Racionalismo Cristão
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Domina-os a idéia obsessiva do ganho rápido, da manobra extorsiva e<br />
escorchante. Para eles, nada de contemplações ou meios-termos: a<br />
determinação é avançar. Arquitetam golpes ousados, andando pelas<br />
entrelinhas da lei ou pelas suas omissões, o que é mais comum, e não<br />
possuem formação moral respeitável.<br />
O mundo está cheio desses tipos, que são a causa do grande<br />
desequilíbrio econômico na Terra. Eles estão divididos em duas grandes<br />
massas: uma na Terra, agindo especulativamente, com enorme sagacidade<br />
e astúcia, e a outra no astral inferior, igualmente ativa, formada por todos<br />
aqueles que procediam, quando encarnados, como os seus atuais parceiros<br />
encarnados. As duas massas estão intimamente associadas e gozam da<br />
mesma volúpia que constitui a sua obsessão.<br />
O temperamento voluntarioso reflete o feitio moral egocêntrico dos<br />
que entendem que a razão está exclusivamente do seu lado e querem<br />
exigir, por isso, que a sua vontade seja satisfeita, muito embora interfira<br />
nas decisões alheias. São indivíduos que estão sempre em choque com os<br />
demais, mesmo que esses choques não se revelem. Nada mais divertido<br />
para os espíritos do astral inferior do que presenciarem tais choques. Eles<br />
os assanham, e andam, por essa razão, à espreita da ocasião propícia para<br />
os provocarem. O indivíduo voluntarioso está sempre na sua mira. A cada<br />
momento vêem um ensejo de armar um choque. Na falta de outra<br />
ocupação, esta é das mais absorventes para os obsessores. O voluntarioso<br />
irrita-se, facilmente, despreza o ponto-de-vista do seu semelhante e quer<br />
fazer prevalecer sempre o seu modo de ver, tornando-se um fomentador de<br />
contrariedade.<br />
O voluntarioso estriba-se nos seus conhecimentos e quer restringir<br />
tudo a eles, desconhecendo que o saber varia de pessoa para pessoa, de<br />
acordo com as oportunidades aproveitadas de cada um. Daí a necessidade<br />
de haver alguma tolerância na apreciação dos fatos, que o voluntarioso<br />
geralmente não tem. Ele costuma ser radical e, deste modo, a sua obsessão<br />
se manifesta por idéias fixas, pela irritabilidade e pela maneira, mais ou<br />
menos irredutível, de apreciar as questões.<br />
Como facilmente se depreende, a obsessão decorre da falta de<br />
esclarecimento, da ausência de conhecimento do mecanismo da vida, da<br />
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ignorância sobre o que se passa depois da chamada "morte" e de como se<br />
deve proceder para bem aproveitar a encarnação.<br />
Há formas sutis de obsessão (imperceptíveis aos olhos daqueles que<br />
não se acham familiarizados com o assunto) que se podem desenvolver e<br />
levar as criaturas à loucura. É de grande vantagem, por isso, todos se<br />
instruírem, na fase inicial, a respeito da sua manifestação.<br />
Em face da sutileza com que a obsessão se apresenta, as vítimas não<br />
se apercebem do risco a que estão expostas e deixam, por isso, de cortar o<br />
mal pela raiz, quando ainda estão em condições de o fazer. A obsessão vai<br />
penetrando, lentamente, e tomando conta da criatura. Esta, por sua vez,<br />
não lhe dá importância e, quando se vai habituando a aceitar o que o<br />
obsessor lhe intui, o domínio deste passa a ser maior e mais rápido e<br />
violento.<br />
Todo cuidado é pouco, e somente quando conhece bem a causa e o<br />
meio pelo qual se processa a obsessão, é que fica a criatura em condições<br />
de evitá-la e defender-se dela. As atrações apaixonantes são as mais<br />
perigosas, porque o indivíduo sente prazer e impulso convidativo muito<br />
forte para embrenhar-se nas suas cariciosas malhas. Até os esclarecidos<br />
primários se precipitam, às vezes, nesse abismo.<br />
O ser humano nunca se deve deixar abater. Sem dúvida, ocorrem,<br />
para alguns, abalos morais fortíssimos. Há necessidade, nestes casos, de<br />
fazer um esforço muito grande para reagir, dominar-se e vencer a situação.<br />
Muitos têm, por falta de reação pronta e enérgica, chegado à obsessão. O<br />
caso, por vezes, se verifica com a partida de um ente querido para o além:<br />
vêm o desespero, a inconformação, o descontrole e, finalmente, a<br />
perturbação. O ser, naquela dor, clama pelo espírito desencarnado que, por<br />
falta de esclarecimento, não está em condições de acudir. Aflige-se ele<br />
então, sofre, procura intuir para acalmar, não o consegue e acaba por<br />
tornar-se obsessor, podendo levar à loucura o intuído.<br />
Cumpre ao ser encarnado, em tais situações, irradiar convictamente<br />
para ajudar o espírito que desencarnou a ascender ao seu mundo, onde não<br />
sofrerá. Esta orientação é a única cabível para livrá-lo da perturbação que<br />
aquele possível obsessor poderá produzir.<br />
O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> empenha-se em oferecer todos os<br />
conhecimentos relacionados com o fenômeno, bastando que os seres se<br />
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