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Artigo, Pronome e Numeral - Exercícios - Projeto Medicina

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Eu não queria só porque<br />

Por tudo quanto você me fala<br />

Já reparei que no seu peito<br />

Soluça o coração bem feito<br />

De você.<br />

Pois então eu imaginei<br />

Que junto com esse corpo magro<br />

Moreninho que você me dá,<br />

Com a boniteza a faceirice<br />

A risada que você me dá<br />

E me enrabicham como o que,<br />

Bem que eu podia possuir também<br />

O que mora atrás do seu rosto, Rosa,<br />

O pensamento a alma o desgosto<br />

De você.<br />

(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo / Belo<br />

Horizonte: Martins / Itatiaia, 1980. V. 1. p. 121 )<br />

Texto IV<br />

O AMOR E O TEMPO<br />

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta,<br />

tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de<br />

mármore, quanto mais a corações de cera ! São as afeições<br />

como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de<br />

durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas,<br />

que partem do centro para a circunferência, que quanto<br />

mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos<br />

sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor<br />

tão robusto que chegue a ser velho. De todos os<br />

instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o<br />

tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embotalhe<br />

as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com<br />

que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que<br />

voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é<br />

porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os<br />

defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas<br />

para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso,<br />

quanto mais o amor ?! O mesmo amar é causa de não<br />

amar e o ter amado muito, de amar menos.<br />

(VIEIRA, Antônio. Apud: PROENÇA FILHO, Domício.<br />

Português. Rio de Janeiro: Liceu, 1972. V5. p.43)<br />

Os pronomes relativos, sublinhados abaixo, estabelecem a<br />

coesão textual, retomando substantivos anteriormente<br />

expressos.<br />

"Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as<br />

setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê<br />

o que não via" .<br />

Assinale a opção que contém os substantivos referidos, na<br />

ordem em que aparecem no fragmento acima:<br />

35 | <strong>Projeto</strong> <strong>Medicina</strong> – www.projetomedicina.com.br<br />

a) arco, olhos, tempo<br />

b) instrumentos , setas, olhos<br />

c) arco, asas, setas<br />

d) tempo, arco, olhos<br />

e) arco , setas, olhos<br />

124) (UFF-2001) Acompanho com assombro o que andam<br />

dizendo sobre os primeiros 500 anos do brasileiro.<br />

Concordo com todas as opiniões emitidas e com as minhas<br />

em primeiríssimo lugar. Tenho para mim que há dois<br />

referenciais literários para nos definir. De um lado, o<br />

produto daquilo que Gilberto Freyre chamou de<br />

Casagrande e senzala, o homem miscigenado, potente e<br />

tendendo a ser feliz. De outro, o Macunaíma, herói sem<br />

nenhuma definição, ou sem nenhum caráter - como queria<br />

o próprio Mário de Andrade.<br />

Fomos e seremos assim, em nossa essência, embora as<br />

circunstâncias mudem e nós mudemos com elas.<br />

Retomando a imagem literária, citemos a Capitu menina -<br />

e teremos como sempre a intervenção soberana de<br />

Machado de Assis.<br />

Um rapaz da platéia me perguntou onde ficaria o homem<br />

de Guimarães Rosa - outra coordenada que nos ajuda a<br />

definir o brasileiro. Evidente que o universo de Rosa é<br />

sobretudo verbal, mas o homem é causa e efeito do verbo.<br />

Por isso mesmo, o personagem rosiano tem a ver com o<br />

homem de Gilberto Freyre e de Mário de Andrade. É um<br />

refugo consciente da casa-grande e da senzala, o opositor<br />

de uma e de outra, criando a sua própria vereda mas sem<br />

esquecer o ressentimento social do qual se afastou e<br />

contra o qual procura lutar.<br />

É também macunaímico, pois sem definição catalogada na<br />

escala de valores culturais oriundos de sua formação racial.<br />

Nem por acaso um dos personagens mais importantes do<br />

mundo de Rosa é uma mulher que se faz passar por<br />

jagunço. Ou seja, um herói - ou heroína - sem nenhum<br />

caráter.<br />

Tomando Gilberto Freyre como a linha vertical e Mário de<br />

Andrade como a linha horizontal de um ângulo reto,<br />

teríamos Guimarães Rosa como a hipotenusa fechando o<br />

triângulo. A imagem geométrica pode ser forçada, mas foi<br />

a que me veio na hora - e acho que fui entendido.<br />

CONY, Carlos Heitor. Folha Ilustrada, 5º Caderno, São<br />

Paulo, 21/04/2000, p.12.<br />

Assinale a opção em que o pronome sublinhado estabelece<br />

uma referência a elemento anteriormente expresso no<br />

texto:<br />

a) “mas foi a que me veio na hora - e acho que fui<br />

entendido.”<br />

b) “De um lado, o produto daquilo que Gilberto Freyre<br />

chamou de casa-grande e senzala,”<br />

c) “De outro, o Macunaíma, herói sem nenhuma definição,<br />

ou sem nenhum caráter”

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