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Manual de Cachaça 4.a - Feam

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Consuelo Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira<br />

Hel<strong>de</strong>r A. <strong>de</strong> Aquino Garíglio<br />

Morgana Menezes Ribeiro<br />

Miriam Souza Pinto <strong>de</strong> Alvarenga<br />

Francisco Xavier Maia<br />

CACHAÇA DE ALAMBIQUE<br />

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS<br />

AMBIENTAIS E DE PRODUÇÃO<br />

CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA<br />

SEAPA/SEMAD/AMPAQ/FEAM/IMA<br />

JUNHO/2005


Governador do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

Aécio Neves da Cunha<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD<br />

Secretário: José Carlos Carvalho<br />

Secretário Adjunto: Shelley <strong>de</strong> Souza Carneiro<br />

Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Feam</strong><br />

Ilmar Bastos Santos<br />

Diretora <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Industriais e Minerarias<br />

Zuleika Stela Chiacchio Torquetti<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA<br />

Secretário: Silas Brasileiro<br />

Secretário Adjunto: Alberto Duque Portugal<br />

Diretor Geral do IMA<br />

Altino Rodrigues Neto<br />

Superintendência <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Certificação<br />

Marco Antônio Vale<br />

Associação Mineira dos Produtores <strong>de</strong> Aguar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> – AMPAQ<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Luiz Cláudio Cury<br />

Convênio <strong>de</strong> Cooperação Técnica<br />

SEAPE / SEMAD / FEAM / IMA / AMPAQ<br />

Apoio<br />

SINDBEBIDAS –Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Cerveja e Bebidas em Geral do Estado <strong>de</strong><br />

Minas Gerais<br />

SEBRAE MG – Serviço <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas Empresas <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

Autores<br />

Consuelo Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira – FEAM<br />

Hel<strong>de</strong>r A. <strong>de</strong> Aquino Garíglio – FEAM<br />

Morgana Menezes Ribeiro – SEMAD<br />

Miriam Souza Pinto <strong>de</strong> Alvarenga - IMA<br />

Francisco Xavier Maia – IMA<br />

Colaboradores<br />

José Eduardo Ferreira da Silva – SEAPA<br />

Gustavo Eduardo <strong>de</strong> Oliveira – AMPAQ<br />

Luis Felipe Côrtes da Silva - AMPAQ<br />

Marco Antônio Magalhães – AMPAQ<br />

Thaís Sá Fortes – FIEMG<br />

Eduardo Martins da Costa – FIEMG<br />

2


APRESENTAÇÃO<br />

Este manual é um instrumento especialmente concebido em atenção àqueles<br />

que produzem ou preten<strong>de</strong>m produzir cachaça, apresentando todos requisitos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejados pelos consumidores mais exigentes, em conformida<strong>de</strong><br />

também com a legislação ambiental.<br />

Já há algum tempo, o produtor <strong>de</strong> cachaça, na procura <strong>de</strong> espaço para sua<br />

ativida<strong>de</strong>, vem se <strong>de</strong>parando com a evolução <strong>de</strong> textos regulamentares<br />

relativos às questões ambientais, artifícios <strong>de</strong> fabricação, novos materiais,<br />

equipamentos mais eficientes, embalagens mais atrativas, <strong>de</strong>ntre outras, no<br />

sentido do aprimoramento da qualida<strong>de</strong> da cachaça e outras mudanças<br />

relacionadas aos caminhos para conquistas maiores, inclusive <strong>de</strong> mercados no<br />

exterior.<br />

Hoje, diante das novas perspectivas para o mercado da cachaça <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

reúne-se, nesta publicação, elementos e maneiras necessários à fixação das<br />

melhores práticas, muitas <strong>de</strong>las já existentes, porém, revisadas e aprimoradas,<br />

além do conjunto <strong>de</strong> normas e regulamentos atualizados como um roteiro <strong>de</strong><br />

como legalizar a produção e o negócio cachaça.<br />

O intuito é orientar o produtor <strong>de</strong> cachaça, no âmbito estadual, a adotar<br />

medidas que visem a a<strong>de</strong>quar a ativida<strong>de</strong> às legislações ambientais, incentivar<br />

a Certificação da Origem e Qualida<strong>de</strong> da <strong>Cachaça</strong> para aten<strong>de</strong>r aos apelos do<br />

mercado internacional e valorizar o produto.<br />

Este manual encerra boas práticas ambientais e <strong>de</strong> fabricação da cachaça. É<br />

um produto resultante da assinatura <strong>de</strong> convênio <strong>de</strong> cooperação técnica entre<br />

Instituições, celebrado em setembro/2003, que, <strong>de</strong> uma maneira ou outra, se<br />

envolvem com a ativida<strong>de</strong> e integram o Programa <strong>de</strong> Educação e Gestão<br />

Ambiental – SEMAD, SEAPA, FEAM, IMA, FIEMG e AMPAQ.<br />

3


INTRODUÇÃO<br />

A mais nobre das bebidas brasileiras nasce em pequenos alambiques,<br />

localizados entre serras e fazendas, caracterizando um produto<br />

tradicionalmente do nosso meio rural, on<strong>de</strong> ainda é produzido e consumido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVI.<br />

A cachaça <strong>de</strong> alambique é uma bebida com teor alcoólico entre 38 e 48%<br />

volume/volume, dotada <strong>de</strong> sabor e bouquet ímpares, portadora <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>s<br />

garantidas pela utilização do melhor da matéria-prima <strong>de</strong> nossas fazendas,<br />

sem queima do canavial, com fermentação natural, resultado <strong>de</strong> um<br />

processamento cuidadoso em alambiques <strong>de</strong> cobre e <strong>de</strong> um consciente e<br />

indispensável repouso em tonéis e barris <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

No passado, dominar sua produção sob diferentes aspectos, foi um longo<br />

caminho <strong>de</strong> aprendizado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> iniciativas regionais próprias que<br />

eram transmitidas <strong>de</strong> geração em geração.<br />

A cachaça <strong>de</strong> alambique, sem se elitizar, vem, aos poucos, adquirindo um lugar<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no seio do patrimônio <strong>de</strong> apreciadores da bebida brasileira, em<br />

todas as camadas sociais. Passou a figurar nos cardápios <strong>de</strong> restaurantes e<br />

estabelecimentos, os mais requintados, sendo, cada vez maior, o seu consumo<br />

pelas classes mais favorecidas dos gran<strong>de</strong>s centros.<br />

Em Minas Gerais, a <strong>de</strong>manda por cachaça <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inspirou produtores <strong>de</strong><br />

regiões especiais a incrementar sua produção. Em alguns municípios, já<br />

existem indícios da formação <strong>de</strong> um cluster para garantir a sustentação da<br />

ativida<strong>de</strong>.<br />

O Ministério da Agricultura estima que são produzidos, anualmente, no Brasil,<br />

1,4 bilhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte, sendo 400 milhões <strong>de</strong> cachaça <strong>de</strong><br />

alambique.<br />

No Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, essa ativida<strong>de</strong> representa um pe<strong>de</strong>stal <strong>de</strong> nossa<br />

tradição e já produz 200 milhões <strong>de</strong> L/ano. As várias regiões produtoras<br />

emprestam à cachaça um sabor especial. Produzida nos seus mais <strong>de</strong><br />

8.000 alambiques, ocupa lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque entre as bebidas brasileiras e<br />

estrangeiras, creditando aos nossos produtores uma reputação que eles<br />

começam a explorar embalados, também, pelos bons preços praticados no<br />

mercado pela garrafa da boa cachaça.<br />

Somada a esses aspectos históricos, sociais e econômicos, hoje, a produção<br />

<strong>de</strong> cachaça <strong>de</strong>ve estar atenta às questões ambientais, pois nas décadas mais<br />

recentes, tem crescido a preocupação e a consciência ambiental da população.<br />

As legislações municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>rais têm-se tornado mais exigentes<br />

quanto à disposição dos resíduos industriais. No âmbito internacional, a<br />

Organização Internacional para Padronização (ISO) promulgou, em 1996, a<br />

série ISO 14000 que trata da gestão ambiental e a Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

4


Normas Técnicas (ABNT), nossa representante na ISO, adotou-as como<br />

normas brasileiras. Embora sejam normas voluntárias, isto é, o próprio<br />

mercado é quem irá discriminar os produtos das empresas, cujas ações na<br />

área produtiva revelem menor preocupação ambiental, a tendência é <strong>de</strong> que,<br />

em breve, todos os empreendimentos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> seu porte (micro,<br />

pequena, média ou gran<strong>de</strong>), sejam obrigados a se enquadrar e aten<strong>de</strong>r às<br />

exigências da série ISO 14000.<br />

Um dos princípios fundamentais da gestão <strong>de</strong> poluentes na produção industrial<br />

é reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses resíduos. A lógica é que seja mais barato<br />

reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poluentes do que tratá-los, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> produzidos.<br />

5


SUMÁRIO<br />

CAPÍTULO I BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO 10<br />

1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 11<br />

2 - OPERACIONALIZAÇÃO 12<br />

2.1 - CANA-DE-AÇÚCAR 12<br />

2.1.1 - ÉPOCA DO PLANTIO 12<br />

2.1.2 - ESCOLHA DA VARIEDADE 12<br />

2.1.3 - CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE ALGUMAS VARIEDADES 13<br />

2.2 - ESCOLHA DA ÁREA PARA PLANTIO 16<br />

2.2.1 - O SOLO 16<br />

2.3 - PREPARO DO SOLO 16<br />

2.3.1 - CALAGEM 16<br />

2.3.2 - SULCAMENTO 17<br />

2.3.3 - ADUBAÇÃO 17<br />

2.3.4 - CUPINS 18<br />

2.3.5 - CONSERVAÇÃO DO SOLO 19<br />

2.4 - PLANTIO DAS MUDAS<br />

19<br />

2.4.1 - TRATOS CULTURAIS 20<br />

2.5 - CAPINA<br />

20<br />

2.6 - USO SEGURO DOS AGROTÓXICOS 21<br />

2.7 - SOCA 22<br />

2.8 - CORTE DE CANA<br />

22<br />

3 - ETAPAS DA FABRICAÇÃO DA CACHAÇA 24<br />

3.1 - A CANA NO ENGENHO<br />

24<br />

3.2 - MOAGEM<br />

24<br />

3.3 - FILTRAÇÃO E DECANTAÇÃO DO CALDO<br />

25<br />

3.3.1 - TEOR DE AÇÚCAR 25<br />

3.4 - FERMENTAÇÃO<br />

26<br />

6


3.4.1 - TIPO DE FERMENTO 27<br />

3.4.2 - RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO FERMENTO 27<br />

3.4.3 - SISTEMA DE FERMENTAÇÃO 28<br />

3.4.4 - PRODUTOS DA FERMENTAÇÃO 28<br />

3.4.5 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA FERMENTAÇÃO 28<br />

3.4.6 - PÉ-DE-CUBA 30<br />

3.4.7 - DECANTAÇÃO DO FERMENTO 30<br />

3.5 - DESTILAÇÃO<br />

31<br />

3.5.1 - DESTILAÇÃO DO VINHO 31<br />

3.6 - TRANSFORMAÇÃO DO VINHO EM CACHAÇA 32<br />

3.7 - FRACIONAMENTO DO DESTILADO<br />

33<br />

3.8 - ARMAZENAMENTO<br />

33<br />

3.9 - ENVELHECIMENTO 34<br />

3.10 - ENVASE E ROTULAGEM<br />

35<br />

4 - EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E PROCEDIMENTOS 36<br />

4.1 - PISO E PAREDE 36<br />

4.2 - DRENAGEM<br />

36<br />

4.3 - JANELAS E PEITORIL INTERNO<br />

36<br />

4.4 - TELAS TIPO REDE<br />

36<br />

4.5 - PORTAS INTERNAS 36<br />

4.6 - VENTILAÇÃO<br />

36<br />

4.7 - SUPRIMENTO DE ÁGUA<br />

36<br />

4.8 - VESTIÁRIOS, SANITÁRIOS E BANHEIROS 37<br />

4.9 - DEPÓSITOS 37<br />

4.10 - LABORATÓRIO<br />

37<br />

4.11 - CALDEIRA/FORNALHA<br />

37<br />

4.12 - HIGIENIZAÇÃO<br />

38<br />

CAPÍTULO II BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS 40<br />

1 - LEGISLAÇÃO SOBRE O ASSUNTO 41<br />

7


2 - FALANDO DE POLUIÇÃO 43<br />

3 - BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS 45<br />

3.1 - LOCALIZAÇÃO<br />

45<br />

3.2 - UTILIZAÇÃO DE ÁREAS E CONSUMO DE LENHA<br />

45<br />

3.3 - USO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS OU SUBTERRÂNEAS<br />

46<br />

3.4 - APROVEITAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS<br />

46<br />

3.4.1 - VINHOTO 46<br />

3.4.2 - ÁGUAS DE RESFRIAMENTO E CONDENSADO DE CALDEIRA 47<br />

3.4.3 - ÁGUAS DE LAVAGEM DA CANA E VASILHAMES 47<br />

3.4.4 - PÉ-DE-CUBA 47<br />

3.4.5 - CABEÇA E CAUDA OBTIDA NA DESTILAÇÃO DO VINHO 48<br />

3.4.6 - PONTA/PALMITO E FOLHAS DA CANA-DE-AÇÚCAR 48<br />

3.4.7 - BAGAÇO E BAGACILHO DA CANA 48<br />

3.4.8 - CINZAS DE CALDEIRA OU DE ALAMBIQUE A FOGO DIRETO 48<br />

3.4.9 - GARRAFAS INUTILIZADAS, RÓTULOS E TAMPAS 48<br />

3.4.10 - EMBALAGENS VAZIAS DE PRODUTOS AGROTÓXICOS 49<br />

3.4.11 - ESGOTO DOMÉSTICO 50<br />

CAPÍTULO III ANEXOS 51<br />

1 - FLUXOGRAMA DOS PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE AMBIENTAL<br />

NA PRODUÇÃO DE AGUARDENTE 52<br />

2 - FLUXOGRAMA DE APROVEITAMENTO E TRATAMENTO DE<br />

RESÍDUOS 53<br />

3 - PLANILHA IM – ÍNDICE DE MATURAÇÃO 54<br />

4 - PLANILHA DE CONTROLE DA DESTILAÇÃO 55<br />

5 - PLANILHA DE CONTROLE MENSAL DA FERMENTAÇÃO E DA<br />

DESTILAÇÃO 56<br />

8


6-NORMAS TÉCNICAS DE PRODUÇÃO DE CACHAÇA__________________81<br />

7 - LEGISLAÇÃO____________________________________________________81<br />

8 - GLOSSARIO______________________________________________________81<br />

8.1 - PH 81<br />

8.2 - TEMPERATURA<br />

81<br />

8.3 - DBO - DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO 81<br />

8.4 - DQO - DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO 81<br />

8.5 - SÓLIDOS SEDIMENTAVEIS 81<br />

8.6 - SÓLIDOS EM SUSPENSÃO<br />

81<br />

8.7 - ÓLEOS E GRAXAS 81<br />

8.8 - OD - OXIGÊNIO DISSOLVIDO<br />

81<br />

8.9 - SÓLIDOS TOTAIS (OU RESÍDUO TOTAL DE EVAPORAÇÃO) 81<br />

8.10 - COLIFORMES FECAIS 81<br />

9 - BIBLIOGRAFIA___________________________________________________81<br />

10 - ENDEREÇOS DE ENTIDADES E ÓRGÃOS AMBIENTAIS____________81<br />

9


CAPÍTULO I<br />

BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇÃO<br />

10


1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS<br />

A boa qualida<strong>de</strong> da cachaça <strong>de</strong> alambique inicia-se na implantação do projeto,<br />

ao se <strong>de</strong>finir a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cana a ser plantada, as técnicas <strong>de</strong> cultivo e<br />

colheita, os tipos <strong>de</strong> equipamentos e instalações, os processos <strong>de</strong> moagem, <strong>de</strong><br />

fermentação, <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação e envelhecimento. Somado a esses fatores, <strong>de</strong>vem<br />

ser observados também:<br />

- Estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômica, financeira e técnica do<br />

empreendimento;<br />

- Projeto concebido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma economia <strong>de</strong> escala;<br />

- Capacida<strong>de</strong> Gerencial;<br />

- Nível <strong>de</strong> organização do produtor;<br />

- Infra-estrutura pública, como energia rural, estradas, transporte etc.<br />

- Controle do processo.<br />

- Elaboração do produto sem perigo para a saú<strong>de</strong> pública;<br />

- Práticas uniformes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>;<br />

- Atendimento às legislações nacionais e internacionais sob aspectos<br />

físico-químicos e sanitários <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>;<br />

- Elaboração sem perdas <strong>de</strong> matérias-primas;<br />

- Competitivida<strong>de</strong> no mercado nacional e internacional.<br />

11


2 - OPERACIONALIZAÇÃO<br />

2.1 - CANA-DE-AÇÚCAR<br />

2.1.1 - ÉPOCA DO PLANTIO<br />

O nosso Estado permite plantar a cana <strong>de</strong> açúcar em duas épocas: <strong>de</strong> janeiro a<br />

março (cana <strong>de</strong> ano e meio) e <strong>de</strong> outubro.a novembro(cana <strong>de</strong> ano).<br />

Na primeira época, obtém-se cana-<strong>de</strong>-ano-e-meio, uma vez que será colhida a<br />

partir <strong>de</strong> junho do ano seguinte, com, aproximadamente, <strong>de</strong>zoito meses ou<br />

pouco mais, portanto, com maior tempo para seu <strong>de</strong>senvolvimento vegetativo<br />

e, conseqüentemente, maior produção por área plantada. Na segunda, por ser<br />

plantada no período <strong>de</strong> outubro a novembro, meses chuvoso e <strong>de</strong> temperatura<br />

elevada, a cana se <strong>de</strong>senvolve com bastante intensida<strong>de</strong>, mas nos meses<br />

seguintes, quando se inicia o frio, ela entra em repouso, começando, a partir<br />

daí, sua maturação. Como se vê, a cana <strong>de</strong> ano tem apenas <strong>de</strong> sete a oito<br />

meses para se <strong>de</strong>senvolver. Com isso, a sua produção é menor que a cana <strong>de</strong><br />

ano e meio.<br />

Essa situação é relacionada à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> material<br />

reprodutivo, conforme <strong>de</strong>scrito no capitulo seguinte, e tem a ver com a<br />

otimização do período <strong>de</strong> funcionamento da fábrica <strong>de</strong> cachaça. O certo é que<br />

a cana <strong>de</strong> ano e meio é mais produtiva, além <strong>de</strong> permitir uma melhor<br />

distribuição <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra na fazenda, uma vez que o plantio não se dá na<br />

mesma época da colheita.<br />

2.1.2 - ESCOLHA DA VARIEDADE<br />

Fator importante na cultura da cana-<strong>de</strong>-açúcar é a escolha das varieda<strong>de</strong>s. É,<br />

talvez, o único fator que po<strong>de</strong> proporcionar maiores lucros sem nenhuma<br />

<strong>de</strong>spesa adicional, pois o custo das mudas é o mesmo, qualquer que seja a<br />

varieda<strong>de</strong>, e esse é o principal fator <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>. Para evitar<br />

problemas, o produtor <strong>de</strong>ve evitar varieda<strong>de</strong>s que apresentem fácil<br />

tombamento e joçal (pêlos)<br />

12


Foto 01 – Tombamento <strong>de</strong> Cana<br />

Para que o produtor possa executar uma boa escolha, é indispensável<br />

minucioso conhecimento das diversas características <strong>de</strong> cada varieda<strong>de</strong>.<br />

Consultar um profissional habilitado é fundamental para conhecer o ciclo da<br />

varieda<strong>de</strong>, Período Útil <strong>de</strong> Industrialização -PUI longo, boa produtivida<strong>de</strong><br />

agrícola, crescimento rápido e alta tonelagem <strong>de</strong> açúcar por área colhida, que<br />

variam <strong>de</strong> região para região.<br />

O certo é que, para obter maior rendimento, o produtor tem <strong>de</strong> plantar<br />

varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cana que atinjam o nível máximo <strong>de</strong> sacarose no momento do<br />

corte. Para isso, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se analisar os materiais disponíveis a<br />

plantar para cada região, varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cana que sejam precoces (maturação<br />

mais cedo), intermediárias ou tardias, para que o período <strong>de</strong> safra possa ser<br />

estendido, se necessário, e obter sempre uma matéria prima <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Deve-se observar nos locais <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> mudas:<br />

- Integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fonte fornecedora<br />

- Varieda<strong>de</strong> certificada por órgão oficial<br />

2.1.3 - CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE ALGUMAS VARIEDADES<br />

RB85 – 5536<br />

- Baixa exigência em fertilida<strong>de</strong> do solo;<br />

- Boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> germinação;<br />

- Excelente perfilhamento e fechamento <strong>de</strong> entrelinhas, ótima brotação<br />

<strong>de</strong> soqueira;<br />

- Folhas eretas;<br />

- Alta produção agrícola;<br />

13


- Mantém estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção;<br />

- Maior longevida<strong>de</strong> com a soca;<br />

- Porte ereto;<br />

- Raro tombamento;<br />

- Despalha fácil;<br />

- Maturação média;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> sacarose;<br />

- Médio teor <strong>de</strong> fibra;<br />

- Boa resposta a maturadores;<br />

- Ausência <strong>de</strong> florescimento;<br />

- Ausência <strong>de</strong> joçal (pêlos);<br />

- Média sensibilida<strong>de</strong> a herbicidas;<br />

- Altamente resistente à ferrugem;<br />

- Resistente ao carvão, à escaldadura-das-folhas e às falsas estrias<br />

vermelhas;<br />

- Intermediária às estrias vermelhas, ao mosaico e ao complexo brocapodrições;<br />

- Colheita: junho-setembro.<br />

RB72 – 454<br />

- Baixa exigência em solo, ótima em solos leves, boa em solos<br />

pesados;<br />

- Bom perfilhamento, boa brotação <strong>de</strong> soqueira, bom fechamento;<br />

- Palmito vinho para arroxeado;<br />

- Folha mais estreita;<br />

- Baixa brotação em período seco;<br />

- Alta produção agrícola;<br />

- Fácil tombamento;<br />

- Médio florescimento;<br />

- Médio chochamento;<br />

- Difícil <strong>de</strong>spalhamento;<br />

- Ausência <strong>de</strong> joçal (pêlos);<br />

- Maturação tardia;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> sacarose;<br />

- Médio teor <strong>de</strong> fibra;<br />

- Media sensibilida<strong>de</strong> a herbicidas;<br />

- Resistente ao carvão, à escaldadura-das-folhas e às falsas estrias<br />

vermelhas;<br />

- Intermediária à ferrugem;<br />

- Intermediária ao carvão, à estria vermelha, à escaldadura e broca-<br />

podrições;<br />

- Colheita: agosto-novembro.<br />

SP80-1842<br />

- Média exigência em fertilida<strong>de</strong>;<br />

- Médio perfilhamento, ótima brotação da soqueira;<br />

- Maior <strong>de</strong>senvolvimento inicial;<br />

- Presença <strong>de</strong> tombamento;<br />

- Boa produção agrícola;<br />

- Pouco florescimento;<br />

14


- Folha <strong>de</strong> largura mediana e comprimento longo;<br />

- Diâmetro médio do colmo;<br />

- Entre nó mais comprido;<br />

- Per<strong>de</strong> folhas baixeiras;<br />

- Ausência <strong>de</strong> chochamento (isoporização);<br />

- Ausência <strong>de</strong> joçal (pêlos);<br />

- Maturação precoce/média;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> sacarose;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> fibra;<br />

- Média sensibilida<strong>de</strong> a herbicidas;<br />

- Resistência à ferrugem, ao carvão às estrias vermelhas;<br />

- Resistência intermediária à escaldadura, ao raquitismo da soqueira e<br />

à broca do colmo;<br />

- Colheita: maio-setembro.<br />

SP80-1816<br />

- Média exigência em fertilida<strong>de</strong>;<br />

- Médio perfilhamento, ótima brotação da soqueira;<br />

- Alta produção agrícola;<br />

- Despalha fácil;<br />

- Folha mais larga, ver<strong>de</strong> mais intenso;<br />

- Colmo mais grosso, cinza arroxeado mais intenso;<br />

- Porte ereto, apto para corte mecanizado;<br />

- Ausência <strong>de</strong> tombamento, ausência <strong>de</strong> florescimento;<br />

- Médio chochamento;<br />

- Ausência <strong>de</strong> joçal (pêlos);<br />

- Maturação média;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> sacarose;<br />

- Alto teor <strong>de</strong> fibra;<br />

- Média sensibilida<strong>de</strong> a herbicidas;<br />

- Resistência a ferrugem e a estrias vermelhas;<br />

- Intermediário ao carvão, à escaldadura e à broca do colmo;<br />

- Colheita: junho/setembro (a partir <strong>de</strong> maio com o maturador).<br />

RB83-5486<br />

- Média exigência em fertilida<strong>de</strong>, ótima em solos leves e pesados;<br />

- Médio perfilhamento;<br />

- Bom fechamento;<br />

- Boa brotação <strong>de</strong> soqueira;<br />

- Alta produção agrícola;<br />

- Fácil tombamento;<br />

- Maturação precoce;<br />

- Boa resposta a maturadores;<br />

- Médio florescimento;<br />

- Despalha fácil;<br />

- Médio chochamento;<br />

- Ausência <strong>de</strong> joçal (pêlos);<br />

- Alto teor <strong>de</strong> sacarose;<br />

- Médio teor <strong>de</strong> fibra;<br />

- Longo período útil <strong>de</strong> industrialização (PUI);<br />

15


- Mo<strong>de</strong>rada resistência ao carvão, à ferrugem, estrias vermelhas e à<br />

broca/podridões;<br />

- Resistente à escaldadura;<br />

- Colheita: junho-novembro (a partir <strong>de</strong> abril com maturador)<br />

2.2 - ESCOLHA DA ÁREA PARA PLANTIO<br />

2.2.1 - O SOLO<br />

O solo precisa preencher quatro funções básicas: suprimento <strong>de</strong> ar, <strong>de</strong> água,<br />

<strong>de</strong> nutrientes e suporte. As características químicas, físicas e biológicas do solo<br />

exercem gran<strong>de</strong> influência na cultura, principalmente no crescimento do<br />

sistema radicular. Portanto, análises preliminares e anuais do solo são<br />

essenciais.<br />

A cana-<strong>de</strong>-açúcar é uma cultura relativamente exigente no que se refere ao<br />

solo. Embora <strong>de</strong>senvolvendo bem nos arenosos, prefere solos profundos,<br />

argilosos, com a boa fertilida<strong>de</strong> e boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água. Apesar<br />

da exigência em água, a cultura não se dá bem em terreno com excesso <strong>de</strong><br />

umida<strong>de</strong>. Solos nessas condições requerem perfeita drenagem.<br />

Terrenos muitos aci<strong>de</strong>ntados <strong>de</strong>vem ser evitados (se for o caso, plantar da<br />

meia encosta para baixo), como também, os muitos baixos e <strong>de</strong> difícil<br />

circulação <strong>de</strong> ar. Consi<strong>de</strong>rada como planta <strong>de</strong> solos neutros, a cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

se <strong>de</strong>senvolve bem em solos com pH 5,5 a 6,5. Solos mais ácidos exigem o<br />

emprego <strong>de</strong> calcário.<br />

2.3 - PREPARO DO SOLO<br />

O bom preparo do solo assegura um melhor <strong>de</strong>senvolvimento das plantas e<br />

facilita os trabalhos seguintes <strong>de</strong> sulcamento, plantio, adubação e tratos<br />

culturais. O preparo compreen<strong>de</strong> aração e gradagem.<br />

As arações <strong>de</strong>vem ser profundas, principalmente nos solos argilosos, para<br />

facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento do sistema radicular. As arações rasas promovem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema radicular superficial, predispondo a cana ao<br />

tombamento. Recomenda-se incorporar os restos da cultura anterior para<br />

diminuir a compactação do solo.<br />

A gradagem é para eliminar os torrões do solo, tornando a superfície mais<br />

uniforme.<br />

2.3.1 - CALAGEM<br />

Solos ácidos, com pH inferior a 5,5 exigem a aplicação <strong>de</strong> calcário. A<br />

<strong>de</strong>terminação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calcário <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores como:<br />

tipo do solo, aci<strong>de</strong>z, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica e o teor <strong>de</strong> alumínio. Na<br />

16


prática, recomenda-se <strong>de</strong> 2 a 3 t/ha <strong>de</strong> calcário, que <strong>de</strong>verá ser aplicado com<br />

dois ou três meses <strong>de</strong> antecedência. A eficiência do calcário para corrigir a<br />

aci<strong>de</strong>z <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da porcentagem <strong>de</strong> cálcio (CaO) e magnésio (MgO) e do grau<br />

<strong>de</strong> moagem. Quanto mais fino for o calcário, mais rápida será a sua ação. O<br />

calcário dolomítico é o mais recomendável.<br />

2.3.2 - SULCAMENTO<br />

O espaçamento e a profundida<strong>de</strong> são dois fatores que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />

na abertura do sulco que vai receber a cana muda.<br />

Já foi <strong>de</strong>terminado que, em espaçamentos menores, a produção é ligeiramente<br />

maior. A cana fecha mais <strong>de</strong>pressa, havendo economia nos tratos, já que o<br />

número <strong>de</strong> capinas necessárias é menor.<br />

A <strong>de</strong>svantagem existente no menor espaçamento está na maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sulcar e tratar a cultura com equipamentos mecânicos. A adubação da soca e o<br />

enleiramento do palhiço ficam mais difíceis. Recomenda-se, portanto, um<br />

espaçamento <strong>de</strong> 1,30 a 1,50 m.<br />

Os maiores que 1,50 m <strong>de</strong>vem ser evitados por produzirem menos, requererem<br />

maior mão-<strong>de</strong>-obra nos tratos, <strong>de</strong>morarem muito a fechar, facilitarem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ervas daninhas, resultando em maior área <strong>de</strong> terreno a ser<br />

tratada. A profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 25 a 30 cm.<br />

O sulcamento se faz por ocasião do plantio, já com a mistura <strong>de</strong> adubos<br />

prontos e com as mudas no local. Sulcos efetuados com antecedência<br />

apresentam vários inconvenientes. Se ocorrer um período <strong>de</strong> seca, ficam<br />

expostos ao sol e per<strong>de</strong>m a umida<strong>de</strong>, causando atraso na brotação das gemas<br />

e, muitas vezes, gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> falhas. Se os sulcos abertos ficarem<br />

expostos à chuva, receberão terra levada pelas águas e sua profundida<strong>de</strong><br />

diminui.<br />

2.3.3 - ADUBAÇÃO<br />

No plantio, ela é feita no sulco (foto nº 02). As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adubação<br />

variam <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong> do solo e com o seu uso, isto é, com<br />

o tempo <strong>de</strong> cultivo e os elementos recebidos anteriormente.<br />

17


Foto 02 – Sulcamento, adubação e aplicação <strong>de</strong> cupinicida na hora do plantio 1 .<br />

Normalmente, os limites <strong>de</strong> cada elemento a serem empregados na adubação<br />

são:<br />

- Para nitrogênio (N), <strong>de</strong> 40 a 90 kg/ha.<br />

- Para fósforo (P2O5), <strong>de</strong> 50 a 100 kg/ha;<br />

- Para potássio (K2O), <strong>de</strong> 60 a 120 kg/ha.<br />

Como se observa, a faixa <strong>de</strong> variação é bastante larga e a <strong>de</strong>terminação das<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada elemento vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do solo. Essas necessida<strong>de</strong>s<br />

são estabelecidas pela análise.<br />

Adubação <strong>de</strong> soqueira: aplicar em sulcos ao lado da soqueira, a mesma<br />

adubação nitrogenada, meta<strong>de</strong> da adubação fosfatada e 2/3 da adubação<br />

potássica indicada para cana planta, logo após o corte.<br />

2.3.4 - CUPINS<br />

No plantio da cana, é necessário seu tratamento preventivo contra os Cupins<br />

Subterrâneos (Syntermes grandis Ramb. E S. molestus Burm).<br />

Em solos infestados por cupins, é quase impraticável a instalação da cultura da<br />

cana-<strong>de</strong>-açúcar. A presença e a ação <strong>de</strong>sses insetos no solo é quase<br />

imperceptível e, quando ocorre, é em forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsas populações, <strong>de</strong>struindo,<br />

<strong>de</strong> repente, os toletes recém-plantados e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ocos, eles servirão <strong>de</strong><br />

abrigo para numerosas colônias.<br />

Os cupins subterrâneos não constroem ninhos propriamente ditos, nem erguem<br />

câmaras. Vivem e se reproduzem em galerias abertas no solo ou <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />

troncos, galhos, etc.<br />

Aplicar um cupinicida tanto para combater, como por prevenção, logo na<br />

abertura do sulco para plantio.<br />

1 Foto da Revista Informe Agropecuária - EPAMIG<br />

18


2.3.5 - CONSERVAÇÃO DO SOLO<br />

Embora a cana-<strong>de</strong>-açúcar seja planta usada para combater a erosão, também<br />

se exige,para essa cultura, algumas medidas conservacionistas, geralmente<br />

tomadas por ocasião do sulcamento.<br />

O sulcamento <strong>de</strong>ve ser realizado em curva <strong>de</strong> nível. Em <strong>de</strong>clive suave e<br />

uniforme e po<strong>de</strong> ser realizado cortando as águas. À medida que vai se<br />

acentuando o <strong>de</strong>clive, práticas <strong>de</strong> conservação mais severas <strong>de</strong>vem ser<br />

adotadas, tais como cordões em contorno ou mesmo terraceamento (foto nº<br />

03).<br />

2.4 - PLANTIO DAS MUDAS<br />

Foto 03 – Modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejável <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> cana<br />

As mudas <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar <strong>de</strong>vem ter <strong>de</strong> 10 a 12 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e serem<br />

provenientes <strong>de</strong> cana planta. Não se indica usar mudas <strong>de</strong> cana madura com<br />

18 meses ou mais, isso porque as gemas do terço inferior já se encontram<br />

maduras, brotando com dificulda<strong>de</strong>, tendo, como conseqüência, a formação<br />

não uniforme do canavial.<br />

As canas <strong>de</strong>vem ser picadas em toletes <strong>de</strong> três gemas. As mudas têm <strong>de</strong> ser<br />

provenientes <strong>de</strong> viveiros <strong>de</strong> reputação em estação experimental. São cortadas<br />

com podões <strong>de</strong>sinfetados em solução <strong>de</strong> creolina ou outro <strong>de</strong>sinfetante, para<br />

evitar contaminação, pois diversas doenças causadas por vírus são<br />

transmitidas pelos podões.<br />

As mudas, quando originárias <strong>de</strong> viveiro ou estação experimental, po<strong>de</strong>m ser<br />

colocadas inteiras no sulco, cruzando-se ligeiramente o palmito da anterior com<br />

o pé da seguinte. Depois, são picadas <strong>de</strong>ntro do sulco, a cada 30 ou 40 cm.<br />

Recomenda-se <strong>de</strong>sgalhar a cana para facilitar a germinação.<br />

O corte da cana em toletes <strong>de</strong>ntro do sulco se faz necessário, porque as<br />

gemas da ponta brotam mais rapidamente que as do pé. Os hormônios <strong>de</strong><br />

19


crescimento que se formam nas gemas brotadas inibem a brotação das gemas<br />

do pé.<br />

Para o plantio <strong>de</strong> 1 hectare <strong>de</strong> cana, são indispensáveis 5 a 6 toneladas <strong>de</strong><br />

mudas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do diâmetro da cana. Quando as mudas são <strong>de</strong> boa<br />

qualida<strong>de</strong>, não se recomenda a utilização <strong>de</strong> cana dupla, isto é, duas canas no<br />

mesmo local. A utilização <strong>de</strong> mudas duplas aumenta seu preço, sem vantagens<br />

na produção.<br />

2.4.1 - TRATOS CULTURAIS<br />

A cana-<strong>de</strong>-açúcar é muito sensível à ocorrência <strong>de</strong> ervas daninhas,<br />

principalmente no começo <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento. Quanto mais tempo durar<br />

essa concorrência, maiores serão os prejuízos. As ervas daninhas são<br />

portadoras <strong>de</strong> moléstias, principalmente o Mosaico (caracterizado por manchas<br />

esbranquiçadas com o centro amarelado ou amarronzado nas folhas).<br />

Nos plantios <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-ano-e-meio, efetuados <strong>de</strong> janeiro a março, geralmente<br />

são suficientes três a quatro capinas, pois com a entrada do inverno há menor<br />

proliferação do mato. Com o início das chuvas, a cana logo fecha, havendo<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apenas mais uma capina ou repasse.<br />

2.5 - CAPINA<br />

A capina se faz <strong>de</strong> diversas maneiras: manual (enxada), mista (mecânica e<br />

manual) ou unicamente mecânica. Qualquer que seja o sistema usado,<br />

procura-se evitar o lançamento <strong>de</strong> muita terra <strong>de</strong>ntro do sulco (foto nº 04).<br />

Quando isso acontece, é conveniente um repasse à enxada. Havendo<br />

aterramento dos sulcos, a brotação das socas é superficial, po<strong>de</strong>ndo afetar a<br />

produção.<br />

Foto 04 – Tratos Culturais no plantio<br />

20


No sistema misto, os sulcos ou linhas <strong>de</strong> cana são tratados a enxada e as<br />

entrelinhas com cultivadores <strong>de</strong> disco ou <strong>de</strong> enxadinha com tração animal ou<br />

mecânica. Na falta <strong>de</strong> trator, o planet, tracionado por animal, presta bons<br />

serviços, mas <strong>de</strong>ve ser passado, assim que o mato apareça e antes que as<br />

raízes se tornem mais fortes e dificultem a eliminação. Nas gran<strong>de</strong>s<br />

proprieda<strong>de</strong>s, as capinas se fazem com implementos com tração mecânica.<br />

2.6 - USO SEGURO DOS AGROTÓXICOS<br />

Para aplicação <strong>de</strong> qualquer produto agrotóxico, consultar um profissional<br />

habilitado para que seja indicado produto compatível com a situação, por meio<br />

da prescrição do receituário agronômico. O ingrediente ativo do produto <strong>de</strong>verá<br />

ser autorizado pela ANVISA e cadastrado no IMA.<br />

Na aplicação do herbicida ou outro agrotóxico, eventualmente necessário, o<br />

produtor <strong>de</strong>verá atentar para as observações seguintes:<br />

O homem mantém, diariamente, contato com milhares <strong>de</strong> substâncias químicas<br />

presentes em vestuário, alimentos, produtos <strong>de</strong> higiene, remédios, etc.,<br />

expondo-se, <strong>de</strong>ssa forma, a possíveis contaminações ou intoxicações. Os<br />

agrotóxicos compõem um grupo <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> risco mais elevado, dadas<br />

suas características tóxicas que visam a eliminar organismos não <strong>de</strong>sejáveis.<br />

A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma substância produzir efeitos in<strong>de</strong>sejáveis, sob<br />

condições específicas, constitui o risco e a intensida<strong>de</strong> do seu grau <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dois fatores: toxida<strong>de</strong> e uso.<br />

A toxida<strong>de</strong> é inerente a cada produto, não po<strong>de</strong>ndo ser manipulada ou alterada<br />

pelo usuário.<br />

Já o uso, que compreen<strong>de</strong> a maneira, o cuidado, a proteção, exposição,<br />

condição, precaução com que a substância é manuseada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />

exclusivamente, do usuário e representa o fator <strong>de</strong>cisivo no aumento ou<br />

diminuição do risco, uma vez que po<strong>de</strong> ser modificado.<br />

Via <strong>de</strong> regra, a intoxicação por agrotóxico é o resultado <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>scuidado ou<br />

in<strong>de</strong>vido, armazenamento errado ou <strong>de</strong>sinformação. Se algumas regras<br />

básicas <strong>de</strong> segurança fossem observadas, muitos casos <strong>de</strong> intoxicações<br />

po<strong>de</strong>riam ser evitados.<br />

A regra básica para evitar aci<strong>de</strong>ntes é: ler o rótulo e seguir rigorosamente as<br />

instruções da bula, pois ali estão colocados todos os conhecimentos do<br />

fabricante a respeito do produto, informando sobre o manuseio, precauções,<br />

primeiros socorros e equipamento <strong>de</strong> proteção.<br />

Mesmo seguindo as instruções, corretamente, po<strong>de</strong>m ocorrer intoxicações<br />

aci<strong>de</strong>ntais e esse risco somente será reduzido com adoção <strong>de</strong> medidas<br />

preventivas. Algumas das medidas são:<br />

21


- a informação do aplicador sobre o agrotóxico que está utilizando;<br />

- cuidados necessários no seu manuseio;<br />

- nunca utilizar produtos sem rótulo ou com rótulo ilegível;<br />

- uso <strong>de</strong> EPI (equipamento <strong>de</strong> proteção individual).<br />

Em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte, os seguintes procedimentos <strong>de</strong>verão ser adotados:<br />

- lavar o local com água para retirar o excesso do produto;<br />

- procurar assistência médica, levando a bula ou rótulo do produto.<br />

-<br />

É fundamental ficar atento aos cuidados necessários, quando produtos<br />

químicos forem utilizados.<br />

2.7 - SOCA<br />

Após o corte, as soqueiras brotam novamente, constituindo novas touceiras.<br />

Até que elas se formem, <strong>de</strong>vem ser mantidas limpas.<br />

A primeira operação é o enleiramento dos restos do corte anterior. A cana<br />

cortada crua <strong>de</strong>ixa gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> palhiço remanescente, que <strong>de</strong>ve ser<br />

enleirado em ruas alternadas.<br />

As escarificações superficiais bastam para a absorção da umida<strong>de</strong>. Assim, se<br />

po<strong>de</strong> esparramar o adubo para a soca ao lado das linhas da cana e <strong>de</strong>pois<br />

incorporá-lo ao solo com uma escarificação. O número <strong>de</strong> capinas para manter<br />

a soca limpa é menor (duas a três), pois o lançamento <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> mato no<br />

solo é menor e a cana se forma mais rapidamente.<br />

2.8 - CORTE DE CANA<br />

A cana <strong>de</strong>ve ser cortada bem rente ao solo para que a nova brota se processe<br />

abaixo do seu nível, quando madura, e na quantida<strong>de</strong> suficiente para moagem<br />

do dia.<br />

A garantia da produção <strong>de</strong> uma boa cachaça está relacionada com o uso<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> matéria-prima, fermentação correta e <strong>de</strong>stilação cuidadosa.<br />

Cálculo do Índice Médio <strong>de</strong> Maturação -IM:<br />

- No início da safra, percorrer o talhão e colher ao acaso em vários<br />

pontos do talhão 10 a 12 colmos;<br />

- Extrair algumas gotas <strong>de</strong> caldo <strong>de</strong> cana do 4º intermódio (gomo da<br />

cana), contando dos rés do chão (base) e do último intermódio<br />

(colmo) do qual a bainha (ponta) se <strong>de</strong>sgarra facilmente, medir no<br />

refratômetro e anotar o Brix; usando planilha;<br />

- Calcular o IM, dividindo os valores encontrados na ponta pelos<br />

encontrados na base, tirando-se a média das amostras;<br />

22


- Inicia-se a colheita, cortando a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cana necessária para<br />

um dia <strong>de</strong> produção da indústria. O corte é feito rente ao solo, sem<br />

queimar o talhão;<br />

- Cortar as pontas e pés e retirar as folhas da parte que vai para as<br />

moendas.<br />

- Transportar para a indústria em carretas próprias.<br />

Os trabalhadores que executam o corte <strong>de</strong>vem usar EPIs, calçando botas (se<br />

possível <strong>de</strong> borracha) e roupa com camisa <strong>de</strong> mangas compridas. (foto nº 05).<br />

Foto 05 – Estabelecimento <strong>de</strong> talhões para corte da cana (quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> moagem para 1 dia)<br />

O carregamento nas pequenas proprieda<strong>de</strong>s é, todo ele, feito manualmente e o<br />

transporte feito em meios <strong>de</strong> transporte disponível. Para gran<strong>de</strong>s áreas, usamse<br />

carrega<strong>de</strong>iras mecânicas com gran<strong>de</strong> rendimento: <strong>de</strong> 120 a 150 t/dia. Com o<br />

sistema <strong>de</strong> carregamento mecânico, não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer<br />

enfeixamento da cana. O transporte, na maioria dos casos, é feito por meio <strong>de</strong><br />

caminhões.<br />

23


3 - ETAPAS DA FABRICAÇÃO DA CACHAÇA<br />

3.1 - A CANA NO ENGENHO<br />

O local <strong>de</strong> recepção da cana <strong>de</strong>ve ser limpo, seco, preferencialmente em nível<br />

elevado do terreno, isolado <strong>de</strong> currais, pocilgas, esterqueiras e <strong>de</strong>mais fontes<br />

produtoras <strong>de</strong> mau cheiro. Deve ser coberto, possuir piso firme, impermeável.<br />

A área adjacente <strong>de</strong>ve ser limpa e pavimentada, para evitar fontes <strong>de</strong><br />

contaminação. (foto nº 06 e 07).<br />

Foto 06 – Chegada da cana para moagem . Foto 07 – Preparo da cana para moagem<br />

A recepção <strong>de</strong>ve conter área <strong>de</strong> estocagem, manuseio e moagem da cana,<br />

filtração e <strong>de</strong>cantação do caldo <strong>de</strong> cana.<br />

Os equipamentos <strong>de</strong>stinados ao beneficiamento da cana constarão <strong>de</strong><br />

moendas que separam o caldo do bagaço, tanque para recepção e diluição da<br />

garapa, dotado <strong>de</strong> filtro ou tela milimétrica, tanque <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação,<br />

preferencialmente <strong>de</strong> aço inoxidável.<br />

Após o término da moagem diária, é necessário que a moenda e todos os seus<br />

acessórios (bicas, coador, tubulações) sejam enxaguados, abundantemente,<br />

com água, <strong>de</strong> preferência quente. Os ternos <strong>de</strong> moenda, os condutores <strong>de</strong><br />

cana, as bicas <strong>de</strong> caldo, os coadores e os tanques receptores <strong>de</strong>vem ser<br />

lavados com água em quantida<strong>de</strong> suficiente, com auxílio <strong>de</strong> uma escova. Esse<br />

cuidado irá refletir na obtenção <strong>de</strong> uma boa fermentação, com indiscutível<br />

aumento no rendimento alcoólico e na qualida<strong>de</strong> do produto final.<br />

3.2 - MOAGEM<br />

A cana-<strong>de</strong>-açúcar <strong>de</strong>ve estar madura, fresca e lavada com água potável. Deve<br />

ser moída, até no máximo 24 horas <strong>de</strong> colhida (fotos nº 08).<br />

24


Foto 08 – Moagem da cana<br />

3.3 - FILTRAÇÃO E DECANTAÇÃO DO CALDO<br />

O caldo é filtrado e <strong>de</strong>cantado para a retirada <strong>de</strong> impurezas, como bagacilho e<br />

terra.<br />

3.3.1 - TEOR DE AÇÚCAR<br />

O ajuste do teor <strong>de</strong> açúcar do caldo, <strong>de</strong> forma a atingir o ponto i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />

fermentação, entre 14º e 16º brix, é feito com água limpa, inodora, incolor, sem<br />

germes patogênicos e <strong>de</strong>ntro dos padrões <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> (foto nº 09).<br />

Foto nº 09– Adicionando água ao caldo para abaixamento do brix<br />

25


O caldo muito rico em açúcar, acima <strong>de</strong> 16%, está sujeito a uma fermentação<br />

com atraso ou incompleta. O fermento encarregado <strong>de</strong> transformar o açúcar do<br />

caldo em álcool possui certo grau <strong>de</strong> tolerância em relação ao álcool. Como a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> álcool produzida durante a fermentação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> açúcar da garapa, quando este for elevado, o teor <strong>de</strong> álcool no caldo<br />

fermentado aumenta, impedindo que as leveduras continuem a fermentação,<br />

mesmo havendo, ainda, açúcar para ser transformado em álcool etílico<br />

(aguar<strong>de</strong>nte). O teor <strong>de</strong> açúcar i<strong>de</strong>al no caldo é <strong>de</strong> 16% (16º Brix). Para medir o<br />

teor <strong>de</strong> açúcar no caldo, usa-se aerometro <strong>de</strong> Brix. A cana, quando bem<br />

madura, dá um caldo com 20 a 22º Brix. Feita a medição do açúcar do caldo e<br />

constatada a necessida<strong>de</strong> abaixar o Brix <strong>de</strong>verá proce<strong>de</strong>r da seguinte maneira:<br />

multiplicar o volume do caldo pelo Brix encontrado, dividindo-se o resultado,<br />

pelo Brix que se <strong>de</strong>seja (i<strong>de</strong>al 16º) e subtraindo o volume do caldo inicial do<br />

valor obtido. Ex: 1000 Ls <strong>de</strong> caldo com Brix 22º, acrescenta-se 375 Ls <strong>de</strong> água<br />

ou seja 1000 x 22 = 1.375 ? 1375 – 1000 = 375 Ls<br />

16<br />

Para medir o teor <strong>de</strong> açúcar no caldo, usa-se aerometro <strong>de</strong> Brix. A cana,<br />

quando bem madura, dá um caldo com 20 a 22º Brix. (foto nº 10).<br />

.<br />

3.4 - FERMENTAÇÃO<br />

Foto nº 10 – Medição do Brix<br />

A área construída <strong>de</strong>ve ser compatível com a capacida<strong>de</strong> do estabelecimento.<br />

O pé direito <strong>de</strong>ve ter altura compatível com o a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

trabalhos e proporcionar condições <strong>de</strong> conforto térmico, ventilação e<br />

luminosida<strong>de</strong>.<br />

O teto <strong>de</strong>verá ser em laje <strong>de</strong> concreto, alumínio, cimento ou outro material,<br />

comprovadamente a<strong>de</strong>quado à finalida<strong>de</strong>. Deve possuir facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

higienização.<br />

26


Quando a estrutura <strong>de</strong> sustentação estiver exposta, <strong>de</strong>verá ser metálica ou<br />

<strong>de</strong>verá ser utilizado forro <strong>de</strong> material a<strong>de</strong>quado à finalida<strong>de</strong>.<br />

O piso <strong>de</strong>verá ser impermeável, resistente a impactos, à corrosão,<br />

anti<strong>de</strong>rrapante e <strong>de</strong> fácil limpeza.<br />

As pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser impermeabilizadas até a altura mínima <strong>de</strong> dois metros<br />

e em cor clara. As janelas <strong>de</strong>vem ser protegidas com telas milimétricas à prova<br />

<strong>de</strong> insetos.<br />

As dornas <strong>de</strong>verão ser, preferencialmente, em aço inoxidável. Outro material<br />

utilizado não <strong>de</strong>ve transmitir substâncias tóxicas, odores e sabores. Deve ser<br />

resistente à corrosão, não absorvente e ser capaz <strong>de</strong> resistir a repetidas<br />

operações <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sinfecção.<br />

O uso <strong>de</strong> equipamentos, ainda não aprovados, <strong>de</strong>verá ficar condicionado aos<br />

pareceres técnicos, a serem emitidos por órgãos oficiais <strong>de</strong> pesquisa e<br />

resultados laboratoriais do produto, quando for o caso.<br />

3.4.1 - TIPO DE FERMENTO<br />

É utilizado o fermento natural, cujo agente fermentativo é a microbiota natural,<br />

que acompanha a cana-<strong>de</strong>-açúcar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a lavoura, na qual predominam as<br />

leveduras, contendo, ainda, gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bactérias, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

enriquecida por nutrientes orgânicos e minerais presentes no arroz (farelo),<br />

soja (farinha) e milho (fubá, canjica, torrada ou malhada).<br />

3.4.2 - RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO FERMENTO<br />

a) Aquecer o fubá, antes <strong>de</strong> adicionar nas dornas (em torno <strong>de</strong> 30º C);<br />

b) A dorna, para elaboração do fermento, <strong>de</strong>ve ter diâmetro maior que a<br />

altura para facilitar o arejamento;<br />

c) Ter o cuidado <strong>de</strong> colocar a dorna em ambiente que mantenha a<br />

temperatura do fermento em elaboração, em torno <strong>de</strong> 25ºC;<br />

d) Fazer o arejamento do caldo <strong>de</strong> 2 em 2 horas, retirando o caldo com<br />

uma caneca e <strong>de</strong>spejando a uma altura que, ao passar por uma peneira,<br />

caia na forma <strong>de</strong> chuveiro;<br />

e) Sempre que for adicionar o caldo na dorna, aquecê-lo em torno <strong>de</strong> 28ºC<br />

e <strong>de</strong>spejá-lo em parcelas ou em filete contínuo; (em temperaturas acima<br />

<strong>de</strong> 35ºC <strong>de</strong>vem ser refrigerados as dornas ou o Ambiente).<br />

A zona ótima <strong>de</strong> temperatura para multiplicação das leveduras é um pouco<br />

menor do que a <strong>de</strong> fermentação (transformação do açúcar em álcool). O<br />

fermento tem favorecida a sua multiplicação a uma temperatura em torno <strong>de</strong><br />

25º C.<br />

É proibida a utilização <strong>de</strong> qualquer produto químico <strong>de</strong> origem mineral para<br />

induzir ou acelerar a fermentação.<br />

27


3.4.3 - SISTEMA DE FERMENTAÇÃO<br />

Para a fermentação são utilizados dois tipos:<br />

- Convencional ou Batelada<br />

Consiste em associar, <strong>de</strong> uma só vez, todo o fermento em todo o meio a<br />

ser fermentado;<br />

- Alimentação Parcelada ou Batelada Alimentada<br />

Consiste na alimentação do caldo <strong>de</strong> cana, <strong>de</strong> modo que o teor <strong>de</strong><br />

açúcar nunca ultrapasse um valor pré-fixado.<br />

- Período i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Fermentação: <strong>de</strong> 12 a 24 horas.<br />

- Aroma da Fermentação: é saudável e penetrante, agradável,<br />

lembrando o aroma <strong>de</strong> frutas maduras (foto nº 11).<br />

- Aci<strong>de</strong>z do Mosto – A aci<strong>de</strong>z final do mosto é, no máximo, igual ao<br />

dobro da aci<strong>de</strong>z inicial.<br />

Fotos nº 11 e 12 – Fermentação do caldo.<br />

3.4.4 - PRODUTOS DA FERMENTAÇÃO<br />

Na fermentação do caldo, o açúcar da cana é transformado em álcool e gás<br />

carbônico. O gás carbônico (CO2) produzido é liberado e não traz prejuízo ao<br />

processo fermentativo. O álcool etílico, que vai sendo formado acima <strong>de</strong> certo<br />

limite no mosto em fermentação, traz prejuízo ao trabalho das leveduras.<br />

As paradas que ocorrem na operação da fábrica, nos fins <strong>de</strong> semana,<br />

prejudicam a sanida<strong>de</strong> do fermento, sendo recomendável o uso <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

revigoramento das leveduras (reintrodução <strong>de</strong> mais caldo, no pé-<strong>de</strong>-cuba<br />

remanescente).<br />

3.4.5 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA FERMENTAÇÃO<br />

3.4.5.1 - Oxigênio do Ar<br />

As leveduras alcoólicas, na presença <strong>de</strong> oxigênio, têm favorecidas as suas<br />

funções vitais, alimentando-se do açúcar do caldo <strong>de</strong> cana e se multiplicando.<br />

28


A presença do oxigênio é importante na fase <strong>de</strong> preparo do fermento, pois é<br />

quando há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intensa aeração.<br />

Teores <strong>de</strong> açúcar, entre 4 a 5º Brix (% <strong>de</strong> açúcar) e intensa aeração, favorecem<br />

a multiplicação das leveduras.<br />

Em ausência <strong>de</strong> oxigênio, as leveduras alcoólicas transformam o açúcar em<br />

álcool e gás carbônico. Nessa situação, o teor <strong>de</strong> açúcar não <strong>de</strong>ve ultrapassar<br />

16º Brix.<br />

Acima <strong>de</strong> 16º Brix, o álcool produzido na fermentação exerce efeito tóxico às<br />

leveduras, prejudicando o seu trabalho <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte e sua<br />

reprodução.<br />

3.4.5.2 - pH - As leveduras<br />

O caldo <strong>de</strong> cana apresenta uma aci<strong>de</strong>z ionizável ou um pH em torno <strong>de</strong> 5,5.<br />

Nessa condição, o índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z favorece a ativida<strong>de</strong> reprodutiva das<br />

leveduras. Para a produção da cachaça, o pH i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve situar-se na faixa <strong>de</strong><br />

4,0 a 5,0. Geralmente, a aci<strong>de</strong>z do caldo é suficiente para uma boa<br />

fermentação.<br />

Uma colheita cuidadosa, sem queimar a cana, uma boa limpeza e diluição do<br />

caldo, um acompanhamento da vitalida<strong>de</strong> do fermento e ajustamentos da<br />

quantida<strong>de</strong> do pé-<strong>de</strong>-cuba, normalmente, superam as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

correção do pH.<br />

3.4.5.3 - Temperatura<br />

Na fase <strong>de</strong> produção do fermento, entre 26 a 32 ºC, passando para 32ºC,<br />

começam as infusões. Nesse ponto é necessária à refrigeração à base <strong>de</strong><br />

banho <strong>de</strong> água na dorna. As temperaturas, acima <strong>de</strong>sse limite, trazem como<br />

conseqüência o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> fermentação, tais como:<br />

acética, láctica, butírica, <strong>de</strong>xtrânica etc, prejudiciais à qualida<strong>de</strong> da aguar<strong>de</strong>nte.<br />

O controle da temperatura do mosto, <strong>de</strong>ntro da faixa i<strong>de</strong>al para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das leveduras, favorece a transformação do açúcar em álcool,<br />

em <strong>de</strong>trimento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros microrganismos in<strong>de</strong>sejáveis<br />

(infecção).<br />

As temperaturas abaixo do limite mínimo trazem, como conseqüência, um<br />

maior tempo <strong>de</strong> fermentação, pela menor ativida<strong>de</strong> das leveduras.<br />

3.4.5.4 - Controle dos aci<strong>de</strong>ntes na fermentação<br />

Para evitar as contaminações por bactérias na fermentação, os produtores <strong>de</strong><br />

cachaça <strong>de</strong> alambique <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> observam os seguintes cuidados:<br />

a) Não queimar a cana;<br />

b) Moer a cana no mesmo dia da colheita, armazenando-a em lugar<br />

coberto e fresco por, no máximo, 24 horas;<br />

c) Manter rigorosa higiene dos equipamentos e instalações, o que inclui:<br />

29


- Ao término da operação <strong>de</strong> moagem, lavar as moendas com jato <strong>de</strong><br />

água potável morna ou com vapor;<br />

- Lavar as canalizações que transportam o caldo <strong>de</strong> cana para as<br />

dornas;<br />

- Lavar, diariamente, qualquer transbordamento das dornas e os pisos<br />

das seções <strong>de</strong> moagem e fermentação;<br />

- Manter as pare<strong>de</strong>s da fábrica sempre limpas, efetuando caiação,<br />

sempre que necessário, para eliminar focos <strong>de</strong> mofos e outras<br />

infecções.<br />

d) No preparo do mosto, utilizar água comprovadamente potável;<br />

e) Usar sempre fermento vigoroso, capaz <strong>de</strong> realizar o processo<br />

fermentativo, no período <strong>de</strong> 24 a 36 horas, no máximo (esse período<br />

mais longo somente <strong>de</strong>ve ocorrer em épocas mais frias);<br />

f) Controlar a temperatura inicial do mosto em torno <strong>de</strong> 30ºC, não <strong>de</strong>ixando<br />

que ultrapasse esse valor, durante a fase tumultuosa <strong>de</strong> fermentação.<br />

3.4.6 - PÉ-DE-CUBA<br />

Periodicamente, quando o produtor <strong>de</strong> cachaça verificar que o rendimento da<br />

fermentação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada dorna está com a produção <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>caindo, <strong>de</strong>ve-se realizar o tratamento do pé-<strong>de</strong>-cuba ou fermento (anexo<br />

tabela).<br />

Preventivamente, esse tratamento do pé-<strong>de</strong>-cuba po<strong>de</strong> ser realizado, pelo<br />

menos, <strong>de</strong> 15 em 15 dias.<br />

Após encerrar o esgotamento do vinho para o alambique, <strong>de</strong>ve-se promover<br />

tanto o revigoramento do pé-<strong>de</strong>-cuba, quanto a assepsia da dorna. Uma vez<br />

retirado o pé-<strong>de</strong>-cuba, <strong>de</strong>ve-se lavar a dorna com bastante água, <strong>de</strong><br />

preferência pré-aquecida (40-50ºC). As pare<strong>de</strong>s das dornas, sempre que<br />

possível, <strong>de</strong>vem ser escovadas, <strong>de</strong> modo a promover a retirada <strong>de</strong> mucilagens<br />

e outros materiais que se <strong>de</strong>positam, tornando-se futuros focos <strong>de</strong><br />

contaminação.<br />

3.4.7 - DECANTAÇÃO DO FERMENTO<br />

Ao final da fermentação, o mosto separa-se em vinho claro, sobrenadante, e<br />

pé-<strong>de</strong>-cuba. Tendo o mosto atingido 0º Brix, extrai-se o sobrenadante (que é<br />

enviado à <strong>de</strong>stilação), <strong>de</strong>ixando cerca <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> seu volume no fundo da<br />

dorna. Completa-se o volume com caldo <strong>de</strong> cana a 15º Brix. Quando a<br />

concentração <strong>de</strong> açúcar cair para 7º Brix, passa-se a meta<strong>de</strong> do volume do<br />

mosto para outra dorna. Completa-se o volume <strong>de</strong> ambas as dornas com caldo<br />

<strong>de</strong> cana a 15º Brix e <strong>de</strong>ixa-se fermentar.<br />

30


3.5 - DESTILAÇÃO<br />

3.5.1 - DESTILAÇÃO DO VINHO<br />

Terminada a fermentação do mosto (a leitura no aerômetro é <strong>de</strong> zero ou abaixo<br />

<strong>de</strong> zero – (foto nº 13), o vinho <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>stilado, imediatamente, evitando-se<br />

que o álcool transforme-se em vinagre, provocando, em conseqüência, uma<br />

piora no gosto da aguar<strong>de</strong>nte. Após a fermentação, as contaminações<br />

aparecem com mais rapi<strong>de</strong>z no vinho.<br />

Foto nº 13 – Vinho pronto para <strong>de</strong>stilação.<br />

Durante o esvaziamento da dorna, <strong>de</strong>ve-se ter o cuidado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar no fundo<br />

entre 10 e 12% do pé-<strong>de</strong>-cuba, para a fermentação seguinte.<br />

A <strong>de</strong>stilação do vinho é feita em aparelhos, <strong>de</strong> diversos tipos, <strong>de</strong>nominados<br />

alambiques (Fotos 14 e 15).<br />

31


Foto 14. Alambique com refrigeração externa (tromba <strong>de</strong> elefante) Foto nº 15 Alambique com pré-aquecedor<br />

O <strong>de</strong>scuido na higienização dos alambiques <strong>de</strong> cobre manifesta-se,<br />

rapidamente, pelo aparecimento <strong>de</strong> uma coloração escura, associada ao<br />

azinhavre. Sua limpeza artesanal é feita usando-se limão-capeta e sal,<br />

permitindo recuperar a limpeza e o brilho natural do cobre. A cada parada do<br />

alambique, esse <strong>de</strong>ve ser lavado e é recomendável encher sua panela e<br />

serpentina com água, para evitar oxidação do cobre e contaminação da<br />

cachaça por esse metal.<br />

A cada início <strong>de</strong> safra, o alambique <strong>de</strong>ve ser totalmente <strong>de</strong>smontando e lavado<br />

com água, limão e sal ou com água e bicarbonato. Cuidado especial <strong>de</strong>ve<br />

merecer a serpentina do refrigerador, principal parte do aparelho a contaminar<br />

a aguar<strong>de</strong>nte com o cobre. Depois da lavagem e limpeza do aparelho, a<br />

primeira <strong>de</strong>stilação <strong>de</strong>ve ser realizada com água, <strong>de</strong> modo a eliminar todos os<br />

resíduos <strong>de</strong> cobre e <strong>de</strong> produtos utilizados na limpeza.<br />

3.6 - TRANSFORMAÇÃO DO VINHO EM CACHAÇA<br />

O vinho, proveniente do processo fermentativo, converte-se em cachaça com<br />

38 a 48% v/v, pela <strong>de</strong>stilação.<br />

Foto nº 16 – Medição <strong>de</strong> graduação alcoólica<br />

32


3.7 - FRACIONAMENTO DO DESTILADO<br />

A <strong>de</strong>stilação é fracionada, obtendo-se os seguintes produtos (fotos nº s 17):<br />

a) Cabeça<br />

É a primeira fração, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5% a 10% do <strong>de</strong>stilado total, que<br />

contém a maior parte do metanol e parte dos al<strong>de</strong>ídos e álcoois<br />

superiores.<br />

b) Coração<br />

A segunda fração, com cerca <strong>de</strong> 80% do <strong>de</strong>stilado total. É a<br />

<strong>Cachaça</strong>.<br />

c) Cauda ou Água Fraca<br />

A terceira fração. Correspon<strong>de</strong> aos cerca <strong>de</strong> 10% a 15% finais do<br />

<strong>de</strong>stilado total. Contêm ácidos voláteis e parte dos álcoois superiores,<br />

entre outros.<br />

Foto nº 17 – Instalação para separar as fases cabeça, coração e cauda.<br />

3.8 - ARMAZENAMENTO<br />

O acondicionamento da cachaça recém <strong>de</strong>stilada <strong>de</strong>ve ser em tonéis <strong>de</strong><br />

material inerte que não influencie, negativamente, no aroma e no paladar da<br />

bebida.<br />

Recomenda-se o armazenamento em dorna <strong>de</strong> aço inox ou tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

(Foto nº 18) que confiram características <strong>de</strong>sejáveis ao produto. Recomendase,<br />

ainda, que se proceda ao controle <strong>de</strong> temperatura e umida<strong>de</strong>, no ambiente<br />

<strong>de</strong> armazenamento.<br />

33


3.9 - ENVELHECIMENTO<br />

Foto nº18 – Armazenamento <strong>de</strong> <strong>Cachaça</strong><br />

Para ser consi<strong>de</strong>rada envelhecida, a cachaça <strong>de</strong> alambique <strong>de</strong>ve permanecer<br />

por um período mínimo <strong>de</strong> um ano em tonéis da ma<strong>de</strong>ira recomendada, com<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, no máximo, setecentos litros. Os tonéis <strong>de</strong>stinados ao<br />

envelhecimento da cachaça <strong>de</strong> alambique <strong>de</strong>verão ser lacrados e datados pelo<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, logo após o<br />

envase (Foto nº19)<br />

Foto nº 19 – Envelhecimento em torneis <strong>de</strong> carvalho.<br />

34


3.10 - ENVASE E ROTULAGEM<br />

Todo produto <strong>de</strong>stinado ao envase <strong>de</strong>ve ser filtrado.<br />

Enten<strong>de</strong>-se por filtração a retirada por processo mecânico das impurezas,<br />

mediante centrifugação ou passagem por material filtrante próprio, sob pressão<br />

(Foto nº20).<br />

Locais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras: no envase do produto (para fins <strong>de</strong> certificação).<br />

Foto nº20 – Envase.<br />

35


EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E PROCEDIMENTOS<br />

3.11 - PISO E PAREDE<br />

A superfície das pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser lisa, evitando-se saliências que acumulem<br />

poeira, impermeável, lavável, <strong>de</strong> material durável e <strong>de</strong> cor clara. Quando<br />

possível, a pare<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser azulejada (instalações <strong>de</strong>stinadas à fermentação<br />

<strong>de</strong>verão ser azulejadas), com junções arredondadas e vedadas com material<br />

impermeável.<br />

Devem ser lavados, rotineiramente, e mantidos em condições <strong>de</strong> higiene<br />

antes,durante e após a elaboração dos produtos.<br />

3.12 - DRENAGEM<br />

Sistema <strong>de</strong> drenagem apropriado para receber a água residual, eliminando seu<br />

acúmulo sobre o piso. A inclinação <strong>de</strong>ve facilitar o escoamento das águas <strong>de</strong><br />

lavagem.<br />

3.13 - JANELAS E PEITORIL INTERNO<br />

Nas janelas, o peitoril interno <strong>de</strong>ve ser eliminado ou ter inclinação que permita<br />

evitar acumulo <strong>de</strong> poeira.<br />

3.14 - TELAS TIPO REDE<br />

Devem ser instaladas telas, tipo re<strong>de</strong>, contra insetos, nas janelas.<br />

3.15 - PORTAS INTERNAS<br />

As portas internas não <strong>de</strong>vem ter painéis ou saliências.<br />

3.16 - VENTILAÇÃO<br />

A ventilação <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quada para evitar crescimento <strong>de</strong> fungos, sendo<br />

planejada para evitar poeira e garantir condições agradáveis <strong>de</strong> trabalho.<br />

3.17 - SUPRIMENTO DE ÁGUA<br />

A água utilizada para processamento e limpeza <strong>de</strong>ve ser potável. Para o<br />

suprimento <strong>de</strong> água, o encanamento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ve ser,<br />

preferencialmente, suspenso no teto ou preso às pare<strong>de</strong>s. Os tanques <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong>vem ser mantidos tampados, sendo examinados, regulamente, e limpos a<br />

cada seis meses.<br />

36


3.18 - VESTIÁRIOS, SANITÁRIOS E BANHEIROS.<br />

Dispor <strong>de</strong> vestiários, banheiros, vasos sanitários, mictórios e <strong>de</strong>mais<br />

<strong>de</strong>pendências necessárias, em número proporcional ao pessoal, instaladas,<br />

separadamente, para cada sexo, completamente isoladas e afastadas das<br />

<strong>de</strong>pendências on<strong>de</strong> são beneficiados produtos.<br />

Providos <strong>de</strong> pia e produtos higiênicos (sabonete, papel, etc.), afastados ou sem<br />

nenhuma ligação direta com as salas <strong>de</strong> processamento. Recomenda-se<br />

colocar cartazes, solicitando que o pessoal lave as mãos após o uso dos<br />

sanitários.<br />

3.19 - DEPÓSITOS<br />

Depósito <strong>de</strong> material: são instalados para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> guarda<br />

<strong>de</strong> materiais.<br />

Depósito <strong>de</strong> lixo: os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>vem ser instalados fora da área <strong>de</strong><br />

processamento. Os recipientes contendo lixo <strong>de</strong>vem ser mantidos fechados,<br />

para evitar insetos e roedores. Descarte regular do lixo produzido.<br />

3.20 - LABORATÓRIO<br />

Deverá estar localizado <strong>de</strong> maneira estratégica, <strong>de</strong> modo a facilitar a coleta <strong>de</strong><br />

amostras e a realização das análises <strong>de</strong> rotina. Deverá estar convenientemente<br />

equipado, para um a<strong>de</strong>quado controle físico-químico da matéria-prima e<br />

produtos.<br />

As análises <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão obe<strong>de</strong>cer às exigências do IMA e<br />

seus resultados lançados em boletim próprio.<br />

3.21 - CALDEIRA/FORNALHA<br />

A cal<strong>de</strong>ira, localizada em prédio específico, <strong>de</strong>verá manter afastamento mínimo<br />

<strong>de</strong> três metros, em relação a outras construções, bem como aten<strong>de</strong>r à<br />

legislação específica do Ministério do Trabalho e do Emprego. Quando<br />

alimentada a lenha, <strong>de</strong>verá ser registrada no órgão competente, bem como<br />

estar <strong>de</strong>positada em local a<strong>de</strong>quado, <strong>de</strong> modo a não prejudicar a higiene do<br />

estabelecimento (Fotos nºs 21e 22).<br />

37


Foto nº 21 – Fornalha abastecida com bagaço <strong>de</strong> cana Foto nº 22 – Cal<strong>de</strong>ira para geração <strong>de</strong> vapor .<br />

3.22 - HIGIENIZAÇÃO<br />

A assepsia compreen<strong>de</strong> todos os cuidados higiênicos que procuram afastar os<br />

microorganismos, principalmente os patogênicos e <strong>de</strong>terioradores da matériaprima,<br />

dos equipamentos e <strong>de</strong>mais utensílios que entram em contato com o<br />

produto.<br />

Um dos requisitos indispensáveis, para se alcançar um produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, é<br />

evitar sua contaminação em cada uma das etapas do processo. Deve-se<br />

consi<strong>de</strong>rar a carga (número) <strong>de</strong> microrganismos patogênicos e outros fatores<br />

que possam alterar a fermentação, conduzindo à produção <strong>de</strong> substâncias<br />

in<strong>de</strong>sejáveis.<br />

A ausência <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> assepsia po<strong>de</strong> ocasionar a proliferação <strong>de</strong> bactérias<br />

acéticas (aroma <strong>de</strong> vinagre e invasão <strong>de</strong> drosófilas), láticas (odor <strong>de</strong> leite<br />

azedo), butíricas (aroma <strong>de</strong> gás sulfidrico, semelhante ao <strong>de</strong> ovo podre) e<br />

ainda bactérias <strong>de</strong>xtrânicas, que aumentam a viscosida<strong>de</strong> do vinho, com<br />

gran<strong>de</strong>s perdas no rendimento da fermentação.<br />

Todas as <strong>de</strong>pendências e equipamentos dos estabelecimentos <strong>de</strong>vem ser<br />

mantidos em condições <strong>de</strong> higiene, antes, durante e após a realização dos<br />

trabalhos.<br />

O estabelecimento <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r ao controle <strong>de</strong> insetos, pássaros e roedores.<br />

É proibida a permanência <strong>de</strong> cães, gatos e <strong>de</strong> outros animais em qualquer<br />

<strong>de</strong>pendência do estabelecimento.<br />

Todas as pessoas que manipulem produtos <strong>de</strong>vem possuir treinamento em<br />

boas práticas higiênico-sanitárias, tanto para manipulação, quanto higiene<br />

pessoal.<br />

O manipulador não <strong>de</strong>ve apresentar enfermida<strong>de</strong>s, feridas ou problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> que o impeçam <strong>de</strong> manipular alimentos.<br />

38


Os empregados, das áreas que oferecem riscos <strong>de</strong> contaminação do produto,<br />

<strong>de</strong>vem portar uniformes, botas brancas, gorro que propicie a contenção total<br />

dos cabelos e máscara.<br />

Os uniformes <strong>de</strong>vem ser usados sempre limpos.<br />

Mãos e braços <strong>de</strong>vem estar limpos e higienizados, unhas cortadas e limpas,<br />

sem esmaltes, não sendo permitido qualquer tipo <strong>de</strong> adorno.<br />

As caixas <strong>de</strong> sedimentação <strong>de</strong>verão ser freqüentes e convenientemente<br />

limpas.<br />

Detergentes e <strong>de</strong>sinfetantes só po<strong>de</strong>rão ser utilizados quando aprovados para<br />

uso em indústria <strong>de</strong> alimentos. O estoque <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfetantes <strong>de</strong>ve ser apropriado<br />

e suficiente para uso na higienização das instalações.<br />

É proibido empregar na coleta, embalagem, transporte ou conservação <strong>de</strong><br />

matérias-primas e produtos usados na produção da cachaça <strong>de</strong> alambique,<br />

vasilhame <strong>de</strong> plástico (exceto o atóxico), cobre, latão, zinco, barro, ferro<br />

estanhado, com liga que contenha mais <strong>de</strong> dois por cento <strong>de</strong> chumbo ou<br />

apresente estanhagem <strong>de</strong>feituosa ou <strong>de</strong> qualquer utensílio que, pela sua forma<br />

e composição, possa prejudicar as matérias-primas ou produtos.<br />

Utilizar água quente e ou produto a<strong>de</strong>quado na higienização do piso e pare<strong>de</strong>s<br />

dos cômodos da fábrica.<br />

Caso possua produção <strong>de</strong> vapor na fábrica, utilizá-lo na higienização do piso e<br />

pare<strong>de</strong>s (foto nº 23)<br />

Foto nº23 – Higienização das instalações e equipamentos com vapor<br />

39


CAPÍTULO II<br />

BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS<br />

40


1 - LEGISLAÇÃO SOBRE O ASSUNTO<br />

Além <strong>de</strong> submetida a uma Legislação Ambiental <strong>de</strong> caráter mais geral, a<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte também é regulamentada por leis bem<br />

específicas para o setor. A seguir, relacionamos, em or<strong>de</strong>m cronológica, a<br />

legislação sobre o assunto.<br />

Portaria Nº 158 <strong>de</strong> 3-11-1980 do Ministério do Interior – essa Portaria <strong>de</strong>lega<br />

aos Estados a competência para fiscalizar fábricas <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>stilarias<br />

<strong>de</strong> álcool, bem como analisar e aprovar projetos <strong>de</strong> controle ambiental da<br />

ativida<strong>de</strong> sucroalcooleira.<br />

Lei Estadual Nº 9.367 <strong>de</strong> 11-12-1986 – essa Lei, em resumo, proíbe o<br />

lançamento <strong>de</strong> vinhoto e águas residuárias em qualquer curso d’água ou lagoa,<br />

sem tratamento prévio.<br />

Deliberação Normativa COPAM Nº 12 <strong>de</strong> 16-12-1986 – nessa Deliberação<br />

constam as normas para armazenamento <strong>de</strong> efluentes das usinas <strong>de</strong> açúcar e<br />

<strong>de</strong>stilarias <strong>de</strong> álcool e aguar<strong>de</strong>nte e para disposição <strong>de</strong> vinhoto no solo.<br />

Deliberação Normativa COPAM Nº 01 <strong>de</strong> 22-3-1990 – estabelece os critérios<br />

e valores para in<strong>de</strong>nização dos custos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> licenciamento<br />

ambiental e dá outras providências. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

cana-<strong>de</strong>-açúcar apresentava, conforme código 27.20.01 <strong>de</strong>ssa DN, médio<br />

potencial poluidor/<strong>de</strong>gradador. Essa DN foi revogada pela DN 74/2004.<br />

Deliberação Normativa COPAM Nº 42 <strong>de</strong> 17-4-2000 – essa Deliberação<br />

dispensava do licenciamento ambiental os empreendimentos com capacida<strong>de</strong><br />

instalada diária abaixo <strong>de</strong> 500 L. Essa DN foi revogada pela DN 74/2004.<br />

Lei Estadual Nº 14.309, <strong>de</strong> 19-6-2002 – trata-se da atual Lei Florestal do<br />

Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, que dispõe sobre as políticas florestais e <strong>de</strong> proteção<br />

à biodiversida<strong>de</strong> no Estado.<br />

Deliberação Normativa COPAM Nº 74 <strong>de</strong> 9-9-2004 – essa Deliberação<br />

estabelece os critérios para classificação, segundo porte e potencial poluidor,<br />

<strong>de</strong> empreendimentos e ativida<strong>de</strong>s modificadoras do meio ambiente passíveis<br />

<strong>de</strong> autorização ambiental ou <strong>de</strong> licenciamento ambiental no nível estadual,<br />

<strong>de</strong>termina normas para in<strong>de</strong>nização dos custos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong><br />

autorização ambiental e <strong>de</strong> licenciamento ambiental e dá outras providências.<br />

De acordo com a DN COPAM 74/2004, as ativida<strong>de</strong>s exercidas pelo setor <strong>de</strong><br />

aguar<strong>de</strong>nte são passíveis <strong>de</strong> Autorização Ambiental <strong>de</strong> Funcionamento – AAF<br />

ou Licenciamento Ambiental – LA, no âmbito estadual, quando classificada<br />

nos códigos e porte:<br />

D-02-02-1 – Fabricação <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte<br />

- Capacida<strong>de</strong> instalada maior que 300 e menor que 800 L/dia ? AAF;<br />

- Capacida<strong>de</strong> instalada maior/igual a 800 L/dia ? LA<br />

D-02-03-8 – Padronização, envelhecimento ou engarrafamento <strong>de</strong> bebidas<br />

- Capacida<strong>de</strong> instalada maior que 10 e menor ou igual a 400 m 3 /dia ? AAF;<br />

- Capacida<strong>de</strong> instalada maior que 400 m 3 /dia ? LA<br />

G-01-07-4 – Cultura <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

41


- Área útil maior ou igual a 10 e menor que 100 ha ? AAF;<br />

- Área útil maior ou igual a 100 ha ? LA<br />

É necessário dizer que essas são normas legais que não só buscam<br />

regulamentar o setor, como também apresentar procedimentos para um<br />

controle ambiental a<strong>de</strong>quado.<br />

42


2 - FALANDO DE POLUIÇÃO<br />

Antes <strong>de</strong> qualquer comentário, é necessário esclarecer que, para o meio<br />

ambiente, não há diferença entre cachaça <strong>de</strong> alambique ou artesanal, industrial<br />

e aguar<strong>de</strong>nte, pois os resíduos gerados são os mesmos: vinhoto, bagaço, etc.<br />

Quando se fala <strong>de</strong> poluição causada por fábricas <strong>de</strong> aguar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cana, logo<br />

vem à mente o vinhoto, tanto pela sua composição quanto pelo volume gerado.<br />

Realmente, trata-se do principal agente poluidor, no entanto, não é o único.<br />

A produção <strong>de</strong> cachaça, além do vinhoto, gera vários outros resíduos (sólidos,<br />

líquidos e gasosos), conforme esquematizado no Anexo I: águas <strong>de</strong> lavagem<br />

das instalações, a cabeça e a cauda retiradas na <strong>de</strong>stilação do vinho, o<br />

<strong>de</strong>scarte da fermentação que não <strong>de</strong>u certo e o do pé <strong>de</strong> cuba, as águas <strong>de</strong><br />

resfriamento, as águas usadas para limpeza <strong>de</strong> garrafas, fumaça, fuligem e<br />

cinzas das cal<strong>de</strong>iras e fornalhas, além <strong>de</strong> embalagens impróprias para o uso ou<br />

embalagens <strong>de</strong> produtos agrotóxicos. Esses resíduos são poluentes potenciais.<br />

O vinhoto ou vinhaça é gerado em uma proporção <strong>de</strong> 6 a 8 litros para cada litro<br />

<strong>de</strong> cachaça produzida, e sua composição, conforme Quadro I, tem alta<br />

<strong>de</strong>manda química e bioquímica <strong>de</strong> oxigênio (DQO e DBO), o que confere um<br />

caráter altamente poluidor. O seu <strong>de</strong>scarte direto em recursos hídricos provoca<br />

o <strong>de</strong>créscimo do oxigênio dissolvido na água, causando mortanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes,<br />

mau cheiro, proliferação <strong>de</strong> insetos, etc. e a sua disposição no solo, como<br />

fertilizante, apesar <strong>de</strong> recomendada, <strong>de</strong>verá ser orientada por um profissional<br />

habilitado para que não se torne mais um problema, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das<br />

condições locais, po<strong>de</strong> alterar negativamente a sua condição.<br />

Quanto ao <strong>de</strong>stino do vinhoto, existem alternativas <strong>de</strong> uso que geram ganhos<br />

econômicos e ambientais.<br />

Sobre a fertirrigação, utilizando o vinhoto, sua adição ao solo agrícola constitui,<br />

inicialmente, uma fertirrigação orgânica e os efeitos <strong>de</strong>correntes po<strong>de</strong>rão ser:<br />

elevação do pH, aumento da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns nutrientes, elevação da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca catiônica (CTC), aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong><br />

água, melhoria da estrutura física e aumento da população e da ativida<strong>de</strong><br />

microbiana. Essa operação <strong>de</strong>ve ser precedida <strong>de</strong> análise química do solo.<br />

43


Quatro I - composição química típica da vinhaça proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> caldo direto<br />

Parâmetro<br />

Faixa <strong>de</strong><br />

valores<br />

44<br />

Padrão <strong>de</strong><br />

lançamento, conforme<br />

DN COPAM 10/86<br />

pH 3,7 – 4,6 6,0-9,0<br />

Temperatura ( o C) 80-100<br />

< 40 °C sem alterar a<br />

temperatura do corpo<br />

receptor<br />

DBO (mg/L O2 ) 6.000 – 16.500 60 ou 85% <strong>de</strong> redução<br />

DQO (mg/L O2 ) 15.000 – 33.000 90 ou 90% <strong>de</strong> redução<br />

Sólidos totais (mg/L) 23.700 -<br />

Sólidos voláteis (mg/L ) 20.000 -<br />

Sólidos fixos (mg/L) 3.700 -<br />

Sólidos em suspensão (mg/L) - 60<br />

Materiais sedimentáveis (mL/L) - 1,0<br />

Nitrogênio (mg/L) 150 – 700 -<br />

Fósforo (mg/L P2O5 ) 10 – 210 -<br />

Potássio (mg/L K2O ) 1.200 – 2.100 -<br />

Cálcio (mg/L CaO) 130 – 1.540 -<br />

Magnésio (mg/L MgO) 200 – 490 -<br />

Sulfato (mg/L SO4 2- ) 600 – 760 -<br />

Carbono (mg/L C) 5.700 - 13.400 -<br />

Relação C/N 19,7 - 27,07 -<br />

Matéria Orgânica (mg/L) 19.500 -<br />

Detergentes (mg/L) - 2,0<br />

Óleos e graxas (mg/L) -<br />

Fonte: Centurion, R. E. B. Moraes, V. A et. ali<br />

minerais 20<br />

vegetais ou animais 50<br />

Quanto ao bagaço da cana, <strong>de</strong>vido ao custo elevado dos combustíveis<br />

tradicionais, ele vem sendo queimado nas cal<strong>de</strong>iras ou fornalhas das próprias<br />

unida<strong>de</strong>s industriais para geração <strong>de</strong> vapor.<br />

A queima do bagaço <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar na cal<strong>de</strong>ira ou fornalha <strong>de</strong>ve ser<br />

objeto, no mínimo, <strong>de</strong> controles operacionais para que a emissão <strong>de</strong> material<br />

particulado não provoque incômodos. Lembramos que a queima <strong>de</strong>sse resíduo,<br />

a céu aberto, é proibida.<br />

A combustão do bagaço gera em torno <strong>de</strong> 2,5% <strong>de</strong> cinzas em relação ao peso<br />

inicial <strong>de</strong> bagaço queimado. A composição química das cinzas mostra que o<br />

silício é o constituinte predominante, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>stacar, também, a<br />

presença do potássio, como macronutriente primário.<br />

O bagaço também po<strong>de</strong> ser utilizado na produção <strong>de</strong> composto orgânico, por<br />

processamento bioquímico natural, que resulta em produto que po<strong>de</strong> ser<br />

empregado na substituição parcial do fertilizante químico na lavoura <strong>de</strong> cana.


3 - BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS<br />

3.1 - LOCALIZAÇÃO<br />

Os empreendimentos <strong>de</strong>vem ser instalados em locais distantes <strong>de</strong> núcleos<br />

populacionais, para evitar incômodos quanto a ruídos e odores, e que o terreno<br />

no entorno, próprio ou <strong>de</strong> terceiros, tenha topografia a<strong>de</strong>quada e área<br />

suficiente para a disposição agrícola economicamente viável e ambientalmente<br />

correta dos efluentes líquidos (como vinhoto e águas <strong>de</strong> lavagem) e resíduos<br />

sólidos (como cinzas da cal<strong>de</strong>ira e exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> bagaço <strong>de</strong> cana).<br />

Recomenda-se que esses empreendimentos sejam instalados em zona rural.<br />

3.2 - UTILIZAÇÃO DE ÁREAS E CONSUMO DE LENHA<br />

A utilização do terreno, quanto ao local da instalação do alambique,<br />

reservatórios, áreas <strong>de</strong> plantio da cana ou disposição <strong>de</strong> efluentes ou resíduos,<br />

<strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer às exigências do Código Florestal <strong>de</strong> Minas Gerais – Lei<br />

Estadual Nº 14.309, <strong>de</strong> 19-6-2002.<br />

Assim, qualquer intervenção nas áreas <strong>de</strong>finidas na Lei Florestal, como sendo<br />

<strong>de</strong> uso restrito, <strong>de</strong>verá ser precedida <strong>de</strong> anuência do IEF. Essas áreas são:<br />

??Áreas <strong>de</strong> Preservação Permanente (APP) – têm a função ambiental <strong>de</strong><br />

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilida<strong>de</strong> geológica,<br />

etc.<br />

??Área <strong>de</strong> Reserva Legal averbada em cartório – são importantes para o<br />

uso sustentável dos recursos naturais, conservação e reabilitação dos<br />

processos ecológicos, abrigo e proteção da fauna e flora nativas, etc.<br />

??Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – são espaços territoriais com características<br />

naturais relevantes, legalmente instituídas pelo po<strong>de</strong>r público.<br />

O IEF é o órgão responsável pela <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong>ssas áreas, sendo que a<br />

Reserva Legal <strong>de</strong>verá, inclusive, ser averbada em cartório.<br />

A supressão <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> vegetação, em qualquer área do terreno, <strong>de</strong>ve<br />

ser precedida <strong>de</strong> Autorização Para Exploração Florestal – APEF, expedida pelo<br />

IEF. A utilização, ainda que insignificante, da APP e da Reserva Legal <strong>de</strong>verá<br />

ser precedida <strong>de</strong> anuência do IEF.<br />

A utilização <strong>de</strong> lenha, <strong>de</strong> qualquer procedência, está também sujeita à<br />

autorização e registro no IEF, do consumidor <strong>de</strong> lenha, que <strong>de</strong>verá provi<strong>de</strong>nciar<br />

a Certidão <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Consumidor <strong>de</strong> Lenha e do fornecedor <strong>de</strong> lenha, que<br />

<strong>de</strong>verá portar a Guia <strong>de</strong> Controle Ambiental – GCA.<br />

45


3.3 - USO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS OU SUBTERRÂNEAS<br />

A Lei Fe<strong>de</strong>ral Nº 9.433, <strong>de</strong> 8-1-1997, estabelece, entre outras coisas, que a<br />

água é um recurso natural limitado e um bem público dotado <strong>de</strong> valor<br />

econômico. Ainda que o recurso hídrico esteja localizado em proprieda<strong>de</strong><br />

privada, o seu uso <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer à Política Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos.<br />

Assim, antes do início <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> um poço tubular, construção <strong>de</strong><br />

barramento, <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> curso d’água, instalação <strong>de</strong> bombas, etc. para utilização<br />

<strong>de</strong> qualquer água, superficial ou subterrânea, o IGAM <strong>de</strong>verá ser<br />

obrigatoriamente consultado para expedição <strong>de</strong> outorga ou preenchimento do<br />

Formulário <strong>de</strong> Cadastro para Usos Insignificantes.<br />

Para os casos em que essas intervenções já tenham sido feitas, a consulta ao<br />

IGAM é, também, obrigatória. Esse procedimento é exigido pela Lei Estadual<br />

13.199, <strong>de</strong> 29-1-1999, e visa a assegurar a quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> das águas<br />

para utilização atual e futura.<br />

Quando o recurso hídrico for fe<strong>de</strong>ral, (lagos, rios e quaisquer correntes <strong>de</strong><br />

água em terreno <strong>de</strong> domínio da União ou que banhem mais <strong>de</strong> um Estado) a<br />

outorga <strong>de</strong>verá ser solicitada à ANA. Nos <strong>de</strong>mais casos, a solicitação <strong>de</strong><br />

outorga <strong>de</strong>verá ser feita protocolando, no respectivo NARC, o FCEI do<br />

empreendimento, <strong>de</strong>vidamente preenchido, mesmo que esse não seja passível<br />

<strong>de</strong> licenciamento ambiental.<br />

Os usos insignificantes <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>finidos na DN CERH Nº 09, <strong>de</strong> 16-6-2004,<br />

não são passíveis <strong>de</strong> outorga, mas <strong>de</strong>vem ser cadastrados no IGAM, por meio<br />

do preenchimento do Formulário <strong>de</strong> Cadastro para Usos Insignificantes.<br />

3.4 - APROVEITAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS<br />

3.4.1 VINHOTO<br />

Recomenda-se a utilização, como adubo, na fertirrigação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> plantio<br />

<strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar, obe<strong>de</strong>cendo aos critérios estabelecidos na DN COPAM<br />

12/86, quais sejam:<br />

Características do(s) reservatório(s) <strong>de</strong> regularização do fluxo:<br />

- volume <strong>de</strong> 5 a 10 dias <strong>de</strong> funcionamento da indústria;<br />

- volume máximo armazenado menor que 1/3 da capacida<strong>de</strong> útil, em<br />

operação normal da indústria;<br />

- impermeabilizados;<br />

- localizados com base em estudos do nível <strong>de</strong> lençol freático e <strong>de</strong><br />

taxa <strong>de</strong> infiltração no solo;<br />

46


Aplicação do vinhoto no solo, proveniente da fermentação <strong>de</strong> caldo<br />

direto, <strong>de</strong>verá ser em taxas inferiores a 450 m 3 /ha.ano.<br />

Características das áreas <strong>de</strong> aplicação:<br />

- a mais <strong>de</strong> 200 m <strong>de</strong> curso d´água;<br />

- não alagadas ou sujeitas à inundação;<br />

- lençol freático com profundida<strong>de</strong> inferior a 2 m.<br />

Quando a vinhaça for <strong>de</strong>stinada às áreas agrícolas, por meio <strong>de</strong> canais, esses<br />

também <strong>de</strong>verão ser impermeabilizados.<br />

Conforme essa Deliberação, a aplicação <strong>de</strong> vinhoto, em taxa igual ou inferior à<br />

acima <strong>de</strong>finida, <strong>de</strong>verá ser precedida <strong>de</strong> estudos referentes à sua<br />

caracterização, às necessida<strong>de</strong>s nutricionais da cultura, e aos seus efeitos<br />

sobre as características físicas, químicas e biológicas do solo, que <strong>de</strong>verão ser<br />

avaliados pelo IMA, por ocasião das visitas <strong>de</strong> fiscalização, o qual contactará o<br />

responsável técnico pelo projeto, em caso <strong>de</strong> alguma não-conformida<strong>de</strong>.<br />

Além do uso como adubo, o vinhoto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> resfriado, também po<strong>de</strong> ser<br />

utilizado na alimentação <strong>de</strong> bovinos, em quantida<strong>de</strong>s a ser ministrada pelo<br />

responsável técnico do projeto e avaliada pelo IMA, por ocasião das visitas <strong>de</strong><br />

fiscalização, que também contactará o responsável técnico pelo projeto, em<br />

caso <strong>de</strong> alguma não-conformida<strong>de</strong>.<br />

3.4.2 ÁGUAS DE RESFRIAMENTO E CONDENSADO DE CALDEIRA<br />

Po<strong>de</strong>m ser armazenadas e reaproveitadas, pois não contêm poluentes.<br />

Caso prevaleça o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong>sse efluente, a temperatura <strong>de</strong> lançamento em<br />

curso d’água <strong>de</strong>verá ser inferior a 40 ºC e não <strong>de</strong>verá alterar a temperatura do<br />

corpo receptor em mais <strong>de</strong> 3 °C.<br />

3.4.3 ÁGUAS DE LAVAGEM DA CANA E VASILHAMES<br />

Po<strong>de</strong>m ser misturadas ao vinhoto para aplicação nos canaviais.<br />

Se provenientes da lavagem <strong>de</strong> garrafas novas, sem a utilização <strong>de</strong> produtos<br />

químicos, após uma simples <strong>de</strong>cantação, essas águas po<strong>de</strong>m ser<br />

reaproveitadas.<br />

3.4.4 PÉ-DE-CUBA<br />

Po<strong>de</strong> ser utilizado tanto na alimentação animal, pois é muito rico em proteínas,<br />

quanto na adubação. A obediência às quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas pelo responsável<br />

técnico <strong>de</strong>verá ser verificada pelo IMA, quando das suas visitas <strong>de</strong> fiscalização.<br />

47


3.4.5 CABEÇA E CAUDA OBTIDA NA DESTILAÇÃO DO VINHO<br />

Recomenda-se o armazenamento em local exclusivo e seguro (isolado,<br />

ventilado, i<strong>de</strong>ntificado com placa e com extintor <strong>de</strong> incêndio), até a obtenção <strong>de</strong><br />

um lote que seja viável à re<strong>de</strong>stilação em empreendimento licenciado, próprio<br />

ou <strong>de</strong> terceiros, para a produção <strong>de</strong> álcool combustível.<br />

Po<strong>de</strong>m também ser utilizadas na higienização da indústria ou misturadas ao<br />

vinhoto para aplicação nos canaviais.<br />

É proibido o <strong>de</strong>scarte em recurso hídrico ou diretamente no solo.<br />

3.4.6 PONTA/PALMITO E FOLHAS DA CANA-DE-AÇÚCAR<br />

A ponta, após o corte da cana madura, representa em média 8%, em peso, isto<br />

é, no caso <strong>de</strong> cana crua (sem queima), para cada tonelada <strong>de</strong> cana cortada,<br />

são produzidos cerca <strong>de</strong> 80 kg <strong>de</strong> matéria ver<strong>de</strong>. O mais comum, na pequena<br />

indústria, é <strong>de</strong>ixar esse material secar ao sol, no campo e ser utilizado como<br />

cobertura morta no canavial. Entretanto, o palmito e a folha da cana po<strong>de</strong>m e<br />

têm sido utilizados, com freqüência, na alimentação <strong>de</strong> ruminantes - bovinos<br />

principalmente. Nesse caso, o material, ainda ver<strong>de</strong>, é passado em ensila<strong>de</strong>ira<br />

(pica<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> capim) e colocado diretamente nos cochos. O palmito é pobre do<br />

ponto <strong>de</strong> vista nutricional. No entanto, é utilizado como volumoso, enriquecido<br />

com uréia e outros nutrientes, na alimentação do gado bovino.<br />

3.4.7 BAGAÇO E BAGACILHO DA CANA<br />

Recomenda-se sua utilização como combustível nas cal<strong>de</strong>iras e alambiques<br />

<strong>de</strong> fogo direto.<br />

Po<strong>de</strong> ser usado, após compostagem com outros resíduos orgânicos da<br />

fazenda, para adubação <strong>de</strong> canaviais ou outras culturas.<br />

Outra utilização possível é a <strong>de</strong>stinação para ração animal, sob orientação <strong>de</strong><br />

técnico agrícola.<br />

3.4.8 CINZAS DE CALDEIRA OU DE ALAMBIQUE A FOGO DIRETO<br />

Recomenda-se utilização como adubo <strong>de</strong> canaviais ou outras culturas.<br />

3.4.9 GARRAFAS INUTILIZADAS, RÓTULOS E TAMPAS<br />

Devem, preferencialmente, ter uma coleta seletiva e armazenamento em local<br />

coberto, para <strong>de</strong>stinação – doação ou venda – do lote a recicladores.<br />

48


3.4.10 EMBALAGENS VAZIAS DE PRODUTOS AGROTÓXICOS 1<br />

Somente po<strong>de</strong>m ser aplicados agrotóxicos registrados no Ministério da<br />

Agricultura e cadastrados no IMA, prescritos em receituário agronômico.<br />

As embalagens vazias <strong>de</strong>vem ser lavadas <strong>de</strong> acordo com os seguintes<br />

procedimentos, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> “tríplice lavagem”:<br />

- esvaziar completamente o conteúdo da embalagem no tanque do<br />

pulverizador;<br />

- adicionar água limpa à embalagem até ¼ do seu volume;<br />

- tampar bem a embalagem e agitar por 30 segundos;<br />

- <strong>de</strong>spejar a água <strong>de</strong> lavagem no tanque do pulverizador;<br />

- repetir estes procedimentos três vezes.<br />

A água da tríplice lavagem <strong>de</strong>ve ser recolhida ao tanque <strong>de</strong> pulverização e<br />

utilizada na lavoura, sendo proibido o <strong>de</strong>scarte em recurso hídrico.<br />

O armazenamento temporário das embalagens vazias lavadas <strong>de</strong>ve observar<br />

as seguintes regras:<br />

- manter as tampas e rótulos nas embalagens e acondicioná-las na<br />

caixa <strong>de</strong> papelão original, em local coberto, ao abrigo <strong>de</strong> chuva,<br />

ventilado ou no próprio <strong>de</strong>pósito das embalagens cheias;<br />

- não armazenar as embalagens <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> residências ou <strong>de</strong><br />

alojamentos <strong>de</strong> pessoas ou animais;<br />

- não armazenar as embalagens junto com alimentos ou rações;<br />

- certificar-se <strong>de</strong> que as embalagens estejam a<strong>de</strong>quadamente lavadas<br />

e com o fundo perfurado, evitando, assim, a sua reutilização.<br />

As embalagens <strong>de</strong>vem ser transportadas às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recebimento em um<br />

prazo máximo <strong>de</strong> um ano da data da compra ou <strong>de</strong> seis meses após o<br />

vencimento da valida<strong>de</strong> do produto. O veículo recomendado é do tipo<br />

caminhonete, on<strong>de</strong> as embalagens <strong>de</strong>vem estar, preferencialmente, presas à<br />

carroceria do veículo e cobertas. Nunca transportar embalagens <strong>de</strong>ntro das<br />

cabines dos veículos automotores.<br />

Embalagens lavadas estão isentas das exigências legais e técnicas para o<br />

transporte <strong>de</strong> produtos perigosos, mas não <strong>de</strong>vem ser transportadas junto com<br />

pessoas, animais, alimentos, medicamentos ou ração animal. As embalagens<br />

não lavadas são consi<strong>de</strong>radas produtos perigosos e precisam <strong>de</strong> licenciamento<br />

ambiental específico para o seu transporte.<br />

As embalagens não po<strong>de</strong>m ser queimadas ou enterradas.<br />

1 Orientações retiradas do <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Destinação Final <strong>de</strong> Embalagens Vazias <strong>de</strong> Agrotóxicos, publicado<br />

pelo IMA, que estão em conformida<strong>de</strong> com a Lei Fe<strong>de</strong>ral 9.974, <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000. Maiores informações<br />

po<strong>de</strong>m ser obtidas no site do IMA: www.ima.mg.gov.br/vegetal/agrotoxicos/produtor.<br />

49


3.4.11 ESGOTO DOMÉSTICO<br />

Caso o município não possua Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Efluente – ETE ou<br />

seja impraticável a canalização até a estação, o esgoto doméstico <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>de</strong>stinado a sistema <strong>de</strong> tratamento fossa séptica – filtro anaeróbio,<br />

dimensionado conforme as normas ABNT NBR 7.229 e 13.969, passando<br />

previamente o efluente da cozinha por caixa <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> gorduras.<br />

Esse sistema <strong>de</strong> tratamento po<strong>de</strong> ser comprado, pré-fabricado ou<br />

dimensionado e implantado sob a supervisão <strong>de</strong> um engenheiro.<br />

O sistema fossa séptica – sumidouro <strong>de</strong>ve ser evitado, pois po<strong>de</strong>rá haver<br />

contaminação do solo ou águas subterrâneas por organismos patogênicos<br />

(indicados na análise <strong>de</strong> coliformes fecais). Po<strong>de</strong>rá ser utilizado, quando<br />

houver número reduzido <strong>de</strong> usuários e as condições do terreno forem<br />

favoráveis, conforme exigências das normas ABNT.<br />

Quanto ao lodo e à gordura, gerados no tratamento do esgoto doméstico,<br />

recomenda-se a sua utilização como adubo, obrigatoriamente sob orientação<br />

técnica <strong>de</strong> engenheiro agrônomo, sendo vedado o uso em culturas <strong>de</strong><br />

hortaliças que são consumidas cruas e <strong>de</strong> frutas que se <strong>de</strong>senvolvem rentes ao<br />

solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção <strong>de</strong> película.<br />

50


CAPÍTULO III<br />

ANEXOS<br />

51


1 - FLUXOGRAMA DOS PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE AMBIENTAL<br />

NA PRODUÇÃO DE AGUARDENTE<br />

52


2 - FLUXOGRAMA DE APROVEITAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS<br />

53


3 - PLANILHA IM – ÍNDICE DE MATURAÇÃO<br />

Data: ____/___/___ Talhão:__________________<br />

Responsável:________________________<br />

Amostra<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

Média<br />

º Brix - Leitura<br />

Ponta Pé<br />

Início <strong>de</strong> colheita ? sim ? não<br />

IM = Ponta/Pé<br />

54


4- PLANILHA DE CONTROLE DA DESTILAÇÃO<br />

Número da Dorna Volume do <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong> cabeça<br />

Dia/ano Grau alcoólico do <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong> cabeça (mistura das frações)<br />

Teor alcoólico do vinho Volume do <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong> coração<br />

Hora do início da <strong>de</strong>stilação Grau alcoólico <strong>de</strong> coração (mistura das frações)<br />

Hora do término da <strong>de</strong>stilação Volume do <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong> cauda<br />

RESPONSÁVEL Grau alcoólico do <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong> cauda (mistura das frações)<br />

FRAÇÃO<br />

Cabeça<br />

Coração<br />

Cauda<br />

Nº DA<br />

AMOSTRA<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

VOLUME<br />

(Litros)<br />

ACOMPANHAMENTO DA DESTILAÇÃO<br />

GRAU ALCOÓLICO<br />

(%/VOL)<br />

OBSERVAÇÕES<br />

Obs: Planilha <strong>de</strong>stinada à caracterização operacional do alambique (não indicada para o<br />

controle <strong>de</strong> rotina)<br />

55


5 - PLANILHA DE CONTROLE MENSAL DA FERMENTAÇÃO E DA<br />

DESTILAÇÃO<br />

Nº da<br />

Dorna<br />

Início da fermentação Final da fermentação<br />

DIA HORA BRIX<br />

TEMP<br />

(ºC)<br />

DIA HORA BRIX<br />

TEMP<br />

(ºC)<br />

Tempo <strong>de</strong><br />

fermentação<br />

(horas)<br />

56<br />

Produção <strong>de</strong><br />

aguar<strong>de</strong>nte(li<br />

tros)


6 - REGULAMENTO TÉCNICO DA PRODUÇÃO DE CACHAÇA DE ALAMBIQUE<br />

Denomina-se Processo Alambique a produção da <strong>Cachaça</strong> a partir <strong>de</strong><br />

matéria-prima básica legalmente <strong>de</strong>finida, processada <strong>de</strong> acordo com as<br />

características históricas e culturais <strong>de</strong> cada região produtora, elaborada e<br />

engarrafada na origem, obe<strong>de</strong>cida legislação fe<strong>de</strong>ral pertinente e o disposto<br />

no anexo único <strong>de</strong>ste regulamento.<br />

REGULAMENTO TÉCNICO DE PRODUÇÃO DE CACHAÇA POR PROCESSO ALAMBIQUE<br />

Á R E A S PROCEDIMENTOS DO PROCESSO ALAMBIQUE<br />

T E M Á T I C A S O B R I G A T Ó R I A S R E C O M E N D A D A S P R O I B I D A S<br />

1. CAPACITAÇÃO<br />

1.1 Práticas agrícolas capacitação técnica continuada<br />

1.2 Organização <strong>de</strong> produtores<br />

1.3 Comercialização<br />

em práticas agrícolas <strong>de</strong><br />

colheita e pós-colheita<br />

1.4 Segurança alimentar capacitação técnica em<br />

processos <strong>de</strong> segurança<br />

alimentar, higiene pessoal e do<br />

ambiente.<br />

capacitação técnica em gestão da<br />

produção <strong>de</strong> cachaça <strong>de</strong> alambique<br />

capacitação técnica em<br />

comercialização e marketing,<br />

1.5 Segurança no trabalho capacitação técnica em observar as recomendações<br />

segurança humana, conforme técnicas <strong>de</strong> Segurança e Saú<strong>de</strong> no<br />

legislação vigente.<br />

1.6 Educação ambiental capacitação técnica em<br />

conservação e manejo <strong>de</strong> solo e<br />

2. ORGANIZAÇÃO DE<br />

PRODUTORES<br />

3. RECURSOS NATURAIS<br />

água e proteção ambiental.<br />

Destino <strong>de</strong> efluentes<br />

3.1 Planejamento ambiental organizar a ativida<strong>de</strong> do sistema<br />

produtivo <strong>de</strong> acordo com a<br />

região, respeitando suas<br />

Trabalho – Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes<br />

conforme legislação vigente<br />

inserção em sistema <strong>de</strong> organização<br />

e integração no contexto da<br />

produção <strong>de</strong> cachaça <strong>de</strong> alambique ;<br />

e instituição <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />

gestão regionalizada e<br />

representativa da base produtora<br />

57<br />

Uso <strong>de</strong> produto agrotóxico não<br />

autorizado para a cultura da<br />

cana<br />

Uso <strong>de</strong> produto agrotóxico não<br />

autorizado para a cultura da<br />

cana<br />

P E R


4. MATÉRIA PRIMA<br />

funções ecológicas <strong>de</strong> forma a<br />

promover o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável, mediante a<br />

execução, controle e avaliação<br />

<strong>de</strong> planos dirigidos a prevenção<br />

e/ou correção <strong>de</strong> problemas<br />

ambientais (solo, água, fauna e<br />

flora e homem).<br />

4.1 Cana <strong>de</strong> Açucar utilizar matéria-prima em sua<br />

forma natural, sadia, adaptado à<br />

região,<br />

4.2 Matéria prima processada Safras anuais a partir <strong>de</strong><br />

matéria prima básica (caldo <strong>de</strong><br />

5. COLHEITA DA CANA DE<br />

AÇUCAR<br />

cana/garapa) com adição <strong>de</strong><br />

água potável para equilíbrio do<br />

5.1 colheita Colheita após maturação da<br />

cana. Limpeza dos colmos<br />

(palha e ponta)<br />

brix<br />

5.2 Transporte da cana Cana cortada no dia <strong>de</strong>ve ir<br />

para o engenho<br />

6.MOAGEM DA CANA<br />

6.1 Prazo <strong>de</strong> moagem Deve ser moída em 24 horas<br />

após colhida<br />

6.2 Filtração e <strong>de</strong>cantação Retirar impurezas, bagacilho,<br />

areias e torrões.<br />

7. EQUILIBRIO DO BRIX<br />

7.1 Teor <strong>de</strong> açúcar Ajustar o teor <strong>de</strong> açúcar com<br />

9. FERMENTAÇÃO<br />

9.1 Tipo <strong>de</strong> fermento<br />

água limpa, potável, inodora e<br />

incolor<br />

Utilizar varieda<strong>de</strong>s resistentes ou<br />

tolerantes às pragas. tratamento do<br />

solo conforme orientação técnica,<br />

varieda<strong>de</strong>s resistentes a doenças<br />

e pragas, capina manual,<br />

Adubação orgânica, fertirrigação<br />

com vinhoto conforme<br />

recomendação técnica<br />

58<br />

Conforme legislação vigente,<br />

utilizar matéria-prima sem o<br />

<strong>de</strong>vido registro <strong>de</strong> procedência e<br />

transitar sem a competente<br />

autorização. Uso <strong>de</strong> produto<br />

agrotóxico não autorizado para<br />

a cultura da cana<br />

Uso <strong>de</strong> água limpa, inodora, incolor Presença <strong>de</strong> germes patogênicos<br />

na água<br />

Eliminar colmos com podridão<br />

vermelha. Corte da cana, rente ao<br />

solo com facão. Eliminar talhão<br />

contaminado por pragas e<br />

doenças<br />

Cortar a cana necessário para o<br />

trabalho diário<br />

Não moer cana com prazo<br />

superior a 24 horas <strong>de</strong> colhida<br />

Queima da cana. Uso <strong>de</strong> mão<br />

<strong>de</strong> obra infantil<br />

Uso <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra infantil no<br />

transporte da cana. Transporte<br />

da cana sem documentação <strong>de</strong><br />

registro <strong>de</strong> origem e permissão<br />

<strong>de</strong> trânsito<br />

Uso <strong>de</strong> moendas não<br />

higienizadas ou não<br />

esterilizadas<br />

Caldo com impurezas<br />

Teor <strong>de</strong> açúcar entre 14º e 16º Presença <strong>de</strong> germes<br />

brix. Quantida<strong>de</strong> inferior a 6 patogênicos na água<br />

gramas por litro<br />

Uso <strong>de</strong> fermento natural com Enriquecimento com ingredientes Uso <strong>de</strong> agentes fermentativos<br />

microbiota natural. Controles orgânicos como farelo <strong>de</strong> arroz, não naturais. Uso <strong>de</strong> agentes


9.2 Pé <strong>de</strong> cuba<br />

9.2 Material da dorna <strong>de</strong><br />

fermentação<br />

9.3 Período <strong>de</strong> fermentação<br />

9.4 Decantação do fermento<br />

<strong>de</strong> temperatura do caldo, do<br />

teor <strong>de</strong> etanol, do aroma da<br />

fermentação e da aci<strong>de</strong>z do<br />

mosto<br />

10. DESTILAÇÃO Uso <strong>de</strong> alambiques <strong>de</strong> cobre,<br />

providos <strong>de</strong> serpentina<br />

também <strong>de</strong> cobre em<br />

operação <strong>de</strong>scontínua.<br />

Aquecer o vinho lenta e<br />

gradualmente, até atingir a<br />

ebulição. O <strong>de</strong>stilado <strong>de</strong>ve ser<br />

fracionado separando a<br />

cachaça <strong>de</strong> cabeça que é a<br />

primeira fração do <strong>de</strong>stilado e<br />

que contém maior parte do<br />

metanol; cachaça <strong>de</strong> coração<br />

que é a cachaça pura <strong>de</strong><br />

alambique; e a cauda ou água<br />

fraca com maior teor <strong>de</strong><br />

produtos voláteis. O coração<br />

ou Espírito alcoólico do<br />

<strong>de</strong>stilado <strong>de</strong>ve conter <strong>de</strong> 38%<br />

a 48% <strong>de</strong> álcool por volume<br />

Filtragem do <strong>de</strong>stilado para<br />

retirada das impurezas e<br />

resíduos sólidos Espírito<br />

alcoólico produzido <strong>de</strong>ve<br />

conter <strong>de</strong> 38% a 48% <strong>de</strong><br />

álcool em volume<br />

11. ARMAZENAMENTO O acondicionamento da<br />

cachaça recém <strong>de</strong>stilada <strong>de</strong>ve<br />

ser em tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou<br />

outro material inerte que não<br />

influencie negativamente o<br />

aroma e o paladar da bebida<br />

59<br />

fubá <strong>de</strong> milho. químicos para induzir ou<br />

acelerar a fermentação. Uso <strong>de</strong><br />

fermento biológico<br />

industrializado e prensado.<br />

Distribuição do mosto Dimensionar o número <strong>de</strong> dornas<br />

proporcionalmente pelas necessárias para uma<br />

<strong>de</strong>mais dornas (Batelada fermentação mais lenta.<br />

alimentada sucessivas ou Temperatura <strong>de</strong>ve estar entre 25º<br />

<strong>de</strong>scontínuas);<br />

e 30º C e aci<strong>de</strong>z com pH entre 4 e<br />

5<br />

Material rígido, lavável, Uso <strong>de</strong> material que não escame,<br />

resistente. Refrigeração das <strong>de</strong>scasque, esfarele ou corroa<br />

dornas<br />

Superior a 12 horas De 24 a 30 horas – aci<strong>de</strong>z final<br />

do mosto no máximo igual a no<br />

máximo 10 vezes da aci<strong>de</strong>z<br />

inicial. Em função <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> leveduras e<br />

temperatura entre outros fatores<br />

Fermenta<br />

batelada<br />

todo o fe<br />

fermentad<br />

Uso <strong>de</strong> material que transmita Uso <strong>de</strong> d<br />

elemento que altere cor, aroma<br />

sabor do caldo e provoque<br />

contaminações. Uso <strong>de</strong> dornas<br />

não higienizadas.<br />

Separação do mosto em vinho Ao término do processo <strong>de</strong> Presença <strong>de</strong> substâncias<br />

claro sobrenadante e pé <strong>de</strong> fermentação<br />

nocivas ou estranhas ao<br />

cuba<br />

fermentado.<br />

Separação da cabeça (10% do<br />

total <strong>de</strong>stilado), coração (80%) e<br />

cauda (10%). Aquecimento <strong>de</strong>ve<br />

ser lento e gradual.. Descarte da<br />

primeira e a última fração do<br />

<strong>de</strong>stilado que correspon<strong>de</strong>m a<br />

10% do volume total do <strong>de</strong>stilado<br />

cada uma ou separar e re<strong>de</strong>stilar<br />

em produto secundário<br />

Temperatura do produto 20º C.<br />

Repouso do <strong>de</strong>stilado por um a<br />

dois meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso para<br />

complementar a qualida<strong>de</strong><br />

senssorial<br />

Uso <strong>de</strong> tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (<strong>de</strong><br />

origem exótica ou nativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que autorizadas pela órgão<br />

competente. Recomenda-se o<br />

armazenamento em dorna <strong>de</strong> aço<br />

inox ou tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que<br />

confira características <strong>de</strong>sejáveis<br />

ao produto. O controle <strong>de</strong><br />

Não proce<strong>de</strong>r a separação da<br />

cabeça e cauda.<br />

O teor alcoólico abaixo <strong>de</strong> 38%<br />

e acima <strong>de</strong> 48% por volume<br />

Uso <strong>de</strong> recipientes <strong>de</strong> plásticos,<br />

<strong>de</strong> ferro, cerâmica, tanques <strong>de</strong><br />

concreto, aço carbono.<br />

Po<strong>de</strong><br />

litro <strong>de</strong><br />

sacarose.<br />

Misturar a<br />

re<strong>de</strong><br />

procedime<br />

seguintes<br />

que o p<br />

compone<br />

cachaça


12.ENVELHECIMENTO Em tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que<br />

confira características<br />

<strong>de</strong>sejáveis a cachaça num<br />

prazo mínimo <strong>de</strong> 12 meses<br />

lacrado pelo órgão oficial<br />

13. ENVASE Embalagens novas <strong>de</strong> louça<br />

ou vidro, <strong>de</strong> 600 ml a 1000 ml<br />

(volume). Com cápsula <strong>de</strong><br />

vedação.<br />

Conjunto lavador <strong>de</strong> garrafas<br />

e um engarrafador selador<br />

14. ROTULAGEM Normas regulamentares da<br />

Lei 8918/1994, Lei 8078/1990<br />

e Decreto 2314/1997 e<br />

<strong>de</strong>mais atos administrativos<br />

complementares.<br />

15. SISTEMA DE<br />

RASTREABILIDADE<br />

Certificação <strong>de</strong> origem e<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 3ª parte.<br />

Auditorias <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />

Auditorias ambientais.<br />

Selo oficial<br />

16. PRÁTICAS DE HIGIENE Todas as instalações e<br />

equipamentos <strong>de</strong>vem ser<br />

mantido em condições <strong>de</strong><br />

higiene, ante, durante e após<br />

a elaboração do produto.<br />

17. ELABORAÇÃO DO<br />

PRODUTO FINAL<br />

Todos os profissionais do<br />

estabelecimento <strong>de</strong>vem<br />

observar as regras <strong>de</strong> boas<br />

práticas <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong><br />

padrões operacionais <strong>de</strong><br />

higiene pessoal.<br />

Caracterizar o produto final;<br />

cachaça nova, envelhecida,<br />

extra-velha, premium ou<br />

temperatura e umida<strong>de</strong> no<br />

ambiente <strong>de</strong> armazenamento<br />

Os tonéis <strong>de</strong>vem ser estocados<br />

em locais frescos, bem protegidos<br />

e limpos. Em tonéis <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> 100 a 700 litros, por um<br />

período mínimo <strong>de</strong> um ano. Lacre<br />

dos tonéis. Para rotulagem do<br />

tempo <strong>de</strong> envelhecimento,<br />

somente será permitido para<br />

cachaças que tiveram um período<br />

mínimo <strong>de</strong> 3 anos <strong>de</strong><br />

envelhecimento<br />

Uso <strong>de</strong> recipientes <strong>de</strong> primeiro<br />

uso.<br />

Produto <strong>de</strong>stinado à exportação<br />

po<strong>de</strong>rá no todo ou em parte ser<br />

escrito no idioma do país<br />

<strong>de</strong>stinatário<br />

Adotar sistemas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> perigos, pontos críticos <strong>de</strong><br />

controle e pontos <strong>de</strong> controle<br />

(APPCC, BPF PPHO)<br />

Os pisos, as pare<strong>de</strong>s, os<br />

equipamentos e os utensílios<br />

usados na elaboração dos<br />

produtos <strong>de</strong>vem ser lavados e<br />

higienizados rotineiramente com<br />

produtos liberados pelas<br />

autorida<strong>de</strong>s competentes<br />

60<br />

Uso <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que possa Adição d<br />

exercer qualquer ação ou da cor do<br />

alteração in<strong>de</strong>sejável nas<br />

características da cachaça ou<br />

que venha ensejar a migração<br />

<strong>de</strong> compostos tóxicos. Proibido<br />

o envelhecimento através <strong>de</strong><br />

métodos artificiais como o<br />

tratamento com ozônio e outras<br />

substâncias.<br />

Uso <strong>de</strong> garrafões, vasilhames<br />

plásticos, pet, aluminizados e,<br />

cerâmicos, ou qualquer outro<br />

tipo <strong>de</strong> embalagem que altere o<br />

produto.<br />

O rótulo não po<strong>de</strong>rá conter<br />

<strong>de</strong>nominação, símbolo, figura,<br />

<strong>de</strong>senho ou qualquer indicação<br />

que induza a erro ou equívoco<br />

quanto à origem natureza ou<br />

composição do produto, nem<br />

atribuir-lhe qualida<strong>de</strong> ou<br />

característica que não possua,<br />

bem como finalida<strong>de</strong><br />

terapêutica ou medicamentosa.<br />

Uso <strong>de</strong> certificados emitidos por<br />

organismo não cre<strong>de</strong>nciado.<br />

Utilizar as chancelas oficiais <strong>de</strong><br />

controle <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong><br />

origem e qualida<strong>de</strong> em<br />

produtos não registrados no<br />

órgão fiscalizador<br />

Uso <strong>de</strong> e<br />

Certificaç<br />

quando<br />

mineiro.<br />

Uso <strong>de</strong><br />

Uso <strong>de</strong> sanitizantes e<br />

insetos,<br />

<strong>de</strong>sinfetantes não indicados<br />

forma ca<br />

pelos órgãos competentes.<br />

nas insta<br />

recebimen<br />

matéria p<br />

na elabor<br />

Recomenda-se a observação das<br />

Adulteração do produto em:<br />

normas legais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

misturas com aquar<strong>de</strong>ntes,<br />

cachaça – Regulamento Técnico<br />

<strong>de</strong>stilados alcoólicos, álcool<br />

Permitida<br />

ma<strong>de</strong>iras<br />

com seu


18. COMPOSIÇÃO FÍSICO-<br />

QUÍMICA<br />

19.ANALISES<br />

20.PLANO DE CONTROLE<br />

AMBIENTAL<br />

21.RESPONSABILIDADE<br />

TÉCNICA<br />

22. AMOSTRAGEM PARA<br />

ANALISE<br />

extra-velha, premium ou<br />

extra, cachaça <strong>de</strong> infusão,<br />

<strong>de</strong>vidamente certificadas<br />

Composição principal e<br />

requisitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acordo com normas<br />

regulamentares. Teor<br />

alcoólico da cachaça <strong>de</strong> 38%<br />

a 48% em volume a 20º C.<br />

Teor <strong>de</strong> cobre menor que<br />

8mg/litro.<br />

61<br />

para Fixação dos Padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilados alcoólicos, álcool<br />

I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

<strong>Cachaça</strong>;<br />

e Qualida<strong>de</strong> da etílico e outros <strong>de</strong>stilados.<br />

Caramelização do produto.<br />

Detectar a presença <strong>de</strong><br />

compostos fenólicos totais, aci<strong>de</strong>z<br />

volátil, al<strong>de</strong>ídos, ésteres, álcoois<br />

superiores e furfural.<br />

Detectar os contaminantes<br />

orgânicos e inoirgânicos<br />

Uso <strong>de</strong> aditivos não previstos<br />

nas normas regulamentares<br />

Análise em laboratório Análise dos ingredientes básicos, Comercializar produtos sem as<br />

cre<strong>de</strong>nciado:<br />

do <strong>de</strong>stilado alcoólico simples da <strong>de</strong>vidas análises laboratoriais.<br />

Aci<strong>de</strong>z volátil expressa em cana <strong>de</strong> açúcar, ingredientes<br />

ácido acético; ésteres totais opcionais, água.<br />

expresso em acetato <strong>de</strong> etila;<br />

al<strong>de</strong>ídos totais em<br />

acetal<strong>de</strong>ído, soma <strong>de</strong> furfural<br />

e hidroximetilfurfural, soma<br />

dos álcoois isso-butílico e<br />

isoamílicos: soma dos álcoois<br />

n-propílico e n-butílico.<br />

Análise sensorial do produto.<br />

Destino dos resíduos líquidos<br />

e sólidos <strong>de</strong> acordo com<br />

normas ambientais<br />

Recomenda-se elaboração <strong>de</strong> um<br />

plano <strong>de</strong> controle ambiental.<br />

Tratamento dos resíduos.<br />

Responsável técnico para<br />

ajustamento da produção com o<br />

meio ambiente.<br />

Destinar os resíduos líquidos e<br />

sólidos nos cursos <strong>de</strong> água;<br />

A categoria profissional a ser<br />

Devidamente habilitado em<br />

Estabelecimento sem<br />

habilitada será <strong>de</strong>finida pelo<br />

um dos seguintes conselhos:<br />

responsável técnico.<br />

produtor<br />

CREA, CRQ, CRF.<br />

Laboratório cre<strong>de</strong>nciado.<br />

Amostragem<br />

Procedimentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso.<br />

amostragem conforme artigo<br />

117 e seus parágrafos, do<br />

do produto em<br />

Regulamento da Lei nº<br />

8918/94 e <strong>de</strong>mais atos<br />

administrativos<br />

com seu<br />

que espe<br />

Admite<br />

cachaça,<br />

na forma<br />

produzido<br />

Recupera<br />

produtos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sti<br />

cana <strong>de</strong><br />

ou da ad<br />

<strong>de</strong> origem<br />

<strong>de</strong> 15% (v<br />

Destinar<br />

produção


7 - LEGISLAÇÃO<br />

DECRETO N° 2018, DE 1º DE OUTUBRO DE 1996<br />

Regulamenta a Lei nº 9.294, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1996, que dispõe sobre<br />

as restrições ao uso e à propaganda <strong>de</strong> produtos fumígenos, bebidas<br />

alcoólicas, medicamentos, terapias e <strong>de</strong>fensivos agrícolas, nos termos<br />

do § 4º do art. 220 da Constituição.<br />

DECRETO N° 2314, DE 4 DE SETEMBRO DE 1997<br />

Regulamenta a Lei nº 8.918, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994, que dispõe sobre a<br />

padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a<br />

fiscalização <strong>de</strong> bebidas.<br />

DECRETO N° 4062, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2001<br />

Define as expressões "cachaça", "Brasil" e "cachaça do Brasil" como<br />

indicações geográficas e dá outras providências.<br />

DECRETO N° 4072, DE 3 DE JANEIRO DE 2002<br />

Dá nova redação aos artigos. 81, 91 e 93 do Regulamento aprovado<br />

pelo Decreto no 2.314, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1997, que dispõe sobre a<br />

padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a<br />

fiscalização <strong>de</strong> bebidas.<br />

LEI Nº 9.294, DE 15 DE JULHO DE 1996<br />

Dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda <strong>de</strong> produtos<br />

fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e <strong>de</strong>fensivos<br />

agrícolas, nos termos do § 4° do art. 220 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral.<br />

LEI No 10.167, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2000<br />

Altera dispositivos da Lei no 9.294, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1996, que dispõe<br />

sobre as restrições ao uso e à propaganda <strong>de</strong> produtos fumígenos,<br />

bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e <strong>de</strong>fensivos agrícolas.<br />

PORTARIA Nº 40, DE 20 DE JANEIRO DE 1997<br />

Aprova o <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Procedimentos no Controle da Produção <strong>de</strong><br />

Bebidas e Vinagres, baseado no Sistema <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Perigos e<br />

Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle – APPCC.<br />

LEI Nº 8.918, DE 14 DE JULHO DE 1994<br />

Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a<br />

produção e a fiscalização <strong>de</strong> bebidas, autoriza a criação da Comissão<br />

Intersetorial <strong>de</strong> Bebidas e dá outras providências.<br />

LEI Nº 9279, DE 14 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1996<br />

Relativas à proprieda<strong>de</strong> industrial<br />

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 56, DE 30 DE OUTUBRO DE 2002<br />

Aprovar, na forma do Anexo à presente Instrução Normativa, as Normas<br />

relativas aos Requisitos e Procedimentos para Registro <strong>de</strong><br />

Estabelecimentos Produtores <strong>de</strong> <strong>Cachaça</strong>, organizados em Associações<br />

ou Cooperativas legalmente constituídas.<br />

DECRETO Nº 73.267, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1973.<br />

Regulamenta a Lei nº 5.823, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1972.<br />

LEI Nº 5.823, DE 14 DE NOVEMBRO DE 1972<br />

Dispõe sobre a padronização, classificação, inspeção e registro <strong>de</strong><br />

bebidas, e dá outras providências.<br />

62


DECRETO LEI Nº 42644<br />

Regulamenta a Lei nº 13.949, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2001, que estabelece o<br />

padrão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e as características do processo <strong>de</strong> elaboração da<br />

<strong>Cachaça</strong> Artesanal <strong>de</strong> Minas e dá outras providências.<br />

DECRETO LEI Nº 4.851 <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003<br />

Altera dispositivos do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 2.314, <strong>de</strong><br />

04 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1997, que dispõe sobre a padronização, a<br />

classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização <strong>de</strong><br />

bebidas.<br />

63


8 - GLOSSÁRIO<br />

8.1 pH<br />

Potencial hidrogeniônico. Representa a concentração <strong>de</strong> íons hidrogênio H +<br />

(em escala anti-logarítmica).<br />

pH < 7 - condições ácidas; pH = 7 - neutralida<strong>de</strong>; pH > 7 - condições básicas.<br />

Valores <strong>de</strong> pH afastados da neutralida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m afetar a vida aquática e taxas<br />

<strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> microrganismos; águas <strong>de</strong> abastecimento com pH baixo são<br />

corrosivas e com pH elevado possibilitam incrustações.<br />

8.2 TEMPERATURA<br />

Medição da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor. A elevação <strong>de</strong> temperatura do corpo d’água<br />

po<strong>de</strong> causar danos às espécies existentes, além <strong>de</strong> diminuir a solubilida<strong>de</strong> do<br />

oxigênio dissolvido (ex: água a 20 o C contém uma concentração <strong>de</strong> oxigênio <strong>de</strong><br />

9 mg/L e a 35 o C menos que 7 mg/L). Produz, também, estimulação das<br />

ativida<strong>de</strong>s biológicas, resultando em consumo <strong>de</strong> oxigênio, justamente na<br />

ocasião em que a água passa a conter menos esse elemento. Por isso, as<br />

condições sanitárias dos cursos d’água ten<strong>de</strong>m a se agravar durante o verão.<br />

8.3 DBO – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO<br />

O ensaio me<strong>de</strong> o consumo <strong>de</strong> oxigênio ocorrido durante a oxidação bioquímica<br />

da matéria orgânica, realizada inteiramente por microrganismos.<br />

A DBO retrata, <strong>de</strong> uma forma indireta, o teor <strong>de</strong> matéria orgânica nos esgotos<br />

ou no corpo d’água, pois é essa matéria orgânica a responsável pelo consumo,<br />

pelos microrganismos <strong>de</strong>compositores, do oxigênio dissolvido na água.<br />

O teste padrão, DBO5, leva 5 dias para sua <strong>de</strong>terminação e os resultados são<br />

expressos em mg <strong>de</strong> oxigênio consumido em 1 litro <strong>de</strong> amostra.<br />

8.4 DQO – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO<br />

O ensaio me<strong>de</strong> o consumo <strong>de</strong> oxigênio ocorrido durante a oxidação química da<br />

matéria orgânica, utilizando um forte oxidante (geralmente dicromato <strong>de</strong><br />

potássio) em meio ácido.<br />

A DQO fornece uma indicação indireta do teor <strong>de</strong> matéria orgânica presente,<br />

dando, geralmente, valores maiores que a DBO, uma vez que é oxidada, por<br />

via química, tanto a fração bio<strong>de</strong>gradável (medida pela DBO), quanto a fração<br />

inerte do <strong>de</strong>spejo.<br />

64


O teste gasta apenas <strong>de</strong> 2 a 3 horas para sua <strong>de</strong>terminação, e também é<br />

expresso em mg <strong>de</strong> oxigênio consumido em 1 litro <strong>de</strong> amostra.<br />

8.5 SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS<br />

Representa a fração <strong>de</strong> sólidos orgânicos e inorgânicos que sedimenta no<br />

período <strong>de</strong> 1 hora. Essa medida dá uma indicação aproximada da<br />

sedimentação em um tanque <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação.<br />

Os resultados são expressos em mL da fração <strong>de</strong> sedimentos em 1 litro <strong>de</strong><br />

amostra.<br />

8.6 SÓLIDOS EM SUSPENSÃO<br />

Representa a fração <strong>de</strong> sólidos com tamanho <strong>de</strong> partículas maiores que 1 ?m.<br />

Entre os sólidos com esssas dimensões figuram também algas, protozoários,<br />

flocos <strong>de</strong> bactérias e algumas bactérias.<br />

Em corpos receptores, po<strong>de</strong> reduzir a penetração da luz, prejudicando a<br />

fotossíntese ou servir <strong>de</strong> meio suporte/oclusão <strong>de</strong> patogênicos.<br />

8.7 ÓLEOS E GRAXAS<br />

Denominam-se, coletivamente, graxas, uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> substâncias<br />

orgânicas, incluindo hidrocarbonetos, gorduras, óleos, ceras e ácidos graxos <strong>de</strong><br />

alto peso molecular. Sua importância nos esgotos está relacionada com a<br />

dificulda<strong>de</strong> no seu manuseio e <strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong>. Devido à sua baixa<br />

solubilida<strong>de</strong>, as graxas se separam da água, a<strong>de</strong>rindo às pare<strong>de</strong>s das<br />

tubulações e tanques, reduzem a tratabilida<strong>de</strong> biológica dos <strong>de</strong>spejos e<br />

produzem lodos graxos, que são <strong>de</strong> difícil processamento.<br />

8.8 OD – OXIGÊNIO DISSOLVIDO<br />

Consi<strong>de</strong>rando que os peixes e a maioria da vida aquática sofrem com a falta <strong>de</strong><br />

oxigênio, a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> OD é uma das principais análises em<br />

levantamentos <strong>de</strong> poluição. Além disso, a manutenção do teor <strong>de</strong> oxigênio<br />

a<strong>de</strong>quado estimula a recreação e evita a geração <strong>de</strong> odores resultantes da<br />

<strong>de</strong>composição da matéria orgânica.<br />

A solubilida<strong>de</strong> do OD, conforme já mencionado, varia com a altitu<strong>de</strong> e<br />

temperatura. Ao nível do mar, na temperatura <strong>de</strong> 20 o C, a concentração <strong>de</strong><br />

saturação é igual a 9,2 mg/L.<br />

Os peixes mais exigentes morrem quando o nível <strong>de</strong> OD atinge valores <strong>de</strong> 4-5<br />

mg/L, chegando a morrer todos os peixes quando o nível atinge 2 mg/L.<br />

65


8.9 SÓLIDOS TOTAIS (OU RESÍDUO TOTAL DE EVAPORAÇÃO)<br />

Representa os sólidos em suspensão e dissolvidos, orgânicos ou inorgânicos.<br />

Para a água potável, o teor máximo <strong>de</strong> sólidos totais dissolvidos é <strong>de</strong> 1000<br />

mg/L. A eficiência operacional <strong>de</strong> diversas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento é <strong>de</strong>finida<br />

pela remoção <strong>de</strong> sólidos.<br />

Os sólidos presentes no corpo receptor po<strong>de</strong>m servir como substratos para<br />

<strong>de</strong>senvolvimento/oclusão <strong>de</strong> microrganismos, bem como conferir sabor, odor,<br />

micropoluentes, fósforo e nitrogênio às águas. Os sólidos em suspensão<br />

po<strong>de</strong>m, também, conferir turbi<strong>de</strong>z às águas e os sólidos dissolvidos conferir,<br />

por exemplo, alcalinida<strong>de</strong>, aci<strong>de</strong>z e dureza.<br />

8.10 COLIFORMES FECAIS<br />

A <strong>de</strong>terminação das bactérias do grupo coliforme indica a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

presença <strong>de</strong> organismos patogênicos em água, pois, sendo os organismos<br />

<strong>de</strong>sses tipos característicos da presença <strong>de</strong> fezes humanas (<strong>de</strong> animais<br />

homeotermos ou <strong>de</strong> “sangue quente”), a sua presença na água é reveladora da<br />

provável existência <strong>de</strong> microrganismos intestinais patogênicos, tais como<br />

bactérias, vírus, protozoários, vermes. Os organismos coliformes, entretanto,<br />

não são, normalmente, causadores <strong>de</strong> moléstias.<br />

O padrão <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> da água <strong>de</strong>stinada ao consumo humano (Portaria n º .<br />

1.469, <strong>de</strong> 29-12-2000 do Ministério da Saú<strong>de</strong>) estabelece que coliformes fecais<br />

<strong>de</strong>vem estar ausentes.<br />

66


9 BIBLIOGRAFIA<br />

BRAILE, Pedro Márcio & CAVALCANTI, José Eduardo W.A. <strong>Manual</strong> <strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuárias Industriais. CETESB, São Paulo, 1979.<br />

SPERLING, Marcos von. Introdução a Qualida<strong>de</strong> das Águas e ao Tratamento<br />

<strong>de</strong> Esgotos. Departamento <strong>de</strong> Engenharia Sanitária da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais - DESA/UFMG. Belo Horizonte, 1995.<br />

BRANCO, Samuel Murgel. Hidrobiologia Aplicada à Engenharia Sanitária.<br />

CETESB, São Paulo, 1986.<br />

HAMMER, Mark J. Sistemas <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água e Esgotos. Livros<br />

Técnicos e Científicos Editora S.A. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1979.<br />

GRAVATÁ, Carlos Eduardo. <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Cachaça</strong> Artesanal. Belo Horizonte,<br />

2002.<br />

AMPAQ - Curso <strong>de</strong> Produção Artesanal <strong>de</strong> <strong>Cachaça</strong> <strong>de</strong> Alambique – Belo<br />

Horizonte, 1999.<br />

CAMPELO, Eduardo Antônio Pinto. Certificação <strong>de</strong> Origem e Qualida<strong>de</strong> como<br />

fator <strong>de</strong> Promoção <strong>de</strong> Valorização da <strong>Cachaça</strong> <strong>de</strong> Minas – Belo Horizonte,<br />

1998.<br />

PINTO, Prof. Geraldo Luiz. Fabricação <strong>de</strong> Aguar<strong>de</strong>ntes UFV, Viçosa.<br />

67


10 ENDEREÇOS DE ENTIDADES E ÓRGÃO AMBIENTAIS<br />

Ministério do Meio Ambiente – MMA<br />

Explanada dos Ministérios, Bloco B – Brasília – Distrito Fe<strong>de</strong>ral – CEP<br />

70068-900<br />

www.mma.gov.br<br />

Instituto Brasileiro – IBAMA<br />

Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3 – Brasília – Distrito Fe<strong>de</strong>ral – CEP<br />

70610-200<br />

Telefone: (61) 445-5251<br />

www.ibama.gov.br<br />

Agência Nacional <strong>de</strong> Águas – ANA<br />

Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3 – Brasília – Distrito Fe<strong>de</strong>ral – CEP<br />

70610-200<br />

Telefone: (61) 445-5251<br />

www.ana.gov.br<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –<br />

SEMAD<br />

Av. Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais, 1671 – Santa Lúcia – BH – MG – CEP 30380-<br />

000<br />

Telefone: (31) 3298-6200<br />

www.semad.mg.gov.br<br />

ascom@semad.mg.gov.br<br />

Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM<br />

Av. Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais, 1671 – Santa Lúcia – BH – MG – CEP 30380-<br />

000<br />

Telefone: (31) 3298-6200<br />

www.feam.br<br />

feam@feam.br<br />

Instituto Mineiro <strong>de</strong> Gestão das Águas – IGAM<br />

Rua Santa Catarina, 1354 – Lour<strong>de</strong>s – BH- MG – CEP 30170-081<br />

Tel: (31) 3337-3355<br />

www.igam.mg.gov.br<br />

ascom@igam.mg.gov.br<br />

Instituto Estadual <strong>de</strong> Florestas – IEF<br />

Se<strong>de</strong>: Rua Paracatu, 304 – Barro Preto – BH/MG – CEP 30180-090<br />

Tel. (31) 3295-5179<br />

www.ief.mg.gov.br<br />

ascom@ief.mg.gov.br<br />

Alto Jequitinhonha: Praça D. Joaquim, 100 Centro – Diamantina/MG<br />

CEP 39100-000<br />

Telefax: (38) 3531-3919<br />

68


Alto Paranaíba: Fazenda Canavial - zona rural – Patos <strong>de</strong> Minas/MG<br />

CEP 38700-000<br />

Caixa Postal: 240<br />

Telefone: (34) 3822-3533<br />

Fax: (34) 3823-9060<br />

Centro Norte: Rua Marechal Deodoro, 217 Centro – Sete Lagoas/MG<br />

CEP 35700-312<br />

Telefone: (31) 3774-8273<br />

Fax: (31) 3774-8097 ramal 101<br />

Centro Oeste: Rua Rio <strong>de</strong> Janeiro, 426, Centro – Divinópolis/MG CEP<br />

35500-009<br />

Caixa.Postal: 178<br />

Telefax: (37) 3222-9360<br />

Centro Sul: Rua Freire <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,131, Centro – Barbacena/MG CEP<br />

36200-098<br />

Telefone: (32) 3331-2033<br />

Fax: (32) 3331-2033 - ramal 207<br />

Mata: Rodovia Ubá/Juiz <strong>de</strong> Fora – Km 02 - Horto Florestal – Ubá/MG<br />

CEP 36500-000<br />

Caixa.Postal: 176<br />

Telefax: (32) 3531-1291<br />

Médio S. Francisco: R. Abílio Ferreira Aquino, 248 – Januária/MG CEP<br />

39480-000<br />

Telefax: (38) 3621-2611<br />

Nor<strong>de</strong>ste: Rua Mário Campos, 71 – Centro Teófilo Otoni/MG CEP<br />

39800-136<br />

Caixa.Postal: 71<br />

Telefax: (33) 3522-3953<br />

Noroeste Rua Cana Brava, 445 – Centro Unaí/MG CEP 38610-000<br />

Telefax: (38) 3676-2097<br />

Norte: Rua Dona Eva, 20 – Centro Montes Claros/MG CEP 39400-009<br />

Telefax: (38) 3221-9404<br />

Rio Doce: R. Belo Horinzonte, 250 – Governador Valadares/MG CEP<br />

35010-050<br />

Telefax: (33) 3277-8686<br />

Sul: Praça Quintino Bocaiúva, 68 – Centro – Varginha/MG CEP 37002-<br />

180<br />

Telefax: (35) 3221-4666<br />

69


Triângulo: R. Vitalino Rezen<strong>de</strong> do Carmo, 116 – Uberlândia/MG CEP<br />

38408-028<br />

Telefones: (34) 3255-8075<br />

(34) 3214-4969<br />

NÚCLEOS DE APOIO ÀS REGIONAIS DO COPAM – NARCs<br />

NARC ALTO SÃO FRANCISCO<br />

Rua Rio <strong>de</strong> Janeiro, Nº 1295 – Sidil – Divinópolis/MG – CEP 35500-009<br />

Telefax: (37) 3216-1055<br />

NARC JEQUITINHONHA<br />

Praça Dom Joaquim, Nº 112 – Centro – Diamantina/MG – CEP 39100-<br />

000<br />

Telefax: (38) 3531-2650<br />

NARC LESTE DE MINAS<br />

Av. Afonso Pena, Nº 2270 – Centro – Governador Valadares/MG – CEP<br />

35010-000<br />

Telefax: (33) 3271-4988<br />

(33) 3271-4935<br />

NARC NORTE DE MINAS<br />

Rua Carmino Abreu, Nº 291 – Morada do Sol – Montes Claros/MG –<br />

CEP 39403-226<br />

Telefax: (38) 3212-3811<br />

(38) 3212-2653<br />

NARC SUL DE MINAS<br />

Rua Argentina, Nº 309 – Vila Pinto – Varginha/MG – CEP 37010-640<br />

Telefax: (35) 3223-7678<br />

70


NARC TRIÂNGULO MINEIRO<br />

Rua Jamil Tannus, Nº 1018 – Altamira – Uberlândia/MG – CEP 38400-<br />

974<br />

Caixa Postal: 35<br />

Telefax: (34) 3237-2983<br />

(34) 3237-3765<br />

NARC ZONA DA MATA<br />

Rua José Campomizze, Nº 187 – Centro – Ubá/MG – CEP 36500-000<br />

Telefax: (32) 3531-4105<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA<br />

Rua Cláudio Manoel, 1205 – Funcionários – BH/MG – CEP 30140-100<br />

Tel: (31) 3287-4489<br />

Fax: (31) 3287-4476<br />

www.agridata.mg.gov.br<br />

agridata@mg.gov.br<br />

Instituto Mineiro <strong>de</strong> Agropecuária – IMA<br />

Av. dos Andradas, 1220 – Centro – BH/MG – CEP 30120-010<br />

Tel: (31) 3213-6300<br />

Fax: (31) 3213-6272<br />

www.ima.mg.gov.br<br />

ima@ima.mg.gov.br<br />

Associação Mineira dos Produtores <strong>de</strong> Aguar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> – AMPAQ<br />

Rua Coroman<strong>de</strong>l, 13, salas 202 e 203 – Bairro da Graça – BH/MG –<br />

CEP 31140-100<br />

Tel: (31) 3421-4040<br />

Fax: (31) 3425-2249<br />

www.ampaq.com.br<br />

ampaq@ampaq.com.br<br />

UNIDADES REGIONAIS DE REPRESENTAÇÃO DA AMPAQ NO INTERIOR<br />

Região Metropolitana<br />

Rua Ernesto Antunes, 92 – Centro – Crucilândia/MG - CEP 35520-000<br />

Praça Coronel Ramos, 16 – Centro – Cachoeira do Campo/MG – CEP<br />

35410-000<br />

Região Central<br />

Rua João Pessoa, 44 – Centro – Curvelo/MG – CEP 35790-000<br />

Zona da Mata<br />

Rodovia BR 040, km 790 - São Pedro - Juiz <strong>de</strong> Fora/MG – CEP 36029-<br />

080<br />

Rua Dico Teixeira, 431 – Santana – Ubá/MG – CEP 36500-000<br />

71


Vale do Jequitinhonha<br />

Rua Mantiqueira, 19 – Centro – Araçuaí/MG CEP 39600-000<br />

Rua Cel Ramiro Pereira, 263 – Centro – Jequitinhonha/MG CEP 39960-<br />

000<br />

Triângulo Alto Paranaíba<br />

Rua Bueno Brandão, 216 - São Cristóvão – Tupaciguara/MG CEP<br />

38430-000<br />

Norte <strong>de</strong> Minas<br />

Av. Geraldo Athay<strong>de</strong>, 1373 - São João- Montes Claros/MG CEP 39400-<br />

292<br />

Av. João Pena Sobrinho, 341 – Alvorada – Salinas/MG CEP 39560-000<br />

Rua Mendo Correa, 944 - Novo Panorama – Salinas/MG CEP 39560-<br />

000<br />

Rua Silva Jardim, 767 – Centro - São Francisco/MG CEP 39300-000<br />

72

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