Racionalismo Cristão

O respeito que todos devem aos indivíduos de outras crenças deve
ser sempre mantido. As vidas anteriores influem, poderosamente, no que
estamos sendo hoje. A natureza não dá saltos. A evolução se processa
paulatinamente, porque ela depende de muitos fatores-experiência obtidos
ou não obtidos, mas necessários, na seqüência das encarnações.
É um engano pensar-se que todos os seres estão maduros para
receberem a Doutrina Racionalista Cristã. A maioria precisa despojar-se
primeiramente de uma pesada carga de hábitos, crenças, limitações e
temores correspondentes a estados crônicos de pensamentos errôneos que
a fazem, por enquanto, tomar um caminho diverso daquele por onde vem
palmilhando, há séculos ou milênios.
Por isso, não se deve discutir sobre crenças. O desabrochar é sempre
de dentro para fora, dependendo do estado interior do indivíduo e a sua
capacidade de aprender concepções espirituais.
Diz-se que Jesus recomendava que não se semeasse sobre os
abrolhos. É o caso. Devemos ter percepção suficiente para não pretender
propagar a Doutrina em meio hostil.
As ocasiões de nos manifestarmos sobre ela surgem, naturalmente, e
a oportunidade se apresenta sem ser provocada. O caminho certo é indicar
o Centro Redentor nos casos de interesse despertado, sem procurar o
interrogado estender-se em explanações. A exposição da Doutrina deve ser
sempre feita sob a ação do Astral Superior, o que se dá dentro das
correntes fluídicas formadas nas Casas Racionalistas Cristãs.
Todos devem cuidar muito da saúde, alimentando-se
convenientemente, a horas certas, descansando de acordo com as
necessidades físicas e não trabalhando exaustiva e desordenadamente. Os
que assim não procederem abalam a saúde, encurtam a permanência na
Terra e praticam, de certo modo, o suicídio, aos poucos.
Suicidar-se não é só acabar com a vida terrena, instantaneamente,
num gesto trágico e louco. É também contribuir para a desencarnação
prematura, agindo irracionalmente e praticando atos prejudiciais, de
maneira consciente.
Os que alcançaram os conhecimentos Racionalistas Cristãos não têm
desculpas para proceder de modo a infringir os seus ensinamentos,
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terminando por desencarnar antes do tempo. Quanto mais esclarecido
estiver o ser, mais preparado ficará para tirar da encarnação melhor
proveito e assim alcançar posição mais elevada na vida futura, sem criar
débitos que teriam de ser saldados ou resgatados inescusavelmente, no
porvir.
Os apegos também devem ser combatidos. É comum apegarem-se os
seres demasiadamente uns aos outros, a animais, a objetos, a lembranças,
a guardados antigos, não raro com veneração doentia.
Não nos esqueçamos de que as coisas materiais ficam na Terra, pois
que lhe pertencem. Poderemos conservar estima a tal ou qual objeto, pelo
que nos representa no sentido espiritual. Às vezes uma coisa
aparentemente insignificante pode avivar a saudade de um ente querido,
evocar um sentimento de gratidão ou um reconhecimento profundo. Não
devemos, no entanto, levar a estima ao ponto de cairmos no
sentimentalismo exagerado, que chega a deprimir. Procuremos sempre
andar pela linha do meio-termo, eqüidistante dos extremos, linha que,
como se diz comumente, é a posição da virtude.
Como se vê, todos precisamos proceder com prudência e atenção,
pois, se não estivermos senhores do nosso próprio governo, se não
andarmos com as mãos nas rédeas, as nossas vidas poderão tomar rumo
muito diverso daquele que gostaríamos de seguir.
Isto porque temos "tendências" — produto dos meios em que
vivemos nas encarnações anteriores — que, sendo más, precisam ser
reformadas e orientadas com os conhecimentos atuais hauridos no
Racionalismo Cristão.
Para manter na devida ordem todos os assuntos que se relacionam
com o viver terreno, muito há que raciocinar e meditar em cada dia, e os
que assim não procederem erram, a cada passo, promovem sofrimentos,
acarretam prejuízos e acumulam dívidas morais para resgate, mais tarde,
em condições penosas.
A Terra — mundo-escola — ensina o ser humano a manejar bem as
riquezas materiais e a ser humilde; ensina, ainda, o indivíduo culto a
perceber a humana pequenez e o pouco que sabe. Isto quando cada um
está tirando bom proveito da vida, na coleta das experiências.
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