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Racionalismo Cristão

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pela inconformação de deixarem velhas crenças, hábitos e costumes, ou<br />

pela falta de sinceridade e de espírito de renúncia.<br />

É certo que o sectarismo religioso também condena os erros<br />

apontados. O mal está, no entanto, em serem os sectários pedintes<br />

obstinados e esmoleiros inveterados; em fazer campanhas ostensivas de<br />

angariação de dinheiro, tomando-o, por opressão moral, sem se limitarem<br />

ao círculo dos prosélitos; o mal está em apresentarem ao mundo um deus<br />

materializado, sem onisciência; em admitir o perdão para os erros<br />

cometidos, mesmo quando tenham redundado em graves prejuízos morais<br />

e físicos para terceiros; em desconhecerem o que se passa depois da<br />

desencarnação, limitando-se a fantasiar acanhados conceitos lendários, de<br />

nenhuma realidade, quando, na época que atravessamos, já não há mais<br />

barreira intransponível entre esta e a outra vida; em se recusarem a aceitar<br />

a verdade sobre as reencarnações, pela completa ignorância do processo<br />

evolutivo universal; em incutirem idéias falsas de inferno, de céu<br />

paradisíaco, de condenação eterna, ridicularizando, deste modo a Justiça<br />

emanada das leis espirituais; em fecharem o raciocínio ao cenário da vida,<br />

que apresenta à reflexão cegos e loucos, aleijados e maltrapilhos, ao lado<br />

de ricos e sábios, poderosos e sadios, sem atentar para a evidência das<br />

culpas e responsabilidades, do mérito e dos acervos espirituais, tudo isso<br />

também porque apreciam a vida no curto e limitado espaço de uma<br />

existência terrena efêmera, quando ela tem de ser considerada através de<br />

numerosas reencarnações, uma vez que os fatos da existência presente<br />

estão diretamente ligados ou associados aos das vidas anteriores.<br />

Assim se pode compreender porque não convém entregar um livro<br />

destes a um sectário. A sua concepção de vida está formada sob um outro<br />

aspecto. Ele encontra-se viajando por um caminho sinuoso, e este, apesar<br />

disso, mais lhe agrada; ele também chegará à meta final, muito embora<br />

isso possa levar séculos incontáveis e encarnações saturadas de dor.<br />

Por mais renitente e irredutível que seja o ser humano em aceitar a<br />

sua verdadeira condição espiritual, chegará o dia do enfartamento dos<br />

prazeres ilusórios da vida material. Isto porque não há condenação eterna.<br />

Todos terão a sua oportunidade e, enquanto ela não for aproveitada,<br />

voltará a apresentar-se, intermitentemente, em outras vidas, cada vez se<br />

situando em níveis mais acessíveis ao seu descobrimento, que é facilitado<br />

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pela insuficiência de meios, de reservas, de modo que o sofrimento,<br />

sempre próximo, esteja pronto a manifestar-se.<br />

Diante de tais perspectivas, não deixa de ser uma aventura possuir o<br />

indivíduo condições espirituais para sentir o que este livro encerra, e<br />

encontrar nele um caminho para as suas realizações, na prática dos<br />

princípios doutrinários. O objetivo alcançado será a disposição firme de<br />

pautar os atos da vida, em todas as ocasiões, pelos ensinos revelados pelo<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, na certeza de que está correspondendo a elevados<br />

compromissos.<br />

Podem os seres perdoar-se mutuamente ou, melhor dizendo,<br />

desculpar as ofensas recebidas, no sentido de não alimentarem ódio,<br />

malquerença ou sentimento de vingança contra quem lhes tenha sido<br />

ingrato ou maldoso, mas esse perdão, sinônimo de desculpa, nada tem a<br />

ver com o ato falso de dizer-se a alguém, mediante rezas e donativos, que<br />

"os seus pecados (os erros) estão perdoados".<br />

Quem acreditar nessa enganosa afirmação está sendo iludido,<br />

desviado do caminho da verdade e, mais dia menos dia, sofrerá as<br />

conseqüências, sempre desastrosas para a sua existência espiritual. O<br />

delinqüente que com dinheiro ou rezas pensa haver liquidado o seu débito<br />

para com o Poder-Justiça, fiado em vã promessa, feita levianamente,<br />

compartilha com o seu perdoador na responsabilidade do erro em que<br />

ambos ficaram envolvidos.<br />

Apontando falhas dessa gravidade, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> procura<br />

esclarecer as criaturas, sem o menor interesse, porque nada quer de<br />

ninguém; age, apenas, com o intuito de beneficiar os seres de boa-vontade,<br />

cumprindo os verdadeiros preceitos cristãos, sem esperar, com isso,<br />

receber recompensas ou agradecimentos. O lema de fazer o bem sem olhar<br />

a quem faz parte do Código de Princípios desta Doutrina.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> sugere, para todas as ocasiões, o uso da<br />

simplicidade; um uso natural e espontâneo, sem a menor afetação. O uso<br />

traz o hábito, e este se torna uma segunda natureza. A simplicidade não<br />

deve ser só na aparência, mas, principalmente, na formação interior que<br />

conduz à humildade, fator indispensável ao crescimento espiritual. Tanto a<br />

simplicidade como a humildade expressam um verdadeiro conhecimento<br />

da grandiosidade da Vida, que a inteligência humana não consegue<br />

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