos e sábios, poderosos e sadios, sem atentar para a evidência das<br />

culpas e responsabilidades, do mérito e dos acervos espirituais, tudo isso<br />

também porque apreciam a vida no curto e limitado espaço de uma<br />

existência terrena efêmera, quando ela tem de ser considerada através de<br />

numerosas reencarnações, uma vez que os fatos da existência presente<br />

estão diretamente ligados ou associados aos das vidas anteriores.<br />

Assim se pode compreender porque não convém entregar um livro<br />

destes a um sectário. A sua concepção de vida está formada sob um outro<br />

aspecto. Ele encontra-se viajando por um caminho sinuoso, e este, apesar<br />

disso, mais lhe agrada; ele também chegará à meta final, muito embora<br />

isso possa levar séculos incontáveis e encarnações saturadas de dor.<br />

Por mais renitente e irredutível que seja o ser humano em aceitar a<br />

sua verdadeira condição espiritual, chegará o dia do enfartamento dos<br />

prazeres ilusórios da vida material. Isto porque não há condenação eterna.<br />

Todos terão a sua oportunidade e, enquanto ela não for aproveitada,<br />

voltará a apresentar-se, intermitentemente, em outras vidas, cada vez se<br />

situando em níveis mais acessíveis ao seu descobrimento, que é facilitado<br />

9<br />

pela insuficiência de meios, de reservas, de modo que o sofrimento,<br />

sempre próximo, esteja pronto a manifestar-se.<br />

Diante de tais perspectivas, não deixa de ser uma aventura possuir o<br />

indivíduo condições espirituais para sentir o que este livro encerra, e<br />

encontrar nele um caminho para as suas realizações, na prática dos<br />

princípios doutrinários. O objetivo alcançado será a disposição firme de<br />

pautar os atos da vida, em todas as ocasiões, pelos ensinos revelados pelo<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, na certeza de que está correspondendo a elevados<br />

compromissos.<br />

Podem os seres perdoar-se mutuamente ou, melhor dizendo,<br />

desculpar as ofensas recebidas, no sentido de não alimentarem ódio,<br />

malquerença ou sentimento de vingança contra quem lhes tenha sido<br />

ingrato ou maldoso, mas esse perdão, sinônimo de desculpa, nada tem a<br />

ver com o ato falso de dizer-se a alguém, mediante rezas e donativos, que<br />

"os seus pecados (os erros) estão perdoados".<br />

Quem acreditar nessa enganosa afirmação está sendo iludido,<br />

desviado do caminho da verdade e, mais dia menos dia, sofrerá as<br />

conseqüências, sempre desastrosas para a sua existência espiritual. O<br />

delinqüente que com dinheiro ou rezas pensa haver liquidado o seu débito<br />

para com o Poder-Justiça, fiado em vã promessa, feita levianamente,<br />

compartilha com o seu perdoador na responsabilidade do erro em que<br />

ambos ficaram envolvidos.<br />

Apontando falhas dessa gravidade, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> procura<br />

esclarecer as criaturas, sem o menor interesse, porque nada quer de<br />

ninguém; age, apenas, com o intuito de beneficiar os seres de boa-vontade,<br />

cumprindo os verdadeiros preceitos cristãos, sem esperar, com isso,<br />

receber recompensas ou agradecimentos. O lema de fazer o bem sem olhar<br />

a quem faz parte do Código de Princípios desta Doutrina.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> sugere, para todas as ocasiões, o uso da<br />

simplicidade; um uso natural e espontâneo, sem a menor afetação. O uso<br />

traz o hábito, e este se torna uma segunda natureza. A simplicidade não<br />

deve ser só na aparência, mas, principalmente, na formação interior que<br />

conduz à humildade, fator indispensável ao crescimento espiritual. Tanto a<br />

simplicidade como a humildade expressam um verdadeiro conhecimento<br />

da grandiosidade da Vida, que a inteligência humana não consegue<br />

10


devassar, mas tão-somente sentir, e assim mesmo de modo vago. O ser<br />

humano, esclarecido, só pode admitir a simplicidade e a humildade como<br />

molde para o seu viver.<br />

Ser simples não é andar mal vestido e desalinhado; não é usar de<br />

falsa modéstia; não é ser retraído e tímido. Ser simples é não se envaidecer<br />

pelo que tem ou conhece; é saber humanizar-se com os que honradamente<br />

trabalham e produzem; é demonstrar identificação com a coletividade e<br />

confraternizar-se com os seus problemas. Assim também ser humilde não<br />

é sujeitar-se a humilhações; não é permitir que o ofendam ou deprimam;<br />

não é genuflectir-se diante de quem quer que seja. Ser humilde é não<br />

querer aparecer através de seus feitos; é conservar-se anônimo na<br />

distribuição de benefícios; é saber sujeitar-se, sem mágoas, aos atos de<br />

renúncia.<br />

Eis o que explana o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e, notadamente, o que<br />

revela este livro, em que está expresso o sentido prático da Doutrina. Os<br />

auxiliares das Casas Racionalistas Cristãs precisam compulsá-lo,<br />

amiudamente, em favor da harmonização e regularidade da disciplina das<br />

sessões. Quanto mais uniforme for essa disciplina, tanto melhor será<br />

servida a Causa. E, neste particular, o desejo de todos os servidores do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> deve ser um só: — Renovar, a cada passo, os seus<br />

esforços para cumprirem, cada vez melhor, os seus honrosos encargos.<br />

11<br />

O QUE É O CENTRO REDENTOR<br />

O Centro Redentor é a Casa do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Assim como<br />

no ser humano o espírito tem o seu corpo físico, esta Doutrina também o<br />

tem, que é a sua sede material, uma Casa apropriada para a divulgação dos<br />

seus ensinos.<br />

A palavra Redentor dá sentido de libertação, pois, na realidade, é a<br />

Verdade que faz os homens livres, espiritualmente, e no Centro Redentor<br />

somente se expõe a Verdade.<br />

É onde estão centralizadas as atividades espiritualistas cristãs, e de<br />

onde elas são irradiadas à distância, sob a orientação do Astral Superior.<br />

A sede central, na cidade do Rio de Janeiro, projeta a sua influência<br />

sobre todos os países, cabendo às Casas Filiais, não só cuidar da sua área<br />

regional, como participar, astralmente, do movimento geral.<br />

Para os Espíritos do Astral Superior, distâncias não constituem<br />

obstáculos, pois podem, de qualquer ponto do planeta, observar, por<br />

clarividência, o que se passa em outro, e transportar-se para lá em um<br />

instante, se as circunstâncias assim o exigirem.<br />

A velocidade da luz é da ordem de trezentos mil quilômetros por<br />

segundo, o que permite a uma partícula de luz dar cerca de oito voltas em<br />

redor do mundo em um segundo. Se uma partícula de luz pode dispor<br />

dessa velocidade, é evidente que também o pode um Espírito de Luz<br />

Astral Superior.<br />

Isto serve para demonstrar que os Centros Redentor, disseminados<br />

pelo Brasil e o estrangeiro, podem estar situados a qualquer distância um<br />

do outro, que tal fato não constitui para o Astral Superior o menor<br />

obstáculo para que um Espírito de Luz compareça num e noutro quase no<br />

mesmo instante.<br />

O Centro Redentor é, assim, o edifício em que estão centralizadas as<br />

atividades libertadoras do espírito quanto aos meios de despojar-se o ser<br />

humano de crendices avassaladoras que atrofiam os valores espirituais e<br />

impedem de se ver a Verdade com os olhos da alma.<br />

Os que nele ingressam encontram ambiente acolhedor de paz e<br />

tranqüilidade. Durante as Sessões, trabalham os Espíritos dirigentes do<br />

12


<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> em prol da evolução do mundo. Assim procedem<br />

para a normalização do estado psíquico das almas angustiadas, torturadas<br />

pelo sofrimento da vida, e para a higienização do ambiente terráqueo, em<br />

que pululam milhares de milhões de espíritos perturbados.<br />

Tudo ali é conduzido de modo a distribuir benefícios, a melhorar as<br />

condições físicas, morais e espirituais com o esclarecimento que difunde.<br />

É uma Casa que faz as vezes de laboratório psíquico, de educandário e de<br />

templo, no bom sentido. O Centro Redentor é, por isso, uma Casa de<br />

grande respeito, de sentido altruístico e de incentivo à prática da<br />

confraternização.<br />

Pelo fato de ser "Centro", não há que se confundir com centro de<br />

confabulação espírita, que é coisa diferente. É Centro porque centraliza,<br />

porque é lugar de convergência de atividades específicas que promovem a<br />

cultura espiritual, assim como, simplesmente, há Centros Culturais.<br />

Os Centros Redentor têm uma constituição apropriada: são<br />

constituídos em obediência a preceitos disciplinares, e prestam-se,<br />

unicamente, às atividades regimentais, não lhes sendo dada qualquer outra<br />

aplicação. No entanto, franqueiam-se ao povo de todas as classes sociais,<br />

de todos os credos religiosos, de todas as cores políticas, para o exame da<br />

Doutrina.<br />

Em horas preestabelecidas são nele recebidos, fraternalmente, com<br />

sentido cristão, todos os que desejarem conhecer o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

para a sua orientação pessoal e ilustração espiritual. Não há caixas para<br />

esmolas nem sacolas para espórtulas, e não se convida ninguém para ser<br />

sócio da Organização.<br />

Os Centros Redentor têm, em sua maioria, sedes próprias e os seus<br />

edifícios são erguidos e se mantêm sem se pedir nada a ninguém. A<br />

direção material e espiritual da Doutrina e a sua difusão são problemas do<br />

Astral Superior. Os discípulos apenas cumprem as suas obrigações<br />

terrenas, fiéis à disciplina da Casa, e deste modo prestam aos Espíritos<br />

Superiores o concurso que eles esperam de cada um.<br />

Sempre que se torne necessário levantar a sede de uma Filial, erguese<br />

o edifício em tempo oportuno, sem alarde, sem propaganda, sem festas<br />

para arrecadação de fundos. Os Centros Redentor, ao serem construídos,<br />

obedecem a um plano de higienização e conforto, de solidez e<br />

13<br />

simplicidade. São Casas que, com o correr dos trabalhos e do tempo, se<br />

vão tornando cada vez mais imanizadas pelas irradiações do bem, do<br />

Amor <strong>Cristão</strong>, da fortaleza espiritual. Por isso elas têm um único fim, que<br />

é justamente o que se lhes dá.<br />

Assim se compreende a razão pela qual não se fazem festas nos seus<br />

salões, nem se permite que organizações estranhas se sirvam de suas<br />

instalações para quaisquer fins. A corrente Racionalista Cristã tem de ser<br />

mantida intacta, sem interferências. Com este cuidado, prestam-se os<br />

Centros Redentor a distribuir maiores benefícios à coletividade, os<br />

auxiliares da Casa cumprem, com seriedade e desprendimento, os seus<br />

deveres, e o Astral Superior mantém a disciplina astral com toda a<br />

segurança.<br />

Além de o edifício chamar-se Centro Redentor, pelos motivos<br />

revelados, ainda se pode assinalar a sua perfeita adaptabilidade aos<br />

ditames da Doutrina. Toda a disposição interna obedece a princípios que<br />

correspondem exatamente às necessidades do serviço.<br />

O Centro Redentor é, pois, uma casa que mantém, desde o início, a<br />

sua tradição espiritualista, servindo ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. As cidades<br />

que se podem regozijar de possuir um desses Centros de esclarecimento e<br />

de espiritualização da humanidade, fazem parte de uma rede, cujos nós<br />

representam marcos históricos permanentes.<br />

Por ser Escola de ensinos espiritualistas do mais alto valor, esclarece<br />

os assistentes sobre a verdadeira vida, que é a espiritual, para auxiliá-los a<br />

alcançar maior rendimento no aproveitamento da reencarnação. Os que<br />

neles comparecem constatam a importância dos trabalhos e os benefícios<br />

morais e físicos que são prestados à coletividade, também por meio das<br />

Limpezas Psíquicas, operadas no ambiente e feitas à distância.<br />

Os Centros Redentor são envolvidos, na hora das sessões, por<br />

luminosas e potentes correntes magnéticas, organizadas pelo Astral<br />

Superior, as quais beneficiam e vivificam tanto os corpos físicos como os<br />

espirituais dos presentes, preparando-os para enfrentar o cotidiano com<br />

maior disposição e êxito.<br />

A disciplina é ali demonstrada no rigor do seu entendimento, uma<br />

vez que não se pode dissociar a espiritualidade da disciplina e da ordem.<br />

O Universo inteiro obedece a severa disciplina verificada na pontualidade<br />

14


do movimento dos corpos no espaço sideral. Assim também nos Centros<br />

Redentor a disciplina é observada corretamente, com todo o respeito que<br />

se deve tributar às Forças Superiores que estão na direção espiritual das<br />

sessões.<br />

No Centro Redentor não há partidarismo, não se fazem campanhas<br />

políticas, respeitam-se todas as ideologias, acatam-se o livre-arbítrio e a<br />

liberdade de pensamento e cuida-se, tão-somente, do bem geral, da<br />

confraternização, da união dos seres pelos laços do espírito, procurandose,<br />

por vários meios, fortalecer a atuação dos Governantes, para que<br />

melhor se inspirem na aplicação das suas decisões em favor dos seus<br />

governados.<br />

Os ensinos nas Sessões dos Centros Redentor, em grande parte<br />

provocados por pensamentos de dúvida comuns a vários assistentes, são<br />

focalizados com a finalidade de esclarecimento. Por esta norma do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, os assuntos abordados se transformam na resposta<br />

adequada aos anseios de estudiosos e investigadores.<br />

Um dos grandes objetivos do Centro Redentor é a expansão e<br />

difusão da Doutrina Racionalista Cristã, porém, sempre dentro de critérios<br />

cautelosos e racionais, a fim de se evitar a degenerescência para um<br />

sensacionalismo incompatível com nossos princípios.<br />

A difusão ir-se-á esquematizando de acordo com as possibilidades,<br />

sem açodamento, para se atingir a meta desejada com segurança, tudo<br />

sendo efetivado gradativamente, através de propaganda sóbria e discreta<br />

na imprensa escrita e falada, conferências, palestras e outros meios de<br />

divulgação aceitáveis.<br />

A teoria de que devemos esperar que a humanidade chegue até nós<br />

ao invés de procurarmos chegar a ela, era aceitável antigamente, porém,<br />

inaceitável perante o nível de desenvolvimento de nossa sociedade atual.<br />

Ver essa humanidade mergulhada no atoleiro da perturbação e degradação<br />

em que se encontra e mantermo-nos numa atitude de passividade, sem nos<br />

preocuparmos em mostrar-lhe, através da difusão necessária, os benefícios<br />

que nossa filosofia espiritualista pode proporcionar, seria o mesmo que<br />

praticarmos um lamentável crime de omissão.<br />

15<br />

LUIZ DE MATTOS, FUNDADOR DO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO<br />

Entre os grandes vultos da humanidade que deixaram na Terra traços<br />

luminosos da sua passagem, a figura imperecível de Luiz de Mattos ocupa<br />

uma posição de singular relevo.<br />

Espíritos da categoria do fundador do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> só<br />

podem vir à terra para desempenhar importante missão traçada no Espaço<br />

Superior.<br />

16


Para uns, a missão é singela, para outros, mais complexa, mas, para<br />

alguns raros, é árdua, e se projeta além das fronteiras do pátrio-lar,<br />

estendendo-se pelo orbe.<br />

Luiz de Mattos trouxe para executar, quando por aqui esteve, uma<br />

grandiosa missão destinada a transpor os limites continentais, e viveu o<br />

tempo necessário para que o seu idealismo fosse implantado no planeta,<br />

com segurança, em cumprimento da missão que o fez vir à Terra.<br />

Ele possuía, no mais alto grau, qualidades humanas só cultivadas<br />

pelos seres conscientes.<br />

Foi um exemplo de bondade, de firmeza, de honradez e de bravura<br />

cristã — atributos que só os grandes espíritos possuem.<br />

Como Chefe, soube fazer-se respeitado e amado com a superioridade<br />

das suas maneiras pessoais distintas e nobres, de tolerância e de estímulo.<br />

Todos os bons, os compreensivos, os que não cultivavam a inveja e a<br />

mentira, não escondiam o bem imenso que lhe tributavam.<br />

Luiz de Mattos distribuiu, às mancheias, as dádivas do seu saber e o<br />

calor da sua alma forte e generosa, e não conheceu os deslizes<br />

depreciadores que se encontram em caracteres vulneráveis que se<br />

desmerecem nas posições que ocupam.<br />

Homem de atitudes, de ação e de princípios, soube engrandecer, com<br />

o seu nome e o extraordinário valor de que era dotado, a pátria que lhe<br />

serviu de túmulo, o Brasil, à qual tudo deu de melhor, numa vida de lutas<br />

e glórias, de esperanças e de realizações, de gestos largos e de<br />

indimensionável altruísmo.<br />

A vibração amena do seu espírito afetivo perdura sobre os que o<br />

conheceram e amaram como um bálsamo tonificador, refletindo a sua<br />

imagem como um símbolo na retina mental dos seus discípulos.<br />

Mestre dos mestres, impôs-se pelo poder da sua eloqüente e concisa<br />

oração, pela sabedoria dos seus conceitos vazados em conhecimentos<br />

originais de alta transcendência, e as suas opiniões apresentavam-se de tal<br />

modo inspiradas, que serviam de roteiro até mesmo a supremos dirigentes<br />

da Nação.<br />

17<br />

Em todas as suas atividades distinguiu-se, sempre, pela ponderação,<br />

pelo critério, pelo acerto das proposições firmadas em segura base e<br />

ditadas pelo equilíbrio da sua orientação racional.<br />

As obras que deixou, os seus memoráveis escritos, as suas famosas<br />

"Notas" são fontes perenes de inspiração para novas produções e normas<br />

de viver que todos devem seguir, além de advertências enérgicas e úteis<br />

para os que desejam acertar nas experiências diárias e na marcha pelo<br />

torvelinho da vida.<br />

Jornalista emérito, militou na imprensa com disciplina equilibrada,<br />

sadia, construtiva e enaltecedora das virtudes humanas. Sua pena vigorosa<br />

esteve sempre ao serviço dos oprimidos, com o desejo de vê-los<br />

recuperados e integrados no seio da coletividade, de posse das legítimas<br />

reivindicações conquistadas. Desprendido de bens materiais, jamais se<br />

deixou seduzir por eles, o que importava em poder usar de liberdade plena<br />

em todas as suas admoestações.<br />

Revelou-se um Mestre, um educador esmerado em jornalismo, em<br />

que deu sempre exemplos de honorabilidade, de envergadura moral e de<br />

amor à verdade, com profundo respeito pela opinião dos seus opositores,<br />

tanto que, fazendo do seu jornal diário, A RAZÃO, uma tribuna livre,<br />

punha-o à disposição destes para a publicação gratuita da contestação que<br />

desejassem fazer dos seus escritos.<br />

Espírito profundamente liberal e democrático, o jornalista expunha,<br />

com exemplar coragem e, muitas vezes, temerariamente, as suas idéias,<br />

sem as impor a ninguém, e era um autêntico paladino do debate, por achálo<br />

indispensável ao esclarecimento do povo.<br />

Escusado é dizer que por estar permanentemente apoiado na<br />

verdade, com a qual fazia a sua trincheira, sempre levou a melhor, em<br />

todas as campanhas que empreendeu.<br />

Os opositores, faltos de argumentos, abandonavam o campo de luta,<br />

ao cabo das primeiras escaramuças, e o grande público leitor do jornal<br />

testemunhava, entusiasmado, as vitórias sobre vitórias do bravo lidador, a<br />

quem não regateava o aplauso e o estímulo.<br />

Luiz de Mattos fulgurará, sempre, para os seus discípulos como uma<br />

das mais vivas e generosas fontes de inspiração.<br />

18


Seus exemplos de uma vida nobre e luminosa dedicada ao bem da<br />

humanidade, jamais serão esquecidos.<br />

Em forma astral, pode ser concebido como uma grande e reluzente<br />

estrela, a espancar, com o clarão dos seus raios, as sombras da ignorância<br />

espiritual — única maneira de transformar o mal em bem, a pobreza em<br />

riqueza e a obscuridade em luz.<br />

19<br />

LUIZ ALVES THOMAZ<br />

Luiz de Mattos talvez não pudesse ter levado a efeito a implantação<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> na Terra, sem a preciosa ajuda do seu intemerato<br />

amigo e companheiro de lutas, Luiz Alves Thomaz.<br />

Enquanto o primeiro codificava e burilava a parte cultural e teórica<br />

da Doutrina, facilitando a sua compreensão e aplicação na vida, o segundo<br />

desenvolvia uma eficiente ação prática, solidificando as bases materiais<br />

para garantir a independência da Doutrina.<br />

A ambos deve a humanidade essa inesgotável fonte de<br />

esclarecimento e saber que se sintetiza na Doutrina Racionalista Cristã,<br />

20


porque os dois se completavam na integração de um só idealismo, de uma<br />

única estrutura, de uma perfeita realização.<br />

Luiz de Mattos e Luiz Thomaz simbolizam os heróis da alma lusa,<br />

cuja aura sempre recobriu o Brasil na majestosa seqüência dos fatos<br />

históricos.<br />

Ambos, desde longa data, irmanados nos mesmos propósitos, nunca<br />

recuaram diante dos maiores tropeços, na inabalável resolução da cumprir<br />

os planos e projetos que haviam traçado espiritualmente.<br />

Ambos, antes de se apresentarem ao meio físico, haviam<br />

estabelecido, quando ainda nos mundos de luz, um pacto de honra, na<br />

presença de outros Mestres, dentre os quais se realçava a figura<br />

inconfundível do padre Antônio Vieira, com o fim de restabelecerem na<br />

Terra, em sua pureza original, os ensinos de Jesus, tão deturpados pelo<br />

sectarismo religioso.<br />

Luiz Alves Thomaz manteve-se exemplarmente na sua missão, ora<br />

predicando com a fortaleza dos seus conhecimentos, ora preparando<br />

fundos para a manutenção da grande obra. Soube aplicar, com grande<br />

perícia, na vida prática de negócios e na economia privada, as sábias e<br />

incomparáveis lições que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> ministra, sempre<br />

colhendo, como prova do seu valor, os mais auspiciosos resultados.<br />

Forte, enérgico, operoso, extremamente simples e controlado,<br />

desfrutou de plena autoridade moral na corporificação de todos os seus<br />

atos, sempre comedidos e seguros, angariando amizades e simpatias<br />

através de suas atitudes cativantes.<br />

Renunciando às atrações terrenas, casado, mas sem filhos, voltou-se,<br />

abnegadamente, para a sua grande Causa, e por ela lutou estoicamente,<br />

dando o máximo de si, num aproveitamento completo das suas energias e<br />

atividades.<br />

Partiu deste mundo cinco anos depois do seu companheiro de ideal,<br />

Luiz de Mattos, após cumprir a principal incumbência de deixar<br />

amparado, financeiramente, o movimento Racionalista <strong>Cristão</strong>, que já por<br />

esta época crescia, em número de adeptos, a passos agigantados.<br />

É princípio básico da Doutrina que sendo, como é, uma entidade de<br />

elevado cunho espiritualista, não se deve formar e manter à custa da<br />

21<br />

migalha do necessitado, da espórtula do desprovido, do sacrifício do<br />

sacrificado.<br />

A Doutrina, dirigida por Espíritos do Astral Superior, tem por<br />

escopo esclarecer as almas encarnadas, tarefa incomparavelmente maior e<br />

mais difícil para aqueles Espíritos do que a mera coletagem de meios<br />

materiais.<br />

Para solucionar este aspecto dos trabalhos que iriam desenvolver no<br />

Planeta, ao invés de ficarem na dependência de humilhantes peditórios<br />

terrenos, como é comum, por falta de esclarecimento espiritual, decidiram<br />

a vinda à Terra, de pleno acordo com o mesmo, do intrépido Espírito que<br />

aqui tomou o nome de Luiz Alves Thomaz, para resolver, exatamente<br />

como ele o fez, a situação financeira da Doutrina.<br />

Deste modo, a Doutrina nasceu independente, nunca soube o que foi<br />

pedir e nem o deseja saber. Ela se impõe por princípios imutáveis, e estes<br />

determinam que, em matéria de dinheiro, os assuntos espirituais com ela<br />

não se imiscuam.<br />

Tão rigorosos foram os dirigentes astrais neste particular, que,<br />

podendo atribuir a Luiz de Mattos as duas tarefas — a de codificar a<br />

Doutrina e a de formar o patrimônio material desta —, decidiram de modo<br />

diferente, separando uma missão da outra, ao confiarem a cada um dos<br />

seus dois grandes valores, Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, operações<br />

distintas.<br />

Esta ocorrência, sobremaneira significativa, coloca o <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> numa posição de evidente relevo na interpretação das coisas do<br />

espírito. Há na Casa discípulos de Luiz Alves Thomaz que se inspiraram<br />

no seu magnífico exemplo, oferecendo convincentes provas de<br />

aproveitamento e prática. Uma delas é a nova sede do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>, inaugurada a 20 de outubro de 1956, que exigiu — no curso de<br />

três anos, período da sua construção — uma soma não inferior a quatorze<br />

milhões de cruzeiros, os quais foram postos à disposição do<br />

empreendimento pela plêiade anônima de seus discípulos.<br />

E comum verificar-se o empenho com que as agremiações<br />

pastoreadas procuram aliciar prosélitos, que produzem, quase sempre,<br />

moralmente coagidos, aumento da renda mensal, situando, com isso, a<br />

22


matéria acima do tratamento espiritual, quando este é, às vezes, quase<br />

nenhum.<br />

Pseudo-espiritualistas mostram-se por aí ardentes buscadores de<br />

dinheiro, prevalecendo-se do que as suas prosaicas místicas dizem<br />

oferecer. O certo é que a maior prova de fraqueza espiritual de tais<br />

esdrúxulas instituições é a carência de recursos provindos de procedências<br />

elevadas, pois que se valem, para alimentá-las, da sôfrega procura de<br />

meios, artificiosos ou não, com o fim de atrair o metal sonante. Não se<br />

sentem rebaixados nessa prática humilhante, porque os precários recursos<br />

espirituais de que dispõem não lhes propiciam o discernimento necessário.<br />

Por outro lado, se chegam a atingir o estado que lhes dá a<br />

compreensão de que a entidade deveria subsistir pela própria força dos<br />

seus postulados, curvam-se à situação de fato, como ela se apresenta, e<br />

preferem fechar os olhos da alma, a ver a instituição desaparecer.<br />

Para que não se diga que não é possível alcançar os fins espirituais<br />

sem o mercantilismo ostensivo ressalta-se o exemplo imperecível do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, a Doutrina da Verdade, que atesta, pela sua<br />

independência soberana, tanto em assuntos materiais como espirituais, o<br />

valor objetivo e real dos seus Princípios.<br />

Assim se confirma a ação pioneira de Luiz Alves Thomaz, o<br />

insuperável batalhador de uma memorável jornada terrena, em que soube<br />

sustentar esse basilar conceito de que uma obra espiritualista se impõe<br />

pela elevação moral dos seus Princípios norteadores, pairando acima dos<br />

interesses materiais pela sua independência em todos os sentidos, e pela<br />

demonstração de que os suprimentos chegam, sem ser necessário que os<br />

responsáveis pela Causa molestem o seu semelhante, com maneiras<br />

submissas de uma refinada e hipócrita mendicância.<br />

Luiz Alves Thomaz foi um exemplo, uma bandeira, uma glória para<br />

o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Estendeu a sua vitória a todos os militantes,<br />

porque, acima de tudo, estimulou e concretizou. A sua alta missão foi<br />

inteiramente cumprida, e os seus magníficos resultados ecoam,<br />

incessantemente, em todo o movimento Racionalista <strong>Cristão</strong>, como uma<br />

vigorosa força impulsionadora que transmite confiança e coragem,<br />

perseverança e firmeza.<br />

23<br />

PADRE ANTÔNIO VIEIRA<br />

O Padre Antônio Vieira foi uma figura central no lançamento do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, na face da Terra.<br />

A análise da sua índole, do seu temperamento, do seu idealismo<br />

revela uma afinidade impressionante com Luiz de Mattos.<br />

Antônio Vieira teve, no Plano Astral, quando ficou resolvido fosse<br />

essa Doutrina projetada no meio físico, um grande número de discípulos e<br />

companheiros que a ele se juntaram para a gloriosa missão. Os dois<br />

voluntários que se predispuseram a baixar à Terra para, como duas<br />

colunas mestras, sustentar o arcabouço da Doutrina, foram, como sabem<br />

24


todos os racionalistas cristãos, os intrépidos e valorosos Luiz de Mattos e<br />

Luiz Alves Thomaz.<br />

Enquanto Antônio Vieira e outros trabalhavam, intensamente, no<br />

Astral Superior pelo bom resultado da tarefa confiada aos dois Luíses,<br />

estes enfrentavam, no ambiente pesado do mundo, toda sorte de<br />

dificuldades que embaraçavam a execução dos seus elevados propósitos, e<br />

somente quando se achavam no período de madureza, conseguiram<br />

firmar-se e implantar a Doutrina.<br />

Durante esse tempo, lá estava Vieira em seu mundo de luz, vigilante,<br />

enérgico, persistente e pronto a intervir, quando necessário, para que os<br />

fins colimados fossem alcançados.<br />

A atuação de Antônio Vieira, nesse interregno, foi de um valor<br />

inestimável. Sem ele e os seus colaboradores astrais, não teria sido<br />

possível atingir os resultados conhecidos.<br />

O interesse de Vieira pela causa da espiritualização do Brasil vem<br />

por ele sendo cultivado, através de séculos. Quando encarnou em Portugal,<br />

em 1608, para viver ora por lá, ora pelo Brasil, até 1697 — ano em que<br />

partiu da Bahia para o Astral Superior — foi para identificar-se,<br />

profundamente, com a mentalidade dominante nas duas esferas de ação, e<br />

absorver, em sua natureza espiritual, os traços vibratórios das reformas<br />

que se impunham.<br />

Pelo fato de haver dado, corajosa e lealmente, a interpretação, que<br />

sabia ser verdadeira, de determinados tópicos teológicos, atraiu para si as<br />

iras do fanatismo clerical.<br />

Nunca, porém, se sentiu alquebrado pelo sofrimento, com altividade<br />

soube suportar as humilhações que lhe impuseram os superiores<br />

hierárquicos da ordem dos jesuítas, a que pertencia.<br />

Antônio Vieira foi padre a fim de poder colher, nessa investidura, os<br />

mais favoráveis resíduos para serem analisados no seu laboratório<br />

psíquico. Com o seminário ao seu dispor, instruiu-se, como convinha, e<br />

teve a oportunidade de manter contato com o mundo intelectual da época,<br />

graças ao prestígio que lhe davam o talento e a cultura que possuía.<br />

Consideraram-no o maior espírito do século em que viveu, não só na<br />

órbita portuguesa, como na internacional.<br />

25<br />

Distinguiu-se, além disso, como orador eloqüente, como vernaculista<br />

exímio e escritor esmerado. Na literatura, nenhum prosador português o<br />

excedeu na exuberância e propriedade do vocabulário empregado. As suas<br />

obras abrangem vinte e cinco volumes, que compreendem cerca de<br />

duzentos sermões, mais de quinhentas cartas e numerosos escritos<br />

políticos e literários.<br />

Em Vieira, preponderavam as coisas do espírito. Estóico e<br />

renunciante, as comodidades, o conforto e as conveniências pessoais não o<br />

atraíam. Era fiel a si mesmo, aos princípios do verdadeiro cristianismo,<br />

junto aos quais se conservava, pouco lhe importando as desventuras que o<br />

pudessem atingir. Nada fez para evitar que o prendessem, e uma vez<br />

encarcerado em pequena cela escura, não se deixou abater, mantendo<br />

intacta a sua dignidade. Conhecia-se como Homem Imortal, e as<br />

vicissitudes por que passava não alteravam a sua fortaleza interior,<br />

consciente da inferioridade espiritual dos seus algozes e da duração<br />

passageira das suas injustiças.<br />

As torturas morais e materiais que lhe infringiram os seus<br />

companheiros de sotaina serviram-lhe para melhor sentir, na própria<br />

carne, os erros do clericalismo dominante e o flagrante desvirtuamento do<br />

cristianismo.<br />

Por outro lado, as lições colhidas nas fases mais adversas de sua<br />

vida, caldearam-lhe o espírito, curtiram-lhe a alma cristalina e deram-lhe o<br />

suficiente ensejo para robustecer o seu propósito de separar o joio do trigo<br />

na obra de Jesus. Esse trabalho de remodelação resultou na criação da<br />

Doutrina Racionalista Cristã, que hoje está medrando na Terra com a<br />

árdua e gloriosa missão de restabelecer a Verdade nos Princípios<br />

divulgados pelo Mestre Nazareno.<br />

Voltando ao Espaço Superior, depois de uma existência terrena de<br />

quase noventa anos, levou consigo um cabedal de experiências e<br />

conclusões que o habilitaram a planejar o futuro deste grande país, o<br />

Brasil, no campo da espiritualidade e, conseqüentemente, o da<br />

humanidade. Foram duzentos e treze anos os que decorreram da sua<br />

desencarnação até à fundação da primeira Casa Racionalista Cristã em<br />

Santos, Estado de São Paulo (1697-1910). Esse tempo foi necessário para<br />

estabelecer os meios, os locais e as pessoas que teriam de ser alistadas<br />

26


para a grande ofensiva contra o erro, a ignorância, e também para dar<br />

tempo ao tempo, evitando as improvisações e inoportunidades.<br />

Tanto Luiz de Mattos como Luiz Thomaz e os demais espíritos que<br />

tomaram parte no lançamento da Doutrina na Terra, sob a direção central<br />

de Antônio Vieira, estão unidos, desde os primeiros momentos em que<br />

foram firmadas as bases desta obra, e unidos continuarão acompanhando e<br />

dirigindo a sua evolução até que ela alcance a meta principal de<br />

esclarecimento da humanidade.<br />

A personalidade de Antônio Vieira está bem caracterizada na<br />

história, por onde se confirma a natureza varonil, independente,<br />

destemerosa e segura das suas convicções. Foi um grande orientador. O rei<br />

de Portugal, D. João IV, ouvia-o antes de tomar qualquer decisão<br />

importante. Fê-lo embaixador em espinhosos encargos, sempre confiante<br />

no desempenho elevado das suas missões. Era leal e verdadeiro nas<br />

exortações, havendo se mostrado um baluarte na defesa da moralidade dos<br />

costumes e na rigidez do procedimento. Vieira era um lema, uma<br />

bandeira, um fanal. Irredutível em questões de honestidade, foi um<br />

exemplo de fidelidade aos seus princípios, e um Mestre no sustentar a<br />

pureza da filosofia que adotava.<br />

Compreende-se o valor do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> através da<br />

luminosidade dos seus fundadores, dentre os quais, em Plano Astral, como<br />

estrela de primeira grandeza, fulgura, destacadamente, Antônio Vieira.<br />

Dizem os historiadores que Vieira foi um espírito fértil e inventivo,<br />

de ânimo resoluto, e um conselheiro prudente e moderado. Pelo seu saber<br />

impôs-se à confiança de D. João IV, que o considerava o primeiro homem<br />

do mundo. Com esse conceito, tornava-se, dia a dia, mais necessária a sua<br />

presença nas conferências do reino e nas reuniões secretas em que se<br />

decidiam os mais graves e importantes negócios de Estado.<br />

Os Tribunais designavam seus membros para consultá-lo sobre<br />

assuntos da sua própria alçada. Foi nomeado preceptor e mestre do<br />

príncipe herdeiro D. Teodósio, que preparou para ser um grande rei, e ele<br />

o teria sido, se o seu prematuro desaparecimento não lhe tivesse cortado a<br />

carreira.<br />

Vieira era considerado o homem mais capaz de que dispunha<br />

Portugal para defender o País das artimanhas da política exterior. Ele foi, a<br />

27<br />

um só tempo, missionário e diplomata, financista e estadista, além de<br />

filósofo. À admirável fecundidade de sua inteligência, eram submetidas as<br />

questões de economia política, de impostos, as relacionadas com as<br />

instituições de comércio, com a marinha, guerra, cessões de territórios,<br />

tratados e alianças. Segundo os historiadores, esse homem extraordinário<br />

foi o maior de Portugal em seu tempo, e um dos maiores de toda a história<br />

lusa.<br />

Era inteiramente desprendido em matéria de dinheiro e riquezas. Nas<br />

missões diplomáticas em Paris, Roma e Haia, limitava-se sempre a gastar<br />

o indispensável dentro de uma linha de discreta simplicidade. Se das<br />

viagens que fazia lhe sobravam algumas dobras, restituía-as,<br />

escrupulosamente, sem se beneficiar da menor quantia que fosse. Dos<br />

Sermões, nunca recebeu as espórtulas regulamentares, recusando<br />

proventos que considerava ilícitos.<br />

Certa vez, dada a sua amizade com o rei, empenhava-se com ele em<br />

negócio de grandes resultados, quando pessoas interessadas no mesmo,<br />

cientes dessa intervenção graciosa, fizeram chegar até ele uma bolsa com<br />

seis mil dobrões de ouro, e para não parecer que o estavam subornando,<br />

mandaram-lhe dizer que distribuísse essa importância com os pobres.<br />

Vieira, percebendo o intento dos mercadores, e indignando-se,<br />

recusou a oferenda, não antes de fazer ver ao portador, com aquela<br />

maneira franca que tinha de dizer as coisas, que diante de tal atrevimento<br />

merecia que o fizesse descer pela janela, ao invés de pela escada.<br />

Entre ridículas denúncias ao Santo Ofício de indivíduos malintencionados,<br />

foi acusado, por alguns padres, de possuir livros de<br />

profecias, de aconselhar a instalação de sinagogas judaicas particulares em<br />

Lisboa, (a exemplo do que era permitido em Roma), de defender os judeus<br />

das perseguições do jesuitismo intolerante e de não crer na infalibilidade<br />

do Papa, do que resultou ser submetido a humilhante interrogatório,<br />

processado e preso.<br />

Durante alguns anos, esteve interditado em Colégio Jesuíta, e por<br />

dois anos e três meses encarcerado, incomunicável, em um lúgubre<br />

cubículo de cerca de oito metros quadrados de área, sem luz, mal arejado,<br />

servido de uma cama, um cântaro, uma mesinha, um banco e um vaso de<br />

despejos.<br />

28


Condenado, só não o levaram à fogueira temerosos das<br />

conseqüências.<br />

Sofreu essas torturas no reinado de D. Afonso VI, que foi deposto<br />

por seu irmão D. Pedro, em cuja facção contava Vieira com grandes e<br />

prestigiosos amigos. Os seus algozes, acovardando-se diante da reviravolta<br />

política, trataram, o quanto antes, de indultá-lo de todas as penalidades<br />

que lhe haviam imposto,<br />

O Padre Antônio Vieira, embora amando a terra lusa, sentia-se<br />

também brasileiro, e o seu sotaque era mais do Brasil do que de Portugal.<br />

Somente a grande amizade que nutria por D. João IV fez com que não<br />

passasse mais anos nesta então colônia ocidental. Contudo, viveu o<br />

bastante, de um lado e do outro, para conhecer bem a formação moral dos<br />

dois povos irmãos. Vieira era um elo, um traço de união entre essas duas<br />

grandes florações humanas. A sua vida foi fértil em realizações e pródiga<br />

em ensinamentos.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> tem, pois, a estruturação da sua Doutrina<br />

firmada sobre o patrimônio moral e espiritual de valorosos Espíritos, que<br />

deixaram na Terra o rasto luminoso de sua grandeza.<br />

Foi o Padre Antônio Vieira, indiscutivelmente, o Racionalista<br />

<strong>Cristão</strong> Patrono, o seu idealizador e inspirador fecundo no plano Astral.<br />

Com os dois companheiros que figuram como fundadores da Doutrina no<br />

plano físico, constituiu a tríade imortal que enriqueceu o mundo com a<br />

ilustração verdadeira dos conhecimentos espiritualizados que o<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> vem difundindo.<br />

29<br />

ANTONIO DO NASCIMENTO COTTAS<br />

Antonio do Nascimento Cottas nasceu em Sirvuzelo, Concelho de<br />

Monte Alegre, Portugal, a 19 de novembro de 1892, e faleceu no Rio de<br />

Janeiro, em 12 de junho de 1983.<br />

Veio para o Brasil a 18 de abril de 1905, com 12 anos de idade,<br />

ingressando, desde logo, no comércio, onde prosperou, tornando-se dos<br />

mais acatados e respeitados comerciantes. Possuiu várias casas<br />

comerciais, como o Armazém Brasil, a Mercearia Brasileira, o Armazém<br />

dos Heróis, passando, em 1922, para o atacado, tornando-se a firma que<br />

dirigia grande importadora do famoso azeite Sacadura Cabral, de vinhos<br />

etc.<br />

30


No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> realizou uma obra gigantesca. Em 1926,<br />

com a desencarnação de Luiz de Mattos, foi nomeado por este, ainda em<br />

vida física, seu substituto, assumindo assim a Chefia da Doutrina.<br />

Consolidou os grandes alicerces do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, e sob a sua mão<br />

tutelar floresceram muitas Casas Racionalistas.<br />

Foi o maior discípulo de Luiz de Mattos. Dedicou-se, de corpo e<br />

alma, à Doutrina que lhe fora confiada. Divulgou os ensinamentos do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> através da correspondência e das explanações que<br />

fazia durante as Sessões Públicas de Limpeza Psíquica realizadas no<br />

Centro Redentor. Assegurou à Doutrina recursos para a sua independência<br />

material. Além de doutrinador, foi lutador incansável pelo esclarecimento<br />

da humanidade.<br />

Dotado de extraordinário valor moral e de inquebrantável caráter,<br />

transbordava nele o entusiasmo, sempre aplicado aos interesses<br />

racionalistas, sem jamais falar de si, elogiar os seus trabalhos ou fazer<br />

estandarte do seu nome.<br />

Sempre confiante nas horas difíceis, venceu todas as batalhas<br />

travadas contra a Doutrina, e as suas iniciativas se encaminhavam ao<br />

desejado êxito.<br />

Não havia quem não o respeitasse e venerasse porque ao afeto de<br />

todos se impunha pelo seu trato cavalheiresco, além da bondade que era<br />

inata em seu espírito.<br />

Antonio do Nascimento Cottas, Chefe do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, era<br />

um homem extremamente simples. Desprezava as honrarias. Apesar de<br />

haver sido agraciado com o título de Comendador, não permitia que assim<br />

o chamassem.<br />

Dos títulos com que foi distinguido, o que mais se orgulhava de<br />

possuir era o de cidadania brasileira, assinado, em 8 de agosto de 1939,<br />

pelo então Ministro da Justiça, Embaixador Francisco Negrão de Lima,<br />

em nome do Presidente da República.<br />

Entre outros títulos, destacamos os seguintes:<br />

Cruz de Benemerência — concedido pelo Governo Português, Grau<br />

de Comendador, Cidadão do Estado da Guanabara, Cidadão do Estado de<br />

Minas Gerais, Cidadão Benemérito do Estado da Guanabara, Grande<br />

31<br />

Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura, mais tarde elevado ao<br />

honroso cargo de 1.° Vice-Presidente Emérito, Benemérito da Caixa de<br />

Socorros D. Pedro V, Conselheiro da Federação das Associações<br />

Portuguesas e Luso-Brasileiras, Sócio Benemérito do Clube Ginástico<br />

Português, Sócio Benemérito da Real Sociedade Portuguesa de<br />

Beneficência, Fundador e Sócio Proprietário da Associação Atlética Vila<br />

Isabel, Sócio Proprietário do Clube de Regatas Vasco da Gama e Sócio da<br />

Associação Brasileira de Imprensa, desde a sua fundação.<br />

Antonio do Nascimento Cottas, apesar de ter sido distinguido com<br />

títulos e distinções, foi, durante toda a sua longa vida física, um homem<br />

simples, isento de vaidades.<br />

32


PRIMEIRA PARTE<br />

Limpeza Psíquica<br />

Limpeza Psíquica no Lar<br />

A Obsessão<br />

A Desobesessão<br />

Mediunidade e Médiuns<br />

Mistificadores<br />

Correspondentes<br />

33<br />

LIMPEZA PSÍQUICA<br />

Os espíritos componentes do astral inferior dividem-se em muitas<br />

classes, sendo a mais baixa constituída de elementos de ínfima condição<br />

moral. Em conseqüência desse estado, estão muitos deles envolvidos em<br />

matéria fluídica densa, impregnada de miasmas de moléstias e de<br />

substâncias putrefatas, próprias do meio em que permanecem, em<br />

obediência à lei de atração. As vibrações dos pensamentos da maioria de<br />

tais espíritos são de ordem sensualista, animalizada, predominando o<br />

sentimento de malquerença, de ódio, de inveja, de vingança e outros do<br />

mesmo gênero.<br />

Quando o ser encarnado se descuida e emite pensamentos que se<br />

identifiquem com os baixos sentimentos dessa classe de obsessores, atrai<br />

um ou mais de tais elementos para a sua companhia e absorve parte dos<br />

seus fluidos inferiores, juntamente com a correspondente carga pestífera<br />

que conduzem.<br />

É essa a razão de ser adotada a prática da Limpeza Psíquica no<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, como uma das medidas de mais alto valor, e esta<br />

precisa ser feita, diariamente, duas ou mais vezes, ou em todas as ocasiões<br />

em que a pessoa perca o controle e se exalte, ou sinta o desejo de proferir<br />

expressões contundentes ou agressivas, o que deve sempre evitar.<br />

Não tendo esse cuidado, seja por ignorância, negligência ou<br />

comodismo, está sujeita a enfermar, sofrer acidentes, desencarnar<br />

prematuramente ou a passar por alterações mórbidas no seu estado<br />

psíquico. A lei de causa e efeito impera, inexoravelmente.<br />

A Limpeza Psíquica é feita nas Casas Racionalistas em Sessões<br />

Públicas, às segundas, quartas e sextas, e Particulares, às terças e quintasfeiras,<br />

às 20 horas. Além disso, os auxiliares e militantes convictos a<br />

praticam em seus lares, em horas previamente estabelecidas, para a<br />

higienização do ambiente doméstico.<br />

Essa prática de higiene mental consiste nas Irradiações, que são<br />

vibrações do espírito, com as quais se opera o afastamento do astral<br />

inferior para fora da atmosfera da Terra. Esse afastamento é produzido por<br />

espíritos do Astral Superior que, em entrosamento com os pensamentos<br />

34


disciplinados dos seres de boa vontade, em exercício mental nas Casas<br />

Racionalistas, ou em colaboração com estas, operam a limpeza psíquica.<br />

Este indispensável preparo mental, esta limpeza psíquica, está para o<br />

espírito como a higiene física está para o corpo carnal. Por isso o<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> a aconselha a todas as pessoas, para que, por meio<br />

de um viver disciplinado, metódico e consciente, tenham equilíbrio<br />

espiritual e físico.<br />

35<br />

LIMPEZA PSÍQUICA NO LAR<br />

As pessoas que quiserem proceder à Limpeza Psíquica em seus lares,<br />

devem, durante cinco minutos, às 7 horas e às 20 horas, reunir-se,<br />

diariamente, da maneira que se segue: *<br />

1) a pessoa mais esclarecida ou de mais responsabilidade no lar deve<br />

colocar-se à cabeceira da mesa, tomando, por isso, o nome de<br />

presidente, e daí não sairá nem deixará que se retire qualquer dos<br />

presentes, antes de dar por terminada a Limpeza Psíquica;<br />

2) as demais pessoas ficarão colocadas ao redor da mesa, sentadas<br />

ou de pé;<br />

3) estando presente alguma pessoa perturbada psiquicamente, deverá<br />

ficar sentada na cadeira existente na extremidade da mesa, tendo<br />

por trás uma pessoa sã e de vontade forte para sacudi-la, dandolhe<br />

um ou mais estremeções fortes, com as duas mãos, uma em<br />

cada lado, na altura dos ombros, cada vez que o presidente<br />

proferir a irradiação B.<br />

Em torno da mesa não deverá haver intervalo algum entre<br />

uma pessoa e outra. O sacudimento é sempre útil, mesmo em<br />

seres normais, mas quem tiver de sacudir uma pessoa perturbada<br />

não deve abandonar a sua posição, até o fim da limpeza psíquica.<br />

No caso de ter a perturbação aspecto de obsessão ou loucura,<br />

deverá ser observada a disciplina especial constante dos capítulos<br />

desta obra números I e II, denominados Obsessão e Desobsessão.<br />

4) se os enfermos estiverem acamados, as irradiações deverão ser<br />

feitas em torno de seu leito, comparecendo, apenas, as pessoas de<br />

corpo são e vontade forte, capazes de emitir pensamentos firmes e<br />

valorosos.<br />

* Não sendo possível dar preferência ao horário acima indicado pera as irradiações<br />

de Limpeza Psíquica, escolha-se a hora mais apropriada, imposta pelo condições<br />

de trabalho; os que não puderem irradiar em conjunto, irradiem mentalmente<br />

dentro do horário estabelecido, estejam onde estiverem. O isolamento não impede<br />

a prática irradiativa da Limpeza Psíquica.<br />

36


Colocados os participantes da Limpeza Psíquica o mais próximo<br />

possível uns dos outros, todos em absoluto silêncio, o presidente fará, em<br />

voz alta, a irradiação A e, a seguir, a irradiação B, repetindo esta última<br />

irradiação B durante cinco minutos.<br />

Findos os cinco minutos de irradiações, o presidente dará por<br />

encerrada a limpeza psíquica, fazendo uma irradiação B, dirigida ao Astral<br />

Superior, e outra, também B, a Antonio Cottas, Presidente Astral do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, depois do que todos se levantam, devendo ter o<br />

cuidado de se manterem sempre calmos e bem-humorados.<br />

As irradiações que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> aconselha constituem<br />

simples preparo mental, nada valendo se aqueles que as estiverem fazendo<br />

não procurarem desligar-se das coisas ou seres materiais, elevar o<br />

pensamento às Forças Astrais Superiores e sentir bem o que elas<br />

significam.<br />

Se alguma pessoa, enquanto as irradiações estiverem sendo feitas,<br />

for acometida de ataque ou tentar transmitir comunicações de espíritos, é<br />

preciso sacudi-la fortemente, com muita calma, dar-lhe Água Fluídica e<br />

chamá-la pelo nome, até despertar. Isso deverá ser feito por uma ou mais<br />

pessoas, enquanto as demais continuarão acompanhando mentalmente as<br />

irradiações, sem se levantarem do lugar em que estiverem, haja o que<br />

houver.<br />

Estas instruções devem ser observadas à risca. Quem fizer mais<br />

alguma coisa além do que está indicado, especialmente sessões espíritas<br />

no lar, corre o risco de ficar perturbado, doente do corpo e do espírito.<br />

Não devem freqüentar casas de cartomantes, terreiros, feiticeiros ou<br />

outros quaisquer ambientes de superstição e fanatismo, porque de tal<br />

freqüência e prática resultam freqüentemente a loucura e enfermidades<br />

várias.<br />

37<br />

IRRADIAÇÕES<br />

IRRADIAÇÃO "A"<br />

AO ASTRAL SUPERIOR<br />

"Grande Foco! Força Criadora!<br />

Nós sabemos que as Leis que regem o Universo são naturais<br />

e imutáveis e a elas tudo está sujeito!<br />

Sabemos também que é pelo estudo, o raciocínio e o<br />

sofrimento derivado da luta contra os maus hábitos e as<br />

imperfeições, que o espírito se esclarece e alcança maior<br />

evolução.<br />

Certos do que nos cabe fazer, e pondo em ação o nosso livrearbítrio<br />

para o bem, irradiamos pensamentos aos Espíritos<br />

Superiores, para que eles nos envolvam na sua luz e fluidos,<br />

fortificando-nos para o cumprimento dos nossos deveres".<br />

IRRADIAÇÃO "B"<br />

"Grande Foco! Vida do Universo!<br />

Aqui estamos a irradiar pensamentos às Forças Superiores<br />

para que a luz se faça em nosso espírito, e ele tenha a consciência<br />

dos seus erros a fim de repará-los e evitar o mal."<br />

Esta irradiação "B" repete-se, durante cinco minutos.<br />

ÁGUA FLUÍDICA PREPARADA NO LAR<br />

Coloca-se, em uma ou mais vasilhas, a quantidade de água que se<br />

deseja fluidificar, fazendo em seguida, uma ou mais pessoas, irradiações<br />

ao Astral Superior e ao Grande de Foco, por cerca de dois minutos.<br />

As pessoas enfermas deverão tomar um cálice desta água de hora em<br />

hora, e bebê-la, sempre que tiverem sede, podendo também ser usada,<br />

externamente, para lavar ferimentos ou em compressas, fria ou amornada<br />

em banho-maria. As pessoas sadias poderão tomá-la também, como se<br />

fosse uma água comum.<br />

Esta água não pode ser fervida. Ela é preventiva e beneficiadora,<br />

podendo ser tomada sem restrição alguma. Pelo fato de conter fluidos<br />

38


lançados pelo Astral Superior, alivia ou neutraliza certos males, por meio<br />

desses fluidos.<br />

39<br />

CAPÍTULO I – A OBSESSÃO<br />

A obsessão é enfermidade psíquica resultante do mau uso do livrearbítrio,<br />

da vontade mal-educada, das inclinações sensualistas, do<br />

descontrole nos atos cotidianos, do nervosismo desenfreado, dos desejos<br />

insuperáveis, da ambição desmedida, do temperamento voluntarioso e,<br />

conseqüentemente, do desconhecimento ou da inobservância dos ensinos<br />

racionalistas cristãos.<br />

Ao fazer mau uso do livre-arbítrio, contraria o ser as leis naturais e<br />

imutáveis que estabelecem normas de vida seguras e apropriadas e<br />

precisam ser respeitadas, a qualquer custo.<br />

A faculdade do livre-arbítrio, que possui o ser humano, representa<br />

para ele o privilégio de conduzir-se por si mesmo com liberdade e<br />

independência, como convém aos seres dotados de raciocínio.<br />

É fora de dúvida que, com o raciocínio bem exercitado para a<br />

solução dos problemas que se apresentam na vida, tendo sempre em vista<br />

o aspecto honrado de todas as questões, os seres humanos podem manterse<br />

na linha da boa conduta, beneficiando-se a si mesmos e ao meio em que<br />

vivem. Os que se afastam desse caminho, o fazem porque querem, porque<br />

se deixam enfraquecer, e onde entra o enfraquecimento moral, entra a<br />

atuação dos espíritos do astral inferior que produzem, em pouco tempo, a<br />

obsessão.<br />

A vontade mal-educada é o resultado da indolência, do pouco caso e<br />

da negligência para com as coisas sérias da vida. O indolente deixa de<br />

fazer o que deve, esperando que outros o façam por ele; não gosta de<br />

horário nem de disciplina; é inimigo do trabalho e da ordem e nada faz<br />

pelo progresso, estando, por isso, situado no plano dos parasitas e dos<br />

adormecidos. Enquanto o mundo exige atividade e ação, o indolente vê,<br />

com indiferença, o que se passa, sem vontade de participar do movimento<br />

que reclama a presença de todos.<br />

Ninguém se pode eximir do dever de trabalhar e de procurar no<br />

trabalho a satisfação da vida. O Universo inteiro é uma oficina de trabalho<br />

permanente, na qual todos precisam ser operários ativos e diligentes. Os<br />

que assim não compreendem, ficam à margem da vida, tornando-se<br />

40


indivíduos marginais, como marginais são os espíritos do astral inferior<br />

com os quais se associam, pela lei da atração. Logo, a ociosidade é mal<br />

que deve ser combatido, energicamente, por meio da educação da vontade.<br />

Nas inclinações sensualistas estão os germes do materialismo<br />

obsedante. Elas incluem, como fatores preponderantes, os vícios, a<br />

luxúria, o desperdício, os abusos e a incontinência. O ser humano,<br />

subjugado por este estado, dá expansão aos seus instintos, alimento aos<br />

desejos desregrados e acolhimento franco aos espíritos do astral inferior,<br />

seus afins, que concorrem para obsedá-lo.<br />

Os atos cotidianos precisam ser pautados, criteriosamente, para<br />

refletirem o maior bom senso possível. A organização social obedece a um<br />

esquema cujos traços gerais definem a posição que todos devem adotar no<br />

intercâmbio das relações humanas. A esse particular, de especial<br />

importância, todos devem estar atentos. Entre as normas de bem-viver,<br />

estão o acatamento e o respeito ao semelhante, na sua natural<br />

representação espiritual. Para conseguir esse fim, é preciso haver controle<br />

nas atitudes, domínio sobre si mesmo e o raciocínio em ação.<br />

Do descontrole em atos e palavras, resultam as ofensas, os<br />

conseqüentes remorsos, os ressentimentos que custam a passar e, não raro,<br />

as antipatias e inimizades.<br />

Os espíritos do astral inferior gostam de aproveitar-se dos seres<br />

descontrolados que pouco ou nada pensam antes de falar e fazer, para se<br />

rirem dos efeitos que as suas atuações causam. Daí a razão de os<br />

acompanharem, procurando oportunidades para se divertirem. Seres<br />

descontrolados são, pois, presas fáceis do astral inferior e, mais dia menos<br />

dia, podem ser levados à obsessão.<br />

O nervosismo desenfreado produz a irritação, a intolerância, a<br />

irreflexão, a imprudência — males que conduzem o ser a um deplorável<br />

estado psíquico. É imprescindível que seja ele combatido por todos os<br />

meios, por ser agente de perturbação, pois onde há perturbação não falta<br />

campo favorável à atuação dos espíritos do astral inferior — os maiores<br />

responsáveis pelas obsessões. Os maiores — entenda-se — não os únicos,<br />

porque o obsedado tem, nelas, a sua parte. O nervosismo chega a ficar<br />

desenfreado porque o neurótico não procura controlar-se. O resultado é<br />

41<br />

cair nas malhas do astral inferior e seguir o caminho desastrado da<br />

obsessão.<br />

Desejos insuperáveis são aspirações inatingíveis. Há indivíduos que<br />

nunca se contentam com o que têm. Estão sempre queixosos, achando que<br />

merecem mais. Sentem-se permanentemente infelizes. Em lugar de se<br />

alegrar com o muito que possuem, lamentam a falta do mais que poderiam<br />

ter. Vivem num estado de perene insatisfação. Tornam-se desagradáveis.<br />

Julgam-se incompreendidos. Lastimam-se, a propósito de qualquer<br />

insignificância.<br />

E perfeitamente racional que o ser humano procure melhorar as suas<br />

condições de vida, obtendo maiores recursos, melhor bem-estar, situação<br />

mais desafogada e capacidade de atendimento a todas as solicitações<br />

indispensáveis mas, enquanto não alcançar essa situação, há de<br />

conformar-se, compreendendo que ainda não chegou o momento, e deve<br />

tratar de preparar-se, melhor ainda, orientando bem os seus pensamentos,<br />

as suas atitudes e a sua disposição de progredir, cada vez mais, sempre<br />

agindo honestamente, para que as coisas se resolvam a perfeito contento.<br />

O estado, porém, do indivíduo insatisfeito e mal-agradecido que<br />

alimenta idéias fantasiosas, é deplorável, porque estas o transformam em<br />

um revoltado, um mal-humorado, um desgostoso e inadaptado. Caminha<br />

assim por uma estrada perigosa, envolvido em pensamentos afins de<br />

espíritos do astral inferior, que lhe sugerem negras imagens martirizantes e<br />

precursoras da obsessão.<br />

As aspirações inatingíveis na presente encarnação podem ser<br />

alcançadas nas seguintes. E só ter paciência e esperar. Nenhum espírito<br />

deixa de voltar a encarnar, enquanto mantiver aspiração terrena a<br />

satisfazer. A lei de atração não falha, e a ela todos estão sujeitos. Se,<br />

porém, chegar a compreender, em tempo, que as atrações terrenas são<br />

ilusórias e passageiras e trazem, quase sempre, conseqüências dolorosas e<br />

grande atraso na evolução, por certo acabará por modificar a maneira de<br />

sentir e ambicionar.<br />

A ambição descomedida é, já por si, um estado de fobia em que o<br />

egoísmo e a egolatria estão presentes. Os indivíduos ambiciosos quanto<br />

mais têm mais querem ter, a qualquer custo, e de qualquer forma. Não<br />

olham os meios para obter os fins. Usurpam, açambarcam e lesam.<br />

42


Domina-os a idéia obsessiva do ganho rápido, da manobra extorsiva e<br />

escorchante. Para eles, nada de contemplações ou meios-termos: a<br />

determinação é avançar. Arquitetam golpes ousados, andando pelas<br />

entrelinhas da lei ou pelas suas omissões, o que é mais comum, e não<br />

possuem formação moral respeitável.<br />

O mundo está cheio desses tipos, que são a causa do grande<br />

desequilíbrio econômico na Terra. Eles estão divididos em duas grandes<br />

massas: uma na Terra, agindo especulativamente, com enorme sagacidade<br />

e astúcia, e a outra no astral inferior, igualmente ativa, formada por todos<br />

aqueles que procediam, quando encarnados, como os seus atuais parceiros<br />

encarnados. As duas massas estão intimamente associadas e gozam da<br />

mesma volúpia que constitui a sua obsessão.<br />

O temperamento voluntarioso reflete o feitio moral egocêntrico dos<br />

que entendem que a razão está exclusivamente do seu lado e querem<br />

exigir, por isso, que a sua vontade seja satisfeita, muito embora interfira<br />

nas decisões alheias. São indivíduos que estão sempre em choque com os<br />

demais, mesmo que esses choques não se revelem. Nada mais divertido<br />

para os espíritos do astral inferior do que presenciarem tais choques. Eles<br />

os assanham, e andam, por essa razão, à espreita da ocasião propícia para<br />

os provocarem. O indivíduo voluntarioso está sempre na sua mira. A cada<br />

momento vêem um ensejo de armar um choque. Na falta de outra<br />

ocupação, esta é das mais absorventes para os obsessores. O voluntarioso<br />

irrita-se, facilmente, despreza o ponto-de-vista do seu semelhante e quer<br />

fazer prevalecer sempre o seu modo de ver, tornando-se um fomentador de<br />

contrariedade.<br />

O voluntarioso estriba-se nos seus conhecimentos e quer restringir<br />

tudo a eles, desconhecendo que o saber varia de pessoa para pessoa, de<br />

acordo com as oportunidades aproveitadas de cada um. Daí a necessidade<br />

de haver alguma tolerância na apreciação dos fatos, que o voluntarioso<br />

geralmente não tem. Ele costuma ser radical e, deste modo, a sua obsessão<br />

se manifesta por idéias fixas, pela irritabilidade e pela maneira, mais ou<br />

menos irredutível, de apreciar as questões.<br />

Como facilmente se depreende, a obsessão decorre da falta de<br />

esclarecimento, da ausência de conhecimento do mecanismo da vida, da<br />

43<br />

ignorância sobre o que se passa depois da chamada "morte" e de como se<br />

deve proceder para bem aproveitar a encarnação.<br />

Há formas sutis de obsessão (imperceptíveis aos olhos daqueles que<br />

não se acham familiarizados com o assunto) que se podem desenvolver e<br />

levar as criaturas à loucura. É de grande vantagem, por isso, todos se<br />

instruírem, na fase inicial, a respeito da sua manifestação.<br />

Em face da sutileza com que a obsessão se apresenta, as vítimas não<br />

se apercebem do risco a que estão expostas e deixam, por isso, de cortar o<br />

mal pela raiz, quando ainda estão em condições de o fazer. A obsessão vai<br />

penetrando, lentamente, e tomando conta da criatura. Esta, por sua vez,<br />

não lhe dá importância e, quando se vai habituando a aceitar o que o<br />

obsessor lhe intui, o domínio deste passa a ser maior e mais rápido e<br />

violento.<br />

Todo cuidado é pouco, e somente quando conhece bem a causa e o<br />

meio pelo qual se processa a obsessão, é que fica a criatura em condições<br />

de evitá-la e defender-se dela. As atrações apaixonantes são as mais<br />

perigosas, porque o indivíduo sente prazer e impulso convidativo muito<br />

forte para embrenhar-se nas suas cariciosas malhas. Até os esclarecidos<br />

primários se precipitam, às vezes, nesse abismo.<br />

O ser humano nunca se deve deixar abater. Sem dúvida, ocorrem,<br />

para alguns, abalos morais fortíssimos. Há necessidade, nestes casos, de<br />

fazer um esforço muito grande para reagir, dominar-se e vencer a situação.<br />

Muitos têm, por falta de reação pronta e enérgica, chegado à obsessão. O<br />

caso, por vezes, se verifica com a partida de um ente querido para o além:<br />

vêm o desespero, a inconformação, o descontrole e, finalmente, a<br />

perturbação. O ser, naquela dor, clama pelo espírito desencarnado que, por<br />

falta de esclarecimento, não está em condições de acudir. Aflige-se ele<br />

então, sofre, procura intuir para acalmar, não o consegue e acaba por<br />

tornar-se obsessor, podendo levar à loucura o intuído.<br />

Cumpre ao ser encarnado, em tais situações, irradiar convictamente<br />

para ajudar o espírito que desencarnou a ascender ao seu mundo, onde não<br />

sofrerá. Esta orientação é a única cabível para livrá-lo da perturbação que<br />

aquele possível obsessor poderá produzir.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> empenha-se em oferecer todos os<br />

conhecimentos relacionados com o fenômeno, bastando que os seres se<br />

44


interessem por eles e procurem assimilar os seus ensinamentos. Grande<br />

parte da humanidade é vítima da obsessão por absoluta ignorância de<br />

como deve proceder para evitá-la ou dominá-la.<br />

Alguns sintomas do estado inicial da obsessão podem ser observados<br />

nos seguintes casos:<br />

1) tendência para rir sem motivo, ou a pretexto de coisas fúteis;<br />

2) manifestação de cacoetes;<br />

3) vontade de chorar, sem razão plausível;<br />

4) comer exageradamente;<br />

5) estar sempre com sono;<br />

6) sentir prazer na ociosidade;<br />

7) exteriorização de manias;<br />

8) idéias fixas;<br />

9) fazer gracinhas tolas;<br />

10) amofinar, persistentemente, o próximo;<br />

11) repetir, mecanicamente, o mesmo dito;<br />

12) extremar-se nas paixões;<br />

13) alimentar prevenções descabidas;<br />

14) casmurrice;<br />

15) práticas viciosas;<br />

16) atos de ostentação;<br />

17) explosões temperamentais;<br />

18) mistificação;<br />

19) hábito de mentir;<br />

20) expressar-se licenciosamente;<br />

21) revelar covardia;<br />

22) usar palavrões;<br />

23) demonstrar fanatismo;<br />

24) gesticular e falar sozinho:<br />

25) ser sistematicamente importuno;<br />

26) ouvir e ver coisas fantásticas;<br />

27) gastar acima do que deve e pode;<br />

45<br />

28) mania de queixar-se de doenças que na realidade não tem;<br />

29) descuidar-se das suas obrigações no lar e no trabalho;<br />

30) abandonar os imperativos deveres caseiros, ausentando-se do<br />

seio da família;<br />

31) viver num mundo distante, sonhadoramente;<br />

32) provocar discussões, constantemente.<br />

Os que assim procedem estão a caminho ou, pelo menos, revelam<br />

grande predisposição para a obsessão. O melhor que têm a fazer, portanto,<br />

é corrigir-se para não continuarem a atrair espíritos do astral inferior e a<br />

associar-se a eles.<br />

Não é demais repetir que os espíritos do astral inferior são<br />

obsessores. A linguagem por eles usada é a do pensamento, e os<br />

pensamentos dos encarnados lhe são, por isso, perfeitamente conhecidos.<br />

Assim, podem entrar em contato com os seres humanos, conhecer os seus<br />

intentos e participar da vida daqueles que lhes fornecerem corrente de<br />

atração.<br />

A aproximação dos espíritos do astral inferior não só produz a<br />

obsessão, como ainda enfermidades físicas, além de agravar as já<br />

existentes. Sabe-se que estes espíritos estão impregnados de miasmas de<br />

várias doenças, que passam para os corpos dos enfermos por eles<br />

assistidos, agravando-lhes os males.<br />

Até mesmo por higiene mental, ninguém se deve ligar pelo<br />

pensamento a desafetos ou outros seres humanos que alimentem<br />

sentimentos inferiores e pensamentos indignos, por estarem tais criaturas<br />

cercadas de obsessores.<br />

Pensando nelas, as criaturas se ligam aos espíritos da sua corrente<br />

avassaladora, ficando sujeitas à assistência do astral inferior.<br />

Certo é que, praticando o ser humano, com rigor, os ensinos<br />

racionalistas cristãos, manter-se-á forte de espírito, poderá trabalhar e<br />

produzir com eficiência, na certeza de que será bem sucedido e de que<br />

nunca ficará avassalado.<br />

46


CAPÍTULO II – A DESOBSESSÃO<br />

A desobsessão é feita, com melhores resultados, nas correntes<br />

fluídicas organizadas pelo Astral Superior nas Casas Racionalistas Cristãs.<br />

Nas Sessões Públicas de Limpeza Psíquica, que se realizam no Centro<br />

Redentor e suas Filiais e Correspondentes, o obsedado fica em cadeira<br />

adequada, sentado à mesa das Sessões (um de cada lado do fecho) rodeado<br />

por três esteios Estes, cautelosamente, o observam, aplicando-lhe a<br />

disciplina do sacudimento. De quando em vez, dão-lhe a beber um pouco<br />

de água fluídica.<br />

O sacudimento tem por fim facilitar o arrebatamento, pelos espíritos<br />

do Astral Superior, ali presentes, do obsessor do corpo do obsedado. O<br />

obsedado freqüentemente estrebucha na cadeira, revelando a ação do<br />

obsessor, que se obstina em não deixar a vítima. Sendo necessário, atamse<br />

à cadeira os pés, as mãos e a cintura do obsedado, para evitar que se<br />

machuque com as contorções violentas que algumas vezes faz.<br />

Os esteios irradiam, confiantes, para melhor reforçar a corrente e<br />

facilitar a ação desobsessora. Enquanto isso, a Sessão prossegue com<br />

serenidade e segurança, não dando nenhum dos auxiliares, a partir do<br />

presidente, a menor importância às reclamações ou protestos que o<br />

obsedado faça. Depois que o obsessor é arrancado, o obsedado se acalma,<br />

sentindo profunda prostração, em virtude da perda de vida anímica que<br />

lhe foi sugada pelo obsessor.<br />

O obsedado, porém, ainda não está bom. A desorganização celular<br />

provocada pelo obsessor foi grande, e há necessidade de retornar o<br />

equilíbrio às unidades desajustadas do organismo. Nesse estado, se não<br />

puder contar em sua casa com pessoas que o assistam, aplicando a<br />

disciplina e a correção aconselhadas pela Doutrina, está sujeito a atrair<br />

outro obsessor, dos milhões que existem na superfície da Terra e em sua<br />

atmosfera, dificultando ou impossibilitando a sua normalização.<br />

No entanto, se as pessoas da casa ajudarem, fazendo as irradiações<br />

em torno do obsedado, duas vezes ao dia, durante cinco minutos,<br />

sacudindo-o, durante essas irradiações, rapidamente se operará a sua<br />

desobsessão, se o estado de inquietação do enfermo não tornar necessárias<br />

outras disciplinas<br />

47<br />

Os obsedados alimentam, em regra, os desejos dos obsessores, que<br />

são de comida forte e excitante, razão pela qual lhes deve ser ministrado,<br />

durante o tratamento, um regime alimentar de convalescente, que os<br />

obsessores detestam.<br />

Não se deve esquecer que os espíritos da camada mais baixa do<br />

astral inferior conservam os mesmos costumes e vícios que tinham,<br />

quando encarnados. Assim, para alimentarem as exigências do seu "eu"<br />

materializado, que intensamente sentem, apegam-se e unem-se fortemente<br />

aos encarnados afins que os possam saciar, ainda que ilusoriamente. No<br />

tratamento da obsessão, esta particularidade não pode ser esquecida.<br />

Os obsedados devem continuar o tratamento até ficarem<br />

normalizados, comparecendo regularmente às Sessões de Limpeza<br />

Psíquica praticadas nas Casas Racionalistas, onde se lhes aplica a<br />

disciplina já descrita.<br />

Ali vão ouvindo as doutrinações e, não obstante o seu estado ainda<br />

de perturbação ou de desajustamento, alguma coisa do que ouvem fica<br />

gravada no seu perispírito, produzindo efeitos benéficos. Os seus<br />

acompanhantes também vão adquirindo, por esse meio, conhecimentos<br />

que os habilitam a prosseguir no tratamento da desobsessão em casa.<br />

Os milhões de obsessores que povoam o astral inferior têm, cada<br />

qual, as suas preferências e escolhem as vítimas encarnadas de acordo<br />

com a afinidade que por elas sentem ou os sentimentos que os animam<br />

com relação a essas mesmas vítimas. Os pensamentos afins são sempre o<br />

ímã de atração.<br />

Há os que gostam de bebidas alcoólicas, os que foram gastrônomos e<br />

continuam com o mesmo vício, e os fumantes e escravos de outros hábitos<br />

viciosos, todos empenhados em satisfazer os seus intemperados desejos.<br />

As vibrações harmônicas do obsessor e do obsedado conjugam-se,<br />

fundem-se, ajustam-se e se encaixam de tal maneira uma na outra, que se<br />

torna difícil a separação.<br />

A desobsessão de um ser rancoroso e vingativo é sempre<br />

problemática porque, alimentando ódio e malquerença, revela grande<br />

inferioridade espiritual; com esses sentimentos se torna um associado<br />

permanente dos espíritos inferiores. Em tais casos a enfermidade passa a<br />

48


ser incurável, desde que o livre-arbítrio da criatura continue a ser<br />

empregado para o mal.<br />

Depois de desobsedado, limpo psiquicamente, é preciso fortificar<br />

não só o seu espírito, mas também o corpo, danificados ambos pelos maus<br />

fluidos e grande perda de energia anímica, o que se consegue pela<br />

reeducação da vontade e disciplina de pensamento.<br />

O bom êxito desse segundo período de desobsessão é mais difícil de<br />

ser alcançado, por depender da reeducação da vontade do normalizando e<br />

da reação contra novas obsessões. Os vícios provocados pelos obsessores<br />

ficam tão arraigados em seu espírito, que só os deixa a muito custo. Sob a<br />

influência desta disciplina, começa o normalizando a raciocinar e a<br />

dominar os vícios próprios e aqueles que foram desenvolvidos pelos<br />

obsessores, e quando se lhe tornar fácil esse domínio, não mais se deixará<br />

obsedar.<br />

A normalização das crianças se fará desobsedando e esclarecendo os<br />

pais e as demais pessoas com quem convivem, levando-as, assiduamente,<br />

às correntes fluídicas das Casas Racionalistas.<br />

As crianças também se normalizam com a mudança de ambiente,<br />

quando retiradas do meio onde agem os espíritos do astral inferior<br />

(atraídos pelos vícios e maus pensamentos dos adultos), para outro em que<br />

o viver ameno seja pautado pelos Princípios que esta obra explana.<br />

NORMALIZAÇÃO DE OBSEDADOS ONDE NÃO EXISTIREM<br />

FILIADOS OU CORRESPONDENTES DO CENTRO REDENTOR<br />

Também se pode normalizar o obsedado na sua própria casa ou,<br />

melhor ainda, em casa isolada, afastado da família, porque quanto mais<br />

isolado ele ficar, mais facilmente se normalizará, desde que haja ao seu<br />

lado uma pessoa calma, de vontade forte, conhecedora dos ensinamentos<br />

constantes deste livro e que os pratique à risca, sem vacilações nem<br />

esmorecimento.<br />

Essa pessoa, preparada e convicta do seu dever para com o<br />

obsedado, deverá ler, atentamente, este e o próximo Capítulo deste livro,<br />

para melhor se inteirar da disciplina a seguir e a aplicar durante a<br />

desobsessão.<br />

49<br />

O seu trabalho será mais facilitado se organizar uma corrente<br />

fluídica que facilite a atração dos Espíritos Superiores para a sua<br />

assistência e a do enfermo. Neste caso, deverá procurar seis ou mais<br />

pessoas adultas, de boa moral, para a organização da Corrente.<br />

Constituída a corrente fluídica, e todos cientes e conscientes do<br />

dever a cumprir, dará o responsável início à desobsessão da seguinte<br />

maneira:<br />

O aposento destinado ao obsedado furioso ou violento deverá ter<br />

janela gradeada e porta bastante forte. Em outro compartimento próximo,<br />

colocará uma mesa, também forte, e junto a esta, as cadeiras, para se<br />

sentarem as pessoas que formam a corrente.<br />

Na última dessas cadeiras ficará colocado o obsedado, e ali se<br />

conservará até findar a Limpeza Psíquica, depois da qual deverá ser<br />

retirado logo para o seu aposento. Nesse aposento não deverá existir<br />

nenhum objeto com o qual ele se possa ferir ou praticar depredações.<br />

Antes de começar o processo de desobsessão, deve a pessoa<br />

incumbida dessa disciplina procurar mais duas ou três pessoas fortes,<br />

calmas, que não se perturbem, e colocá-las atrás do obsedado, ficando<br />

estas bem atentas para segurá-lo fortemente, se for preciso, até que a<br />

Limpeza Psíquica seja terminada.<br />

O obsedado, desde o primeiro dia, deve ser dominado por completo e<br />

obrigado a conter-se para se convencer de que não lhe é permitido ter<br />

vontade para o mal e sinta a necessidade de reagir contra os obsessores e<br />

os seus vícios e fraquezas.<br />

É para isso que se exigem pessoas calmas, de vontade forte e capazes<br />

de o obrigarem a manter-se dentro da disciplina e a fazer tudo quanto é<br />

indicado nesta obra, para a sua completa normalização.<br />

Iniciada a Limpeza Psíquica com as irradiações mencionadas na<br />

primeira parte deste livro, todos os presentes acompanham essas<br />

irradiações mentalmente, e num ambiente de inteira calma e elevação<br />

espiritual — sem que se dê a menor importância ao que disser ou fizer o<br />

obsedado — o presidente mandará sacudir todos, por três vezes, inclusive<br />

o obsedado, este um pouco mais fortemente que os demais.<br />

50


As irradiações deverão ser feitas durante 15 minutos, e no começo de<br />

cada uma delas, já depois de haver sido sacudido fortemente o obsedado,<br />

nas três primeiras, continuará ele a ser sacudido, porém mais<br />

brandamente.<br />

Antes de dar a Limpeza Psíquica por terminada, o presidente manda<br />

sacudir novamente a todos, inclusive o obsedado, por mais três vezes, este<br />

sempre mais fortemente, determinando que lhe dêem a beber Água<br />

Fluídica. Se ele não quiser tomá-la, é preciso obrigá-lo a bebê-la,<br />

servindo-se de um copo plástico (nunca copo de vidro ou de barro).<br />

Para o encerramento da Limpeza Psíquica, o presidente faz a<br />

irradiação — Grande Foco — e logo em seguida o obsedado deve ser<br />

conduzido ao aposento, onde deverá ficar impedido de falar com pessoa<br />

alguma, além da que lhe servir de enfermeiro. Outras pessoas só entrarão<br />

no quarto destinado ao obsedado, quando requisitadas pelo enfermeiro.<br />

A Limpeza Psíquica deverá ser feita todos os dias, às 7 e às 20 horas<br />

em ponto.<br />

Após a Limpeza Psíquica, cumprem-se, rigorosamente, as regras<br />

disciplinares exaradas nesta obra, impondo-se ao obsedado a observância<br />

disciplinar de horas certas, inalteráveis, de acordo com o seguinte regime:<br />

1°. — levantar e tomar banho, às 6 horas;<br />

2°. — fazer, a seguir, a primeira alimentação, sem usar chá da índia,<br />

café, chocolate ou qualquer bebida excitante;<br />

3°. — assistir à Limpeza Psíquica, às 7 horas;<br />

4°. — se estiver em condições, trabalhar, manual ou mentalmente,<br />

das 8 às 9h 30min. como meio auxiliar de reeducação, já que a ociosidade<br />

concorre para agravar a obsessão;<br />

5°. — almoçar, das 11 às 12 horas;<br />

6°. — descansar, das 12 às 13 horas e, se dormir, não o acordar;<br />

7°. — continuar o trabalho manual ou mental até uma hora antes de<br />

jantar;<br />

8°. — jantar às 18 horas;<br />

9°. — assistir à Limpeza Psíquica, às 20 horas;<br />

51<br />

10°. — tomar qualquer alimento leve às 21 horas, deitando-se, em<br />

seguida, para dormir. Antes de o obsedado adormecer, devem-se fazer as<br />

irradiações perto dele, ou nas proximidades do aposento, quando estiver<br />

muito agitado; é preciso, porém, que não se abuse das irradiações,<br />

evitando-se fazê-las a qualquer pretexto.<br />

Além desse regime imposto ao obsedado, é necessário observar mais<br />

o seguinte:<br />

1°. — educá-lo, desde o primeiro dia, com enérgica e intransigente<br />

repressão aos vícios que tiver, como fumar, ingerir bebidas alcoólicas,<br />

comer coisas de seu especial agrado, mas prejudiciais, falar dos outros ou<br />

cometer qualquer ação que esteja em desacordo com os Princípios<br />

constantes do livro <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, Capítulo XIX.<br />

2°. — ocupá-lo com qualquer trabalho manual ou mental, de<br />

maneira a prender a sua atenção às coisas úteis, durante as horas a isso<br />

destinadas, deixando-o dormir à vontade quando tiver sono, até ficar mais<br />

calmo;<br />

3°. — corrigi-lo e, se for necessário, manietá-lo, até que se convença<br />

de que não se deve deixar atuar a ponto de ficar furioso e de não respeitar<br />

as demais pessoas.<br />

Tais obsedados devem ser contrariados em tudo que não seja<br />

racional, para se irem educando e convencendo de que só podem ter<br />

vontade as criaturas normais.<br />

O obsedado deverá ser afastado da sociedade, não podendo receber<br />

visitas enquanto não der provas de estar normalizado; sua alimentação<br />

deve ser sadia, beberá somente água fluídica e, em estado de lucidez,<br />

copiará trechos dos livros Cartas doutrinárias e <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>,<br />

para raciocinar sobre o que for escrevendo. Caso seja analfabeto, a pessoa<br />

que lhe estiver servindo de enfermeiro o irá esclarecendo sobre os<br />

Princípios Racionalistas <strong>Cristão</strong>s.<br />

A normalização dos obsedados poderá ser feita, em qualquer parte,<br />

pela educação da vontade, remodelação dos maus hábitos e de todos os<br />

vícios, que são a causa da atração dos espíritos obsessores<br />

Tais normalizações só se conseguem, no entanto, pelo método<br />

presente, quando empregado por pessoas de boa-vontade e esclarecidas,<br />

52


que procurem seguir à risca os ensinamentos exarados nesta e nas demais<br />

obras editadas pelo Centro Redentor. Fora disso, é tempo perdido, é<br />

concorrer para aumentar o mal do obsedado, visto que o ser conforme<br />

pensar assim será, e quem não pensa e pratica o bem, não pode normalizar<br />

pessoa alguma.<br />

Cumpre ainda observar que os pensamentos das pessoas que<br />

convivem com o obsedado não devem, de modo algum, ter ligação com o<br />

estado do mesmo. Nada de pensar em doenças.<br />

O isolamento do obsedado muito facilita a sua normalização, sendo<br />

mesmo indispensável para que ela se faça completamente. Quando já<br />

puder raciocinar, deverá ser doutrinado constantemente sobre as causas da<br />

obsessão e os meios que foram empregados para normalizá-lo, a fim de<br />

aprender a repelir outros obsessores, pela própria vontade e pensamentos.<br />

É através dessa educação metódica e perseverante que o espírito do<br />

obsedado vai corrigindo as suas fraquezas e vícios, e aquele que se rebelar<br />

contra ela, demonstra que deseja continuar a pensar mal e a conviver com<br />

espíritos do astral inferior.<br />

O educador deve fazer sentir ao educando que o seu espírito está<br />

viciado, e que para evitar e corrigir os vícios, impõem-se o trabalho, a<br />

disciplina, a ordem e a correção.<br />

O obsedado dá sinal de convalescença quando começa a dormir por<br />

longos períodos, a ter saudades de pessoas o que prova o despertar do<br />

espírito e a sua libertação dos obsessores.<br />

Enquanto não dormir bem e não despertarem nele os sentimentos<br />

afetivos, demonstra estar ainda obsedado, sob o domínio dos espíritos do<br />

astral inferior.<br />

Qualquer ato violento do obsedado deve ser reprimido, na mesma<br />

ocasião, para que contenha os seus ímpetos animalizados, que são a causa<br />

desse estado furioso.<br />

O obsedado sabe tudo o que faz, não se esquece de coisa alguma que<br />

com ele se passe, mesmo durante o período agudo da obsessão, e sente<br />

prazer em conviver com espíritos do astral inferior e fazer o que os<br />

obsessores lhe intuem. É por isso que se deve, desde o primeiro dia, fazerlhe<br />

sentir os erros e os vícios que o atiraram às garras de espíritos do astral<br />

53<br />

inferior, nas quais se conserva porque se sente bem, em conseqüência do<br />

seu errado viver.<br />

O que sirva de enfermeiro de tais anormais precisa ter uma vontade<br />

fortemente educada para o bem, deve ser enérgico mas não violento para<br />

com o obsedado, procedendo com muita calma, muita paciência, sem<br />

desejar milagres, porque estes não existem, e sabendo esperar o tempo<br />

necessário para que, pouco a pouco, o espírito do obsedado se vá<br />

convencendo da má educação que teve e precisa corrigir.<br />

Durante a normalização, o enfermeiro deverá proporcionar ao<br />

obsedado a leitura de obras esclarecedoras editadas pelo Centro Redentor,<br />

e manter com ele palestras úteis.<br />

Por mais alta que seja a posição social do obsedado, tem ele de<br />

submeter-se integralmente, e sem condescendência, à disciplina racional e<br />

científica aqui exarada.<br />

Assim é preciso, para ir adquirindo a convicção do que é a vida real,<br />

para a qual todos os seres vêm a este mundo, e que o luxo, a indolência, a<br />

pretensa superioridade, a aristocracia, a vaidade, são causas da obsessão,<br />

que devem ser combatidas, tenazmente, de maneira a cristianizar o espírito<br />

e convencê-lo de que cada um deve ficar apto para tudo fazer, sem pensar<br />

que o ser humano desce da sua dignidade quando executa serviços<br />

humildes.<br />

Convencido o obsedado de que o ser humano, rico ou erudito,<br />

encarna e desencarna como toda gente, e como toda gente deve viver<br />

lutando, sem que o trabalho humilde se lhe apresente como desdouro e,<br />

ainda, compenetrado de que a superioridade do espírito só se revela<br />

através da sua grandeza moral e do amor ao trabalho, facilmente se<br />

normalizará e não tornará a ficar obsedado.<br />

Para conclusão deste capítulo, acrescentaremos:<br />

Na grandiosa obra da Inteligência Universal — Grande Foco — tudo<br />

se encadeia num sentido harmonioso. Nas sábias leis que conduzem à<br />

perfeição e produzem desde o insignificante grão de areia, o pequenino<br />

inseto, o microscópico átomo, aos grandes planetas dispersos no infinito,<br />

constituindo o Universo, tudo toma o estado preciso ao meio e às correntes<br />

54


fluídicas, para o estabelecimento de uma vida em harmonia com as<br />

irrevogáveis leis da natureza.<br />

As leis do Universo, de elevadíssima sabedoria que surpreende o<br />

homem, encerram todos os segredos, estabelecem todas as verdades,<br />

confirmam todas as ciências e explicam todos os fenômenos.<br />

No estudo destes Princípios, é mister compreender que novas causas,<br />

novos efeitos cercam incessantemente o estudioso, envolvendo-o em<br />

estranhos pensamentos e ligando-o, por inúmeros fios condutores, a todos<br />

os seres inteligentes, corpóreos e incorpóreos, transmitindo-lhe descargas<br />

fluídicas e impressões do mundo espiritual, e se a sua imperfeição não<br />

fora tanta, ele sentiria melhor as vibrações do bem e repeliria as da<br />

perversidade.<br />

A obsessão é, pois, sem a mínima dúvida, o resultado da ação de<br />

pensamentos maus, por meio dos quais são atraídos espíritos do astral<br />

inferior que envolvem o paciente, subjugando-o e impondo-lhe a sua<br />

vontade. É pelo meio em que vive o encarnado e pelas suas fraquezas,<br />

vícios e falta de moral, que ele se torna um ímã de atração dos espíritos<br />

que, por ignorância ou perversidade, permanecem na atmosfera da Terra.<br />

Em decorrência dessa atração, começam os espíritos obsessores a<br />

fazer sentir, pouco a pouco, a sua influência, que se reflete na aura da<br />

vítima, impregnando o seu perispírito de fluidos danificadores, até<br />

estabelecerem pleno domínio e ação sobre ela.<br />

Perturbado, completamente, o espírito da vítima, o obsessor toma<br />

conta dela, passa a influenciá-la, a intuir-lhe cismas e manias<br />

perturbadoras, e é assim que se opera a obsessão.<br />

A obsessão dos seres humanos é mais comum do que se calcula, e<br />

isto porque, não estando a humanidade devidamente esclarecida, não<br />

conhecendo a ação do pensamento e os seus efeitos e ignorando, até<br />

mesmo, a existência dos espíritos do astral inferior, que agem com força<br />

altamente maléfica, não está em condições de livrar-se das correntes do<br />

mal, o que só seria possível por meio de uma reação inteligente.<br />

55<br />

CAPÍTULO III – MEDIUNIDADE E MÉDIUNS<br />

A faculdade mediúnica — pelo menos a intuitiva — é inata no ser<br />

humano e exige dele cuidados e atenções especiais. A sua grande<br />

sensibilidade tem íntima ligação com o sistema nervoso. E esse sistema,<br />

uma vez alterado, poderá levar o indivíduo à irritabilidade, expondo-o às<br />

investidas do astral inferior.<br />

Isto indica que o ponto fundamental de conduta para os seres em<br />

geral, e principalmente para os que possuem a faculdade mediúnica mais<br />

desenvolvida, é o controle individual, não se deixando irritar por coisa<br />

alguma, muito embora se manifeste neles uma forte tendência para agir de<br />

forma impulsiva. A tarefa, por certo, não é fácil, mas a dificuldade não<br />

deve influir para que o assunto não seja encarado com a seriedade que<br />

exige.<br />

Os estudantes do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> sabem que os espíritos do<br />

astral inferior esperam a ocasião oportuna para desfechar os seus ataques<br />

contra os desprevenidos, principalmente aqueles que lhes oferecem maior<br />

receptividade como, no caso, os médiuns.<br />

Imperam, nos antros sombrios do astral inferior, os seres<br />

desencarnados de má índole, bisbilhoteiros, fanfarrões, intrigantes, os que<br />

gostam de graçolas fúteis e de mau gosto, amantes de mexericos,<br />

vingativos, gozadores, pusilânimes, ignorantes, pérfidos, ociosos,<br />

xingadores bestiais e ignóbeis que foram, quando encarnados, mentirosos,<br />

delatores, vilões, sensualistas, malandros, traidores, velhacos, impostores,<br />

pervertidos, prevaricadores, homicidas, gatunos, falsificadores e imorais.<br />

Vagando pela crosta terrena, nas condições mais lamentáveis,<br />

encontram-se esses infelizes na atmosfera da Terra em estado perturbativo,<br />

em decorrência dos crimes resultantes do mau uso do livre-arbítrio, e<br />

assim, como contumazes delinqüentes, empregam as suas maléficas<br />

atividades nos divertimentos mais condenáveis possíveis, que são os de<br />

atormentar o ser humano que, alheio à sua presença e maquinações, por<br />

falta de esclarecimento, os atrai inconscientemente, e acaba por praticar o<br />

que eles lhe intuem.<br />

56


Existem, além disso, os que foram inimigos quando encarnados, que<br />

tudo fazem, agora que se tornaram invisíveis, para vingar-se dos antigos<br />

desafetos.<br />

Esse é o grande perigo a que todos estão sujeitos e, mais ainda, os<br />

médiuns. Contra tal risco todos se precisam precaver, com o pensamento<br />

bem orientado, pondo a força de vontade em ação para não pensarem mal<br />

e não praticarem atos criminosos, única maneira de afastarem todas as<br />

más influências que aqueles espíritos inferiores produzem.<br />

O médium, devido à sua sensibilidade, precisa estar ainda mais<br />

prevenido do que os demais. Deve saber que os espíritos obsessores<br />

operam, de início, sutilmente, de maneira imperceptível, procurando<br />

estabelecer uma vibração harmônica com ele, explorando certas<br />

tendências ou anseios alimentados de tal modo que não se aperceba do<br />

que se está passando, por julgar que aquela freqüência na focalização de<br />

um mesmo objetivo, de algum modo reprovável, é coisa sua. Isto não quer<br />

dizer que não tenha realmente um pouco de si próprio no alcance do tal<br />

fim em mira. Mas o que é absolutamente certo, é que os espíritos do astral<br />

inferior tomam conhecimento do fato e, atentos, não perdem a<br />

oportunidade de agravar o mal, pois, para isso, são aos milhões, e estão em<br />

toda parte.<br />

Aqueles que desconhecem o que somos e o que é a vida fora da<br />

matéria, não têm meios de defesas contra tais situações, e os que possuem<br />

mediunidade, principalmente a de incorporação, sem ter o adequado<br />

esclarecimento, vivem desprotegidos, terminando, não raro, vítimas da<br />

obsessão ou da loucura.<br />

O médium, para ingressar nos trabalhos da Doutrina Racionalista<br />

Cristã, precisa levar vida rigorosamente disciplinada, a fim de se poder<br />

manter, material e espiritualmente, em plenas condições de equilíbrio e<br />

saúde, para bem cumprir os seus delicados deveres.<br />

Essa disciplina consiste em:<br />

a) habituar-se a ter horas para tudo;<br />

b) alimentar-se moderada e racionalmente, de maneira a satisfazer as<br />

necessidades orgânicas;<br />

57<br />

c) não se alterar diante das falhas ou erros, voluntários ou não do<br />

seu semelhante;<br />

d) não discutir nunca;<br />

e) ouvir, com tolerância, as opiniões alheias e, quando tiver de<br />

emitir a sua, fazê-lo com oportunidade e critério;<br />

f) não se irritar, não blasfemar, não maldizer, em nenhuma hipótese;<br />

g) combater os sentimentos de revolta;<br />

h) conservar serenidade e paz em ambientes alvoroçados ou<br />

conturbados; não o conseguindo, afastar-se, o quanto antes;<br />

i) esforçar-se por ser comedido, prudente, verdadeiro e leal;<br />

j) pensar antes de falar e de fazer alguma coisa;<br />

k) ouvir e saber calar;<br />

l) procurar ser compreensivo diante dos males que não têm<br />

remédio;<br />

m) não se lamuriar nem queixar;<br />

n) não manter relações sociais com pessoas com quem não sentir<br />

afinidade;<br />

o) ser valoroso, digno e consciente das suas obrigações e deveres;<br />

p) reconhecer a elevação dos misteres do cônjuge: pai, mãe,<br />

preceptor, filho e cidadão, dando o exemplo;<br />

q) ser afetivo para com os que mereçam essa distinção, e reservado<br />

para com os que não a merecem;<br />

r) não se afligir descontroladamente;<br />

s) adotar parcimônia nos gastos, e simplicidade na apresentação;<br />

t) suprimir o desperdício;<br />

u) combater, tenazmente, a vaidade e o orgulho porventura<br />

existentes na sua personalidade moral;<br />

v) não se ocupar da vida alheia, nem fazer comentários<br />

desabonadores a terceiros;<br />

58


x) cultivar os bons sentimentos, aproveitando bem as horas do dia<br />

em trabalho útil;<br />

y) não se apaixonar por nenhum assunto, seja político, esportivo ou<br />

de qualquer outra natureza;<br />

z) viver, tanto quanto possível, impessoalmente, reconhecendo que a<br />

faculdade mediúnica exige renúncia e devotamento à Causa que<br />

abraçou;<br />

z-1) adotar, na vida cotidiana, sistematicamente, os princípios<br />

ministrados pelo <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

Todas estas recomendações disciplinares e outras que o bom senso<br />

comum indica, objetivam fechar as portas aos espíritos do astral inferior,<br />

que dão preferência aos médiuns de incorporação para sobre eles<br />

exercerem ação perniciosa, obsedante e aniquiladora. Além disso, a<br />

prática desta disciplina favorece a formação de uma personalidade serena,<br />

confiante e esclarecida, indispensável ao exercício da mediunidade.<br />

Evidentemente esta disciplina é recomendável aos que possuem<br />

qualquer das outras modalidades mediúnicas e aos seres em geral, por ser<br />

a mediunidade intuitiva comum a todas as pessoas. No entanto, dá-se,<br />

nestas normas, mais atenção à mediunidade de incorporação, em virtude<br />

de possuírem essa faculdade os médiuns que prestam serviços à Doutrina<br />

Racionalista Cristã, e serem eles os mais expostos às influências do mal.<br />

Por esta razão os médiuns devem ser tratados com a necessária<br />

compreensão, irradiando-se sobre eles pensamentos repletos de valor e de<br />

honra. Isto ajuda a revigorá-los, e com este apoio podem mais facilmente<br />

agir em defesa própria e oferecer melhor serviço.<br />

Devido à faculdade que possuem, sentem os médiuns, por vezes,<br />

estados de profunda nostalgia, de grande tristeza, originados, em certas<br />

ocasiões, nas ondas vibratórias do sofrimento que envolve o mundo. Não<br />

devem dar maior importância ao caso, visto que a situação logo se<br />

modifica, graças aos Poderes Superiores que operam, constantemente, no<br />

Universo. Quando, porém, tal estado se prolonga ou se repete,<br />

amiudamente, a ação dos espíritos do astral inferior precisa ser<br />

considerada, devendo contra ela os médiuns reagir com todas as energias<br />

de que dispõem.<br />

59<br />

No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> ninguém é constrangido a prestar serviços,<br />

e muito menos os médiuns. Estes, no uso pleno do livre-arbítrio,<br />

deliberam, espontaneamente, dedicar-se à Causa, e só podem ser aceitos<br />

para os trabalhos depois de se haverem inteirado muito bem dos princípios<br />

doutrinários e de se mostrarem capazes de adotar a sua disciplina.<br />

Duas são as fases que o médium atravessa no exercício da sua<br />

faculdade: na primeira, apenas recebe os espíritos do astral inferior,<br />

enquanto na segunda, além destes, recebe os do Astral Superior.<br />

Na primeira fase do desenvolvimento, o médium está com o seu<br />

corpo preparado para sintonizar-se com o meio ambiente, que é comum a<br />

todos, povoado de espíritos inferiores.<br />

Em todas as fases, o desenvolvimento mediúnico somente se deve<br />

operar nas Casas Racionalistas Cristãs, dentro das correntes fluídicas<br />

formadas pelos espíritos do Astral Superior e sob a direção destes, com<br />

obediência rigorosa à disciplina implantada por esses espíritos de elevada<br />

evolução.<br />

Os espíritos do astral inferior, ao atuarem, impõem abnegação e<br />

sacrifício ao médium, em face do estado de perturbação, maldade ou<br />

sofrimento em que se acham, ao passo que os do Astral Superior atuam<br />

brandamente, e a sua aproximação é suave e benéfica ao médium.<br />

É certo que entre os espíritos do astral inferior, há os mais e os<br />

menos perturbados, os agressivos obsessores e os melifluentes e<br />

mistificadores, mas o médium esclarecido tem meios de conhecer e<br />

controlar a sua manifestação, evitando que se pronunciem em desacordo<br />

com os princípios da Doutrina. Além disso, desde que a corrente esteja<br />

bem firme, pela correta concentração de todos os seus componentes, os<br />

espíritos do Astral Superior, que estão presentes, intervêm em favor do<br />

médium, sempre que tal medida se impuser.<br />

A disciplina é, pois, de capital importância no desempenho dos<br />

trabalhos nas Casas Racionalistas Cristãs, não podendo ser tolerada a sua<br />

quebra, por ela representar segurança, respeito às Forças Superiores, senso<br />

de responsabilidade, demonstração de amor à Causa, conhecimento dos<br />

princípios doutrinários e intransigência em relação ao cumprimento do<br />

dever. A sua quebra pode ocasionar prejuízos materiais e morais, além de<br />

60


descrédito para a Doutrina. Esta observação não atinge somente os<br />

médiuns, mas a todos os militantes.<br />

Os espíritos do astral inferior nada conhecem acerca do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, porque, se algo conhecessem, não estariam<br />

perambulando na crosta terrena. Essa é uma das razões pelas quais os<br />

espíritos mistificadores podem ser facilmente desmascarados pelo próprio<br />

médium. Logo que se apresentam com o desejo de intuir, exteriorizando<br />

um fraseado de falso sentimento e repetindo conhecidos chavões da<br />

mística religiosa, são prontamente reconhecidos, desde que o médium<br />

esteja atento e prevenido contra a possível manifestação de um destes<br />

perturbadores burlões.<br />

Pode suceder que os médiuns sintam, por vezes, dúvida sobre se o<br />

que estão transmitindo é o pensamento de um espírito ou o seu próprio.<br />

Essa dúvida, entretanto, não deve prevalecer levando-se em conta que o<br />

médium possui extrema sensibilidade e a transmissão é feita muito<br />

sutilmente.<br />

Uma vez que este esteja calmo, entregue docilmente ao desempenho<br />

do seu trabalho, livre de fluidos materializados subtraídos durante as<br />

prévias irradiações e assistido por espíritos do Astral Superior, é manter-se<br />

confiante em si mesmo e transmitir o que receber, sem alimentar a menor<br />

dúvida de que está sendo um veículo para o espírito atuante. Observadas<br />

as condições expostas, essa insidiosa dúvida deve ser vencida pelo<br />

médium, em benefício da sua evolução.<br />

A faculdade mediúnica só deve ser desenvolvida debaixo da ação<br />

direta de espíritos do Astral Superior. Estes somente podem permanecer<br />

entre os seres encarnados em condições especiais e por meio de corrente<br />

previamente organizada por espíritos adredemente preparados para esse<br />

fim, como ocorre exclusivamente nas Casas Racionalistas Cristãs. Daí a<br />

razão de não ser permitido a nenhum médium filiado a esta Doutrina<br />

concentrar-se e receber espíritos fora das suas correntes fluídicas. A esta<br />

medida disciplinar é dada excepcional importância, por representar uma<br />

grande segurança para o médium e para os participantes das Sessões.<br />

Os ensinos racionalistas cristãos demonstram, exaustivamente, os<br />

perigos a que ficam expostos os que não souberem livrar-se das<br />

influências do astral inferior. Por isso, insiste-se em recomendar que todos<br />

61<br />

observem os ensinamentos da Doutrina na sua vida cotidiana. O médium,<br />

com especialidade, deve abster-se de falar sobre a sua faculdade e<br />

atividades psíquicas.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não tem necessidade de fazer propaganda<br />

dos seus ensinos, das suas idéias e dos seus propósitos. Ele também nada<br />

pede a ninguém, oferecendo a todos, no entanto, os meios de conseguirem<br />

o esclarecimento espiritual, que é o maior bem, a maior conquista que se<br />

pode almejar na Terra. Quem dá, não precisa pedir que aceite. Essa é uma<br />

das razões de nada se pedir. Dentre os militantes, cada qual deve procurar<br />

tornar-se merecedor da oportunidade que se lhe apresente de bem servir à<br />

Causa.<br />

Os médiuns devem reconhecer que constitui para eles um privilégio,<br />

dos maiores, a oportunidade de poderem desenvolver as suas faculdades<br />

mediúnicas, com plena segurança, nas correntes do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>,<br />

sob a ação das Forças Superiores e, deste modo, prestarem um serviço<br />

inestimável a si mesmos, que os tornará credores de benefícios<br />

proporcionais. "Quem bem faz para si o faz" — é um adágio que expressa<br />

uma verdade indiscutível.<br />

A faculdade mediúnica é perceptível nos seres, desde tenra idade,<br />

fenômeno que a medicina materialista desconhece, o que muito vem<br />

dificultar o emprego da terapêutica adequada. A falta de esclarecimento<br />

dos pais é outro entrave que impede o ser de receber os meios<br />

indispensáveis de defesa, num mundo de reconhecida agressividade. A<br />

essas duas falhas lamentáveis procura o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> dar solução,<br />

para o bem da humanidade, com a constante difusão de seus ensinos.<br />

Aos poucos, vai-se fazendo luz no espírito dos encarnados, mas,<br />

enquanto os conhecimentos reais da vida não forem amplamente<br />

divulgados e conhecidos, há de haver cadeias e hospitais de alienados<br />

repletos de obsedados.<br />

Os piores males causados à coletividade são, ainda, os praticados<br />

pelos obsedados que andam soltos, sem que a maioria os reconheça. Todos<br />

eles são médiuns, uns mais outros menos desenvolvidos, mas sempre na<br />

primeira fase da evolução mediúnica e, por isso, joguetes indefesos de<br />

espíritos do astral inferior para a prática do mal.<br />

62


Não comete exagero quem assegurar que as desgraças, os crimes ou<br />

desavenças, a intranqüilidade, os infortúnios, as prevaricações, as<br />

injustiças e os danos pessoais têm a sua origem, direta ou indireta, nas<br />

irreflexões e nos desatinos dos milhões de médiuns que agem na Terra<br />

inconscientes do seu verdadeiro estado, alheios à faculdade mediúnica que<br />

possuem.<br />

São os médiuns que oferecem ao presidente das Sessões, durante<br />

estas, os temas mais oportunos para o momento, facultando a certos<br />

assistentes ouvirem justamente o que mais precisam para a sua orientação<br />

espiritual; são eles que dão ensejo a que os assistentes meditem sobre a<br />

deplorável situação moral em que se encontram os espíritos do astral<br />

inferior que se manifestam; são, ainda, eles que transmitem, já na segunda<br />

fase da evolução mediúnica, os judiciosos conselhos e as sábias<br />

advertências dos espíritos do Astral Superior.<br />

Quanto mais disciplinados forem os médiuns, quanto mais<br />

devotados, mais fiéis à aplicação, sem fanatismo, dos Princípios na vida<br />

prática, mais rapidamente farão a sua evolução espiritual, e melhores serão<br />

os serviços prestados.<br />

Ao dedicar-se ao trabalho mediúnico nas correntes fluídicas<br />

organizadas pelos espíritos do Astral Superior, o instrumento está ali<br />

plenamente protegido contra qualquer intervenção nefasta do astral<br />

inferior.<br />

Por isso, deve manter-se calmo e confiante nos bons resultados do<br />

seu trabalho, abstraindo-se de pensar, nessa ocasião, em tudo quanto se<br />

relacionar com a vida material, com os problemas da existência e os<br />

assuntos caseiros, para focalizar os seus pensamentos no sentido das<br />

palavras das irradiações ou nas dissertações, como também na produção<br />

do seu próprio trabalho e no controle da atuação dos espíritos.<br />

O médium, para permitir que o espírito se manifeste por seu<br />

intermédio, prepara-se para isso e, num estado de relaxamento dos tecidos<br />

musculares, o seu espírito facilita ao espírito manifestante a transmissão<br />

do pensamento deste. Ficam, pois, os dois espíritos — o do médium e o do<br />

atuante — lado a lado. Como o cérebro é semelhante, por comparação, a<br />

um aparelho receptor de rádio, o espírito atuante pensa no que deseja<br />

63<br />

dizer, e as vibrações desses pensamentos, por eles captadas, transformamse<br />

nas palavras que são por todos ouvidas.<br />

O espírito do médium pode ainda auxiliar a transmissão, com maior<br />

ou menor intensidade, reforçando as vibrações do espírito atuante com as<br />

suas próprias, e intervir, se quiser, controlando as palavras que vão sendo<br />

proferidas e interpondo as mais apropriadas. Quanto mais culto for o<br />

médium e maiores os seus conhecimentos do vernáculo, mais límpidas e<br />

expressivas serão as transmissões, facilitadas pela sua cultura.<br />

Os médiuns que trabalham nas Casas Racionalistas nada devem<br />

temer, por se acharem ali resguardados pelas Forças Superiores; e fora<br />

dali, desde que observem os princípios disciplinares, não lhes faltará a<br />

mesma assistência. Quando em trabalho, devem pôr de lado toda timidez,<br />

entregando-se ao serviço decididamente, sem preocupações a respeito de<br />

como podem estar sendo apreciados.<br />

Em princípio deve admitir-se que todos estão dando o melhor de que<br />

dispõem, e daí não haver motivo para receios e retraimentos. Cada qual,<br />

no seu posto, deve cuidar de si próprio, no desempenho das suas<br />

atribuições, nunca se preocupando com o que os outros estão fazendo ou<br />

possam achar e dizer. Se todos tiverem a consciência de estar dentro dos<br />

princípios da Doutrina, procederão acertadamente, e nada terão de<br />

conjeturar.<br />

Os médiuns podem contar com a simpatia de todos os companheiros<br />

da Causa, na certeza de que eles sabem apreciar o valor da sua<br />

contribuição. O respeito, a consideração e a estima devem prevalecer em<br />

todas as ocasiões, porquanto a família racionalista cristã tem normas de<br />

proceder e deve ser unida. As vibrações harmônicas de compreensão e<br />

entendimento atuam salutarmente na formação de um clima propício à<br />

composição de boas correntes fluídicas.<br />

Não deve haver ressentimento dos médiuns quando não são<br />

colocados à mesa, nesta ou naquela posição. Todos os lugares são bons.<br />

Quando o médium é suscetível de facilmente ressentir-se, pode o<br />

ressentimento ser provocado, propositalmente, pela ação Superior, para ser<br />

reconhecido, enfrentado, combatido e eliminado por ele. Às vezes, o ser<br />

ignora certos defeitos que possui, e então é preciso revelá-los e aflorá-los<br />

para que sejam destruídos. O ressentimento é uma falha do espírito que<br />

64


deve ser encarada frontalmente e com naturalidade, para melhor<br />

conseguir-se o seu extermínio.<br />

A rotina dos trabalhos mediúnicos poderá apresentar-se monótona<br />

aos olhos de alguns médiuns, com o correr dos anos, cumprindo-lhes, em<br />

lugar de aceitarem essa hipótese, procurar conhecer o porquê da<br />

monotonia, que bem poderá significar estarem eles, por indolência ou por<br />

se entregarem a hábitos rotineiros, estacionando em sua evolução.<br />

À medida que o médium evolui, vai encontrando novas sensações na<br />

própria atividade espiritual em que os seus horizontes se dilatam,<br />

oferecendo-lhe novas e mais amplas e interessantes perspectivas.<br />

A evolução consiste numa sucessão de conhecimentos novos e cada<br />

vez mais elevados, que continuadamente se superpõem. Onde há evolução<br />

efetiva, não existe lugar para a monotonia, já que em cada dia se aprende<br />

uma lição desconhecida, até mesmo nos acontecimentos aparentemente<br />

banais.<br />

Essa evolução, porém, exige a conscientização do médium e o seu<br />

permanente empenho de aperfeiçoar, cada vez mais, a faculdade<br />

mediúnica; a instrução e a cultura muito o auxiliarão nessa tarefa.<br />

Como o acaso não existe e tudo tem a sua justificação, a sua razão<br />

de ser, dentro da lei de causa e efeito, certas manifestações apresentadas<br />

pelo médium, aparentemente destituídas de interesses, podem encerrar<br />

ocultas lições para serem descobertas. Os médiuns não precisam que os<br />

presidentes sempre as revelem, pois que eles mesmos podem e devem<br />

colher os frutos que estiverem ao alcance das suas mãos.<br />

Em cada sessão nas Casas Racionalistas Cristãs, há sempre uma<br />

oportunidade nascente, desde que aquela hora seja vivida com dedicação e<br />

se sinta a utilidade daquele trabalho e o seu alto objetivo. Firmem-se todos<br />

os médiuns nessa realidade, fugindo, o mais possível, da sensação ilusória<br />

dos atrativos materiais que contrastam, não pouco, com os encargos sérios<br />

da Doutrina, os quais demandam renúncia, abdicação e fuga às ilusões e<br />

enganos do mundo, sempre traiçoeiros.<br />

A mediunidade não é faculdade hereditária. Ela é própria do espírito.<br />

A hereditariedade provém da matéria, é legado que passa de pais a filhos,<br />

por via material, e quase sempre em forma de moléstia, como, entre<br />

65<br />

outros, o caso da sífilis. A mediunidade não é doença e sim, como se<br />

afirma, uma faculdade, o que quer dizer, um dom. Daí a necessidade de<br />

cultivá-la bem, dando-lhe todos os cuidados que precisa ter.<br />

Todos vêm à Terra encarnar com as ferramentas adequadas aos<br />

misteres que vão exercer. As ferramentas são os dons, as especialidades,<br />

as vocações. Uns trazem o tino comercial; outros, a vocação para lecionar,<br />

a artística, a científica; ainda outros vêm para ser artífices, industriais,<br />

lavradores e, entre todos, muitos trazem, por acréscimo, a faculdade<br />

mediúnica da incorporação.<br />

Esta tem de ser exercida sob a ação do Astral Superior, nas Casas<br />

Racionalistas Cristãs, nunca como meio de vida, mas graciosa e<br />

espontaneamente, para o bem comum da coletividade. Aqueles que<br />

exploram, lá fora, esse dom, tirando dele proveito material, estão se<br />

condenando às mais duras correções futuras, sendo-lhes então cerceado o<br />

uso de tal patrimônio.<br />

Nem todos os médiuns de incorporação chegam a poder desenvolver<br />

a sua faculdade sob a ação do Astral Superior. Neste caso, não devem<br />

desenvolvê-la. Conservem-na como está, apenas servindo-se do grau de<br />

sensibilidade que lhe é adicional.<br />

Essa sensibilidade é utilíssima no sentido de poderem perceber<br />

coisas que se passam, sem que sejam relatadas. As aspirações, as<br />

intenções, as maquinações trabalhadas pelos pensamentos ficam<br />

registradas no éter, e podem ser percebidas pela sensibilidade supervibrátil<br />

da mediunidade.<br />

Conquanto todos os médiuns não se possam servir das correntes<br />

fluídicas organizadas pelo Astral Superior para o seu desenvolvimento,<br />

dispõem, no entanto, dessa magnífica modalidade sensitiva para prestar,<br />

com ela, preciosos serviços no meio em que viverem, ora transmitindo<br />

conselhos previdentes, ora impedindo a prática de atos prejudiciais.<br />

Contudo, é condição primordial que o médium leve vida sã, sob a<br />

inspiração dos ensinos racionalistas cristãos, para evitar que seja intuído<br />

pelo astral inferior e se sinta desmoralizado com a aceitação das<br />

mistificações dos obsessores.<br />

Os médiuns que desejarem trabalhar nas correntes fluídicas das<br />

Casas Racionalistas Cristãs, devem, primeiramente, fazer um exame de<br />

66


consciência, a fim de verificarem se realmente estão aptos para exercer tal<br />

atividade.<br />

Eles precisam conhecer, profundamente, o que diz este capítulo, e<br />

estarem resolvidos a enquadrar o seu modo de viver na disciplina nele<br />

registrada. Caso não se sintam fortemente dispostos a assumir os<br />

compromissos que os Princípios doutrinários impõem, é sinal de que<br />

ainda é cedo para tomar essa resolução. O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não faz<br />

questão de quantidade, mas de qualidade.<br />

E dolorosíssimo para todos os companheiros da Causa terem de<br />

enfrentar o dever de dispensar um médium iniciado, por haver ele<br />

fraquejado nas suas obrigações e na conduta. Com o rigor da disciplina só<br />

os fortes vencem, e na Doutrina unicamente estes podem ser admitidos<br />

para o trabalho.<br />

Os que se julgarem, porém, preparados para entrar em ação e<br />

estiverem firmemente decididos a dar de si o máximo, devem endereçar o<br />

seu pedido de admissão ao presidente da Casa Racionalista respectiva.<br />

Cada ingresso de pessoa esclarecida é recebido com regozijo e<br />

aplausos íntimos, não só pelos obreiros militantes, como pelo Astral<br />

Superior, que, desse modo, contará com mais discípulos dedicados,<br />

dispostos a auxiliar na grandiosa tarefa.<br />

Convém, vez por outra, meditar sobre a exígua duração da existência<br />

terrena, em comparação com a eternidade. Isto levará o ser a encarar as<br />

coisas com mais realismo. Enquanto o oceano é formado por um número<br />

limitado, ainda que grande, de gotas, a eternidade não tem limites. Logo, o<br />

tempo de duração de uma existência terrena, seja ela de setenta ou cem<br />

anos, é comparativamente, em face da vida eterna, menos do que uma gota<br />

de água do oceano.<br />

Ora, uma vez reconhecida essa realidade, não há por que dar tanta<br />

importância, como em geral se vê, às posições e grandezas absorventes<br />

que a vida terrena pode, no campo material, oferecer. Os esclarecidos têm<br />

o dever de encarar as funções mais altas não como privilégios, mas como<br />

deveres e responsabilidades maiores. E só uma questão de entendimento.<br />

Esta argumentação é necessária, para não se sentir ninguém<br />

prejudicado e principalmente o médium, por deixar de desfrutar, hoje, o<br />

67<br />

que a matéria ilusoriamente sugere, para, em troca, usufruir mais tarde os<br />

benefícios, as confortantes alegrias de um viver elevado.<br />

Essa conquista já a fizeram aqueles para quem as atrações efêmeras<br />

da Terra não representam mais que fugidias reminiscências do passado.<br />

68


CAPÍTULO IV – MISTIFICAÇÕES<br />

Os estudiosos da mediunidade e dos seus efeitos sabem que todos os<br />

médiuns podem mistificar, desde que não sigam ou não sejam fiéis aos<br />

Princípios Racionalistas <strong>Cristão</strong>s.<br />

Dentro da corrente organizada pelo Astral Superior está colocado o<br />

médium, que fica sob a ação deste, com o poder preciso para dominar o<br />

astral inferior.<br />

Ninguém se deve preocupar com os espíritos que se manifestam, mas<br />

somente com os Princípios doutrinários, dentro dos quais o investigador<br />

sincero tem o dever de basear a sua observação.<br />

A repulsa à mistificação define o esclarecimento do médium e o seu<br />

aperfeiçoamento na prática mediúnica; é da perfeição do instrumento que<br />

depende a perfeição da música e, por mais notável que seja o artista, nada<br />

conseguirá de bom se o instrumento for deficiente.<br />

Médium mistificador é todo aquele:<br />

a) que, intencionalmente, deturpa a comunicação, com segundas<br />

intenções, ou dá expansão ao seu próprio eu, sem estar atuado;<br />

b) que se entrega a práticas mediúnicas fora das bases do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e desconhece a ação do pensamento e da vontade;<br />

c) que, mesmo sendo honesto e revelando grande boa-vontade para a<br />

prática do bem, fala demais sobre qualquer assunto, por vezes do que não<br />

entende, principalmente sobre espiritismo, deixando-se levar aos<br />

princípios errados, contrários à Verdade;<br />

d) que tem o espírito repleto de idéias preconcebidas, de tal forma, e<br />

em tal grau, que, quando qualquer Espírito Superior nele atua, para<br />

comunicar coisas úteis, recusa transmitir a intuição que recebe e externa o<br />

que tem na sua mente;<br />

e) que se deixa atormentar por desconfianças e pensamentos de<br />

dúvida e de inveja irradiados sobre ele.<br />

Pode, ainda, o médium mistificar quando a corrente fluídica em que<br />

se acha enfraquece por falta de concentração de qualquer dos seres que a<br />

formam.<br />

69<br />

Este aspecto das mistificações é dos mais melindrosos, razão por que<br />

os ensinos exarados nas obras Racionalistas Cristãs precisam ser<br />

absorvidos com meticulosidade.<br />

Desde que começa o segundo período de desenvolvimento e recebe<br />

as intuições dos Espíritos Superiores, passa o médium a ser tenazmente<br />

perseguido pelo astral inferior, que se aproveita dos seus menores<br />

descuidos para o avassalar.<br />

O astral inferior usa de hábeis subterfúgios para levar os médiuns à<br />

mistificação, aproveitando-se dos descuidos relacionados com a<br />

inobservância da disciplina para envolvê-los nos seus fluidos, com o fim<br />

de familiarizá-los com eles, facilitando, deste modo, a sua aproximação,<br />

em momentos oportunos. Estando, porém, os médiuns sempre vigilantes e<br />

apoiados nos ensinos ministrados pelo <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, a ação<br />

prejudicial do astral inferior não se dará.<br />

Dentre os instrumentos do Astral Superior, os mais visados são o<br />

presidente e os médiuns.<br />

Aproveita-se o astral inferior também do enfraquecimento da<br />

corrente fluídica para aproximar-se do médium mais desenvolvido e que<br />

melhores serviços presta, atirando-lhe descargas fluídicas, e estes, um<br />

tanto casados com esse fluido, sentindo a irradiação com que o astral<br />

inferior procura imitar o Superior, pode, eventualmente, deixar-se<br />

mistificar.<br />

Como é possível ao astral inferior tomar o médium, nessa ocasião, e<br />

substituir o Astral Superior, se o trabalho é sério, o ambiente bom, o<br />

médium honrado e disciplinado, o fluido diferente e, ainda, se as trevas<br />

não suplantam a luz? — perguntará o leitor.<br />

Pode, sim, porque a corrente fluídica organizada pelo Astral<br />

Superior, dentro da qual está o médium, é, por vezes, enfraquecida por<br />

falta de concentração, cessando a força atrativa — ímã que retém o Astral<br />

Superior junto ao médium.<br />

Para mais à vontade conseguir a mistificação, e para o médium não o<br />

repelir, aproveita-se o astral inferior das efluviações lançadas pelo Astral<br />

Superior e conservadas no perispírito do médium.<br />

70


Não é fácil ao Astral Superior, em virtude da sua pureza e dos<br />

fluidos em que está envolvido, tomar o médium. Para fazê-lo, precisa<br />

preparar-lhe o perispírito com descargas fluídicas, até se identificarem os<br />

dois fluidos — o do médium e o do Astral Superior.<br />

É como que uma desinfecção que o Astral Superior faz no corpo do<br />

médium, para depois nele poder atuar e produzir benefícios em prol da<br />

humanidade.<br />

Essa atuação, lenta e suavemente feita, além de beneficiar o médium,<br />

produz-lhe um grande bem-estar; ao contrário da do mistificador que, após<br />

a retirada, deixa o médium abatido e repleto de fluidos pesados, que lhe<br />

produzem uma certa irascibilidade, se os seus fluidos não estão casados,<br />

há muito, com os desse infeliz.<br />

Finalmente, está o médium sujeito à mistificação quando se descuida<br />

ou, melhor, quando se afasta, por negligência, da disciplina regulamentar<br />

a que deve submeter-se; disciplina cuja observância constitui uma garantia<br />

para todos os que trabalham em prol desta Doutrina Racionalista e,<br />

especialmente, os médiuns, por serem eles os instrumentos que mais se<br />

expõem aos manejos do astral inferior.<br />

71<br />

CAPÍTULO V – CORRESPONDENTES<br />

(INÍCIO DE UMA CASA RACIONALISTA)<br />

Nas práticas do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> somente podem ser admitidas<br />

criaturas que tenham perfeito conhecimento da Doutrina e façam uso<br />

sistemático, na vida cotidiana, dos seus Princípios. As práticas nas sessões<br />

são efetuadas exclusivamente nas Casas Racionalistas Cristãs, sob a<br />

direção do Astral Superior. Este preceito precisa ser rigorosamente<br />

observado.<br />

A ordem e a disciplina, nos trabalhos das sessões, são impostas para<br />

a regularidade dos serviços e para a segurança de todos os presentes,<br />

sendo, portanto, o acatamento à disciplina condição indispensável no<br />

desempenho das funções regulamentares.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é praticado tão-somente nas Casas<br />

Racionalistas Cristãs: no Centro Redentor, com sede na cidade do Rio de<br />

Janeiro, rua Jorge Rudge, 119 (Casa-Chefe), e nas suas Filiais e<br />

Correspondentes dispersos pelo Brasil e estrangeiro.<br />

Uma Casa Racionalista inicia-se com o agrupamento de criaturas<br />

esclarecidas, dentre as quais haja uma disposta a assumir a<br />

responsabilidade de ser Correspondente do Centro Redentor.<br />

Essa pessoa escreve à Casa-Chefe, expondo os anseios espirituais do<br />

grupo, e esta manda-lhe uma Ficha Confidencial para preencher e<br />

devolver, com um retrato 3x4. Só pode ser Correspondente aquele que for<br />

honrado e exemplar chefe de família, e não fume nem se entregue ao vício<br />

de bebidas alcoólicas ou outros quaisquer.<br />

Uma vez aceito como Correspondente, passa a realizar Sessões<br />

Públicas de Limpeza Psíquica às segundas, terças, quartas e quintas-feiras,<br />

das 20 às 20h 30min., sendo 15 minutos para as irradiações e 15 para a<br />

leitura e comentários. Nas sessões do segundo sábado de cada mês, às 8<br />

horas da manhã, 15 minutos para as irradiações e 15 para a leitura das<br />

doutrinações enviadas pela Casa-Chefe, em que é facultado o tempo que<br />

for necessário para a referida leitura e comentários. A disciplina a seguir é<br />

a do Capítulo VIII desta obra (Instruções Disciplinares). Nos<br />

72


Correspondentes não se admitem manifestações de espíritos enquanto não<br />

existirem médiuns desenvolvidos.<br />

O Correspondente poderá ser iniciado numa sala ou salão, sempre<br />

que possível independente da residência, e com acesso também<br />

independente, até que tenha, como é desejável, sede própria.<br />

Com o correr do tempo, surgindo criaturas dispostas ao cultivo das<br />

faculdades mediúnicas, o Correspondente dá ciência disso à Casa-Chefe, e<br />

esta delibera se pode ou não haver treino de médiuns.<br />

Todas as Filiais começam como Correspondentes nomeados pela<br />

Casa-Chefe, desde que possuam estes um mínimo de seis participantes,<br />

todos com as fichas necessárias.<br />

Menores não podem fazer parte das correntes.<br />

Somente poderão desenvolver mediunidade pessoas de maior idade<br />

que possuam conduta moral irrepreensível e conhecimento da Doutrina<br />

Racionalista Cristã.<br />

O treinamento dos médiuns e o desenvolvimento da mediunidade<br />

obedecem às instruções contidas no Capítulo VII, parágrafos 13, 14 e 15,<br />

deste livro.<br />

O Centro Redentor é a Casa-Chefe controladora e supervisionadora<br />

do movimento Racionalista <strong>Cristão</strong> em qualquer parte do mundo.<br />

Todas as Filiais usam, obrigatoriamente, a denominação Centro<br />

Redentor Filial ou Correspondente e recebem, diretamente, instruções e<br />

esclarecimentos do órgão centralizador e coordenador, que é a Casa-<br />

Chefe, com sede no Rio de Janeiro.<br />

O preparo e a instalação de cada Filial ou Correspondente são feitos<br />

sob o controle da Casa-Chefe, que tudo orienta no sentido da<br />

uniformização das regras disciplinares, indicando, na data da instalação, o<br />

nome do Presidente Astral respectivo, que é designado pelo Astral<br />

Superior.<br />

No estrangeiro, as Casas Racionalistas Cristãs são instaladas em<br />

obediência às normas legais de cada país, (nem sempre adaptáveis às<br />

brasileiras) entendendo-se que, em qualquer hipótese, há de emprestar-se o<br />

máximo acatamento e respeito aos poderes oficiais constituídos, uma vez<br />

73<br />

que um dos fins da Doutrina é auxiliar e fortalecer a ação governamental,<br />

em benefício da própria coletividade dirigida.<br />

O presidente físico dos Correspondentes e seu substituto eventual<br />

(sempre um esteio, nunca um médium) bem como os componentes da<br />

corrente e da meia-corrente são designados mediante lista apresentada à<br />

Casa-Chefe contendo o nome de elementos selecionados no sentido moral<br />

e conhecedores dos princípios doutrinários. As listas devem conter a<br />

idade, a profissão e a residência destes.<br />

Os componentes da corrente e da meia-corrente têm por dever<br />

manter-se concentrados durante os trabalhos, abstendo-se de pensar em<br />

assuntos da vida terrena. Os pensamentos precisam estar focalizados na<br />

dissertação do presidente, no sentido das doutrinações e nas irradiações,<br />

de acordo com o momento. Os que assim não procederem quebram a<br />

corrente, prejudicam a normalidade dos trabalhos e ficam sujeitos a ser<br />

dispensados dos mesmos, nas reincidências.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> bate-se pela Verdade e deseja que todos se<br />

esclareçam sobre a finalidade da Vida e a maneira correta de conduzir-se<br />

na existência terrena, para evitar sofrimentos desnecessários e perdas de<br />

encarnações. Por isso esclarece:<br />

1 ) O ser humano deve fugir de extravagâncias, adotando as regras<br />

do bom senso comum em atos e palavras, e não se desviar do que<br />

preceituam as leis naturais e imutáveis da vida, procurando entendê-las e<br />

cumpri-las;<br />

2) deve procurar conhecer-se como Força e Matéria, para bem<br />

distinguir a vida material da espiritual;<br />

3) o espírito é uma partícula do Todo (da Inteligência Universal) e,<br />

como tal, está subordinado à lei da evolução; logo, é dever dos seres<br />

humanos procurar evoluir espiritualmente;<br />

4) a calma e a serenidade são indispensáveis como condição<br />

importante para o acerto das resoluções a tomar; estas, quando bem<br />

orientadas, conduzem ao êxito;<br />

5) a inteligência humana desabrocha, desenvolve-se e evolui na<br />

medida do esforço, do trabalho, da sua exercitação e da vontade posta em<br />

ação;<br />

74


6) o ser conforme pensar assim será. Como o pensamento é uma<br />

força que atrai ou repele outros pensamentos bons ou maus, de igual<br />

natureza, não deve ele deixar de orientá-lo no sentido das boas ações, se<br />

quiser ser bem sucedido.<br />

O fato de existirem médiuns nas práticas racionalistas cristãs não<br />

significa que se pratique espiritismo, no sentido vulgar. O espiritualismo<br />

não exclui das suas teorias e práticas fenômenos mediúnicos, e o<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é uma Doutrina essencialmente espiritualista e<br />

espiritualizadora. Os trabalhos são dirigidos pelo Astral Superior, e, como<br />

existe um Presidente Astral na direção espiritual de cada Casa<br />

Racionalista Cristã, torna-se evidente que as práticas racionalistas em<br />

nada se assemelham com a magia negra rotulada de espiritismo, que tem<br />

por base a invocação de espíritos para os mais variados fins.<br />

Os médiuns do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> captam por telepatia ou por<br />

intuição, em suas Sessões Públicas de Limpeza Psíquica, pensamentos que<br />

lhes são dirigidos ou encaminhados pelos organizadores Astrais das<br />

Sessões, e também, debaixo da mesma direção, recebem reflexos do<br />

pensamento de assistentes e mensagens ou comunicações das Forças<br />

Superiores, além das manifestações de espíritos inferiores que revelam a<br />

verdadeira situação em que se encontram após um viver de corrupção, de<br />

falsidades, de materialismo e de erros. Não há invocações no<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, e se o Astral Superior entende fazer uso de médiuns<br />

para ensejar explanações necessárias ao esclarecimento dos presentes, o<br />

faz por sua espontânea vontade e alto descortino, sem interferência ou<br />

solicitação de qualquer ser encarnado.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é Doutrina estruturada em Princípios bem<br />

definidos codificados no livro <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, ilustrados na obra A<br />

Vida Fora da Matéria e desenvolvidos em várias outras publicações<br />

editadas pelo Centro Redentor. Ele ensina a conhecer a Verdade, explana<br />

as realidades da vida através de concepções baseadas nas lições deixadas<br />

por Jesus na Terra, que sucessivas deturpações tornaram irreconhecíveis.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> tem um programa definido de remodelação<br />

de hábitos e costumes, com o objetivo de fortalecer a moral dos povos e<br />

estabelecer gerações sadias na linha do caráter e do dever.<br />

75<br />

Ele trabalha para ver nas atividades públicas e particulares, na<br />

imprensa, no rádio, nos educandários, nos lares, nas empresas e<br />

especialmente na direção suprema das nações, homens honrados e dignos,<br />

respeitáveis e esclarecidos. Nestas condições, de posse de um elevado<br />

Código de Princípios e de grande programa, sem similar em qualquer<br />

outra organização, não há maneira, em boa-fé, de confundir-se a obra<br />

Racionalista Cristã com o espiritismo vulgar.<br />

No espiritismo bíblico-religioso, o que buscam, quase todos, é o<br />

proveito material. Fazem-se ali especulações, "serviços", "trabalhinhos", à<br />

custa de elementos obsessores do astral inferior. Em tal ambiente, as<br />

mistificações têm grande predomínio. Os riscos da obsessão são<br />

tremendos. Nele não há disciplina protetora contra os maus elementos, por<br />

ser esta ministrada tão-somente pelos espíritos do Astral Superior, que não<br />

se imiscuem nessas práticas.<br />

Ao serviço do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, médiuns e esteios nada devem<br />

temer; em primeiro lugar, porque estão seguros dos seus conhecimentos e<br />

sabem como agir em defesa própria; e em segundo, porque contam com a<br />

assistência dos espíritos do Astral Superior, aos quais se ligam por<br />

pensamentos elevados e pela disciplina por eles instituída.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é Doutrina Espiritualista, cujos princípios<br />

visam o esclarecimento humano, sem se preocupar com religiões, seitas ou<br />

credos, mas defende a verdade dentro dos limites dos conhecimentos<br />

humanos, a fim de que todos se conheçam como partículas da Inteligência<br />

Universal, saibam de onde vêm, para onde vão e o que precisam fazer para<br />

lograr bom êxito nas suas tarefas e missões na Terra.<br />

Como a condenação eterna é uma balela, todos terão oportunidade<br />

de chegar à verdade explanada pelo <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, no decorrer de<br />

dias, meses, anos ou, se necessários, séculos.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> foi implantado na Terra pelo Astral<br />

Superior, e aí está a maior garantia da sua estabilidade perene. Os que<br />

gostam de viver no mar das ilusões, no reino da fantasia ou no país dos<br />

sonhos, não encontram ambiente propício no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, onde<br />

se ensina que todos têm de enfrentar a dura realidade da vida com<br />

coragem, renúncia e abnegação.<br />

76


SEGUNDA PARTE<br />

Normas e Orientações<br />

Observações Gerais<br />

Instruções Disciplinares<br />

Convenções Regimentais<br />

Disciplina nas Sessões Particulares e Públicas<br />

PUBLICAÇÃO DESTINADA ESPECIALMENTE<br />

AOS MILITANTES E ESTUDIOSOS DA<br />

DOUTRINA RACIONALISTA CRISTÃ<br />

77<br />

CAPÍTULO VI – NORMAS E ORIENTAÇÕES<br />

O primeiro dever dos membros das Casas Racionalistas Cristãs é<br />

darem exemplos, em todos os atos da vida, da prática efetiva dos<br />

princípios que aprenderam na Doutrina.<br />

Os exemplos têm maior força persuasiva do que as palavras. O<br />

hábito de falar excessivamente, além de comprometer a criatura, leva-a,<br />

muitas vezes, sem que disso se aperceba, a contradizer-se ou a desviar-se<br />

da orientação criteriosa que todos devem adotar.<br />

Prática recomendável é dedicar-se o ser humano, durante alguns<br />

momentos do dia, ao recolhimento interior, ao silêncio, à meditação.<br />

Não há quem não tenha problemas materiais, morais ou espirituais a<br />

resolver. E essa meditação, esse recolhimento espiritual e o pensamento<br />

profundo muito facilitam a solução desses problemas.<br />

A Força Criadora está em toda parte e atua em todos os sentidos do<br />

Universo. A razão é óbvia: ela enche o Espaço Total e penetra todos os<br />

corpos, sem deixar um único ponto vazio.<br />

Os verdadeiros sábios pensam muito e falam pouco, justamente por<br />

sentirem imperiosa necessidade de pensar. O mesmo acontece com os<br />

cientistas, com os inventores, com os investigadores, enfim, com os<br />

estudiosos em geral. Somente pela meditação constante, habitual, o ser<br />

humano é capaz de aumentar os conhecimentos e enriquecer a sua vida<br />

interior.<br />

Quando alguém se põe a meditar, concentrado em determinado<br />

assunto, estabelece os meios, as condições, o clima espiritual que<br />

facilitam, pelas vibrações harmônicas e sintonizantes que emite, a ligação<br />

às Forças Superiores.<br />

O repositório da sabedoria mais alta não está na Terra, como muitos<br />

supõem, mas no Espaço Superior. Os avançados progressos da tecnologia<br />

moderna não existiriam, se muitas frações dessa sabedoria não tivessem<br />

sido transmitidas aos seres humanos pela via da intuição.<br />

O nosso planeta, sem que a maioria dos seus habitantes se aperceba<br />

desta grande verdade, continua a receber importantes subsídios dos planos<br />

78


superiores. E eles viriam, ainda em escala maior, se o contingente de seres<br />

em condições de receber essas intuições fosse mais elevado.<br />

Para essa elevação, entretanto, é indispensável que a criatura humana<br />

se prepare, eliminando da alma todo sentimento inferior. A calma, a<br />

serenidade e a reflexão constituem hábitos altamente saudáveis para o<br />

corpo e o espírito.<br />

O mundo, onde quer que a criatura se encontre, reclama a sua<br />

presença para fazê-la participar dos acontecimentos que a todos envolvem.<br />

Como peças indispensáveis de um conjunto, como componentes do<br />

Todo, não nos cabe fugir às responsabilidades e aos deveres que a vida<br />

impõe a cada um, ainda mesmo que não nos sejam agradáveis.<br />

Sempre que nos encontramos, por qualquer motivo, em posição<br />

desfavorável, saibamos cumprir, com ânimo e bravura, a parte que nos<br />

toca nos deveres, imprimindo aos nossos atos a maior parcela de<br />

dignidade e agindo com nobreza e incentivamento<br />

Nunca nos separemos da ação construtiva a que estivermos ligados,<br />

nem que para isso tenhamos de arrostar sacrifícios e suportar renúncias,<br />

porque o que a Vida reclama de nós em abnegação deve ser dado com<br />

superioridade e grandeza.<br />

Os que sentiram no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> uma visão larga e ampla<br />

das coisas, os que não se deixam mais prender pelas passageiras emoções<br />

terrenas, sabem que a vida continua incessantemente, oferecendo-nos, a<br />

cada passo, novas oportunidades para o enriquecimento do nosso<br />

patrimônio espiritual.<br />

Uma vez bem conhecida a lei das reencarnações e desperta a<br />

consciência para o fato de ser este mundo-escola, a Terra, que nos dá os<br />

meios de tirar das lições que oferece o conhecimento de que tanto<br />

precisamos, façamos então o máximo esforço para sermos alunos<br />

aplicados, submetendo a nossa conduta à mais severa e rigorosa<br />

vigilância.<br />

Não sejamos indelicados, se pudermos ser atenciosos; cuidemos de<br />

não ser importunos, desde que possamos ser discretos; não sejamos<br />

intolerantes, mas compreensivos; não demonstremos sapiência, e sim<br />

79<br />

modéstia; e não sejamos instrumento de mágoas, mas mensageiros de<br />

palavras amenas e reconfortantes.<br />

Não nos esqueçamos de que as riquezas materiais, não são nossas.<br />

Elas pertencem ao mundo e nele ficam, quando passarmos a gravitar em<br />

outro plano. Nossas, inteiramente nossas, são as riquezas morais e<br />

espirituais, conquistadas durante a peregrinação por esta esfera física.<br />

Logo, não façamos confusão entre essas riquezas: as primeiras são<br />

efêmeras e, em certo sentido, ilusórias; as segundas, reais e eternas. Não<br />

concedamos àquelas o valor que estas têm.<br />

A maioria das pessoas perde-se pela vaidade quimérica das riquezas<br />

materiais. Quanto mais sentimos o valor dessas riquezas, na satisfação do<br />

nosso ego, tanto menos estaremos sentindo o valor das riquezas<br />

espirituais.<br />

No entanto, havendo possibilidade, procuremos ser ricos material e<br />

espiritualmente, reconhecendo-se que o progresso material é necessário e<br />

que em melhores condições estarão os espiritualistas para incentivá-lo e<br />

dele fazerem bom uso.<br />

Não haja descaso pelas coisas sérias. Estejamos atentos e<br />

disciplinados, não só para com as obrigações nas Casas Racionalistas, mas<br />

no lar, no trabalho ou em qualquer outra parte. Como o hábito é uma<br />

segunda natureza, introduzamos em nossa natureza individual o hábito da<br />

metodização, da ordem e da disciplina, para que este sistema seja<br />

praticado com espontânea naturalidade, em todas as ocasiões.<br />

O racionalista cristão deve estar bem-humorado, mesmo diante da<br />

mais severa adversidade.<br />

Uma vez que o acaso não encontra lugar dentro das leis que regem o<br />

Universo, as coisas acontecem, normalmente, para ser alcançado um<br />

objetivo. Nem sempre sabemos, no mesmo instante do acontecimento,<br />

qual seja ele, mas não importa, pois o saberemos, se quisermos, depois. O<br />

importante é reconhecermos que há um objetivo, e que este vem ou virá<br />

em benefício nosso, de outrem, ou da nossa evolução. O ditado que diz:<br />

"há males que vêm para o bem", já é o reconhecimento dessa verdade<br />

numerosas vezes comprovada.<br />

80


O respeito que todos devem aos indivíduos de outras crenças deve<br />

ser sempre mantido. As vidas anteriores influem, poderosamente, no que<br />

estamos sendo hoje. A natureza não dá saltos. A evolução se processa<br />

paulatinamente, porque ela depende de muitos fatores-experiência obtidos<br />

ou não obtidos, mas necessários, na seqüência das encarnações.<br />

É um engano pensar-se que todos os seres estão maduros para<br />

receberem a Doutrina Racionalista Cristã. A maioria precisa despojar-se<br />

primeiramente de uma pesada carga de hábitos, crenças, limitações e<br />

temores correspondentes a estados crônicos de pensamentos errôneos que<br />

a fazem, por enquanto, tomar um caminho diverso daquele por onde vem<br />

palmilhando, há séculos ou milênios.<br />

Por isso, não se deve discutir sobre crenças. O desabrochar é sempre<br />

de dentro para fora, dependendo do estado interior do indivíduo e a sua<br />

capacidade de aprender concepções espirituais.<br />

Diz-se que Jesus recomendava que não se semeasse sobre os<br />

abrolhos. É o caso. Devemos ter percepção suficiente para não pretender<br />

propagar a Doutrina em meio hostil.<br />

As ocasiões de nos manifestarmos sobre ela surgem, naturalmente, e<br />

a oportunidade se apresenta sem ser provocada. O caminho certo é indicar<br />

o Centro Redentor nos casos de interesse despertado, sem procurar o<br />

interrogado estender-se em explanações. A exposição da Doutrina deve ser<br />

sempre feita sob a ação do Astral Superior, o que se dá dentro das<br />

correntes fluídicas formadas nas Casas Racionalistas Cristãs.<br />

Todos devem cuidar muito da saúde, alimentando-se<br />

convenientemente, a horas certas, descansando de acordo com as<br />

necessidades físicas e não trabalhando exaustiva e desordenadamente. Os<br />

que assim não procederem abalam a saúde, encurtam a permanência na<br />

Terra e praticam, de certo modo, o suicídio, aos poucos.<br />

Suicidar-se não é só acabar com a vida terrena, instantaneamente,<br />

num gesto trágico e louco. É também contribuir para a desencarnação<br />

prematura, agindo irracionalmente e praticando atos prejudiciais, de<br />

maneira consciente.<br />

Os que alcançaram os conhecimentos Racionalistas <strong>Cristão</strong>s não têm<br />

desculpas para proceder de modo a infringir os seus ensinamentos,<br />

81<br />

terminando por desencarnar antes do tempo. Quanto mais esclarecido<br />

estiver o ser, mais preparado ficará para tirar da encarnação melhor<br />

proveito e assim alcançar posição mais elevada na vida futura, sem criar<br />

débitos que teriam de ser saldados ou resgatados inescusavelmente, no<br />

porvir.<br />

Os apegos também devem ser combatidos. É comum apegarem-se os<br />

seres demasiadamente uns aos outros, a animais, a objetos, a lembranças,<br />

a guardados antigos, não raro com veneração doentia.<br />

Não nos esqueçamos de que as coisas materiais ficam na Terra, pois<br />

que lhe pertencem. Poderemos conservar estima a tal ou qual objeto, pelo<br />

que nos representa no sentido espiritual. Às vezes uma coisa<br />

aparentemente insignificante pode avivar a saudade de um ente querido,<br />

evocar um sentimento de gratidão ou um reconhecimento profundo. Não<br />

devemos, no entanto, levar a estima ao ponto de cairmos no<br />

sentimentalismo exagerado, que chega a deprimir. Procuremos sempre<br />

andar pela linha do meio-termo, eqüidistante dos extremos, linha que,<br />

como se diz comumente, é a posição da virtude.<br />

Como se vê, todos precisamos proceder com prudência e atenção,<br />

pois, se não estivermos senhores do nosso próprio governo, se não<br />

andarmos com as mãos nas rédeas, as nossas vidas poderão tomar rumo<br />

muito diverso daquele que gostaríamos de seguir.<br />

Isto porque temos "tendências" — produto dos meios em que<br />

vivemos nas encarnações anteriores — que, sendo más, precisam ser<br />

reformadas e orientadas com os conhecimentos atuais hauridos no<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

Para manter na devida ordem todos os assuntos que se relacionam<br />

com o viver terreno, muito há que raciocinar e meditar em cada dia, e os<br />

que assim não procederem erram, a cada passo, promovem sofrimentos,<br />

acarretam prejuízos e acumulam dívidas morais para resgate, mais tarde,<br />

em condições penosas.<br />

A Terra — mundo-escola — ensina o ser humano a manejar bem as<br />

riquezas materiais e a ser humilde; ensina, ainda, o indivíduo culto a<br />

perceber a humana pequenez e o pouco que sabe. Isto quando cada um<br />

está tirando bom proveito da vida, na coleta das experiências.<br />

82


Quando o indivíduo, porém, é desprovido de recursos, revoltado com<br />

a sua situação e invejoso dos que possuem fortuna, o rico, o perdulário<br />

gozador, apenas preocupado com o seu bem-estar egoísta e orgulhoso,<br />

sempre disposto a menosprezar os simples; a criatura irascível, recalcada e<br />

vingativa, que apenas aguarda o ensejo para verter o veneno acumulado<br />

em sua alma; o homem culto, mas presunçoso, imbuído de vaidade,<br />

exibicionista e ambicioso do poder temporal para satisfazer a sua falsa<br />

grandeza, então, nesse andar, a perda da encarnação é completa para estes,<br />

e na volta, na encarnação próxima-futura, ou nas seguintes, outras<br />

experiências lhes serão oferecidas, cada vez mais duras, até que possam,<br />

algum dia, bolear arestas contundentes dos seus espíritos, burilar as<br />

anfractuosidades defeituosas e alcançar, aos poucos, a forma correta de<br />

viver.<br />

Não existem seres privilegiados, já que todos percorrem os múltiplos<br />

caminhos da evolução. Os que hoje são bons, já foram maus. Os que ainda<br />

são maus, dependem de muito trabalho, de muita luta, de muito<br />

sofrimento para se tornarem bons.<br />

Diante dessa evidência, dessa realidade, precisamos ser<br />

complacentes com aqueles que não atingiram, por enquanto, a luz do<br />

esclarecimento.<br />

Isto não quer dizer que os esclarecidos possuam um grande<br />

adiantamento espiritual, pois muitos deles ainda estão em ponto raso na<br />

escala da evolução, sendo certo, no entanto, que os que permanecem nas<br />

trevas da ignorância situam-se na retaguarda daqueles, precisando muito<br />

de quem os ajude, de quem lhes sugira, mesmo que veladamente, algo que<br />

aspiram, ainda indefinido para os seus espíritos.<br />

83<br />

CAPÍTULO VII – OBSERVAÇÕES GERAIS<br />

1) Ao serviço da Doutrina todos devem compenetrar-se das suas<br />

obrigações, e dar-lhes cabal desempenho;<br />

2) só por motivo plenamente justificado, poderão faltar às Sessões os<br />

que nelas trabalham;<br />

3) todos os trabalhos na Doutrina são igualmente dignos de serem feitos,<br />

não devendo ninguém alimentar preferência por este ou aquele serviço<br />

ou este ou aquele lugar;<br />

4) deverá reinar, sempre, a mais perfeita harmonia entre todos, para se<br />

poderem entender como bons cidadãos e verdadeiros cristãos;<br />

5) as relações com o público deverão ser mantidas invariavelmente num<br />

tom cavalheiresco, escolhendo-se, para esse mister, auxiliares de boa<br />

aparência, afáveis, maneirosos e delicados, que saibam expressar-se,<br />

corretamente, em bom português;<br />

6) os que estiverem a serviço da Doutrina deverão distinguir-se pelo<br />

exemplo das suas ações e atitudes;<br />

7) o estudo das nossas obras, especialmente a básica, <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>, precisa ser constante pelos que trabalham na Doutrina, a fim<br />

de se integrarem, cada vez mais, na essência dos princípios;<br />

8) nenhum trabalho será iniciado no Centro, sem que sejam feitas no<br />

estrado as irradiações disciplinares;<br />

9) quando alguém precisar afastar-se dos trabalhos, por alguns dias,<br />

deverá dar ciência disso ao presidente;<br />

10) qualquer irregularidade disciplinar que porventura ocorra deverá ser<br />

levada ao conhecimento do presidente;<br />

11) todos os que trabalham nas Casas Racionalistas devem saber sacudir;<br />

observando a maneira mais correta, que é colocar as mãos na altura<br />

dos ombros da pessoa, lateralmente, e aplicar um estremeção rápido,<br />

acompanhado da irradiação mental;<br />

12) em torno de um obsedado devem ficar três esteios, circundando-o<br />

bem; a ação irradiativa desses auxiliares, conjugada com os<br />

periódicos estremeções, produzirá o efeito desejado; a água fluídica<br />

84


será, nessa ocasião, dada a beber em copo de papel que, uma vez<br />

usado por uma pessoa, deve ser imediatamente inutilizado; no caso de<br />

se manifestarem acessos de fúria, deverá o obsedado ser atado, de<br />

acordo com as instruções que os auxiliares recebem; *<br />

13) os médiuns femininos, depois de feita a irradiação no estrado, deverão<br />

entrar para a sala da organização das correntes, onde permanecerão<br />

em silêncio, em preparo mental, até o início dos trabalhos; os médiuns<br />

masculinos acaso existentes e o presidente permanecerão à mesa, no<br />

estrado, até a hora da organização da corrente;<br />

14) devem os médiuns abster-se de conversas sobre a mediunidade,<br />

limitando-se a ler, com atenção, o que a respeito do assunto expõe o<br />

livro <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, pondo o raciocínio em ação, com o firme<br />

desejo de dissipar toda e qualquer dúvida, e meditando sobre o que<br />

ouvirem nas doutrinações;<br />

15) o treinamento dos médiuns para a formação de correntes deverá ser<br />

feito às terças e quintas-feiras. Nas Filiais, o presidente autoriza o<br />

treinamento de médiuns novos para a organização de correntes,<br />

exercitando-se um de cada vez, isto é, não exercitando um segundo ou<br />

um terceiro para tirar as correntes, antes que aquele que iniciou o<br />

exercício esteja plenamente habilitado. Esse treinamento é feito,<br />

unicamente, na organização da primeira corrente, e a posição do<br />

médium à mesa é entre dois esteios, sentado na terceira cadeira, de<br />

qualquer dos dois lados;<br />

16) quando se apresentar em qualquer Filial, um membro da corrente de<br />

outra Filial ou da Casa Chefe, com a devida carta de apresentação<br />

assinada pelo Presidente, pode o mesmo tomar parte nos trabalhos das<br />

sessões particulares, mesmo sem ser escolhido, mas, neste caso, o<br />

presidente o mandará sentar no último lugar da mesa;<br />

* Fica rigorosamente proibido o uso de copos de água fluídica na mesa dos trabalhos<br />

e no estrado em geral. Só será permitido o oferecimento de copo de água fluídica<br />

aos obsedados em horas certas ou nos momentos adequados, e após o oferecimento,<br />

o copo é retirado da mesa, não podendo, em hipótese alguma, adotar-se a<br />

permanência de copos em cima da mesa.<br />

85<br />

l7) os dois últimos esteios devem estar atentos aos sinais do presidente,<br />

nas sessões particulares, pois, quando houver na corrente algum<br />

sonolento, são eles que o devem sacudir, por determinação (ou sinal)<br />

do presidente;<br />

18) os que tiverem de proferir as irradiações em voz alta, precisam<br />

esforçar-se para ter boa dicção, devendo pronunciar as palavras clara<br />

e corretamente, sem omissão de sílabas ou letras. Caso insistam em<br />

dizê-las sem observarem a acentuação, compete à Secretaria, por<br />

sugestão de um dos diretores, escrever uma carta ao auxiliar<br />

reincidente, apontando os erros cometidos ao irradiar, e este não se<br />

deve melindrar com a observação, que é sempre feita com o elevado<br />

propósito de bem servir à Causa. Há imperiosa necessidade de serem<br />

as irradiações bem pronunciadas, por causarem péssima impressão,<br />

principalmente aos iniciantes, as que são pronunciadas<br />

incorretamente;<br />

19) as pessoas muito enfermas não devem ser trazidas ao Centro sem<br />

prévio entendimento com o presidente ou um dos diretores, e os<br />

portadores de moléstias contagiosas devem praticar as disciplinas em<br />

seus próprios lares, para evitar, com a sua presença no Centro, o<br />

desassossego dos assistentes impressionáveis, que se estão<br />

aproximando da Doutrina.<br />

20) depois de terminados os trabalhos de Limpeza Psíquica, no início das<br />

Sessões Públicas, devem os assistentes permanecer atentos às<br />

doutrinações, evitando até mesmo ir aos lavatórios, a não ser em caso<br />

de extrema necessidade;<br />

21) enquanto o presidente estiver fazendo irradiações, os auxiliares que se<br />

acharem em pé, encostados à mesa para o mesmo fim, permanecerão<br />

ali até que ele as tenha terminado;<br />

22) ao subirem ao estrado para fazer as duas irradiações regulamentares,<br />

os auxiliares podem cumprimentar os que estão no estrado com um<br />

fraternal bom-dia ou boa-noite; este cumprimento será respondido<br />

somente pelo presidente, em seu nome e no dos demais presentes;<br />

23) recomenda-se o máximo zelo na limpeza geral, especialmente na do<br />

salão; o relógio deve ser mantido certo; as campainhas funcionando,<br />

as lâmpadas queimadas prontamente substituídas, os alto-falantes em<br />

86


oas condições e os lampiões de reserva para casos de falta de luz,<br />

prontos para serem acesos à noite, a qualquer momento. Os auxiliares,<br />

como não fumam, não estão munidos de fósforos, razão por que deve<br />

haver uma caixa presa, por um fio, a cada lampião;<br />

24) o lado esquerdo do salão do Centro, incluindo-se a meia-corrente,<br />

tomando por base a posição do presidente, será sempre reservado às<br />

senhoras e crianças que precisarem ficar junto de suas mães, e o lado<br />

direito aos homens;<br />

25) a metade do salão ocupada pelo elemento feminino ficará aos<br />

cuidados de auxiliares femininos, e só excepcionalmente terão o<br />

concurso dos auxiliares masculinos incumbidos da disciplina na outra<br />

metade do salão;<br />

26) os obsedados ficam em lugar adequado, junto à parede, nas<br />

proximidades do estrado; quando a corrente é formada e toma lugar à<br />

mesa, os mais necessitados são colocados nas cadeiras apropriadas na<br />

extremidade da mesa, seguindo os auxiliares as instruções do item 12;<br />

todavia, quando houver obsedados manifestando fortes acessos de<br />

fúria antes de iniciada a sessão, tais obsedados devem ser<br />

imediatamente colocados nas cadeiras a eles destinadas mesmo antes<br />

de formada a corrente);<br />

27) as crianças de tenra idade devem ficar junto da mãe ou do pai, e<br />

somente em casos especiais, a juízo dos diretores, poderão ser levadas<br />

para o estrado, nas sessões públicas, mormente em se tratando de<br />

crianças ainda de colo;<br />

28) quando a criança estiver sonolenta, permite-se que durma, nas Sessões<br />

Públicas, desde que não esteja ainda em idade de compreender o que<br />

se explana;<br />

29) toda criança que chorar impertinentemente deverá ser recolhida, após<br />

a Limpeza Psíquica, realizada nos dez minutos iniciais, à sala anexa,<br />

com sua mãe, até que termine a sessão pública, desde que continue<br />

chorando;<br />

30) em torno da mesa destinada à formação das correntes, todos, menos<br />

os médiuns que tiverem de escrever, ficarão em pé, e em pé ficarão<br />

também para fluidificar a água;<br />

87<br />

31) as pessoas em trabalho, em torno da mesa, terão as mãos ou os<br />

antebraços apoiados sobre ela;<br />

32) o presidente, além dos casos acima previstos, também ficará em pé<br />

para presidir as Sessões Públicas, sendo-lhe facultado, nas outras<br />

Sessões, ficar em pé ou sentado;<br />

33) em caso de extrema necessidade para atender a necessidades<br />

fisiológicas, qualquer um pode deixar a mesa, mesmo com os<br />

trabalhos em andamento, sem, contudo, se retirar do recinto do<br />

Centro; se o caso for com o presidente ou o fecho, receberão os<br />

esteios mais próximos do presidente a determinação deste de fazerem<br />

a substituição. As únicas posições que não podem ficar<br />

desguarnecidas, são a do presidente e a do fecho;<br />

34) os presidentes das Filiais devem esforçar-se para que os trabalhos se<br />

desenvolvam como na Casa Chefe, sem a menor alteração, de modo<br />

que se tiverem, em qualquer tempo, de ser dirigidos por um enviado<br />

da Casa Chefe, não note este, nem os membros da Filial, a menor<br />

diferença, a mais leve divergência na prática da disciplina, que é uma<br />

só. Qualquer inovação introduzida, mesmo com o sentido de<br />

aperfeiçoamento, deve ser encarada como indisciplina;<br />

35) durante os trabalhos, todos deverão ter o cuidado de evitar ruídos,<br />

como os provocados pelo arrastar de pés, cadeiras, etc. Conquanto<br />

não seja exigida uma imobilidade absoluta, devem os movimentos ser<br />

limitados ao mínimo;<br />

36) durante o período de concentração, não há necessidade de fechar os<br />

olhos, Esta se faz fixando o pensamento no trabalho espiritual e<br />

alheiando-o de pessoas e coisas;<br />

37) quando, em Sessão de Desdobramento ou Pública, na hora da<br />

doutrinação, se manifestar um espírito do astral inferior, já<br />

esclarecido, no momento, pelas Forças Superiores, que dê o seu nome,<br />

o presidente determina que seja feita por ele uma irradiação B,<br />

dizendo: "Pelo espírito de (cita o nome)" e o fecho faz essa irradiação;<br />

38) o sacudimento no estrado será feito na metade do semicírculo da<br />

meia-corrente em que se sentam as senhoras, por um auxiliar<br />

88


feminino e na outra metade, por um masculino; após o sacudimento,<br />

sentar-se-ão na posição correspondente;<br />

39) o sacudimento dos componentes da corrente, no estrado, faz-se, tanto<br />

de um lado como de outro, por um dos três auxiliares que circundam<br />

as cadeiras dos obsedados;<br />

40) nas Sessões Mensais de Leitura das Comunicações, serão lidas<br />

somente aquelas que forem enviadas pela Casa Chefe;<br />

41) terminadas as Sessões Públicas, far-se-á sair a assistência,<br />

principiando pelos que se acharem mais próximos da porta de saída,<br />

enquanto os outros esperam, sentados; depois, faz-se levantar mais<br />

um certo número de assistentes e, finalmente, os últimos; a corrente<br />

aguarda o sinal n°. 6 do presidente, que só é dado depois de haverem<br />

deixado o estrado os assistentes que estiverem sentados ao lado da<br />

meia-corrente, assim como os dois obsedados;<br />

42) as pessoas que não fizeram parte da corrente da sessão imediatamente<br />

anterior não se encostam à mesa na organização da corrente para a<br />

sessão seguinte, salvo se não houver um mínimo de oito, dentre as que<br />

formaram a última corrente; neste caso, completa-se esse mínimo com<br />

as que estiverem ao lado;<br />

43) nas Sessões Particulares, às terças e quintas-feiras, ao sair a corrente<br />

da sala de formação, as pessoas que ficarem no estrado permanecerão<br />

sentadas, e as que forem escolhidas sentar-se-ão à mesa, no lugar<br />

indicado pelo presidente;<br />

44) nas sessões de desdobramento não deve, quem se encontrar à<br />

cabeceira da mesa, bater demasiadamente forte com o bastão, como<br />

sinal aos médiuns para levantarem o busto por serem os médiuns de<br />

natureza muito sensível, e o susto produzido por fortes pancadas com<br />

o bastão, dificulta o seu desdobramento. As pancadas fortes poderão<br />

ser dadas, apenas, para fazer vibrar o médium, quando este se sentir<br />

empolgado ou chamar a atenção de algum sonolento. Durante as<br />

sessões de desdobramento, as pancadas com o bastão devem ser, tanto<br />

quanto possível, suaves;<br />

45) todas as pessoas, principalmente as da mesa e as da meia-corrente,<br />

por permanecerem muito próximas umas das outras, durante todo o<br />

89<br />

tempo da sessão, precisam ter um cuidado especial com a higiene<br />

corporal, a fim de não molestarem os vizinhos, com os seus humores;<br />

46) nos instantes em que o presidente abre e encerra a Sessão, nas Sessões<br />

Públicas, fazendo as irradiações regulamentares, todos devem parar<br />

no lugar em que estiverem; nas Sessões Particulares e em todos os<br />

trabalhos preliminares, a mesma disciplina será observada, sempre<br />

que estiverem sendo feitas as irradiações;<br />

47) os auxiliares, em contato com o público, encaminharão a qualquer<br />

diretor mais próximo o assistente que solicitar esclarecimentos, os<br />

quais devem ser dados o mais sucintamente possível;<br />

48) os presidentes têm, além da função de presidir as Sessões, as<br />

atribuições de observar o cumprimento da disciplina, sabendo dela<br />

dar o exemplo, e devem fazer compreender aos seus companheiros,<br />

sempre que preciso, que não há cargos superiores ou inferiores, pois<br />

todos são igualmente dignos de serem ocupados, não cabendo a<br />

ninguém supor-se mais importante com o desempenho deste ou<br />

daquele trabalho.<br />

Não existem superiores nem inferiores, como não há patrões<br />

nem gerentes, e muito menos subordinados, mas almas desprendidas e<br />

desejosas de trabalhar por uma causa que não é mais de A do que de<br />

B, e cujo único objetivo é beneficiar a humanidade.<br />

Assim, pois, os presidentes que na luta pela vida forem patrões<br />

devem esquecer-se dessa condição material quando, no Centro,<br />

passarem a desempenhar os cargos que lhes forem atribuídos.<br />

Cada um é subordinado aos Princípios Doutrinários, e nestas<br />

condições se encontram todos, sem exceção alguma.<br />

Os nomes dos vários cargos são empregados, apenas, para<br />

definir atribuições e responsabilidades e não para determinar postos<br />

de mando, porque a obediência é dada aos Princípios e não aos<br />

indivíduos, que exorbitariam se quisessem colocar-se no lugar deles.<br />

Não deverá haver confusão das denominações dos cargos nas<br />

Casas Racionalistas com as que se empregam nas atividades da vida<br />

material: os presidentes, os diretores, os auxiliares, em geral, são<br />

todos membros necessários de um conjunto harmônico, onde a<br />

90


cooperação se faz sentir sob a compreensão clara dos deveres a<br />

cumprir.<br />

Todos são precisos, mas ninguém é absolutamente<br />

indispensável. Todos são imperfeitos, mas o que vale é o desejo de<br />

acertar, posto em ação. O Astral Superior dá o exemplo da tolerância,<br />

suportando os erros de cada um até quando eles possam ser<br />

suportados, desde que não afetem a disciplina ou a moral dos<br />

Princípios. Por isso, todos são iguais perante a disciplina e, pela sua<br />

intangibilidade, cada qual tem o dever de zelar. A Casa Chefe espera<br />

que cada um cumpra o seu dever, assumindo, com valor, as<br />

responsabilidades que esse mesmo dever impõe.<br />

Cargos na Doutrina são encargos, e os seus ocupantes devem<br />

ter a consciência da responsabilidade que assumem, ao colocá-los<br />

sobre os ombros.<br />

Os presidentes e demais diretores, no exercício das suas<br />

funções não se sentirão, nunca, sobre um pedestal, de onde olhem os<br />

companheiros como seus subordinados, porque esta concepção está<br />

fora dos Princípios.<br />

O princípio de autoridade de cada um é mantido pela própria<br />

prática da disciplina; por tal razão, quem não estiver perfeitamente<br />

integrado nos Princípios, quem não estiver esclarecido sobre os<br />

fundamentos da Doutrina, não tem condições para trabalhar nas Casas<br />

Racionalistas.<br />

49) Para trabalhar no Centro Redentor, é indispensável:<br />

1) ser conhecedor e praticante dos Princípios;<br />

2) ser assíduo freqüentador, e gozar de boa saúde;<br />

3) fazer o pedido, por carta, ao presidente;<br />

4) preencher a ficha que lhe for fornecida.<br />

O presidente poderá aceitar ou não o oferecimento, de acordo<br />

com o que souber ou apurar a respeito do candidato, no tocante à sua<br />

conduta pessoal.<br />

50) Os auxiliares das Casas Racionalistas, principalmente aqueles que<br />

entram em contato com o público, têm por dever ser educados e<br />

precisam saber tratar o assistente com urbanidade, consideração,<br />

91<br />

delicadeza e, sobretudo, com sentimento cristão. De maneira nenhuma<br />

serão permitidas as alterações de voz, assim como as descomposturas<br />

e recriminações.<br />

Os freqüentadores que não tiverem bom procedimento<br />

demonstrarão má assistência e, para estes, reservam-se as atenções<br />

constantes da disciplina racionalista. A transferência do assistente de<br />

um lugar para outro, desde que indicada, é feita na companhia do<br />

auxiliar que a determinou, sempre que, para atender a essa indicação,<br />

tenha o assistente de transitar pelo salão.<br />

A voz baixa deverá suprimir o mau hábito dos gestos<br />

condenavelmente usados para chamar pessoas à distância, às vezes<br />

ainda precedidos de um "psiu" bastante irreverente. Não são<br />

permitidas conversas em nenhuma parte do edifício, logo que sejam<br />

abertos os portões para início dos trabalhos preliminares.<br />

51) Os presidentes das Filiais, independentemente de autorização da Casa<br />

Chefe, deverão treinar dois esteios das Correntes, entre os mais<br />

instruídos e capazes, para presidirem as Sessões Públicas, reservando<br />

os presidentes, para si, um dia da semana. Essa prática é muito<br />

recomendável até mesmo para os assistentes, pois, sendo as Sessões<br />

sempre presididas pela mesma pessoa, acabam por tornar-se<br />

cansativas e desinteressantes.<br />

92


CAPÍTULO VIII – INSTRUÇÕES DISCIPLINARES<br />

COMPETE AOS PRESIDENTES<br />

a) presidir as Sessões;<br />

b) zelar pela boa ordem dos trabalhos;<br />

c) manter a disciplina contida nos Princípios do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e<br />

neste livro, dando o exemplo.<br />

COMPETE AOS DIRETORES<br />

a) supervisionar os serviços na assistência às Sessões Públicas de<br />

Limpeza Psíquica;<br />

b) providenciar para que os auxiliares, na assistência e no estrado,<br />

estejam nos seus lugares, prontos para o cumprimento do dever, sem<br />

preferência por pessoa alguma, mas visando, somente, o bem de todos;<br />

c) ministrar aos auxiliares conhecimentos práticos sobre o modo de tratar<br />

um obsedado e a maneira correta de aplicar o sacudimento;<br />

d) impedir conversações, mesmo em voz baixa, no recinto do Centro,<br />

desde o início dos trabalhos preparatórios.<br />

COMPETE AOS AUXILIARES DA ASSISTÊNCIA<br />

a) apresentar-se devidamente limpos, asseados, barba e cabelos feitos,<br />

para não darem aos assistentes uma triste impressão de desleixo, em<br />

desprestígio da Doutrina;<br />

b) nas Sessões Públicas, todos os servidores masculinos do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> deverão usar, obrigatoriamente, terno de passeio, colarinho e<br />

gravata;<br />

c) nas Sessões Particulares, poderão usar calça e camisa esporte, sendo<br />

facultado o uso de colarinho e gravata. As auxiliares femininas deverão<br />

comparecer decentemente trajadas, observando, sempre que possível, a<br />

moda, porém sem quaisquer exageros. Tanto nas Sessões Públicas<br />

como nas particulares, o uso de calças compridas é permitido às<br />

auxiliares;<br />

93<br />

d) dar cumprimento aos seus deveres, dentro e fora do recinto do Centro<br />

em que servirem, com exemplos de seriedade e de conduta moral<br />

condizentes com os ensinamentos do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>;<br />

e) tudo fazerem com calma, com acerto, com elevação de espírito e sem a<br />

menor perturbação, para não dificultar a ação do Astral Superior, no<br />

seu grande, no seu ingente trabalho de Limpeza Psíquica dos<br />

assistentes, sob pena de serem afastados e destituídos dos cargos que<br />

lhes estiverem confiados;<br />

f) ocupar os lugares determinados pelos diretores, de quem receberão<br />

instruções sobre a maneira de procederem antes, durante e depois das<br />

Sessões, inclusive a respeito do sacudimento, vigilância e pormenores<br />

que exigirem atenção especial;<br />

g) somente deixarem o recinto do Centro depois de todos os assistentes se<br />

haverem retirado;<br />

h) não manterem palestras uns com os outros no recinto do Centro, para<br />

onde não devem ser levados quaisquer assuntos de natureza material.<br />

COMPETE AOS MÉDIUNS<br />

a) esforçar-se para chegarem às sessões cerca de quinze minutos antes da<br />

organização das correntes, recolhendo-se à sala própria, a fim de se<br />

prepararem mentalmente para os trabalhos, alheando-se, por completo,<br />

de coisas e pessoas;<br />

b) não se concentrarem nem falar em espiritismo fora do Centro,<br />

afastando-se, discretamente, das pessoas que em tais palestras<br />

insistirem;<br />

c) pensar, quando à mesa das sessões, unicamente no fiel cumprimento<br />

do dever, recebendo, com toda a calma, as intuições dos espíritos, sem<br />

o menor receio de que lhes possa acontecer alguma coisa desagradável;<br />

d) transmitir o que lhes for intuído, menos palavras inconvenientes, visto<br />

que o médium é senhor de si mesmo e pode controlar a comunicação<br />

do espírito que nele atuar;<br />

e) não dar a menor importância ao que se passar no recinto das Sessões<br />

ou mesmo à mesa, na certeza de que quanto mais bem concentrados<br />

estiverem, melhor cumprirão os seus deveres;<br />

94


f) sempre que tiverem necessidade de viajar para lugar onde exista Filial<br />

do Redentor, seguir munidos de carta de apresentação firmada pelo<br />

presidente, devendo esta medida disciplinar — que é adotada pela<br />

Casa Chefe e suas Filiais — ser observada por todos os demais<br />

instrumentos, quando a viagem não for feita para atender a serviço<br />

imposto pelas obrigações materiais a que estiverem sujeitos;<br />

g) selecionar as suas relações sociais de maneira a evitar o choque da<br />

disciplina que praticam com o viver de pessoas contrário aos princípios<br />

racionalistas;<br />

h) não maldizer de pessoa alguma, por estar fora dos princípios<br />

racionalistas quem murmura ou maldiz;<br />

i) não tomar excitantes, que são sempre prejudiciais ao organismo, e<br />

fazerem uso moderado de uma alimentação sadia;<br />

j) considerar que todos os excessos são prejudiciais ao espírito e ao<br />

corpo, e procederem, por isso, com prudência e moderação em todos os<br />

seus atos;<br />

l) ser simples, modestos e tolerantes, não se ressentindo quando, por<br />

qualquer circunstância, não forem colocados à mesa, mesmo porque o<br />

número de pessoas que esta comporta é limitado;<br />

m) observar que, se se entregarem a um viver incorreto, negligenciando o<br />

respeito que devem à disciplina, serão desligados das correntes<br />

fluídicas e recusada, daí por diante, a sua colaboração;<br />

n) demonstrar, pelos seus atos, terem confiança em si mesmos, não se<br />

deixando fanatizar nem empolgar, sempre controlando as<br />

manifestações dos espíritos mistificadores e intrujões;<br />

o) não se deixar atuar fora das correntes do Redentor e do horário<br />

regularmente previsto; se o fizerem, deverão ser advertidos, no<br />

momento oportuno, pelo presidente efetivo;<br />

p) compreender que em nenhuma comunicação mediúnica, falada ou<br />

escrita, pode ser alterada a disciplina regulamentar constante deste<br />

livro. Qualquer modificação disciplinar só poderá ser feita pela Casa<br />

Chefe, que a transmitirá, em circulares, às Casas Racionalistas Cristãs,<br />

passando então a vigorar as disposições contidas em tais circulares,<br />

que serão mencionadas em nova edição desta obra;<br />

95<br />

q) As doutrinações versarão exclusivamente sobre princípios doutrinários<br />

e não devem abordar assuntos referentes a pessoas ou coisas materiais);<br />

r) Os médiuns não se devem alongar na transmissão dos reflexos.<br />

COMPETE AOS ESTEIOS<br />

a) observar o mesmo comportamento recomendado nos itens "f", "h", "i",<br />

"l" e "m" da secão anterior;<br />

b) manter-se inteiramente calmos no exercício das suas funções;<br />

c) procurar ter perfeito conhecimento do que significa a concentração,<br />

que consiste no poder de controlar a atenção, dirigindo-a a um único<br />

objetivo de natureza espiritual;<br />

d) preocupar-se, apenas, com a eficiência de sua concentração no decorrer<br />

dos trabalhos.<br />

96


CAPÍTULO IX – CONVENÇÕES REGIMENTAIS<br />

São designadas por duas letras — uma "A" e outra "B" — as duas<br />

irradiações adotadas pelo <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

IRRADIAÇÃO A:<br />

Grande Foco! Força Criadora!<br />

Nós sabemos que as Leis que regem o Universo são naturais<br />

e imutáveis, e a elas tudo está sujeito!<br />

Sabemos também que é pelo estudo, o raciocínio, e o<br />

sofrimento derivado da luta contra os maus hábitos e as<br />

imperfeições, que o espírito se esclarece e alcança maior<br />

evolução.<br />

Certos do que nos cabe fazer, e pondo em ação o nosso livrearbítrio<br />

para o bem, irradiamos pensamentos aos Espíritos<br />

Superiores, para que eles nos envolvam na sua luz e fluidos,<br />

fortificando-nos para o cumprimento dos nossos deveres.<br />

IRRADIAÇÃO B:<br />

Grande Foco! Vida do Universo!<br />

Aqui estamos a irradiar pensamentos às Forças Superiores,<br />

para que a luz se faça em nosso espírito, e ele tenha a consciência<br />

dos seus erros, a fim de repará-los e evitar o mal.<br />

As principais disciplinas estabelecidas para as sessões, são:<br />

IRRADIAÇÕES<br />

1) Uma irradiação A ao Astral Superior seguida de três irradiações<br />

B, intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão, e mais uma<br />

irradiação B, ao Presidente Astral, no início de qualquer trabalho no<br />

Centro, salvo nas sessões noturnas de desdobramento, que começam com<br />

duas irradiações B — uma ao Astral Superior e a outra ao Presidente<br />

Astral;<br />

97<br />

2) uma série de irradiações B, com duração de cerca de dez minutos,<br />

no início das Sessões Públicas, e de cinco a sete minutos, nas do segundo<br />

sábado. de cada mês, pela manhã;<br />

3) no início das Sessões noturnas de desdobramento, às terças e<br />

quintas-feiras, essas irradiações B deverão ser feitas durante cerca de dez<br />

minutos;<br />

4) o tempo das irradiações B, nas Sessões Particulares, estende-se até<br />

às 20 horas, quando será dado início à sessão de desdobramento;<br />

5) antes do encerramento de todas as Sessões são feitas três<br />

irradiações B, acompanhadas do sacudimento, intercaladas por duas<br />

pancadas com o pé do bastão, seguindo-se mais duas: uma ao Astral<br />

Superior, e a outra ao Presidente Astral;<br />

6) os auxiliares deverão fazer, mentalmente, duas irradiações B junto<br />

à mesa do estrado, antes do início de qualquer atividade no Centro, desde<br />

que os lugares da cabeceira e do fecho estejam ocupados por componentes<br />

da Corrente Fluídica.<br />

7) todo elemento que ocupar a cabeceira da mesa, ainda mesmo que<br />

não seja o Presidente efetivo, é mencionado, nesta obra, como Presidente.<br />

SINAIS:<br />

O Presidente dirigirá os trabalhos munido de um bastão, com o qual<br />

dará os seguintes sinais:<br />

1) uma pancada, e em seguida mais duas; com o dorso do bastão,<br />

para determinar o início das Sessões ou de qualquer trabalho que comece<br />

com a irradiação A.<br />

2) duas pancadas com o pé do bastão, para que o fecho faça a<br />

irradiação B.<br />

3) duas pancadas com a ponta do bastão para dar prosseguimento ao<br />

desdobramento;<br />

4) duas pancadas com a ponta do bastão, para que os médiuns<br />

continuem recebendo, ou para chamar um dos auxiliares do estrado;<br />

5) duas pancadas com o pé do bastão, e mais duas, sucessivas, com a<br />

ponta, para advertir que as Sessões estão prestes a terminar e para que se<br />

98


façam três sacudimentos, cada um dos quais com uma irradiação B,<br />

precedida de duas pancadas com o pé do bastão e duas, sucessivamente,<br />

com a ponta.<br />

6) duas pancadas com o dorso do bastão, para o encerramento dos<br />

trabalhos.<br />

Além dos sinais mencionados a seguir, as campainhas elétricas<br />

soarão, com:<br />

1) um sinal, para pedir silêncio;<br />

2) três sinais, seguidos, para pedir atenção;<br />

3) três sinais, espaçados, nas Sessões Públicas, sendo o primeiro<br />

cinco minutos antes do início destas, para alertar os auxiliares dos portões<br />

sobre as providências disciplinares a tomar; o segundo, três minutos,<br />

também antes do início, e o terceiro, no momento que antecede o começo<br />

da Sessão.<br />

SACUDIMENTO:<br />

O sacudimento é feito nas pessoas que se encontrarem no estrado, na<br />

mesa e nas cadeiras de obsedados, com exceção do presidente e do fecho,<br />

no período da Limpeza Psíquica, por três vezes, enquanto estão sendo<br />

proferidas as irradiações B.<br />

No salão será permitido o sacudimento em caráter excepcional,<br />

apenas nas seguintes eventualidades: na ocorrência de ataques de obsessão<br />

e quando se verificar algum assistente em estado de sonolência.<br />

Inicia-se o sacudimento simultaneamente na mesa e na meiacorrente;<br />

na meia-corrente, os auxiliares que sacodem começam na<br />

extremidade da ala, de onde caminham, sacudindo um por um, para o<br />

centro; na mesa, os auxiliares começam na ponta, onde está o obsedado, e<br />

vão sacudindo, também um por um, até os últimos, ao lado da presidência,<br />

fazendo o percurso inverso, com a segunda irradiação, e finalmente<br />

repetem, com a terceira irradiação, o primeiro percurso.<br />

O presidente só deverá dar o sinal (duas pancadas com o pé do<br />

bastão), para que o fecho repita a irradiação, depois que os auxiliares<br />

tiverem sacudido a fila, até o fim. O sacudimento, no encerramento das<br />

99<br />

Sessões, é feito quando o presidente dá o sinal, (duas pancadas com o pé<br />

do bastão e duas com a ponta) e o fecho faz a irradiação B.<br />

O sacudimento se fará na metade do semicírculo da meia-corrente<br />

em que se sentam as senhoras, por um auxiliar feminino, e na outra<br />

metade do semicírculo, em que se sentam os homens, por um auxiliar<br />

masculino; este se mantém ao lado, sentado na última cadeira colocada na<br />

extremidade do semicírculo, após o sacudimento, mas sempre vigilante, e<br />

de igual modo procede o auxiliar feminino, na posição correspondente à<br />

daquele.<br />

O sacudimento da corrente deve ser feito, tanto de um lado como do<br />

outro, por um dos três auxiliares masculinos que circundam as cadeiras<br />

dos obsedados.<br />

Para o sacudimento colocam-se as mãos na altura da ligação dos<br />

braços com o tronco da pessoa a ser sacudida, aplicando-lhe um<br />

estremeção rápido, seguido de irradiação mental.<br />

EXPLICAÇÕES AO PÚBLICO<br />

São permitidas na Casa Chefe e demais Casas Racionalistas<br />

explicações ao público, que poderão ser efetivadas segundo duas<br />

modalidades:<br />

1) em caráter pessoal, no Estrado, com o pronunciamento das<br />

irradiações disciplinares, mediante entrevista com dia e hora previamente<br />

marcados com a pessoa interessada;<br />

2) ou, então, adotando-se o sistema de atendimento ao público em<br />

geral em horários e dias da semana determinados, ficando a designação<br />

desses dias e horários a critério de cada Casa Racionalista, de acordo com<br />

as conveniências da Comunidade.<br />

A adoção de qualquer um desses métodos, tanto na Casa Chefe como<br />

nas demais Casas Racionalistas, fica inteiramente a critério dos<br />

Presidentes, de acordo com as necessidades locais, podendo ser adotado<br />

somente um deles ou os dois ao mesmo tempo.<br />

No atendimento previsto na segunda hipótese (dias e horas certos<br />

para o público em geral) ter-se-á que observar o seguinte esquema<br />

disciplinar para o cumprimento dos trabalhos:<br />

100


101<br />

Será necessário o comparecimento de duas pessoas, uma para dar<br />

explicações e a outra para atender ao que for preciso, ficando esta no<br />

fecho e aquela na cabeceira. Antes de se dar entrada ao público, procedese<br />

da seguinte forma:<br />

O presidente dá três toques de companhia, seguidos, e depois uma e<br />

mais duas pancadas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e faz a irradiação A. Profere mais três<br />

irradiações B, intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão. Após,<br />

diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e faz a irradiação<br />

B.<br />

Não havendo outro auxiliar presente, o que está no fecho levanta-se e<br />

vai abrir a porta para dar entrada às pessoas que esperam, do lado de fora,<br />

atendimento. Estas entram, em ordem e silêncio, e vão tomar os lugares<br />

que lhes forem indicados nos assentos do semicírculo do estrado, ficando<br />

as senhoras de um lado e os homens do outro.<br />

Feito isso, o auxiliar volta a tomar o seu lugar no fecho. Em seguida,<br />

o presidente vai chamando um por um para sentar-se à mesa, atendendo,<br />

alternadamente, a uma senhora e, depois, a um homem, até o último. Os<br />

homens ocupam a primeira cadeira do lado direito, e as senhoras a<br />

primeira do lado esquerdo. Senhoras e homens vão-se retirando,<br />

silenciosamente, deixando o edifício, um por um, à medida que forem<br />

sendo atendidos.<br />

O atendimento será feito, tanto quanto possível, pela ordem de<br />

chegada das pessoas.<br />

Os componentes de uma mesma família poderão ser atendidos<br />

conjuntamente, se isso for julgado conveniente.<br />

Terminadas as explicações, ficam no recinto somente os auxiliares<br />

que tomaram parte nos trabalhos, procedendo-se, de portas fechadas, da<br />

seguinte maneira:<br />

O presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e faz a irradiação B. A seguir faz mais<br />

três irradiações B, intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão, e<br />

prossegue:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e profere a<br />

irradiação B, finda a qual dá duas pancadas com o dorso do bastão,<br />

retirando-se todos do edifício.<br />

FLUIDIFICAÇÃO DA ÁGUA<br />

Depois das Sessões de Desdobramento, recolhe-se a corrente à Sala<br />

onde se faz a fluidificação da Água. Os componentes da corrente e os dois<br />

primeiros médiuns tomam, ao redor da mesa de fluidificação, a mesma<br />

posição, exceto os outros médiuns, que devem ficar bem próximos da<br />

abertura da caixa d'água, juntos ao primeiro esteio de cada lado. O<br />

presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B. Os médiuns<br />

espargem sobre a água os fluidos das Forças Superiores, dando depois,<br />

cada um, o nome do espírito que nele atuou.<br />

O presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente dá duas pancadas com o dorso do bastão, e com este<br />

sinal todos se retiram.<br />

LIMPEZA PSÍQUICA<br />

A disciplina para a Limpeza Psíquica é a seguinte:<br />

O presidente dá uma e mais duas pancadas com o dorso do bastão, e<br />

diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A.<br />

O presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, no final de cada<br />

irradiação B, preferida pelo fecho, e mantém essas irradiações por 5, 10 ou<br />

15 minutos, conforme as ocasiões ou de acordo com o ambiente. O<br />

sacudimento é feito no período das três primeiras irradiações B da série,<br />

intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão.<br />

Em seguida, o presidente diz:<br />

102


103<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente diz mais:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) e o fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

O presidente dá duas pancadas com o dorso do bastão, ficando assim<br />

terminada a disciplina.<br />

Nos lugares onde não houver Filial, cita-se na Limpeza Psíquica, na<br />

ocasião regulamentar, o nome do Presidente Astral da Casa Chefe.<br />

ESQUEMA DEMONSTRATIVO DA POSIÇÃO DA MESA DAS<br />

SESSÕES COM RELAÇÃO À LINHA NORTE-SUL<br />

O retângulo central, representa a posição da mesa das Sessões, na<br />

exata direção Norte-Sul. Onde se lê Face Sul, é a posição indicada para a<br />

Presidência. O presidente fica, então, como convém, de frente para o<br />

Norte. Até quando a direção da mesa acuse um ângulo de 0 a 45° para<br />

Noroeste ou para Nordeste, considera-se a face Sul dentro do quadrante<br />

Sul. Conquanto não seja rigorosamente obrigatória manterem-se estas<br />

posições, em face de eventual situação do terreno, são, no entanto, as mais<br />

favoráveis ao desempenho dos trabalhos Astrais Superiores, portanto as<br />

mais recomendáveis para a colocação da mesa.<br />

Figure 1<br />

104


ESQUEMA DEMONSTRATIVO DA COLOCAÇÃO DAS PESSOAS<br />

Figure 2<br />

105<br />

A – Mesa onde se instala a corrente para a realização das Sessões;<br />

B – Cadeira destinada ao presidente;<br />

C – Cadeira destinada ao fecho;<br />

D-E – Cadeiras em que se sentam médiuns e esteios;<br />

F – Últimas cadeiras da mesa reservadas a indivíduos perturbados;<br />

G – Semicírculo do estrado, cujas seis cadeiras do centro são ocupadas<br />

pelas seis pessoas que formam a meia-corrente; as demais serão<br />

preenchidas por quem os diretores determinarem;<br />

H – Cadeiras para os assistentes.<br />

SESSÕES PÚBLICAS<br />

CAPÍTULO X - SESSÕES<br />

As Sessões Públicas realizam-se três vezes por semana nas segundas,<br />

quartas e sextas-feiras, com início às 20 horas em ponto. Franqueadas a<br />

todas as pessoas interessadas em conhecer a doutrina racionalista cristã,<br />

são estas tratadas com respeito e consideração, num ambiente de ordem,<br />

disciplina e serenidade. Na segunda-feira de carnaval não há Sessão<br />

Pública.<br />

As posições das pessoas na vida material ficam do lado de fora da<br />

porta, porquanto, no tratamento da vida espiritual, todas são partículas<br />

integrantes da Inteligência Universal e com um mesmo curso evolutivo a<br />

fazer ou completar neste planeta.<br />

A disciplina nas Casas Racionalistas, estabelecida pelo Astral<br />

Superior, é mantida, em seus pormenores, como resultado da obediência<br />

por todos devida aos seus preceitos disciplinares, e da compreensão desse<br />

dever.<br />

As Casas Racionalistas são lugares de preparo espiritual, onde cada<br />

um se deverá esforçar para esquecer-se das suas lutas da vida material, a<br />

fim de concentrar-se, unicamente, nas coisas do espírito.<br />

O objetivo principal destas Sessões é esclarecer as criaturas de boavontade<br />

sobre a Verdade relacionada com as leis e os deveres que a vida<br />

impõe, e, ainda, o de beneficiar, com a limpeza psíquica, as pessoas<br />

presentes, para que possam fazer bom uso do seu livre-arbítrio e se<br />

preparar, deste modo, para melhor cumprir as suas atribuições terrenas e<br />

espirituais.<br />

Os assistentes poderão verificar o interesse dos responsáveis pelo<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, nas Sessões Públicas, voltado exclusivamente para<br />

o esclarecimento do semelhante. Estamos num mundo-escola — a Terra<br />

— onde precisamos saber interpretar as lições que ele nos apresenta.<br />

Esta é uma das tarefas do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. A generalidade não<br />

esclarecida dos seres encontra-se rodeada de dúvidas, incertezas e<br />

106


107<br />

confusões oriundas da falta de conhecimentos verdadeiros a respeito do<br />

que somos espiritualmente.<br />

No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> os servidores sentem-se felizes pelos<br />

ensinamentos que receberam e continuam a receber do Mestre Luiz de<br />

Mattos, e cumprem, com alegria, as obrigações para consigo mesmos e<br />

para com o próximo, sem esperar outra recompensa além daquela que lhes<br />

dá a satisfação do dever cumprido.<br />

A Limpeza Psíquica tem nos pensamentos bem irradiados o seu<br />

ponto mais alto. Sem dúvida, a corrente doutrinária, formada por<br />

pensamentos esclarecidos, beneficia a humanidade, como um todo. Não<br />

têm conta as desobsessões feitas nas Casas Racionalistas, e a consciência<br />

desse serviço, espontânea e desinteressadamente prestado, é motivo de<br />

entusiasmo para aqueles que nelas trabalham.<br />

O procedimento humano é registrado na aura de cada ser. Não<br />

existem segredos na vida, sobretudo no plano espiritual. Na Terra, os<br />

enganos são comuns. No Espaço, não, porque a clarividência de que são<br />

dotados os espíritos livres da matéria orgânica, tudo deixa ver.<br />

As Forças Superiores sabem, por isso, com quem podem contar neste<br />

mundo, e confiam aos que são leais, valorosos, honrados e dignos os<br />

encargos da Doutrina, dentro, naturalmente, da capacidade e das<br />

limitações de cada um.<br />

Todos se devem apoiar na firmeza dos Princípios, meditando sobre<br />

cada ação praticada através de constantes exames de consciência, a que se<br />

devem sempre submeter. Ninguém é invulnerável à ação do astral inferior<br />

quando comete descuidos ou infrações na parte disciplinar e se deixa<br />

envolver por pensamentos impróprios.<br />

É de grande sofrimento para o espírito que desencarna e retorna ao<br />

seu mundo espiritual a constatação de haver-se tornado exatamente por<br />

esses descuidos ou infrações, um joguete do astral inferior.<br />

O ambiente nas Casas Racionalistas deve ser sempre o mais fraternal<br />

e acolhedor possível, para que sintam, assistentes e auxiliares, verdadeira<br />

satisfação em nelas estar e permanecer. O próprio Astral Superior<br />

necessita desse ambiente assim bem formado. Com ele, os assistentes, por<br />

outro lado, se predispõem melhor a receber as intuições e a dar maior<br />

atenção aos ensinamentos que ouvem.<br />

Os esclarecidos sabem que esse clima superior é formado e mantido<br />

com vibrações harmônicas de compreensão, de solidariedade, de apoio e<br />

do desejo de verem melhoradas as condições psíquicas dos que chegam às<br />

Casas Racionalistas em busca de alimento para a alma, que é a<br />

espiritualização.<br />

Nas Sessões Públicas, os presidentes não se poderão afastar da linha<br />

doutrinária do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, não combatendo, sob qualquer<br />

pretexto, os regimes constituídos, as religiões e os credos políticos.<br />

A liberdade do pensamento é inteiramente respeitada, seguindo cada<br />

qual o caminho que lhe aprouver. Nunca se intentará promover<br />

aliciamentos. Os que chegam à Doutrina Racionalista Cristã o fazem por<br />

livre e espontânea vontade, com a consciência de que estão dando esse<br />

passo em benefício próprio, e não da Doutrina.<br />

No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não há, não houve nunca e jamais haverá<br />

qualquer ato que exprima intento de aliciar ou de conquistar adesões. O<br />

que existe, realmente, é a satisfação de receber no seio comunitário da<br />

nossa Doutrina esclarecedora todos os investigadores sinceros, a fim de se<br />

prepararem — libertos do domínio fanatizante de dogmas, rituais e mitos<br />

escravizadores — para contribuir para a evolução do planeta.<br />

Não existe, pois, nenhuma idéia, nenhum pensamento voltado para<br />

interesses de natureza material. No <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não há lugar<br />

para artifícios ou expedientes subalternos.<br />

Os que servem à Doutrina com dignidade e valor sabem como suprir<br />

as suas necessidades materiais, sem o recurso a processos especulativos ou<br />

angariações de qualquer natureza.<br />

A presidência abordará os assuntos encarando-os em tese, de um<br />

plano elevado, de maneira que os assistentes que ainda desconhecem a<br />

Doutrina não se sintam ressentidos ou magoados pelo uso evitável de<br />

expressões contundentes, muito embora proferidas com a finalidade<br />

elevada de alertar o indivíduo e iluminar o seu caminho.<br />

Esta ponderação é da maior importância, pois o que pretende o<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é despertar nos estudiosos o interesse pelo<br />

108


109<br />

esclarecimento, único meio de se melhorarem as condições psíquicas da<br />

humanidade.<br />

É bem certo que os ensinamentos Racionalistas <strong>Cristão</strong>s produzem,<br />

no primeiro contato, um certo choque inevitável entre aquilo que revelam<br />

e o que ensinam por aí as instituições religiosas.<br />

Mas se a matéria for explanada de forma elucidativa, de maneira a<br />

que o raciocínio encontre base sólida para conclusões, a luz se fará, aos<br />

poucos, no espírito daqueles que se mostrarem permeáveis. Não há<br />

nenhum empenho em que a criatura se converta, tanto mais que a<br />

finalidade do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não é de conversão e, sim, de<br />

esclarecimento. Uma vez que o esclarecimento tenha de vir, mais dia,<br />

menos dia, mais século, menos século, mais milênio, menos milênio, em<br />

função de incoercíveis leis naturais e imutáveis, não convém contrariar o<br />

estado de decisivo fervor religioso em que o indivíduo se encontre,<br />

imaturo para as coisas reais do espírito.<br />

Há que dar tempo ao tempo, deixando que a vida se incumba, em<br />

repetidas manifestações, com dores, contusões e sofrimentos que<br />

constantemente impõe, de reduzir ao mínimo as falsas concepções que a<br />

ignorância alimenta, quando então novos horizontes se delinearão para<br />

esses espíritos.<br />

Cumpre, assim aos presidentes, durante as Sessões Públicas,<br />

contornar, com habilidade, as posições delicadas em que se encontram os<br />

assistentes que, desiludidos por crenças que não mais os satisfazem,<br />

procuram novos meios, novos caminhos, na esperança de depararem uma<br />

saída para as suas profundas divergências interiores.<br />

Estes chegam ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> quase como náufragos e com<br />

pouca capacidade de reação contra os abalos morais que receberam, mas<br />

ainda ligeiramente alimentados pela idéia de nele poderem encontrar um<br />

bálsamo capaz de restituir-lhes as energias perdidas.<br />

Neste estado de depauperamento moral, somente diante da ação<br />

vivificadora do meio e da força irradiante que parte da Presidência é que a<br />

tonificação se realiza e a criatura começa a sentir-se outra.<br />

Daí a razão pela qual os auxiliares devem andar atentos, cada um<br />

bem concentrado nas suas obrigações, para que do conjunto harmônico<br />

dos seus pensamentos nunca falte o indispensável apoio vibratório que<br />

precisa ser dado, nas Sessões Públicas, a quantos estiverem presentes para<br />

recebê-lo.<br />

Outro relevante serviço prestado nas Sessões Públicas é a<br />

desobsessão de indivíduos, mesmo quando se achem fortemente<br />

dominados pelo astral inferior. Colocados dois no extremo da mesa do<br />

estrado, um de cada lado, rodeados por três esteios, ficam eles em<br />

condições de receber do Astral Superior a ação desobsessora.<br />

Os auxiliares, em qualquer posição que estiverem, devem conservarse<br />

serenos diante de algum tumulto que os obsedados intentem produzir.<br />

Esse estado de serenidade contribuirá enormemente para que as Forças<br />

Superiores exerçam ação normalizadora e obtenham seguros resultados.<br />

Os auxiliares têm, pois, grande responsabilidade no exercício de suas<br />

atribuições.<br />

Nas dissertações doutrinárias, os presidentes farão observações<br />

oportunas quanto ao papel que o ser humano deverá desempenhar na<br />

Terra, no cultivo do caráter, da moralidade, da decência, do respeito, da<br />

honestidade, da lealdade, da educação, do comedimento, do gosto pelo<br />

trabalho, da simplicidade, da amizade, do intercâmbio da cordialidade, da<br />

ação criteriosa, da prestimosidade, da confraternização, da solidariedade,<br />

da perseverança, da afetividade, do bom-humor, de normas apaziguadoras,<br />

da pontualidade, do firme apalavramento, do recato nas maneiras, das<br />

decisões ponderadas, da discrição em assuntos reservados, da renúncia<br />

altruística, do método na distribuição de horários, da ordem na execução<br />

das tarefas, da disciplina na imposição de hábitos, da tolerância com os<br />

bem-intencionados e da constante vigilância que deve ser exercida sobre o<br />

controle do temperamento e o governo das próprias ações e pensamentos,<br />

com o fim de evitar a intromissão, na conduta de cada um, dos espíritos<br />

do astral inferior e, conseqüentemente, contribuir para melhorar as<br />

condições psíquicas do planeta.<br />

Os diretores superintendem a disciplina geral durante as Sessões<br />

Públicas, combinam, entre si, a distribuição dos encargos, de tal modo que<br />

não haja colisão nas atribuições de um com as do outro.<br />

Devem eles trocar idéias quando surgirem mal-entendidos, para que<br />

nunca sejam criados pontos-de-vista divergentes. Harmonia e<br />

110


111<br />

entendimento são condições básicas para o bom andamento dos trabalhos.<br />

O que não estiver registrado na disciplina regulamentar deverá ser<br />

resolvido com critério e bom senso, enquanto não forem solicitadas<br />

instruções à Casa Chefe a respeito, o que deverá ser feito, sempre que as<br />

circunstâncias o aconselharem.<br />

ORGANIZAÇÃO DAS SESSÕES PÚBLICAS<br />

As Sessões Públicas só podem ser organizadas após a existência da<br />

entidade, constituída pela Casa Chefe, Centro Redentor Filial. Os<br />

membros do Diretório e da Junta Cooperativa tomarão parte efetiva nos<br />

trabalhos gerais, especialmente nos destas Sessões.<br />

Para a organização de uma Sessão Pública são precisas, pelo menos,<br />

dezesseis pessoas, assim distribuídas:<br />

• oito na mesa das Sessões;<br />

• quatro na meia-corrente;<br />

• duas para sacudir no estrado;<br />

• duas para fiscalizar as entradas.<br />

O auxiliar encarregado do portão de entrada deverá impedir que<br />

ébrios e pessoas inconvenientes penetrem no recinto e assistam às sessões.<br />

Seu dever é estar sempre atento, vigilante, não conversando nem<br />

permitindo conversas, e quando lhe fizerem alguma pergunta, encaminhar<br />

o interessado ao outro auxiliar que deve estar postado do lado de fora da<br />

porta do salão das sessões e que tem por dever:<br />

a) auxiliar o companheiro no que se tornar necessário ao bom<br />

desempenho das suas funções;<br />

b) fazer entrar no recinto, rapidamente, as pessoas que desejarem<br />

assistir às sessões, indicando, se lhe perguntarem alguma coisa, o primeiro<br />

auxiliar da assistência, que deve estar no lado de dentro da porta do salão.<br />

Este auxiliar se limitará a prestar informações sobre a hora de principiar e<br />

terminar a sessão, avisando que a ninguém será permitido sair antes do<br />

encerramento desta.<br />

Os diretores e auxiliares têm por dever, nas Sessões Públicas:<br />

1°. — Receber todos com a máxima atenção e delicadeza,<br />

determinando o lugar de cada um, de acordo com o seu estado de higiene<br />

e saúde. E necessário ter todo cuidado para não colocar uma pessoa que<br />

tenha noção de higiene junto de outra que a não possua, a fim de não<br />

dificultar a sua limpeza psíquica ou normalização, pois um ser limpo,<br />

perto de outro que não o seja, sente-se mal, não fica à vontade nem presta<br />

a atenção devida aos fenômenos e às manifestações da má assistência da<br />

maioria das pessoas presentes;<br />

2°. — esclarecer, rapidamente, os assistentes a respeito da maneira<br />

pela qual se devem conduzir, fazendo saber que explicações sobre a<br />

Doutrina são dadas, diariamente, como consta na página 100 (Explicações<br />

ao Público);<br />

3°. — colocar nos lugares da frente, na assistência, os que mais<br />

demonstrarem precisar. As crianças de tenra idade, devem ficar junto da<br />

mãe ou do pai;<br />

4°. — colocar os obsedados, isto é, os atuados, nas duas últimas<br />

cadeiras da mesa, podendo, entretanto substituí-los, sem perda de tempo,<br />

por outros que demonstrarem estar em piores condições;<br />

5°. — os diretores devem, na medida do possível, mandar colocar as<br />

pessoas de primeira vez junto à meia-corrente, de um lado e do outro,<br />

qualquer que seja o motivo que as tenha levado às Sessões. Esta colocação<br />

é feita principiando do centro para os extremos. Devem ser colocados,<br />

também ao lado da meia-corrente, aqueles que parecerem mais<br />

interessados nas investigações dos assuntos doutrinários;<br />

6°. — imporem-se, finalmente, pela energia cristã e por maneiras<br />

que façam sentir a quem procura as Casas Racionalistas que nelas há<br />

ordem, método, disciplina, valor, respeito e, acima de tudo, a noção do<br />

cumprimento do dever.<br />

Na parte posterior do salão fica o estrado, com a altura de 70<br />

centímetros, 8,50m de comprimento, por 6,50m de largura, quando o<br />

recinto das sessões tiver de 35 a 40 metros de comprimento; fora disso,<br />

será proporcional às suas dimensões. Sobre ele se acha colocada a mesa de<br />

trabalhos, que deve comportar de 3 a 9 pessoas de cada lado, tendo a<br />

112


113<br />

largura de 1,50m e ser fortemente construída. Aí se assentam os médiuns e<br />

os esteios escolhidos pelo Astral Superior para constituírem a corrente<br />

fluídica e, na última cadeira de cada lado da mesa (que deverá ser, ainda,<br />

mais forte e resistente, coloca-se um obsedado para ser normalizado.<br />

O presidente, assim colocado, não se arredará nem virará as costas<br />

para os assistentes, enquanto durar a sessão, haja o que houver na<br />

corrente, meia-corrente ou assistência.<br />

CORRENTE FLUÍDICA<br />

Entende-se por Corrente Fluídica as vibrações do pensamento,<br />

emitidas no mesmo sentido, animadas de um só desejo: o de prestar<br />

serviços às Forças Superiores, na ação de aperfeiçoamento espiritual da<br />

humanidade.<br />

Na mesa das Sessões o presidente fica de frente para a assistência,<br />

não podendo, por detrás dele, estacionar ou passar pessoa alguma.<br />

Para a corrente se tornar eficaz, é necessário que seja constituída por<br />

um mínimo de seis pessoas, previamente indicadas pelas Forças<br />

Superiores.<br />

Para a organização das correntes são designados, pelo Presidente<br />

Astral, dois Espíritos Superiores, porém de mundos diferentes.<br />

Atuado, o médium, sentado à esquerda do presidente, escreverá os<br />

nomes que lhe forem intuídos para a organização da primeira corrente.<br />

O médium designado para o primeiro lugar, à direita do presidente,<br />

organizará a segunda corrente. Um só espírito do Astral Superior pode<br />

organizar a primeira e a segunda correntes. Neste caso ele organiza a<br />

primeira, e o presidente lê os nomes das pessoas, que passam a tomar os<br />

seus lugares, pela ordem. Feito isso, o presidente pede concentração, e o<br />

médium volta a ser atuado e irradiado pelo mesmo espírito e, já com<br />

melhor corrente, escreve os nomes intuídos para a corrente definitiva.<br />

MEIA-CORRENTE<br />

A Meia-Corrente é formada com um mínimo de três e um máximo<br />

de seis pessoas mensalmente designadas pelo presidente, que as escolherá<br />

entre servidores antigos e bem integrados na Doutrina. Esses participantes<br />

da meia-corrente, cuja ação irradiadora é equivalente à da corrente<br />

fluídica, sentam-se no centro do semicírculo, na periferia do estrado.<br />

Sempre que possível, a designação do presidente recairá em três<br />

senhoras e três homens. Os esteios femininos da meia-corrente devem<br />

sentar-se do lado das senhoras, e os masculinos do lado dos homens.<br />

De um e do outro lado dessas pessoas, sentam-se os assistentes<br />

indicados por um dos diretores.<br />

Na falta de alguma das pessoas designadas para a meia-corrente, o<br />

diretor encarregado da disciplina na assistência colocará as que melhor<br />

puderem substituí-las.<br />

A meia-corrente serve de ponto de apoio ao Astral Superior para<br />

ligação, nas Sessões Públicas, dos trabalhos da mesa com os da<br />

assistência.<br />

A disposição dada às cadeiras em semicírculo na periferia do<br />

estrado, abrange o espaço que circunda a metade do lado oposto ao do<br />

presidente (vide figura, página 104).<br />

Esta disposição disciplinar para a meia corrente é rigorosamente<br />

inalterável nas sessões públicas. Todavia, nas sessões particulares em que<br />

não há assistentes sentados no salão, é tolerável um relativo aumento da<br />

extensão da meia corrente quando, em dias de festividade ou por qualquer<br />

outro motivo, ocorrer um maior número de companheiros presentes.<br />

O espaço dos lados direito e esquerdo do presidente fica livre, e nele<br />

somente podem transitar os auxiliares em serviço.<br />

Os assistentes colocados no estrado devem ficar juntos, principiando<br />

sempre a sua colocação da meia-corrente para as extremidades. Na última<br />

destas cadeiras, em cada lado, fica sentado o auxiliar encarregado da<br />

fiscalização dos trabalhos no estrado.<br />

Uma vez organizadas estas correntes e mantidas pela ação do<br />

pensamento dos seus componentes, estará assegurado o êxito das sessões,<br />

pois o Astral Superior, que as organiza e assiste, eliminará todas as más<br />

irradiações, quer partam estas de encarnados ou de desencarnados.<br />

Além destas duas correntes, outra, também fluídica, é formada pelo<br />

Astral Superior em volta da mesa das Sessões, por trás dos médiuns e<br />

114


115<br />

esteios, que assim ficam garantidos. Essa dupla corrente formada pelo<br />

fluido do Astral Superior é luminosa, e pode ser vista pelos médiuns<br />

videntes. O livro A vida Fora da Matéria expõe, com clareza, esse<br />

assunto.<br />

Para que essas correntes possam manter-se firmes, é preciso que o<br />

presidente não se perturbe e que cada um dos instrumentos encarnados<br />

que as constituem se conserve concentrado, sem o menor receio ou<br />

vacilação.<br />

A perturbação do presidente é bastante para quebrar a corrente,<br />

assim como o sono ou o medo de qualquer dos médiuns e esteios.<br />

Quebrada a corrente, o Astral Superior é obrigado a afastar-se, do que se<br />

aproveita o inferior para apoderar-se, rapidamente, dos médiuns e<br />

provocar as desordens de que são capazes os obsessores.<br />

Todavia, como o presidente é forte de ânimo e não perde a confiança<br />

em si mesmo e no Astral Superior nem a consciência do papel e das<br />

responsabilidades que lhe foram confiadas, o domínio do astral inferior<br />

será, além de momentâneo, limitado a um ou outro médium que não lhe<br />

opuser reação, já que o restabelecimento da corrente de apoio ao Astral<br />

Superior se faz rapidamente.<br />

A corrente bem formada é que garante o êxito das sessões e obriga<br />

todos os espíritos perturbados que a ela chegam a partirem para o mundo<br />

que lhes pertence. Uma vez envolvido nessa corrente, por mais perverso<br />

que se mostre o espírito, será arrebatado para o Espaço Superior e não<br />

voltará mais para o meio em que estava.<br />

DISCIPLINA NAS SESSÕES PÚBLICAS<br />

A disciplina nas Sessões Públicas, é a seguinte:<br />

Às 18h 30min, chegada dos primeiros auxiliares, que se vão<br />

dirigindo imediatamente ao estrado, tomando a cabeceira e o fecho da<br />

mesa um diretor ou auxiliar integrados na disciplina, previamente<br />

designados pelo presidente efetivo.<br />

Todos se deverão manter em completo silêncio, irradiando<br />

mentalmente às Forças Superiores ou lendo livros da Doutrina ou<br />

Comunicações do Astral Superior que serão postos, antes, no centro da<br />

mesa, e retirados, depois da entrada dos componentes das Correntes na<br />

sala própria.<br />

Este mesmo critério deverá ser observado em todas as demais<br />

Sessões, apenas variando os horários.<br />

Às 18h 55min, com os portões fechados, o presidente dá três sinais,<br />

seguidos, de campainha, e uma e mais duas pancadas leves com o dorso<br />

do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A. Em seguida,<br />

são preferidas três irradiações B, intercaladas por duas pancadas com o pé<br />

e duas com a ponta do bastão, procedendo-se ao sacudimento, que é feito<br />

por dois auxiliares. Findas as três irradiações, o presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz outra<br />

irradiação B.<br />

O presidente dá duas pancadas com o dorso do bastão, e os<br />

auxiliares retiram-se para os seus postos, ficando em seus lugares,<br />

sentados, os que ocuparem a cabeceira e o fecho, e aqueles que fizerem<br />

parte das correntes.<br />

Às 19 horas, dão-se três sinais de campainha, abrem-se os portões e<br />

começa-se a receber o público. Dessa hora em diante, até o fim da Sessão,<br />

os diretores e auxiliares podem, apenas, trocar frases ligeiras acerca do<br />

andamento e regularidade dos serviços.<br />

Abertos os portões, o público vai sendo conduzido aos lugares<br />

indicados. Os assistentes que quiserem podem tomar água fluídica, antes<br />

de se sentarem. As pessoas perturbadas são colocadas nas proximidades<br />

do estrado, em lugar próprio, previamente reservado, onde permanecerão<br />

sob as vistas e os cuidados de um ou mais auxiliares atentos.<br />

As mães, com crianças de colo, devem ficar com elas, de preferência<br />

em lugares de fácil acesso aos banheiros; para a mesa, vão somente duas<br />

pessoas perturbadas, que são colocadas nas cabeceiras próprias, depois de<br />

ocuparem os seus lugares os participantes escolhidos para as correntes, ou<br />

antes, em caso de absoluta necessidade, a juízo dos diretores. Os<br />

assistentes tomam assento em prosseguimento à meia-corrente, no estrado,<br />

depois de organizada a corrente da mesa.<br />

116


117<br />

Às 19h 30min, o presidente dá três sinais, seguidos, de campainha e<br />

uma e mais duas pancadas leves com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A. Em seguida,<br />

o fecho faz três irradiações B, intercaladas por duas pancadas com o pé do<br />

bastão, e, finalmente, o presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B, dando o presidente, a seguir, duas pancadas com o dorso do<br />

bastão.<br />

Ato contínuo, os médiuns femininos que estão sentados à mesa<br />

levantam-se e recolhem-se à sala das correntes, onde aguardam, em<br />

meditação espiritual ou lendo o livro <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> ou outras obras<br />

editadas pelo Centro Redentor, o momento de organizarem as correntes.<br />

Os médiuns femininos que chegarem, involuntariamente, depois<br />

dessa hora, (e até às 19h 40min) aproximam-se da mesa, do lado esquerdo<br />

ou direito do presidente, (depende da colocação da sala das correntes),<br />

onde ficam em pé, e este diz:<br />

— Ao Astral Superior — e faz, em voz baixa, duas irradiações B,<br />

seguidas, terminadas as quais dá duas pancadas leves com o dorso do<br />

bastão, para se recolherem à sala, onde já se encontram os demais.<br />

Os auxiliares que forem chegando depois das 19 e até às 19h 45min<br />

vão diretamente à mesa, onde, em pé e com as mãos apoiadas sabre ela,<br />

fazem, mentalmente, duas irradiações B ao Astral Superior, para poderem<br />

dar início ao cumprimento dos seus deveres.<br />

Às 19h 40min, o presidente dá três sinais de campainha para<br />

anunciar a próxima organização da corrente.<br />

Às 19h 45min, o presidente dá mais três sinais de campainha e duas<br />

pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz duas irradiações B,<br />

intercaladas com duas pancadas com o pé do bastão; em seguida, o<br />

presidente dá duas pancadas com o dorso do bastão e os que estiverem à<br />

mesa levantam-se e se dirigem, com o presidente efetivo, à frente, à sala<br />

de formação das correntes, em ordem, onde tomam lugar à mesa nas<br />

posições ocupadas na Sessão anterior, ficando em pé com as mãos<br />

apoiadas sobre esta, exceção feita ao primeiro médium da direita e ao<br />

primeiro da esquerda, que se sentam; os médiuns e os esteios que não<br />

participaram da corrente da Sessão anterior, ficam ao lado, isolados da<br />

mesa; caso, porém, os da corrente da Sessão anterior sejam menos de oito,<br />

este número deverá ser preenchido com os que estiverem à margem, como<br />

excedentes. A seguir, com o presidente efetivo na cabeceira da mesa, este<br />

dá dois sinais com o pé do bastão e diz:<br />

— Aos nossos (cita os nomes dos dois organizadores astrais das<br />

correntes) — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O médium da esquerda escreve a relação que lhe for intuída das<br />

pessoas que tomarão parte na primeira corrente, na ordem das respectivas<br />

posições, e o presidente lê essa relação, para que todos tomem os lugares<br />

indicados.<br />

Em seguida, como houve movimentação e quebra do silêncio, o<br />

presidente diz:<br />

— Concentrem-se todos bem — apresentando, logo após, o verso<br />

da folha de papel ao médium da direita, que passa a escrever, na devida<br />

ordem, os nomes dos componentes da segunda corrente que lhe forem<br />

intuídos. Se houver, apenas, um médium desenvolvido para receber o<br />

Astral Superior, ele toma a cadeira à direita do presidente, organizando a<br />

primeira corrente e, depois, a segunda. (Vide página 113, desta edição).<br />

O presidente, depois, diz:<br />

— Ao nosso ou aos nossos (cita o nome ou os nomes dos<br />

organizadores astrais das correntes) — e o fecho faz a irradiação B. Em<br />

seguida, o presidente lê os nomes da segunda relação, dá duas pancadas<br />

com o dorso do bastão, a corrente sai da sala para tomar lugar à mesa do<br />

estrado, nas posições indicadas na segunda relação, enquanto os<br />

excedentes vão prestar a sua cooperação onde os diretores determinarem.<br />

Às 19h 55min, o presidente dá um sinal de campainha, para governo<br />

dos auxiliares.<br />

Às 19h 58mirn, dá um segundo sinal (também de campainha) para<br />

prevenir que todos se devem preparar para as irradiações.<br />

Às 20 horas em ponto, com o primeiro badalar do relógio, o<br />

presidente, em pé, dá um terceiro sinal de campainha; um auxiliar regula a<br />

iluminação do estrado, enquanto o presidente dá uma pancada e, em<br />

118


119<br />

seguida, mais duas com o dorso do bastão, para marcar o início da Sessão.<br />

Nesse instante são fechados os portões, todos ficam onde estão, em<br />

absoluto silêncio, enquanto o presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e faz a irradiação A. Terminada esta, o<br />

presidente diz:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral, está aberta a<br />

Sessão. — E, em seguida: — Ao nosso Presidente Astral (cita o nome)<br />

— e faz a irradiação B.<br />

O presidente dá um sinal prolongado de campainha, abrem-se<br />

novamente os portões, momento em que dá duas pancadas com o pé do<br />

bastão para o fecho iniciar a série de irradiações B, sempre intercaladas<br />

por duas pancadas com o pé do bastão, e faz-se o sacudimento por três<br />

vezes, simultaneamente, à mesa e no semicírculo do estrado. O toque de<br />

campainha, porém, cessa, quando os auxiliares das extremidades do<br />

semicírculo, fazendo o sacudimento, se encontram, pela primeira vez, no<br />

centro da meia-corrente. O sacudimento prossegue, por mais duas vezes,<br />

com a campainha já em silêncio.<br />

Às 20h 10min, o presidente dá um sinal de campainha e são<br />

fechadas as entradas; dá, em seguida, duas pancadas leves com a ponta do<br />

bastão, para indicar que um dos médiuns pode transmitir. Finda a<br />

exposição doutrinária do presidente, motivada pela manifestação<br />

transmitida por aquele médium, seguem-se duas pancadas com o pé do<br />

bastão, e o fecho faz uma irradiação B; depois, mais duas pancadas com a<br />

ponta do bastão, e qualquer médium transmite a intuição que receber;<br />

assim devem continuar estes trabalhos até, aproximadamente, às 20h<br />

40min, sem que o presidente se veja obrigado a interromper,<br />

abruptamente, a tese doutrinária que estiver desenvolvendo, devendo<br />

arrematá-la, no entanto, dentro de 5 minutos, para, às 20h 45min, poder<br />

manifestar-se o Presidente Astral (ou outro espírito do Astral Superior) por<br />

intermédio do médium da direita do presidente.<br />

Durante as manifestações dadas até às 20h 40min, se algum espírito<br />

der o seu nome, o presidente diz: — Pelo espírito de (cita o nome dado),<br />

dá duas pancadas com o pé do bastão e o fecho prefere a irradiação B.<br />

Às 20h 45min, o presidente encerra a sua preleção, se estiver<br />

doutrinando, e diz: — Concentrem-se todos bem, passando o primeiro<br />

médium da direita a receber e transmitir a comunicação do Astral<br />

Superior, finda a qual dá o nome do Espírito Superior que se manifestou, e<br />

transmite a determinação do Presidente Astral para o encerramento da<br />

Sessão. A manifestação do Astral Superior terá a duração de oito ou no<br />

máximo 10 minutos. O presidente, então, diz: — Ao nosso (cita o nome<br />

transmitido pelo médium), dá duas pancadas com o pé do bastão e o fecho<br />

faz a irradiação B; em seguida, duas pancadas com o pé do bastão e mais<br />

duas, sucessivamente, com a ponta do bastão, para determinar o<br />

sacudimento no estrado, simultaneamente com o proferimento, pelo fecho,<br />

da irradiação B; repete-se, por três vezes, esta disciplina e, por fim, o<br />

presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior, e faz, ele próprio, a irradiação B.<br />

Torna o presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral, e faz também a irradiação B.<br />

Termina o presidente: — Por determinação do nosso Presidente<br />

Astral (cita o nome) está encerrada a Sessão. A seguir dá duas pancadas<br />

com o dorso do bastão, um toque de campainha, e senta-se ou continua em<br />

pé. Abrem-se os portões, aumenta-se a claridade, e os auxiliares<br />

promovem a sa’lda da assistência, na forma disciplinar, sem que as alas<br />

masculina e feminina se misturem no recinto.<br />

Depois de se estarem encaminhando para a saída os assistentes, o<br />

presidente dá duas pancadas com a ponta do bastão para a saída das duas<br />

alas do semicírculo do estrado. Tão logo saiam estas duas alas, o<br />

presidente dá mais duas pancadas com a ponta do bastão para saírem os<br />

dois obsedados, que devem ser entregues aos membros da família ou<br />

acompanhados até à saída por auxiliares. Finalmente, o presidente dá duas<br />

pancadas com o dorso do bastão e retiram-se os componentes da corrente<br />

e meia-corrente, juntamente com os demais auxiliares.<br />

120


SESSÕES PARTICULARES *<br />

A) DE DESDOBRAMENTO - às terças e quintas-feiras, à noite.<br />

121<br />

O bom resultado dessas sessões depende da forte concentração e da<br />

grande boa-vontade dos médiuns e dos esteios.<br />

Aquele, portanto, que durante o dia não se tenha conduzido<br />

disciplinarmente na vida material, subordinando todos os seus atos aos<br />

princípios de moderação e justiça, não estará em condições de assisti-las,<br />

pois a vida material, para ser bem vivida, tem de caminhar a par da<br />

espiritual.<br />

Qualquer médium ou esteio que durante os trabalhos quebrar a<br />

concentração pelo sono, não deverá voltar a participar dos trabalhos até<br />

demonstrar que se corrigiu e colocou-se em condições.<br />

Os médiuns principiantes não se desdobram nas primeiras sessões,<br />

limitando-se a observar como se desdobram os mais antigos; depois<br />

começam a receber o astral inferior, sem se desdobrar, e quando se<br />

julgarem em condições de transmitir as intuições dos espíritos<br />

perturbados, participam do desdobramento, acompanhando a ordem<br />

normal dos trabalhos.<br />

As Sessões de Desdobramento são as de maior resultado para a<br />

humanidade em geral, pois, firmados nas correntes das Casas<br />

Racionalistas Cristãs, os Espíritos Superiores vão a qualquer parte do<br />

planeta libertar das garras do astral inferior indivíduos ou corporações.<br />

É por este meio que os Espíritos Superiores procuram amenizar a<br />

existência de governantes e governados, beneficiando enfermos cuja causa<br />

seja a obsessão, e livrando-os, muitas vezes, da desencarnação prematura.<br />

É para tão alto fim que o Astral Superior estabelece a sua corrente<br />

fluídica.<br />

O espírito do médium, ao desdobrar-se, segue com o Astral Superior,<br />

continuando ligado ao corpo carnal por cordões fluídicos.<br />

* Não há Sessão Particular na noite de terça-feira de carnaval.<br />

Isto é necessário, porque os Espíritos Superiores não podem penetrar<br />

num meio deletério, materializado, repleto de correntes más, enquanto que<br />

o espírito do médium, com o seu corpo astral, pode estar em contato com<br />

os espíritos perturbados que constituem essas más correntes.<br />

São os espíritos do Astral Superior que, utilizando-se dos espíritos<br />

dos médiuns, arrebatam os obsessores e os conduzem à corrente fluídica, e<br />

daí para o Espaço Superior.<br />

Às 19 horas, com três sinais de campainha e os portões e as portas<br />

de entrada fechados, o presidente dá uma e mais duas pancadas com o<br />

dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A e mais três<br />

irradiações B, acompanhadas de sacudimento e intercaladas de duas<br />

pancadas com o pé e duas com a ponta do bastão.<br />

A seguir, diz o presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — o fecho faz a<br />

irradiação B. Terminada esta, o presidente dá duas pancadas com o dorso<br />

do bastão e saem os auxiliares para os seus postos, ficando em seus<br />

lugares, sentados, os auxiliares de cabeceira, do fecho e mais os que fazem<br />

parte das correntes.<br />

Às 19h 30min, com os médiuns e esteios presentes, o presidente faz<br />

soar a campainha com três sinais curtos, dá uma e mais duas pancadas,<br />

com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A; terminada<br />

esta, o presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, e o fecho faz a<br />

irradiação B, repetindo-a, com o intercalamento das duas pancadas com o<br />

pé do bastão, por mais duas vezes. O presidente diz, então:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B, dando o presidente, em seguida, duas pancadas leves com o<br />

dorso do bastão. Os médiuns femininos levantam-se e recolhem-se à sala<br />

das correntes, onde ficam em silêncio e preparo mental para o fiel<br />

desempenho das suas atribuições. Os esteios e os médiuns masculinos<br />

mantêm-se sentados à mesa do estrado.<br />

Os médiuns que chegarem depois das 19h 30min e até às 19h 35min,<br />

encostam-se à cabeceira da mesa do estrado, e o presidente faz duas<br />

122


123<br />

irradiações B em voz baixa, recolhendo-se, eles também, à sala das<br />

correntes.<br />

Às 19h 40min, o presidente dá três toques de campainha para<br />

determinar o fechamento da porta ou portão de acesso ao recinto, e duas<br />

pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B; o presidente<br />

dá duas pancadas com o pé do bastão, e o fecho faz mais uma irradiação<br />

B; em seguida, o presidente dá duas pancadas com o dorso do bastão e<br />

todos se levantam, seguindo para a sala da organização das correntes,<br />

onde se dispõem em torno da mesa, nas posições ocupadas na Sessão<br />

anterior, ficando em pé, com as mãos apoiadas sobre ela, exceção feita aos<br />

dois médiuns da direita e da esquerda, que se sentam; os médiuns e esteios<br />

que não participaram da corrente da Sessão anterior, ficam ao lado,<br />

isolados da mesa; caso porém os componentes da corrente da Sessão<br />

anterior sejam menos de oito, esse número deverá ser preenchido com os<br />

que estiverem presentes, com excedentes.<br />

O presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Aos nossos (cita os nomes dos dois organizadores astrais das<br />

correntes) — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O médium da esquerda escreve a relação dos que vão tomar parte na<br />

primeira corrente, na ordem das respectivas posições, e o presidente faz a<br />

leitura dessa relação para que as pessoas escolhidas tomem os lugares<br />

indicados. Em seguida, como houve movimentação e quebra do silêncio, o<br />

presidente diz: — Concentrem-se todos bem, passando o médium da<br />

direita a escrever, no verso da folha que o presidente lhe entrega, na ordem<br />

que lhes forem intuídos, os nomes dos componentes da segunda corrente.<br />

Tanto o médium da esquerda, quanto o da direita, escrevem, abaixo do<br />

fecho, o nome do organizador astral da corrente. Terminada a leitura, o<br />

presidente diz:<br />

— Aos nossos (cita os nomes dos dois espíritos organizadores das<br />

correntes), e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente lê os nomes dos escolhidos para a corrente, dá duas<br />

pancadas com o dorso do bastão e encaminham-se todos para a mesa do<br />

estrado, tomando os seus devidos lugares.<br />

Sentadas à mesa as pessoas escolhidas, o presidente dá uma e mais<br />

duas pancadas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior, e o fecho faz a irradiação A. Terminada<br />

esta, o presidente diz:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral, está aberta a<br />

Sessão. E depois:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome), e o fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

Finda a irradiação, o presidente dá duas pancadas com o pé do<br />

bastão, o fecho faz a irradiação B e os auxiliares das extremidades<br />

sacodem a meia-corrente, por três vezes, com intercalação das irradiações<br />

proferidas pelo fecho, em fiel obediência aos sinais dados pela<br />

presidência; em seguida são sacudidos todos os componentes da mesa,<br />

também por três vezes, exceto o presidente e o fecho. Havendo auxiliares<br />

em número suficiente no estrado, sacodem-se, ao mesmo tempo, as<br />

pessoas da mesa e do estrado.<br />

Terminado o sacudimento, o presidente continua dando duas<br />

pancadas com o pé do bastão e o fecho fazendo a irradiação B, até que o<br />

mostrador do relógio marque 20 horas, quando então o presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior, e o fecho faz a irradiação B, ao fim da qual<br />

o presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral, e o fecho faz a irradiação B.<br />

Terminada essa irradiação, o presidente diz:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral, (cita o nome)<br />

está encerrada a sessão. Dá duas pancadas com o dorso do bastão.<br />

A seguir, o presidente dá duas pancadas com o pé do bastão e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

Prossegue o presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho repete a<br />

irradiação B.<br />

O presidente diz:<br />

124


125<br />

— Os médiuns desdobrem-se. Concentrem todos bem, e dá duas<br />

pancadas com a ponta do bastão.<br />

Em obediência a essa determinação, os médiuns cruzam os braços e<br />

debruçam-se sobre a mesa, enquanto os esteios permanecem firmes nas<br />

suas posições À medida que os médiuns forem prestando o serviço de<br />

desdobramento (para o que gastam um minuto aproximadamente), erguem<br />

o busto; e logo que o presidente notar que mais da metade deles se<br />

desdobrou, dá duas pancadas com o pé do bastão e os demais médiuns<br />

também levantam o busto, fazendo o fecho a irradiação B. Finda esta, o<br />

presidente dá duas pancadas com a ponta do bastão e os médiuns retornam<br />

à posição indicada, para se desdobrarem; este trabalho se repete até às 20h<br />

25min, quando, após a irradiação B, feita pelo fecho, o presidente diz:<br />

— Não se desdobrem, e dá duas pancadas com o pé do bastão para<br />

o fecho proferir a irradiação B.<br />

Em prosseguimento, dá duas pancadas com a ponta do bastão e os<br />

médiuns, um a um, dão oportunidade aos espíritos inferiores de se<br />

manifestarem, para serem convenientemente doutrinados pelo presidente;<br />

ao fim de cada doutrinação, o presidente dá duas pancadas com o pé do<br />

bastão e o fecho faz a irradiação B, até às 20h 30min, quando o presidente<br />

dá duas pancadas com o pé do bastão e duas com a ponta, a fim de todos<br />

serem sacudidos por três vezes, enquanto o fecho faz três irradiações B,<br />

intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão e duas com a ponta,<br />

encerrando-se os trabalhos da seguinte maneira:<br />

Presidente: — Ao Astral Superior — o fecho faz a irradiação B.<br />

Presidente: — Ao nosso Presidente Astral — o fecho faz mais uma<br />

irradiação B.<br />

Presidente: — Por determinação do nosso Presidente Astral (cita<br />

o nome) está encerrada a Sessão. Dá duas pancadas com o dorso do<br />

bastão, os médiuns vão a água, terminada esta, todos se retiram, inclusive<br />

os auxiliares sentados na meia-corrente.<br />

Nas Filiais onde exista somente um médium habilitado para a<br />

formação das correntes, este, sentado na primeira cadeira do lado direito<br />

do presidente, organiza a primeira corrente, e depois a segunda,<br />

B) DOUTRINAÇÃO ÀS QUINTAS-FEIRAS - realizada, somente,<br />

na Casa-Chefe.<br />

Logo após a Sessão de Desdobramento, e com a mesma corrente,<br />

recolhem-se todos à sala das correntes, colocando-se em redor da caixa de<br />

Água Fluídica, onde ficam sentados o presidente, os médiuns e os esteios,<br />

em fiel obediência à corrente saída do es trado. As demais pessoas tomam<br />

lugar à mesa da organização das correntes. Todos sentados, o presidente<br />

dá uma e mais duas pancadas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — proferindo, ele próprio, a irradiação A.<br />

O presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome), e faz a irradiação B.<br />

O presidente pede concentração, e em seguida os médiuns,<br />

principiando geralmente pelo primeiro da direita, transmitem as<br />

comunicações doutrinárias do Astral Superior, as quais uma vez<br />

terminadas, o Presidente Astral, por intermédio do primeiro médium da<br />

direita, determina o encerramento da Sessão, que é feito como se segue:<br />

O presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e faz a irradiação B.<br />

O presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral — e repete a irradiação B. Em<br />

seguida diz:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral (cita o nome),<br />

está encerrada a Sessão. Dá duas pancadas com o dorso do bastão, e<br />

todos se levantam e retiram do edifício.<br />

C) SEGUNDO SÁBADO PELA MANHÃ<br />

À medida que forem chegando os auxiliares e diretores,<br />

encaminham-se, imediatamente, ao estrado, onde diretores ou (na falta<br />

deles), auxiliares integrados na disciplina assumem a cabeceira e o fecho,<br />

seguindo-se a disciplina constante do primeiro parágrafo de Disciplinas<br />

nas Sessões Públicas. (Página 115).<br />

126


127<br />

Às 7h 15min, o presidente dá três sinais de campainha e uma e mais<br />

duas pancadas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A.<br />

A cada duas pancadas com o pé do bastão e duas com a ponta,<br />

precedendo cada irradiação, o fecho faz três irradiações B, enquanto dois<br />

auxiliares, previamente escalados, procedem ao sacudimento. A seguir,<br />

diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B; dá duas pancadas com o dorso do bastão, e os demais<br />

auxiliares assumem os seus postos. Daí por diante, vão chegando os outros<br />

auxiliares que, antes de começarem a trabalhar, encostam-se à mesa do<br />

estrado para fazerem mentalmente duas irradiações B, na forma<br />

disciplinar.<br />

As irradiações das 7h 15min são destinadas, exclusivamente, aos<br />

diretores e auxiliares, e uma vez terminadas, serão abertos os portões para<br />

a entrada de pessoas previamente autorizadas a assisti-las.<br />

Às 7h 45min, dá três toques de campainha e uma e mais duas<br />

pancadas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A e três<br />

irradiações B, sempre intercaladas com duas pancadas com o pé do<br />

bastão.<br />

Prossegue quem está na cabeceira:<br />

— Ao nosso Presidente Astral, (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

O presidente dá duas pancadas leves com o dorso do bastão e todos<br />

os médiuns femininos se levantam, recolhendo-se à sala de formação das<br />

correntes<br />

Às 7h 50min, dá três sinais de campainha e duas pancadas com o pé<br />

do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — fazendo o fecho a irradiação B; dá, a<br />

seguir, duas pancadas com o pé do bastão, e o fecho repete a mesma<br />

irradiação. O presidente dá duas pancadas leves com o dorso do bastão e<br />

todos os da mesa se levantam e seguem atrás do presidente, para a sala da<br />

organização das correntes, onde tomam lugar em torno da mesa, de acordo<br />

com a disciplina.<br />

O presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Aos nossos (cita os nomes dos dois organizadores das correntes),<br />

e o fecho faz a irradiação B.<br />

O médium da esquerda escreve os nomes dos componentes da<br />

primeira corrente e passa o papel ao presidente; este faz a leitura, e todos<br />

se colocam nas posições indicadas; o presidente pede que se concentrem<br />

todos bem, e passa o papel ao médium da direita, que escreve, no verso da<br />

mesma folha, a relação dos componentes da segunda corrente que lhe é<br />

intuída. O presidente recebe essa segunda relação, e diz:<br />

— Aos nossos (repete os nomes dos dois organizadores das<br />

correntes), — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente lê, a seguir, a relação dos nomes, e no final dá duas<br />

pancadas com o dorso do bastão e todos seguem para o estrado, onde se<br />

colocam à mesa, nas posições indicadas na segunda relação.<br />

Às 8 horas, o presidente dá um sinal de campainha, uma pancada e<br />

mais duas com o dorso do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação A; depois, diz o<br />

presidente:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral, está aberta a<br />

Sessão. Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B. Seguem-se as irradiações B por cinco minutos, intercaladas<br />

de duas pancadas com o pé do bastão, sendo que durante as três primeiras<br />

faz-se o sacudimento no estrado.<br />

Às 8h 07min, suspendem-se as irradiações e estabelece-se completo<br />

silêncio no recinto para que todos se concentrem e meditem sobre assuntos<br />

espirituais e doutrinários, ou irradiem, mentalmente, às Forças Superiores.<br />

Às 8h 10min, o presidente passa a ler duas comunicações<br />

previamente escolhidas, sempre da Casa Chefe, uma de Luiz de Mattos e<br />

outra de Antonio Cottas, e depois de comentar o que foi lido, dá duas<br />

pancadas com o pé do bastão e mais duas com a ponta, e os auxiliares<br />

sacodem, por três vezes, as pessoas da meia-corrente e as da mesa, de<br />

128


129<br />

conformidade com a disciplina. O presidente, dá, por mais três vezes, duas<br />

pancadas com o pé do bastão, e o fecho, em cada um desses sinais, faz a<br />

irradiação B. Terminada a terceira irradiação, o presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B. O presidente<br />

diz: — Ao nosso Presidente Astral — e o fecho volta a fazer a irradiação<br />

B; o presidente então diz: — Por determinação do nosso Presidente<br />

Astral (cita o nome), está encerrada a Sessão. Dá duas pancadas com o<br />

dorso do bastão, e todos se retiram do edifício.<br />

D) SEGUNDO SÁBADO DE CADA MÊS<br />

NAS FILIAIS:<br />

Até às 8h 10min, os trabalhos se processam normalmente. Nessa<br />

hora, faz o presidente a leitura de duas comunicações, uma de Luiz de<br />

Mattos e outra de Antonio Cottas, enviadas pela Casa Chefe. Em seguida,<br />

comenta o que foi lido, sendo-lhe facultado falar sobre os Princípios<br />

Doutrinários. Às 8h 25min, o presidente dá duas pancadas com o pé do<br />

bastão e mais duas com a ponta do mesmo, e os auxiliares sacodem, por<br />

três vezes, as pessoas da meia-corrente e as da mesa, de conformidade<br />

com a disciplina. O presidente dá, por mais três vezes, duas pancadas com<br />

o pé do bastão, e o fecho faz a irradiação B. Terminada a terceira<br />

irradiação, o presidente diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral — e o fecho faz a irradiação B.<br />

O presidente diz, finalmente:<br />

— Por determinação do nosso Presidente Astral (cita o nome),<br />

está encerrada a Sessão. Dá duas pancadas com o dorso do bastão e<br />

todos os que não trabalham na Casa se retiram do recinto.<br />

Tendo permanecido, apenas, os auxiliares e os diretores, e já<br />

fechados os portões, o presidente dá três sinais de campainha e diz:<br />

— Vamos dar início à leitura de algumas doutrinações<br />

transmitidas na Casa Chefe, assim como uma circular (ou circulares se<br />

forem mais de uma, no caso de as haver recebido).<br />

Terminada a leitura, o presidente ventilará, se necessário, quaisquer<br />

assuntos de ordem disciplinar (nunca, em nenhuma hipótese, de natureza<br />

material), para que tudo na Filial seja feito como na Casa Chefe,<br />

permitindo a qualquer diretor ou auxiliar que se manifeste sobre a<br />

disciplina.<br />

Por fim, o presidente diz: — Vamos encerrar a Sessão de Leitura.<br />

Em seguida dá duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

130


131<br />

Torna o presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho repete a<br />

irradiação B. O presidente diz: — Está encerrada a Sessão.<br />

REUNIÃO DO DIRETÓRIO (sempre no segundo sábado de cada<br />

mês) * :<br />

Cinco minutos depois, todos os membros do Diretório e da Junta<br />

Cooperativa voltam a sentar-se à mesa, onde já estão os Livros de<br />

Presença e de Atas, e a pasta do Expediente contendo material de interesse<br />

da Casa, a ser discutido e apreciado nessa reunião. Na Casa Chefe, estarão<br />

presentes também os membros dos Conselhos Superiores e Fiscal.<br />

Tendo todos assinado o Livro de Presença, o presidente diz:<br />

*<br />

Assuntos pertinentes ao exercício da mediunidade só com os médiuns por serem<br />

extremamente delicados, deverão ser tratados, pelo presidente, em reunião<br />

previamente designada por este. O presidente deverá tanto quanto possível falar em<br />

tese sobre o assunto que o levou a fazer a convocaçãó, abstendo-se de referências<br />

pessoais, e recomendando, com empenho, a leitura deste livro e, mais especialmente,<br />

os Capítulos que se referem à mediunidade e à obsessão, bem como a obra básica da<br />

Doutrina.<br />

Nessas reuniões, o presidente deverá insistir na necessidade de se manterem<br />

eles rigorosamente dentro dos princípios disciplinares da Doutrina, para evitar a ação<br />

do astral inferior, a que ficam sujeitos, como pessoas de maior sensibilidade, quando<br />

os infrigem.<br />

Se o presidente tiver necessidade de chamar a atenção de algum médium, em<br />

particular, sobre assunto disciplinar, deverá solicitar a sua presença no estrado.<br />

É facultada, em caráter excepcional, a alternativa de se realizarem em qualquer<br />

outro horário e dia do mês, inclusive aos domingos, as reuniões mensais com sessão de<br />

Limpeza Psíquica previstas para os segundos sábados, isto na hipótese de localidades<br />

e países em geral, onde não se adote o sistema de trabalho da chamada semana<br />

inglesa, locais, portanto, onde os sábados são considerados como dias úteis com<br />

atividades laborativas normais, circunstância esta que redunda em dificuldades para o<br />

comparecimento de todos os companheiros. Todavia, fica bem claro que, seja qual for<br />

o dia e horário adotados, é rigorosamente obrigatória a realização uma vez por mês<br />

das referidas reuniões e sessão de limpeza psíquica, dentro do esquema disciplinar<br />

determinado, ou seja: inicialmente, a sessão de limpeza psíquica; em seguida, a<br />

reunião de leitura de comunicações doutrinárias; e, finalmente, a reunião do Diretório.<br />

— Ao Astral Superior — e aquele que estiver no fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

O presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e é feita outra<br />

irradiação B pelo fecho, finda a qual, o presidente diz:<br />

— Está aberta a reunião. O Senhor Secretário vai ler a ata da<br />

reunião anterior. Passa-se, então, ao que se segue:<br />

a) leitura do expediente;<br />

b) ordem do dia;<br />

c) assuntos de interesse geral.<br />

As soluções de caráter administrativo ou disciplinar serão decididas<br />

pela maioria dos diretores presentes e dos membros da Junta Cooperativa,<br />

cabendo ao presidente o voto de desempate<br />

Nas Filiais e Correspondentes, o Diretório poderá adotar medidas<br />

para solucionar casos imprevistos, desde que não constituam norma<br />

regulamentar de trabalho em desacordo com as instruções contidas neste<br />

livro.<br />

Os membros do Diretório e da Junta Cooperativa, como pessoas<br />

educadas e esclarecidas que são, não deverão nunca levar as discussões<br />

para o terreno das ofensas pessoais. Os debates deverão ser feitos de<br />

maneira respeitosa, serena e cavalheiresca, para que ninguém se sinta<br />

diminuído ou ressentido com palavras ríspidas ou impróprias de quem se<br />

honra de ser racionalista cristão.<br />

ENCERRAMENTO:<br />

O presidente dá duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz uma e mais três irradiações<br />

B, intercaladas por duas pancadas com o pé do bastão, dadas pelo<br />

presidente.<br />

O presidente diz:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome) — e o fecho faz a<br />

irradiação B, finda a qual o presidente conclui:<br />

132


133<br />

— Está encerrada a reunião. Dá duas pancadas com o dorso do<br />

bastão e todos se retiram.<br />

E) NA CASA CHEFE:<br />

Até às 8h 10min, a prática disciplinar decorre como no segundo<br />

sábado de cada mês. Nessa hora, faz o presidente a leitura de uma<br />

doutrinação de Luiz de Mattos e outra de Antonio Cottas, finda a qual<br />

comenta, com elevação, o que foi lido.<br />

Processa-se, como nas Filiais, o encerramento da Sessão, retiram-se<br />

os que não forem auxiliares e, fechadas novamente as entradas, o<br />

presidente dá três sinais de campainha, e diz:<br />

— Vamos dar início à leitura de algumas doutrinações<br />

transmitidas durante o mês passado.<br />

O presidente passa a ler as doutrinações que disserem respeito à<br />

disciplina, para maior alertamento dos auxiliares, e outras mais.<br />

Finda essa leitura, ventilará, se necessário, quaisquer assuntos<br />

relacionados com a disciplina regulamentar, tornando franca a palavra, e<br />

termina essa parte dos trabalhos aproximadamente às 9 horas. Depois, dá<br />

duas pancadas com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — o fecho faz a irradiação B.<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome), e o fecho volta a fazer<br />

a irradiação B.<br />

O presidente então diz:<br />

— Está encerrada a Sessão, e dá duas pancadas com o dorso do<br />

bastão, retirando-se todos os que não forem diretores.<br />

Depois de um intervalo de cerca de dez minutos, todos voltarão a<br />

tomar assento à mesa para a reunião do Diretório e Conselhos Superior e<br />

Fiscal. Cada qual ocupando o seu lugar, o presidente dá duas pancadas<br />

com o pé do bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior, e o diretor que estiver no fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome, diz o presidente) e o<br />

fecho faz a irradiação B.<br />

Esta reunião levará o tempo necessário, a juízo do presidente, e tem<br />

a pauta comum às sociedades civis.<br />

Para encerrar a reunião, o presidente dá duas pancadas com o pé do<br />

bastão, e diz:<br />

— Ao Astral Superior — e o fecho faz a irradiação B.<br />

Volta o presidente:<br />

— Ao nosso Presidente Astral (cita o nome), e o fecho faz a<br />

irradiação B.<br />

O presidente diz:<br />

— Está encerrada a reunião. Dá duas pancadas com o dorso do<br />

bastão, e todos se retiram do edifício.<br />

134


CONCLUSÃO<br />

135<br />

O objetivo desta obra é facilitar a compreensão da vida e demonstrar<br />

a necessidade imperiosa de cada qual pautar a sua conduta terrena em<br />

moldes racionais e cristãos.<br />

Do bom aproveitamento da existência neste mundo ninguém se deve<br />

afastar, nem mesmo por um instante. É possível descobrir algo de útil para<br />

fazer em todo lugar e em qualquer tempo. A consciência, para isso, precisa<br />

estar alerta, e a boa disposição bem cultivada. As oportunidades vão e<br />

vêm, a cada passo, embora muitas vezes passem despercebidas, por falta<br />

de educação espiritual.<br />

Neste livro, se lido com atenção e interesse, encontra o leitor um<br />

manancial de sugestões orientadoras, de efeito prático. São escritos que se<br />

aplicam aos militantes da Doutrina e a todos os que absorveram os seus<br />

ensinamentos através, principalmente, da leitura das obras —<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e A Vida Fora da Matéria.<br />

Assim como na escola o bom aluno vive atento às recomendações do<br />

mestre e procura manter em dia as suas lições para bem aproveitar o curso,<br />

também na vida prática precisa o ser humano, que é sempre aluno, não se<br />

descuidar das importantes lições que a vida oferece, para não ter de repetir<br />

o ano que, neste caso, seria a repetição do ciclo terreno.<br />

Ouvir as lições do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e não as pôr em prática, é<br />

negligenciar uma tarefa do mais alto valor. Os que não lograram, nesta<br />

existência, a rara felicidade de aproximar-se da Doutrina, têm justificativa<br />

para não proceder exatamente como ela recomenda, mas os que a<br />

conheceram e, indolentemente, permaneceram alimentando erros,<br />

incorrem numa falta de penosas conseqüências.<br />

Quando as práticas Racionalistas Cristãs não puderem, numa<br />

caminhada da vida, transformar para melhor, na medida desejada, as<br />

condições terrenas, essa transformação se dará, fatalmente, ainda nesta ou<br />

nas encarnações futuras. Não há razão para se perderem as esperanças. O<br />

período de uma encarnação é como uma gota de água no oceano, em<br />

comparação com a vida eterna, a que todos estão sujeitos.<br />

Este livro, pois, presta mais uma valiosa ajuda àqueles que<br />

trabalham nas Casas Racionalistas Cristãs, que não se podem esquecer do<br />

quanto deles se espera em dedicação aos Princípios.<br />

A garantia dos trabalhos está na disciplina, no bom entendimento e<br />

na cordialidade que deverão reinar em todas as ocasiões. A união faz a<br />

força, e essa união (não só entre os auxiliares, mas entre estes e o Astral<br />

Superior) é e será a chave de todas as vitórias. Portanto, ninguém deverá<br />

dar o menor motivo para que ela sofra o mais leve arranhão e<br />

descontinuidade.<br />

Os atos das criaturas, todos registrados no éter, são conhecidos,<br />

amplamente, pelas Forças Superiores, com mais razão os daqueles que<br />

servem como auxiliares da Instituição. Não pode haver dúvida de que<br />

todos têm o máximo empenho em demonstrar fidelidade à Causa, mas<br />

para isso há necessidade de porem em prática os ensinamentos difundidos<br />

nas obras racionalistas cristãs.<br />

Se o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> representa um alto valor para os seus<br />

militantes, muito mais o representa para o Astral Superior, que o concebeu<br />

e implantou no planeta. Trabalham no Espaço numerosos Espíritos da<br />

plêiade, em obediência a um programa bem traçado que visa à obtenção<br />

de resultados positivos na evolução da coletividade.<br />

Um dos valiosos pontos-de-apoio com que contam, é o conjunto dos<br />

servidores adestrados na disciplina imposta que laboram nas Casas<br />

Racionalistas Cristãs. Esse indispensável adestramento só será eficaz, se<br />

esses servidores estiverem imbuídos da necessidade de aprimorar os seus<br />

conhecimentos teóricos e práticos ministrados pela Doutrina.<br />

Para isso, é preciso ler, reler, meditar e pôr em prática o resultado<br />

dos estudos e observações.<br />

Este livro — é bom repetir — é um complemento das demais obras<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, utilíssimo para aqueles que não se querem<br />

limitar ao saber superficial, mas que, convictos da verdade que se explana,<br />

desejam colher os proveitos espirituais decorrentes da aplicação dos<br />

postulados estabelecidos. A obra é dos Espíritos Superiores. São eles,<br />

realmente, que intuem, inspiram e, em suas doutrinações especiais,<br />

recomendam as disciplinas coordenadoras.<br />

136


137<br />

A responsabilidade dos auxiliares exige que estes cumpram, sem<br />

vacilações, estas recomendações, para que as ocorrências cotidianas se<br />

processem sempre de maneira favorável. O merecimento de cada um está<br />

dentro dos limites da sua atuação nos atos da vida, de acordo com o que<br />

houver absorvido das lições condensadas nesta obra.<br />

Cumpre não esquecer que para serem bem atingidos os objetivos da<br />

vida, é preciso, primeiramente, planejar, estabelecer normas de conduta,<br />

desenvolver a faculdade criativa e não se limitar a fazer o que os outros<br />

fazem. Há necessidade de aprimorar a personalidade, de formar uma<br />

consciência própria — única maneira de fortalecer o modo de raciocinar e<br />

chegar a conclusões seguras.<br />

Os sectários decoram as proposições das seitas, pelo compromisso<br />

que têm de não duvidar das suas afirmativas. Esse processo produz um<br />

estado mecânico que leva o indivíduo a acreditar nas coisas, ainda que<br />

absurdas, sem raciocinar.<br />

A faculdade de raciocinar é um atributo que todos possuem para ser<br />

usado. E todo ser humano, como parte integrante que é da Inteligência<br />

Universal, tem, em estado latente, os mesmos atributos dessa Inteligência,<br />

devendo fazer todo esforço para os desabrochar e desenvolver. Entre esses<br />

atributos se encontra, precisamente, a faculdade de raciocinar. A prática<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, leva-o por esse caminho.<br />

Há uma Escola Filosófica denominada "<strong>Racionalismo</strong>", que não<br />

deve ser confundida com o "<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>". Aquela, é de fundo<br />

materialista, ao passo que este é eminentemente espiritualista. Estão,<br />

portanto, em posição diametralmente aposta. Por esta razão, diz-se sempre<br />

"<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>" e não simplesmente, "<strong>Racionalismo</strong>", quando se<br />

faz referência à Doutrina Racionalista Cristã.<br />

Embora a tendência dos seres seja a de simplificar os termos, essa<br />

simplificação não pode ser aplicada ao nome da Doutrina, para evitar<br />

confusões.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não tem qualquer ramificação, nem se<br />

assemelha às religiões ou a outras Doutrinas existentes na Terra; é uno e<br />

possui um só Código e uma só disciplina. Em todas as Casas<br />

Racionalistas Cristãs o processamento dos trabalhos é idêntico, nelas<br />

imperando os mesmos inalteráveis Princípios.<br />

Essa unidade é mantida com a mais escrupulosa observância, em<br />

rigoroso respeito às instruções e à direção do Astral Superior. Um<br />

presidente físico de uma Casa Racionalista Cristã poderá presidir os<br />

trabalhos em qualquer outra Casa Filial, que não se notará nenhuma<br />

discrepância no método e na disciplina adotados.<br />

Absorvidos os ensinamentos desta obra, não há necessidade de fazerse<br />

qualquer comentário sobre o seu conteúdo com pessoas estranhas à<br />

Doutrina, para evitar discussões e choques entre pontos-de-vista<br />

divergentes.<br />

As explanações doutrinárias são feitas, exclusivamente, nas Casas<br />

Racionalistas Cristãs. Procurem-nas os que estiverem interessados nos<br />

ensinos nelas difundidos. Poderão também ser dadas explicações por<br />

cartas, quando solicitadas. Não há quem não se possa pôr em contato com<br />

a Doutrina. As portas estão abertas, e o serviço postal à disposição da<br />

coletividade.<br />

Os que procuram espiritualizar-se, precisam agir movidos por si<br />

mesmos, já que é trabalho que tem de ser feito por iniciativa própria. A<br />

revelação do intento há de ser individual e espontânea, e as Forças<br />

Superiores têm ciência do que ocorre com as almas desejosas de evoluir e,<br />

não raro, favorecem aspirações progressistas e de feição espiritual.<br />

Num mundo tão tormentoso como este, em que os seres se<br />

movimentam num oceano de angústias e incertezas, incorrendo, a cada<br />

passo, em falhas de maior ou menor gravidade, nada mais acertado do que<br />

procurarem firmar-se em conhecimentos espirituais verdadeiros e práticos<br />

que os livrem de andar às escuras pelo caminho da vida.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, com os seus ensinos teóricos e práticos,<br />

oferece ao ser humano a melhor oportunidade de viver de maneira<br />

consciente e racional, realizando um seguro e eficiente programa de<br />

trabalho sem desperdícios, sem erros evitáveis, dentro do princípio de<br />

solidariedade e confraternização. É uma Doutrina esclarecedora,<br />

construtiva, moralista e purificadora, empenhada em restabelecer a<br />

Verdade nos conceitos espirituais da vida.<br />

A edição desta obra representa mais um esforço no sentido de<br />

oferecer subsídios capazes de contribuírem para o aprimoramento das<br />

qualidades psíquicas de cada militante da Causa, a fim de que, no<br />

138


139<br />

cumprimento dos seus relevantes encargos, sintam todos maior felicidade<br />

decorrente da ação bem desempenhada e da boa predisposição para o<br />

trabalho. Dentro das normas estipuladas neste conjunto, está a chave do<br />

êxito em todos os empreendimentos.

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