Racionalismo Cristão
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superiores. E eles viriam, ainda em escala maior, se o contingente de seres<br />
em condições de receber essas intuições fosse mais elevado.<br />
Para essa elevação, entretanto, é indispensável que a criatura humana<br />
se prepare, eliminando da alma todo sentimento inferior. A calma, a<br />
serenidade e a reflexão constituem hábitos altamente saudáveis para o<br />
corpo e o espírito.<br />
O mundo, onde quer que a criatura se encontre, reclama a sua<br />
presença para fazê-la participar dos acontecimentos que a todos envolvem.<br />
Como peças indispensáveis de um conjunto, como componentes do<br />
Todo, não nos cabe fugir às responsabilidades e aos deveres que a vida<br />
impõe a cada um, ainda mesmo que não nos sejam agradáveis.<br />
Sempre que nos encontramos, por qualquer motivo, em posição<br />
desfavorável, saibamos cumprir, com ânimo e bravura, a parte que nos<br />
toca nos deveres, imprimindo aos nossos atos a maior parcela de<br />
dignidade e agindo com nobreza e incentivamento<br />
Nunca nos separemos da ação construtiva a que estivermos ligados,<br />
nem que para isso tenhamos de arrostar sacrifícios e suportar renúncias,<br />
porque o que a Vida reclama de nós em abnegação deve ser dado com<br />
superioridade e grandeza.<br />
Os que sentiram no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> uma visão larga e ampla<br />
das coisas, os que não se deixam mais prender pelas passageiras emoções<br />
terrenas, sabem que a vida continua incessantemente, oferecendo-nos, a<br />
cada passo, novas oportunidades para o enriquecimento do nosso<br />
patrimônio espiritual.<br />
Uma vez bem conhecida a lei das reencarnações e desperta a<br />
consciência para o fato de ser este mundo-escola, a Terra, que nos dá os<br />
meios de tirar das lições que oferece o conhecimento de que tanto<br />
precisamos, façamos então o máximo esforço para sermos alunos<br />
aplicados, submetendo a nossa conduta à mais severa e rigorosa<br />
vigilância.<br />
Não sejamos indelicados, se pudermos ser atenciosos; cuidemos de<br />
não ser importunos, desde que possamos ser discretos; não sejamos<br />
intolerantes, mas compreensivos; não demonstremos sapiência, e sim<br />
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modéstia; e não sejamos instrumento de mágoas, mas mensageiros de<br />
palavras amenas e reconfortantes.<br />
Não nos esqueçamos de que as riquezas materiais, não são nossas.<br />
Elas pertencem ao mundo e nele ficam, quando passarmos a gravitar em<br />
outro plano. Nossas, inteiramente nossas, são as riquezas morais e<br />
espirituais, conquistadas durante a peregrinação por esta esfera física.<br />
Logo, não façamos confusão entre essas riquezas: as primeiras são<br />
efêmeras e, em certo sentido, ilusórias; as segundas, reais e eternas. Não<br />
concedamos àquelas o valor que estas têm.<br />
A maioria das pessoas perde-se pela vaidade quimérica das riquezas<br />
materiais. Quanto mais sentimos o valor dessas riquezas, na satisfação do<br />
nosso ego, tanto menos estaremos sentindo o valor das riquezas<br />
espirituais.<br />
No entanto, havendo possibilidade, procuremos ser ricos material e<br />
espiritualmente, reconhecendo-se que o progresso material é necessário e<br />
que em melhores condições estarão os espiritualistas para incentivá-lo e<br />
dele fazerem bom uso.<br />
Não haja descaso pelas coisas sérias. Estejamos atentos e<br />
disciplinados, não só para com as obrigações nas Casas Racionalistas, mas<br />
no lar, no trabalho ou em qualquer outra parte. Como o hábito é uma<br />
segunda natureza, introduzamos em nossa natureza individual o hábito da<br />
metodização, da ordem e da disciplina, para que este sistema seja<br />
praticado com espontânea naturalidade, em todas as ocasiões.<br />
O racionalista cristão deve estar bem-humorado, mesmo diante da<br />
mais severa adversidade.<br />
Uma vez que o acaso não encontra lugar dentro das leis que regem o<br />
Universo, as coisas acontecem, normalmente, para ser alcançado um<br />
objetivo. Nem sempre sabemos, no mesmo instante do acontecimento,<br />
qual seja ele, mas não importa, pois o saberemos, se quisermos, depois. O<br />
importante é reconhecermos que há um objetivo, e que este vem ou virá<br />
em benefício nosso, de outrem, ou da nossa evolução. O ditado que diz:<br />
"há males que vêm para o bem", já é o reconhecimento dessa verdade<br />
numerosas vezes comprovada.<br />
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