Artigo, Pronome e Numeral - Exercícios - Projeto Medicina
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verdade deve ser subordinada a algum outro objetivo, de<br />
caráter prático, por exemplo? Essa questão não pode ser<br />
resolvida em bases lógicas. A decisão, contudo, terá<br />
considerável influência sobre nosso pensamento e nosso<br />
julgamento moral, desde que se origine numa convicção<br />
profunda e inabalável Permitam-me fazer uma confissão:<br />
para mim, o esforço no sentido de obter maior percepção<br />
e compreensão é um dos objetivos independentes sem os<br />
quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude<br />
consciente e positiva ante a vida.<br />
Na própria essência de nosso esforço para compreender o<br />
fato de, por um lado, tentar englobar a grande e complexa<br />
variedade das experiências humanas, e de, por outro lado,<br />
procurar a simplicidade e a economia nas hipóteses<br />
básicas. A crença de que esses dois objetivos podem existir<br />
paralelamente é, devido ao estágio primitivo de nosso<br />
conhecimento científico, uma questão de fé. Sem essa fé<br />
eu não poderia ter uma convicção firme e inabalável<br />
acerca do valor independente do conhecimento.<br />
Essa atitude de certo modo religiosa de um homem<br />
engajado no trabalho científico tem influência sobre toda<br />
sua personalidade. Além do conhecimento proveniente da<br />
experiência acumulada, e além das regras do pensamento<br />
lógico, não existe, em princípio, nenhuma autoridade cujas<br />
confissões e declarações possam ser consideradas<br />
"Verdade " pelo cientista. Isso leva a uma situação<br />
paradoxal: uma pessoa que devota todo seu esforço a<br />
objetivos materiais se tornará, do ponto de vista social,<br />
alguém extremamente individualista, que, a princípio, só<br />
tem fé em seu próprio julgamento, e em nada mais. É<br />
possível afirmar que o individualismo intelectual e a sede<br />
de conhecimento científico apareceram simultaneamente<br />
na história e permaneceram inseparáveis desde então. "<br />
(Einstein, in: O Pensamento Vivo de Einstein, p. 13 e 14,<br />
5a. edição, Martin Claret Editores)<br />
Na frase: "Permitam-me fazer uma confissão: para mim o<br />
esforço no sentido de obter...", o autor empregou o<br />
pronome "mim" no lugar de "eu", porque:<br />
a) a preposição "para" rege o verbo "obter".<br />
b) a preposição "para" rege o pronome oblíquo átono<br />
"mim".<br />
c) a preposição "para" é regida pelo verbo "permitam".<br />
d) o autor errou; o certo é usar "eu".<br />
e) a preposição "para" rege o pronome oblíquo tônico<br />
"mim".<br />
159) (UNIUBE-2002) A questão abaixo refere-se ao texto<br />
retirado de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis,<br />
transcrito abaixo.<br />
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo,<br />
encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,<br />
que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,<br />
sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e<br />
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acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os<br />
versos pode ser que não fossem inteiramente maus.<br />
Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os<br />
olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele<br />
interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.<br />
- Continue, disse eu acordando.<br />
- Já acabei, murmurou ele.<br />
- São muito bonitos.<br />
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas<br />
não passou do gesto; estava amuado.<br />
No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e<br />
acabou alcunhando-me “Dom Casmurro”. Os<br />
vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e<br />
calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por<br />
isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e<br />
eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes:<br />
“Dom Casmurro, domingo vou jantar com você.” “ ___ Vou<br />
para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da<br />
Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai<br />
lá passar uns quinze dias comigo.” “___ Meu caro Dom<br />
Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã;<br />
venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, doulhe<br />
chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”<br />
Não consultes dicionários. “Casmurro” não está aqui no<br />
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de<br />
homem calado e metido consigo. “Dom” veio por ironia,<br />
para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar<br />
cochilando! Também não achei melhor título para a minha<br />
narração ___ se não tiver outro daqui até ao fim do livro,<br />
vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que<br />
não lhe guardo ranço. E com pequeno esforço, sendo o<br />
título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que<br />
apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.<br />
Em todas as alternativas o referente do termo em<br />
destaque está adequadamente identificado, EXCETO:<br />
a) “Nem por isso me zanguei.” = o fato de o apelido ter<br />
pegado<br />
b) “...e vai lá passar uns quinze dias comigo.” = Engenho<br />
Novo<br />
c) “... e eles, por graça, chamam-me assim ...” = Dom<br />
Casmurro<br />
d) “Tudo por estar cochilando!” - a alcunha recebida<br />
160) (UNIUBE-2002) A questão abaixo refere-se ao texto<br />
retirado de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis,<br />
transcrito abaixo.<br />
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo,<br />
encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,<br />
que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,<br />
sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e<br />
acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os<br />
versos pode ser que não fossem inteiramente maus.<br />
Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os